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os róticos intervocálicos na gramática individual de

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3.1 Tendências <strong>na</strong> variação geográfica d<strong>os</strong> rótic<strong>os</strong> no PB<br />

Os numer<strong>os</strong><strong>os</strong> trabalh<strong>os</strong> <strong>de</strong> mapeamento lingüístico das regiões brasileiras – sejam<br />

eles geolingüístic<strong>os</strong>, dialetais ou sociolingüístic<strong>os</strong> (comparar a seção 2.2.1) –,<br />

m<strong>os</strong>tram uma diversida<strong>de</strong> riquíssima, da qual ainda estam<strong>os</strong> longe <strong>de</strong> ter uma<br />

visão mais abrangente e completa 34. Continuam<strong>os</strong> a n<strong>os</strong>sa investigação retomando<br />

a questão das duas tendências verificadas <strong>na</strong> pronúncia d<strong>os</strong> rótic<strong>os</strong> no PB, já<br />

mencio<strong>na</strong>das no capítulo 2: a p<strong>os</strong>teriorização da zo<strong>na</strong> <strong>de</strong> articulação e o<br />

apagamento do r-fi<strong>na</strong>l. Ambas as tendências se manifestam há, pelo men<strong>os</strong>, dois<br />

sécul<strong>os</strong> 35, e <strong>de</strong> maneira mais ou men<strong>os</strong> ampla em todas as regiões do Brasil. Votre<br />

(1978), a<strong>na</strong>lisando dad<strong>os</strong> do Rio <strong>de</strong> Janeiro, acredita que o apagamento do r-fi<strong>na</strong>l<br />

está em uma fase <strong>de</strong> variação quase estável, ou seja, não fica evi<strong>de</strong>nte uma<br />

mudança em andamento em tempo aparente (LABOV, 1973:275), pelo men<strong>os</strong> não<br />

no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong> duas ou três gerações. Entre outr<strong>os</strong> pesquisadores, Oliveira (2001),<br />

no seu estudo do apagamento do r-fi<strong>na</strong>l em Itaituba (PA), segue a prop<strong>os</strong>ta <strong>de</strong><br />

Cagliari (1981) <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar o apagamento do rótico em p<strong>os</strong>ição pós-vocálica como<br />

continuação da tendência à p<strong>os</strong>teriorização. Em estud<strong>os</strong> realizad<strong>os</strong> em regiões<br />

diferentes, <strong>de</strong>staca-se o fator p<strong>os</strong>ição <strong>na</strong> sílaba (i.e., fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> palavra) como forte<br />

tendência que favorece o apagamento do rótico pós-vocálico. Entre as classes <strong>de</strong><br />

palavra, são <strong>os</strong> verb<strong>os</strong>, especialmente no modo infinitivo, que mais favorecem o<br />

apagamento. A importância <strong>de</strong>sses fatores é confirmada, p. ex., para Itaituba (PA)<br />

por Oliveira (2001), para o Rio <strong>de</strong> Janeiro (RJ) por Votre (1978), para Belo Horizonte<br />

(MG) por Oliveira (1983) e, em diferentes graus, para Salvador (BA), Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

(RJ), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG) e Porto Alegre (RS) por Callou, Moraes e<br />

Leite (1996). Tod<strong>os</strong> esses trabalh<strong>os</strong> citad<strong>os</strong> convergem ao mencio<strong>na</strong>rem divers<strong>os</strong><br />

outr<strong>os</strong> fatores que influenciam o apagamento do r-fi<strong>na</strong>l, como sexo, faixa <strong>de</strong> renda,<br />

escolarida<strong>de</strong> e ida<strong>de</strong>, como também <strong>os</strong> context<strong>os</strong> lingüístic<strong>os</strong> prece<strong>de</strong>nte e seguinte,<br />

e número <strong>de</strong> sílabas no vocábulo. Contudo, esses estud<strong>os</strong> apontam para uma<br />

influência muito menor <strong>de</strong>sses fatores em comparação com <strong>os</strong> principais fatores<br />

lingüístic<strong>os</strong> já salientad<strong>os</strong>: a p<strong>os</strong>ição fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> vocábulo e a classe d<strong>os</strong> verb<strong>os</strong>,<br />

especialmente <strong>na</strong> forma infinitiva.<br />

34 Um projeto mais recente da <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> um atlas lingüístico brasileiro encontra-se ainda<br />

em fase <strong>de</strong> constituição das am<strong>os</strong>tras (ver CARDOSO, MOTA, 2003).<br />

35 Ver Noll (1999) e a seção 2.2.1 para a p<strong>os</strong>teriorização, e Votre (1978) para o apagamento<br />

do -r fi<strong>na</strong>l.<br />

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