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os róticos intervocálicos na gramática individual de

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atenção, consi<strong>de</strong>rando que é comum, <strong>na</strong> lingüística lusófo<strong>na</strong>, partir do princípio <strong>de</strong><br />

que nem o PE e nem o PB apresentam uma variação regio<strong>na</strong>l 15 muito gran<strong>de</strong>. Essa<br />

visão <strong>de</strong>ve-se, provavelmente, à comparação do português com línguas como o<br />

italiano ou o alemão, cuja vasta gama <strong>de</strong> diferenças regio<strong>na</strong>is é normalmente<br />

salientada. A esse respeito, a seguinte observação <strong>de</strong> Mateus e Andra<strong>de</strong> (2000:3) é<br />

interessante, porque <strong>os</strong> autores distinguem entre a variação dialetal e a variação<br />

socioletal: “Even if the variation in dialects is not very great, the enormous variation in<br />

sociolects presents the Brazilian school with a formidable challenge.”<br />

No Brasil há um número razoável <strong>de</strong> elaborações <strong>de</strong> atlas lingüístic<strong>os</strong>, situad<strong>os</strong><br />

tanto <strong>na</strong> dialetologia quanto <strong>na</strong> geolingüística (ver AGUILERA, 1998), <strong>os</strong> quais, <strong>na</strong><br />

sua gran<strong>de</strong> maioria, retratam a realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma região. Contudo, já existem<br />

tendências que levam à elaboração <strong>de</strong> trabalh<strong>os</strong> que buscam a comparação inter-<br />

regio<strong>na</strong>l, como, p. ex., o Projeto <strong>de</strong> Estudo da Norma Lingüística Urba<strong>na</strong> Culta<br />

(NURC 16), <strong>de</strong>senvolvido em cinco capitais brasileiras (Recife, Salvador, Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro, São Paulo e Porto Alegre).<br />

Em relação a<strong>os</strong> primeir<strong>os</strong> atlas lingüístic<strong>os</strong> brasileir<strong>os</strong>, Noll (1999) aponta para<br />

problemas <strong>na</strong> notação fonética, como também para uma falta <strong>de</strong> coerência <strong>na</strong><br />

<strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> certas variantes, a exemplo do Atlas Prévio <strong>de</strong> Falares Baian<strong>os</strong> (APFB),<br />

elaborado entre <strong>os</strong> an<strong>os</strong> 1960-1962 e publicado em 1963, assim como outr<strong>os</strong><br />

p<strong>os</strong>teriores, tais como o Atlas Lingüístico <strong>de</strong> Sergipe (ALS) e o Esboço <strong>de</strong> um Atlas<br />

Lingüístico <strong>de</strong> Mi<strong>na</strong>s Gerais (EALMG). O problema para a avaliação das anotações<br />

nesses atlas consiste no fato <strong>de</strong> parcialmente não usarem símbol<strong>os</strong> fonétic<strong>os</strong><br />

padronizad<strong>os</strong> e <strong>de</strong> <strong>de</strong>screverem algumas variantes com pouca precisão fonética,<br />

como, p. ex., a “vibrante velar sonora” (no EALMG) que é articulatoriamente<br />

imp<strong>os</strong>sível, porque não há vibrantes velares. (NOLL, 1999:51) 17<br />

Consciente <strong>de</strong>sses problemas <strong>de</strong>scritiv<strong>os</strong>, apresentam<strong>os</strong>, <strong>na</strong>s duas figuras abaixo,<br />

as variantes <strong>de</strong> rótic<strong>os</strong> mais referidas no PB. Como em muitas publicações não há<br />

15 Com “variação regio<strong>na</strong>l” <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>m<strong>os</strong>, neste trabalho, a variação dialetal. Ver a seção<br />

3.1.1.<br />

16 Ver a <strong>de</strong>scrição do projeto sob o URL: http://www.letras.ufrj.br/nurc-rj/projnurc.html.<br />

17 Noll <strong>de</strong>duz então que <strong>de</strong>ve se tratar, no caso, ou <strong>de</strong> uma vibrante uvular ou <strong>de</strong> uma<br />

fricativa velar. Entretanto, a aparente contradição (vibrante velar) po<strong>de</strong>ria ser um indício <strong>de</strong><br />

formas intermediárias ou <strong>de</strong> articulação misturada, como também as encontram<strong>os</strong> (ver<br />

seções 5 e 6) e como são <strong>de</strong>scritas por Silva (SILVA e ALBANO, 1999 e SILVA et alii, 2001).<br />

(compare 2.2.2) e também por Spessato (2001) e Margotti (2004) (compare 3.2.2).<br />

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