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os róticos intervocálicos na gramática individual de

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Como interpretam<strong>os</strong> essa situação, sendo que <strong>na</strong>s variantes mais usadas por um<br />

falante também ocorrem <strong>os</strong> itens mais freqüentes?<br />

No material que avaliam<strong>os</strong> neste estudo há uma forte relação entre o fator ”item<br />

lexical mais freqüente” e a classe d<strong>os</strong> substantiv<strong>os</strong>. Não sabem<strong>os</strong>, ao certo, se se<br />

trata meramente <strong>de</strong> uma coincidência <strong>de</strong>ntro das limitações do n<strong>os</strong>so corpus, ou se<br />

é o reflexo da distribuição d<strong>os</strong> itens mais freqüentes no uso em geral do PB, ou seja,<br />

se as palavras com r-duplo intervocálico mais freqüentes no PB são, <strong>na</strong> sua<br />

maioria, substantiv<strong>os</strong>. Nesse caso, não po<strong>de</strong>m<strong>os</strong> avaliar com muita clareza a<br />

atuação <strong>de</strong>sses dois fatores, classe e freqüência lexical, <strong>na</strong> disputa inter<strong>na</strong> da<br />

<strong>gramática</strong> do indivíduo. Não obstante, i<strong>de</strong>ntificam<strong>os</strong> um comportamento particular<br />

<strong>de</strong> amb<strong>os</strong> <strong>os</strong> fatores. N<strong>os</strong> substantiv<strong>os</strong> (e isso vale, em primeiro lugar, para o r-<br />

duplo n<strong>os</strong> falantes <strong>de</strong> Blume<strong>na</strong>u e, <strong>de</strong> maneira men<strong>os</strong> acentuada, para o r-simples<br />

em Blume<strong>na</strong>u e também para amb<strong>os</strong> <strong>os</strong> tip<strong>os</strong> <strong>de</strong> rótico em Lages), há uma<br />

ocorrência maior das variantes mais p<strong>os</strong>teriores. Isto é, ou uma preferência pelas<br />

variantes p<strong>os</strong>teriores propriamente ditas, produzidas <strong>na</strong>s zo<strong>na</strong>s <strong>de</strong> articulação<br />

velar, uvular e glotal; ou são as variantes com o maior esforço do gesto articulatório<br />

em comparação com as outras variantes, men<strong>os</strong> preferidas pel<strong>os</strong> substantiv<strong>os</strong>,<br />

situadas <strong>na</strong> mesma zo<strong>na</strong> <strong>de</strong> articulação. Por exemplo, o tepe e a vibrante alveolar<br />

são realizad<strong>os</strong> <strong>na</strong> mesma zo<strong>na</strong> <strong>de</strong> articulação. Entre essas duas, quando ambas<br />

estão presentes em uma <strong>gramática</strong> <strong>individual</strong> e quando ambas são aplicadas para o<br />

mesmo tipo do rótico, há uma freqüência maior <strong>de</strong> substantiv<strong>os</strong> <strong>na</strong> vibrante e uma<br />

freqüência maior <strong>de</strong> verb<strong>os</strong> ou das <strong>de</strong>mais classes <strong>de</strong> palavra no tepe. Esse exemplo<br />

encontra-se no falante 16 <strong>de</strong> Blume<strong>na</strong>u.<br />

Uma vez que tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> itens mais freqüentes do n<strong>os</strong>so corpus são substantiv<strong>os</strong>, não<br />

há como separar claramente o comportamento d<strong>os</strong> dois fatores. Contudo, se<br />

consi<strong>de</strong>rarm<strong>os</strong> o fato <strong>de</strong> <strong>os</strong> itens mais freqüentes apresentarem o espraiamento por<br />

uma gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> variantes como uma proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses itens, a<br />

diferença, embora leve, entre o item freqüente e o substantivo, em n<strong>os</strong>so corpus,<br />

po<strong>de</strong>ria ser assim resumida: <strong>os</strong> itens apresentam um espraiamento, e <strong>os</strong><br />

substantiv<strong>os</strong> uma tendência para as variantes ou p<strong>os</strong>teriores ou <strong>de</strong> maior esforço<br />

no gesto articulatório.<br />

Em geral, a perquirição <strong>individual</strong>, <strong>na</strong> qual se consi<strong>de</strong>ra cada ocorrência <strong>de</strong> cada<br />

variante, m<strong>os</strong>tra a complexida<strong>de</strong> do fenômeno d<strong>os</strong> rótic<strong>os</strong> <strong>na</strong> fala d<strong>os</strong> indivídu<strong>os</strong><br />

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