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A PRIMEIRA REVISTA ELETRÔNICA BRASILEIRA EXCLUSIVA DE ASTRONOMIA revista macroCOSMO.com Ano I - Edição nº 2 – Janeiro de 2004 Entrevista: Walmir Cardoso Presidente da SBEA Buscando novas FRONTEIRAS O desenvolvimento humano e tecnológico da conquista espacial Plataforma Equatorial para Dobsonianos
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A PRIMEIRA REVISTA ELETRÔNICA BRASILEIRA EXCLUSIVA DE ASTRONOMIA<br />
revista<br />
<strong>macroCOSMO</strong>.<strong>com</strong><br />
Ano I - Edição nº 2 – Janeiro de 2004<br />
Entrevista: Walmir Cardoso<br />
Presidente da SBEA<br />
Buscando novas<br />
FRONTEIRAS<br />
O desenvolvimento humano e<br />
tecnológico da conquista espacial<br />
Plataforma Equatorial<br />
para Dobsonianos
2<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong><br />
Ano I - Edição nº 2 – Janeiro de 2004<br />
Redação<br />
redacao@revista<strong>macroCOSMO</strong>.<strong>com</strong><br />
Diretor Editor Chefe<br />
Hemerson Brandão<br />
hemersonbrandao@yahoo.<strong>com</strong>.br<br />
Revisão<br />
Audemário Prazeres<br />
audemarioprazeres@ig.<strong>com</strong>.br<br />
Roberta Maia<br />
anck_su_namon@bol.<strong>com</strong>.br<br />
WebMaster<br />
Hemerson Brandão<br />
hemersonbrandao@yahoo.<strong>com</strong>.br<br />
Tradutor<br />
William Fernandes<br />
arquibaldo@bol.<strong>com</strong>.br<br />
Redatores<br />
Hélio “Gandhi” Ferrari<br />
gandhiferrari@yahoo.<strong>com</strong>.br<br />
Paulo Monteiro<br />
astronomia@ig.<strong>com</strong>.br<br />
Rosely Grégio<br />
rgregio@uol.<strong>com</strong>.br<br />
Colaboradores<br />
Audemário Prazeres<br />
audemarioprazeres@ig.<strong>com</strong>.br<br />
Paulo Oshikawa<br />
oshikawa@bitti.<strong>com</strong>.br<br />
Pedro Ré<br />
pedro.re@mail.telepac.pt<br />
Roberto Silvestre<br />
silvestre@revista<strong>macroCOSMO</strong>.<strong>com</strong><br />
Ronaldo Garcia<br />
ronaldo@centroastronomico.<strong>com</strong>.br<br />
Divulgação e Publicidade<br />
Lílian Luccas<br />
lilianluccas@hotmail.<strong>com</strong><br />
editorial<br />
Após dois anos planejando seu lançamento, a<br />
<strong>macroCOSMO</strong>, a primeira revista eletrônica brasileira de<br />
astronomia finalmente é lançada.<br />
Brindados <strong>com</strong> uma procura muito maior do que<br />
esperávamos, a primeira edição da revista conquistou mais de<br />
mil acessos, apenas em seu mês de estréia. Elogios e<br />
mensagens de apoio foram muitos! Presente melhor que esse, a<br />
equipe <strong>macroCOSMO</strong> não poderia ter recebido, mas ainda<br />
pretendemos melhorar a cada edição atendendendo a sede de<br />
conhecimento científico dos astrônomos brasileiros.<br />
Até mesmo uma parceria <strong>com</strong> o Boletim Centaurus, da<br />
Fundação CEU em Brotas (SP), já está acertada. Com essa<br />
nova união, pretendemos ampliar de forma “astronômica” a<br />
difusão da mais antiga das ciências.<br />
Atrasada devido às festas de final de ano, a segunda<br />
edição da <strong>macroCOSMO</strong> traz em seu artigo de capa, uma<br />
reflexão sobre os avanços conquistados pelo homem em sua<br />
“breve” aventura pelo espaço.<br />
Uma entrevista exclusiva <strong>com</strong> o presidente da Sociedade<br />
Brasileira para o Ensino de <strong>Astronomia</strong>, o astrônomo Walmir<br />
Cardoso, além de um tutorial de <strong>com</strong>o construir uma plataforma<br />
equatorial para telescópios dobsonianos também são destaques<br />
dessa edição.<br />
Conteúdo e diagramação aprimorada é a nossa<br />
retribuição pelo carinho que todos nos receberam.<br />
todos.<br />
Um feliz 2004 e céus limpos sem poluição luminosa para<br />
Hemerson Brandão<br />
Editor Chefe | Revista <strong>macroCOSMO</strong><br />
hemersonbrandao@revista<strong>macroCOSMO</strong>.<strong>com</strong><br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004
evista <strong>macroCOSMO</strong><br />
redacao@revista<strong>macroCOSMO</strong>.<strong>com</strong><br />
4 macroLEITORES<br />
5 OPINIÃO | A Lua volta ao alvo<br />
6 ENTREVISTA | Walmir Thomazzi Cardoso<br />
11 ASTRONÁUTICA | Buscando novas fronteiras<br />
18 EFEMÉRIDES | Janeiro de 2004<br />
43 MITOS CIENTÍFICOS | De volta às trevas<br />
48 ASTROFOTOGRAFIA | Fotografando o Universo – Parte II<br />
53 OFICINA | Plataforma Equatorial para Dobsonianos<br />
71 PALESTRA | A astronomia e seu <strong>com</strong>eço<br />
75 GUIA DIGITAL | Mapas Celestes<br />
79 AUTORIA<br />
sumário<br />
Capa: Concepção artística de uma missão exploratória na superfície<br />
do pla<strong>net</strong>a Marte. Cortesia da NASA/JPL<br />
© É permitido a reprodução total ou parcial desta revista, para uso pessoal sem fins lucrativos.<br />
A <strong>macroCOSMO</strong> não se responsabiliza pelas opiniões vertidas pelos nossos colaboradores.<br />
Versão distribuída gratuitamente na versão PDF em<br />
www.revista<strong>macroCOSMO</strong>.<strong>com</strong><br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 3
4<br />
macroLEITORES<br />
Enquanto a astronáutica brasileira viveu<br />
em 2003 o indesejável tempo em que "A Bruxa<br />
está solta" (Alcântara/MA), acho que a<br />
<strong>Astronomia</strong> Brasileira deu um grande salto este<br />
ano, principalmente através da iniciativa e da<br />
ajuda dos amadores, além da sempre sólida<br />
<strong>com</strong>petência dos profissionais.<br />
A proeza de Daminelli <strong>com</strong> a monstruosa<br />
estrela Eta Carinae, a transmissão pelo rádio de<br />
Sobral (CE) e Ouro Preto (MG) do eclipse de<br />
novembro, para vários municípios de seus<br />
respectivos Estados, atitude esta pioneira e que<br />
será repetida muitas e muitas vezes, e agora o<br />
"serviço de parto" de duas revistas brasileiras de<br />
astronomia coloca o ano de 2003 na condição de<br />
"se tentar melhorar estraga"<br />
Saulo M. Filho, Sobral (CE)<br />
A revista está realmente supimpa,<br />
um filet mignon para os amantes da<br />
astronomia! Gostei muito da qualidade do<br />
texto, do enfoque dos assuntos e da<br />
linguagem <strong>com</strong> que foram expostos.<br />
Olha, o Brasil estava precisando<br />
mesmo de uma publicação destas... E<br />
ainda precisa de muito mais, não e<br />
mesmo?! Pois, é, tenho consciência que<br />
faço parte da próxima geração da<br />
astronomia amadora e quero contribuir<br />
muito para seu desenvolvimento no Brasil.<br />
Por isso, essa revista veio <strong>com</strong>o um jato<br />
propulsor para estimular meus planos.<br />
Muito obrigado por esse belíssimo<br />
presente!<br />
Lima Ivan, Londrina (PR)<br />
Entre em contato <strong>com</strong> a <strong>macroCOSMO</strong>:<br />
macroLEITORES@revista<strong>macroCOSMO</strong>.<strong>com</strong><br />
Inclua nome endereço e telefone. Os e-mails poderão ser<br />
editados para publicação.<br />
www.revista<strong>macroCOSMO</strong>.<strong>com</strong><br />
Ano I – Edição nº 01 – Dezembro de 2003<br />
ERRATA<br />
Na pagina 2 (Edição nº 1 – Ano I),<br />
na lista de redatores da revista, o<br />
sobrenome correto, seria Hélio Ferrari e<br />
não Hélio Ferreira <strong>com</strong>o foi publicado.<br />
Na página 22 (Edição nº 1 – Ano I),<br />
o verdadeiro e-mail do autor Roberto<br />
Silvestre seria:<br />
silvestre@revista<strong>macroCOSMO</strong>.<strong>com</strong><br />
Na pagina 27 (Edição nº 1 – Ano I)<br />
O correto seria: Segunda-feira, 22 de<br />
Dezembro : O solstício de Inverno para o<br />
Hemisfério Norte <strong>com</strong>eça às 07:04 TU.<br />
Para o Hemisfério Sul é o Solstício de<br />
Verão. Nesse momento o Sol passa pelo<br />
Trópico de Capricórnio e NÃO pelo<br />
Equador da Terra dirigindo-se para o<br />
Hemisfério Austral<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004
OPINIÃO<br />
Com o sucesso do programa espacial<br />
Chinês, uma nova corrida espacial surge.<br />
Autoridades chinesas e indianas se tornam<br />
rivais na busca pelo espaço e lançam o desafio<br />
de qual nação chegará primeiro na Lua.<br />
Durante a década de 60 e 70, em meio<br />
à Guerra Fria, os Estados Unidos e a então<br />
União Soviética disputavam a soberania do<br />
espaço. Durante boa parte do que ficou<br />
conhecida <strong>com</strong>o “corrida espacial”, os<br />
Soviéticos mantiveram-se pioneiros, <strong>com</strong>o a<br />
colocação em órbita do primeiro satélite<br />
artificial, o primeiro ser vivo e o primeiro homem<br />
no espaço. Também foram os primeiros a<br />
fotografar o lado oculto da Lua e a pousar um<br />
veículo explorador em sua superfície. Só não<br />
foram os primeiros a alcançar a Lua <strong>com</strong> uma<br />
missão tripulada, pois estavam interessados na<br />
implantação de estações espaciais orbitais,<br />
deixando o caminho livre para os americanos.<br />
Abandonada desde 1972, a Lua foi<br />
visitada por 12 astronautas em seis missões do<br />
Programa Apollo. Como a conquista da Lua era<br />
apenas um objetivo político, os americanos não<br />
concordavam em manter um programa tão caro,<br />
em prol da pesquisa científica..<br />
Com o anúncio dos interesses da China<br />
em alcançar a Lua ainda nessa década, através<br />
de sondas espaciais, os Estados Unidos já<br />
estão organizando uma força tarefa para que a<br />
NASA chegue antes da nação oriental e<br />
estabelecer a tão esperada base selenita,<br />
iniciando assim a colonização da Lua.<br />
A LUA VOLTA AO<br />
ALVO<br />
Hemerson Brandão | Revista <strong>macroCOSMO</strong><br />
O novo plano espacial americano para<br />
2004 poderia catapultar a baixa popularidade<br />
do presidente George W. Bush nas futuras<br />
eleições presidenciais.<br />
Não me espantaria se a Rússia<br />
entrasse também na <strong>com</strong>petição, assim <strong>com</strong>o a<br />
ESA da Europa e a NASDA do Japão. A União<br />
Européia mantém o projeto de um novo ônibus<br />
espacial conhecido <strong>com</strong>o Hermes, mas<br />
continua engavetado ha duas décadas. O<br />
Japão testa seu foguete lançador para futuras<br />
missões tripuladas.<br />
A China pretende colocar um sonda em<br />
órbita da Lua até 2006 e uma missão tripulada<br />
até 2020. A Índia, mais modesta, marcou para<br />
2008 o envio de sondas lunares.<br />
Particularmente acredito que uma<br />
segunda corrida espacial não poderia chegar<br />
em melhor hora. Com o acidente do ônibus<br />
espacial Columbia, no início do ano passado e<br />
os cortes no orçamento do Programa Espacial<br />
Russo, isso só vêm propulsionar a conquista do<br />
espaço. É claro que isso só deve ocorrer<br />
através da cautela, para que não ocorra o<br />
mesmo <strong>com</strong> os astronautas da primeira disputa<br />
espacial, morrendo em acidentes que poderiam<br />
ter sido evitados, na busca única pela<br />
vanguarda espacial.<br />
Uma cooperação internacional seria<br />
mais lucrativa econômica e cientificamente,<br />
mas <strong>com</strong>o esse povo só pensa em rivalidade,<br />
eles que são estrangeiros que se entendam! ∞<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 5
6<br />
ENTREVISTA<br />
ERA UMA VEZ, HÁ MUITO TEMPO ATRÁS E...<br />
Foi desta maneira que o físico e astrônomo<br />
Walmir Thomazzi Cardoso cativou o público que estava<br />
presente na abertura da 1ª Semana Cientifica Cultural do<br />
Curso de Pedagogia: Gestão e Tecnologia Educacional da<br />
Uniminas em Uberlândia (MG).<br />
Walmir Cardoso é um grande difusor da ciência<br />
em nosso país, de uma maneira extremamente cativante<br />
ao apresentar o céu, através dos mitos que fazem parte da<br />
cultura dos povos.<br />
Foi <strong>com</strong> uma enorme simpatia que o professor,<br />
numa tarde chuvosa, concedeu esta entrevista exclusiva<br />
para Hélio “Gandhi” Ferrari, redator da <strong>macroCOSMO</strong>,<br />
onde fala sobre seus projetos e suas opiniões sobre<br />
ciência e tecnologia. Walmir Thomazzi Cardoso<br />
<strong>macroCOSMO</strong>: Boa tarde prof. Walmir<br />
Walmir: Tudo bom, Gandhi?<br />
<strong>macroCOSMO</strong>: Gostaria de fazer algumas<br />
perguntas. Sobre essa iniciativa nova que<br />
estamos realizando <strong>com</strong> a <strong>macroCOSMO</strong>, nos<br />
lançando na divulgação cientifica, o que o Sr.<br />
acha hoje da questão da difusão cientifica no<br />
Brasil e no Mundo?<br />
Walmir: Bom, em primeiro lugar gostaria de<br />
agradecer bastante a possibilidade de falar<br />
para a <strong>macroCOSMO</strong>. É uma iniciativa<br />
excelente, <strong>com</strong>o todas as iniciativas ligadas à<br />
divulgação e a difusão cientifica são. Eu penso<br />
que de uns 15 anos para cá o que aconteceu<br />
no Brasil e isso e um fenômeno mundial, a<br />
ciência esta saindo de dentro da academia.<br />
Antigamente a ciência era uma coisa só<br />
praticada dentro da academia e a divulgação<br />
cientifica era chamada, principalmente aqui no<br />
Brasil de "vulgarização cientifica". Essa palavra<br />
"vulgarização" estava associada a um termo<br />
francês cujo significado na Franca é<br />
divulgação. Eu não gosto nem da palavra<br />
vulgarização nem de divulgação, porque tanto<br />
uma <strong>com</strong>o outra tem o sentido de "tornar<br />
conhecido para o vulgo" ou seja, aquele que<br />
não tem conhecimento nenhum da ciência. Isso<br />
não é bem verdade. As pessoas têm um<br />
conhecimento sobre ciência que pode não ser<br />
um conhecimento perfeito e formal, mas é um<br />
conhecimento científico. Eu gosto muito da<br />
palavra difusão, eu sempre uso essa palavra,<br />
porque difusão e uma força que vai do meio<br />
mais concentrado para o menos concentrado.<br />
Então eu acho mais interessante ter uma<br />
concentração de trabalhos e conhecimentos<br />
que estão sendo desenvolvidos num lugar e<br />
isso <strong>com</strong>eça a se espalhar para outros lugares<br />
onde não há tanta concentração. E isso que eu<br />
penso que tenha acontecidos nestes últimos<br />
anos.<br />
<strong>macroCOSMO</strong>: Talvez por influência desta<br />
nova mídia que é a Inter<strong>net</strong> ou tem aumentado<br />
a literatura na área?<br />
Walmir: A Inter<strong>net</strong> ajudou bastante, mas eu<br />
acho que houve iniciativas aqui no Brasil,<br />
particularmente que foram muito positivas. Por<br />
exemplo: <strong>com</strong>eçaram a ser publicados livros<br />
sobre astronomia, a difusão cientifica e isso daí<br />
‘As pessoas têm um conhecimento sobre<br />
ciência, que pode não ser um conhecimento perfeito e<br />
formal mas é um conhecimento científico!’<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004
ENTREVISTA<br />
<strong>com</strong>eçou a ajudar bastante. Outra coisa, sem<br />
sombra de duvida, é a possibilidade de ir para<br />
os meios de <strong>com</strong>unicação: rádio, televisão, etc.<br />
Neste sentido eu tive uma sorte imensa porque<br />
eu fiz uma serie de programas de astronomia e<br />
realmente, acho que foi um marco importante<br />
para abrir possibilidades para outras pessoas. O<br />
prof. Mourão no Rio de Janeiro publicou mais<br />
de 60 livros voltados para a difusão cientifica..<br />
<strong>macroCOSMO</strong>: O anuário dele é um bestseller...<br />
Walmir: O anuário é vendido a rodo e é claro<br />
a Inter<strong>net</strong> é um meio de <strong>com</strong>unicação bastante<br />
democrático, contanto que você tenha acesso a<br />
ela. Ainda não e um meio que chega a todo o<br />
Brasil, mas ao poucos ela vai chegando.<br />
Gandhi: o Sr. acredita que as sociedades têm<br />
contribuído para isso? Por exemplo, há uma<br />
organização de vários segmentos da ciência,<br />
cada uma se agrupando em torno de seu nicho,<br />
vamos assim dizer. Temos as sociedades<br />
brasileiras de física, a sociedade brasileira de<br />
a sociedade brasileira de<br />
astronomia, a sociedade<br />
brasileira de ensino de<br />
astronomia, da qual o Sr. é o<br />
presidente, os grupos de<br />
pesquisa de ensino de química,<br />
o GREF entre outros...<br />
Walmir: Sim, mas este é um fenômeno<br />
curioso. Os pesquisadores há muito tempo eles<br />
não tinham o menor interesse de fazer<br />
divulgação e nem difusão do seu conhecimento.<br />
Isso acontecia por dois motivos essencialmente:<br />
não havia investimentos na área e portanto eles<br />
não tinham muito interesse em fazer e segundo<br />
havia um mito que ainda existe dentro da<br />
universidade de que se o professor se dedica a<br />
fazer difusão ele não vai fazer pesquisa, então<br />
se ele esta <strong>com</strong> tempo livre para fazer<br />
divulgação ou difusão cientifica isso significa<br />
que ele esta publicando menos, ou seja, ele tem<br />
uma produção cientifica menor. Esse mito foi<br />
quebrado por vários pesquisadores que fazem<br />
pesquisa serias, profundas em suas áreas de<br />
conhecimento e fazem difusão <strong>com</strong>o é o caso<br />
do prof. Roberto Boscko, em São Paulo. Uma<br />
outra coisa foi que <strong>com</strong>eçaram a aparecer os<br />
investimentos em educação e em difusão<br />
cientifica. Começaram a aparecer linhas de<br />
créditos governamentais para a criação de<br />
museus de ciências de centros de difusão<br />
‘A ciência precisa<br />
deixar de ser chata!’<br />
cientifica etc. e aí os pesquisadores<br />
<strong>com</strong>eçaram a se interessar, porque havia<br />
recursos.<br />
<strong>macroCOSMO</strong>: Falando sobre a questão da<br />
ciência nas escolas, <strong>com</strong>o você qualifica o<br />
ensino de ciências nas escolas de ensino<br />
fundamental e médio?<br />
Walmir: Isso varia muito de lugar para lugar e<br />
de escola para escola. Eu tenho andado<br />
bastante o Brasil e tenho ido a muitas escolas.<br />
Hoje em dia em faço uma consultoria para<br />
UNESCO, para o Ministério da Educação e da<br />
Cultura e acho que tem uma coisa que me<br />
chama muito a atenção. Quando os<br />
professores são bem formados e quando os<br />
professores têm interesse em fazerem difusão<br />
cientifica e ensinar ciências aos estudantes,<br />
obviamente <strong>com</strong>eçam a se interessar. Então<br />
não é a escola, não são as condições. Eu fui<br />
para o meio do sertão do Xique-Xique e<br />
encontrei um professor fazendo experimentos<br />
bárbaros, básicos da área cientifica, <strong>com</strong><br />
astronomia, usando conhecimento astronômico.<br />
Então não se trata claramente<br />
de recurso econômicos, é claro<br />
que ajuda, mas de capacitação e<br />
formação de professores. Então<br />
hoje, se eu tivesse no bolso 1<br />
real para investir, investira 98<br />
centavos na capacitação e o<br />
resto em outras coisas...<br />
<strong>macroCOSMO</strong>: Então <strong>com</strong>o venceríamos o<br />
fantasma do chamado "analfabetismo<br />
cientifico"? Uma dentre outras formas de<br />
analfabetismo que temos <strong>com</strong>o o analfabetismo<br />
digital, o analfabetismo funcional...<br />
Walmir: A ciência precisa deixar de ser chata.<br />
As pessoas falam da ciência de uma maneira<br />
difícil, porque isso valoriza a imagem delas.<br />
Valoriza a imagem do conhecimento que elas<br />
detém e isso é um problema, porque vias de<br />
regra, as pessoas utilizam conceitos mais<br />
<strong>com</strong>plicados, <strong>com</strong>o se elas estivessem se<br />
aproximando mais do rigor, mas muitas das<br />
vezes quando você vai analisar rigorosamente<br />
um conceito, você verá que ele esta par e par<br />
de outras aproximações que são feitas muitos<br />
próximas do senso <strong>com</strong>um. Eu diria que a<br />
gente tem que aproveitar o conhecimento que<br />
as pessoas tem. Esse "analfabetismo" ele tem<br />
que ser bem pensado entre aspas porque não<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 7
8<br />
ENTREVISTA<br />
é só calculando a posição do pla<strong>net</strong>a que a<br />
pessoa sabe astronomia. Eu conheço inúmeros<br />
bons, excelentes pesquisadores que estudam a<br />
galáxia NGC alguma coisa e não sabem achar a<br />
direção..<br />
<strong>macroCOSMO</strong>: Não sabem achar o cruzeiro<br />
do sul...<br />
Walmir: Exatamente.Também é analfabetismo.<br />
Então são pesquisadores hiperespecializados,<br />
mas são analfabetos nas bases do<br />
conhecimento cientifico. Então <strong>com</strong>o que essa<br />
pessoas vão poder dizer que o que uma pessoa<br />
<strong>com</strong>um, que não se dedica à pesquisa<br />
cientifica, deve saber minimamente de ciência?<br />
Eu acho que isso é uma discussão que esta<br />
sendo feita e vai continuar sendo feita. Acho<br />
que a gente deve falar sobretudo de uma<br />
maneira simples utilizando os conhecimentos<br />
que as pessoas tem. Eu já falei, <strong>com</strong>o a<br />
palestra que eu vou dar esta noite em<br />
Uberlândia, já fiz para assentados do<br />
movimento dos sem-terra em Uberaba (MG)<br />
que vieram lá do Paranapanema para<br />
assistirem uma palestra e um curso. Tudo bem,<br />
mas era uma palestra para pessoas que não<br />
tinham realmente um conhecimento cientifico<br />
formal, mas elas tinham um conhecimento<br />
cientifico. Elas eram alfabetizadas, mas elas<br />
eram alfabetizadas numa língua que nos não<br />
conhecíamos. Como eu acho que o<br />
pesquisador, por ele ter uma melhor mobilidade<br />
lingüística e cultural, ele tem que quase por<br />
obrigação de falar varias línguas, varias<br />
linguagens. Ele precisa aprender a linguagem<br />
destas pessoas para poder se <strong>com</strong>unicar <strong>com</strong><br />
elas.<br />
<strong>macroCOSMO</strong>: Poderíamos dizer que ele<br />
precisa dar significado para essas pessoas.<br />
Walmir: Exatamente.<br />
Gandhi: Não adianta falar em quantização da<br />
matéria se...<br />
Walmir: Eu gosto muito do Paulo Freire que<br />
vocês seguem diretamente aqui, exatamente<br />
por essa posição freirista, em não tentar<br />
entortar o conhecimento de uma pessoa para<br />
ela se transformar numa outra pessoa. Valorizar<br />
o conhecimento que ela tem é associar mais<br />
conhecimento ainda, mostrando que o<br />
conhecimento é uma grande aventura. Isso é<br />
uma coisa importante para gente, mostrar que<br />
o conhecimento humano é uma grande<br />
maravilha, uma espetacular aventura, <strong>com</strong>o se<br />
fosse um belíssimo livro de ficção que você lê e<br />
vai se apaixonando pelos personagens dele.<br />
<strong>macroCOSMO</strong>: Na sua opinião qual a<br />
importância da gente ter cientistas formados no<br />
Brasil.<br />
Walmir: Eu acho assim... o Brasil e um país<br />
que produz modestamente ciência, mas<br />
recentemente...<br />
<strong>macroCOSMO</strong>: O Feynmann na década de<br />
50 ou 60 disse que não fazíamos nada de<br />
ciência.<br />
Walmir: Para ser bondoso eu vou dizer que<br />
somos modestos. Bondoso porque o Brasil tem<br />
ilhas de observação, de trabalhos, de produção<br />
cientifica, ilhas de excelência <strong>com</strong>o eles<br />
chamam que são extraordinárias, que fazem<br />
trabalhos de ponta, mas são ilhas. O restante<br />
do território não esta imerso dentro desta<br />
produção. Eu sempre penso assim, tem<br />
melhorado porque quando eu <strong>com</strong>ecei a<br />
trabalhar <strong>com</strong> divulgação ou difusão cientifica,<br />
quando <strong>com</strong>ecei a trabalhar <strong>com</strong> ensino de<br />
astronomia, as pessoas diziam para mim "você<br />
vai morrer de fome" , " você não deve seguir<br />
este caminho" etc. Olha, muitas dessas<br />
pessoas hoje estão desempregadas<br />
atualmente...<br />
<strong>macroCOSMO</strong>: O Sagan (Carl) foi crucificado<br />
em seu próprio meio por causa disso.<br />
Walmir: No caso dele, principalmente por<br />
causa desta tensão entre a chamada pesquisa<br />
cientifica e o trabalho amador, que é um outro<br />
ponto que eu sempre brigo muito. Eu sou um<br />
pouco brigão <strong>com</strong> os pesquisadores porque<br />
eles usam a palavra “amador”. A palavra<br />
amador, ela tem uma conotação pejorativa<br />
muitas vezes. Eu sei que muitos pesquisadores<br />
não usam esta palavra <strong>com</strong> esta conotação,<br />
mas amador é aquele que faz um trabalho<br />
amadorístico e não aquele que ama. Eu penso<br />
que amadores deviam ser todos, quer dizer<br />
pesquisadores, pessoas que trabalham <strong>com</strong><br />
difusão, pessoas que são "analfabetas<br />
cientificamente" mas que gostam de ciência e<br />
querem aprender. Todos são amadores mas a<br />
gente estava falando sobre os pesquisadores<br />
formados no país... É claro que é importante<br />
formar gente capaz, não tenha duvida , mas<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004
ENTREVISTA<br />
‘O Brasil precisa continuar a investir na criação e<br />
manutenção de astronautas brasileiros’<br />
também é importante sair daqui para ir a outros<br />
lugares, aprender e voltar para cá e aqui<br />
eventualmente encontrar as condições que hoje<br />
em dia não existem.<br />
Cansei de ver isso, desde que eu era<br />
estudante até virar professor universitário e<br />
pesquisador. Você olha e vê excelentes<br />
cabeças sendo formadas no Brasil e sendo<br />
enviadas para países centrais que investem em<br />
ciência e tecnologia e o Brasil fica sem essas<br />
cabeças e sem possibilidade de continuidade de<br />
projetos que estão em andamento.<br />
Acho isso triste, acho importante que se<br />
forme. Sou favorável à mestiçagem, a todas as<br />
mestiçagens, principalmente a mestiçagem<br />
cultural, porque ela permite que você possa<br />
independente de cruzar seu gene, cruzar as<br />
culturas, então isso permite que você tenha<br />
uma idéia pla<strong>net</strong>ária, o que acho que essa é a<br />
grande contribuição do ensino da astronomia, a<br />
idéia de que a gente vive num pla<strong>net</strong>a. É a<br />
consciência de que esse pla<strong>net</strong>a é único, que<br />
esse pla<strong>net</strong>a não pode ser destruído e de que<br />
mesmo que fique tudo escuro muitas vezes, é<br />
importante que fique escuro para que possamos<br />
ver as estrelas...<br />
Uma das grandes iniciativas que o<br />
Brasil precisa continuar investindo é na criação<br />
e manutenção de astronautas. A gente tem um<br />
astronauta hoje que o Marcos Cesar Pontes,<br />
alias quero falar uma coisa muito legal pra<br />
<strong>macroCOSMO</strong>: Eu e o Marcos estamos<br />
produzindo uma série de 28 programas de<br />
televisão. Um astrônomo e um astronauta juntos<br />
Ele tem ficado muito tempo em Houston, mas<br />
quando ele vem para o Brasil, nós nos<br />
encontramos e agora estamos numa etapa de<br />
captação de recursos. É uma etapa difícil,<br />
porque os textos básicos os roteiros, já estão<br />
sendo produzidos rapidamente e espero que<br />
daqui uns 3 ou 4 meses estejamos colocando o<br />
primeiro programa no ar. A produção é da<br />
Larutia, uma empresa de produção<br />
cinematográfica e vídeo em São Paulo, mas ela<br />
certamente vai ser uma co-produção. A gente<br />
esta tentando envolver o Senado<br />
essencialmente por causa da captação de<br />
recursos, a UNESCO e a iniciativa privada,<br />
Petrobras, Embraer...essas empresas .<br />
Sem falar no grande prazer de trabalhar<br />
<strong>com</strong> o Marcos , que e uma figura extraordinária,<br />
e um cara inteligentíssimo. O Brasil fez uma<br />
escolha fora de serie. Realmente penso que as<br />
pessoas devam se manifestar para que o<br />
astronauta brasileiro seja mantido na NASA e<br />
para que continue no projeto da estação<br />
espacial internacional.<br />
<strong>macroCOSMO</strong>: Por falar em iniciativas, o<br />
Audemário Prazeres, lá de Recife, pergunta<br />
<strong>com</strong>o fazer para captar recursos para projetos<br />
educacionais que Sociedade Astronômica do<br />
Recife esta desenvolvendo?<br />
Walmir: Audemário um grande abraço a você,<br />
que também é um dos grandes batalhadores da<br />
astronomia no Brasil. Eu diria o seguinte, a<br />
SBEA também tem os mesmos professores<br />
que você. Eu tento me aproximar das<br />
secretarias estaduais e municipais de<br />
educação. Existem algumas linhas de crédito<br />
que estão ligadas <strong>com</strong> as Secretarias<br />
Estaduais e <strong>com</strong> Secretarias de Ensino Médio e<br />
Tecnológico e a Secretaria de Ensino Distancia<br />
no MEC. Eu diria para o Audemário que em<br />
primeiro lugar, ele tem que produzir parte do<br />
projeto. A primeira parte vai ser mesmo <strong>com</strong><br />
amor, a <strong>com</strong>bustível individual e depois disso<br />
você documenta muito bem esse material.<br />
Fotos, depoimentos, teste <strong>com</strong> professores,<br />
alunos, vídeos... juntar essa documentação<br />
enviar para a Secretaria de Ensino Médio e<br />
Tecnológico do MEC , Secretaria do Ensino<br />
Fundamental e Secretarias Estaduais<br />
mostrando qual o trabalho que você esta<br />
fazendo e tentando estabelecer uma parceria.<br />
É assim que esta gente esta tentando<br />
sobreviver nestes tempos difíceis.<br />
<strong>macroCOSMO</strong>: Para gente encerrar, uma<br />
mensagem final para esta nossa iniciativa que<br />
estamos realizando <strong>com</strong> a <strong>macroCOSMO</strong>.<br />
Walmir: Eu já disse a iniciativa é maravilhosa.<br />
Eu acho que as dificuldades que a gente tem<br />
são muito grandes, nós somos realmente um<br />
bando de pessoas sonhadoras que acreditam<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 9
10<br />
ENTREVISTA<br />
muito naquilo que fazem. Acreditamos na<br />
transformação que estão operando no mundo,<br />
mas se não fossem essas pessoas hoje em dia<br />
um número maior de pessoas no Brasil não<br />
saberiam ou saberiam menos sobre ciência.<br />
Acho que todas as iniciativas que puderem ser<br />
feitas no sentido de difundir e no sentido de<br />
fazerem as pessoas aprenderem não somente<br />
astronomia, mas sobre a ciência de um modo<br />
geral. Todas essas iniciativas são excelentes,<br />
são maravilhosas, então a iniciativa desta<br />
revista eletrônica é uma iniciativa que eu<br />
considero que se existissem pelo menos umas<br />
seis ou sete revistas <strong>com</strong>o essa, coisa que<br />
espero que existam em pouco tempo, a gente<br />
vai aos pouquinhos chegando nas pessoas.<br />
Quanto mais programas de rádio, televisão<br />
puderem ter, mais eventos astronômicos que<br />
pudermos colocar telescópios na rua e mostrar<br />
para as pessoas, é melhor, porque a gente não<br />
sabe, é um efeito caótico. A gente mudando um<br />
pequeno grãozinho aqui, poderá causar um<br />
efeito extraordinário.<br />
É sempre muito difícil, não desistam,<br />
parabéns, parabéns mesmo pela iniciativa e<br />
muito obrigado pela oportunidade de inaugurala<br />
<strong>com</strong> vocês. Estamos aí sempre que vocês<br />
quiserem e o endereço da SBEA – Sociedade<br />
Brasileira para o Ensino da <strong>Astronomia</strong>:<br />
www.sbeastro.org. Entrem lá, escrevam,<br />
contribuam. Muito obrigado!<br />
<strong>macroCOSMO</strong>: Muito obrigado prof. Walmir. ∞<br />
Página da SBEA<br />
Gandhi Ferrari é engenheiro eletricista, especialista em Física e em Educação para a Ciência.<br />
Atualmente é professor de Tecnologias de Informação e Comunicação no curso de Pedagogia:<br />
Gestão e Tecnologia Educacional em Uberlândia/MG e redator da revista <strong>macroCOSMO</strong>.<br />
E-mail: gandhiferrari@yahoo.<strong>com</strong>.br<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004
© NASA<br />
ASTRONÁUTICA<br />
Buscando Novas<br />
FRONTEIRAS<br />
O DESENVOLVIMENTO HUMANO E TECNOLÓGICO DA CONQUISTA DO ESPAÇO<br />
R onaldo Garcia | Boletim Centaurus<br />
O céu profundo e escuro sempre fascinou o homem desde<br />
a Antigüidade. À medida que a História do homem avançava <strong>com</strong> a<br />
sua tecnologia, foi ficando cada vez mais claro que descobrir o<br />
que nos rodeava era apenas uma questão de tempo. Somam-se a<br />
isso, as antigas disputas territoriais, que de uma maneira ou de<br />
outra, sempre contribuíram para o progresso de uma nação em<br />
relação às outras. Pensava-se antes que, quem dominasse os<br />
mares dominaria a Terra; depois quem dominasse os ares,<br />
conquistaria também a Terra. De modo que, inevitavelmente...<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 11
12<br />
ASTRONÁUTICA<br />
Concepção artística do primeiro<br />
encontro entre a nave americana<br />
Apollo, <strong>com</strong> a russa Soyuz<br />
Depois que o homem pisou na<br />
superfície da Lua pela primeira vez, em 20 de<br />
Julho de 1969, o céu acabou ficando pequeno.<br />
Nunca antes o ser humano tinha ido tão longe<br />
de casa quanto nesse dia. Realmente, um<br />
grande passo para a humanidade foi dado<br />
nessa época. A partir daquele momento, a raça<br />
humana entrou para o clube - que nem sequer<br />
sabemos se existe - das raças interpla<strong>net</strong>árias.<br />
Finalmente, saímos do nosso berço.<br />
Mas ir para a Lua não é nada. O nosso<br />
Sistema Solar <strong>com</strong>preende nove pla<strong>net</strong>as,<br />
centenas de luas, <strong>com</strong>etas e milhares de<br />
asteróides, o que nos impõe mais um delicado<br />
