os róticos intervocálicos na gramática individual de
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Como resultado principal, a autora aponta para um processo <strong>de</strong> substituição <strong>de</strong><br />
uma variante pela outra 28 em tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> context<strong>os</strong> da sílaba, “até mesmo no<br />
intervocálico, único ambiente <strong>de</strong> contraste” (MONARETTO, 1997:204), com a única<br />
exceção do contexto “grupo conso<strong>na</strong>ntal”, no qual sempre se realiza o tepe. Partindo<br />
<strong>de</strong>sse perfil empírico, Mo<strong>na</strong>retto (1997) argumenta a favor do tepe como forma<br />
subjacente no sistema fonêmico, porque este apresenta a distribuição mais ampla,<br />
é a forma mais freqüente n<strong>os</strong> seus dad<strong>os</strong> 29 e é a forma que se superficializa <strong>na</strong><br />
ressilabação frasal. Em encontro <strong>de</strong> palavras com -r fi<strong>na</strong>l e vogal inicial, como em<br />
“mar_azul”, um exemplo que Mo<strong>na</strong>retto reproduz <strong>de</strong> Lopez (1979), o rótico é<br />
realizado como tepe [ɾ].<br />
Mo<strong>na</strong>retto interpreta o tepe como único elemento, <strong>na</strong> estrutura fonêmica<br />
subjacente do PB, que se superficializa em ataque <strong>de</strong> palavra como r-forte, e diz que<br />
a distinção intervocálica se <strong>de</strong>ve ape<strong>na</strong>s ao número <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> associação. O tepe<br />
apresenta uma linha <strong>de</strong> associação entre a camada temporal e a camada melódica<br />
com uma “[...] correspondência direta entre estrutura subjacente e estrutura <strong>de</strong><br />
superfície.” (MONARETTO, 1997:184). O “r-forte” em p<strong>os</strong>ição intervocálica é visto<br />
como uma gemi<strong>na</strong>da <strong>de</strong> dois tepes adjacentes <strong>na</strong> camada temporal que, pela regra<br />
do OCP, se associam a uma só p<strong>os</strong>ição <strong>na</strong> camada melódica, “[...] realizando-se<br />
como uma vibrante propriamente dita ou fricativa velar, [...].” (MONARETTO,<br />
1997:184).<br />
Verem<strong>os</strong>, <strong>na</strong> figura 3, a interpretação <strong>de</strong> Mo<strong>na</strong>retto (1997) para <strong>os</strong> rótic<strong>os</strong> no PB em<br />
todas as p<strong>os</strong>ições <strong>de</strong> sílaba (σ). Tem<strong>os</strong> três cas<strong>os</strong> <strong>de</strong> ligação simples (com uma linha<br />
<strong>de</strong> associação entre as camadas temporal e melódica) em:<br />
1) fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> sílaba,<br />
2) r-simples intervocálico e<br />
3) grupo conso<strong>na</strong>ntal.<br />
E dois cas<strong>os</strong> <strong>de</strong> ligação dupla (duas linhas <strong>de</strong> associação) em:<br />
4) r-duplo intervocálico e<br />
5) rótico antecedido por consoante 30.<br />
28 A autora refere-se ao tepe alveolar vs. as <strong>de</strong>mais formas fonéticas.<br />
29 Ainda que a diferença não seja muito gran<strong>de</strong>, comparar Mo<strong>na</strong>retto (1997:60).<br />
30 Compare a nota <strong>de</strong> rodapé 6.<br />
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