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os róticos intervocálicos na gramática individual de

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É interessante observar que a autora interpreta esse quadro sem se p<strong>os</strong>icio<strong>na</strong>r<br />

perante a questão do status fonológico da op<strong>os</strong>ição entre as duas formas <strong>de</strong> rótico<br />

que a<strong>na</strong>lisa; ela se atém à busca por explicações e motiv<strong>os</strong> para o comportamento<br />

d<strong>os</strong> falantes e suas intenções (tentativa <strong>de</strong> se aproximar à forma prestigiada e<br />

hipercorreção), a partir, especialmente, <strong>de</strong> fatores sociais.<br />

Na análise das variáveis sociais, a escolarida<strong>de</strong> revela-se como o fator <strong>de</strong> maior<br />

impacto sobre a realização do tepe. Com o aumento do grau <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong><br />

diminui a aplicação do tepe em lugar da vibrante múltipla. Todavia, a autora<br />

ressalta que <strong>os</strong> fatores sociais exercem uma influência relativa, enfatizando o fator<br />

‘bilingüismo <strong>individual</strong>’, “já que [...], há variação <strong>na</strong> comunida<strong>de</strong>, p<strong>os</strong>sivelmente<br />

resultado da história <strong>de</strong> cada indivíduo e das re<strong>de</strong>s sociais que o cercam.“<br />

(SPESSATO, 2001:87-88).<br />

Com respeito ao "bilingüismo“, o trabalho <strong>de</strong> Spessato (2001) se vê em face <strong>de</strong> um<br />

problema que também aparece em n<strong>os</strong>sa análise d<strong>os</strong> falantes bilíngües do alemão<br />

(ver capítulo 6).<br />

“[...] não se p<strong>os</strong>sa [po<strong>de</strong>] afirmar com precisão esta distinção entre um grupo e outro<br />

[mono- e bilíngües], sendo que amb<strong>os</strong> têm um certo contato com a língua d<strong>os</strong><br />

antepassad<strong>os</strong>, ou convivem com pessoas que, pela proximida<strong>de</strong> maior com <strong>os</strong> dialet<strong>os</strong><br />

italian<strong>os</strong>, apresentam e transmitem as características <strong>de</strong>ssa interferência lingüística<br />

do italiano no português.“ (SPESSATO, 2001:63).<br />

Com esse comentário, a autora toca <strong>na</strong> questão do bilingüismo social e da<br />

bilingualida<strong>de</strong> <strong>individual</strong>. Os traç<strong>os</strong> investigad<strong>os</strong> e interpretad<strong>os</strong> como fenômen<strong>os</strong><br />

resultantes <strong>de</strong> contato lingüístico não somente aparecem n<strong>os</strong> indivídu<strong>os</strong> bilíngües,<br />

mas também se apresentam difundid<strong>os</strong> <strong>na</strong> comunida<strong>de</strong> em si. Esse fenômeno<br />

tampouco é limitado a<strong>os</strong> indivídu<strong>os</strong> <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> imigrantes italian<strong>os</strong>. Spessato<br />

afirma que “<strong>os</strong> luso-brasileir<strong>os</strong> [...], incorporaram traç<strong>os</strong> lingüístic<strong>os</strong> tid<strong>os</strong> como<br />

característic<strong>os</strong> d<strong>os</strong> <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> italian<strong>os</strong>.“ (SPESSATO, 2001:88).<br />

Os resultad<strong>os</strong> <strong>de</strong> Spessato corroboram <strong>os</strong> apresentad<strong>os</strong> por Mo<strong>na</strong>retto (1997) sobre<br />

a predominância do tepe, e oferecem uma p<strong>os</strong>sível interpretação para o fenômeno<br />

que não parte do sistema fonológico e, sim, consi<strong>de</strong>ra como fatores <strong>de</strong>cisiv<strong>os</strong> o<br />

bilingüismo e o contato lingüístico.<br />

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