problema: para onde ir agora? Marte tornou-se<br />
o que é chamado no jargão astronáutico de "o<br />
próximo passo lógico" e não poderia deixar de<br />
sê-lo. Vênus é o pla<strong>net</strong>a mais próximo da<br />
Terra, mas as condições que reinam na sua<br />
superfície são totalmente desagradáveis. Já<br />
Marte, o segundo pla<strong>net</strong>a mais próximo de nós,<br />
tem uma série de condições - atmosféricas<br />
principalmente - que parecem até convidativas.<br />
Mas, para ir a Marte, seria necessário um outro<br />
desenvolvimento tecnológico e, pela primeira<br />
vez, um desenvolvimento humano no espaço<br />
<strong>com</strong>o não tinha acontecido até então.<br />
Na época das naves Apollo que foram<br />
para a Lua, o espaço interno das naves era<br />
muito pequeno e apertado para que os<br />
astronautas pudessem desenvolver qualquer<br />
tipo de pesquisa ou mesmo ter um certo<br />
conforto. Mesmo antes, <strong>com</strong> as naves norteamericanas<br />
Mercury e Gemini e as soviéticas<br />
Vostok e Voskhod, as dependências não eram<br />
agradáveis: eram apenas cubículos onde os<br />
astronautas ficavam durante praticamente todo<br />
o vôo. A viagem para a Lua, incluindo ir, ficar e<br />
voltar demora, em média uma semana,<br />
dependendo do tempo de permanência na<br />
superfície da Lua. Já uma viagem a Marte é<br />
algo muito mais <strong>com</strong>plexo. A viagem de ida<br />
demora em torno de seis meses, mais um ano<br />
e meio na superfície e mais seis meses para<br />
voltar. Total: dois anos e meio!<br />
Até o <strong>com</strong>eço da década de 70,<br />
ninguém tinha ficado mais que 14 dias no<br />
espaço, façanha realizada pelos astronautas<br />
Jim Lovell - que voaria depois na famosa Apollo<br />
13 - e Frank Borman, numa das naves da série<br />
Gemini. Depois que os soviéticos "perderam" a<br />
corrida para a Lua, algumas "línguas" disseram<br />
que eles agora queriam ir a Marte e sabiam<br />
que não seria fácil. Tal afirmação nunca<br />
chegou a ser totalmente confirmada, mas o fato<br />
é que os soviéticos, em abril de 1971, lançaram<br />
a primeira estação espacial em órbita da Terra,<br />
a Salyut 1, tripulada por Dobrovolski, Volkov e<br />
Patsayev, permanecendo em órbita por 22<br />
dias.<br />
A Salyut 1 era um cilindro <strong>com</strong> 15,8<br />
metros de <strong>com</strong>primento por 4,15 metros de<br />
largura e dentro havia um tocador de fitas<br />
cassete, uma "mesa" para refeições, uma<br />
pequena biblioteca <strong>com</strong> alguns livros e, pela<br />
primeira vez, os cosmonautas - <strong>com</strong>o são até<br />
hoje chamados os "astronautas" russos -<br />
podiam dormir em pé! Parece estranho "dormir<br />
em pé", mas o fato era que havia um lugar<br />
reservado para as "camas" e estas eram<br />
presas às paredes da estação. Como no<br />
espaço nem é possível definir "em cima" ou<br />
"em baixo", não importa o jeito que você<br />
durma!<br />
Infelizmente, depois de 22 dias no<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004
ASTRONÁUTICA<br />
espaço a tripulação da Salyut 1 morreu durante<br />
a descida, devido a uma falha na pressurização<br />
da nave que os traria de volta. A Salyut 1 caiu,<br />
o que estava totalmente previsto e sem<br />
ninguém a bordo, no dia 11 de outubro de<br />
1971, permanecendo seis meses no espaço.<br />
Existiram várias estações Salyut.<br />
Descontando as que falharam no lançamento<br />
As Salyuts 6 e 7 eram a segunda geração de<br />
estações espaciais. As primeiras versões da<br />
Salyuts tinham apenas uma porta de docagem,<br />
ou seja, para entrar e sair da estação, só por<br />
um lado. Já <strong>com</strong> a 6 e 7 existiam duas portas,<br />
possibilitando que duas tripulações visitassem<br />
a estação ao mesmo tempo e <strong>com</strong> naves<br />
diferentes.<br />
Para ter uma idéia da evolução desse<br />
novo tipo de artefato espacial, a Salyut 7 subiu<br />
em abril de 1982 e foi desativada em junho de<br />
1986. Nesses quatro anos de uso, muitas<br />
experiências médicas, astronômicas, físicas e<br />
químicas foram realizadas. A Salyut 7 caiu em<br />
fevereiro de 1991 e alguns pedaços foram<br />
encontrados na Argentina.<br />
Os norte-americanos também<br />
investiram numa estação espacial na década<br />
de 70. O Skylab, a primeira e única estação<br />
espacial norte-americana até o momento, era,<br />
na verdade, o terceiro estágio do poderoso<br />
foguete Saturno V, que havia levado os<br />
homens à Lua anos antes. O Skylab subiu em<br />
maio de 1973 e contou <strong>com</strong> três tripulações<br />
diferentes em quase um ano de atividades. A<br />
última tripulação deixou o Skylab em fevereiro<br />
de 1974 e ficaram lá em cima por 84 dias.<br />
Durante esse período muitas experiências<br />
foram realizadas, <strong>com</strong>o observações do Sol e<br />
do <strong>com</strong>eta Kohoutek - que passava na época -<br />
pesquisas de recursos naturais terrestres e<br />
dezenas de experiências médicas. Caiu em<br />
julho de 1979 e sua queda foi a mais<br />
<strong>com</strong>entada e coberta pela mídia em todo o<br />
mundo. Vários pedaços foram encontrados no<br />
deserto da Austrália.<br />
Enquanto a antiga União Soviética<br />
insistia no seu programa de estações<br />
espaciais, os Estados Unidos resolveram<br />
construir um veículo mais ambicioso. Como o<br />
preço para uma viagem ao pla<strong>net</strong>a Marte era<br />
Estação espacial Skylab<br />
extremamente elevado - orçado hoje em 250<br />
bilhões de dólares - seria interessante<br />
"<strong>com</strong>eçar devagar". Primeiro fator a ser<br />
mudado: ter uma nave que fosse capaz de ir ao<br />
espaço sem ter que se construir outra nave a<br />
cada missão. Nasceu, então, o programa<br />
Space Shuttle - conhecido <strong>com</strong>o Ônibus<br />
Espacial - que consistia num veículo que podia<br />
ir ao espaço, voltar a Terra, ir ao espaço<br />
novamente, voltar para a Terra...<br />
O primeiro vôo desse novo conceito de<br />
nave espacial ocorreu em 12 abril de 1981 <strong>com</strong><br />
o veículo Columbia, tripulado pelo <strong>com</strong>andante<br />
John W. Young - que já tinha voado no projeto<br />
Gemini e nas Apollo 10 e 16 - e pelo piloto<br />
Robert Crippen, na época ainda novato. Pois<br />
bem, no dia 12 de abril de 2001, foi<br />
<strong>com</strong>emorado os 20 anos de um veículo que<br />
trouxe grandes mudanças nos vôos espaciais<br />
tripulados.<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 13
14<br />
ASTRONÁUTICA<br />
Ônibus Espacial Americano Chalenger<br />
Mas qual é a missão principal do<br />
ônibus espacial? Para que ele foi construído?<br />
Para ir a Marte? Com certeza, não. A missão<br />
principal era construir e realizar manutenções<br />
periódicas e dar apoio logístico à estação<br />
espacial. Mas qual estação espacial? Qualquer<br />
uma. A idéia era que o ônibus seria o veículo<br />
de ligação permanente entre a Terra e o<br />
espaço.<br />
Apesar das enormes perdas dos<br />
veículos Challenger (1986) e do Columbia<br />
(2003) e suas tripulações, os sucessos dos<br />
ônibus espaciais ainda continuam.<br />
Depois dos sucessos dos primeiros<br />
anos de operação dos ônibus espaciais,<br />
decidiu-se construir a estação espacial norteamericana<br />
Freedom, que não chegou a sair do<br />
papel devido aos custos literalmente<br />
astronômicos. Sem uma estação espacial, os<br />
três ônibus espaciais restantes - Discovery,<br />
Atlantis e Endeavour - permanecem sem<br />
realizar a sua principal missão, aquela para a<br />
qual eles foram criados e desenvolvidos. Dessa<br />
maneira, os ônibus espaciais continuaram<br />
sendo apenas um veiculo <strong>com</strong> viagens<br />
espaciais rotineiras.<br />
Dentro do desenvolvimento humano no<br />
espaço, em fevereiro de 1984 pela primeira vez<br />
um ser humano se viu livre de qualquer ligação<br />
<strong>com</strong> a nave que o trouxera ao espaço. Bruce<br />
McCandless foi o primeiro astronauta a flutuar<br />
solto no espaço, sem o "cordão umbilical" <strong>com</strong><br />
o ônibus espacial. Para se lo<strong>com</strong>over no<br />
espaço, McCandless estava acoplado a uma<br />
"mochila" conhecida <strong>com</strong>o Unidade Tripulada<br />
de Manobras (MMU) e, através de jatos de gás,<br />
no caso o nitrogênio, foi possível "caminhar no<br />
espaço" sem problemas. McCandless se tornou<br />
o "primeiro satélite humano" da História!<br />
Os ônibus espaciais levaram os<br />
europeus para o espaço através do Spacelab,<br />
um cilindro que cabia no <strong>com</strong>partimento de<br />
carga do ônibus espacial, desenvolvido pela<br />
Agência Espacial Européia (ESA) para<br />
demonstrar a capacidade de se conduzir<br />
pesquisas num ambiente tão adverso quanto o<br />
espaço. No Spacelab foram feitas pesquisas<br />
em <strong>Astronomia</strong>, Física, observações da Terra,<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004
ASTRONÁUTICA<br />
biologia, Ciência dos Materiais, Física da<br />
Atmosfera e tecnologias, ampliando, assim, o<br />
desenvolvimento humano no espaço.<br />
Os ônibus espaciais levaram e<br />
consertaram o Telescópio Espacial Hubble,<br />
lançaram várias sondas interpla<strong>net</strong>árias <strong>com</strong>o a<br />
Magalhães (para Vênus) e a Galileo (para<br />
Júpiter), o Telescópio Chandra, lançaram e<br />
consertaram em órbita vários satélites, sem<br />
contar as centenas de horas de Atividades<br />
Extra-Veiculares (EVA), quando os astronautas<br />
saem da nave para "passear no espaço".<br />
Pesquisas científicas nas diversas áreas do<br />
conhecimento humano foram realizadas,<br />
inclusive uma para o Brasil, levada a cabo em<br />
1997. Levaram para o espaço animais -<br />
abelhas, aranhas, galinhas, entre outros,<br />
embora os soviéticos também já tinham feito<br />
isso antes dos norte-americanos, só que em<br />
naves mais modestas e <strong>com</strong> objetivos<br />
diferentes - pesquisaram a conduta do corpo<br />
humano, tanto física <strong>com</strong>o psicologicamente,<br />
dormiram em pé ou alojados no teto do veículo,<br />
"brincaram" no ambiente sem gravidade e<br />
trabalharam muito. Os astronautas dizem que<br />
Estação Espacial MIR<br />
não existe pôr-do-sol mais maravilhoso que o<br />
visto do espaço... Deve ser mesmo!<br />
Enquanto isso, do outro lado do<br />
mundo, a então União Soviética, no mesmo<br />
ano em que o Challenger explodiu, lançou o<br />
primeiro módulo da estação espacial Mir, a<br />
primeira estação permanente. Lançada em 19<br />
de fevereiro de 1986. Foi <strong>com</strong>pletada pelos<br />
russos em 1996, <strong>com</strong> o lançamento do último<br />
módulo, o Priroda. A Mir era uma estação<br />
espacial totalmente independente e autosuficiente.<br />
A água, o ar e os sistemas de<br />
temperatura e de pressão eram providos e<br />
mantidos por ela mesma. Vale dizer que a<br />
<strong>com</strong>ida e várias peças de manutenção eram<br />
enviadas da Terra por meio de veículos não<br />
tripulados conhecidos <strong>com</strong> o nome de<br />
Progress. A diferença básica entre as estações<br />
Salyut, o Skylab e a Mir era que esta última<br />
podia se sustentar no espaço. A Mir tinha dois<br />
motores principais que, <strong>com</strong> o passar do<br />
tempo, faziam a correção na órbita para que a<br />
estação não caísse. Isso justifica o termo<br />
"permanente" usado acima. O tempo de vida<br />
útil previsto para a Mir era de nove anos - no<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 15
16<br />
ASTRONÁUTICA<br />
máximo 10 - no espaço. No entanto, ela<br />
permaneceu em órbita por quinze anos e nesse<br />
tempo todo foram realizadas mais de vinte mil<br />
experiências científicas para vários países. Ela<br />
foi visitada diversas vezes pelo ônibus espacial<br />
norte-americano entre 1995 e 1997 num ensaio<br />
geral da construção da Estação Espacial<br />
Internacional. A Mir já abrigou, além dos<br />
russos, um jornalista japonês, um astronauta<br />
muçulmano, além de franceses, italianos e<br />
norte-americanos. Depois da queda do Império<br />
Soviético, ocorrida entre os anos de 1989 a<br />
1991, o espaço ficou mais democrático...<br />
Se a intenção era treinar longos<br />
períodos de permanência humana no espaço<br />
para uma viagem a Marte, a Mir detém todos<br />
os recordes até hoje. Já houve missões que<br />
ficaram 141 dias no espaço, 176, 186, 191, 366<br />
e assim por diante...<br />
A antiga União Soviética também tinha<br />
o seu "ônibus espacial". Não <strong>com</strong>entar sobre<br />
ele não seria justo. O Buran (Nevasca, em<br />
russo) teve o seu projeto iniciado em 1976,<br />
numa clara resposta ao mesmo programa<br />
americano. O seu primeiro e único vôo<br />
aconteceu em 1988 e foi totalmente<br />
automático, sem tripulantes. Esse vôo durou<br />
apenas uma órbita, aproximadamente uma<br />
hora e meia. Tal vôo foi curto devido à<br />
capacidade de memória dos <strong>com</strong>putadores do<br />
Buran. Neles tinham que ser programados o<br />
lançamento, as atividades em órbita e o pouso<br />
e, <strong>com</strong>o não cabia muita coisa na memória<br />
desses <strong>com</strong>putadores, a opção era realizar<br />
uma única volta em torno da Terra. E mesmo<br />
<strong>com</strong> pouca memória, os <strong>com</strong>putadores deram<br />
conta do recado: o Buran parou as rodas do<br />
trem de pouso 300 metros além do<br />
programado! Depois disso, o Buran nunca mais<br />
voou. Atualmente, o Buran "enfeita" shows de<br />
aviação pelo mundo.<br />
A famosa ISS, a Estação Espacial<br />
Internacional, da qual o Brasil participa através<br />
de um consórcio que inclui outros quinze<br />
países, terá o mesmo desempenho da Mir, ou<br />
seja, será uma estação espacial permanente,<br />
auxiliada por motores de correção de órbita.<br />
Evidentemente, o espaço interno da ISS é<br />
muito superior ao da Mir. A ISS <strong>com</strong>portará<br />
<strong>com</strong> muita folga sete tripulantes. Poderia ser<br />
Ônibus Espacial Russo Buran<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004
mais? Não. Em caso de pane ou de algum mau<br />
funcionamento que torne a presença humana<br />
ameaçada dentro da estação, existe um<br />
módulo de fuga que só é usado em casos<br />
extremos... E, <strong>com</strong>o esse só <strong>com</strong>porta sete<br />
astronautas...<br />
Pois bem, a participação brasileira<br />
nesse projeto é mínima, mas existe e é<br />
imprescindível. O Brasil, o único país do<br />
terceiro mundo no projeto, vai contribuir <strong>com</strong><br />
0,25% do total do preço, orçado em torno de 60<br />
bilhões de dólares. Esses 0,25% dão certos<br />
privilégios ao Brasil <strong>com</strong>o, por exemplo, ter<br />
0,25% do tempo útil de pesquisas para o nosso<br />
país. Os equipamentos feitos aqui têm sempre<br />
um local reservado para experiências<br />
puramente brasileiras. Além disso, a presença<br />
de um astronauta brasileiro também foi<br />
acordada. Assim sendo, o major da Força<br />
Aérea Brasileira, Marcos César Pontes, que<br />
esteve na Fundação CEU, situado em Brotas<br />
(SP), para a inauguração da Base de<br />
Lançamento de mini-foguetes que leva o seu<br />
nome, em abril de 2002, está treinando em<br />
Houston, Texas, para poder voar dentro de<br />
algum tempo.<br />
Engana-se quem pensa que os<br />
astronautas-pesquisadores vão trabalhar<br />
sentados numa mesa cercados de<br />
equipamentos sofisticados, <strong>com</strong> microscópios e<br />
outras coisas. Na verdade, dos diversos<br />
módulos que <strong>com</strong>põem a ISS, alguns são<br />
laboratórios científicos por natureza . Dentro<br />
desses módulos estão armazenados em<br />
"caixotes" todos os materiais científicos<br />
ISS – Estação Espacial Internacional<br />
necessários. Um departamento de Física inteiro<br />
cabe num desses módulos. Assim, o<br />
astronauta só tem que puxar uma caixa,<br />
colocar o experimento e esperar pelos<br />
resultados.<br />
A ISS é o maior <strong>com</strong>plexo já montado<br />
no espaço. São 110 metros de <strong>com</strong>primento<br />
por 88 metros de largura. O seu brilho no céu<br />
deve se equiparar ao de Vênus, o astro mais<br />
brilhante no céu depois do Sol e da Lua. A<br />
altitude da órbita é de 406 quilômetros e a sua<br />
inclinação é de 51,6 graus. O valor dessa<br />
inclinação permite que todos os países do<br />
mundo, no seu devido horário, possam ver a<br />
ISS passando e brilhando no céu. Essa<br />
inclinação é a mesma da Mir.<br />
A construção da ISS <strong>com</strong>eçou em 20<br />
de novembro de 1998 e estima-se que esteja<br />
pronta em abril de 2006, embora o acidente<br />
<strong>com</strong> o Columbia tenha atrasado mais um pouco<br />
o término dessa construção. É esperar para<br />
ver. Cada tripulação da ISS deve ficar no<br />
espaço de três a seis meses e dificilmente<br />
baterão o recorde de permanência no espaço,<br />
que pertence aos russos. Mas, depois de<br />
pronta e funcionando, quem sabe...<br />
Como foi dito, é muito provável que tais<br />
esforços estejam sendo dirigidos para se<br />
alcançar Marte daqui alguns anos. A espécie<br />
humana é uma raça exploradora por natureza e<br />
um campo tão vasto quanto o espaço, antes de<br />
trazer medo ou aversão, deixa para nós uma<br />
esperança de paz e união para todo o mundo.<br />
∞<br />
Ronaldo Garcia é designer digital e professor de <strong>Astronomia</strong> no Centro de Estudos do Universo. O<br />
presente artigo é fruto da parceria entre a Revista <strong>macroCOSMO</strong> e o Boletim Centaurus.<br />
E-mail: ronaldo@centroastronomico.<strong>com</strong>.br<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 17
18<br />
EFEMÉRIDES<br />
Estação do Ano<br />
Verão para o Hemisfério Sul e Inverno para o<br />
Hemisfério Norte.<br />
Fases da Lua<br />
Lua Cheia: dia 7<br />
Lua Minguante: dia 15<br />
Lua Nova: dia 21<br />
Lua Crescente: dia 29<br />
2004<br />
JANEIRO<br />
Cometas Visíveis em Janeiro<br />
Salvo saltos em brilho e novos <strong>com</strong>etas descobertos, as estimativas de magnitude para os<br />
<strong>com</strong>etas esse mês são:<br />
Cometa<br />
Magnitude<br />
estimada<br />
Visibilidade<br />
Hemisfério Sul<br />
Visibilidade<br />
Hemisfério Norte<br />
C/2002 T7 (LINEAR) 8 Entardecer / Noite Entardecer<br />
C/2001 Q4 (NEAT) 9 Entardecer / Noite -<br />
C/2003 T3 (Tabur) 11 Entardecer / Noite Entardecer<br />
C/2001 HT50 (LINEAR- NEAT) 12 Entardecer Entardecer<br />
43P/Wolf- Harrington 12 Entardecer Entardecer<br />
2P/ Encke 12 Amanhecer -<br />
Fonte de dados, cartas de busca e mais informações em:<br />
http://reabrasil.astrodatabase.<strong>net</strong>/ e http://aerith.<strong>net</strong>/index.html<br />
Chuveiro de Maior Atividade:<br />
Chuveiros de Meteoros para Janeiro<br />
Quadrantids (QUA) <strong>com</strong> duração de 28 de dez a 7 de janeiro e máximo em 4 de janeiro.<br />
Chuveiros de Menor Atividade:<br />
Rosely Grégio | Revista <strong>macroCOSMO</strong><br />
Radiante Duração Máximo<br />
Zeta Aurigids Dez 11-Jan 21 Dez. 31/Jan. 1<br />
January Bootids Jan 9-18 Jan. 16-18<br />
Delta Cancrids (DCA) Dez 14-Fev 14 Jan. 17<br />
Canids Jan 13-30 Jan. 24/25<br />
Eta Carinids Jan 14-27 Jan. 21/22<br />
Eta Craterids Jan 11-22 Jan. 16/17<br />
January Draconids Jan 10-24 Jan. 13-16<br />
Rho Geminids Dez 28-Jan 28 Jan. 8/9<br />
Alpha Hydrids Jan 15-30 Jan. 20/21<br />
Alpha Leonids Jan 13-Fev 13 Jan. 24-31<br />
Gamma Velids Jan1-17 Jan. 5-8<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004
EFEMÉRIDES<br />
Agenda Diária<br />
O céu de janeiro será bastante movimentado esse mês, principalmente ao entardecer,<br />
<strong>com</strong> seis pla<strong>net</strong>as passeando pelo céu - Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Urano e Netuno fazem<br />
um belo bailado, contudo, alguns deles não serão muito fáceis de serem encontrados. Entretanto,<br />
Saturno e Vênus merecem destaques especiais. Cerca de 5 <strong>com</strong>etas estarão nas proximidades<br />
dos pla<strong>net</strong>as quando vistos de nossa posição da Terra. Infelizmente, a proximidade do Sol<br />
juntamente <strong>com</strong> a claridade do céu vai dificultar em muito a tarefa de observação desse belo<br />
espetáculo celeste.<br />
1 Janeiro, quinta-feira<br />
Quando o relógio bater meia-noite em 31<br />
de Dezembro de 2003 anunciando a primeira<br />
hora do início de 2004 olhe para o céu e<br />
encontre a ''estrela'' amarelada na constelação<br />
de Gêmeos excedendo em brilho as suas<br />
vizinhas. Aquela estrela é um pla<strong>net</strong>a: Saturno,<br />
tendo seu encontro mais íntimo <strong>com</strong> Terra (748<br />
milhões de milhas) do que terá durante 30<br />
anos. Seus anéis estarão inclinados para nós,<br />
e a luz do Sol refletida neles faz <strong>com</strong> que o<br />
pla<strong>net</strong>a fique mais luminoso. Se você tem um<br />
telescópio ou até mesmo um simples binóculo<br />
ou lu<strong>net</strong>a, aponte-o para Saturno, pois até<br />
instrumentos pequenos revelaram a presença<br />
dos espetáculos anéis. Saturno é o segundo<br />
maior pla<strong>net</strong>a do Sistema Solar. Sua<br />
característica mais óbvia é um sistema de<br />
anéis que órbita o pla<strong>net</strong>a exatamente no plano<br />
do equador. Saturno tem a mais baixa<br />
densidade de todos os pla<strong>net</strong>as no sistema<br />
solar. Saturno é o último dos cinco pla<strong>net</strong>as<br />
que foram conhecidos desde o tempo antigo e<br />
pode alcançar uma magnitude máxima que o<br />
faz ser um dos objetos mais brilhantes do céu<br />
noturno. Visto através de um telescópio,<br />
Saturno pode ser chamado o objeto mais<br />
magnífico entre os pla<strong>net</strong>as. Considerando que<br />
o plano dos anéis de Saturno é relativamente<br />
inclinado em sua órbita para o Sol, o<br />
aparecimento e inclinação dos anéis mudam<br />
durante uma órbita de Saturno ao redor do Sol<br />
(um ano de Saturno equivale a 29 anos e 169<br />
dias terrestres), a projeção dos anéis muda de<br />
acordo <strong>com</strong> as estações. A abertura dos anéis<br />
pode alcançar aproximadamente 26°. Nesta<br />
posição, o anel é até mesmo visível atrás de<br />
Saturno e a sombra do pla<strong>net</strong>a pode ser<br />
observada facilmente nos anéis. Contudo,<br />
dependendo da inclinação dos anéis em<br />
relação ao Sol eles se tornam quase invisíveis.<br />
Saturno em oposição. Visível a noite toda, o<br />
pla<strong>net</strong>a dos anéis está em mais íntimo da Terra<br />
(diâmetro do disco = 20.7 ") e mais luminoso<br />
(mag. 0.5) em 30 anos. Seus anéis<br />
permanecem próximos a sua máxima<br />
inclinação oferecendo algumas das melhores<br />
visões, até mesmo em um telescópio pequeno.<br />
Uma visão gloriosa que não deve ser perdida!<br />
O ano de 2004 anuncia-se um grande<br />
ano para o Senhor dos Anéis. A nave Cassini-<br />
Huygens, lançada em 1997, deverá chegar lá<br />
em junho, onde permanecera orbitando e<br />
estudando o pla<strong>net</strong>a durante pelo menos 4<br />
anos. Saturno, seus anéis e suas luas guardam<br />
muitos mistérios sobre seu passado e o que<br />
será no futuro. A lua gigante que órbita o<br />
pla<strong>net</strong>a é Titã que pode ser vista <strong>com</strong>o uma<br />
estrela pontuada de oitava magnitude, através<br />
de um instrumento. Titã é maior que os<br />
pla<strong>net</strong>as Mercúrio e Plutão, e tem uma<br />
atmosfera 60% mais densa que a da Terra. em<br />
outras palavras, Titã é um mundo crescido. Se<br />
ela orbitasse o Sol, certamente seria<br />
considerada um pla<strong>net</strong>a. Em janeiro de 2005, a<br />
nave Cassini soltará a sonda Huygens da<br />
Agência Espacial Européia que fará mais de<br />
1.100 imagens enquanto desce de páraquedas<br />
pelas nuvens de Titã, em um trajeto<br />
que deve durar cerca de duas horas e meia .<br />
Instrumentos científicos estarão estudando e<br />
medindo a atmosfera de Titã, medindo seus<br />
ventos, e, se a sonda sobreviver a<br />
aterrissagem fará medições das propriedades<br />
físicas do solo. Há água, gelo ou algum tipo de<br />
vida em Titã? A verdade é que ninguém sabe o<br />
que a pequena Huygens ou a Cassini achará.<br />
Assim, ao iniciar o novo ano, ao olhar para<br />
Saturno, você estará olhando para um mundo<br />
de mistério!<br />
O Asteróide 2421 Nininger passa a<br />
2.315 UA da Terra.<br />
Urano <strong>com</strong> mag 5.9 na constelação de<br />
Aquário pode ser observado antes das 21h55m<br />
hora local (GMT -2 horário de verão). Ele está a<br />
1.26 graus da estrela iota Aquarri (mag 4.29), a<br />
6 graus da estrela Deneb Algedi (mag 2.85) da<br />
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revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 19
20<br />
EFEMÉRIDES<br />
constelação do Capricórnio, e cerca de 15<br />
graus de Vênus (mag -4.0) . Para informações<br />
sobre o que observar em Vênus , veja:<br />
www.astroseti.hpg.ig.<strong>com</strong>.br/venus.htm<br />
Netuno (mag 8.0) está a 3,4 graus de<br />
Vênus (mag -4.0),. Procure ambos os pla<strong>net</strong>as<br />
ao entardecer também na constelação do<br />
Aquário.<br />
Marte (mag 0.2) na constelação de<br />
Peixes se esconde as 23h55m (GMT -2).<br />
O Cometa C/2003 T3 Tabur <strong>com</strong> mag<br />
estimada em 10.5 pode ser encontrado na<br />
constelação de PsA. Ele desaparece em torno<br />
das 21h49m (GMT -2) . O <strong>com</strong>eta se dirige<br />
para a constelação do Aquário entrando em<br />
seu limite em 11 de janeiro próximo.<br />
O <strong>com</strong>eta C/2001 HT50 (LINEAR-<br />
NEAT) <strong>com</strong> mag estimada em 12 se põe em<br />
torno da meia-noite junto <strong>com</strong> a constelação de<br />
Peixes.<br />
O Cometa C/2002 T7 (LINEAR) <strong>com</strong><br />
mag estimada em 8 também está na<br />
constelação do Peixe e se põe ao redor das<br />
23h52m. O Clarão da Lua Crescente<br />
transitando pela mesma constelação pode<br />
atrapalhar a busca dos <strong>com</strong>etas. Chuveiro de<br />
meteoros ZETA AURIGIDEOS (Zeta Aurigids).<br />
Com duração de 11 de dezembro a 21 de<br />
janeiro e máximo em 31 dezembro/1 janeiro, e<br />
radiante médio a RA=77 graus, DECL=+35<br />
graus. Embora a maior atividade pareça só ser<br />
detectável por meio de rádio-meteoro radar ou<br />
telescópios, numerosos meteoros fotográficos<br />
indicam que alguma atividade é visível a olho<br />
nu. Uma filial do norte também está presente<br />
de 11 de dezembro a 15 de janeiro, <strong>com</strong><br />
máximo em 2 de janeiro, de um radiante a<br />
RA=65 graus, DECL=+57 graus. Os meteoros<br />
de ambos os chuveiros são geralmente de<br />
movimentos lentos. Através de dados<br />
acumulados deste chuveiro Gary W. Kronk o<br />
<strong>com</strong>puta <strong>com</strong>o um fluxo fendido, <strong>com</strong> dados<br />
mais fotográficos que visuais que indicam que<br />
a filial do norte possui uma população maior de<br />
partículas grandes. A maioria da informação<br />
juntada sobre a filial meridional mostra que<br />
contém partículas principalmente pequenas<br />
que são facilmente detectáveis para quem usa<br />
equipamento, porém, esta filial produziu vários<br />
fireballs no passado, mas não é uma<br />
característica presente na filial do norte.<br />
Em 1801, Guiseppe Piazzi descobria<br />
no Observatório de Palermo (Itália) o primeiro<br />
asteróide, 1 Ceres, entre as órbitas de Marte e<br />
Júpiter. Ceres é o maior asteróide e seu nome<br />
vem da mitologia romana, a deusa da<br />
agricultura. Observações adicionais por Piazzi<br />
não foram feitas devido a uma enfermidade.<br />
Carl Friedrich Gauss, <strong>com</strong> a idade de 24, então<br />
resolveu um sistema de 17 equações lineares<br />
para determinar órbita de Ceres e isso permitiu<br />
que Ceres fosse redescoberto, um feito notável<br />
para aquele tempo. Como resultado dentro de<br />
um ano de sua descoberta inicial, Heinrich<br />
Olbers e Franz von Zach puderam localizar<br />
novamente o asteróide. Sua órbita ao redor do<br />
Sol é de 4.6 anos terrestres e tem um diâmetro<br />
calculado a aproximadamente 960 km.<br />
Em 1909, astrônomos de Londres<br />
indicam a existência de um pla<strong>net</strong>a para além<br />
de Netuno.<br />
2 Janeiro, sexta-feira<br />
Hoje, 2 de janeiro de 2004, é um dia<br />
histórico no que tange a Astronáutica e<br />
observação íntima de <strong>com</strong>eta. A nave Stardust<br />
estará visitando o Cometa 81P/ Wild 2 a uma<br />
distancia de 389 milhões de quilômetros da<br />
Terra. A astronave de 5 metros deve encontrar<br />
o <strong>com</strong>eta que tem apenas 5.4 quilômetro de<br />
tamanho <strong>com</strong> a velocidade de seis vezes a de<br />
uma bala. Segundo os técnicos da NASA a<br />
Stardust deverá retornar a Terra em janeiro de<br />
2006 fazer uma aterrissagem suave U.S. Air<br />
Force Utah Test and Training Range. Sua<br />
cápsula trará a Terra amostra segura de<br />
partículas microscópicas do <strong>com</strong>eta e pó<br />
interestelar que será levado à pla<strong>net</strong>ary<br />
material curatorial facility at NASA's Johnson<br />
Space Center, Houston, onde as amostras<br />
serão armazenadas cuidadosamente e serão<br />
examinadas. O material <strong>com</strong>etário das<br />
amostras de poeira interestelar trazidos pela<br />
Stardust trará respostas para perguntas<br />
fundamentais sobre origens do Sistema Solar.<br />
Mais informação sobre a missão de Stardust<br />
está disponível em:<br />
www.jpl.nasa.gov/stardust/news/news96.html ou<br />
http://stardust.jpl.nasa.gov Informações sobre o<br />
<strong>com</strong>eta 81P/ Wild 2 em:<br />
http://<strong>com</strong>etography.<strong>com</strong>/p<strong>com</strong>ets/081p.html<br />
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revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004
EFEMÉRIDES<br />
Há 45 anos (1959), era lançada a Luna<br />
1 pela antiga USSR. Tinha <strong>com</strong>o meta se<br />
chocar <strong>com</strong> a Lua. Embora o objetivo não<br />
tenha sido alcançado, foi a primeira astronave<br />
a deixar a órbita da Terra. Perdeu-se da Lua<br />
por 5,000/6000 km e entrou em órbita ao redor<br />
do Sol.<br />
Em 1920 nascia em Petrovichi, Rússia,<br />
Isaac Asimov (morreu em 6/4/1992).<br />
Bioquímico e entre outras coisas prolífero<br />
escrito de ficção científica, ele publicou cerca<br />
de 500 volumes.<br />
Em 1729 nascia na Prússia Johann<br />
Daniel Titius Bode (morreu em 11/12/1796).<br />
Astrônomo, físico e Biólogo que formulou<br />
(1766) as distâncias entre os pla<strong>net</strong>as e o Sol,<br />
o que foi confirmado por J.E. Bode em 1772,<br />
quando passou a ser chamada Lei de Bode.<br />
Titius sugeriu que as distancias médias entre<br />
os pla<strong>net</strong>as do Sol seriam quase uma relação<br />
simples de A=4+(3x2n) dando a série 4, 7, 10,<br />
16, 28 *, 52, 100, correspondendo à distância<br />
relativa dos seis pla<strong>net</strong>as conhecidos, até<br />
Saturno, e um valor de unassigned (*) entre<br />
Marte e Júpiter. Olbers procurou um objeto<br />
pla<strong>net</strong>ário nesta posição vazia e assim<br />
descobre o cinto de asteróide. Porém, <strong>com</strong>o a<br />
descoberta de Netuno que não se ajustava ao<br />
padrão da " lei " é considerada <strong>com</strong>o uma<br />
coincidência sem significado científico.<br />
Em 1913 morria Leon (-Philippe)<br />
Teisserenc de Bort (nascido em 5/11/1855). O<br />
meteorologista francês foi o descobridor da<br />
estratosfera (1902) e o primeiro a usar balões<br />
estratosféricos para investigar a atmosfera. Em<br />
1892 morria Sir George Biddell Airy (nasceu em<br />
27/07/1801 em Alnwick, Northumberland). Foi o<br />
sétimo astrônomo Real (1836-92). Estudou as<br />
franjas de interferência em óticas, fez um<br />
estudo matemático do arco-íris e <strong>com</strong>putou a<br />
densidade da Terra balançando um pêndulo ao<br />
topo e fundo de um profunda mina,<br />
determinado a massa do pla<strong>net</strong>a Júpiter e seu<br />
período de rotação, calculou as órbitas de<br />
<strong>com</strong>etas e catalogou estrelas. Seu desenho de<br />
lentes corretivas para astigmatismo (1825) foi<br />
pioneiro. A motivação dele no estudo das<br />
lentes corretivas deveu-se ao seu próprio<br />
astigmatismo.<br />
Em 1995, era descoberta a galáxia<br />
mais distante (para a época) por cientistas<br />
usando o Keck telescope no Havaí. Sua<br />
distancia foi calculada em 15 bilhões de anosluz<br />
foi nomeada <strong>com</strong>o 8C 1435+63.<br />
Em 1960, John Reynolds estabelecia a<br />
idade do Sistema Solar em 4,950,000,000 de<br />
anos.<br />
Em 1839, o pioneiro francês da<br />
fotografia Louis Daguerre fazia a primeira<br />
fotografia da Lua.<br />
3 Janeiro, sábado<br />
Dezenas de centenas de asteróides,<br />
também chamados de pla<strong>net</strong>as secundários ou<br />
