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os róticos intervocálicos na gramática individual de

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Spessato (2001) e Margotti (2004) com a abordagem <strong>de</strong> Silva e Albano (1999) e Silva<br />

et alii (2001). Os falantes a<strong>na</strong>lisad<strong>os</strong> por esses três autores têm em comum o fato <strong>de</strong><br />

terem tod<strong>os</strong> origem no Sul. Porém, tem<strong>os</strong> que levar em consi<strong>de</strong>ração a p<strong>os</strong>sibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> não se tratar do mesmo fenômeno fonético <strong>na</strong> fala d<strong>os</strong> indivídu<strong>os</strong> <strong>de</strong> regiões<br />

bilíngües luso-italia<strong>na</strong>s, reportada por Spessato (2001) e Margotti (2004) 21 e n<strong>os</strong><br />

trabalh<strong>os</strong> <strong>de</strong> Silva e Albano (1999) e Silva et alii (2001), embora haja uma coerência<br />

forte <strong>na</strong>s <strong>de</strong>scrições fonéticas em tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> três estud<strong>os</strong>. A discussão <strong>de</strong>sses<br />

trabalh<strong>os</strong> será retomada n<strong>os</strong> aspect<strong>os</strong> que se referem a línguas em contato (capítulo<br />

3) e à gradiência em mo<strong>de</strong>l<strong>os</strong> fonético-fonológic<strong>os</strong> (capítulo 4).<br />

Ainda falta um tipo <strong>de</strong> rótico a ser abordado para concluir esta seção, a saber, o “r-<br />

retroflexo”. As variantes retroflexas, muitas vezes chamadas <strong>de</strong> “r-caipira”, ocorrem,<br />

principalmente, no interior d<strong>os</strong> estad<strong>os</strong> <strong>de</strong> Mi<strong>na</strong>s Gerais, Mato Gr<strong>os</strong>so do Sul, São<br />

Paulo, Paraná, Santa Catari<strong>na</strong> e Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, mas também em alguns pont<strong>os</strong><br />

d<strong>os</strong> estad<strong>os</strong> <strong>de</strong> Sergipe, Maranhão, Paraíba, Ceará e Bahia (NOLL, 1999:52). Sua<br />

classificação segundo a convenção da IPA não está totalmente clara, mas<br />

acreditam<strong>os</strong> que po<strong>de</strong>m ocorrer tanto a forma <strong>de</strong> tepe [ɽ], com um só movimento<br />

rápido <strong>de</strong> encurvamento da língua em direção pós-alveolar ou palato-alveolar, como<br />

a aproximante [ɻ]), em que a língua permanece <strong>na</strong> p<strong>os</strong>ição encurvada, aproximando<br />

o modo <strong>de</strong> articulação a uma fricativa ou então semi-vogal. A princípio, encontram-<br />

se <strong>na</strong>s notações das variantes retroflexas ocorrências em p<strong>os</strong>ição pós-vocálica,<br />

porém há indíci<strong>os</strong> da sua ocorrência também em outras p<strong>os</strong>ições da sílaba. O<br />

importante para o n<strong>os</strong>so estudo é o fato <strong>de</strong> as variantes retroflexas e aproximantes<br />

ocorrerem em context<strong>os</strong> silábic<strong>os</strong> on<strong>de</strong>, pela dicotomia “fraco-forte”, se espera uma<br />

realização <strong>de</strong> “r-fraco”, mas há variação com variantes do “r-forte” também. Sendo<br />

assim, tem<strong>os</strong> aqui tip<strong>os</strong> <strong>de</strong> rótico que foneticamente não se encaixam nesta<br />

op<strong>os</strong>ição. Voltarem<strong>os</strong> às implicações problemáticas <strong>de</strong>ssa noção <strong>na</strong> seção 2.3.<br />

21 Margotti utiliza a <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>ção e transcrição fonética conforme apresentadas <strong>na</strong>s figuras<br />

2.1. e 2.2. para a aproximante [ɹ], e a <strong>de</strong>screve como uma variante intermediária entre a<br />

vibrante alveolar e um som fricativo, porém a interpreta como uma “[...] pronúncia em<br />

transição, indicando que <strong>os</strong> falantes têm a percepção entre um [r] e outro (referindo-se a<strong>os</strong><br />

tip<strong>os</strong> “r-fraco” e “r-forte”, K.R.), mas não conseguem realizar esta diferença <strong>na</strong> pronúncia.”<br />

(MARGOTTI, 2004:155). Ou seja, embora pareça se tratar <strong>de</strong> uma variante intermediária<br />

entre o tepe e a vibrante alveolar, o fenômeno reportado acaba sendo i<strong>de</strong>ntificado como uma<br />

variante intermediaria entre vibrante alveolar e uma fricativa. Essa <strong>de</strong>scrição vai ao<br />

encontro d<strong>os</strong> resultad<strong>os</strong> <strong>de</strong> Spessato (2001). Tratarem<strong>os</strong> <strong>de</strong> amb<strong>os</strong> estes estud<strong>os</strong> <strong>na</strong> seção<br />

3.2.2 sob a ótica do bilingüismo. Spessato (2001), Margotti (2004), Silva (SILVA e ALBANO,<br />

1999 e SILVA et alii,2001) utilizam abordagens diferentes entre si e diferentes do n<strong>os</strong>so<br />

trabalho, contudo, <strong>os</strong> três autores chegam a <strong>de</strong>screver um fenômeno fonético parecido que<br />

muito se assemelha com o n<strong>os</strong>so estudo.<br />

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