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os róticos intervocálicos na gramática individual de

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egiões alemãs e italia<strong>na</strong>s, como também ao <strong>de</strong>senvolvimento histórico, social e<br />

lingüístico regio<strong>na</strong>l transcorrido <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a chegada <strong>de</strong>sses imigrantes ao Brasil. O<br />

que essas varieda<strong>de</strong>s têm em comum são, basicamente, algumas marcas histórico-<br />

políticas compartilhadas em sua existência no Sul do Brasil, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> <strong>os</strong> mead<strong>os</strong> do<br />

século XIX até hoje. No entanto, a questão do contato lingüístico e do bilingüismo<br />

regio<strong>na</strong>l está presente tanto <strong>na</strong>s análises do italiano e do alemão, quanto <strong>na</strong>s do PB<br />

em comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> contato lingüístico com um <strong>de</strong>sses idiomas. A seguir,<br />

apresentam<strong>os</strong> duas análises <strong>de</strong> contato lingüístico ítalo-brasileiro, com vistas a<br />

apontar algumas tendências aparentemente semelhantes com o contato lingüístico<br />

teuto-brasileiro.<br />

O primeiro estudo apresentado, <strong>de</strong> Spessato (2001), é <strong>de</strong> relevância especial, porque<br />

trata especificamente do caso da variação d<strong>os</strong> rótic<strong>os</strong>. O segundo, <strong>de</strong> Margotti<br />

(2004), também trata d<strong>os</strong> rótic<strong>os</strong>, entre outr<strong>os</strong> fenômen<strong>os</strong>, e é interessante para o<br />

n<strong>os</strong>so trabalho em virtu<strong>de</strong> da sua abordagem <strong>de</strong> caráter etnometodológico, que o<br />

próprio autor chama <strong>de</strong> “dialetologia pluridimensio<strong>na</strong>l e relacio<strong>na</strong>l” (MARGOTTI<br />

2004:XV), a qual traz à luz alguns aspect<strong>os</strong> sócio-geográfic<strong>os</strong> que também são <strong>de</strong><br />

potencial relevância para o caso do contato teuto-brasileiro.<br />

Em seu estudo do português falado em Chapecó (SC), Spessato (2001) salienta que<br />

é “com relação à troca entre tepe e vibrante múltipla que a fala da população alvo<br />

<strong>de</strong>sta pesquisa apresenta sua característica mais marcante“ (SPESSATO,<br />

2001:16 42). Em 46% d<strong>os</strong> cas<strong>os</strong> em que se espera uma realização da chamada<br />

“vibrante múltipla” 43 , <strong>os</strong> informantes aplicaram o tepe [ɾ], e somente em 19%, a<br />

vibrante múltipla (SPESSATO, 2001:56). N<strong>os</strong> cas<strong>os</strong> restantes, aparece uma variante<br />

<strong>de</strong> rótico que a autora <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong> <strong>de</strong> “intermediária”, interpretando-a como uma<br />

tentativa d<strong>os</strong> falantes <strong>de</strong> aproximar a sua pronúncia à vibrante múltipla,<br />

consi<strong>de</strong>rada a forma prestigiada no PB. Os cas<strong>os</strong> <strong>de</strong> realização da vibrante múltipla<br />

no lugar do tepe também são interpretad<strong>os</strong> como resultado <strong>de</strong>ssa tentativa <strong>de</strong><br />

aproximação às formas prestigiadas, <strong>na</strong> forma <strong>de</strong> hipercorreção (SPESSATO,<br />

2001:78).<br />

42 A numeração <strong>de</strong> pági<strong>na</strong>s <strong>de</strong> citações <strong>de</strong> Spessato orienta-se no documento em formato<br />

pdf, obtido da própria autora, e po<strong>de</strong> divergir da numeração <strong>de</strong> pági<strong>na</strong>s <strong>na</strong> versão em livro<br />

do mesmo trabalho.<br />

43 Spessato refere-se, ao longo <strong>de</strong> seu trabalho, à “vibrante múltipla”. Pela <strong>de</strong>scrição dada,<br />

acreditam<strong>os</strong> que se trata das formas vibrante e fricativas em op<strong>os</strong>ição ao tepe [ɾ].<br />

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