pla<strong>net</strong>óides, viajam em torno do Sol, porém<br />
apenas alguns maiores e muito luminosos<br />
podem ser vistos através de binóculos. Mas<br />
<strong>com</strong> pesquisa sistemática, usando<br />
instrumentos maiores e automatizados, e <strong>com</strong><br />
ajuda de uma boa carta de busca alguns deles<br />
podem ser vistos diariamente. A principal<br />
diferença de um asteróide para um pla<strong>net</strong>a<br />
clássico está no diâmetro que apresentam, na<br />
ordem de quilômetros. Hoje mesmo podemos<br />
ver alguns desses pequenos objetos <strong>com</strong>o<br />
pontos estelares se movendo muito<br />
rapidamente contra o fundo das estrelas. Entre<br />
eles você poderá encontrar o Asteróide Ceres<br />
(mag 6.9) na constelação de Gêmeos , sendo<br />
melhor visto das 23.1h - 7.6h LCT J2000:<br />
ra = 7:31:53.2, de = +29:29:46 , r = 2.607UA<br />
dist = 1.635UA. Na mitologia romana Ceres era<br />
uma deusa da terra e protetora da agricultura,<br />
especialmente das frutas e grãos. Em<br />
astronomia, Ceres (1) foi o primeiro dessa<br />
classe de objetos a ser descoberto, e é o maior<br />
dos asteróides. Foi descoberto pelo astrônomo<br />
italiano Giuseppe Piazzi em 1801 quando ele<br />
procurava pla<strong>net</strong>as que foram preditos que<br />
existisse entre Marte e Júpiter pela Lei de<br />
Bode. A órbita de Ceres o trás para próximo da<br />
Terra e por isso ele pode ser visto em<br />
pequenos instrumentos em boas condições de<br />
céu.<br />
O Asteróide Pallas (2) <strong>com</strong> mag 9.1<br />
pode ser encontrado na constelação de Cetus,<br />
melhor visto entre 23.3h e 3.0h LCT em J2000:<br />
ra= 1:31:04.6 de=-21:25:28 , r=2.527 UA<br />
dist=2.323UA. Pallas recebeu o nome da deusa<br />
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revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 21
22<br />
EFEMÉRIDES<br />
grega da sabedoria, foi o segundo asteróide há<br />
ser descoberto e também é o segundo<br />
asteróide em tamanho. Foi achado em 1802<br />
pelo astrônomo e médico alemão Wilhelm<br />
Olbers, apenas um ano depois da descoberta<br />
de Ceres. Pallas mede 490 quilômetros em<br />
largura. Sua órbita o leva a uma distância de<br />
mais de 414,390,000 quilômetros ao redor do<br />
sol e também é parte do cinto de asteróide<br />
entre Marte e Júpiter. É tão grande que é<br />
pensado que ele tem sua própria gravidade de<br />
maneira que ele apresenta forma esférica,<br />
<strong>com</strong>o uma bola.<br />
No início do dia a Terra está em Periélio, o<br />
ponto mais próximo do Sol em sua órbita, a<br />
uma distancia de 147.062.600 km.<br />
Lua perto das Pleiades a 19h UT no céu do<br />
anoitecer.<br />
Lua em apogeu (mais distante da Terra) a 20h<br />
UT (distância 405,707 km; tamanho angular de<br />
29.5 ').<br />
Cuveiro de Meteoros QUADRANTÍDEOS -<br />
QUA (Quadrantids) <strong>com</strong> duração de 28 de<br />
dezembro a 7 de janeiro e máximo ocorrendo<br />
em 3 de janeiro, os meteoros desse chuveiro<br />
emanam da constelação de Boötes, mas seu<br />
nome provém de uma extinta constelação<br />
chamada Quadrans Muralis (Quadrante Mural -<br />
antiga constelação boreal situada entre Draco<br />
(Dragão), Bootes (Boieiro) e Hercules<br />
(Hércules), introduzida por Bode em<br />
homenagem ao quadrante solar.). Este<br />
chuveiro é rico em meteoros lânguidos e são<br />
de velocidade moderada. O radiante nunca<br />
alcança uma altitude alta para os observadores<br />
de hemisfério mais ao norte e observadores do<br />
hemisfério meridional provavelmente não verá<br />
nenhuma atividade. Para aqueles que podem<br />
observar os Quarantids, eles são mais bem<br />
observados aproximadamente de 22:00 h até o<br />
<strong>com</strong>eço de crepúsculo matutino para<br />
observadores no Hemisfério Norte, <strong>com</strong> o<br />
alçamento do radiante mais alto ao longo do<br />
amanhecer. Este radiante não é considerado<br />
uma boa exibição de meteoro boa para<br />
observadores do Hemisfério Meridional.<br />
Embora o radiante esteja realmente sobre o<br />
horizonte por pouco tempo, isto acontece<br />
durante a luz do dia matutina, assim nenhuma<br />
observação visual pode ser feita. A altitude<br />
mais alta em céus escuros acontece logo antes<br />
de <strong>com</strong>eçar o alvorecer e neste tempo o<br />
radiante está aproximadamente a 20° abaixo<br />
do horizonte. Mas, para observadores de radar<br />
e rádio-meteoros é um bom chuveiro. O<br />
chuveiro Quadrantídeos (Quadrantid) tem seu<br />
radiante situado principalmente em direção ao<br />
nordeste, assim o melhor modo para maximizar<br />
sua visualização é colocar uma cadeira<br />
reclinada <strong>com</strong> seus pés voltados para qualquer<br />
lugar dentro da região que cerca o sudeste, sul,<br />
oeste, e noroeste (para o hemisfério Norte).<br />
Neste momento, recline a cadeira de gramado<br />
a sua posição mais aplainada e observe<br />
diretamente. A duração deste chuveiro de<br />
meteoro acontece de 28 de dezembro a 7 de<br />
janeiro. O Máximo normalmente acontece em<br />
3/4 de janeiro, de um radiante médio a RA=229<br />
graus, DEC=+49 graus. O máximo é<br />
normalmente bastante afiado e, dependendo<br />
da localização do observador, a taxa de hora<br />
em hora pode variar de 45 a 200. Portanto,<br />
para observadores do hemisfério sul seria<br />
re<strong>com</strong>endável que o fizessem através de rádio<br />
observação e/ou radar. Este é o único chuveiro<br />
principal cujo <strong>com</strong>eta de origem permanece<br />
desconhecido. A Lua pode interferir na<br />
observação desse chuveiro.<br />
Em 1906 nascia o astrônomo<br />
americano William Wilson Morgan (morreu em<br />
21/06/1994). Em 1951 apresentou a primeira<br />
evidência que a Via-Láctea tinha braços<br />
espirais. Toda sua carreira foi no Observatório<br />
de Yerkes, e inclui três anos <strong>com</strong>o diretor.<br />
Dedicou-se a pesquisa da morfologia,<br />
classificação de objetos pelas suas formas e<br />
estrutura. Com Keenan e Kellman, introduziu a<br />
classificação da luminosidade estelar e a<br />
classificação bidimensional de espectros<br />
estelares estritamente baseado nos seus<br />
espectros. Com Osterbrock e Sharpless ele<br />
demonstrou a existência de braços espirais da<br />
nossa Galáxia usando distâncias precisas de<br />
estrelas dos tipos O e B obtida de<br />
classificações espectrais. Morgan inventou o<br />
sistema de UBV de magnitudes e cores.<br />
Em 1908 morria Charles Augustus<br />
Young. Astrônomo americano que fez as<br />
primeiras observações do espectro de flash do<br />
Sol, provou a natureza gasosa da coroa solar e<br />
descobriu a reversão da atmosfera na capa. Foi<br />
um pioneiro no estudo do espectro do Sol e<br />
experimentou fotografar as proeminências<br />
solares em toda a luz solar. No eclipse solar<br />
em 22/12/1870, na Espanha, ele viu todas as<br />
linhas do espectro solar, por talvez um segundo<br />
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revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004
EFEMÉRIDES<br />
e um meio (o " espectro de flash'') e anunciou a<br />
reversão da capa solar. Em 1872, ele mais que<br />
dobrou o número de linhas luminosas que ele<br />
tinha observado na cromosfera. Por uma<br />
<strong>com</strong>paração de observações, ele concluiu que<br />
a condição magnética na terra responde as<br />
perturbações solares.<br />
Em 1641 morria <strong>com</strong> a idade de 22<br />
Jeremiah Horrocks (nascido em 1617).<br />
Astrônomo e clérigo inglês que aplicou as leis<br />
do movimento pla<strong>net</strong>ário de Johannes Kepler<br />
para observações da Lua e Vênus. Suas<br />
observações através de um pequeno<br />
telescópio o convenceram que as tabelas de<br />
Lansberg estavam incorretas. Ele aceitou as<br />
órbitas elípticas de Kepler, e trabalhando na lua<br />
ele aplicou uma órbita elíptica para ela, e<br />
estabeleceu a linha de precessão das apsides,<br />
um efeito que ele designou à influência do Sol.<br />
Horrocks predisse e observou um trânsito de<br />
Vênus em 24/11/1639, o primeiro a observar, e<br />
da observação ele corrigiu a paralaxe solar e<br />
indicou uma distancia muito maior do sol que<br />
qualquer um antes dele tinha admitido.<br />
4 Janeiro, domingo<br />
Terra em periélio (mais íntimo do sol)<br />
as 18h UT. A distância de Sol-terra é 0.983265<br />
a.u. ou aproximadamente 147.1 milhões de<br />
quilômetros.<br />
O Objeto 20000 Varuna do Cinturão de<br />
Kuiper em Oposição a 42.219 U.A.<br />
A Lua passa a 0.6 graus da estrela<br />
SAO 76430 37 TAURI (A TAURI) de mag 4.5<br />
aa 0.6 TU.<br />
Júpiter oculta a lua Io (mag 5.6) as<br />
5h57.4m TU.<br />
Hoje, o asteróide Hebe apresenta<br />
magnitude de 8.7, é melhor visto entre 23.7h e<br />
7.1h LCT a J2000: ra= 7:37:35.5 de= +8:48:31,<br />
na constelação do Cão Menor a r=2.334UA<br />
dist=1.378UA. Carta de busca em<br />
http://www.rasnz.org.nz/MinorP/Hebe.htm ou<br />
então procure a posição do asteróide em algum<br />
pla<strong>net</strong>ário virtual <strong>com</strong>o por exemplo o SkyMap.<br />
Hebe moverá pelo denso campo estelar em<br />
Canis Minor até 25 de janeiro. Em 10 de<br />
janeiro, Hebe estará a menos de 2° da estrela<br />
beta Canis Minoris (mag 2.85). Hebe está em<br />
oposição no dia 12 de janeiro apresentando<br />
mag de 8.6 e sua distância da Terra será de<br />
1.383 UA. O Asteróide Hebe (6) foi descoberto<br />
em 1 de julho de 1847 por K L Hencke a<br />
Driesen. Com diâmetro de aproximadamente<br />
200 km, seu período orbital é 3.78 anos, sua<br />
distância do Sol varia entre 1.93 e 2.92 UA, de<br />
forma que no máximo de suas oposições<br />
favoráveis ele estará a aproximadamente 0.93<br />
UA da Terra.<br />
Em 4 de janeiro de 1797 nascia<br />
Wilhelm Beerd (morreu em 27/03/1850).<br />
Banqueiro e astrônomo amador alemão junto<br />
<strong>com</strong> Johann Heinrich von Mädler construíram o<br />
mapa mais <strong>com</strong>pleto da Lua de seu tempo,<br />
Mappa Selenographica (1836). O primeiro<br />
mapa lunar a ser dividido em quadrantes,<br />
continha uma representação detalhada da face<br />
da Lua. Morria em 1990 Harold Eugene<br />
Edgerton (nasceu em 6/4/1903). Engenheiro<br />
elétrico e fotógrafo americano e fotógrafo,<br />
desenvolvei técnicas para fotografia de alta<br />
velocidade aplicando-as para vários usos<br />
científicos.<br />
Morria em 1961 Erwin Schrödinger<br />
(nascido em 12/08/1887). Físico teórico<br />
austríaco que contribuiu à teoria da onda de<br />
matéria e outros fundamentos da mecânica do<br />
quantum. Ele <strong>com</strong>partilhou o Premio Nobel de<br />
Física em 1933 <strong>com</strong> o físico britânico P.A.M.<br />
Dirac.<br />
Em 1958, era lançado da base do<br />
Kazakistão o satélite Sputnik I russo, o primeiro<br />
objeto artificial colocado em órbita da Terra.<br />
Após 92 dias no espaço ele reentrou na<br />
atmosfera terrestre e desintegrou-se. O Sputnik<br />
(significando " <strong>com</strong>panheiro " ou " o viajante ").<br />
Ele circulou a terra toda em 95 minutos a quase<br />
2,000 milhas por hora e a 500 milhas sobre a<br />
Terra. O 184-lb satélite transmitiu um sinal de<br />
rádio que foi detectado ao redor do mundo, e<br />
levava instrumentos para medida de<br />
temperatura.<br />
Em 1912, a aproximação mais íntima<br />
da Lua para a Terra foi de 221,441 milhas de<br />
centro para centro.<br />
5 Janeiro, segunda-feira<br />
Netuno e Vênus estão separados a 7.57 graus<br />
Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S<br />
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revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 23
24<br />
EFEMÉRIDES<br />
e a distancia entre Vênus e Urano é de 10.18<br />
graus.<br />
O Cometa C/2003 T3 Tabur (mag<br />
estimada em 10) em PsA, estando a 11.42<br />
graus de Vênus.<br />
O Cometa Encke pode ser observado<br />
melhor nas latitudes do Norte/Nordeste do<br />
Brasil. Efemérides e cartas de busca para<br />
<strong>com</strong>etas visíveis em janeiro são encontradas<br />
no site costeira1.astrodatabase.<strong>net</strong>/<strong>com</strong>eta/<br />
Chuveiro de Meteoros GAMA VELÍDEOS<br />
(Gamma Velids) <strong>com</strong> duração de 1 a 17 de<br />
janeiro e máximo de 5 a 8 de janeiro. Embora<br />
Cuno Hoffmeister parece ter determinado o<br />
primeiro radiante para este chuveiro em 12 de<br />
janeiro de 1938 (RA=132 graus, DECL=-47<br />
graus), este fluxo foi basicamente ignorado até<br />
1979, quando o Western Australia Meteor<br />
Section (WAMS) iniciou observações<br />
sistemáticas deste chuveiro. As pesquisas<br />
realizadas durante 1978-1979 pelo WAMS que<br />
observou os céus continuamente de 19/20 de<br />
dezembro a 6/7 de janeiro revelaram que o<br />
primeiro meteoro Gama Velids foi notado em<br />
1/2 de janeiro, e seus números alcançaram um<br />
ZHR de 8.24±0.81 6/7 de janeiro. A posição<br />
média do radiante foi determinada <strong>com</strong>o<br />
RA=125 graus, DECL=-49 graus. Baseado em<br />
27 meteoros observados foi concluído que a<br />
magnitude média dos meteoros era de 2.89,<br />
enquanto 3.7% dos trens aconteciam a<br />
esquerda dos meteoros. Em relação às cores,<br />
foi calculado que 10% dos meteoros eram<br />
laranjas, 10% eram amarelos, 20% eram azuis<br />
e 60% eram brancos. Observações mais<br />
extensas de 1979 a 1980 revelou que esse<br />
chuveiro estava ativo de 1 a 17 de janeiro, <strong>com</strong><br />
radiante médio a RA=125 gruas, DECL=-48<br />
graus. Tendo um máximo de 7.06±1.36 sido<br />
alcançado em 3 de janeiro. As análises<br />
realizadas por Gary W. Kronk dos dados<br />
obtidos pelas observações do WAMS durante<br />
os anos de 1982 a 1986, concluiu-se a<br />
existência de um máximo relativamente plano<br />
que varia de 5 a 9 meteoros por hora acontece<br />
durante 5 a 8 de janeiro.<br />
Em 1892, foi feita a primeira fotografia<br />
da aurora boreal.<br />
Aniversário de 35 anos (1969) do<br />
lançamento da sonda automática Venera 5<br />
(Soviet Venus Lander) <strong>com</strong> a missão de descer<br />
sobre a superfície do pla<strong>net</strong>a Vênus.<br />
Aniversário (1905) do descobrimento da<br />
lua Elara de Júpiter por Charles Perríne.<br />
Em 1972 o então presidente Richard M.<br />
Nixon, aprovava o programa do Transportador<br />
Espacial.<br />
6 Janeiro, terça-feira<br />
O Asteróide 2002 XT90 passa a 0.200<br />
UA da Terra.<br />
A Lua passa a 4.56 graus a norte de<br />
Saturno as 20:50 h (GMT-3). Lua e Saturno em<br />
conjunção as 21:22 h.<br />
A Lua passa a 0.3 graus da estrela<br />
SAO 77675 136 TAURI, 4.5 mag a 4:8 TU.<br />
Mercúrio estacionário, iniciando movimento<br />
progressivo a 14:2 TU. Mercúrio orbita o Sol<br />
em aproximadamente 3 meses (da Terra) e<br />
nunca está muito longe do Sol por mais que 25<br />
graus, conseqüentemente sempre está dentro<br />
do crepúsculo luminoso. Isto faz <strong>com</strong> que<br />
Mercúrio seja um objeto difícil, embora pode<br />
chegar a ser tão luminoso quanto à estrela<br />
Sirius. Mercúrio também apresenta fases<br />
diferentes, <strong>com</strong>o a nossa Lua, enquanto órbita<br />
o Sol. Usando um telescópio, é possível<br />
identificar suas fases e a<strong>com</strong>panhar sua<br />
mudança durante os de em que o pla<strong>net</strong>a se<br />
apresenta melhor posicionado para nossa<br />
observação da Terra.<br />
Sexto aniversário (1998) do<br />
lançamento da sonda Lunar Prospector (Moon<br />
Orbiter).<br />
Trigésimo sexto aniversário (1968) do<br />
lançamento da sonda Surveyor 7 (Moon<br />
Lander).<br />
7 Janeiro, quarta-feira<br />
Ocultação da estrela SAO 79533<br />
UPSILON GEMINORUM (mag 4.2) acontece as<br />
23:13:7 TU.<br />
O asteróide Ceres (1) <strong>com</strong> mag 6.8<br />
localizado na constelação de Gêmeos é visto<br />
melhor entre 17.1h e 6.0h LCT.<br />
A Lua Cheia acontece as 12: 40 h<br />
(GMT -3).A Lua cheia de Janeiro era conhecida<br />
nos antigos almanaques <strong>com</strong>o Wolf<br />
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revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004
EFEMÉRIDES<br />
Moon (Lua do Lobo), Old Moon (Lua Velha),<br />
Moon After Yule Moon After Yule (Lua Depois<br />
do Natal), Full Snow Moon (Lua Cheia da<br />
Neve) e Full Wolf Moon (Lua Cheia do Lobo).<br />
Entre o resfriar e a neve profunda do solstício<br />
de inverno, as matilhas de lobo uivavam<br />
famintos fora das aldeias índias. Assim, surgiu<br />
o nome para a Lua Cheia de janeiro. Às vezes<br />
também estava chamada Old Moon (Lua<br />
Velha), ou a Lua Depois do Natal (Moon After<br />
Yule). Alguns a chamaram de Lua Cheia da<br />
Neve (Full Snow Moon), mas a maioria das<br />
tribos da América do Norte aplicava esse nome<br />
para a próxima Lua Cheia.<br />
A Lua perto de Saturno a 0h UT.<br />
Nascia em 1755 Stephen Groombridge<br />
(morreu em 30/03/1832). Astrônomo inglês,<br />
<strong>com</strong>pilador do catálogo estelar conhecido <strong>com</strong><br />
seu nome.<br />
Morria Richard Hamming em 1998<br />
(nascido em 11/02/1915). Matemático<br />
americano que descobriu as fórmulas<br />
matemáticas e técnicas que tornaram possível<br />
os <strong>com</strong>putadores corrigirem seus próprios<br />
erros, e a criação de vários dispositivos que<br />
empregam microprocessadores e<br />
processadores notáveis digitais, <strong>com</strong>o modem,<br />
discos <strong>com</strong>pactos, e <strong>com</strong>unicações de satélite;<br />
algumas destas técnicas foram nomeadas por<br />
ele.<br />
Morria em 1893 Josef Stefan (nascido<br />
em 24/03/1835) físico austríaco que em 1879<br />
formulou a lei de estados da energia radiante<br />
de um corpo negro - objeto teórico que absorve<br />
toda a radiação que se cai sobre ele. Sua lei foi<br />
um dos primeiros passos importantes para a<br />
<strong>com</strong>preensão da radiação de blackbody.<br />
Em 1610, Galileo datou sua primeira<br />
carta que descrevia as observações<br />
telescópicas das crateras e superfície da Lua<br />
usando sua lu<strong>net</strong>a <strong>com</strong> 20 aumentos. Ele<br />
escreveu: "... é visto que a Lua não é<br />
evidentemente plana, lisa e de superfície<br />
regular, <strong>com</strong>o acredita um grande numero de<br />
pessoas e dos outros corpos celestes, mas<br />
pelo contrário é áspera e desigual. Em resumo<br />
ela está cheia de proeminências e cavidades<br />
semelhantes, mas muito maior, que as<br />
montanhas e vales esparramados em cima da<br />
superfície da Terra.'' Galileu foi o primeiro em<br />
descrever o fenômeno em um ensaio <strong>com</strong><br />
consideráveis detalhes de <strong>com</strong>o era a Lua,<br />
suas observações e conclusões foram<br />
publicadas mais elaboradamente depois de<br />
alguns meses em sua obra Sidereus Nuncius".<br />
8 Janeiro, quinta-feira<br />
Marte, ainda visível a noite, oculta a<br />
estrela PPM 143928 (mag 9.9). Marte é o único<br />
pla<strong>net</strong>a do Sistema Solar cuja superfície sólida<br />
pode ser vista <strong>com</strong> telescópios a partir de<br />
nossa posição da Terra. O melhor momento<br />
para observar é o periélio de oposição. Como o<br />
ano marciano equivale a aproximadamente<br />
dois anos da Terra, as oposições acontecem a<br />
cada dois anos. A órbita de Marte é bastante<br />
elíptica, conseqüentemente, as ''oposições<br />
mais íntimas'' de periélio mostra muito mais<br />
detalhes da superfície do pla<strong>net</strong>a que as<br />
oposições de afélio, pois a distância Terra-<br />
Marte varia por um fator até 2. Após a oposição<br />
de agosto de 2003, Marte já se afastou muito<br />
da Terra e por isso, no momento, não é<br />
possível observar muitos detalhes de sua<br />
superfície. A próxima oposição de Marte será<br />
em 7 de novembro de 2005, quando o pla<strong>net</strong>a<br />
vermelho estará a 0.4700 UA da Terra.<br />
Informações sobre <strong>com</strong>o e o que observar no<br />
pla<strong>net</strong>a vermelho veja:<br />
http://geocities.yahoo.<strong>com</strong>.br/reabrasil_marte .<br />
Às 6:30 TU a Lua passa a 0.6 graus da<br />
estrela SAO 79650 76 GEMINORUM (mag<br />
5.4).<br />
Chuveiro de Meteoros RHO<br />
GEMINÍDEOS (Rho Geminids) . A duração<br />
deste chuveiro estende de 28 de dezembro a<br />
28 de janeiro, <strong>com</strong> mudança diária do radiante<br />
em aproximadamente +1.1 graus em RA e -0.2<br />
graus em DECL. O máximo acontece em 8/9<br />
de janeiro, <strong>com</strong> radiante médio na posição de<br />
RA=108 graus, DECL=+32 graus. Um máximo<br />
secundário parece acontecer a 21 de janeiro de<br />
RA=125 graus, e DECL=+25 graus. Segundo<br />
análises de Gary W. Kronk dos dados orbitais,<br />
revela que o movimento diário do fluxo sendo<br />
em +1.1 graus em RA e -0.2 graus em DECL.<br />
Como os dados obtidos do radiante através de<br />
órbitas fotográficas e dados de radar são muito<br />
semelhante, certamente indica que existe uma<br />
associação de duas populações distintas de<br />
meteoros.<br />
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revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 25
26<br />
EFEMÉRIDES<br />
Trigésimo primeiro aniversário (1973)<br />
do lançamento da as sonda Luna (Soviet Moon<br />
Lander/Rover).<br />
Em 1952 morria Antonia Maury,<br />
pioneira na classificação dos espectros<br />
estelares.<br />
Há 136 anos (1868) nascia Sir Frank<br />
(Watson) Dyson (morreu em 25/05/1939).<br />
Astrônomo britânico educado em Cambridge,<br />
passou toda sua carreira (<strong>com</strong> exceção de 5<br />
anos em Edinburgh) no Real Observatório de<br />
Greenwich onde ele foi Astrônomo Real de<br />
1910-33. Ele dirigiu medidas de mag<strong>net</strong>ismo<br />
terrestre, latitude, e tempo, e iniciou a<br />
radiodifusão de hora via rádio. Ele determinou<br />
os movimentos formais de estrelas do norte e<br />
<strong>com</strong>pletou sua porção no projeto do Catálogo<br />
Internacional do Céu de fotografar o céu inteiro.<br />
Dyson é mais conhecido por dirigir (<strong>com</strong><br />
Eddington) a expedição do eclipse de 1919 que<br />
confirmou o dobrando da luz estrelar pelo<br />
campo gravitacional do Sol. Essa dobra de luz,<br />
predita por Einstein, era a evidência que apóia<br />
a teoria geral da relatividade de Albert Einstein.<br />
Em 1942 nascia Stephen W. Hawking<br />
físico teórico inglês em cuja teoria dos buracos<br />
negros utilizou a teoria da relatividade e<br />
mecânica quântica. Ele também trabalhou <strong>com</strong><br />
singularidades de espaço-tempo. Apregoando<br />
e defendendo a posição de Professor Lucasian,<br />
de Matemática. Da Universidade de<br />
Cambridge, antigamente ocupada por Sir Isaac<br />
Newton. Afligido <strong>com</strong> a doença de Lou Gehrig<br />
(amyotrophic esclerose lateral; ALS),<br />
Atualmente está limitado a uma cadeira de<br />
rodas, está impossibilitado falar sem a ajuda de<br />
um sintetizador de voz de <strong>com</strong>putador. Porém,<br />
apesar dos seus próprios desafios físicos, ele<br />
continua usando sua inteligência,<br />
conhecimento e habilidades para fazer<br />
contribuições notáveis ao campo de<br />
cosmologia (o estudo do universo <strong>com</strong>o um<br />
todo). Entre suas obras se destaca o livro Uma<br />
História Breve de Tempo.<br />
Em 1587 nascia Johannes Fabricius<br />
(morreu em 1615 <strong>com</strong> 29 anos de idade).<br />
Astrônomo holandês que pode ter sido o<br />
primeiro observador de manchas solares. Em 9<br />
de março de 1611, ao amanhecer, Johannes<br />
dirigiu seu telescópio para o sol ascendente e<br />
viu várias manchas escuras nele. Ele chamou<br />
seu pai para investigar este fenômeno novo<br />
<strong>com</strong> ele. O brilho do centro do Sol era muito<br />
doloroso, e os dois trocaram depressa para um<br />
método de projeção por meio de uma câmera<br />
escura. Johannes foi o primeiro a publicar<br />
informação sobre tais observações em seu "<br />
Narração em Manchas Observadas no Sol e a<br />
Rotação Aparente delas <strong>com</strong> o Sol ", datada de<br />
13 de junho de 1611.<br />
Em 8 de Janeiro de 1642 morria em<br />
sua casa em Florença (Firenze) Itália Galileu<br />
Galilei (nascido em 15/02/1564). Foi filósofo<br />
naturalista, astrônomo, e matemático italiano<br />
que fez contribuições fundamentais às ciências<br />
do movimento, astronomia, força de materiais e<br />
para o desenvolvimento do método científico.<br />
Sua formulação de inércia (circular), a lei de<br />
corpos cadentes, e trajetórias parabólicas<br />
foram o marco inicial para uma mudança<br />
fundamental no estudo do movimento.<br />
Condenado pela ''San ta Inquisição'' a<br />
permanecer em prisão domiciliar ali morreu a<br />
362 atrás. Somente em 31 de outubro de 1992<br />
a Santa Sé reconheceu o erro que havia<br />
<strong>com</strong>etido contra Galileu em suas afirmativas<br />
feitas em 1642 que a Terra girava em torno do<br />
Sol.<br />
Em 1935, era concedida a primeira<br />
patente norte-americana para um<br />
spectrophotometer, foi emitida ao Professor<br />
Arthur C. Hardy de Wellesley, esse<br />
equipamento foi chamado por ele de<br />
''photometric apparatus''. Sua invenção era um<br />
dispositivo eletrônico capaz de descobrir dois<br />
milhões de sombras diferentes de cores e fazer<br />
um quadro de registro permanente dos<br />
resultados. A primeira máquina foi vendida em<br />
24 de maio de 1935.<br />
9 Janeiro, sexta-feira<br />
O Cometa 58P Jackson-Neujmin em<br />
periélio a 1.398 UA do Sol as 23:8 TU, em<br />
r = 1.389AU delta=1.939AU mag = 19.1m<br />
elon=42.8 graus.<br />
O Asteróide 2002 AA29 passa a 0.044<br />
UA da Terra.<br />
O Asteróide Ceres (1) <strong>com</strong> mag 6.8 em<br />
oposição à 13:9 TU em r=2.604AU<br />
delta=1.626A, elon=171.9 graus.<br />
A Lua perto do agrupamento da<br />
Colméia (M44) às 7h UT (céu matutino).<br />
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revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004
EFEMÉRIDES<br />
Binóculos provêem uma excelente visão.<br />
Em 1976 morria Rupert Wildt (nascido<br />
em 25/06/1905). Astrônomo alemão-americano<br />
que se especializou em estudar a atmosferas<br />
dos pla<strong>net</strong>as. Em 1932, identificou certa alta<br />
absorção (observada por Slipher) nos<br />
espectros de Júpiter e os pla<strong>net</strong>as exteriores<br />
<strong>com</strong>o indicativo de amônia e metano. Estes<br />
seriam <strong>com</strong>ponentes secundários destes<br />
pla<strong>net</strong>as que são <strong>com</strong>postos principalmente de<br />
hidrogênio e hélio. Em 1937, ele especulou que<br />
a cobertura nebulosa de Vênus poderia<br />
consistir em droplets de formaldeído, desde<br />
que água parecia estar ausente. As sondas<br />
enviadas a Vênus posteriormente confirmam<br />
que não há água de superfície em Vênus, mas<br />
as nuvens contêm água, junto <strong>com</strong> enxofre e<br />
ácido sulfúrico.<br />
Em 1848 morria Caroline Lucretia<br />
Herschel (nascida em 16/03/1750). Astrônoma<br />
britânica-alemã ficou conhecida por suas<br />
contribuições para as pesquisas astronômicas<br />
de seu irmão Sir William Herschel,; ela<br />
executou muitos dos cálculos dos estudos do<br />
irmão e ela própria descobriu através de<br />
telescópio três nebulosas em 1783 e oito<br />
<strong>com</strong>etas de 1786 a 1797. Caroline publicou o<br />
Índice para as Observações de Flamsteed das<br />
Estrelas Fixas e uma lista dos enganos dele em<br />
1797. Aos 10 anos ela adoece <strong>com</strong> tifo o que<br />
subseqüentemente retardou seu crescimento.<br />
Em 1998, duas equipes de cientistas<br />
em colaborações internacionais anunciaram a<br />
descoberta que as galáxias estão acelerando e<br />
separando-se velocidades cada vez mais<br />
rápidas. Esta observação implica a existência<br />
de uma misteriosa propriedade do espaço de<br />
auto repulsão, proposta por Albert Einstein, a<br />
qual ele chamou de a primeira constante<br />
cosmológica. Investigadores na Inglaterra,<br />
França, Alemanha, e Suécia estão entre os<br />
membros do Projeto da Supernova Cosmologia<br />
fundada pelo Laboratório Nacional de Berkeley<br />
(encabeçado por Saul Perlmutter) e também<br />
pela equipe Procura de Supernovas fundada<br />
na Austrália (conduziu por Brian Schmidt).<br />
Em 1968, a sonda Surveyor 7 fez uma<br />
aterrissagem suave na Lua e marca o fim da<br />
série americana de explorações não tripuladas<br />
na superfície lunar.<br />
Em 1839, o processo de fotografia de<br />
daguerreotipo foi anunciado na Academia<br />
francesa de Ciência.<br />
Em 1839, Thomas Henderson mediu a<br />
primeira paralaxe estelar: Alfa Centauri.<br />
Em 1643, Giovanni Riccioli foi o<br />
primeiro a informar o fenômeno conhecido<br />
<strong>com</strong>o a Luz Pálida de Vênus. É dito que seja<br />
uma lânguido luminescência no lado noturno<br />
do pla<strong>net</strong>a, semelhante ao " earthshine " na<br />
Lua, embora não tão luminoso. A Luz pálida foi<br />
observada quando Vênus estava no céu da<br />
noite, e o terminator da noite do pla<strong>net</strong>a está<br />
voltado para a Terra. Estudos foram tentados<br />
por algumas missões espaciais, inclusive pelas<br />
sonda Pionner e a Venera russa 11 e 12.<br />
Ainda, o fenômeno permanece esporádico e a<br />
explicação duvidosa, a melhor época para<br />
observar esse fenômeno <strong>com</strong>eça em 14 de<br />
janeiro próximo.<br />
10 Janeiro, sábado<br />
Ocultação da estrela HIP 87069 (mag<br />
7.2) por Mercúrio ao entardecer. O uso de<br />
binóculo é indispensável.<br />
O Asteróide 4446 Carolyn passa a<br />
4.046 UA da Terra.<br />
Júpiter eclipsa a lua Europa (mag 6.2)<br />
<strong>com</strong> início as 3h29.5 TU.<br />
Saturno continua brilhando entre as<br />
estrelas de Gêmeos <strong>com</strong> mag 0.4, sendo visto<br />
melhor quando o pla<strong>net</strong>a está mais alto no céu<br />
durante a noite.<br />
Lua em Libração Sul as 4h15.4 TU.<br />
Nessa ocasião o Pólo Sul da Lua está mais<br />
visível de nossa posição na Terra.<br />
Lua perto de Júpiter a 14h UT.<br />
Há 35 anos (1969) era lançada a sonda<br />
Venera 6 (Soviet Venus Lander).<br />
Em 1936 nascia Robert Woodrow<br />
Wilson. Radio astrônomo americano que junto<br />
<strong>com</strong> Arno Penzuas, recebeu o prêmio Nobel<br />
para Física em 1978 pela descoberta da<br />
radiação de fundo de microonda cósmica<br />
usando uma antena do Bell Laboratories,<br />
Holmdel, New Jersey. A descoberta deles em<br />
1964 é agora amplamente interpretada <strong>com</strong>o<br />
sendo os restos da radiação de vários bilhões<br />
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revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 27
28<br />
EFEMÉRIDES<br />
atrás do que teria sido o ''''Big Bang " da a superfície da Lua. Uma pulsação de 180<br />
criação do universo. Wilson continua seus ondas de ciclo <strong>com</strong> uma duração 1/4 de<br />
trabalhos de astrofísica <strong>com</strong> Penzias, procuram segundo foi irradiada pelo Army Signal Corps<br />
moléculas interestelares e determinam as do Evans Signal Laboratories, Belmar, N.J. O<br />
abundâncias relativas de isótopos interestelar. eco foi recebido 2.4 segundos. depois. O<br />
O Físico soviético Pyotr Leonidovich evento provou que as ondas de rádio podem<br />
Kapitsa também <strong>com</strong>partilhou o premio Nobel pe<strong>net</strong>rar a atmosfera da Terra. A experiência<br />
para pesquisa independente.<br />
foi supervisionada por Lt. Col. John H. De Witt,<br />
Nascia em 1573 Simon Marius (morreu o pioneiro de radiodifusão e astrônomo amador<br />
em 26/12/1624). Astrônomo alemão, foi aluno que primeiro teve a idéia em 1940. Suas<br />
de Tycho Brahe, e que nomeou as quatro luas primeiras tentativas de amador foram<br />
maiores de Júpiter <strong>com</strong>o: Io, Europa, fracassadas, mas a sua chance veio alguns<br />
Ganymede, e Callisto (1609). Seus nomes são anos, depois da Segunda guerra Mundial <strong>com</strong><br />
provenientes de figuras mitológicas <strong>com</strong> quem a cortesia do U.S. Army, at the Signal Corps<br />
Júpiter se apaixonou. Ele e o astrônomo Laboratories. Durante a guerra, ele tinha<br />
italiano Galileo Galilei reivindicaram te-las desenvolvido o radar para localizar morteiros e<br />
descoberto em aproximadamente 1610, e é dirigir counterfire.<br />
provável ambos fizeram isso de forma<br />
independente. Marius foi um dos primeiros a<br />
utilizar uma lu<strong>net</strong>a e foi o primeiro a observar a<br />
Nebulosa de Andrômeda (1612).<br />
11 Janeiro, domingo<br />
Em 1989 morre Valentin Petrovich O Cometa C/2003 L2 (LINEAR) passa<br />
Glushko (nascido em 20.08/1908). Cientista de a 2.623 UA da Terra.<br />
foguete soviético, um pioneiro em sistemas de<br />
propulsão de foguete, e um dos principais<br />
contribuintes da tecnologia soviética de defesa<br />
e espaço. Em 1929, ele trabalhou em<br />
Leningrad no GDL - Laboratório de<br />
GasDynamics, a organização de pesquisa de<br />
