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os róticos intervocálicos na gramática individual de

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mistura parece constituir a norma. A relação numérica entre esses 3 grup<strong>os</strong> <strong>de</strong><br />

informantes <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> d<strong>os</strong> parâmetr<strong>os</strong> <strong>de</strong> avaliação e d<strong>os</strong> métod<strong>os</strong> pel<strong>os</strong> quais<br />

atribuím<strong>os</strong> uma variante a um d<strong>os</strong> dois tip<strong>os</strong> <strong>de</strong> rótico.<br />

Um trabalho <strong>de</strong> <strong>na</strong>tureza fonético-fonológica como este não visa nem comprovar,<br />

nem negar a existência <strong>de</strong> um ou <strong>de</strong> dois fonemas <strong>de</strong> rótico no PB. Como discutido<br />

no capítulo 4, não compartilham<strong>os</strong> do ponto <strong>de</strong> vista estruturalista que concebe a<br />

organização fonológica representada em uma camada abstrata e i<strong>de</strong>al, distante da<br />

fala – fonética – real 136. Para o n<strong>os</strong>so objetivo e com <strong>os</strong> dad<strong>os</strong> avaliad<strong>os</strong> neste<br />

estudo, há uma outra interpretação do âmbito fonético-fonológico, apresentada no<br />

capítulo 4 e que retomam<strong>os</strong> em relação a<strong>os</strong> n<strong>os</strong>s<strong>os</strong> dad<strong>os</strong> <strong>na</strong> seção a seguir. Trata-<br />

se do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> representação mental <strong>de</strong> exemplares <strong>na</strong> <strong>gramática</strong> <strong>individual</strong>,<br />

conforme a prop<strong>os</strong>ta <strong>de</strong> Bybee (2001 e 2005).<br />

8.2 A <strong>gramática</strong> <strong>individual</strong><br />

A metodologia <strong>de</strong> análise das <strong>gramática</strong>s individuais revelou-se um procedimento<br />

mais frutífero para o caso <strong>de</strong> Blume<strong>na</strong>u do que para o caso <strong>de</strong> Lages. Para as<br />

<strong>gramática</strong>s individuais d<strong>os</strong> falantes <strong>de</strong> Blume<strong>na</strong>u apontam<strong>os</strong> certas formas <strong>de</strong><br />

regularida<strong>de</strong> e irregularida<strong>de</strong> <strong>na</strong> distribuição das variantes, especialmente quanto<br />

ao papel da classe <strong>de</strong> palavras e d<strong>os</strong> itens lexicais mais freqüentes. No caso <strong>de</strong><br />

Lages, embora haja mais semelhança entre <strong>os</strong> 10 indivídu<strong>os</strong> nessa cida<strong>de</strong> do que<br />

entre <strong>os</strong> indivídu<strong>os</strong> <strong>de</strong> Blume<strong>na</strong>u, não conseguim<strong>os</strong> estabelecer correlações muito<br />

nítidas que indicassem a organização inter<strong>na</strong> do mapeamento das variantes d<strong>os</strong><br />

falantes. Essa situação <strong>de</strong>ve-se, provavelmente, a dois fatores principais. Primeiro,<br />

levantam<strong>os</strong> somente um número pequeno <strong>de</strong> fatores e dispusem<strong>os</strong> <strong>de</strong> um número<br />

limitado <strong>de</strong> ocorrências 137 por falante. Segundo, também é p<strong>os</strong>sível que a situação<br />

d<strong>os</strong> rótic<strong>os</strong> <strong>na</strong> fala <strong>de</strong> indivídu<strong>os</strong> <strong>de</strong> Lages esteja apontando para uma gran<strong>de</strong><br />

136 Se a<strong>na</strong>lisássem<strong>os</strong> a variação em n<strong>os</strong>s<strong>os</strong> dad<strong>os</strong> em term<strong>os</strong> estruturalistas (lembrando que<br />

concebem<strong>os</strong> o gerativismo como um mo<strong>de</strong>lo estruturalista), não haveria indíci<strong>os</strong> fonétic<strong>os</strong><br />

que apontassem à existência <strong>de</strong> um só fonema subjacente, seja ele o r-simples ou o r-duplo.<br />

Há uma variante, a vibrante alveolar, usada categoricamente para a realização do r-duplo.<br />

N<strong>os</strong> <strong>de</strong>mais cas<strong>os</strong> há predominâncias, isto é, em algumas variantes o r-simples e, em<br />

outras, o r-duplo.<br />

137 Obtivem<strong>os</strong>, em média, 30 a 60 ocorrências do r-duplo em entrevistas <strong>de</strong><br />

aproximadamente 1h <strong>de</strong> duração. Para conseguir um número significantemente maior <strong>de</strong><br />

realizações do r-duplo em um registro <strong>de</strong> fala espontânea e <strong>na</strong>tural, seriam necessárias<br />

várias horas <strong>de</strong> gravação.<br />

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