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os róticos intervocálicos na gramática individual de

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Mo<strong>na</strong>retto (1997) explica a distinção fonológica em p<strong>os</strong>ição intervocálica,<br />

orientando-se pela prop<strong>os</strong>ta <strong>de</strong> Harris (1983) para o espanhol, mediante o contraste<br />

estabelecido entre a consoante simples e a gemi<strong>na</strong>da. Nesse mo<strong>de</strong>lo, o r-simples<br />

ocupa um ponto <strong>na</strong> camada temporal e é associado a um ponto <strong>na</strong> camada<br />

melódica, ao passo que o r-duplo ocupa dois pont<strong>os</strong> no nível temporal, mas para<br />

obe<strong>de</strong>cer ao Princípio do Contorno Obrigatório (OCP), que proíbe a aplicação <strong>de</strong> dois<br />

valores iguais a dois element<strong>os</strong> adjacentes, é associado a somente um ponto no<br />

nível melódico. “Com isso, o sistema interpreta todo r com linhas duplas <strong>de</strong><br />

associação, como r-forte e todo r com linhas simples, como r-fraco, exceto o <strong>de</strong><br />

início <strong>de</strong> palavra, [...]” (MONARETTO, 1997:200) (ver figura 3).<br />

A<strong>na</strong>lisando a argumentação <strong>de</strong> Mo<strong>na</strong>retto (1997), g<strong>os</strong>taríam<strong>os</strong> <strong>de</strong> lembrar<br />

rapidamente <strong>de</strong> dois aspect<strong>os</strong>, já discutid<strong>os</strong> no início <strong>de</strong>ste capítulo que dizem<br />

respeito à representação d<strong>os</strong> rótic<strong>os</strong> <strong>na</strong> estrutura subjacente <strong>na</strong> forma <strong>de</strong> “vibrante<br />

anterior”. O primeiro aspecto é que essa representação implica a <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ração<br />

<strong>de</strong> todas as formas fricativas, tão freqüentes no PB atual, <strong>na</strong> abstração das regras<br />

fonológicas. Esse ponto, muito criticado por Silva et alii (2001), é retomado <strong>na</strong> seção<br />

2.3.3. O segundo aspecto está intimamente conectado com o primeiro. A<br />

interpretação do r-duplo, no caso <strong>de</strong> encontro conso<strong>na</strong>ntal como “nr” ou “lr”, como<br />

efeito <strong>de</strong> uma gemi<strong>na</strong>ção parcial, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> totalmente <strong>de</strong> uma forma <strong>de</strong> “vibrante<br />

anterior” <strong>na</strong> subjacência; caso contrário, não se po<strong>de</strong>ria admitir um traço<br />

articulatório em comum [+coro<strong>na</strong>l] com /n/ e /l/, que também apresentam, em<br />

p<strong>os</strong>ição pós-vocálica, esse traço (e mais até: a qualida<strong>de</strong> conso<strong>na</strong>ntal!) somente <strong>na</strong><br />

estrutura subjacente. Também nesse último aspecto existe, <strong>na</strong> mo<strong>de</strong>lagem<br />

fonológica, um distanciamento da realida<strong>de</strong> fonética.<br />

A variação no “r-forte” e a realização <strong>de</strong> fricativas são atribuídas por Mo<strong>na</strong>retto<br />

(1997) a fatores sociolingüístic<strong>os</strong>, mais especificamente, ao fator “grupo<br />

geográfico/origem étnica”, no caso, <strong>os</strong> grup<strong>os</strong> étnic<strong>os</strong> do Sul sob a influência da<br />

imigração européia, entre outras, a alemã. Neste estudo, preten<strong>de</strong>m<strong>os</strong> exami<strong>na</strong>r a<br />

influência <strong>de</strong>sse fator sobre a pronúncia d<strong>os</strong> rótic<strong>os</strong> <strong>na</strong> região Sul, conhecendo mais<br />

<strong>de</strong>talhes do quadro <strong>de</strong> bilingüismo e <strong>de</strong> línguas em contato no capítulo 3. Antes <strong>de</strong><br />

chegar ao resumo do capítulo 2, apresentarem<strong>os</strong> ainda a abordagem <strong>de</strong> Silva<br />

(SILVA, ALBANO, 1999; SILVA et alii, 2001), cuja preocupação com a mo<strong>de</strong>lagem<br />

fonético-fonológica é justamente a inclusão das variantes fricativas.<br />

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