foguete militar, fundada em 1921. Glushko<br />
trabalhou <strong>com</strong> o renomado desenhista de<br />
foguete Sergey Korolyov de 1932 a 1966. Os<br />
O Asteróide 2002 CQ11 passa a 0.152<br />
UA da Terra.<br />
Em 1991 morria Carl David Anderson<br />
(nascido em 3/9/1905). Físico americano que,<br />
<strong>com</strong> Francis Hess da Áustria, ganhou o Prêmio<br />
Nobel para Físicas em 1936 pela descoberta<br />
do positron, ou elétron positivo, a primeira<br />
partícula conhecida de antimatéria.<br />
dois tiveram um ano triunfante em 1957,<br />
quando eles lançaram o primeiro projétil<br />
balístico intercontinental em agosto e enviaram<br />
o primeiro satélite artificial, Sputnik I, em órbita<br />
em outubro. Em 1974 Glushko se tornou o<br />
desenhista principal para o programa espacial<br />
soviético e ajudou no desenvolvimento da<br />
plataforma espacial Mir. Durante sua vida, ele<br />
Em 1787, William Herschel descobriu a<br />
primeira lua de Urano, seis anos depois dele<br />
haver descoberto o pla<strong>net</strong>a. O diâmetro de<br />
Titania é de 1610 km e sua distância do Urano<br />
é 436,300 km.<br />
Em 1789 William Herschel descobria as<br />
luas Titânia e Oberon de Urano.<br />
projetou <strong>com</strong> sucesso a maioria das máquinas<br />
que sobem verticalmente do programa espacial<br />
soviético.<br />
Em 1970 morre Pavel Belyayev<br />
(nascido em 26/06/1925). Cosmonauta que<br />
serviu <strong>com</strong>o piloto da astronave Voskhod 2<br />
durante a oitava missão espacial tripulada da<br />
União soviética, lançada em 18/03/1965, o vôo<br />
no qual Aleksey Leonov, o co-piloto Belyayev,<br />
se tornou o primeiro homem a andar no<br />
espaço.<br />
Em 1946, a equipe do U.S. Army<br />
Project Diana lançava sinais de radar refletidos<br />
Em 1988 morre Isidor Isaac Rabi<br />
(nascido em 29/07/1898). Físico americano<br />
premiado <strong>com</strong> o Nobel para Físicas em 1944<br />
pela invenção (em 1937) atomic and molecular<br />
beam mag<strong>net</strong>ic resonance method of<br />
measuring mag<strong>net</strong>ic properties of atoms,<br />
molecules, and atomic nuclei. Ele passou a<br />
maior parte de sua vida na Universidade de<br />
Columbia (1929-67), onde executou a maioria<br />
da pesquisa abrindo caminho para o radar e o<br />
momento magnético associados <strong>com</strong> giro de<br />
elétron nos anos trinta. O trabalho que lhe<br />
rendeu o Nobel conduziu à invenção do laser,<br />
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revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004
EFEMÉRIDES<br />
o relógio atômico, e usos diagnóstico de<br />
ressonância magnética nuclear.<br />
12 Janeiro, segunda-feira<br />
Júpiter (mag -2.3) e Lua em conjunção<br />
as 07:50 h (GMT -3). A 01:6 TU ambos os<br />
astros estão separados a 5.9 graus. A Lua está<br />
em Libração Oeste as 14h42.8m. A Cratera<br />
Grimaldi pode ser vista melhor de nossa<br />
posição na Terra. Grimaldi tem forma meio<br />
elíptica e mede 225 x 235 km, é uma das<br />
características mais notáveis na borda da Lua<br />
(5,5 º S e 68,3 º W.), tendo cinco anéis<br />
concêntricos de montanhas. A melhor época<br />
para sua observação é entre 13 e 13.5 dias,<br />
perto da Lua Cheia. Grimaldi pode ser vista<br />
<strong>com</strong>o uma mancha escura a qual corresponde<br />
a zona inundada de lava. A primeira coisa que<br />
podemos notar é que não está totalmente<br />
inundada. Em direção ao Sul vemos as altas<br />
montanhas que chegam a 3.500 metros de<br />
altura. No extremo Norte da cratera se nota um<br />
rille (greta), perto dela se encontra a maior<br />
cratera em seu interior, Grimaldi-B <strong>com</strong> cerca<br />
de 30 km de diâmetro. Ao sul de Grimaldi-B,<br />
podemos notar o que se assemelha a três<br />
domos no interior da grande cratera Grimaldi. A<br />
SW dos domos, vemos a cratera Grimaldi-A<br />
medindo 15 k, de diâmetro localizada sobre a<br />
parede Oeste. Precisamente a Oeste de<br />
Grimaldi-A podemos notar a brilhante parede<br />
da cratera Grimaldi, e a E e SE vemos o que<br />
parece ser um canal de lava que formou um<br />
terraço que se eleva sobre o nível da lava no<br />
interior cratera Grimaldim entre 100 e 200<br />
metros de altura.<br />
Em 1820 era criada a Royal<br />
Astronomical Society.<br />
Em 1907 nasce Sergey Pavlovich<br />
Korolev (morreu em 14/01/1966). Desenhista<br />
soviético de projéteis dirigidos, foguetes, e<br />
astronave. Foi a favor dos fundadores de<br />
Grupo de Moscou para Study of Reactive<br />
Motion. Em 1933, ele participou no primeiro<br />
lançamento da União soviética de foguete de<br />
propelente líquido. Como ele não era um<br />
membro do Partido Comunista, passou boa<br />
parte de sua vida em prisão domiciliar. Depois<br />
de demonstrar sua perícia na modificação da<br />
captura dos foguetes V2, Korolev dirigiu o<br />
desenho e teste, construção, e lançando da<br />
astronave Vostok, e a maioria dos outros<br />
projetos da antiga U.S.S.R. Ao redor de 1958,<br />
Korolev discutia a mudança para vôo espacial<br />
tripulado em vez dos satélites militares de<br />
reconhecimento. Depois de muito debate, foi<br />
aprovado o projeto da Vostok contanto que o<br />
veículo de lançamento também pudesse ser útil<br />
ao exército.<br />
Em 1909 morre Hermann Minkowski<br />
(nascido em 22/06/1864). Matemático alemão<br />
que desenvolveu a teoria geométrica dos<br />
números e os métodos geométricos usados<br />
para resolver problemas difíceis em teoria de<br />
número, físicas matemáticas, e a teoria de<br />
relatividade. Por volta de 1907, Minkowski<br />
percebeu que o trabalho de Lorentz e Einstein<br />
podia ser entendido melhor em um espaço nãoeuclidiano.<br />
Ele considerou que o espaço e o<br />
tempo, que era pensado antigamente <strong>com</strong>o<br />
sendo independentes, podiam ser juntados em<br />
uma quantidade contínua " de espaço-tempo<br />
quarta dimensão ". Seu modelo conhecido<br />
desde então <strong>com</strong>o "Minkowski espace",<br />
<strong>com</strong>binava as três dimensões do espaço físico<br />
<strong>com</strong> a de tempo, pôs a fundação matemática<br />
da teoria geral de Albert Einstein de<br />
relatividade.<br />
Em 1986 a 6:55:00 a.m. EST a<br />
lançadeira Columbia iniciava sua 24ª missão da<br />
nave Columbia. Entre os objetivos dessa<br />
missão estava fotografar o <strong>com</strong>eta Halley,<br />
lançamento de satélite e vários experimentos<br />
científicos. A tripulação era <strong>com</strong>posta por 7<br />
astronautas, entre eles o Dr Franklin R. Chang-<br />
Diaz, o primeiro astronauta hispânicoamericano<br />
a ir ao espaço.<br />
13 Janeiro, terça-feira<br />
O Asteróide 2001 FC58 passa a 0.047<br />
UA de Vênus.<br />
O Asteróide 2003 OT 13 passa a 0.196<br />
UA da Terra.<br />
O asteróide 2956 Yeomans passa a<br />
1.907 UA da Terra.<br />
A lua Ganymed (mag 5.1) é eclipsada<br />
por Júpiter as 2h23.7m TU. O final da ocultação<br />
acontece as 5h54.2m.<br />
A Lua passa a 0.7 graus da estrela<br />
SAO 119156 7 VIRGINIS (mag 5.2) as 8.1h TU.<br />
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revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 29
30<br />
EFEMÉRIDES<br />
Mercúrio (mag -0.1) em Sagitário e<br />
visto melhor entre 7.1h - 8.3h LCT.<br />
Chuveiro de Meteoros DRACONÍDEOS DE<br />
JANEIRO (January Draconids) <strong>com</strong> duração de<br />
10 a 24 de janeiro e máximo prolongando de<br />
13 a 16 de janeiro. A evidência que apóia a<br />
existência deste fluxo é escassa, mas o que faz<br />
este chuveiro interessante é que as<br />
observações disponíveis parecem<br />
razoavelmente apontar para um chuveiro de<br />
pequena duração. O maior apoio para este<br />
fluxo apareceu durante 1969 na sessão de<br />
Zdenek Sekanina do Projeto de Rádio Meteoro.<br />
Um total de 32 meteoros foi descoberto durante<br />
13 a 17 de janeiro de um radiante médio a<br />
RA=245.9 graus, DECL=+62.4 graus.<br />
Em 1864 nascia Wilhelm Wien (morreu<br />
em 30/08/1928). Físico alemão que recebeu o<br />
Nobel para Físicas em 1911 pela lei do<br />
deslocamento relativo à radiação emitido pelo<br />
blackbody (corpo negro) perfeitamente eficiente<br />
(uma superfície absorve toda a energia<br />
radiante que se incide sobre ele). Enquanto<br />
estudava fluxos de gás ionizado em 1898,<br />
Wien identificou uma partícula positiva igual em<br />
massa a do átomo de hidrogênio. Com este<br />
trabalho, ele fundamentou a espectroscopia de<br />
massa. J J Thomson refinou o aparato de Wien<br />
e administrou experiências adicionais em 1913,<br />
depois do trabalho de E. Rutherford em 1919,<br />
foi aceita a partícula de Wien nomeada <strong>com</strong>o<br />
próton. Wien também fez contribuições<br />
importantes ao estudo de raios de cátodo, e<br />
outros importantes trabalhos.<br />
Em 1845 nascia François Félix<br />
Tisserand (morreu em 20/10/1896). Astrônomo<br />
francês ficou conhecido por seu livro de ensino<br />
Traité de mécanique céleste, 4 vol. (1889-96; "<br />
Tratado de Mecânicas Celeste"). Este trabalho,<br />
uma atualização do trabalho de Pierre- Simon<br />
Laplace no mesmo assunto, ainda é usado<br />
<strong>com</strong>o um sourcebook por autores que<br />
escrevem sobre mecânicas celestes. Com 28<br />
de idade, ele foi nomeado Diretor do<br />
Observatório de Toulouse (1873-78). Em 1874,<br />
Tisserand foi ao Japão para observar o trânsito<br />
de Vênus pelo Sol. Em 1875, ele instalou um<br />
telescópio de 83 cm no Observatório de<br />
Toulouse, mas a base de madeira não era<br />
suficientemente estável, mas Tisserand pôde<br />
usar o instrumento para observação dos<br />
satélites de Júpiter e de Saturno.<br />
Em 1978, a NASA selecionou suas<br />
primeiras astronautas norte-americanas<br />
mulheres.<br />
Em 1610, Galileu Galilei descobria a<br />
lua Calisto, o quarto satélite de Júpiter. Galileu<br />
chamou originalmente as luas de Júpiter de "<br />
pla<strong>net</strong>as de Medicean", em homenagem a<br />
família florentina dos Medici e se referiu a elas<br />
numericamente <strong>com</strong>o as luas individual I, II, III<br />
e IV. Esse sistema de nomenclatura seria<br />
usado durante um par de séculos. Em meados<br />
de 1800 os nomes das luas Galileanas Io,<br />
Europa, Ganymede e Callisto, seria adotado<br />
oficialmente. É sabido agora que Callisto é<br />
maior que o pla<strong>net</strong>a Mercúrio, é <strong>com</strong>posta<br />
principalmente de água e gelo de água <strong>com</strong><br />
quantidades grandes de gelo expostas na<br />
superfície.<br />
14 Janeiro, quarta-feira<br />
Marte Oculta a estrela TYC 0025-<br />
00636 (mag 8.7).<br />
As 2:8 TU a Lua passa a 0.9 graus da<br />
estrela SAO 138917 PORRIMA (GAMMA<br />
VIRGINI, (mag 2.9).<br />
A Lua passa a 0.93 graus a sul de<br />
Urano as 21:45 h (GMT -3).<br />
Hoje <strong>com</strong>eça um bom período para<br />
observação da luz cinzenta em Vênus.<br />
Informações de <strong>com</strong>o observar o brilhante<br />
Vênus se encontra no website Terra de Ishtar<br />
em: www.astroseti.hpg.ig.<strong>com</strong>.br/luzcinz.htm<br />
Chuveiro de Meteoros CANÍDEOS<br />
(Canids) <strong>com</strong> duração de 13 a 30 de janeiro e<br />
máximo estendido num período de 14 a 25 de<br />
janeiro Nenhuma observação visual<br />
convincente foi registrada deste radiante e a<br />
prova de sua existência vem puramente das<br />
duas pesquisas de meteoro de rádio<br />
administradas por Zdenek Sekanina durante os<br />
anos sessenta. Considerando que estas<br />
pesquisas podem descobrir meteoros abaixo<br />
da visibilidade a olho nu, observações futuras<br />
provavelmente serão novamente através de<br />
sistemas sensíveis de rádio e radar, embora<br />
observadores que usam binóculos ou<br />
telescópios poderiam ver alguns. As pesquisas<br />
das sessões de Sekanina no Projeto de Rádio<br />
Meteoros indicam que este fluxo é ativo de 13 a<br />
30 de janeiro. Provavelmente o radiante médio<br />
agora esteja em RA=113.4 graus,<br />
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revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004
EFEMÉRIDES<br />
DECL=+12.6 graus, enquanto seu movimento<br />
diário é +0.97 graus em RA e -0.35 graus em<br />
DECL.<br />
Pelo velho calendário romano instituído<br />
por Julius Caesar em 46 A.C., hoje <strong>com</strong>eça o<br />
ano 2757. Como o calendário de César não<br />
fosse bastante certo, em 1582 o Papa Gregory<br />
modificou o Calendário Juliano e passou a ser<br />
conhecido <strong>com</strong>o o Calendário Gregoriano,<br />
sendo o atual calendário usado pela maioria<br />
das nações. Alguns ainda consideram o<br />
sistema do calendário atual incorreto e<br />
continuam propondo reformas. Veja, por<br />
exemplo: http://personal.ecu.edu/mccartyr/<br />
calendar-reform.html.<br />
Em 1943 nascia Shannon Lucid.<br />
Bioquímica e astronauta americana que ficou a<br />
bordo plataforma espacial russa Mir em 1996<br />
por 188 dias. Em 1976, quando NASA<br />
anunciou que <strong>com</strong>eçaria a aceitar mulheres no<br />
programa espacial, Lucid imediatamente se<br />
candidatou. Seu primeiro vôo em lançadeira<br />
aconteceu em Junho de 1985 na Discovery,<br />
seguida pelo Atlantis em outubro de 1989 e<br />
agosto de 1991, onde ela administrou uma<br />
variedade de experiências biomédicas. Em<br />
outubro de 1993, ela se tornou a primeira<br />
mulher a viajar ao espaço em quatro ocasiões<br />
separadas na Columbia e marca um recorde<br />
durante o tempo de vôo total acumulado por<br />
um astronauta mulher em lançadeira (838<br />
horas, 54 minutos). Na Mir, ela executou<br />
experiências, principalmente nos efeitos de<br />
longterm de vôo espacial no corpo humano.<br />
Em 1966 morria Sergey Pavlovich<br />
Korolev (nasceu em 12/01/1907). Desenhista<br />
soviético de projéteis dirigidos, foguetes, e<br />
astronave. Ele foi a favor um dos fundadores<br />
de Grupo de Moscou do Estudo de Movimento<br />
de Reactive. Em 1933, ele participou no<br />
primeiro lançamento da União soviética de um<br />
foguete <strong>com</strong> propulsor líquido. Como ele não<br />
era membro do Partido Comunista, passou<br />
grande parte de sua vida em prisão domiciliar.<br />
Depois de demonstrar sua perícia na<br />
modificação de capturaram dos foguetes V2,<br />
Korolev dirigiu o desenho e testes, construção,<br />
e lançando da astronave Vostok, e a maioria<br />
dos outros projetos da antiga U.S.S.R. Ao redor<br />
1958, após muito debate sobre a substituição<br />
dos satélites de reconhecimento militar pelos<br />
vôos tripulados, Korolev conseguiu que fosse<br />
aprovado o projeto da Vostok contanto o<br />
veículo de lançamento também pudesse ser útil<br />
ao exército.<br />
Em 1905 morria Ernst Abbe (nascido<br />
em 23/01/ 1840). Físico alemão que fez<br />
inovações teóricas e técnicas na concepção<br />
óptica. Ele melhorou o desenho do<br />
microscópio, <strong>com</strong>o o uso de uma lente<br />
condensadora para prover iluminação forte e<br />
plana (1870). Sua fórmula óptica aplicada a<br />
uma lente forma uma imagem afiada, livre de<br />
distorção. Ele inventou o refractometer de Abbe<br />
para determinar o índice refrativo de<br />
substâncias. Em 1866, ele se uniu a Carl Zeiss<br />
em trabalhos ópticos, depois se tornou sócio da<br />
<strong>com</strong>panhia, e <strong>com</strong> a morte de Zeiss, em 1888<br />
se torna dono da <strong>com</strong>panhia.<br />
Concorrentemente, ele foi designado professor<br />
ao Univ. de Jena em 1870 e diretor de seus<br />
observatórios astronômicos e meteorológicos<br />
em 1878.<br />
Em 1742 morria Edmond Halley<br />
(nascido em 8/12/1656). Astrônomo e<br />
matemático inglês nascido em Londres é<br />
conhecido melhor por seu trabalho de 1682 em<br />
reconhecer, calcular a órbita e prever seu<br />
reaparecimento de um luminoso <strong>com</strong>eta que<br />
posteriormente recebeu o seu nome, o Cometa<br />
Halley. Ele não chegou a ver suas previsões se<br />
confirmarem pois morreu pouco antes da data<br />
prevista do reaparecimento do <strong>com</strong>eta. Halley<br />
se tornou um membro influente da Sociedade<br />
Real e amigo de Newton, a publicação do<br />
Philosophiae Naturalis Mathematica de<br />
Principia de Newton foi devida em grande parte<br />
devido a Halley. Ele se tornou o professor de<br />
geometria em Oxford e posteriormente foi<br />
designado Astrônomo Royal. Ele percebeu que<br />
as nebulosas eram nuvens de gás luminoso<br />
entre as estrelas, e que a aurora era um<br />
fenômeno conectado <strong>com</strong> o mag<strong>net</strong>ismo da<br />
terra.<br />
15 Janeiro, quinta-feira<br />
A Lua de Quarto Minguante ou Último<br />
Quarto acontece a 01:46 h (GMT -3). Esse é<br />
um bom momento para pegar seu instrumento<br />
e observar o terminador da Lua <strong>com</strong> suas<br />
magníficas crateras e demais acidentes<br />
topográficos da bela Luna.<br />
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revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 31
32<br />
EFEMÉRIDES<br />
O asteróide 2001 BE10 passa a 0.060<br />
UA da Terra.<br />
O Asteróide 2000 CH59 passa a 0.200<br />
UA da Terra.<br />
Vênus (mag -4) passa entre 0.87° a 0.9<br />
graus de Urano (mag +5.9) a 7 TU. Essa é uma<br />
rara oportunidade tanto para observar ambos<br />
os pla<strong>net</strong>a no mesmo campo de visão através<br />
de instrumentos e obtenção de um excepcional<br />
registro fotográfico. Atente para o fato que<br />
ambos os pla<strong>net</strong>as se põe em torno das 21<br />
horas (GMT -2 horário de verão).<br />
Em 1976 era lançado o orbitador solar<br />
Helios 2.<br />
Em 1815 nascia Warren De la Rue<br />
(morreu em 19/04/1889). Pioneiro inglês em<br />
fotografia astronômica, o método pelo qual são<br />
feitas quase todas as observações<br />
astronômicas modernas.<br />
Em 1948 morria Henri-Alexandre<br />
Deslandres (nascido em 24/07/1853). Físico e<br />
astrofísico francês que em 1894 inventou um<br />
spectroheliograph, um instrumento que<br />
fotografa o Sol em luz monocromática.<br />
Aproximadamente um ano antes George E.<br />
Hale havia tinha inventado um<br />
spectroheliograph independentemente nos<br />
Estados Unidos.) De 1886 a 1891 ele estudou<br />
os espectros da radiação emitidos por<br />
moléculas. Se juntando ao Observatório de<br />
Paris em 1889, ele se voltou para a astrofísica<br />
e estuda primeiro os espectros moleculares e<br />
então os espectros de pla<strong>net</strong>as, o Sol, e outras<br />
estrelas.<br />
Em 1969 acontecia o primeiro docking ,<br />
a ancoragem de duas astronaves tripuladas<br />
entre as naves soviética Soyuz 4 e Soyuz 5. A<br />
astronave formou a "primeira plataforma<br />
espacial " do mundo <strong>com</strong> uma tripulação de<br />
quatro cosmonautas. Elas permaneceram<br />
ligadas durante quatro horas e meia - três<br />
órbitas da Terra. Durante aquele tempo, dois<br />
cosmonautas ' fizeram uma caminhada<br />
espacial da Soyuz 4 para a Soyuz 5, se<br />
tornando os primeiros spacefarers a voltar para<br />
a Terra em uma astronave diferente da qual<br />
eles foram ao espaço. As manobras de docking<br />
haviam sido antes treinadas por duas vezes -<br />
em 1967 e 1968 entre naves Soyuz sob<br />
controle <strong>com</strong>pletamente automático.<br />
16 Janeiro, sexta-feira<br />
O asteróide 1996 AE2 passa a 0.146<br />
UA da Terra.<br />
Chuveiro de Meteoros BOOTIDEOS<br />
DE JANEIRO JBO - (January Bootids) <strong>com</strong><br />
duração de 9 a 18 de janeiro. Este chuveiro de<br />
duração bastante pequena alcança máximo ao<br />
redor de 16 a 18 de janeiro, de um radiante<br />
médio a RA=226 graus, DECL=+44 graus. A<br />
evidência mais forte para a existência deste<br />
chuveiro de meteoro de pequena duração foi<br />
obtida por Zdenek Sekanina em 1969, durante<br />
a segunda sessão do Projeto de Meteoro de<br />
Rádio. A órbita estava baseada em 15<br />
meteoros e é notavelmente semelhante à<br />
classe dos asteróides do grupo Aten, ou corpos<br />
<strong>com</strong> eixo semimaior a menos de 1 AU de<br />
distância de nós. Ao mesmo tempo a duração<br />
pequena do chuveiro poderia indicar que o<br />
fluxo é bastante jovem, de forma que o objeto<br />
de origem desses meteoros ainda pode estar<br />
se mudando para essa órbita ou uma órbita<br />
semelhante.<br />
Chuveiro de Meteoros ETA<br />
CRATERÍDEOS (Eta Craterids). Este fraco<br />
chuveiro é visível durante o período de 11 a 22<br />
de janeiro e sua atividade de máximo acontece<br />
ao redor de 16-17 de janeiro quando o radiante<br />
médio está a RA=176 graus, DECL=-17 graus.<br />
O chuveiro consiste em meteoros geralmente<br />
rápidos, <strong>com</strong> raias. A magnitude média<br />
provavelmente não está acima de 4 e pode ser<br />
melhor visto do Hemisfério Meridional. A<br />
conclusão obtida de vários estudos<br />
relacionados a existência deste fluxo foi que<br />
este radiante possui uma baixa taxa de hora<br />
em hora (dificilmente acima da taxa para<br />
meteoros esporádicos) e pode ser de natureza<br />
irregular ou periódica, em vez de um chuveiro<br />
anual. O fluxo é quase destituído de meteoros<br />
luminosos <strong>com</strong> uma magnitude média não<br />
maior que 4. Para observadores do Hemisfério<br />
Norte localizado próximo as latitudes<br />
equatoriais, aqueles que podem, verão os<br />
meteoros ficarem visíveis provavelmente a<br />
todas as horas quando o radiante está acima<br />
do horizonte. O radiante alcança o meridiano<br />
aproximadamente às 4 da manhã (hora local),<br />
sendo que a altitude para observadores de<br />
Hemisfério mais ao norte nunca excede 35<br />
graus. Portanto, este será um bom chuveiro a<br />
ser valorizado pelos observadores do<br />
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revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004
EFEMÉRIDES<br />
Hemisfério Sul a fim de colher melhores dados<br />
sobre esse radiante e assim colaborar para<br />
melhor <strong>com</strong>provação e fornecer subsídios mais<br />
efetivos sobre os Eta Craterids.<br />
Em 1730 nascia Jean-Baptiste-<br />
Gaspard Bochart de Saron (morreu em<br />
20/04/1794). Advogado e cientista naturalista<br />
francês que se tornaram especialmente<br />
conhecido pelos seus avanços em astronomia.<br />
Ele era um protetor das ciências e financia a<br />
publicação da Teoria do Movimento de Laplace<br />
e Figura Elíptica dos Pla<strong>net</strong>as (1784), e<br />
desenvolvendo um das maiores e melhores<br />
coleções da Europa de telescópios e outros<br />
instrumentos astronômicos para seu próprio<br />
uso dele e uso de seus amigos de ciências. Os<br />
próprios estudos de Bochart incluíram cálculo<br />
das órbitas de <strong>com</strong>etas e o uso de seus dados<br />
contribuiu para elaborar os cálculos de <strong>com</strong>etas<br />
de longo período se Charles Messier. A suas<br />
atividades políticas fez <strong>com</strong> que ele fosse<br />
conduzido a guilhotina durante a Revolução<br />
francesa.<br />
Em 1991, astrônomos informam a<br />
descoberta de duas estrelas extremamente<br />
grandes e quentes pelo Telescópio Espacial<br />
Hubble.<br />
Em 1978, a NASA nomeia 35<br />
candidatos para voar na nave espacial,<br />
inclusive Sally K. Ride que se tornou a primeira<br />
mulher da América no espaço e Guion S.<br />
Bluford Jr., que se tornou o primeiro astronauta<br />
negro da América no espaço. Em 1973, o<br />
Lunakhod 2 de URSS <strong>com</strong>eça a exploração por<br />
rádio controle da Lua. Ancorando primeiro em<br />
espaço Em 1969, duas astronaves soviéticas<br />
da série Soyuz tripuladas (Soyuz 4 e Soyuz 5)<br />
foram os primeiros veículos a acoplarem no<br />
espaço e trocar tripulantes.<br />
Em 1909, o explorador britânico Ernest<br />
Shackleton encontrou o Pólo Magnético Sul da<br />
Terra.<br />
17 Janeiro, sábado<br />
Mercúrio em Máxima Elongação a 24<br />
graus a Oeste do Sol as 06:17 h (GMT -3).<br />
Mercúrio (mag. 0.2) visível no baixo sudeste a<br />
aproximadamente 45 minutos antes do<br />
amanhecer.<br />
Vênus oculta a estrela PPM 240224<br />
(mag 9.6).<br />
O Cometa C/2002 T5 em sua máxima<br />
aproximação da Terra a 3.121 UA.<br />
Chuveiro de Meteoros DELTA CANCRIDEOS -<br />
DCA (Delta Cancrids) <strong>com</strong> duração de 14 de<br />
dezembro de 14 de fevereiro e máximo em 17<br />
de janeiro ao redor de um radiante médio em<br />
A=128 graus, DECL=+20 graus.. Este chuveiro<br />
exibe uma duração tipicamente longa que é<br />
uma característica principal dos fluxos de<br />
eclíptica. Um centro secundário pode estar a<br />
aproximadamente 5° para o sul <strong>com</strong> um<br />
máximo muito fraco que acontece de 19 de<br />
janeiro ao redor de um radiante médio a<br />
RA=133 graus, DECL=+14 graus. O movimento<br />
diário do fluxo Delta Cancrideos (Delta<br />
Cancrids) é +1.0 graus em RA e -0.2 graus em<br />
DECL. A filial do norte é o filamento mais forte<br />
deste chuveiro. A pesquisa mais <strong>com</strong>pleta<br />
desta filial foi obtida de 1968 a 1969, em<br />
sessão do Projeto de Rádio Meteoro. A órbita<br />
obtida por Zdenek Sekanina foi baseada em 37<br />
meteoros. A filial meridional é certamente fraca<br />
e está baseado em uma pesquisa de rádio<br />
meteoro do hemisfério meridional em 1961 e<br />
um punhado de meteoros fotográficos<br />
descobertos durante o início da década de<br />
1950.<br />
Em 1997 a sonda automática Galileo<br />
captava as primeiras imagens da lua Europa de<br />
Júpiter.<br />
Em 1997 morria Clyde W. Tombaugh<br />
(nascido em 4/02/1906). Astrônomo americano<br />
que descobriu o pla<strong>net</strong>a o Plutão em 1930, o<br />
único pla<strong>net</strong>a descobriu no século XX, depois<br />
que uma sistemática procura instigada pelas<br />
predições de outros astrônomos. Tombaugh<br />
tinha 24 anos de idade quando ele fez esta<br />
descoberta no Observatório de Lowell em<br />
Flagstaff, Arizona. Ele também descobriu vários<br />
agrupamentos de estrelas e galáxias, estudou<br />
a distribuição aparente de nebulosas<br />
extragaláctica, e fez observações das<br />
superfícies de Marte, Vênus, Júpiter, Saturno, e<br />
a Lua. Filho de fazendeiros pobres, seu<br />
primeiro telescópio foi feito de partes de sucata<br />
de equipamento agrícolas.<br />
Em 1938 morria William Henry<br />
Pickering (nascido em 15/02/1858). Astrônomo<br />
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revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 33
34<br />
EFEMÉRIDES<br />
americano que descobriu Phoebe, a nona lua<br />
de Saturno em 1899. Este foi o primeiro satélite<br />
pla<strong>net</strong>ário <strong>com</strong> movimento retrógrado a ser<br />
descoberto, i.e., <strong>com</strong> movimento orbital no<br />
sentido oposto ao dos pla<strong>net</strong>as. Ele montou<br />
várias estações de observação para Harvard.<br />
Realizou extensas observações de Marte e<br />
reivindicou, <strong>com</strong>o Lowell, que ele avistara<br />
sinais de vida no pla<strong>net</strong>a observando o que ele<br />
achou ser oásis em 1892. Porém, ele foi mais<br />
adiante que Lowell quando em 1903 ele disse<br />
ter observado sinais de vida na Lua.<br />
18 Janeiro, domingo<br />
Vênus oculta a estrela TYC 5807-<br />
01427-1 (mag 8.6).<br />
O Asteróide 2212 Hephaistos passa a<br />
0.033 UA da Terra.<br />
A Lua passa a 0.4 de separação da<br />
estrela SAO 184382 RHO OPHIUCHI (mag 4.8)<br />
as 6:1 h TU.<br />
A Lua perto de Antares a 10h UT (céu<br />
matutino). Ao amanhecer de amanhã a Lua<br />
estará em conjunção <strong>com</strong> a Estrela Antares da<br />
constelação do Escorpião.<br />
O Cometa 2P Encke (mag entre 8 e<br />
9.2) localiza-se na constelação do Sagitário AR<br />
18h 47m 35.6s e Declinação -27° 54' 42"e<br />
Elongation: 18.7°. O <strong>com</strong>eta nasce em torno<br />
das 04:12 hora e se põe em torno das 17h 54m<br />
27s. e o Sol nasce em torno das 05:40 h. Esse<br />
é um pequeno desafio para tentar localizar o<br />
<strong>com</strong>eta de menor período orbital.<br />
Em 1969, pulsares foram identificados<br />
pela primeira vez por Astrônomos da<br />
Universidade do Arizona.<br />
19 Janeiro, segunda-feira<br />
Ao amanhecer de amanhã acontece<br />
uma conjunção da Lua <strong>com</strong> o pla<strong>net</strong>a Mercúrio.<br />
Mercúrio oculta a estrela TYC 6277-01052-1<br />
(mag 9.4).<br />
Mercúrio (mag -0.2) e a Lua a 8.8 graus<br />
de separação as 7.4h TU.<br />
O Cometa C/2003 L2 (LINEAR) em<br />
Periélio a 2.865 UA do Sol.<br />
A Lua em Perigeu (mais íntimo a Terra)<br />
a 19h UT., a distância de 362,770 km e<br />
tamanho angular de 32.9 '.<br />
A Lua passa a 11.49 graus a sul de<br />
Plutão as 2:16 h (GMT -3). Plutão é o último<br />
dos pla<strong>net</strong>as descoberto e o nono em distância<br />
do Sol. Ainda depois da descoberta de Netuno,<br />
irregularidades minúsculas existiram no<br />
movimento observado de Urano e Netuno.<br />
Lowell predisse a existência de Plutão através<br />
de cálculo. O pla<strong>net</strong>a foi descoberto de fato 16<br />
anos depois da morte de Lowell, por Clyde<br />
Tombaugh em 1930, mas há vários graus de<br />
arco da posição predita. Porém, o pequeno<br />
tamanho de Plutão - menos que o diâmetro de<br />
nossa Lua - não parece resolver todas as<br />
irregularidades observadas do movimento dos<br />
pla<strong>net</strong>as exteriores. Plutão é um corpo sólido<br />
que provavelmente é coberto de gelo - metano<br />
sólido, amônio e dióxido de carbono.<br />
Realmente é um lugar frio <strong>com</strong><br />
aproximadamente -220°C, mas a luz do Sol<br />
ainda lustra 1500 vezes mais luminosa que<br />
nossa lua cheia iluminando a Terra. A órbita<br />
fortemente elíptica do pequeno pla<strong>net</strong>a põe<br />
Plutão ao redor do tempo de periélio dentro da<br />
órbita de Netuno. Plutão esteve em periélio em<br />
1989 e foi o oitavo pla<strong>net</strong>a mais distante até<br />
1999. Em 1978 foi descoberto um satélite de<br />
Plutão: Charon cujo diâmetro mede mais que a<br />
metade de Plutão. O Telescópio Espacial<br />
Hubble produziu um mapa do albedo da<br />
superfície do pla<strong>net</strong>a. Não é possível para<br />
telescópio amador até de maior abertura ver<br />
Plutão <strong>com</strong>o um disco brilhante, porque ele<br />
brilha <strong>com</strong>o uma mancha escura de luz a<br />
aproximadamente 14 de magnitude.<br />
Trânsito da lua Europa (mag 6.1) sobre<br />
o disco iluminado de Júpiter <strong>com</strong> início as<br />
2h09.9m TU. A passagem da sombra termina<br />
as 3h05.1m TU. E o final do trânsito termina as<br />
4h58.7m TU.<br />
A Via-Láctea está posicionada melhor<br />
para observação no hemisfério sul às 2.9 h TU.<br />
Em 1851 nascia Jacobus Cornelius<br />
Kapteyn (morreu em 18/06/1922). Astrônomo<br />
holandês que usava fotografia e métodos<br />
estatísticos para determinar os movimentos e<br />
distribuição das estrelas no espaço. Seus<br />
trabalhos foi o primeiro maior passo após os<br />
trabalhos de William e John Herschel. Ele<br />
tentou resolver as perguntas de densidade<br />
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revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004
EFEMÉRIDES<br />
espacial de estrelas <strong>com</strong>o uma função de<br />
distância do Sol, e sua distribuição de acordo<br />
<strong>com</strong> brilho por volume de unidade. Alguns de<br />
seus resultados tiveram valor duradouro, mas<br />
alguns foram superficiais porque ele não<br />
respondia pela absorção interestelar. Em<br />
estudos que usam movimento formal para<br />
determinar as distâncias estelares, ele<br />
descobriu que os movimentos estelares não<br />
são fortuitos (1904) <strong>com</strong>o era anteriormente<br />
pensando. Ele introduziu o conceito de<br />
magnitude absoluta e cores indexadas <strong>com</strong>o<br />
conceitos padronizados.<br />
Em 1747 nascia Johann Elert Bode<br />
(morreu em 23/12/1826. Astrônomo alemão<br />
melhor conhecido pela popularização de<br />
chamada Lei de Bode. Em 1766, o <strong>com</strong>patriota<br />
dele Johann Titius tinha descoberto uma<br />
relação matemática curiosa da distancia dos<br />
pla<strong>net</strong>as em relação ao Sol. Se somados 4 a<br />
cada número na série 0, 3, 6, 12, 24,... e as<br />
respostas divididas por 10, a sucessão<br />
resultante dá as distâncias dos pla<strong>net</strong>as em<br />
unidades astronômicas (terra = 1). Também<br />
conhecido <strong>com</strong>o a Lei Titius-Bode. Esse<br />
modelo entrou em desuso após a descoberta<br />
de Netuno que não se enquadrava nesse<br />
modelo e nem o pla<strong>net</strong>a Plutão. Bode foi diretor<br />
do Observatório de Berlim onde ele publicou<br />
Uranographia (1801), um das primeiras<br />
tentativas prósperas a traçar todas as estrelas<br />
visível a olho nu sem qualquer interpretação<br />
artística das figuras das constelações.<br />
20 Janeiro, terça-feira<br />
Conjunção de Mercúrio <strong>com</strong> a Lua. A<br />
