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A PRIMEIRA REVISTA ELETRÔNICA BRASILEIRA EXCLUSIVA DE ASTRONOMIA revista macroCOSMO.com Ano I - Edição nº 2 – Janeiro de 2004 Entrevista: Walmir Cardoso Presidente da SBEA Buscando novas FRONTEIRAS O desenvolvimento humano e tecnológico da conquista espacial Plataforma Equatorial para Dobsonianos

A PRIMEIRA REVISTA ELETRÔNICA BRASILEIRA EXCLUSIVA DE ASTRONOMIA<br />

revista<br />

<strong>macroCOSMO</strong>.<strong>com</strong><br />

Ano I - Edição nº 2 – Janeiro de 2004<br />

Entrevista: Walmir Cardoso<br />

Presidente da SBEA<br />

Buscando novas<br />

FRONTEIRAS<br />

O desenvolvimento humano e<br />

tecnológico da conquista espacial<br />

Plataforma Equatorial<br />

para Dobsonianos


2<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong><br />

Ano I - Edição nº 2 – Janeiro de 2004<br />

Redação<br />

redacao@revista<strong>macroCOSMO</strong>.<strong>com</strong><br />

Diretor Editor Chefe<br />

Hemerson Brandão<br />

hemersonbrandao@yahoo.<strong>com</strong>.br<br />

Revisão<br />

Audemário Prazeres<br />

audemarioprazeres@ig.<strong>com</strong>.br<br />

Roberta Maia<br />

anck_su_namon@bol.<strong>com</strong>.br<br />

WebMaster<br />

Hemerson Brandão<br />

hemersonbrandao@yahoo.<strong>com</strong>.br<br />

Tradutor<br />

William Fernandes<br />

arquibaldo@bol.<strong>com</strong>.br<br />

Redatores<br />

Hélio “Gandhi” Ferrari<br />

gandhiferrari@yahoo.<strong>com</strong>.br<br />

Paulo Monteiro<br />

astronomia@ig.<strong>com</strong>.br<br />

Rosely Grégio<br />

rgregio@uol.<strong>com</strong>.br<br />

Colaboradores<br />

Audemário Prazeres<br />

audemarioprazeres@ig.<strong>com</strong>.br<br />

Paulo Oshikawa<br />

oshikawa@bitti.<strong>com</strong>.br<br />

Pedro Ré<br />

pedro.re@mail.telepac.pt<br />

Roberto Silvestre<br />

silvestre@revista<strong>macroCOSMO</strong>.<strong>com</strong><br />

Ronaldo Garcia<br />

ronaldo@centroastronomico.<strong>com</strong>.br<br />

Divulgação e Publicidade<br />

Lílian Luccas<br />

lilianluccas@hotmail.<strong>com</strong><br />

editorial<br />

Após dois anos planejando seu lançamento, a<br />

<strong>macroCOSMO</strong>, a primeira revista eletrônica brasileira de<br />

astronomia finalmente é lançada.<br />

Brindados <strong>com</strong> uma procura muito maior do que<br />

esperávamos, a primeira edição da revista conquistou mais de<br />

mil acessos, apenas em seu mês de estréia. Elogios e<br />

mensagens de apoio foram muitos! Presente melhor que esse, a<br />

equipe <strong>macroCOSMO</strong> não poderia ter recebido, mas ainda<br />

pretendemos melhorar a cada edição atendendendo a sede de<br />

conhecimento científico dos astrônomos brasileiros.<br />

Até mesmo uma parceria <strong>com</strong> o Boletim Centaurus, da<br />

Fundação CEU em Brotas (SP), já está acertada. Com essa<br />

nova união, pretendemos ampliar de forma “astronômica” a<br />

difusão da mais antiga das ciências.<br />

Atrasada devido às festas de final de ano, a segunda<br />

edição da <strong>macroCOSMO</strong> traz em seu artigo de capa, uma<br />

reflexão sobre os avanços conquistados pelo homem em sua<br />

“breve” aventura pelo espaço.<br />

Uma entrevista exclusiva <strong>com</strong> o presidente da Sociedade<br />

Brasileira para o Ensino de <strong>Astronomia</strong>, o astrônomo Walmir<br />

