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os róticos intervocálicos na gramática individual de

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As varieda<strong>de</strong>s do PB no Sul também apresentam apagamento do r-fi<strong>na</strong>l, porém, <strong>de</strong><br />

maneira mais limitada do que o observado <strong>na</strong>s outras regiões. Marquardt (1977) e<br />

Mo<strong>na</strong>retto (1997) consi<strong>de</strong>ram as varieda<strong>de</strong>s do Sul mais conservadoras, tanto <strong>na</strong><br />

p<strong>os</strong>teriorização, quanto no apagamento. Mo<strong>na</strong>retto (1997) constata que há um nível<br />

razoável <strong>de</strong> manutenção do r-fi<strong>na</strong>l, com predominância da realização como tepe [ɾ]<br />

<strong>na</strong> fala das três capitais do Sul. Os dad<strong>os</strong> <strong>de</strong> Mo<strong>na</strong>retto (1997) apontam o fator<br />

“grupo geográfico” como principal influência sociolingüística para a escolha da<br />

variante <strong>de</strong> rótico realizada. Apoiando-se em sua própria pesquisa empírica com<br />

dad<strong>os</strong> do VARSUL e também n<strong>os</strong> dad<strong>os</strong> do Atlas lingüístico-etnográfico da região<br />

Sul do Brasil (ALERS) 36, Mo<strong>na</strong>retto (1997) atribui a maior resistência a ambas as<br />

tendências reportadas para o PB como um todo, parcialmente à influência das<br />

comunida<strong>de</strong>s bilíngües <strong>na</strong> região Sul.<br />

Pr<strong>os</strong>seguim<strong>os</strong> n<strong>os</strong>sa expla<strong>na</strong>ção apresentando algumas particularida<strong>de</strong>s do<br />

comportamento d<strong>os</strong> rótic<strong>os</strong> <strong>na</strong> região Sul em comunida<strong>de</strong>s bilíngües, como<br />

<strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>das por Mo<strong>na</strong>retto (1997), ou comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> línguas em contato,<br />

conforme <strong>de</strong>sig<strong>na</strong>das por nós.<br />

3.2 Os rótic<strong>os</strong> em varieda<strong>de</strong>s sob contato lingüístico no Sul do<br />

Brasil<br />

Além <strong>de</strong> algumas características atribuídas por estudi<strong>os</strong><strong>os</strong> da área à influência do<br />

alemão em comunida<strong>de</strong>s do Sul em contato lingüístico com o português, como o<br />

ensur<strong>de</strong>cimento <strong>de</strong> consoantes sonoras (“vertate” em vez <strong>de</strong> “verda<strong>de</strong>”), a não-<br />

vocalização do -l fi<strong>na</strong>l (como em “papel”) e a falta <strong>de</strong> <strong>na</strong>salização conso<strong>na</strong>ntal (como<br />

em “Alemanha) 37, há uma crença comum <strong>de</strong> que <strong>os</strong> falantes <strong>de</strong> <strong>de</strong>scendência alemã<br />

não distinguem “corretamente”, ou seja, da maneira esperada pelo padrão<br />

brasileiro, entre as formas -r- e -rr- em p<strong>os</strong>ição intervocálica. No entanto, como<br />

m<strong>os</strong>tram<strong>os</strong> <strong>na</strong> seção a seguir, esse fenômeno não se limita ao contato entre o PB e o<br />

alemão. Ao contrário, <strong>na</strong>s regiões <strong>de</strong> contato lingüístico entre o PB e o italiano, <strong>os</strong><br />

rótic<strong>os</strong> são tid<strong>os</strong> como uma característica fonético-fonológica bastante particular e<br />

36 Os dad<strong>os</strong> coletad<strong>os</strong> para o ALERS representam, sobretudo, a fala rural em 275 pont<strong>os</strong> <strong>de</strong><br />

pesquisa realizada n<strong>os</strong> três estad<strong>os</strong> do Sul, fornecendo informações fonético-fonológicas,<br />

morf<strong>os</strong>sintáticas e semântico-lexicais.<br />

37 Ver Guttenkunst (1996), para a influência do hunsrückisch no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul.<br />

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