bela Lua passa a 4.75 graus a sul de Mercúrio<br />
a 00:15 h (GMT -3).<br />
Mercúrio oculta a estrela TYC 6278-<br />
00447-1 (mag 10.0).<br />
A lua Io (mag 5.5) é eclipsada por<br />
Júpiter as 4h12.7m. Io reaparece da ocultação<br />
a 7h25.6m TU.<br />
O Sol entra na constelação de Aquário<br />
as 18h TU.<br />
Chuveiro de Meteoros ALFA<br />
HYDRIDEOS (Alpha Hidrids) <strong>com</strong> duração de<br />
15 a 30 de janeiro e máximo em 20/21 de<br />
janeiro. As taxas prevista são de 2 a 5<br />
meteoros por hora de um radiante de RA=140<br />
graus, DECL = -9 graus. Aparentemente este<br />
chuveiro apresenta dois fluxos. Segundo os<br />
dados obtidos por Gary W. Kronk, o primeiro<br />
radiante, <strong>com</strong>posto de 4 meteoros de rádio e 2<br />
meteoros fotográficos, é aparentemente<br />
responsável pela atividade visual. A duração<br />
vai de10 a 28 de janeiro. A passagem nodal<br />
acontece em 17 de janeiro, <strong>com</strong> o radiante<br />
estando então a RA=135.9 graus, DECL=-10.0<br />
graus. O movimento diário radiante é +0.98<br />
graus em RA e -0.57 graus em Decl.. O outro<br />
fluxo é <strong>com</strong>posto de 15 meteoros de rádio e é<br />
ativo de 11 a 30 de janeiro. A passagem de<br />
nodal acontece em 21 de janeiro de RA=149.0<br />
graus, DECL=-9.1 graus. O movimento diário é<br />
+0.88 graus em RA e -0.51 graus em DECL.<br />
Como os dados de radar cobriram<br />
adequadamente o período de 20 a 2 5 de<br />
janeiro, é possível que os máximos de ambos<br />
os fluxos podem acontecer depois das datas<br />
indicadas das passagens nodais.<br />
Em 1930 nascia Edwin Eugene Aldrin,<br />
Jr. Astronauta americano que marcou um<br />
recorde de atividade de extraveicular e foi o<br />
segundo homem a colocar os pé na Lua na<br />
missão Apollo 11.<br />
Em 1969, astrônomos na Universidade<br />
de Arizona estabeleceram a primeira<br />
identificação óptica de um pulsar.<br />
Em 1633, Galileu, <strong>com</strong> a idade 68<br />
anos, deixa sua casa em Florença, Itália, para<br />
enfrentar a Inquisição em Roma. Em 22 de<br />
Junho de 1633, sob as ameaças e<br />
interrogatório da Inquisição, publicamente<br />
Galileu aparentemente renunciou sua<br />
convicção de que a Terra girava ao redor do<br />
Sol.<br />
21 Janeiro, quarta-feira<br />
Pelo Calendário Persa hoje é o<br />
Primeiro dia do Bahman, o 11° mês do ano<br />
1382.<br />
A Lua Nova acontece as 18:15 h (GMT<br />
-3, <strong>com</strong>eçando a Lunação 1003.<br />
O Asteróide 2002 AL14 passa a 0.156 UA da<br />
Terra. A obra da lua Io (mag 5.5) inicia sua<br />
passagem sobre o disco de Júpiter a 1h32.5m<br />
TU. O Trânsito de Io <strong>com</strong>eça as 2h27.9m. O<br />
final da sombra termina as 3h48.8m e o<br />
Trânsito termina as 4h42.7m TU.<br />
Para quem reside nas latitudes meionorte<br />
pode observar de uma localização<br />
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revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 35
36<br />
EFEMÉRIDES<br />
escura a luz zodiacal ao término do crepúsculo<br />
astronômico, cerca de 1 1/2 a 1 3/4 horas<br />
depois do pôr-do-sol. A forma piramidal pode<br />
ser facilmente confundida <strong>com</strong> o brilho do<br />
crepúsculo, assim confira o tempo<br />
cuidadosamente para se assegurar que o<br />
crepúsculo terminou. A luz zodiacal segue ao<br />
longo do zodíaco (conseqüentemente o nome)<br />
que atualmente está subindo fora do horizonte<br />
oeste-sudoeste. O fenômeno é criado pela luz<br />
solar refletida na poeira localizada dentro do<br />
plano do nosso Sistema Solar.<br />
Chuveiro de Meteoros ETA CARINÍDEOS (Eta<br />
Carinids). A duração deste chuveiro de meteoro<br />
estende-se de 14 a 27 de janeiro, <strong>com</strong> Máximo<br />
parecendo acontecer a 20/21 de janeiro ao<br />
redor de RA=160 graus, DECL=-59 graus, e<br />
<strong>com</strong> ZHRs de 2 a 3 meteoros.<br />
Em 1908 nascia Bengt (o Georg<br />
Daniel) Strömgren (morreu em 4/7/1987.<br />
Astrofísico dinamarquês que abriu caminho<br />
para o conhecimento atual das nuvens de gás<br />
no espaço. Pesquisando para sua teoria da<br />
ionização do gás das nebulosas ao redor de<br />
estrelas quentes, ele achou relações entre a<br />
densidade de gás, a luminosidade da estrela, e<br />
o tamanho da " esfera " de Strömgren de<br />
hidrogênio ionizado ao redor delas. Ele<br />
inspecionou as regiões de H II na Galáxia, e<br />
também fez importante trabalho em relação as<br />
atmosferas estelares e ionização em estrelas.<br />
Em 1892 morria John Couch Adams<br />
(nascido em 5/6/1819). Matemático e<br />
astrônomo britânico, foi um dos dois estudiosos<br />
que independentemente descobriram o pla<strong>net</strong>a<br />
Netuno. Em 3 de julho de 1841, Adams havia<br />
anotado em seu diário: "Formed a design in the<br />
beginning of this week of investigating, as soon<br />
as possible after taking my degree, the<br />
irregularities in the motion of Uranus ... in order<br />
to find out whether they may be attributed to the<br />
action of an undiscovered pla<strong>net</strong> beyond it." "<br />
Adams fez muitas outras contribuições a<br />
astronomia, notavelmente seus estudos sobre<br />
o chuveiro de meteoros Leonideos (1866) onde<br />
ele mostrou que a órbita desse chuveiro era<br />
bem parecida <strong>com</strong> a de um <strong>com</strong>eta. Assim<br />
Adams pôde concluir corretamente que<br />
chuveiro de meteoro era associado <strong>com</strong> o<br />
<strong>com</strong>eta. Adams considerou o movimento da<br />
Lua, e estudou o mag<strong>net</strong>ismo terrestre.<br />
Em 1979, Netuno se tornou o pla<strong>net</strong>a<br />
mais externo do Sistema Solar , <strong>com</strong>o Plutão<br />
tem uma órbita altamente elíptica ela o leva por<br />
algum tempo para mais íntimo do Sol que a<br />
órbita de Netuno.<br />
Em 1472, o Grande <strong>com</strong>eta visível a<br />
luz do dia de 1472 passou dentro de 10.5<br />
milhões de km da Terra.<br />
22 Janeiro, quinta-feira<br />
Pelo Calendário Civil Indiano, hoje é o<br />
primeiro dia do Magha, o 11° Mês do ano de<br />
1925.<br />
O Cometa 40P Vaisala em Periélio em<br />
r=1.796AU delta=1.550AU mag=14.1m<br />
elon=87.3 graus, a 1.796 UA do Sol. A Lua em<br />
Libração Norte as 23h26.5m TU. O Pólo Norte<br />
da Lua é melgor visto.<br />
A Lua em conjunção <strong>com</strong> Netuno<br />
passa a 5.17 graus a sul do pla<strong>net</strong>a as 10:25 h<br />
(GMT -3). Netuno foi descoberto por causa de<br />
irregularidades do movimento de Urano através<br />
de cálculos por Leverrier e Adams; e foi visto<br />
pela primeira vez ao telescópio em 23 de<br />
setembro de 1846. Quando visto ao telescópio<br />
amador eles se revela <strong>com</strong>o um pla<strong>net</strong>a escuro<br />
de disco azulado. Com magnitude 7.7 também<br />
é um objeto binocular. Não é possível ver<br />
detalhes de seu manto nebuloso da Terra.<br />
O Asteróide 1997 AC11 passa a 0.166<br />
UA da Terra.<br />
Trigésimo sexto aniversário (1968) da<br />
Apollo 5.<br />
Em 1992 a primeira astronauta<br />
canadense Roberta Bondar ia ao espaço.<br />
Em 1865 nascia Louis Paschen<br />
(morreu em 25/02/1947). Louis Carl Heinrich<br />
Friedrich Paschen foi um físico alemão que<br />
provavelmente foi o espectroscopita<br />
experimental mais hábil do seu tempo. Em<br />
1895, ele estudou o espectro do elemento<br />
terrestre então recentemente descoberto, o<br />
hélio. Em 1908, ele descobriu uma série nova<br />
de linhas no espectro do hidrogênio, conhecido<br />
<strong>com</strong>o a série de Paschen.<br />
Em 1592 nascia Pierre Gassendi<br />
(morreu em 24/10/1655). Cientista, matemático,<br />
e filósofo francês que reavivou o Epicureanism<br />
<strong>com</strong>o um substituto ao Aristotelianism. Kepler<br />
Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S<br />
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revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004
EFEMÉRIDES<br />
tinha predito um trânsito de Mercúrio que<br />
aconteceria em 1631. Gassendi usou um<br />
telescópio Galileano para observar o trânsito,<br />
projetando a imagem do sol em uma tela de<br />
papel. Ele escreveu em astronomia, suas<br />
próprias observações astronômicas e em<br />
corpos cadentes.<br />
Em 1997, Lottie Williams americano era<br />
reportado <strong>com</strong>o o primeiro ser humano a ser<br />
golpeado por restos de um veículo espacial<br />
depois de reentrar na atmosfera da terra. Às 3<br />
da manhã, enquanto entrando em um parque<br />
em Tulsa, Oklahoma, ela viu um clarão sobre<br />
sua cabeça. " Se parecia <strong>com</strong> um meteoro, "<br />
ela disse. Minutos depois, ela foi atingida no<br />
ombro por um pedaço de seis polegadas de<br />
material metálico enegrecido. O es<strong>com</strong>bro que<br />
golpeou a Sra. Williams não foi examinado para<br />
confirmar sua origem, mas o foguete Delta II<br />
que sobe verticalmente, lançado nove meses<br />
antes, havia se chocado <strong>com</strong> a atmosfera da<br />
Terra meia hora mais cedo. Cientistas de<br />
NASA acreditam que Williams foi acertada por<br />
uma parte desse foguete e isso faz dela a<br />
única pessoa no mundo conhecida por ter sido<br />
atingida por es<strong>com</strong>bro espacial artificial.<br />
23 Janeiro, sexta-feira<br />
Pelo Calendário Hebreu <strong>com</strong>eça ao<br />
pôr-do-sol o primeiro dia do Shevat, quinto mês<br />
do ano 5764.<br />
Pelo Calendário Tabular Islâmico o<br />
primeiro dia Dhu al-Hijjah, 12° mês do ano de<br />
1424 <strong>com</strong>eça ao pôr-do-sol.<br />
A Lua em conjunção <strong>com</strong> Urano. A Lua<br />
passa a 4.47 gruas a sul de Urano as 17:46 h<br />
(GMT -3). Urano foi descoberto por William<br />
Herschel em 1781. O terceiro pla<strong>net</strong>a gasoso<br />
do Sistema Solar tem um diâmetro<br />
aproximadamente de metade o tamanho de<br />
Saturno, e tem tamanho semelhante ao de<br />
Netuno. O minúsculo disco esverdeado de<br />
Urano tem um brilho que o faz perceptível ao<br />
olho sem ajuda (mag 5.9) em excelentes<br />
condições de céu e longe da poluição luminosa<br />
das cidades. Telescópios até maiores<br />
normalmente não mostram distinção de<br />
detalhes de seu manto nebuloso, <strong>com</strong>o faixas<br />
ou redemoinhos.<br />
Em 1857 nascia Andrija Mohorovicic<br />
(morreu em 18/12/1936). O meteorologista e<br />
geofísico croata que descobriu o limite entre a<br />
crosta da Terra , um limite agora nomeado de<br />
Descontinuidade de Mohorovicic. Em 1901 ele<br />
foi designado chefe do serviço meteorológico<br />
da Croácia e Slavonia, gradualmente ele<br />
estendeu suas atividades do observatório para<br />
outros campos da geofísica: sismologia,<br />
geomag<strong>net</strong>ismo e gravitação. Depois do<br />
terremoto de 8 de outubro de 1909 em<br />
Pokuplje (Vale de Kupa), ele analisou o<br />
espalhamento das ondas sísmicas <strong>com</strong><br />
profundidades rasas pela Terra. Sendo o<br />
primeiro a estabelecer, em base de ondas<br />
sísmicas, uma superfície de descontinuidade<br />
da velocidade que separa a crosta da Terra do<br />
manto, agora conhecida <strong>com</strong>o a<br />
Descontinuidade de Mohorovicic.<br />
Em 1840 nascia Ernst Abbe (morreu<br />
em 14/01/1905). Físico alemão que fez<br />
inovações teóricas e técnicas na teoria óptica.<br />
Em 1719 nascia John Landen (morreu em<br />
15/01/1790). Matemático britânico que fez<br />
contribuições importantes em integrais<br />
elípticos. Landen inventou uma transformação<br />
importante, conhecido <strong>com</strong> seu nome e dá uma<br />
relação entre funções elípticas que expressam<br />
um arco hiperbólico em termos de duas<br />
elípticas. Ele também resolveu o problema do<br />
topo girando e explicou o erro de Newton<br />
calculando a precessão. Landen foi eleito<br />
Membro da Sociedade Real em 1766. Ele<br />
corrigiu o resultado de Stewart na distância de<br />
Sol-Terra (1771).<br />
Em 1810 morria Johann Wilhelm Ritter<br />
(nascido em 16/12/1776). Físico alemão que<br />
descobriu a região ultravioleta do espectro e<br />
assim ajudou a alarga a visão de homem além<br />
da região estreita de luz visível que cercar o<br />
espectro eletromagnético inteiro dos raios<br />
gama menores para as ondas de rádio mais<br />
longas.<br />
Em 1930, Clyde Tombaugh fotografou<br />
o pla<strong>net</strong>a Plutão.<br />
24 Janeiro, sábado<br />
Lua em Libração Máxima as 10h16.5m<br />
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revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 37<br />
TU.
38<br />
EFEMÉRIDES<br />
Vênus em conjunção <strong>com</strong> a Lua as 13:08 (GMT<br />
-3). A Lua passa a 2.39 graus a sul de Vênus<br />
as 18:45 h (GMT -3) a 38° do Sol.<br />
Chuveiro de Meteoros ALFA LEONÍDEOS<br />
(Alpha Leonids) <strong>com</strong> duração de 13 de janeiro<br />
a 13 de fevereiro e máximo acontecendo de 24<br />
a 31 de janeiro. A evidência mais forte para a<br />
existência deste fluxo vem das de sessões do<br />
Projeto de Rádio Meteoro realizada por Zdenek<br />
Sekanina durante os anos de 1960. A duração<br />
do fluxo definitivamente cobre o período de 13<br />
de janeiro a 13 de fevereiro, mas pode <strong>com</strong>eçar<br />
de fato já em 28 de dezembro. O Máximo<br />
acontece alguns dias durante a última semana<br />
de janeiro, <strong>com</strong> um radiante médio próximo a<br />
RA=156 graus e DECL=+9 graus.<br />
Provavelmente este fluxo é um bom exemplo<br />
de chuveiro telescópico, mas também existem<br />
evidências visuais <strong>com</strong> um máximo ZHR de até<br />
mesmo 10 meteoros por hora quando o<br />
radiante está no zênite. A baixa inclinação<br />
orbital do fluxo faz dele aparentemente um<br />
fluxo difícil de ser estabelecido.<br />
Em 1832 nascia Jan Harold Delos<br />
Babcock (morreu em 08/04/1968). Astrônomo<br />
americano que juntamente <strong>com</strong> seu filho,<br />
Horace, inventou o mag<strong>net</strong>ograph solar (1951),<br />
para observação detalhada do campo<br />
magnético do Sol. Os Babcocks mediram a<br />
distribuição dos campos magnéticos em cima<br />
da superfície solar <strong>com</strong> precisão sem<br />
precedente e mag<strong>net</strong>icamente descobriram<br />
estrelas variáveis <strong>com</strong> o mag<strong>net</strong>ograph deles.<br />
Em 1959 Harold Babcock anunciou que o Sol<br />
inverte sua polaridade magnética<br />
periodicamente. O estudo laboratorial preciso<br />
dos espectros atômicos de Babcock permitiu<br />
que outros identificassem as primeiras linhas<br />
"proibidas" no laboratório e descobrir o raro<br />
isótopo de oxigênio. Com C.E. St. John ele<br />
melhorou em muito a precisão dos<br />
<strong>com</strong>primentos de onda de umas 22,000 linhas<br />
do espectro solar e são referencias para<br />
recentemente determinações dos padrões.<br />
Em 1798 nascia Nascido Karl George<br />
Christian von Staudt (morreu em 01/06/1867).<br />
Matemático alemão que desenvolveu a<br />
primeira teoria <strong>com</strong>pleta de pontos imaginários,<br />
linhas, e planos da geometria projetiva. Seu<br />
trabalho inicial foi determinar a órbita de um<br />
<strong>com</strong>eta e, baseado neste trabalho, recebeu seu<br />
doutorado. Ele mostrou <strong>com</strong>o construir um<br />
polígono inscrito regular de 17 lados usando<br />
apenas bússolas. Entre outras coisas, ele<br />
também deu uma solução geométrica a<br />
equações quadráticas.<br />
Em 1915 morria Arthur von Auwers<br />
(nasceu em 12/09/1838). (Georg Friedrich<br />
Julius) o Arthur von Auwers foi astrônomo<br />
alemão conhecido pelos seus catálogos de<br />
estrela extremamente precisos. Ele também<br />
pesquisou a paralaxe solar e estelar, fez uma<br />
nova redução das observações de James<br />
Bradley e medidas das distâncias de estrelas.<br />
Auwers também observou estrelas duplas, e<br />
<strong>com</strong> precisão calculou as órbitas das estrelas<br />
duplas Sírius e Procyon.<br />
Em 1914 morria Sir David Gill (nascido<br />
em 12/06/1843). Astrônomo escocês conhecido<br />
pelas suas medidas de paralaxe solar e estelar<br />
e mostrar as distâncias do Sol e outras estrelas<br />
da Terra, e o uso de fotografia para traçado do<br />
céu. Para determinar a paralaxe, ele<br />
aperfeiçoou o uso do heliometer, um telescópio<br />
que usa uma imagem fendida para medir a<br />
separação angular dos corpos celestes.<br />
Em 1986, a sonda espacial Voyager II fez seu<br />
primeiro voar por Urano a uma distância de<br />
81,593 km do pla<strong>net</strong>a, realizando dezenas de<br />
fotografias, e descobrindo novas luas .<br />
Atualmente a Voyager está deixando o Sistema<br />
Solar.<br />
Em 1925, era feito um filme de um<br />
eclipse solar levado realizado de um dirigível<br />
em cima de Long Island, NY. Em 1544, um<br />
eclipse solar foi visto de Louvain e<br />
posteriormente foi descrito e usado na primeira<br />
ilustração de livro publicada sobre o uso da<br />
câmera obscura. O matemático holandês e<br />
astrônomo Reinerus Gemma-Frisius observou<br />
o eclipse solar usando um buraco em uma<br />
parede de um pavilhão para projetar a imagem<br />
do sol de cabeça para baixo sobre a parede<br />
oposta. Ele publicou a primeira ilustração de<br />
uma câmera escura e descreve seu método de<br />
observação do eclipse em De Radio<br />
Astronomica et Geometrica (1545. Vários<br />
astrônomos fizeram uso de tal dispositivo na<br />
primeira metade do século XVI. Johannes<br />
Kepler e Christopher Scheiner usaram câmera<br />
escura para estudar a atividade das manchas<br />
solares. A técnica já era conhecida por<br />
Aristóteles (Problems, ca 330 BC).<br />
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revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004
EFEMÉRIDES<br />
Em 1986 a sonda<br />
sobrevoava o pla<strong>net</strong>a Urano.<br />
Voyager II a Dorum Termier <strong>com</strong> dimensão de 90 x 3 km<br />
mas que só podem ser vistas através de<br />
telescópio <strong>com</strong> diâmetro mínimo de 200 mm.<br />
De fato para a observação telescópica nós<br />
25 Janeiro, domingo<br />
vemos no campo ocidental as crateras Peirce e<br />
Picard <strong>com</strong> diâmetro respectivo de 24 e 35 km.<br />
Na base da região SW do Mare Crisium nós<br />
Lua em Libração Este as 14h16.9m TU. podemos notar a cratera Lick, quase<br />
Nesse momento o Mare Crisium está mais <strong>com</strong>pletamente enterrada debaixo da capa de<br />
voltado para o centro da Lua. Que tal tirar a rególito que cobre parte grande da superfície<br />
noite de hoje para observar o Mare Crisium lunar. Pouco mais para norte nós temos uma<br />
(Mar da Crise) na Lua? Então, pegue seu outra cratera da mesma categoria: Yerkes,<br />
instrumento e um mapa lunar e encontre quase situado na proximidade da margem ocidental<br />
na borda Este (quadrante norte-este) da Lua deste ''planície'' circular. Neste ponto há dois<br />
aquela imensa formação circular e observe-a Cabos (Cape) um de frente para o outro: o<br />
detidamente. O Mare Crisium (Mar da Crise) Lavinium e o Olivium, respectivamente para sul<br />
localizado na borda oriental da Lua é uma e norte. Ainda mais para o Oeste que destes<br />
enorme bacia em forma elíptica medindo dois cabos está a cratera Proclus, muito<br />
500km leste-oeste e 400km norte-sul e luminosa e <strong>com</strong> raios brilhantes provavelmente<br />
superfície de 181.000 km2 . O mar é cercado oriundos da ejeção de materiais durante os<br />
por montanhas distintas em todos os lados, impactos de meteoritos que originaram esta<br />
perfeitamente isolado de outras características cratera. Um outro cabo é o Agarun situado no<br />
da planície. O mar foi formado pela lava que campo oriental sul do Mare Crisium. A norte do<br />
encheu a " Bacia " do Mare Crisium, que Mare Crisium se encontra a pequena cratera<br />
também é chamado de ''Crisium Bacin''. Esse Cleomedes, <strong>com</strong> tamanho de 126 x 126 km<br />
acidente lunar apresenta forma de uma imensa cercada por alto muro (parede) de 3.700<br />
cratera quase elíptica, que segundo estudos, metros de altura. Para o nordeste, mas sempre<br />
foi formada por impacto meteorítico. Apresenta para fora do Mare Crisium está a cratera<br />
chão muito plano <strong>com</strong> anel de cume e ruga Macrobius, medindo 64 x 64 km, em cuja<br />
para a periferia, crateras fantasma para o Sul e parede oriental há uma pequena cratera de<br />
craterletas. Sua idade remonta ao período poucos km. Para sudeste a cratera Taruntius e<br />
Nectariano e deve ter cerca de 3.85 bilhões uma zona montanhosa que delimita o Mare<br />
anos de idade. Percebe-se claramente que as Tranquillitatis e na extremidade NW o Mare<br />
lavas se acumularam para o centro da bacia o Fecunditatis. Na proximidade da margem norte<br />
que causou um afundamento central devido o do Mare Crisium está o Mare Anguis, uma<br />
peso da lava. O Mare Crisium é visto a olho nu planície pequena de 4000 km2. O Mare Crisium<br />
quando nós observamos o disco lunar sem e o Mare Fecunditatis estão separados por uma<br />
instrumentos, sendo facilmente reconhecível região montanhosa.<br />
<strong>com</strong>o uma mancha circular escura. O<br />
instrumento mínimo para sua observação é um<br />
binóculo <strong>com</strong> aumento de 10 vezes. O melhor<br />
período para sua observação acontece 3 dias<br />
após a Lua Nova ou 2 dias após a Lua Cheia.<br />
Se você dispõe de um instrumento maior que<br />
um binóculo e um mapa lunar, pode ser até<br />
mesmo um Mapa Virtual da Lua em seu<br />
<strong>com</strong>putador, procure localizar as seguintes<br />
formações que se destacam nessa imensa<br />
bacia. Na área do Mare Crisium não há cadeias<br />
montanhosas e o fundo de sua superfície nos<br />
aparece praticamente liso e <strong>com</strong> pequenas<br />
crateras. Contudo, existem algumas dorsais no<br />
chão do Maré Crisium, onde se destaca a<br />
Em 1736 nascia De L'empire Joseph-<br />
Louis Lagrange (morreu em 10/04/1813).<br />
Matemático italiano-francês que fez grandes<br />
contribuições à teoria dos números e para a<br />
mecânica analítica e celeste. Seu livro mais<br />
importante foi o Mécanique analytique (1788;<br />
"Analytic Mechanics"), esse livro de ensino<br />
ainda é usado <strong>com</strong>o base em todos os mais<br />
recentes trabalhos neste campo.<br />
Em 1955, os cientistas da Universidade<br />
de Columbia desenvolveram um relógio<br />
atômico preciso <strong>com</strong> erro de apenas um<br />
segundo para cada 300 anos.<br />
Vigésimo primeiro aniversário (1983)<br />
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revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 39
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EFEMÉRIDES<br />
do lançamento do satélite infravermelho IRAS<br />
(Infrared Astronomical Satellite). Em 1994 era<br />
lançada a sonda Clementine (USA Moon<br />
Orbiter).<br />
26 Janeiro, segunda-feira<br />
Imersão da estrela SAO 147008 27<br />
PISCIUM mag 5.1 no limbo escuro da Lua a<br />
0h46.8m TU.<br />
Início do transito da sombra da lua<br />
Europa (mag 6.1) pelo disco iluminado de<br />
Júpiter as 2h48.2m TU. Europa inicia sua<br />
passagem pela frente do disco do pla<strong>net</strong>a as<br />
4h31.5m TU. A sombra termina sua passagem<br />
as 5h40.5m e o trânsito de Europa termina as<br />
7h20.3m TU.<br />
Vênus continua brilhando ao cair da<br />
noite até se esconder em torno das 21:00h<br />
hora. Normalmente Vênus é o objeto mais<br />
luminoso ao crepúsculo, depois da Lua. ele<br />
também apresenta fases diferentes durante sua<br />
órbita ao redor do Sol e até mesmo usando<br />
binóculo podemos discernir essas fases. A<br />
proximidade de Vênus para a Terra é bastante<br />
variável em distância e por isso o diâmetro do<br />
pla<strong>net</strong>a muda rapidamente desvio a essa<br />
distância. A superfície de Vênus está<br />
escondida sob uma espessa cobertura de<br />
nuvens, e assim nenhum telescópio baseado<br />
na Terra pode ser sua topografia. A cartografia<br />
da superfície só é possível através de técnicas<br />
de radar, porque as ondas de radar pe<strong>net</strong>ram<br />
nuvens. A astronave de Magellan produziu um<br />
modelo altamente precisa da superfície e<br />
determinou a elevação de seu relevo.<br />
Em 1992 a sonda automática<br />
americana Magellan iniciava o mapeamento<br />
por radar da superfície do pla<strong>net</strong>a Vênus.<br />
Em 1978 era lançado o satélite IUE -<br />
International Ultraviolet Explorer. crateras.<br />
27 Janeiro, terça-feira<br />
Pela noite acontece uma Conjunção da<br />
Lua <strong>com</strong> o pla<strong>net</strong>a Marte. A Lua passa a 3.10<br />
graus a sul de Marte as 21:48 h (GMT -3).<br />
Júpiter eclipsa a lua Io (mag 5.5) as 6h06.3m<br />
TU.<br />
O Asteróide 1772 Gagarin passa a<br />
1.387 UA da Terra.<br />
Em 1829 nascia Isaac Roberts (morreu<br />
em 17/07/1904). Astrônomo britânico, foi um<br />
dos pioneiros em fotografar nebulosas. Em<br />
1885 ele construiu um observatório <strong>com</strong> um<br />
refletor de 20''. Com esse instrumento Roberts<br />
fez consideráveis progressos no<br />
desenvolvimento da então recente ciência da<br />
astrofotografia. Ele fotografou numerosos<br />
objetos celestes inclusive Nebulosa de Orion<br />
em 15 de janeiro de 1986 (90 minuciosas<br />
exposições) e do aglomerado aberto das<br />
Plêiades. Seu melhor trabalho fotografia foi a<br />
imagem que mostra a estrutura espiral da<br />
Grande Nebulosa de Andromeda, M31, feita<br />
em 29/12/1888. Além da sua contribuição na<br />
astrofotografia ele também inventou uma<br />
máquina para gravar posições estelares em<br />
placas de cobre, conhecido <strong>com</strong>o o<br />
Pantograver Estelar.<br />
Em 1908 Pierre Melotte descobria a lua<br />
Pasiphae de Júpiter.<br />
Em 1967, durante testes na base de<br />
lançamento, acontecia o incêndio no módulo de<br />
<strong>com</strong>ando da Apollo 1 que causou a morte da<br />
primeira tripulação do projeto: Virgil I. Grissom,<br />
veterano das missões Mercury e Gemini;<br />
Edward H. White, astronauta que havia feito a<br />
primeira atividade extraveicular durante o<br />
programa Gemini; e Roger B. Chaffee,<br />
astronauta que se preparava para seu primeiro<br />
vôo espacial.<br />
28 Janeiro, quarta-feira<br />
Vênus Oculta a estrela PPM 207251<br />
(mag. 9.8).<br />
O Asteróide 2002 PN passa a 0.042 UA<br />
da Terra.<br />
A Lua passa a 2.5 graus de separação<br />
do Pla<strong>net</strong>a Marte (mag 0.7) a 1.7h TU. Lua e<br />
Marte em conjunção as 00:01h (GMT -3).<br />
Transito da lua Io (mag 5.5) sobre o<br />
disco iluminado do pla<strong>net</strong>a Júpiter. A sobra<br />
<strong>com</strong>eça as 3h25.7m TU e o Transito<br />
propriamente dito tem início as 4h14.0m TU. As<br />
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revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004
EFEMÉRIDES<br />
5h21.4m Io em Conjunção Inferior. A incidência<br />
da sobra no pla<strong>net</strong>a termina as 5h42.0m TU, e<br />
o Trânsito finaliza as 6h28.8m TU. Para<br />
a<strong>com</strong>panhar todo o trajeto o uso de<br />
instrumento ótico é indispensável.<br />
Em 1986 ocorria a trágica explosão a<br />
73 segundos após o lançamento do<br />
transportador espacial Challenger STS 51-L em<br />
que sete astronautas americanos perderam a<br />
vida: Francis R. Scobee, Michael J. Smith,<br />
Judith A. Resnik, Ellison S. Onizuka, Ronald E.<br />
McNair, Gregory B. Jarvis, Sharon Christa<br />
McAuliffe. A causa da explosão foi devido a<br />
deterioração de um anel de vedação.<br />
29 Janeiro, quinta-feira<br />
A Lua Quarto Crescente ou de Primeiro<br />
Quarto acontece as 03:03 h (GMT -3).<br />
Marte oculta a estrela TYC 0624-00684-1 (mag.<br />
9.5).<br />
Júpiter eclipsa a lua Io (mag 5.5) a<br />
0h34.7m TU. O Reaparecimento de Io<br />
acontece as 3h38.7m TU. Para observadores<br />
atentos, a cronometragem precisa do evento<br />
sempre é de grande valia aos estudiosos do<br />
pla<strong>net</strong>a Júpiter.<br />
30 Janeiro, sexta-feira<br />
Mercúrio oculta a estrela TYC 6875-<br />
00773-1 (mag 9.5).<br />
O Asteróide 2247 Hiroshima passa a<br />
1.467 U.A da Terra.<br />
O brilhante pla<strong>net</strong>a Vênus pode ser<br />
a<strong>com</strong>panhado ao entardecer na constelação do<br />
Aquário, quando se põe em torno das 21:03<br />
hora.Uma hora mais cedo, Urano está dizendo<br />
adeus ao céu noturno (20h6m) também<br />
localizado na constelação do Aquário. Marte<br />
em Peixes se esconde pelas 22h56m hora<br />
local.<br />
A bela Luna de 8 dias em fase 0.665<br />
nasceu as 13h37m e só esconde seu brilho em<br />
torno da meia-noite. Quando a Lua estiver mais<br />
alta no céu escuro , é um bom momento para<br />
perscrutar a zona do terminador lunar. Examine<br />
a cratera Plato (Platão), localizada abaixo do<br />
Mare Frigoris: Longitude: 9.3° oeste e Latitude:<br />
51.6° norte , Quadrante: Norte-oeste. Ela se<br />
destaca pela forma circular murada (uma<br />
planície) de dimensões 101x101Km e chão de<br />
cor bem escura. Provavelmente foi formada no<br />
período Imbriano Superior. A cratera esmaga a<br />
cadeia dos Alpes, apresenta pequenas paredes<br />
altas <strong>com</strong> ápices de 2000m e colapsada a<br />
Oeste. Apresenta rampas bem íngremes que<br />
sustentam a cratera Plato G para o Leste. Seu<br />
chão aparentemente foi cheio de lava escura e<br />
posteriormente outros impactos formaram <strong>com</strong><br />
algumas craterletas. Acima do Mare Frigoris,<br />
bem na linha do terminador busque a cratera<br />
Goldschmidt (Hermann Goldschmidt)<br />
Longitude: 2.9° oeste e Latitude: 73.0° norte ,<br />
Quadrante: Norte-oeste. Formada no Período<br />
Pré-Nectariano é uma formação tipo planície<br />
murada medindo 120x120 Km bem<br />
interessante, embora ela se apresente<br />
desgastada, mostra rampas íngremes<br />
esmagadas a Oeste pela cratera Anaxágoras e<br />
a sudoeste está a cratera Goldschmidt A.<br />
Apresenta colinas, craterletas e pequenas<br />
paredes altas. Para uma boa observação o uso<br />
de instrumentos é indispensável e para<br />
observação de detalhes use maiores<br />
aumentos.<br />
31 Janeiro, sábado<br />
Lua perto das Plêiades a 2h UT.<br />
Lua em Apogeu as 13h58.7m TU, a distancia<br />
de 404,807 km e tamanho angular de 29.5 '.<br />
Transito da lua Ganymede (mag 5.0) sobre o<br />
disco iluminado de Júpiter <strong>com</strong> início as<br />
3h20.6m TU. O final da passagem da sombra<br />
acontece as 3h42.3m TU, e o Transito está<br />
inteiramente terminado as 6h35.6m TU.<br />
A constelação de Pegasus atravessa o<br />
céu das latitudes meio norte no início da noite.<br />
A constelação representa o mitológico herói<br />
grego que domesticou Pegasus, matou<br />
Medusa, e salvou Andrômeda. Todos esses<br />
mitos estão representados no céu. Perseu<br />
segura a cabeça de serpentes da Medusa, a<br />
qual está marcada por uma estrela variável<br />
chamado Algol que representa o olho maldoso<br />
da megera. A estrela varia entre magnitude 2.1<br />
e 3.3 em cima de um período de 3 dias<br />
Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S<br />
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 41
42<br />
EFEMÉRIDES<br />
A razão dessa variabilidade é que Algol de fato<br />
é um par de estrelas que orbitam uma a outra.<br />
Do nosso ponto de vista na Terra elas passam<br />
alternadamente na frente uma da outra fazendo<br />
<strong>com</strong> que o brilho total flutue de uma maneira<br />
previsível.<br />
Em 1862 Alvan Graham Clark Jr.<br />
descobria a estrela <strong>com</strong>panheira anã de Sirius,<br />
a Sírius B.<br />
Há 46 anos (1958) era lançado o<br />
satélite Explorer 1, o primeiro satélite terrestre<br />
lançado pelos americanos. Você saberia dizer<br />
qual foi o primeiro satélite artificial lançado em<br />
torno da Terra e qual o país que realizou essa<br />
façanha? Se você respondeu Sputnik I e<br />
Rússia, você acertou em cheio!<br />
1 de Fevereiro<br />
Há 5 anos (1999) a sonda Galileo vazia<br />
seu 19° pela lua Europa de Júpiter.<br />
Primeiro aniversário (2003) do acidente<br />
<strong>com</strong> o ônibus espacial Columbia 7 (Space<br />
Shuttle Columbia) onde morreram os 7<br />
ocupantes. Mais informações na próxima<br />
publicação da Agenda Diária.<br />
Notas: * As conjunções pla<strong>net</strong>árias foram calculadas pelo Software SkyMap Pro 6. pela hora<br />
legal de Brasília (GMT-3) segundo as coordenadas Lat.21.27.54S Long.47.00.21W. Esses<br />
dados são úteis para a localização dos pla<strong>net</strong>as visíveis a olho nu (de Mercúrio até Saturno),<br />
bastando procurá-los perto da Lua, quando ela estiver acima do horizonte naquela data.<br />
Cartas Celestes para ambos os hemisférios podem ser baixadas através da inter<strong>net</strong> em:<br />
www.skymaps.<strong>com</strong>*<br />
Para observar as ocultações e trânsitos use instrumentos de maiores aberturas.<br />
Softwares Usados: Sting's Sky Calendar - © www.skycalendar.<strong>com</strong>/skycal/index.html<br />
