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os róticos intervocálicos na gramática individual de

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2.2.1 Variantes <strong>de</strong> rótic<strong>os</strong> no PB <strong>de</strong>scritas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Gonçalves<br />

Via<strong>na</strong> (1883)<br />

A <strong>de</strong>scrição das particularida<strong>de</strong>s da pronúncia da varieda<strong>de</strong> brasileira em<br />

comparação com a varieda<strong>de</strong> européia começa, provavelmente, com o Compendio <strong>de</strong><br />

Orthografia <strong>de</strong> Frei Luís do Monte Carmelo, <strong>de</strong> 1767 12.Esta obra comenta a<br />

diferença entre o PB e o PE quanto à abertura das vogais pretônicas. Fontes mais<br />

antigas sobre a formação do PB, em sua gran<strong>de</strong> maioria, tratam exclusivamente <strong>de</strong><br />

aspect<strong>os</strong> lexicais regio<strong>na</strong>is, e, quando mencio<strong>na</strong>m a pronúncia, ten<strong>de</strong>m a julgar (e<br />

<strong>de</strong>sprezar) a varieda<strong>de</strong> brasileira, sem no entanto <strong>de</strong>screvê-la.<br />

A primeira menção à pronúncia d<strong>os</strong> rótic<strong>os</strong> foi encontrada por Noll em obra <strong>de</strong><br />

Gonçalves Via<strong>na</strong>, <strong>de</strong> 1883, que comenta a ocorrência freqüente <strong>de</strong> uma fricativa<br />

sonora que substitui a vibrante no PB, sem po<strong>de</strong>r dizer se se trata <strong>de</strong> um fenômeno<br />

<strong>de</strong> variação dialetal ou <strong>individual</strong>, uma vez que ele observa o fenômeno<br />

especialmente em falantes oriund<strong>os</strong> <strong>de</strong> Per<strong>na</strong>mbuco e São Paulo 13.<br />

“Ce r fricatif sonore est cependant assez fréquent dans la prononciation <strong>de</strong>s Brésiliens,<br />

et remplace chez eux le r vibrant; je ne saurais dire, toutefois, jusqu`à quel point cette<br />

prononciation est individuelle ou dialectale; je l´ai surtout remarquée chez <strong>de</strong>s<br />

<strong>na</strong>turels <strong>de</strong> Per<strong>na</strong>mbuco et <strong>de</strong> São Paulo” (VIANA, 1941:25-26, apud NOLL, 1999:197-<br />

198).<br />

Com base nesta menção, e também consi<strong>de</strong>rando as <strong>de</strong>scrições feitas por Pedra<br />

Branca (BALBI, 1826, apud NOLL, 1999:143), Noll conclui que o fenômeno da<br />

velarização d<strong>os</strong> rótic<strong>os</strong> no PB e no PE já havia se iniciado no começo do século XIX,<br />

e que no fi<strong>na</strong>l do mesmo século esse fenômeno já estava mais avançado no PB do<br />

que no PE.<br />

No PB atual, a velarização, ou melhor, a p<strong>os</strong>teriorização 14, é uma característica bem<br />

marcante do comportamento d<strong>os</strong> rótic<strong>os</strong>. Sua gran<strong>de</strong> variação regio<strong>na</strong>l chama a<br />

12 Ver Noll (1999).<br />

13 Noll comenta sua surpresa em relação à menção <strong>de</strong> São Paulo como região <strong>de</strong> velarização,<br />

pois consi<strong>de</strong>ra esta uma realização atípica nessa região. Em uma publicação p<strong>os</strong>terior,<br />

Gonçalves Via<strong>na</strong> modifica sua afirmação: “como o r fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> muit<strong>os</strong> dialect<strong>os</strong> brasileir<strong>os</strong>,<br />

entre elles o do Rio <strong>de</strong> Janeiro, por ex. em mar, ser” (VIANA, 1892:40, apud NOLL,<br />

1999:198).<br />

14 Silva et alii (2001:96) também chamam <strong>de</strong> “fricativização” uma vez que as variantes<br />

p<strong>os</strong>teriores não somente avançam até a zo<strong>na</strong> articulatória velar, mas também até a uvular e<br />

compartilham, como conjunto, o modo articulatório fricativo. Compare seção 2.3.3.<br />

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