Cardoso, além de um tutorial de <strong>com</strong>o construir uma plataforma<br />

equatorial para telescópios dobsonianos também são destaques<br />

dessa edição.<br />

Conteúdo e diagramação aprimorada é a nossa<br />

retribuição pelo carinho que todos nos receberam.<br />

todos.<br />

Um feliz 2004 e céus limpos sem poluição luminosa para<br />

Hemerson Brandão<br />

Editor Chefe | Revista <strong>macroCOSMO</strong><br />

hemersonbrandao@revista<strong>macroCOSMO</strong>.<strong>com</strong><br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004


evista <strong>macroCOSMO</strong><br />

redacao@revista<strong>macroCOSMO</strong>.<strong>com</strong><br />

4 macroLEITORES<br />

5 OPINIÃO | A Lua volta ao alvo<br />

6 ENTREVISTA | Walmir Thomazzi Cardoso<br />

11 ASTRONÁUTICA | Buscando novas fronteiras<br />

18 EFEMÉRIDES | Janeiro de 2004<br />

43 MITOS CIENTÍFICOS | De volta às trevas<br />

48 ASTROFOTOGRAFIA | Fotografando o Universo – Parte II<br />

53 OFICINA | Plataforma Equatorial para Dobsonianos<br />

71 PALESTRA | A astronomia e seu <strong>com</strong>eço<br />

75 GUIA DIGITAL | Mapas Celestes<br />

79 AUTORIA<br />

sumário<br />

Capa: Concepção artística de uma missão exploratória na superfície<br />

do pla<strong>net</strong>a Marte. Cortesia da NASA/JPL<br />

© É permitido a reprodução total ou parcial desta revista, para uso pessoal sem fins lucrativos.<br />

A <strong>macroCOSMO</strong> não se responsabiliza pelas opiniões vertidas pelos nossos colaboradores.<br />

Versão distribuída gratuitamente na versão PDF em<br />

www.revista<strong>macroCOSMO</strong>.<strong>com</strong><br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 3