SkyMap Pro 6 © C.A. Marriott - www.skymap.<strong>com</strong>/<br />
Fontes Consultadas e mais informações em:<br />
/www.skymaps.<strong>com</strong>/index.html (carta celeste de dezembro para ambos os hemisférios)<br />
http://reabrasil.astrodatabase.<strong>net</strong>/ ou http://geocities.yahoo.<strong>com</strong>.br/reabrasil/<br />
http://aerith.<strong>net</strong>/index.html<br />
http://www.jpl.nasa.gov/calendar/<br />
http://inga.ufu.br/~silvestr/<br />
CalSky: http://www.calsky.<strong>com</strong>/<br />
http://www.pa.msu.edu/abrams/SkyWatchersDiary/Diary.html<br />
http://<strong>com</strong>ets.amsmeteors.org/meteors/calendar.html<br />
http://www.imo.<strong>net</strong>/<br />
http://www.lunar-occultations.<strong>com</strong>/iota/2003bstare/bstare.htm<br />
http://www.lunar-occultations.<strong>com</strong>/iota/2003pla<strong>net</strong>s/pla<strong>net</strong>s.htm<br />
Jet Propulsion Lab: http://www.jpl.nasa.gov/<br />
Rosely Gregio<br />
Redatora | Revista <strong>macroCOSMO</strong><br />
rgregio@uol.<strong>com</strong>.br<br />
Felizes observações e bons céus para todos! ∞<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004
MITOS CIENTÍFICOS<br />
DE VOLTA ÀS TREVAS<br />
a renegação dos princípios básicos da astronomia na "nova era"<br />
Paulo Monteiro | Revista <strong>macroCOSMO</strong><br />
Copérnico, Kepler e Galileu. Ainda hoje contestados!<br />
Estaríamos retornado à época da Inquisição?<br />
Atualmente, crescem os números de pessoas que<br />
simplesmente renegam a ciência em troca de meras especulações,<br />
divulgadas por pessoas que ou não sabem nada do assunto, ou<br />
querem tirar proveito da falta de informação do povo, devido ao<br />
péssimo ensino da astronomia nas escolas.<br />
Em pleno ano 2004, passados mais de quinhentos anos das<br />
descobertas de Galileo e Copérnico, às vezes me sinto em meio à<br />
inquisição. Hoje em dia, astrônomos amadores e profissionais não<br />
possuem quase nenhum espaço na mídia e suas observações,<br />
suas teses baseadas em observações sistemáticas e<br />
cientificamente <strong>com</strong>provadas <strong>com</strong> os mais modernos instrumentos,<br />
são simplesmente ignorados por pessoas que se dizem capazes de<br />
falar <strong>com</strong> extraterrestres e intraterrestres, que se auto-intitulam um<br />
próprio ET de Urano vivendo no pla<strong>net</strong>a Terra ou que são capazes<br />
de prever o futuro, baseados em meras especulações, onde<br />
transformam os movimentos dos pla<strong>net</strong>as do sistema solar e<br />
fenômenos astronômicos em motivo de pânico, parecendo até que<br />
os pla<strong>net</strong>as são responsáveis pelo que o próprio homem faz.<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 43
44<br />
MITOS CIENTÍFICOS<br />
Os eclipses solares e os <strong>com</strong>etas, belos<br />
fenômenos astronômicos, são usados a<br />
milhares de anos <strong>com</strong>o o prenúncio do fim do<br />
mundo. Eu entendo perfeitamente que o<br />
homem no ano de 5000 A.C, ao ver o Sol<br />
simplesmente "apagando" entrasse em pânico,<br />
pois acreditava que o Sol iria sumir pra sempre<br />
e sem sua luz e calor, entrasse numa idade das<br />
trevas onde o mundo iria acabar.<br />
Um <strong>com</strong>eta é associado até hoje <strong>com</strong>o<br />
sinal de tragédias. A astronomia ridiculariza<br />
essas previsões, pois todo ano aparece um<br />
<strong>com</strong>eta no nosso céu, mas só utilizam o Halley<br />
<strong>com</strong>o prenuncio de azar. Em 1997 o <strong>com</strong>eta<br />
Hale-Boop causou o suicídio de centenas de<br />
pessoas nos EUA, seguidas por um líder<br />
fanático, que afirmava existir um disco voador<br />
na cauda do <strong>com</strong>eta que os levariam após a<br />
morte. Ate hoje muitos acreditam nisso!<br />
Mas estamos no ano 2004 D.c, isso é<br />
um absurdo mas infelizmente pessoas ainda<br />
associam o eclipse solar e os <strong>com</strong>etas ao fim<br />
do mundo, prenuncio de tragédias e mortes.<br />
Essas pessoas aparecem toda semana na TV,<br />
e em finais de ano e de milênio, aparecerão<br />
muito mais. Suas previsões têm sempre, pelo<br />
que percebi dois caminhos:<br />
1º Associam eclipses, passagens de<br />
<strong>com</strong>entas, "transito de pla<strong>net</strong>as" em algumas<br />
constelações <strong>com</strong>o o principal motivo de alguns<br />
fatos ocorridos na Terra, <strong>com</strong>o se os pla<strong>net</strong>as e<br />
<strong>com</strong>etas lá no espaço, a milhões de<br />
quilômetros de distância, fossem os<br />
responsáveis por tudo que ocorre por aqui. A<br />
maioria das previsões estão sempre ligadas a<br />
tragédias, desastres e catástrofes globais.<br />
2º Se não citam tragédias e assustam a<br />
população, criam falsas esperanças. Há anos<br />
escuto falar de uma tal "nova era", mas se as<br />
pessoas continuarem a acreditar nesse tipo de<br />
pessoas e previsões e gastarem dinheiro <strong>com</strong><br />
isso, a nova era não será tão bela <strong>com</strong>o os<br />
"videntes" pintam. Será sim uma idade das<br />
trevas, <strong>com</strong> a renegação da ciência e dos<br />
princípios básicos da astronomia, tendo a maior<br />
parte do povo acreditando em fantasias que<br />
mais parecem histórias de conto de fadas. Isso<br />
já ocorreu na humanidade por mais de 1000<br />
anos e terminou graças a Copérnico, Kepler e<br />
Galileo!<br />
Como as pessoas ganham tamanho<br />
espaço na mídia? Videntes continuam a<br />
assombrar as pessoas <strong>com</strong> suas previsões e<br />
<strong>com</strong>o sempre nada acontece, eles<br />
descaradamente somem. Em 5 de maio de<br />
2000 ocorreu um alinhamento no sistema solar.<br />
Os microfones e câmeras estavam de volta aos<br />
mesmos videntes que erraram incrivelmente<br />
nas previsões passadas do eclipse de agosto<br />
de 1999.<br />
Eles voltam dizendo que o alinhamento<br />
pla<strong>net</strong>ário irá provocar um "cabo de guerra<br />
cósmico", e que isso iria elevar o nível dos<br />
oceanos, inundando as cidades litorâneas.<br />
Logo após isso divulgado, muitas pessoas<br />
venderam suas casas de praia e foram parar<br />
no topo de montanhas. Algumas dessas<br />
infelizes pessoas apareceram em canais de TV<br />
falando que precisavam se salvar do fim do<br />
mundo! Resultado: em apenas 9 meses<br />
tivemos na cabecinha dos "pseudo astrônomos<br />
e físicos" dois finais de mundo, que obviamente<br />
não ocorreram!<br />
Além de dois finais de mundo, tivemos<br />
duas viradas de milênio em um ano! A total<br />
falta de conhecimento na matemática, física e<br />
astronomia foram capazes de gerar tanta<br />
aberração!<br />
Infelizmente na edição de dezembro de<br />
1999, a revista superinteressante errou ao<br />
mencionar que o pla<strong>net</strong>a Vênus saudaria o<br />
novo milênio, que só ocorre na virada de 2001<br />
e não em 2000 <strong>com</strong>o a revista informou! Essas<br />
coisas não poderiam acontecer em uma revista<br />
<strong>com</strong>o essa! Uma pena! Nesse ano, a seção de<br />
astronomia sumiu. Torço para que volte!<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004
MITOS CIENTÍFICOS<br />
O número de “astrobobagens” mencionas não param de crescer. Existem muitas<br />
pessoas que acreditam e divulgam isso de forma que eles estão certo, mesmo sem provar<br />
nada, afirmando que os astrônomos estão errados. Abaixo coloco algumas delas <strong>com</strong> alguns<br />
<strong>com</strong>entários, que falam por si só. Vejam do que essas pessoas são capazes de afirmar:<br />
civilização inteligente em Vênus<br />
Vênus possui as mais altas<br />
temperaturas do sistema solar, alcançando<br />
400º C. Sua rotação é lenta expondo sempre a<br />
mesma face do pla<strong>net</strong>a ao Sol, durante<br />
centenas de dias, além disso é totalmente<br />
coberto por nuvens, num efeito estufa há<br />
milhões de anos. Nisso a vida fica praticamente<br />
impossível. Mesmo assim continuam<br />
acreditando, então coloco as fotos da superficie<br />
de Vênus logo abaixo. Não vejo traços de<br />
nenhuma civilização! Você vê? Mesmo <strong>com</strong><br />
isso, muitos acreditam na existência de vida em<br />
Vênus! Acham que a imagem é forjada!<br />
Superfície de Vênus. Temperaturas de 400ºC<br />
um pla<strong>net</strong>a do tamanho de Júpiter<br />
estaria entrando no sistema solar e iria<br />
se chocar <strong>com</strong> a Terra, de nome<br />
Hercolobus<br />
Primeiro que, as pessoas que dizem isso<br />
jamais olharam por um telescópio e não<br />
possuem a mínima noção do sistema solar.<br />
Jamais apresentaram uma foto se quer do<br />
pla<strong>net</strong>a intruso e se fosse mesmo do tamanho<br />
de Júpiter, seria visto facilmente pelo Hublle e<br />
até mesmo por telescópio terrestres. A foto<br />
jamais apareceu e não existe nenhuma prova<br />
dele. Alem disso, gostaria de ver os cálculos<br />
(se é que sabem fazer algum), que mostram<br />
<strong>com</strong> exatidão o choque do pla<strong>net</strong>a <strong>com</strong> a Terra.<br />
Porque não <strong>com</strong> Netuno ou Júpiter? Porque<br />
aqui? existe um livro, divulgado até em<br />
outdoors aqui no metrô de São Paulo, que fala<br />
sobre esse pla<strong>net</strong>a, e pelo que parece, deve<br />
vender bem, pois um anuncio lá, não é barato!<br />
Fico no aguardo das fotos desse pla<strong>net</strong>a criado<br />
na imaginação do autor do livro.<br />
a Terra é oca e dentro dela existe um<br />
Sol e seres intraterrestres!<br />
Então todo aquele material expelido por<br />
um vulcão vêm de onde? Como a fina camada<br />
do pla<strong>net</strong>a não desaba? Esse Sol interior não<br />
iria fritar o solo? Quando cavam uma obra para<br />
o metrô ou túnel <strong>com</strong>o não vemos esses<br />
seres? Os alicerces do meu prédio estão<br />
presos onde? Na TV, certa vez mostrou um<br />
intraterrestre! Uma pessoa que se diz capaz<br />
falar <strong>com</strong> ETs 'mostrou’ um, mas a imagem era<br />
péssima. Tudo escuro e o tal ser estava<br />
escondido no meio do mato, mais parecendo<br />
um macaquinho!<br />
existem bases alienigenas na Lua que<br />
podem ser vistas <strong>com</strong> qualquer<br />
telescópio e o Homem não foi a Lua!<br />
Já observei a Lua centenas de vezes, e<br />
só vi belos morros, crateras, vales e seus<br />
"mares", mas não vi casinha nenhuma! Além<br />
disso, essa afirmação tem não só um, mas dois<br />
erros graves. O primeiro é a total demonstração<br />
da falta de conhecimento observacional, pois<br />
para enxergamos qualquer arquitetura no solo<br />
lunar, ela teria que ser monumental, <strong>com</strong><br />
quilômetros de extensão. (Obs: estou me<br />
formando em arquitetura e sei sobre o tema<br />
também) Quando afirmo isso e mesmo<br />
mostrando ao telescópio todo solo lunar,<br />
pseudoastronômos que não sabem nem<br />
montar uma lu<strong>net</strong>a, afirmam: "as bases estão<br />
na face oculta"! Isso não passa de uma bela<br />
desculpa! São tão atrasados e desatualizados<br />
que já temos fotos do lado oculto também, mas<br />
ainda alegam que foram alteradas pela NASA.<br />
Bom, aí o nível abaixa muito e nem merece<br />
mais <strong>com</strong>entários!<br />
Neil Armstrong na Lua<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 45
46<br />
MITOS CIENTÍFICOS<br />
a Terra não gira ao redor do Sol<br />
Copérnico e Galileo quase foram<br />
queimados por isso, e hoje em dia parece que<br />
tem gente que os tentaria queima-los também!<br />
Mesmo <strong>com</strong> esses erros grotescos nas<br />
afirmações, eu até certo ponto sinto não<br />
revolta, mas tristeza ao ver pessoas<br />
mencionarem tantas bobagens e <strong>com</strong> isso,<br />
levar milhões <strong>com</strong> elas junto! Mas a partir do<br />
momento em que uma pessoa diz que existe<br />
FRAUDE NA ASTRONOMIA! eu perco todo o<br />
respeito! Tal afirmação atinge a honra de<br />
astrônomos profissionais onde contestam e<br />
põem em duvida sua <strong>com</strong>petência, seriedade e<br />
profissionalismo!<br />
Para alguêm para afirmar isso e acusar<br />
astrônomos de fraudadores, deve ter boas<br />
explicações pois tal acusação deve ser provada<br />
e se for considerada leviana, <strong>com</strong>o claramente<br />
é, o acusador deveria arcar <strong>com</strong> as<br />
conseqüências!<br />
http://www.catar.<strong>com</strong>.br/hg/davino/index.html<br />
Escrito por Davino Servidio e que<br />
infelizmente foi divulgado e publicado pelo site<br />
de busca cadê (www.cade.<strong>com</strong>.br), na sua<br />
seção de astronomia, afirma, baseado em<br />
teorias que afrontam os princípios básicos da<br />
astronomia, que a Terra não gira ao redor do<br />
Sol e sim "baboleia"! Oras, se ela não girasse,<br />
<strong>com</strong>o que sondas enviadas ao solo de marte<br />
caíram exatamente no ponto determinado? Se<br />
ele estivesse certo, veríamos estrelas no<br />
hemisfério norte, que não vemos pois a luz do<br />
sol impede!<br />
existem seres inteligentes no<br />
aglomerado de Plêiades e nas 3 estrelas<br />
do cinturão de Órion<br />
(3 marias)<br />
O aglomerado de Plêiades é lindo,<br />
mas suas estrelas são tão jovens que nem<br />
tiveram tempo de formar algum pla<strong>net</strong>a ou<br />
sistema solar, e assim fica descartado qualquer<br />
tipo de vida. MAS MESMO ASSIM vou fazer<br />
que eles fazem muito bem: Vamos ‘supor’ que<br />
exista! Pois bem, <strong>com</strong>o essas pessoas ficaram<br />
sabendo da existência de vida em algum<br />
pla<strong>net</strong>a nesse aglomerado ou em alguma<br />
estrela do cinturão de Órion ou em Plêiades?<br />
Acima, a nebulosa de Orion, distante a muitos anos-luz das 3 marias mas na mesma constelação, onde<br />
alguns afirmam existir vida, um verdadeiro berço de estrelas, e <strong>com</strong> elas, sistemas solares e quem sabe<br />
algum tipo de vida, mas tudo em plena formação <strong>com</strong>o mostra os 4 quadros. A alta tecnologia atual nos<br />
permite ver a formação de disco proto-pla<strong>net</strong>arios ao redor de estrelas, mas alem de estarem em formação,<br />
ninguem pode afirmar que existe vida em estrelas onde não sabemos nem se existem pla<strong>net</strong>as ao redor! De<br />
onde tiraram as afirmações que existe vida nesse local? Eles ja lhes apresentaram alguma prova? porque<br />
acreditar em palavras sem provas?<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004
MITOS CIENTÍFICOS<br />
A mais de 3 anos no ar, mais de 100.000 visitas, recebi centenas de e-mails <strong>com</strong><br />
pessoas assustadas, em duvida do que ocorreria no alinhamento pla<strong>net</strong>ário de 2000, tudo<br />
isso causado pelo pânico instalado por esses tipos de pessoas, que só sabem assustar o<br />
público, aproveitando da sua falta de conhecimento na astronomia!<br />
Enfim, estamos ouvindo falar a toda hora na "nova era"! O que podemos esperar<br />
dela? Se continuar a divulgação dessas mentiras desta forma e incentivando a crença nas<br />
pseudos-ciências, estaremos voltando ao período chamado de idade das trevas,<br />
<strong>com</strong>preendido entre 400 D.C até 1500, que <strong>com</strong>eçou <strong>com</strong> a morte cruel da filosofa Hipacia e<br />
destruição da biblioteca de Alexandria, berço do conhecimento! A volta da ciência só<br />
ocorreu após 1000 anos, graças a pessoas <strong>com</strong>o Copérnico, Galileo e Kepler, que mesmo<br />
assim, enfrentaram dificuldades e até hoje são contestados!<br />
A renegação da ciência nos dias de hoje, a falta de espaço aos astrônomos e outros<br />
cientistas na TV e mídia em geral, e o grande espaço dado a pseudo-ciências só me deixam<br />
a visão de uma "nova era" igual à “idade das trevas”. ∞<br />
Paulo Ricardo Monteiro<br />
Redator | Revista <strong>macroCOSMO</strong><br />
astronomia@ig.<strong>com</strong>.br<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 47
48<br />
ASTROFOTOGRAFIA<br />
F otogr afando o U nivers o – Par te II<br />
A<strong>com</strong>panhando os Corpos Celestes<br />
Os astros parecem mover-se na esfera<br />
celeste de leste para oeste devido ao movimento de<br />
rotação da Terra. As montagens equatoriais<br />
permitem “<strong>com</strong>pensar” este movimento tornando<br />
possível a realização de fotografias guiadas de<br />
longa pose. É o passo natural a dar, após a<br />
realização de fotografias de traços estelares e de<br />
constelações.<br />
As montagens equatoriais são constituídas<br />
por um sistema de dois eixos perpendiculares,<br />
sendo um deles, colocado rigorosamente em<br />
paralelo <strong>com</strong> o eixo da Terra. Se rodarmos este eixo<br />
no sentido contrário ao do movimento de rotação da<br />
Terra, <strong>com</strong> uma velocidade de 1 rotação por dia<br />
(aproximadamente 15º por hora), é possível manter<br />
um determinado astro imóvel no campo de visão de<br />
um telescópio. As montagens equatoriais têm de ser<br />
orientadas, ou colocadas em estação, para que esta<br />
<strong>com</strong>pensação seja efetivada.<br />
Pedro Ré | Colaborador<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004
ASTROFOTOGRAFIA<br />
Existem diversos processos que podemos<br />
utilizar <strong>com</strong> este fim. O mais simples consiste<br />
em alinhar o eixo polar tomando <strong>com</strong>o<br />
referência à estrela polar que se encontra muito<br />
próximo do pólo celeste norte. Este<br />
alinhamento é suficientemente preciso para a<br />
realização de fotografias guiadas de longa<br />
pose utilizando objetivas fotográficas normais<br />
(50 mm) ou mesmo pequenas teleobjetivas<br />
(135 a 300 mm). Veja mais detalhes de <strong>com</strong>o<br />
construir uma plataforma equatorial na edição<br />
nº 1 da revista <strong>macroCOSMO</strong>.<br />
Se pretendermos realizar fotografias<br />
guiadas de longa pose, as câmaras<br />
fotográficas podem ser montadas sobre um<br />
telescópio suportado por uma montagem<br />
equatorial motorizada. A guiagem é efetuada<br />
utilizando o telescópio <strong>com</strong>o auxiliar. Desde<br />
que a montagem equatorial seja colocada em<br />
estação, é muito fácil realizar fotografias de<br />
longa pose <strong>com</strong> o auxílio das mais variadas<br />
objetivas fotográficas. Neste caso podemos<br />
usar objetivas <strong>com</strong> distâncias focais elevadas<br />
desde que a precisão de guiagem seja mais<br />
elevada.<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 49
50<br />
ASTROFOTOGRAFIA<br />
Para efetuar astrofotografias através de telescópios torna-se necessário acoplar câmaras<br />
fotográficas a um telescópio. Os telescópios mais freqüentes podem ser classificados em três<br />
tipos principais: (i) refratores; (ii) refletores e (iii) <strong>com</strong>postos ou catadióptricos. Cada tipo de<br />
telescópio apresenta vantagens e inconvenientes.<br />
Câmaras fotográficas montadas em paralelo ou em piggy-back<br />
(1) Nikon F + objetiva 50 1:2, (2) Mamya + objetiva 135 mm 1:2:8,<br />
(3) Mamya + objetiva Zeiss Sonar 200 1:2:8, (4) Mamya + objetiva Rubinar 1000 mm 1:10<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004
ASTROFOTOGRAFIA<br />
Principais tipos de Telescópios: 1 – Telescópio refrator, 2 – telescópio refletor,<br />
3 – telescópio Maksutov – Cassegrain e 4 – telescópio Schmidt-Cassegrain<br />
Existem diversos processos de<br />
acoplar uma câmara fotográfica a um<br />
telescópio. O processo mais simples<br />
consiste em utilizar o telescópio <strong>com</strong>o<br />
se este se tratasse de uma objetiva<br />
fotográfica. Neste caso remove-se a<br />
objetiva da câmara fotográfica (reflex<br />
de preferência) e monta-se o corpo da<br />
câmara no foco principal do telescópio.<br />
A distância focal e a relação f/D obtidas<br />
são iguais à do telescópio utilizado. Os<br />
outros dois processos são distintos<br />
fundamentalmente por recorrerem à<br />
interposição de um sistema óptico entre<br />
a objetiva do telescópio e a câmara<br />
fotográfica. O sistema óptico utilizado<br />
pode ser uma ocular (projeção<br />
positiva), uma lente Barlow ou um<br />
teleconversor fotográfico (projeção<br />
negativa) e um redutor/corretor<br />
(<strong>com</strong>pressão). Os três principais<br />
métodos de acoplar uma câmara<br />
fotográfica ou uma câmara CCD19 a<br />
um telescópio. Existe ainda um outro<br />
processo, designado sistema afocal, no<br />
caso das câmaras fotográficas<br />
utilizadas não terem a possibilidade de<br />
retirar as suas objetivas. Este é o<br />
método mais utilizado para acoplar<br />
câmaras digitais a telescópios.<br />
Principais métodos de acoplamento de uma câmera fotográfica ou CCD em um telescópio<br />
1 – Foco principal, 2 – projeção, 3 - Compressão<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 51
52<br />
ASTROFOTOGRAFIA<br />
Os diversos tipos de<br />
telescópios devem ser<br />
suportados por uma montagem<br />
equatorial, de preferência<br />
motorizada nos dois eixos. Nem<br />
todas as montagens são<br />
adequadas para a realização<br />
de astrofotografias. Quanto<br />
mais robusta for a montagem<br />
tanto melhor. Algumas<br />
montagens frágeis vibram<br />
facilmente sendo menos<br />
aconselhadas para a realização<br />
de fotografias astronômicas. ∞<br />
Exemplo de algumas montagens equatoriais fotográficas: 1 - Montagem alemã refrator acromático<br />
Konus 100 f/10; 2 - Montagem alemã EM10, refrator apocromático Takahashi FS102; 3 - Montagem<br />
alemã, refletor Konuns 114 mm f/8; 4 - Montagens alemãs CM1400 e CM1100, telescópios Schmidt-<br />
Cassegraun C11 e C14; 5 - Montagem de garfo, telescópio Schmidt-Cassegrain C8; 6 - Montagem de<br />
garfo, Meade LX200 10"; 6 - Montagem de garfo, C14 e refrator apocromático Takahashi FS102<br />
Pedro Ré<br />
Colaborador | ANOA<br />
pedro.re@mail.telepac.pt<br />
www.astrosurf.<strong>com</strong>/re<br />
Na próxima edição da <strong>macroCOSMO</strong>, a<strong>com</strong>panhe a parte final desse tutorial sobre astrofotografia.<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004
OFICINA<br />
Durante uma seção de observação<br />
astronômica ou de astrofotografia <strong>com</strong> longa<br />
exposição, uma das grandes dificuldades<br />
encontradas é o movimento aparente que os<br />
astros descrevem de leste para oeste, movimento<br />
este, decorrente da rotação da Terra.<br />
Considerando que este movimento aparente é de<br />
aproximadamente 15 graus por hora, um astro<br />
focalizado por um telescópio permanece no campo<br />
de visão do observador por um período muito<br />
curto (de 15 a 60 segundos em média, dependendo<br />
do aumento utilizado), sendo este deslocamento<br />
percebido <strong>com</strong> muita facilidade. Para contornar<br />
este problema, muitos modelos de telescópios são<br />
dotados de uma montagem equatorial que<br />
permitem que o movimento do tubo do telescópio<br />
a<strong>com</strong>panhe perfeitamente a trajetória dos astros.<br />
Se esta montagem equatorial for equipada <strong>com</strong> um<br />
motor elétrico girando na velocidade adequada, o<br />
movimento do tubo deste telescópio será<br />
automático e o astro poderá ser visualizado<br />
durante muito tempo, permitindo assim fotografias<br />
de longa exposição ou simplesmente, um maior<br />
conforto na observação.<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 53
54<br />
OFICINA<br />
Quem possui um telescópio Newtoniano<br />
em uma montagem Dobsoniana, não pode<br />
contar <strong>com</strong> estes recursos, já que este tipo de<br />
montagem é altazimutal, ou seja: o tubo tem a<br />
capacidade de se movimentar no sentido<br />
vertical (altura) e horizontal (azimute). Assim<br />
sendo, para que um telescópio Dobsoniano<br />
possa fazer o a<strong>com</strong>panhamento da trajetória<br />
dos astros, é necessário que, <strong>com</strong>o a câmera<br />
fotográfica, todo o conjunto seja apoiado sobre<br />
uma Plataforma, grande o suficiente para<br />
suportar todo o conjunto (telescópio e<br />
Montagem Dobsoniana).<br />
Este é justamente o objetivo deste texto:<br />
mostrar que não é difícil prover<br />
a<strong>com</strong>panhamento motorizado para telescópios<br />
Newtonianos sobre uma montagem<br />
Dobsoniana. Com algum trabalho e um pouco<br />
de habilidade, é possível a construção de uma<br />
plataforma que poderá ser usada para simples<br />
observações ou para fotografia de longa<br />
exposição.<br />
A primeira Plataforma Equatorial para<br />
Dobsonianos, de que se tem notícias, foi<br />
projetada e construída pelo francês "Adrien<br />
Poncet", de acordo <strong>com</strong> publicação na "Sky &<br />
Telescope" de Janeiro de 1977, página 64. Por<br />
este motivo, ainda hoje este tipo de plataforma<br />
é conhecido <strong>com</strong>o "Plataforma de Poncet". O<br />
projeto original previa um pivô no setor do pólo<br />
elevado e um plano inclinado no setor oposto.<br />
Plataforma Equatorial para<br />
DOBSONIANOS<br />
Paulo Oshikawa | Colaborador<br />
Este modelo apresentava muita<br />
instabilidade e era inadequado para telescópios<br />
de grande porte, e por isto "Alan Gee"<br />
aperfeiçoou o desenho original usando um<br />
setor de círculo no pólo elevado e um Pivô no<br />
setor oposto. Em Setembro de 1988, outro<br />
francês, Monsieur "Georges d'Autume"<br />
publicou na Sky & Telescope (página 303) uma<br />
outra versão baseada em setores cônicos em<br />
ambos os pólos. Devido a dificuldade na<br />
construção de setores cônicos, "Chuck Shaw"<br />
projetou e construiu uma plataforma que prevê<br />
dois setores de círculo, um no lado norte e<br />
outro no lado sul. Este modelo é o que será<br />
tratado neste artigo.<br />
As vantagens de utilização de uma<br />
plataforma equatorial de setores de círculo são:<br />
• Não aumenta demasiadamente a posição<br />
de altura da ocular, e portanto, não haverá<br />
necessidade de recorrer a banquetas ou<br />
escadas para posicionamento adequado na<br />
observação de objetos, principalmente aqueles<br />
próximos ao zênite.<br />
• É uma peça que pode ser independente<br />
do telescópio, e somente será utilizada quando<br />
for necessária. Não há necessidade de<br />
qualquer modificação na montagem<br />
Dobsoniana para utilização da mesma em<br />
conjunto <strong>com</strong> a Plataforma.<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004
OFICINA<br />
• É muito simples de construir, <strong>com</strong><br />
materiais baratos e ferramentas de uso <strong>com</strong>um.<br />
Qualquer pessoa <strong>com</strong> alguma habilidade em<br />
“faça você mesmo” poderá construí-lo em<br />
alguns finais de semana.<br />
Este modelo de plataforma já foi<br />
construído por diversos ATMs do Hemisfério<br />
Norte, e é utilizado <strong>com</strong> sucesso para simples<br />
observações ou para Astrofotografia. Não se<br />
tem conhecimento de projetos no Brasil que<br />
tratem da construção de uma plataforma deste<br />
porte, já que os projetos nacionais de José<br />
Carlos Diniz, José Agustoni(Zeca) e do<br />
Makintoxi se referem a Plafatormas de<br />
pequeno porte para Câmeras fotográficas.<br />
COMO FUNCIONA A PLATAFORMA<br />
Em um tripé equipado <strong>com</strong> montagem<br />
equatorial, perfeitamente configurado para a<br />
latitude local, o a<strong>com</strong>panhamento de um astro<br />
é feito através do movimento azimutal do tubo<br />
do telescópio. No caso da Plataforma de<br />
Setores de Círculo, não é necessário que o<br />
tubo do telescópio se movimente para fazer o<br />
a<strong>com</strong>panhamento de um astro. É a plataforma<br />
que se movimenta, e leva consigo a montagem<br />
Dobsoniana, e conseqüentemente, o<br />
telescópio. O telescópio estará inclinado para<br />
um lado no início da observação, e no final do<br />
período, estará inclinado para o lado oposto.<br />
Por este motivo, tempos de a<strong>com</strong>panhamento<br />
maiores que 60 minutos não são<br />
re<strong>com</strong>endados, pois haverá o risco de queda<br />
do telescópio, devido a uma inclinação<br />
excessiva. Importante observar que embora o<br />
telescópio se incline de um lado para outro<br />
(leste/oeste), o centro de gravidade deve<br />
permanecer sempre no mesmo ponto. Isto é o<br />
que garante o a<strong>com</strong>panhamento perfeito do<br />
movimento aparente de um astro.<br />
Como nas montagens equatoriais<br />
tradicionais, a plataforma deverá também estar<br />
perfeitamente alinhada <strong>com</strong> o pólo celeste<br />
elevado: a estrela polar, no caso do hemisfério<br />
norte ou a sigma octantis, no caso do<br />
hemisfério sul.<br />
Para entender o funcionamento desta<br />
plataforma é necessário assimilar que se um<br />
Na astrofotografia <strong>com</strong> câmera fixa (sem<br />
uso de telescópio), embora a percepção do<br />
deslocamento aparente dos astros seja menor,<br />
ele também ocorre e fatalmente formará trilhas<br />
sobre o filme a partir de 1 minuto de exposição.<br />
Por este motivo, quem utiliza esta técnica de<br />
fotografia pode fixar sua câmera sobre o tubo<br />
de um telescópio dotado de a<strong>com</strong>panhamento<br />
equatorial (técnica denominada “câmera à<br />
cavalo”) ou utilizar uma Plataforma Equatorial<br />
motorizada, sobre a qual se apóia a câmera.<br />
Assim que o objeto-alvo é focalizado, a<br />
Plataforma Equatorial é ligada e inicia seu<br />
movimento giratório de leste para oeste,<br />
levando junto consigo a câmera fotográfica. É<br />
desta forma que se consegue registrar<br />
galáxias, nebulosas e vários outros objetos<br />
tênues do nosso céu, que não são visíveis a<br />
olho nu. A fotografia abaixo ilustra uma<br />
Plataforma Equatorial para câmeras<br />
fotográficas, construída por José Carlos Diniz:<br />
http://www.astrosurf.<strong>com</strong>/diniz/plataforma.html<br />
telescópio for apontado exatamente para o pólo<br />
celeste elevado, deverá manter esta mesma<br />
posição, embora a plataforma esteja se<br />
movimentando. Para que isto ocorra, o tubo do<br />
telescópio deverá ser considerado <strong>com</strong>o sendo<br />
o eixo central de um sistema de dois círculos<br />
que giram em torno deste eixo central.<br />
Supondo-se que estejamos em um<br />
local cuja latitude é zero (sobre a linha do<br />
Equador), se montarmos dois círculos de<br />
mesmo raio perpendiculares ao solo (90 graus),<br />
ligados por um eixo central que aponta para o<br />
pólo-sul celeste, este eixo ficará paralelo ao<br />
solo, e o giro destes círculos não afetará a<br />
direção do eixo. Porém, se estivermos<br />
afastados da linha do Equador, por exemplo,<br />
na cidade de São Paulo, a uma latitude de -<br />
23,5 graus, para obter o mesmo efeito,<br />
precisaremos<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 55
56<br />
OFICINA<br />
precisaremos de dois círculos de raios<br />
diferentes, para manter o eixo central apontado<br />
para o pólo sul celeste. Estes círculos não<br />
ficarão perpendiculares ao solo. Deverão estar<br />
inclinados a 66,5 graus (90 graus menos 23,5<br />
graus) para que o eixo (que corresponderia ao<br />
tubo do telescópio) fique inclinado a 23,5<br />
graus.<br />
A bem da verdade, podemos afirmar<br />
que este eixo estará perfeitamente alinhado e<br />
paralelo ao eixo de rotação da terra. Estes dois<br />
círculos de tamanhos diferentes podem<br />
também ser equiparados a duas fatias (setores)<br />
de um cone imaginário cujo ângulo formado do<br />
seu vértice até a base é o dobro da latitude.<br />
Mesmo <strong>com</strong> um giro <strong>com</strong>pleto<br />
(360º) nos círculos, a posição do eixo permanecerá constante.<br />
Todavia, não necessitamos fazer um giro <strong>com</strong>pleto, que corresponderia a 24 horas de<br />
observação, mas sim de apenas uma hora, ou seja, cerca de 15 graus. Desta forma, podemos<br />
segmentar (cortar) estes círculos, mantendo somente os setores necessários para<br />
a<strong>com</strong>panhamento de 60 minutos. Observe que ao segmentar os círculos, o eixo central perderá o<br />
apoio e não poderá ficar fisicamente sustentado pelos círculos. Vamos considerar, portanto, que<br />
este eixo é virtual e que fica exatamente no centro dos círculos imaginários formados pelo<br />
prolongamento dos setores.<br />
Até o momento, ficou fácil perceber que o tubo do telescópio (representado aqui pelo eixo<br />
central) sempre apontará para o mesmo ponto, quando os círculos giram. A este eixo fixo, que<br />
passa pelo centro dos círculos imaginários, chamaremos de eixo polar, pois ele sempre aponta para<br />
o pólo elevado e está inclinado em relação ao solo, no mesmo ângulo da nossa latitude, e paralelo<br />
ao eixo de rotação da terra.<br />
Imaginemos agora, que o nosso eixo óptico está deslocado alguns graus acima do eixo<br />
polar, mas <strong>com</strong> o mesmo centro de gravidade. O que ocorreria <strong>com</strong> a projeção deste eixo na esfera<br />
celeste?<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004
OFICINA<br />
