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os róticos intervocálicos na gramática individual de

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mistura <strong>de</strong> variantes, <strong>de</strong> modo que somente com uma comparação diacrônica<br />

po<strong>de</strong>r-se-iam i<strong>de</strong>ntificar as formas <strong>de</strong> auto-organização atuantes <strong>na</strong> <strong>gramática</strong> <strong>de</strong><br />

cada falante.<br />

Especialmente para <strong>os</strong> falantes <strong>de</strong> Blume<strong>na</strong>u, o instrumento <strong>de</strong> análise das<br />

<strong>gramática</strong>s apontou para a importância do fator classe <strong>de</strong> palavras, já manifesta,<br />

embora com men<strong>os</strong> saliência, <strong>na</strong> comparação das duas cida<strong>de</strong>s, conforme discutido<br />

no capítulo 6. Como se relacio<strong>na</strong> o comportamento <strong>de</strong>sse fator em n<strong>os</strong>so corpus<br />

com a teoria <strong>de</strong> Bybee (2001 e 2005) A teoria d<strong>os</strong> exemplares prevê, a princípio,<br />

duas proprieda<strong>de</strong>s d<strong>os</strong> itens lexicais mais freqüentes, que são, parcialmente<br />

adversárias e conflitantes. A forma fonética <strong>de</strong>sses itens po<strong>de</strong> ser o <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ador<br />

<strong>de</strong> uma mudança fonética que se espalha a partir <strong>de</strong>sses itens e chega a ser usada<br />

<strong>na</strong> produção <strong>de</strong> outras palavras men<strong>os</strong> freqüentes. Por outro lado, <strong>os</strong> itens lexicais<br />

po<strong>de</strong>m apresentar justamente as formas fonéticas mais resistentes perante<br />

mudanças que atingem <strong>os</strong> <strong>de</strong>mais itens. Vista assim, a teoria <strong>de</strong> exemplares não<br />

afirma nem a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudança, nem a conservação das formas e, sim,<br />

retrata a força d<strong>os</strong> itens lexicais <strong>de</strong>ntro da formatação da <strong>gramática</strong> lexical. Essa<br />

força po<strong>de</strong> atuar numa dupla direção: como inovação e/ou como resistência<br />

Comparando essa visão com a análise d<strong>os</strong> itens lexicais levada a cabo no capitulo<br />

7, vem<strong>os</strong> que há indíci<strong>os</strong>, justamente, para ambas as duas proprieda<strong>de</strong>s. Em<br />

muit<strong>os</strong> cas<strong>os</strong>, especialmente n<strong>os</strong> falantes <strong>de</strong> Blume<strong>na</strong>u, encontram<strong>os</strong> um quadro<br />

com, mais ou men<strong>os</strong>, a seguinte configuração. Para o r-duplo 138, predomi<strong>na</strong>m uma<br />

ou duas variantes, porém, ao mesmo tempo, o falante alter<strong>na</strong> entre até 5 variantes<br />

<strong>na</strong> realização <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> rótico, o que resulta em vári<strong>os</strong> cas<strong>os</strong> <strong>de</strong> formas com 1 a<br />

3 ocorrências ape<strong>na</strong>s. Na maioria d<strong>os</strong> falantes <strong>de</strong> Blume<strong>na</strong>u, o item mais freqüente<br />

ocorre em muit<strong>os</strong> <strong>de</strong>sses cas<strong>os</strong> <strong>de</strong> poucas ocorrências por variante. Ou seja, o<br />

aumento da diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> variantes encontradas <strong>na</strong> fala <strong>de</strong> um só indivíduo está<br />

correlacio<strong>na</strong>do a<strong>os</strong> itens lexicais mais freqüentes <strong>de</strong>sse falante. Mas somente o fato<br />

<strong>de</strong> <strong>os</strong> itens mais freqüentes prepon<strong>de</strong>rarem para variantes pouco usadas <strong>na</strong><br />

<strong>gramática</strong> <strong>de</strong> um indivíduo não basta para concluir algo com respeito às duas<br />

proprieda<strong>de</strong>s. Pela teoria <strong>de</strong> Bybee, esse uso po<strong>de</strong>ria ser tanto uma marca da<br />

resistência <strong>de</strong>sses itens frente a uma tendência às variantes mais usadas <strong>na</strong>s<br />

<strong>de</strong>mais palavras; como se tratar <strong>de</strong> uma inovação <strong>de</strong>ntro da <strong>gramática</strong> <strong>individual</strong>.<br />

138 E <strong>os</strong> itens mais freqüentes em n<strong>os</strong>so corpus são, sem exceção, palavras com o r-duplo.<br />

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