os róticos intervocálicos na gramática individual de
os róticos intervocálicos na gramática individual de
os róticos intervocálicos na gramática individual de
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
4.4.1 A teoria d<strong>os</strong> exemplares <strong>na</strong> <strong>gramática</strong> <strong>individual</strong><br />
Em Hopper (1987) já vim<strong>os</strong> a prop<strong>os</strong>ta <strong>de</strong> que a realização da fala se assemelha<br />
mais a um processo <strong>de</strong> lembrar-se <strong>de</strong> experiências do que a um processo <strong>de</strong><br />
implementar regras. Na linha <strong>de</strong> Bybee (1998, 2001, 2005), que segue o trabalho <strong>de</strong><br />
Hopper (1987), encontram<strong>os</strong> uma teoria <strong>de</strong> exemplares baseada <strong>na</strong> idéia <strong>de</strong> que o<br />
“conhecimento” da língua, presente no seu uso pelo indivíduo, não é gramatical no<br />
sentido <strong>de</strong> uma estrutura abstrata e sim gravado em forma <strong>de</strong> um amplo conjunto<br />
(categorizado e organizado) <strong>de</strong> enunciad<strong>os</strong>.<br />
[...] the `knowledge´ un<strong>de</strong>rlying the fluent use of language is not grammar in the sense<br />
of abstract structure, but is rather a large store of categorized and sorted previous<br />
utterances which form the basis for the production and comprehension of new<br />
utterances. (BYBEE, 1998:421).<br />
As abordagens da teoria <strong>de</strong> exemplares, como a <strong>de</strong> Bybee, satisfazem um pré-<br />
requisito <strong>de</strong> sistemas complex<strong>os</strong> (WILDGEN, 2005:85), o <strong>de</strong> que <strong>os</strong> domíni<strong>os</strong> do<br />
sistema complexo lingüístico não <strong>de</strong>vem ser compreendid<strong>os</strong> como altamente<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes um do outro, como ocorre n<strong>os</strong> mo<strong>de</strong>l<strong>os</strong> gerativ<strong>os</strong>. Na abordagem <strong>de</strong><br />
Bybee tem<strong>os</strong> a íntima conexão do <strong>de</strong>talhe fonético com a emergência fonológica e,<br />
além do mais, a conexão do domínio fonético-fonológico com o léxico e também com<br />
o gramatical (BYBEE, 2005:22).<br />
A questão da ‘representação’ fonético-fonológica, ou melhor (evitando esse termo,<br />
que está muito proximamente conectado ao mo<strong>de</strong>lo mentalista, e seguindo a<br />
formulação <strong>de</strong> Bybee (1998:421), a questão do ‘conhecimento presente no uso’ é<br />
respondida pela teoria <strong>de</strong> exemplares da seguinte maneira.<br />
105<br />
[...] a Teoria <strong>de</strong> Exemplares assume que a memória <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s<br />
fonéticas é associada a itens léxic<strong>os</strong> individuais. O léxico e a <strong>gramática</strong><br />
expressam graus específic<strong>os</strong> <strong>de</strong> generalizações <strong>de</strong> memórias fonéticas,<br />
mantendo um relacio<strong>na</strong>mento estreito entre si. (CRISTÓFARO-SILVA,<br />
2002:208, grifo da autora).