Veja no desenho abaixo, que se formaria uma circunferência em torno do pólo celeste, após<br />
um giro de 360 graus dos círculos virtuais.<br />
Quanto maior for a inclinação do eixo<br />
óptico em relação ao eixo polar, maior será a<br />
circunferência da projeção. Na verdade, esta<br />
circunferência coincide <strong>com</strong> o movimento<br />
aparente dos astros em torno da Terra para<br />
aquela determinada latitude. Para que este<br />
conceito fique bem consolidado, e usando o<br />
exemplo anterior <strong>com</strong> um observador a 23,5<br />
graus, assimile que se este eixo óptico for<br />
apontado para o Zênite (90 graus), após 12<br />
horas de giro, este eixo não estará apontando<br />
para o Nadir. A trajetória do eixo forma um<br />
cone de 133 graus <strong>com</strong> vértice no centro de<br />
gravidade e <strong>com</strong> centro no eixo polar e<br />
portanto, após o giro de 180 graus, o eixo<br />
óptico estaria apontando para o solo, para um<br />
ponto a 43 graus (66,5 – 23,5 ou 133 - 90) em<br />
relação ao solo.<br />
Quanto ao Centro de Gravidade e o<br />
eixo virtual, temos que fazer algumas<br />
considerações. Supor que o eixo óptico tem<br />
que ser obrigatoriamente coincidente <strong>com</strong> o<br />
eixo virtual que passa pelo centro de gravidade<br />
é um erro. O eixo óptico tem que ser paralelo<br />
ao eixo virtual para que o a<strong>com</strong>panhamento do<br />
pólo celeste seja constante. Imagine que você<br />
está dentro de um elevador panorâmico, no<br />
andar térreo de um prédio, e aponta seu<br />
telescópio para a estrela Sirius. O que<br />
acontecerá se este elevador subir para o<br />
décimo andar? Se você respondeu que a<br />
estrela saiu do campo e você terá que reposicionar<br />
o telescópio para enquadrá-la<br />
novamente, se enganou. A estrela continuará<br />
na mesma posição que estaria se o elevador<br />
ficasse parado (o deslocamento seria<br />
insignificante e imperceptível). Da mesma<br />
forma, se você movimentar o telescópio para<br />
frente, para trás, para os lados, o astro<br />
permanecerá soberbo na imagem da ocular. É<br />
claro que para que isto ocorra, o tubo do<br />
telescópio poderá movimentar-se para qualquer<br />
direção, mas deverá permanecer paralelo a sua<br />
posição original.<br />
Pelo menos alguma vez na vida (talvez<br />
na infância), nos intrigou que em uma viagem<br />
de carro ou trem, toda a paisagem era deixada<br />
para trás, mas a Lua que era vista da nossa<br />
janela, insistentemente parecia querer<br />
a<strong>com</strong>panhar a viagem, numa perseguição<br />
interrompida apenas por uma curva no caminho<br />
(mudança do ângulo de direção). Bem, este é<br />
um problema de paralaxe, e não cabe aqui<br />
detalhar este assunto, mas apenas concluir<br />
que o a<strong>com</strong>panhamento não é feito porque o<br />
telescópio gira de um lado para outro, mas sim,<br />
porque este giro, é a<strong>com</strong>panhado pela variação<br />
do ângulo entre o eixo óptico e o eixo virtual.<br />
Um outro mito quanto a este tipo de<br />
plataforma, é que ela se presta apenas para<br />
utilização na latitude para a qual foi construída.<br />
Isto é uma “meia verdade”. Para que a<br />
plataforma funcione adequadamente, deverá<br />
estar perfeitamente em nível <strong>com</strong> o solo e<br />
alinhada <strong>com</strong> o pólo celeste. Até um raio de<br />
100 quilômetros, não se notará diferença na<br />
performance do a<strong>com</strong>panhamento. A partir<br />
desta distância (se for no sentido norte-sul),<br />
alguns calços no setor norte ou sul irão<br />
<strong>com</strong>pensar a variação da latitude. Porém,<br />
observe o seguinte: o calçamento da<br />
plataforma fará <strong>com</strong> que a mesa na qual<br />
repousa o telescópio fique inclinada, e o risco<br />
de queda do telescópio aumentará de acordo<br />
<strong>com</strong> a inclinação da mesa. Isto inviabiliza o uso<br />
da plataforma em regiões <strong>com</strong> diferença de 15<br />
graus na latitude.<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 57
58<br />
OFICINA<br />
INICIANDO A CONSTRUÇÃO<br />
Primeiramente, vamos considerar que<br />
um setor de círculo (uma fatia) de 15 graus<br />
seria suficiente para a<strong>com</strong>panhamento de 60<br />
minutos. Contudo, uma estrutura <strong>com</strong> esta<br />
graduação, teria que ficar apoiada sobre um<br />
único ponto e ficaria extremamente estreita.<br />
Para garantir uma boa estabilidade, e suportar<br />
o peso do telescópio, é interessante que a<br />
largura deste setor seja no mínimo igual à<br />
largura da base Dobsoniana. No caso do<br />
Hemisfério sul, o raio do círculo do setor sul<br />
será maior que o raio do círculo do setor norte.<br />
A proporção entre estes raios dependerá da<br />
latitude e da distância entre os setores<br />
(<strong>com</strong>primento da plataforma).<br />
Apoiada sobre estes dois setores de<br />
círculo ficará uma plataforma de madeira<br />
exatamente horizontal e paralela ao solo, que<br />
chamaremos Mesa. É sobre esta mesa que<br />
repousará o telescópio Dobsoniano.<br />
Fixadas na parte inferior desta mesa,<br />
ficarão os setores de círculo, que formarão <strong>com</strong><br />
a mesa, um ângulo correspondente a (90º<br />
menos a latitude). Veja a seguir, uma foto de<br />
um setor fixado na mesa. O construtor<br />
(D.F.Molyneux), está localizado a 53 graus de<br />
latitude, o que explica a grande inclinação do<br />
setor em relação à mesa. Repare também, que<br />
as superfícies do setor que entrarão em contato<br />
<strong>com</strong> os rolamentos (vide a seguir) foram<br />
revestidas <strong>com</strong> chapas de alumínio para<br />
redução do atrito e maior precisão no<br />
movimento.<br />
Estes segmentos de círculo ficarão<br />
apoiados sobre rolamentos que suportarão<br />
todo o peso da mesa e do telescópio. Num<br />
suporte Dobsoniano, este peso geralmente é<br />
suportado por 3 almofadas de teflon. Para<br />
garantir uma boa estabilidade, convém apoiar<br />
todo este peso em 4 conjuntos de rolamentos,<br />
sendo 2 conjuntos no setor do pólo celeste<br />
elevado, que é o maior, e 2 conjuntos no setor<br />
oposto. Como a força gravitacional é<br />
perpendicular ao solo, mas os setores são<br />
oblíquos é necessário distribuir este peso em 2<br />
rolamentos de cada conjunto:<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004
OFICINA<br />
Neste projeto, utilizaremos 8 rolamentos, sendo 4 no setor maior e 4 no setor menor. A<br />
disposição dos rolamentos poderá também ser feita <strong>com</strong>o no desenho abaixo, <strong>com</strong> 7 rolamentos.<br />
Quanto maior a latitude (tanto ao norte quanto ao sul), mais acentuada será a diferença na largura<br />
da base nos setores norte e sul (o ângulo do cone virtual é muito maior). Se a largura da base for<br />
muito reduzida no setor oposto ao pólo elevado, é possível utilizar neste setor, apenas 3 rolamentos,<br />
sendo um rolamento principal (no centro da base) e dois rolamentos de apoio nas extremidades, ou<br />
ainda, dois rolamentos principais e um rolamento de apoio no centro. Em determinadas situações é<br />
possível ainda, deixar neste setor apenas um ponto de apoio (um pivô), mas isto só é viável a partir<br />
de latitudes acima de 50 graus.<br />
Em resumo, a plataforma equatorial será<br />
<strong>com</strong>posta de 3 partes principais:<br />
• A Mesa<br />
• A Base<br />
• Sistema de tração<br />
A primeira peça que deverá ser construída<br />
é um esquadro de madeira que será utilizado<br />
para auxiliar no traçado das linhas e na<br />
aferição dos ângulos obtidos na montagem.<br />
Este esquadro deverá ter um ângulo reto (90<br />
graus). O segundo ângulo será igual ao da<br />
latitude definida e o terceiro deverá medir 90<br />
graus menos a latitude (não esqueça que a<br />
soma dos ângulos de qualquer triângulo é igual<br />
a 180 graus). ATMs de Porto Alegre (latitude 30<br />
graus) ou de regiões de latitude 45 graus levam<br />
neste particular uma grande vantagem pois<br />
poderão encontrar estes esquadros já prontos.<br />
Um instrumento <strong>com</strong> hipotenusa de 20 cm será<br />
suficiente para todas as medidas necessárias,<br />
e terá um tamanho mediano tornando o<br />
manuseio bastante confortável.<br />
É fundamental que haja precisão na<br />
construção deste esquadro/gabarito, e para<br />
obter esta precisão, deve ser utilizada a<br />
trigonometria básica. Veja no exemplo abaixo o<br />
cálculo das medidas de um esquadro para<br />
latitude de 23,5 graus):<br />
• Hipotenusa = 200 mm<br />
• Cateto menor = sen(latitude) * 200 = 79,75 mm<br />
• Cateto maior = cos(latitude) * 200 = 183,41 mm<br />
•<br />
A CONSTRUÇÃO DA MESA<br />
Antes de entrar nos detalhes de<br />
construção, precisamos tomar algumas<br />
medidas que serão necessárias para a<br />
construção da plataforma. Para facilitar a<br />
construção e os cálculos, a latitude poderá ser<br />
arredondada, visto que isto não será um fator<br />
crítico na construção. As medidas constantes<br />
neste texto são referentes a um telescópio<br />
Newtoniano, Dobsoniano de 250mm, f/5,6. Os<br />
dados ficam sendo os seguintes:<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 59
60<br />
OFICINA<br />
• Latitude: 23,5 graus sul<br />
• Diâmetro da base Dobsoniana (<strong>com</strong>primento e largura em caso de base não circular): 650 mm<br />
• Espessura das chapas de <strong>com</strong>pensado: 20mm<br />
• Distância da Mesa até o ponto de apoio: 69 mm<br />
• Tempo máximo de a<strong>com</strong>panhamento: 60 minutos<br />
Vamos ver a seguir os detalhes de construção de cada uma destas partes. Algumas<br />
medidas são críticas e devem ser exatas para que a plataforma possa cumprir sua função de<br />
forma eficaz. Como os cálculos são trabalhosos e envolvem muita trigonometria, é possível a<br />
utilização de um programa que calcula as medidas e os ângulos necessários para a<br />
construção. Isto dá uma grande flexibilidade para projetar e modificar até que seja encontrada<br />
a configuração ideal.<br />
No endereço http://pla<strong>net</strong>a.terra.<strong>com</strong>.br/educacao/<strong>Astronomia</strong>/calculomesa.html<br />
há uma página da Inter<strong>net</strong> que efetua estes cálculos interativamente.<br />
Mesa Construída por Warren Peters<br />
(Vista pela parte de baixo)<br />
A mesa é uma chapa de madeira<br />
plana, reta e horizontal onde ficará apoiado<br />
o telescópio Dobsoniano (base e tubo).<br />
Podem ser utilizadas placas de<br />
<strong>com</strong>pensado naval de 3/4" de espessura.<br />
Dependendo do tamanho a espessura<br />
poderá variar de 15 a 20 mm). Na superfície<br />
inferior da mesa, serão afixados os setores<br />
de círculo. O Setor maior ficará na direção<br />
do pólo elevado. Os raios dos setores norte<br />
e sul deverão ser calculados.<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004
OFICINA<br />
As medidas necessárias para a<br />
construção da mesa são:<br />
a. Recuo para fixação do setor Sul<br />
b. Recuo para fixação do setor Norte<br />
c. Distância entre os setores Sul e Norte<br />
d. Altura dos setores norte e sul (flecha)<br />
e. Raio do círculo do setor Sul<br />
f. Raio do círculo do setor norte<br />
g. Largura da Mesa no setor sul<br />
h. Largura da Mesa no setor norte<br />
i. Semi-corda da superfície de contato do setor<br />
Sul<br />
Os cálculos envolvidos são relativamente simples, mas trabalhosos, e envolvem um<br />
conhecimento básico de Trigonometria.<br />
A-Recuo para fixação do setor sul - O<br />
setor sul ficará ligeiramente afastado da borda da<br />
mesa. Para calcular este afastamento, utilize a<br />
fórmula:<br />
Recuo Sul = D * tan(Latitude)<br />
onde D é a distância da base da mesa até o seu<br />
ponto de apoio. Portanto:<br />
Recuo = 69 * tan(23,5)<br />
Recuo = 30mm<br />
B-Recuo para fixação do setor Norte - O<br />
setor norte ficará exatamente na borda da mesa.<br />
Considerando que a chapa teria 20mm de<br />
espessura, o centro desta espessura ficará pouco<br />
mais de 10mm afastado da borda. O cálculo exato<br />
deste afastamento é dado por:<br />
Recuo Norte = (espessura / 2) / cos(Latitude)<br />
Recuo Norte = 10,9<br />
C-Distância entre os setores Sul e Norte -<br />
Considerando que o <strong>com</strong>primento da plataforma<br />
foi definido em 650mm, basta subtrair os recuos<br />
Sul e Norte deste <strong>com</strong>primento e teremos a<br />
distância entre as linhas centrais dos setores sul e<br />
norte:<br />
Distância=Comprimento – Recuo Sul – Recuo Norte<br />
Distancia = 650 - 30 - 10,9<br />
Distância = 609,1<br />
D-Flecha dos setores Norte e Sul - Em<br />
trigonometria, uma reta que corta um círculo<br />
fora do centro tem o nome de corda e a altura<br />
deste setor tem o nome de flecha. Para calcular<br />
a flecha, utiliza-se a fórmula:<br />
Flecha = Recuo / sen(Latitude)<br />
Flecha = 30mm / sen(23,5)<br />
Flecha = 75,24 mm<br />
Neste ponto surge uma dificuldade. Os<br />
setores serão fixados na mesa formando um<br />
ângulo de 66.5 graus. Se o setor de círculo for<br />
cortado em corte reto, o centro da espessura<br />
da madeira utilizada não tocará a mesa. Para<br />
que a fixação seja firme e <strong>com</strong> a medida exata,<br />
o corte deverá ser em um ângulo de 23,5<br />
graus. O valor da flecha encontrado ficaria<br />
sendo válido para o centro da espessura da<br />
madeira, mas nas superfícies os valores devem<br />
ser calculados. Sendo de 20mm a espessura<br />
da chapa, temos:<br />
Flecha menor = Flecha central - (20 * tg(23,5)) / 2<br />
Flecha menor = 75,24 – 4,35<br />
Flecha menor = 70,89 mm<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 61
62<br />
OFICINA<br />
Flecha maior = 75,24 + 4,35<br />
Flecha maior = 79,59 mm<br />
Flecha maior = Flecha central + (20 * tg(23,5)) / 2<br />
E-Raio do círculo do setor Sul - Para calcular o Raio do círculo do setor sul, utilizamos<br />
a fórmula:<br />
corda<br />
Rsul = --------------------------------------------------------------------------------------<br />
2 * sen (180 – (2 * (90 – (arctan (2 * Flecha / corda )))))<br />
650<br />
Rsul = -----------------------------------------------------------<br />
2 * sen (180 – (2 * (90 – (arctan (2 * 75,24 / 650 )))))<br />
650<br />
Rsul = ------------------------------------<br />
2 * sen (180 – (2 * ( 90 – 13,035)))<br />
650<br />
Rsul = -----------------<br />
2 * sen (26,0695)<br />
Rsul = 740mm<br />
F- Raio do círculo do setor norte - O setor<br />
norte, será menor (está mais próximo do vértice<br />
do cone virtual) e poderá ser calculado pela<br />
fórmula:<br />
Rnorte = dSnorte * sen (latitude)<br />
Inicialmente calcularemos a distância do<br />
setor sul até o vértice do cone virtual:<br />
dSsul = Rsul / (sen(23,5))<br />
dSsul = 1858mm<br />
Em seguida, a distância do setor norte até<br />
o vértice do cone virtual:<br />
dSnorte = dSsul – Distância entre os setores<br />
dSnorte = 1858 – 609,1<br />
dSnorte = 1248,9 mm<br />
Finalmente, o Raio do setor norte<br />
Rnorte = dSnorte * sen (23,5)<br />
Rnorte = 497 mm<br />
G-Largura da mesa no setor Sul - Não é<br />
necessário calcular, pois é a mesma medida da<br />
largura da plataforma, no nosso caso, 650mm.<br />
Observe que a largura corresponde à linha<br />
onde o setor sul será fixado, e não exatamente<br />
na borda.<br />
H-Largura da mesa no setor norte - A<br />
largura da mesa do setor sul será igual ao<br />
<strong>com</strong>primento da corda de um círculo de 498mm<br />
de raio e uma flecha de 75mm, e pode ser<br />
calculada aplicando-se o teorema de Pitágoras:<br />
Raio 2 = (Largura/2) 2 + Flecha 2<br />
Largura = 2 * 262,82<br />
Largura = 526 mm<br />
I- Superfície de contato do setor sul - O<br />
setor Sul, fará um a<strong>com</strong>panhamento de no<br />
máximo 60 minutos, ou seja, 15 graus de<br />
percurso e contato do setor <strong>com</strong> o rolamento.<br />
Já dissemos anteriormente que para garantir<br />
uma boa estabilidade, este contato estaria<br />
dividido nas bordas do setor Sul. Assim sendo,<br />
a parte central do setor Sul não será utilizada, e<br />
pode ser eliminada em caso de necessidade de<br />
redução no peso da plataforma. Eu vou optar<br />
por manter esta área, ou em último caso, vou<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004
OFICINA<br />
desbastar as bordas, porém, pretendo não revestir de chapa metálica as áreas em que não haverá<br />
contato. Para saber onde estarão as áreas de contato, utilize o esquema abaixo, que foi calculado<br />
supondo um círculo <strong>com</strong> raio de 740mm e uma flecha de 75mm:<br />
Todos os cálculos acima tiveram por objetivo preparar a mesa e suas partes da maneira<br />
mais exata possível. Um dos segredos para a eficácia no a<strong>com</strong>panhamento está nos setores de<br />
círculo, que deverão estar perfeitamente preparados, fixados e ajustados. Os setores deverão ser<br />
fixados em um ângulo de exatamente (90 menos latitude) graus. Para obter esta exatidão e<br />
também estabilidade dos setores Sul e Norte, a fixação deverá utilizar 5 escoras triangulares, sendo<br />
3 no setor sul e 2 no setor norte.<br />
Estas escoras deverão ser fabricadas em madeira maciça (caibros de 5x5 cm em peroba,<br />
angico, maçaranduba, sucupira, ipê) cortados na forma de um triângulo em que o ângulo principal<br />
será de (90 menos latitude) graus, no nosso caso, 66,5 graus. Use e abuse do esquadro pois ele foi<br />
construído justamente para esta finalidade.<br />
A CONSTRUÇÃO DA BASE<br />
A base da Plataforma Equatorial deverá<br />
ter mesma largura e o mesmo formato da Mesa.<br />
No setor Sul, o <strong>com</strong>primento deverá ser cerca de<br />
30 cm maior para <strong>com</strong>portar o sistema de<br />
Tracionamento (motor, engrenagens, mecanismo<br />
de Reset, bússola, niveladores por bolha etc) e no<br />
setor norte, 5 cm serão suficientes para a fixação<br />
dos suportes dos rolamentos. Assim <strong>com</strong>o na<br />
construção da mesa, a base deve ser construída<br />
<strong>com</strong> madeira resistente (<strong>com</strong>pensado naval de 15<br />
a 20mm de espessura). Na superfície desta base,<br />
deverão ser fixados os suportes <strong>com</strong> os seus<br />
respectivos rolamentos, no nosso caso, dois<br />
suportes ao Sul e dois suportes ao Norte,<br />
totalizando quatro suportes (8 rolamentos). Os<br />
rolamentos mais adequados deverão ter um<br />
diâmetro externo de cerca de uma polegada, e<br />
a medida do diâmetro interno é indiferente.<br />
Estes rolamentos deverão ser fixados<br />
em suportes de madeira maciça cortados no<br />
formato de um triângulo retângulo. Nos catetos<br />
deste triângulo serão fixados os rolamentos e o<br />
lado maior (hipotenusa) ficará em contato <strong>com</strong><br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 63
64<br />
OFICINA<br />
a base propriamente dita. O ângulo onde os<br />
rolamentos farão contato <strong>com</strong> o setor de círculo<br />
deverá ter 90 graus e os outros ângulos, deverão<br />
ser <strong>com</strong>patíveis <strong>com</strong> a Latitude local. No nosso<br />
caso, 23,5 graus (latitude) e 66,5 graus (90<br />
menos latitude) respectivamente.<br />
Os rolamentos devem ser fixados nos<br />
suportes, <strong>com</strong> a ajuda de um esquadro, tomandose<br />
as precauções devidas para que o Rolamento<br />
principal fique bem no centro do ponto de contato<br />
<strong>com</strong> o setor de círculo. Todavia, convém não fixar<br />
de imediato os suportes na base, deixando esta<br />
operação <strong>com</strong>o uma das últimas etapas da<br />
construção. Nesta etapa, é que serão ajustadas<br />
eventuais diferenças ou folgas.<br />
É na base da Plataforma equatorial,<br />
que irá repousar o motor e todo o mecanismo<br />
de a<strong>com</strong>panhamento. A Base deverá ser<br />
equipada <strong>com</strong> "pés" reguláveis para <strong>com</strong>pensar<br />
as imperfeições do solo, visto que a<br />
horizontalidade da base é fundamental para a<br />
perfeição no a<strong>com</strong>panhamento. Cápsulas de<br />
controle de nível (as mesmas que pedreiros<br />
utilizam para conferir o nível ou prumo das<br />
construções) deverão ser fixadas para conferir<br />
o nível longitudinal ou transversal. Alguns<br />
ATMs equipam suas plataformas <strong>com</strong> bússolas<br />
e ainda <strong>com</strong> pequenas lu<strong>net</strong>as buscadoras<br />
préviamente colimadas para apontar para a<br />
estrela polar, facilitando em muito o<br />
posicionamento da Plataforma no momento da<br />
utilização.<br />
Claro que nós do Hemisfério Sul teremos que adotar uma outra referência, já que não<br />
conseguimos ver a estrela polar, e a nossa Sigma Octantis é dificílima de ser localizada.<br />
OBS: Mesmo a Estrela polar, não está exatamente no polo norte, apresentando um desvio<br />
de 45 minutos de arco. A Sigma Octantis, está a cerca de 1 grau do pólo celeste Sul, mas é<br />
uma estrela de magnitude 5,4 enquanto que a estrela polar é visível a olho nu (mag: 1,96).<br />
Observe ainda que o alinhamento por meio de bússola nos fornecerá o norte magnético e<br />
não o norte geográfico. Se esta diferença fosse consistente, não haveriam grandes problemas,<br />
mas o norte magnético varia de região para região, e varia também <strong>com</strong> o decorrer do tempo. Para<br />
saber mais sobre o alinhamento polar, visite a página da Astrônoma Rosely Grégio que trata deste<br />
assunto <strong>com</strong> detalhes:<br />
http://www.constelacoes.hpg.ig.<strong>com</strong>.br/alinhamento_de_telescopio.htm<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004
OFICINA<br />
O SISTEMA DE TRAÇÃO<br />
A mesa deverá girar em torno do seu eixo<br />
polar para efetuar o a<strong>com</strong>panhamento do objeto.<br />
Para que isto ocorra, é necessária a existência<br />
um sistema de tracionamento, que deverá ser<br />
<strong>com</strong>posto por um motor e um sistema de<br />
transmissão. A maioria das Plataformas<br />
pesquisadas utiliza transmissão do giro do motor<br />
por meio de um eixo roscado que movimenta um<br />
braço tangente fixado ao setor sul da mesa.<br />
Outras utilizam tração direta na superfície<br />
de contato do setor sul ou em um dos rolamentos<br />
que apóiam a mesa. Este último fornece uma<br />
precisão muito maior, mas é muito mais difícil de<br />
construir. A tração via braço tangente tem um<br />
problema crônico pois o braço que movimenta a<br />
mesa percorre uma linha reta a uma velocidade<br />
constante mas o movimento desejado é o<br />
movimento angular da superfície de contato dos<br />
setores.<br />
Quanto menor for o raio, maior será a<br />
diferença entre a velocidade linear do braço e a<br />
velocidade angular da mesa. Para avaliar o<br />
quanto esta diferença prejudica o<br />
a<strong>com</strong>panhamento, é necessário efetuar alguns<br />
cálculos.<br />
No nosso caso, foi calculado que o<br />
percurso linear do braço tangente,<br />
(considerando que o ponto de apoio deste<br />
braço esteja na borda do setor de círculo) seria<br />
de:<br />
Cos(90-7,5) * 2 * Raio do Setor Sul = 193,17mm<br />
O perímetro deste arco de 15 graus,<br />
considerando que o raio do setor sul é de<br />
740mm, é calculado por: (2 * pi * Raio) / 360 *<br />
15 = 193,73mm A diferença entre o percurso<br />
do braço e o arco de contato é de menos de<br />
0,55mm, e apesar de ser uma diferença<br />
pequena, é uma diferença que talvez possa<br />
trazer alguns problemas de tracking.<br />
Esta diferença não seria propriamente um problema, se a velocidade angular fosse<br />
constante assim <strong>com</strong>o acontece <strong>com</strong> a velocidade linear. A velocidade angular só será igual a<br />
velocidade angular quando a mesa estiver exatamente na horizontal (aos 30 minutos de<br />
a<strong>com</strong>panhamento). Analisando as diferenças no ângulo da mesa a cada 5 minutos poderemos ter<br />
noção do "estrago" causado por esta diferença de velocidade:<br />
Tempo<br />
em minutos<br />
Percurso<br />
linear<br />
em milímetros<br />
Ângulo Desejado<br />
(minutos de arco)<br />
Ângulo Real<br />
(Minutos de arco)<br />
Diferença<br />
de ângulo<br />
(minutos de arco)<br />
0 0,00 450 450,00 0,00<br />
5 16,10 375 374,67 -0,33<br />
10 32,20 300 299,52 -0,48<br />
15 48,29 225 224,52 -0,48<br />
20 64,39 150 149,62 -0,38<br />
25 80,49 75 74,79 -0,21<br />
30 96,59 0 0,00 0,00<br />
35 112,69 -75 -74,79 0,21<br />
40 128,79 -150 -149,62 0,38<br />
45 144,88 -225 -224,52 0,48<br />
50 160,98 -300 -299,52 0,48<br />
55 177,08 -375 -374,67 0,33<br />
60 193,18 -450 -450,00 0,00<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 65
66<br />
OFICINA<br />
O desvio máximo calculado foi de 0,48 minutos de arco e a dispersão total pode ser<br />
observada no gráfico abaixo:<br />
O "estrago" parece que não foi grande. As maiores diferenças de velocidade se<br />
concentram no início e no fim do a<strong>com</strong>panhamento. Para utilização da Plataforma em exposições<br />
curtas, de no máximo 5 minutos, presume-se que este fator, não afetará a qualidade do<br />
a<strong>com</strong>panhamento.<br />
A MOTORIZAÇÃO<br />
Existem dois tipos de motores que podem ser<br />
utilizados para efetuar o "tracking": Os motores<br />
<strong>com</strong>uns de corrente contínua (motor DC) e os<br />
Motores de Passo. Motores DC são aqueles<br />
normalmente utilizados em eletro-eletrônicos. Um<br />
grande problema destes motores, é que eles não<br />
garantem uma velocidade de giro regular.<br />
Qualquer variação na corrente, no ciclo ou no<br />
peso do objeto, pode resultar na variação na<br />
velocidade de giro do motor.<br />
No nosso caso, o peso a ser arrastado pelo motor<br />
varia durante o processo de a<strong>com</strong>panhamento,<br />
devido aos ângulos diferentes em que a<br />
plataforma irá se posicionar. Assim sendo, o uso<br />
de um motor DC não é aconselhado.<br />
O motor de passo se caracteriza por uma<br />
exatidão muito grande na velocidade de giro, já<br />
que o controle é feito por bobinas independentes<br />
que podem ser controladas por um circuito<br />
eletrônico ou por um <strong>com</strong>putador. Motores de<br />
passos são encontrados em aparelhos onde a<br />
precisão é um fator muito importante. São usados<br />
em larga escala em impressoras, plotters,<br />
scanners, drivers de disquetes, discos rígidos e<br />
muitos outros aparelhos.<br />
Para ilustrar o funcionamento de um motor de<br />
passo, a figura acima mostra um motor de<br />
passo <strong>com</strong> 4 bobinas. Cada vez que uma<br />
destas bobinas do indutor é energizada, cria<br />
um campo magnético que atrai o induzido, que<br />
por sua vez, a<strong>com</strong>panha a bobina energizada,<br />
efetuando 1/4 de giro. Neste exemplo temos<br />
um motor de 4 passos por giro, e cada passo<br />
tem 90 graus. Somente uma bobina é<br />
energizada a cada passo.<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004
OFICINA<br />
Este mesmo motor, pode ser programado para ser um motor de 8 passos por giro. Ao<br />
energizar duas bobinas simultaneamente, o induzido se posiciona entre as duas bobinas,<br />
realizando um passo intermediário. Veja no desenho abaixo:<br />
Observe porém, que a existência de 4<br />
bobinas é apenas uma apresentação didática,<br />
pois normalmente os motores de passo possuem<br />
várias bobinas, o que permite um número maior<br />
de passo por giro, tornando a rotação muito mais<br />
precisa e isenta de vibrações. Nos exemplos<br />
acima, vimos passos de 90 e 45 graus, mas na<br />
prática os motores de passo tem passos de 7,5<br />
graus ou menores.<br />
Os esquemas mostrados acima são<br />
semelhantes aos dos motores utilizados nos<br />
antigos drives de disquete de 5,1/4", que podem<br />
ser encontrados <strong>com</strong> facilidade em lojas de<br />
sucata de informática. É muito fácil controlar a<br />
velocidade de um motor de passo, usando um<br />
micro-<strong>com</strong>putador. A energização das bobinas<br />
poderia ser feita pela porta paralela que mandaria<br />
os sinais em sincronia <strong>com</strong> seus parâmetros<br />
internos e poderia até mesmo corrigir as<br />
diferenças entre a velocidade linear da tração e a<br />
velocidade angular. Dezenas de Hobbistas em<br />
robótica fazem operações muito mais <strong>com</strong>plexas<br />
do que esta. Todavia, isto criaria uma<br />
dependência de manter um Lap-top controlando o<br />
a<strong>com</strong>panhamento e isto acabaria sendo um<br />
entrave e prejudicaria a praticidade de utilização.<br />
Portanto, a opção ideal é controlar o<br />
motor de passo através de um pequeno circuito<br />
eletrônico, que deverá ser construído (veja<br />
abaixo). O controlador (driver) pode ser<br />
construído usando transistores de potência,<br />
mas é mais fácil é adquirir drivers prontos, por<br />
exemplo, os circuitos integrados ULN 2003 ou<br />
ULN2803, que nada mais são que arrays de<br />
transistores Darlington que podem controlar<br />
correntes de até 500mA, estão em forma de<br />
circuitos integrados prontos para serem usados<br />
em interfaces que necessitem controlar<br />
motores de passos, solenóides, relês, motores<br />
DC e muitos outros dispositivos. O CI ULN<br />
2803 tem 8 entradas que podem controlar até 8<br />
saídas. Com ele poderemos controlar até 2<br />
motores de passo simultaneamente. Tanto o CI<br />
ULN 2003 <strong>com</strong>o o ULN 2803 trabalham <strong>com</strong><br />
correntes de 500mA e tensão de até 50v. A<br />
utilização de motores de passo que consumam<br />
mais que esse valor, poderão queimar os CIs.<br />
É necessário verificar qual a amperagem de<br />
trabalho do motor, e deve-se dar preferência<br />
àqueles cujo consumo seja menor que 500mA,<br />
para não sobrecarregar o CI. Um fator<br />
importante que se deve levar em consideração<br />
é a fonte de alimentação que terá que fornecer<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 67
68<br />
OFICINA<br />
a amperagem necessária. A velocidade de giro do<br />
motor de passo depende do circuito controlador.<br />
A velocidade ideal será a mínima possível, que<br />
seja suficiente para que a rotação não provoque<br />
vibrações que prejudiquem a estabilidade da<br />
mesa. Esta velocidade normalmente estará acima<br />
de 300 RPM.<br />
A velocidade do braço tangente que<br />
acionará a mesa, dependerá do <strong>com</strong>primento do<br />
percurso do braço no setor sul. Como já foi visto,<br />
este percurso é de: Cos(90-7,5) * 2 * Raio do<br />
Setor Sul = 193,17mm. Portanto, a velocidade<br />
deverá ser de 193,17mm por hora, ou<br />
aproximadamente 3,21mm/minuto. Considerando<br />
que a tração será feita por uma barra roscada de<br />
1/4" de bitola <strong>com</strong> <strong>com</strong>primento útil de 193,17mm,<br />
e que existem nesta barra 20 espiras por<br />
polegada, concluímos que o percurso total<br />
necessitará de 152 giros da barra roscada, ou<br />
seja, 2,53 rotações por minuto. Se o motor girar a<br />
300rpm, será necessária uma redução superior a<br />
100 vezes, que deverá ser obtida através de um<br />
conjunto de engrenagens.<br />
O CONTROLADOR DO MOTOR DE<br />
PASSO<br />
Na configuração desejada, independente<br />
do número de bobinas do motor, e já que os<br />
sinais não serão enviados por um programa de<br />
<strong>com</strong>putador, é necessário um circuito eletrônico<br />
que faça a energização das bobinas na<br />
seqüência e na velocidade corretas. Como foi<br />
visto no exemplo acima, numerando uma<br />
seqüência de 4 bobinas <strong>com</strong> número de 1 a 4<br />
teríamos que energizar:<br />
• passo 1 - bobina 1<br />
• passo 2 - bobinas 1 e 2<br />
• passo 3 - bobina 2<br />
• passo 4 - bobinas 2 e 3<br />
• passo 5 - bobina 3<br />
• passo 6 - bobinas 3 e 4<br />
• passo 7 - bobina 4<br />
• passo 8 - bobinas 4 e 1<br />
O circuito abaixo, projetado pelo Engenheiro Eletrônico e Astrônomo Paulo Bonagura<br />
executa esta tarefa de forma simples e funcional.<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004
OFICINA<br />
Este circuito é basicamente <strong>com</strong>posto por<br />
um temporizador (555D), que envia em<br />
intervalos regulares e controlados, pulsos<br />
elétricos para um contador (74393) que utiliza 3<br />
bits. Cada vez que este contador recebe um pulso<br />
do temporizador ele executa sua função de<br />
"contar", ou seja, soma 1 ao valor que está na sua<br />
memória. Desta memória só nos interessam os 3<br />
bits de peso fraco, e que <strong>com</strong>binados resultam<br />
em valores de 0 a 7. O resultado deste contador é<br />
lido pelo Decodificador (74138), que transforma<br />
os 3 bits em um endereço de 8 bits onde um bit<br />
retornará o sinal zero e os restantes o sinal 1.<br />
Estes 8 sinais gerados pelo decodificador serão<br />
então submetidos a dois Circuitos Integrados<br />
<strong>com</strong> 4 portas lógicas cada, sendo um deles<br />
<strong>com</strong>posto de 4 portas "And" (7408) e o outro<br />
<strong>com</strong>posto por 4 portas "Not And".<br />
