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os róticos intervocálicos na gramática individual de

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jog<strong>os</strong>. Porém, mesmo com ruído, <strong>os</strong> agentes atingiram um alto número <strong>de</strong> partidas<br />

bem-sucedidas.<br />

G<strong>os</strong>taríam<strong>os</strong> também <strong>de</strong> expor aqui um aspecto discutido pelo autor com bastante<br />

ênfase. Trata-se da questão d<strong>os</strong> traç<strong>os</strong>. De Boer (1997) comenta que o experimento<br />

realizado com o sistema vocálico não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> a priori da existência <strong>de</strong> traç<strong>os</strong><br />

distintiv<strong>os</strong>. Porém, <strong>os</strong> parâmetr<strong>os</strong> utilizad<strong>os</strong> <strong>na</strong> programação d<strong>os</strong> agentes são uma<br />

simplificação <strong>de</strong> um sistema humano <strong>de</strong> traç<strong>os</strong>. De Boer (1997) não é explícito no<br />

que concerne ao conceito <strong>de</strong> fonema. No entanto, <strong>na</strong>s listas d<strong>os</strong> agentes ele se refere<br />

às vogais como “fonemas”, enquanto Wildgen (2005) argumenta que justamente o<br />

tipo <strong>de</strong> experimento como o realizado por De Boer (1997) indica que o conceito <strong>de</strong><br />

fonema não é necessário para explicar e <strong>de</strong>screver a emergência do sistema. Como<br />

esse aparente paradoxo po<strong>de</strong> ser resolvido? Precisam<strong>os</strong> lembrar que <strong>os</strong> agentes <strong>de</strong><br />

De Boer (1997) “comunicam-se” somente através <strong>de</strong> vogais e <strong>de</strong> um si<strong>na</strong>l não-<br />

acústico que fornece o retorno sobre a a<strong>de</strong>quação da imitação do agente imitador<br />

em jogo. Pela lingüística estruturalista, o fonema é <strong>de</strong>finido como a menor unida<strong>de</strong><br />

sonora que po<strong>de</strong> distinguir significad<strong>os</strong>. Como <strong>na</strong> “comunicação” d<strong>os</strong> agentes não<br />

existe um significado transmitido pel<strong>os</strong> sons distinguid<strong>os</strong> pel<strong>os</strong> formantes e como o<br />

único significado comunicativo – o retorno sobre a a<strong>de</strong>quação da imitação – é<br />

transmitido através <strong>de</strong> um si<strong>na</strong>l não-acústico, não estam<strong>os</strong> diante <strong>de</strong> um sistema<br />

<strong>de</strong> fonemas.<br />

De Boer (1997) apresenta um sistema fônico que se correlacio<strong>na</strong> com as idéias <strong>de</strong><br />

auto-organização do sistema complexo exp<strong>os</strong>tas por Wildgen (2005) e que coinci<strong>de</strong> –<br />

em um nível simplificado e <strong>de</strong> inteligência artificial – com o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Boersma<br />

(1998), ainda que <strong>os</strong> agentes <strong>de</strong> De Boer (1997) não disponham <strong>de</strong> um feedback<br />

loop e nem <strong>de</strong> um algoritmo <strong>de</strong> preferência pelas formas cineticamente mais<br />

econômicas, comp<strong>os</strong>tas por men<strong>os</strong> gest<strong>os</strong> articulatóri<strong>os</strong>. Segundo Wildgen<br />

(2005:67), esse tipo <strong>de</strong> experimento m<strong>os</strong>tra como o sistema auto-organizador é<br />

relativamente in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do seu meio contextual que somente se manifesta em<br />

forma <strong>de</strong> ruído. Tal ruído po<strong>de</strong> causar certa inquietação no sistema e exerce um<br />

papel <strong>na</strong> fixação das condições <strong>de</strong>limitadoras da auto-organização. No entanto,<br />

acreditam<strong>os</strong> que o sistema lingüístico humano se encontra envolvido em um meio<br />

muito mais complexo que não po<strong>de</strong>ríam<strong>os</strong> reduzir somente a uma influência <strong>de</strong><br />

ruído externo. Já observam<strong>os</strong> também que a comunicação não se reduz à mera<br />

troca <strong>de</strong> informações e que <strong>os</strong> agentes <strong>de</strong> De Boer (1997) não se comunicam <strong>de</strong><br />

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