Uma porta And é um circuito que<br />
recebe duas correntes elétricas (entrada) e<br />
devolve uma (saída). A saída será 1 se, e<br />
somente se, as duas correntes de entrada<br />
forem 1. Uma porta Not And também é um<br />
circuito que recebe duas correntes elétricas<br />
(entrada) e devolve uma (saída). A saída será 1<br />
se, e somente se, as duas correntes de entrada<br />
não forem 1.<br />
Abaixo, uma simulação dos 8 passos executados por este circuito, esclarecendo que 0<br />
(zero) significa ausência de corrente elétrica e 1(um) indica presença de corrente.<br />
Memória do<br />
contador<br />
Valor<br />
Valor<br />
modificado pelo<br />
decodificador<br />
Entrada Porta<br />
And<br />
Saída Porta<br />
And<br />
Entrada Porta<br />
Not And<br />
Saída Porta<br />
Not And<br />
0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 0 11 11 11 11 1 1 1 1 01 11 11 11 1 0 0 0<br />
0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 10 01 11 11 0 0 1 1 10 10 11 11 1 1 0 0<br />
0 1 0 2 1 1 1 1 1 0 1 1 11 11 11 11 1 1 1 1 11 01 11 11 0 1 0 0<br />
0 1 1 3 1 1 1 1 0 1 1 1 11 10 01 11 1 0 0 1 11 10 10 11 0 1 1 0<br />
1 0 0 4 1 1 1 0 1 1 1 1 11 11 11 11 1 1 1 1 11 11 01 11 0 0 1 0<br />
1 0 1 5 1 1 0 1 1 1 1 1 11 11 10 01 1 1 0 0 11 11 10 10 0 0 1 1<br />
1 1 0 6 1 0 1 1 1 1 1 1 11 11 11 11 1 1 1 1 11 11 11 01 0 0 0 1<br />
1 1 1 7 0 1 1 1 1 1 1 1 01 11 11 10 0 1 1 0 10 11 11 10 1 0 0 1<br />
A forma <strong>com</strong> que estas portas foram ligadas ao Decodificador faz <strong>com</strong> que as saídas das 4<br />
portas Not And gerem sinais que são lidos diretamente pelas 4 primeiras entradas do<br />
controlador de Motor de Passo (ULN 2003) numa <strong>com</strong>binação que fornece a corrente<br />
necessária para a energização das bobinas.<br />
• passo 1 - bobina 1 (1 0 0 0)<br />
• passo 2 - bobinas 1 e 2 (1 1 0 0)<br />
• passo 3 - bobina 2 (0 1 0 0)<br />
• passo 4 - bobinas 2 e 3 ( 0 1 1 0)<br />
• passo 5 - bobina 3 ( 0 0 1 0)<br />
• passo 6 - bobinas 3 e 4 (0 0 1 1)<br />
• passo 7 - bobina 4 (0 0 0 1)<br />
• passo 8 - bobinas 4 e 1 (1 0 0 1)<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 69
70<br />
OFICINA<br />
SAIBA MAIS<br />
São dezenas de Home-pages que tratam deste assunto, a esmagadora maioria em idioma<br />
inglês. Abaixo, alguns links selecionados <strong>com</strong> ilustrações e planos de construção:<br />
• Reagan's Dob Tracker<br />
http://www.geocities.<strong>com</strong>/reaganjj/<br />
• Chuck Shaw<br />
http://www.ghg.<strong>net</strong>/cshaw/platform.htm<br />
• TL System Aluminium Platform<br />
http://astronomymall.<strong>com</strong>/regular/products/eq_platforms/<br />
• Don's Equatorial Platform<br />
http://home.att.<strong>net</strong>/~segelstein/don/platform-1.html<br />
• Building an equatorial platform for a dobsonian<br />
telescope<br />
http://home.wanadoo.nl/jhm.vangastel/Astronomy/Ponc<br />
et/e_index.htm<br />
• Equatorial Platform Meeting Notes<br />
http://www.starastronomy.org/Library/Platform/eqplat1.<br />
html<br />
• The Equatorial Platform<br />
http://homepage.ntlworld.<strong>com</strong>/molyned/the_equatorial_<br />
platform.htm<br />
• Jon Fields Platform<br />
http://home.att.<strong>net</strong>/~fieldsj/platform.htm<br />
• AstroSystems<br />
http://www.astrosystems.biz/eqplat1.htm<br />
• How to Align your equatorial Platform<br />
http://www.geocities.<strong>com</strong>/reaganjj/tracking<br />
• Economical Platforms for most Dobsonians<br />
http://www.equatorialplatforms.<strong>com</strong>/<strong>com</strong>pact.htm<br />
• Make An Equatorial Telescope Platform In a Week!<br />
http://www.granitic.<strong>net</strong>/astro/platform.htm<br />
• Portaball on an Equatorial Platform<br />
http://astronomymall.<strong>com</strong>/regular/products/eq_platform<br />
s/portaball.htm<br />
Paulo Oshikawa<br />
Colaborador | Revista <strong>macroCOSMO</strong><br />
oshikawa@bitti.<strong>com</strong>.br<br />
• A Low Profile Equatorial Platform Rob Brown<br />
http://home.<strong>com</strong>cast.<strong>net</strong>/~mccullochbrown/astro/platform.html<br />
• Cylindrical Bearing Equatorial Platforms Chuck<br />
Shaw http://www.atmsite.org/contrib/Shaw/platform/<br />
• Improved Cylindrical Bearing Equatorial Tracking<br />
Table http://faculty.washington.edu/quarn/stpmtr.html<br />
• Robert Duval An Evolved Poncet Platform<br />
http://www.jlc.<strong>net</strong>/~force5/Astro/ATM/Poncet/Intro.<br />
html<br />
• Bill Mitchell: The equatorial platform<br />
http://www.telescope.150m.<strong>com</strong>/platform/platform.htm<br />
• A new stepper motor driver circuit (mainly) for<br />
driving equatorial platforms<br />
http://w1.411.telia.<strong>com</strong>/~u41105032/Stepper/Stepper.<br />
htm<br />
• Dobsonian Tracking Platform By Walt Hamler<br />
http://www.cfas.org/Library/tracking_platform.htm<br />
• How To Build Your Own Poncet Table In Only 18<br />
Months http://www.rmss.org/gallery/article1.htm<br />
• Low Profile Equatorial Table By David Shouldice<br />
http://members.tripod.<strong>com</strong>/denverastro/dsdfile/dspfile.<br />
htm<br />
• Brad's Platform<br />
http://www.fred.<strong>net</strong>/bdavy/scope.htm<br />
• Johnsonian Designs<br />
http://www.johnsonian.<strong>com</strong>/COOL.HTM<br />
• Plataforma Equatorial de Setores de Círculo<br />
http://pla<strong>net</strong>a.terra.<strong>com</strong>.br/educacao/<strong>Astronomia</strong><br />
∞<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004
PALESTRA<br />
A ASTRONOMIA E SEU<br />
COMEÇO<br />
Certo dia disseram que a<br />
ASTRONOMIA era filha de uma mãe muito<br />
louca, que é a Astrologia. De fato, não podemos<br />
deixar de admitir que esta afirmação é<br />
verdadeira. Porém, podemos sem sombra de<br />
dúvidas, diferenciar uma Pseudociência de uma<br />
verdadeira Ciência. A Astrologia ela preconiza a<br />
influência dos astros na personalidade e nos<br />
destinos do homem (afirmam os seus<br />
praticantes). Já a <strong>Astronomia</strong> é uma verdadeira<br />
ciência pura, que estuda os astros em sua<br />
constituição e movimento.<br />
Tudo <strong>com</strong>eçou, graças a capacidade de<br />
observação do céu por algumas civilizações<br />
mesopotâmias <strong>com</strong>o: caldeus, babilônicos e<br />
sumérios. E os pensamentos dos antigos<br />
gregos na Escola de Alexandria <strong>com</strong>o:<br />
Aristarco, Eratóstenes, Hiparco e Ptolomeu, nos<br />
quais foram surgindo várias explicações sobre a<br />
origem e os movimentos dos astros. E bem<br />
verdade, que os primeiros conceitos<br />
associavam os astros e seus movimentos à<br />
deuses, <strong>com</strong>eçando <strong>com</strong> o Sol, Lua e os<br />
pla<strong>net</strong>as. Não é à toa que os gregos e romanos<br />
deram os nomes e sentidos aos pla<strong>net</strong>as à<br />
deuses da sua mitologia.<br />
Na verdade, o fascínio que o céu<br />
sempre exerceu sobre o homem está registrado<br />
na história de todas as civilizações. O interesse<br />
pelo céu independe da idade, velhos e crianças,<br />
todos se deixam cativar por sua beleza e pelos<br />
enigmas que ele esconde. A curiosidade das<br />
crianças pela <strong>Astronomia</strong> tem sido reconhecida<br />
e explorada até abusivamente pelos meios de<br />
<strong>com</strong>unicação: multiplicam-se as estórias<br />
fantásticas <strong>com</strong> naves espaciais, seres<br />
extraterrestres, cientistas <strong>com</strong> ar de malucos<br />
em astros desconhecidos, etc.<br />
Essa falsa ciência acaba gerando uma<br />
enorme expectativa em relação a eventos que<br />
nada têm a ver <strong>com</strong> os fatos astronômicos<br />
reais. E os astrônomos acabam sendo vistos<br />
usando instrumentos extremamente sofisticados<br />
e criando teorias <strong>com</strong>plicadíssimas. Essa<br />
Audemário Prazeres | Sociedade Astronômica do Recife<br />
expectativa gerada pela mídia, eu tive a infeliz<br />
oportunidade de ver junto ao público, <strong>com</strong> a<br />
passagem do <strong>com</strong>eta Halley. Onde em 1910<br />
registros nos mostram um temor da população,<br />
que associavam o <strong>com</strong>eta a grandes tragédias<br />
e epidemias. E na sua última passagem, que foi<br />
mais próxima do que em 1910, houve um certo<br />
descontentamento gerado pela grande<br />
expectativa da mídia, provocando reações <strong>com</strong><br />
expressões do tipo: “Isso é o Halley!!!”.<br />
Não é de se estranhar, portanto, que os<br />
professores das escolas tenham um certo<br />
receio em levar a <strong>Astronomia</strong> para a sala de<br />
aula ou que, quando o fazem, se apeguem aos<br />
livros de texto. E os autores desses livros, por<br />
sua vez, pouco deixam de reproduzir o que<br />
encontram em outros textos. À medida que as<br />
cópias se sucedem, as incorreções se<br />
multiplicam e as definições ficam cada vez mais<br />
incorretas. Um exemplo bem <strong>com</strong>um, é que<br />
tanto GALÁXIAS <strong>com</strong>o CONSTELAÇÕES<br />
encontramos em alguns livros didáticos <strong>com</strong>o<br />
sendo um “conjunto de estrelas”. O que na<br />
verdade, GALÁXIAS são agrupamentos<br />
gigantescos de estrelas, gases e poeira. E<br />
quanto as CONSTELAÇÕES, são<br />
simplesmente um agrupamento aparente de<br />
estrelas, definidas dependendo da referência<br />
utilizada.<br />
E O PORQUE DA ASTRONOMIA AMADORA?<br />
A característica fundamental dos seres<br />
humanos é a sua curiosidade. E isso vemos<br />
constantemente <strong>com</strong> o interesse em terras<br />
distantes e misteriosas; pela fauna dos<br />
oceanos; a origem pelas montanhas; a<br />
<strong>com</strong>posição do centro da Terra, etc. Tudo isso<br />
e muito mais, são estudadas por disciplinas<br />
organizadas e objetivas chamadas de Ciência,<br />
na qual nos possibilita aumentar os nossos<br />
conhecimentos e satisfazer as nossas<br />
curiosidades.<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 71
72<br />
PALESTRA<br />
E a <strong>Astronomia</strong> é, hoje em dia, uma<br />
das poucas Ciências (SE NÃO FOR A ÚNICA),<br />
em que o amador realmente tem vez. Como<br />
também, é a ciência que oferece uma melhor<br />
<strong>com</strong>preensão sobre o contexto em que<br />
estamos inseridos, satisfazendo o aspecto da<br />
curiosidade humana.<br />
No caso da <strong>Astronomia</strong>, desde a<br />
remota antigüidade, o homem tem observado o<br />
céu e os fenômenos celestes que surgiam, e<br />
sempre se buscou explicar o que se vê. E isso<br />
se fez de maneira bastante <strong>com</strong>um, <strong>com</strong><br />
questionamentos simples, do tipo: O Sol nascer<br />
no horizonte Leste, seguido de um período de<br />
claridade (dia), e o seu “sumiço” no horizonte<br />
Oeste, dando início a escuridão (noites).<br />
Nesse contexto, lembro que <strong>com</strong> o<br />
surgimento do telescópio, houve uma mudança<br />
radical nos conceitos astronômicos, pois<br />
emergiu uma nova <strong>Astronomia</strong>. E esta nova<br />
ciência se profissionalizou, fazendo <strong>com</strong> que<br />
esses profissionais tenham na <strong>Astronomia</strong> a<br />
sua única fonte de subsistência.<br />
Já os amadores, são pessoas <strong>com</strong> as<br />
mais variadas profissões, que inicialmente se<br />
dedicam as observações astronômicas motivas<br />
pelo prazer. Até este ponto, não há nada de<br />
in<strong>com</strong>um. Pois da mesma forma em que existe<br />
pessoas que encontre divertimento em<br />
atividades <strong>com</strong>o: pescaria; observando aves;<br />
colecionando variados objetos; fazendo trilhas;<br />
etc. Há aqueles que se divertem observando o<br />
céu. Mas existe um diferencial relevante que<br />
vale a pena lembrar que vemos na definição da<br />
palavra “amador”. Observe que esta palavra é<br />
também designada para aqueles que “amam”<br />
uma determinada atividade. E estando nós<br />
amando, prevalecemos a obstinação e<br />
dedicação. Estes sentimentos o amador os<br />
aplica de forma inteiramente livre, podendo<br />
observar o que ele quiser. Ao contrário dos<br />
profissionais, que dominam muito bem o campo<br />
teórico, desenvolvem suas atividades de<br />
maneira específica as quais são “presos” as<br />
rígidas normas sejam da instituição ais quais<br />
estão vinculados ou da própria natureza da<br />
observação. Com isto, não podemos afirmar<br />
que ocorre uma diversificação de observações<br />
por parte do profissional. Já <strong>com</strong> o amador, a<br />
diversificação é uma característica bastante<br />
<strong>com</strong>um, fazendo desses amadores verdadeiros<br />
conhecedores do céu em relação aos<br />
profissionais, e constantemente vemos<br />
amadores fazendo descobertas em vários<br />
segmentos da <strong>Astronomia</strong> (<strong>com</strong>etas; meteoros;<br />
supernova; etc.).<br />
Só para se ter uma idéia, no que refere<br />
a <strong>Astronomia</strong> observacional, entre 60 e 70%<br />
das atividades são realizadas pelos<br />
astrônomos amadores espalhados pelo mundo.<br />
Pois o instrumento as vezes utilizados pelos<br />
profissionais, estão ao alcance do amador,<br />
quando não, os amadores <strong>com</strong> as suas<br />
adaptações promovem pesquisas semelhantes<br />
e de alto valor científico. Não podemos deixar<br />
de destacar, que <strong>com</strong> o advento da INTERNET,<br />
boa parte dos programas de <strong>com</strong>putadores<br />
voltados para a <strong>Astronomia</strong>, em que os<br />
profissionais utilizam em suas áreas<br />
específicas, são também utilizados pelos<br />
amadores.<br />
COMO SER UM O ASTRÔNOMO<br />
AMADOR???<br />
É IMPRESCINDÍVEL POSSUIR UM<br />
INSTRUMENTO?<br />
Respondendo esta pergunta, esclareço<br />
o seguinte: É desejável claro, mas não<br />
imprescindível. A olho nu vemos cerca de 6000<br />
estrelas até a Sexta magnitude (antigamente<br />
falava-se grandeza). O simples uso de um<br />
binóculo de médio alcance eleva essa<br />
quantidade para cerca de 500.000 estrelas.<br />
Com o auxílio de um telescópio (espelho) ou<br />
lu<strong>net</strong>a (lente) esse número fica muito mais<br />
ampliado. Nesse caso a observação do céu<br />
torna-se ainda mais interessante. É bom frisar<br />
que um dos objetivos mais fascinantes dessa<br />
ciência é, justamente a parte<br />
OBSERVACIONAL Pois já dizia o grande<br />
mestre Pe. Jorge Polman: “SEM<br />
OBSERVAÇÃO, NÃO HÁ ASTRONOMIA”.<br />
Mas também devemos ter em mente<br />
que é preciso saber o que observar, neste<br />
caso, faz-se necessário algum conhecimento<br />
teórico da <strong>Astronomia</strong>. Neste contexto, os<br />
astrônomos amadores pertencem a dois grupos<br />
distintos:<br />
1. Os que aprendem os conhecimentos<br />
básicos e se dedicam apenas à tarefa de<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004
PALESTRA<br />
observar, fazendo da <strong>Astronomia</strong> um “hobby” e<br />
apreciando os fenômenos celestes e as belas<br />
imagens que os astros oferecem.<br />
2. No segundo grupo, temos os amadores<br />
que praticam uma <strong>Astronomia</strong> mais “seria”, ou<br />
seja, tendo ultrapassado o estágio inicial da<br />
simples observação, se dedicam depois a<br />
coletar dados do que observam para repassálos<br />
às entidades astronômicas nacionais e até<br />
internacionais.<br />
Para os aficionados inseridos nesses<br />
grupos, é de fundamental importância o<br />
intercâmbio de idéias <strong>com</strong> entidades e pessoas<br />
envolvidas <strong>com</strong> a <strong>Astronomia</strong> amadora, tanto<br />
na sua forma teórica <strong>com</strong>o pratica.<br />
Alguns conselhos são bastante úteis para<br />
aqueles que iniciam nesta ciência. Se não<br />
vejamos:<br />
1. Evite ao máximo entrar em contato <strong>com</strong><br />
os observatórios profissionais e seus<br />
astrônomos para pedir informações. Em sua<br />
maioria eles não possuem um serviço de<br />
relações públicas ou interesse em responder.<br />
Procurem entidades amadoras.<br />
2. Convença-se que mesmo após muitas<br />
leituras, ou consultas na Inter<strong>net</strong>. Você<br />
continua sabendo. Na verdade, geralmente<br />
todo este texto teórico não ensinam a prática.<br />
Por exemplo: ler mapas celestes, usar<br />
coordenadas e encontrar objetos siderais <strong>com</strong>o<br />
referência. Um fato bastante relevante, é que<br />
quando existe estas informações as mesmas<br />
se mostram <strong>com</strong>o uma mera cópia de outras<br />
informações, não levando em conta a latitude<br />
de onde o observador se encontra.<br />
3. Para o exercício de ser um bom<br />
amador, deve prevalecer o espírito científico,<br />
<strong>com</strong> observações contínuas tendo muita<br />
paciência e pôr em mente que você se<br />
encontra sempre pronto para aprender.<br />
4. É fundamental logo de início, você<br />
saber identificar as principais constelações a<br />
olho nu, e em seguida as suas principais<br />
estrelas. Depois procure localizar os outros<br />
objetos celestes tipo: nebulosas; aglomerados;<br />
e os pla<strong>net</strong>as.<br />
5. Para localização e observação dos<br />
pla<strong>net</strong>as, procure identificar as constelações do<br />
zodíaco, pois são nelas que todos os pla<strong>net</strong>as<br />
caminham.<br />
6. Convença-se que o mais importante<br />
são as observações, e que suas teorias<br />
ninguém está interessado em ouvir. Teorias<br />
são frutos de anos de pensamento, às vezes<br />
séculos de observações, <strong>com</strong>postas<br />
geralmente por pessoas que conhecem a fundo<br />
e profissionalmente o assunto.<br />
7. Seu hobby ou passa-tempo de<br />
<strong>Astronomia</strong> vai-lhe custar dinheiro.<br />
Dependendo do que vai querer fazer. De início,<br />
você vai ter que adquirir um bom atlas do céu<br />
ou um <strong>com</strong>putador que tenha um planisfério.<br />
Com o tempo, após definir o que quer observar,<br />
essa sua escolha vai lhe exigir algum material<br />
ou acessório a mais para o seu instrumento.<br />
8. Não pense que você estando ligado a<br />
uma associação de <strong>Astronomia</strong>, ou fundando<br />
uma entidade amadora <strong>com</strong> seus amigos, você<br />
vai obter recursos financeiros do governo ou<br />
entidades particulares. Seja humilde, pois você<br />
não passa de um amador, e ninguém está<br />
esperando por suas descobertas. Na verdade,<br />
você vai passar muito tempo e muito trabalho<br />
sério para ser reconhecido.<br />
9. O leque de opções dentro da<br />
<strong>Astronomia</strong> é extremamente grande, busque<br />
uma determinada pratica observacional e<br />
procure informações específicas a esta pratica.<br />
Pouco vai lhe ajudar, você optar para<br />
observação solar e ao mesmo tempo querer<br />
fazer observações de binárias.<br />
10. Por último, vem a questão do<br />
instrumento a ser utilizado. Não vá diretamente<br />
a uma loja e apenas colha informações nos<br />
manuais dos instrumentos, e principalmente,<br />
informações <strong>com</strong> os vendedores. Em sua<br />
maioria esses vendedores não sabem o que<br />
estão vendendo, e os manuais não são<br />
explícitos para que o instrumento é adequado.<br />
Procure uma entidade amadora, ou algum<br />
amador experimentado e informe o que você<br />
quer observar, e o modelo do instrumento que<br />
deseja <strong>com</strong>prar. É de fundamental importância<br />
que o amador possua um binóculo e um<br />
instrumento. Então, <strong>com</strong>pre primeiro um<br />
binóculo. É bom ressaltar que é possível<br />
efetuar 50 tipos de observações astronômicas<br />
<strong>com</strong> valor científico <strong>com</strong> um binóculo. ∞<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 73
74<br />
PALESTRA<br />
1) Sociedade Astronômica de Pesqueira – Pesqueira<br />
2) A.A.P. – Associação Astronômica de Pernambuco – Carpina/Jaboatão<br />
3) S.A.R. – Sociedade Astronômica do Recife<br />
4) Clube de Ciências Astronômicas do Colégio Americano Batista<br />
ALGUMAS ENTIDADES AMADORAS QUE<br />
EXISTEM (OU EXISTIAM) EM PERNAMBUCO<br />
5) C.E.A. – Clube Estudantil de <strong>Astronomia</strong> na<br />
Várzea – Recife<br />
6) C.A.O. – Clube de <strong>Astronomia</strong> de Olinda<br />
7) Clube de Ciências e <strong>Astronomia</strong> do Colégio São<br />
Luiz<br />
8) Centro de <strong>Astronomia</strong> e Pesquisa Aeroespacial<br />
de Moreno<br />
9) Sociedade de amadores para Pesquisas<br />
Científicas em Limoeiro<br />
10) CEFEC – Centro Experimental de Foguetes em<br />
Carpina<br />
(...) Palestra Ministrada Por: Audemário Prazeres (*), No Auditório Central Da Biblioteca Pública<br />
Do Estado De Pernambuco Em 12 De Junho De 2003, Abrindo O Circuito De Palestras Da Agenda<br />
Cultural Oficial Da Secretaria De Cultura E Fundação De Cultura, Conforme A Sua Publicação Número<br />
94 Ano 9, Página 37<br />
Audemário Prazeres, astrônomo amador atuante há 21 anos, é o Presidente-Fundador da<br />
Associação Astronômica de Pernambuco - A.A.P., criada em 1985; Foi o Coordenador da primeira<br />
equipe amadora do Brasil a redescobrir e fotografar o <strong>com</strong>eta Halley; tendo exercido cargos na<br />
diretoria do antigo Clube de Estudantil de <strong>Astronomia</strong> – C.E.A., é atual Presidente da Sociedade<br />
Astronômica do Recife – S.A.R.<br />
E-mail: audemárioprazeres@ig.<strong>com</strong>.br<br />
Sociedade Astronômica do Recife: http://sociedadeastrorecife.cjb.<strong>net</strong><br />
Associação Astronômica de Pernambuco: www.aapbrasil.kit.<strong>net</strong><br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004
GUIA DIGITAL<br />
Rosely Grégio | Revista <strong>macroCOSMO</strong><br />
A inter<strong>net</strong> é uma imensa biblioteca<br />
atualizadíssima sobre todo e qualquer assunto.<br />
Quando digitamos uma palavra sobre algum<br />
assunto específico em sites de busca <strong>com</strong>o, por<br />
exemplo o Google (www.google.<strong>com</strong>.br) ou o<br />
Yahoo Brasil (www.yahoo.<strong>com</strong>.br), aparece uma<br />
infinidade de links sobre o determinado tema nos<br />
mais variados idiomas. Contudo, nosso propósito<br />
é sempre levar até nossos leitores uma seleção<br />
de sites que consideramos confiáveis e que nos<br />
trazem excelentes informações sobre <strong>Astronomia</strong><br />
e ciências afins. Desta feita selecionamos alguns<br />
temas que vão auxiliar, principalmente aos<br />
iniciantes, a ampliar sua forma de contato <strong>com</strong> o<br />
céu e sua observação. Claro que para isso é<br />
necessário ter em mãos mapas ou cartas celestes<br />
mesmo que você não esteja usando nenhum<br />
equipamento, apenas seus olhos. Elas vão te<br />
ajudar a localizar e identificar os objetos celestes<br />
<strong>com</strong> mais facilidade e pouco a pouco, dia a dia<br />
você vai estar reconhecendo a olho desarmado<br />
todas as constelações que são visíveis do seu<br />
hemisfério a cada mês.<br />
Do mesmo modo que nos orientamos na<br />
Terra através de mapas geográficos e suas<br />
coordenadas, a orientação celeste se faz da<br />
mesma maneira usando as chamadas Cartas<br />
www.skymaps.<strong>com</strong><br />
mapas<br />
CE L ESTES<br />
Celestes Contudo, para aqueles não estão<br />
familiarizados <strong>com</strong> as tais coordenadas<br />
celestes, a maneira mais simples e fácil de<br />
descobrir os objetos celestes usando um mapa<br />
do céu é primeiro acostumar seus olhos ao<br />
escuro <strong>com</strong> pelo menos 15 minutos antes de<br />
sua observação; segundo, localizar a<br />
constelação que lhe é mais familiar, por<br />
exemplo: Orion, Cruzeiro do Sul ou Touro;<br />
terceiro, virar o mapa de forma que a posição<br />
das constelações fiquem a mais parecida<br />
possível <strong>com</strong> aquilo que você está vendo no<br />
céu, e a partir de uma constelação ir<br />
descobrindo as suas vizinhas próximas e assim<br />
por diante.<br />
Existem alguns livros que podem te<br />
ajudar a conhecer o céu, entre eles temos o<br />
Atlas Celeste do Professor Ronaldo Rogério de<br />
Freitas Mourão, Editora Vozes; e o livro Rumo<br />
às Estrelas de Alberto Delerue, editado pela<br />
Jorge Zahar.<br />
Claro que sempre há a opção de se<br />
instalar em seu <strong>com</strong>putador de um pla<strong>net</strong>ário<br />
virtual, mas nem sempre temos um micro de<br />
mão para levar ao campo de observação,<br />
assim, onde podemos encontrar cartas celestes<br />
gratuitas e imprimíveis na inter<strong>net</strong>?<br />
Entre outras coisas, o site Sky Maps nos<br />
possibilita encontrar a cada mês duas cartas celestes<br />
em PDF para imprimir, uma para o Hemisfério Sul e<br />
outra para o Hemisfério Norte. Nelas, estão<br />
assinalados a posição da Lua, pla<strong>net</strong>as, estrelas e as<br />
principais constelações, agrupamentos de estrela,<br />
algumas nebulosas e galáxias distantes, localizar e<br />
seguir <strong>com</strong>etas luminosos pelo céu e aprender sobre<br />
o céu noturno e astronomia.<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 75
76<br />
GUIA DIGITAL<br />
O site INAPE http://www.inape.org.br apresenta<br />
uma gama variada de material sobre astronomia e o Atlas<br />
disponível para download apresenta estrelas de<br />
magnitude até 3.5, alguns objetos deepsky, a Via Láctea<br />
está assinalada em tonalidades diferentes de cores<br />
indicando onde ocorre a maior concentração de estrelas<br />
e informações de forma simplificada. As 15 partes do<br />
Atlas podem ser imprimidas separadamente em papel<br />
formato A4 que pode ser usado <strong>com</strong>o apostila, ou ser<br />
montado <strong>com</strong>o mosaico, originando um belo poster de<br />
tamanho aproximado de 92cm x 80cm. Todas as partes<br />
estão <strong>com</strong>pactadas em um único arquivo auto-extração,<br />
bastando executá-lo para extrair as imagens.<br />
www.hawastsoc.org/deepsky<br />
Uma bela carta celeste pode ser vista online<br />
no site da National Geographic. Mas se o leitor tem<br />
uma paciência de Jó, e um bom software editor de<br />
imagens, então monte a Carta celeste de ambos os<br />
hemisférios, inclusive <strong>com</strong> alguns dos deep sky já<br />
observados pelo HST. Será um pouco trabalhoso<br />
salvar as imagens ampliadas, encaixar tudo para<br />
formar o pôster, mas o resultado final vale a pena!<br />
E não esqueça de revesti-lo <strong>com</strong> papel<br />
transparente adesivo, tipo contact para não perder<br />
todo seu trabalho.<br />
pla<strong>net</strong>a.terra.<strong>com</strong>.br/lazer/zeca/astronomia<br />
www.inape.org.br<br />
No site Hawaiian Astronomical Society existem<br />
excelentes Cartas celestes de todas as 88<br />
constelações <strong>com</strong> seus respectivos detalhes e<br />
ampliações estão disponíveis no site ao lado. Trás<br />
informações sobre as constelações, imagens de<br />
objetos do céu profundo, e um rico conhecimento<br />
astronômico. Os mapas para imprimir trazem estrelas<br />
de mag 11. Re<strong>com</strong>endamos que, após imprimir os<br />
mapas que desejar, plastifique-os em ambas as faces<br />
para que a umidade noturna não os danifique.<br />
www.nationalgeographic.<strong>com</strong>/stars/chart/<br />
Mas, se você deseja montar seu próprio<br />
planisfério... Então visite o site <strong>Astronomia</strong> &<br />
Astronáutica de José Serrano Agustoni [Zeca]. .<br />
Vá à sessão ‘’Na Prática’’ copie, imprima e monte<br />
uma bela carta giratória do céu. Tudo explicado<br />
passo a passo e em português. Aproveite para<br />
conhecer todo o site, construir equipamentos e<br />
ver o trabalho realizado pelo autor.<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004
GUIA DIGITAL<br />
Ou então, o site de Toshimi Taki (em inglês) e<br />
mãos a obra!<br />
www.stub.unibe.ch/stub/koenig/celestial.html<br />
Mas, se você deseja montar seus próprios mapas<br />
do céu, no site você encontra um excelente software é<br />
mais uma opção cuja dica nos foi passada por Hugo<br />
Valentim. Link direto para descarga do programa:<br />
http://www.starmapstudio.de/download/starmapstudiov12e.exe<br />
O programa StarMapStudio é freeware de autoria<br />
de Udo Anschuetz. O site está em alemão, mas o<br />
programa trás um menu <strong>com</strong> ícones bem interativos.<br />
astrotips.<strong>com</strong><br />
www.asahi-<strong>net</strong>.or.jp/~zs3ttk/planisphere/planisphere.htm<br />
Franz Niklaus König - Celestial atlas<br />
(1826). Para aqueles que tem interesse em<br />
conhecer e ter cartas antigas de diversas<br />
constelações, o site ao lado é uma boa dica<br />
para isso.<br />
www.starmapstudio.de<br />
Para buscar pla<strong>net</strong>ários virtuais e muitos outros<br />
softwares voltados para a <strong>Astronomia</strong>, nada melhor do<br />
que encontrar em site total e exclusivamente dedicado a<br />
isso não é? Então, visite o site do nosso amigo Hugo<br />
Valentim e delicie-se <strong>com</strong> a quantidade e qualidade do<br />
material ali encontrado. Existem duas versões do site,<br />
uma em português e outra em inglês. Lembrando que a<br />
maioria dos Pla<strong>net</strong>ários Virtuais apresenta a opção de<br />
imprimir as cartas celestes. Embora a maiorias dos<br />
softwares são idealizados para rodarem em plataforma<br />
Windows, existem alguns poucos programas que<br />
funcionam em Linux e Mac.<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 77
78<br />
GUIA DIGITAL<br />
Este site é mais uma boa dica para<br />
buscar programas astronômicos.<br />
www2.prossiga.br/astronomia/asp/<br />
SaidaCat.asp?cod=16&id=port<br />
Está querendo ver <strong>com</strong>etas? Se você está interessado em localizar os <strong>com</strong>etas que estão<br />
visíveis no momento, re<strong>com</strong>endamos excelentes na web os sites abaixo que trazem além das<br />
cartas de busca as coordenadas e outras informações sobre eles:<br />
www.geocities.<strong>com</strong>/costeira1<br />
reabrasil.astrodatabase.<strong>net</strong><br />
Se você dispõe de um pla<strong>net</strong>ário virtual<br />
instalado em seu <strong>com</strong>putador, a atualização de dados<br />
para <strong>com</strong>etas de alguns pla<strong>net</strong>ários podem ser<br />
baixadas no link ao lado.<br />
www.freewarepalm.<strong>com</strong>/astronomy/<br />
astronomy.shtml<br />
aerith.<strong>net</strong>/<br />
cfa-www.harvard.edu/iau/Ephemerides/<br />
Comets/SoftwareComets.html<br />
Programas astronômicos para Palm. Segundo<br />
algumas opiniões, os melhores são 2Sky, Pla<strong>net</strong>arium e<br />
StarPilot. Para quem quer programas gratuitos e<br />
utilitários, dê uma olhada no site.<br />
Se a sua intenção é observar a bela Luna... Aguarde nossas dicas nas próximas edições da<br />
Revista MacroCOSMO! Abraços Celestes e feliz caçada na web!<br />
Rosely Grégio<br />
rgregio@uol.<strong>com</strong>.br<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004
Instruções aos autores:<br />
Autoria<br />
A <strong>macroCOSMO</strong>, a primeira revista<br />
eletrônica brasileira de astronomia, abre<br />
espaço para todos autores brasileiros, uma<br />
oportunidade de exporem seus trabalhos,<br />
publicando-os em uma de nossas edições.<br />
1. Os artigos deverão possuir Título, resumo, dissertação, conclusão, notas bibliográficas e<br />
páginas na inter<strong>net</strong> que abordem o assunto;<br />
2. Fórmulas matemáticas e conceitos acadêmicos deverão ser reduzidos ao mínimo, sendo<br />
claros e concisos em seus trabalhos;<br />
3. Ilustrações e gráficos deverão conter legendas e serem mencionadas as suas respectivas<br />
fontes. Pede-se que as imagens sejam enviadas nos formatos JPG ou GIF.<br />
4. Quanto as referências: Jornais e Revistas deverão constar número de edição e página da<br />
fonte pesquisada. Livros, pede-se o título, autor, editora, cidade, país e ano.<br />
5. Deverão estar escritos na língua portuguesa (Brasil), estando corrigidos ortograficamente.<br />
6. Os temas deverão abordar um dos ramos da <strong>Astronomia</strong>, Astronáutica ou Física. Ufologia e<br />
Astrologia não serão aceitos.<br />
7. Traduções de artigos só serão publicados <strong>com</strong> prévia autorização de seus autores originais.<br />
8. Antes do envio do seu arquivo envie uma solicitação para autoria@<strong>macroCOSMO</strong>.<strong>com</strong>,<br />
fazendo uma breve explanação sobre seu artigo. Caso haja um interesse por parte de nossa<br />
redação, estaremos solicitando seu trabalho.<br />
9. Os artigos enviados serão analisados e se aprovados, serão publicados em uma de nossas<br />
edições.<br />
10. O artigo será revisado e editado caso se faça necessário. As opiniões vertidas, serão de<br />
total responsabilidade de seus idealizadores.<br />
11. O autor receberá um exemplar no formato PDF da revista respectiva, por e-mail ou correio<br />
convencional através de mini-cds.<br />
revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 79
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<strong>macroCOSMO</strong>.<strong>com</strong><br />
Ano I - Edição nº 2 – Janeiro de 2004<br />
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