4<br />

macroLEITORES<br />

Enquanto a astronáutica brasileira viveu<br />

em 2003 o indesejável tempo em que "A Bruxa<br />

está solta" (Alcântara/MA), acho que a<br />

<strong>Astronomia</strong> Brasileira deu um grande salto este<br />

ano, principalmente através da iniciativa e da<br />

ajuda dos amadores, além da sempre sólida<br />

<strong>com</strong>petência dos profissionais.<br />

A proeza de Daminelli <strong>com</strong> a monstruosa<br />

estrela Eta Carinae, a transmissão pelo rádio de<br />

Sobral (CE) e Ouro Preto (MG) do eclipse de<br />

novembro, para vários municípios de seus<br />

respectivos Estados, atitude esta pioneira e que<br />

será repetida muitas e muitas vezes, e agora o<br />

"serviço de parto" de duas revistas brasileiras de<br />

astronomia coloca o ano de 2003 na condição de<br />

"se tentar melhorar estraga"<br />

Saulo M. Filho, Sobral (CE)<br />

A revista está realmente supimpa,<br />

um filet mignon para os amantes da<br />

astronomia! Gostei muito da qualidade do<br />

texto, do enfoque dos assuntos e da<br />

linguagem <strong>com</strong> que foram expostos.<br />

Olha, o Brasil estava precisando<br />

mesmo de uma publicação destas... E<br />

ainda precisa de muito mais, não e<br />

mesmo?! Pois, é, tenho consciência que<br />

faço parte da próxima geração da<br />

astronomia amadora e quero contribuir<br />

muito para seu desenvolvimento no Brasil.<br />

Por isso, essa revista veio <strong>com</strong>o um jato<br />

propulsor para estimular meus planos.<br />

Muito obrigado por esse belíssimo<br />

presente!<br />

Lima Ivan, Londrina (PR)<br />

Entre em contato <strong>com</strong> a <strong>macroCOSMO</strong>:<br />

macroLEITORES@revista<strong>macroCOSMO</strong>.<strong>com</strong><br />

Inclua nome endereço e telefone. Os e-mails poderão ser<br />

editados para publicação.<br />

www.revista<strong>macroCOSMO</strong>.<strong>com</strong><br />

Ano I – Edição nº 01 – Dezembro de 2003<br />

ERRATA<br />

Na pagina 2 (Edição nº 1 – Ano I),<br />

na lista de redatores da revista, o<br />

sobrenome correto, seria Hélio Ferrari e<br />

não Hélio Ferreira <strong>com</strong>o foi publicado.<br />

Na página 22 (Edição nº 1 – Ano I),<br />

o verdadeiro e-mail do autor Roberto<br />

Silvestre seria:<br />

silvestre@revista<strong>macroCOSMO</strong>.<strong>com</strong><br />

Na pagina 27 (Edição nº 1 – Ano I)<br />

O correto seria: Segunda-feira, 22 de<br />

Dezembro : O solstício de Inverno para o<br />

Hemisfério Norte <strong>com</strong>eça às 07:04 TU.<br />

Para o Hemisfério Sul é o Solstício de<br />

Verão. Nesse momento o Sol passa pelo<br />

Trópico de Capricórnio e NÃO pelo<br />

Equador da Terra dirigindo-se para o<br />

Hemisfério Austral<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004


OPINIÃO<br />

Com o sucesso do programa espacial<br />

Chinês, uma nova corrida espacial surge.<br />

Autoridades chinesas e indianas se tornam<br />

rivais na busca pelo espaço e lançam o desafio<br />

de qual nação chegará primeiro na Lua.<br />

Durante a década de 60 e 70, em meio<br />

à Guerra Fria, os Estados Unidos e a então<br />

União Soviética disputavam a soberania do<br />

espaço. Durante boa parte do que ficou<br />

conhecida <strong>com</strong>o “corrida espacial”, os<br />

Soviéticos mantiveram-se pioneiros, <strong>com</strong>o a<br />

colocação em órbita do primeiro satélite<br />

artificial, o primeiro ser vivo e o primeiro homem<br />

no espaço. Também foram os primeiros a<br />

fotografar o lado oculto da Lua e a pousar um<br />

veículo explorador em sua superfície. Só não<br />

foram os primeiros a alcançar a Lua <strong>com</strong> uma<br />

missão tripulada, pois estavam interessados na<br />

implantação de estações espaciais orbitais,<br />

deixando o caminho livre para os americanos.<br />

Abandonada desde 1972, a Lua foi<br />

visitada por 12 astronautas em seis missões do<br />

Programa Apollo. Como a conquista da Lua era<br />

apenas um objetivo político, os americanos não<br />

concordavam em manter um programa tão caro,<br />

em prol da pesquisa científica..<br />

Com o anúncio dos interesses da China<br />

em alcançar a Lua ainda nessa década, através<br />

de sondas espaciais, os Estados Unidos já<br />

estão organizando uma força tarefa para que a<br />

NASA chegue antes da nação oriental e<br />

estabelecer a tão esperada base selenita,<br />

iniciando assim a colonização da Lua.<br />

A LUA VOLTA AO<br />

ALVO<br />

Hemerson Brandão | Revista <strong>macroCOSMO</strong><br />

O novo plano espacial americano para<br />

2004 poderia catapultar a baixa popularidade<br />

do presidente George W. Bush nas futuras<br />

eleições presidenciais.<br />

Não me espantaria se a Rússia<br />

entrasse também na <strong>com</strong>petição, assim <strong>com</strong>o a<br />

ESA da Europa e a NASDA do Japão. A União<br />

Européia mantém o projeto de um novo ônibus<br />

espacial conhecido <strong>com</strong>o Hermes, mas<br />

continua engavetado ha duas décadas. O<br />

Japão testa seu foguete lançador para futuras<br />

missões tripuladas.<br />

A China pretende colocar um sonda em<br />

órbita da Lua até 2006 e uma missão tripulada<br />

até 2020. A Índia, mais modesta, marcou para<br />

2008 o envio de sondas lunares.<br />

Particularmente acredito que uma<br />

segunda corrida espacial não poderia chegar<br />

em melhor hora. Com o acidente do ônibus<br />

espacial Columbia, no início do ano passado e<br />

os cortes no orçamento do Programa Espacial<br />

Russo, isso só vêm propulsionar a conquista do<br />

espaço. É claro que isso só deve ocorrer<br />

através da cautela, para que não ocorra o<br />

mesmo <strong>com</strong> os astronautas da primeira disputa<br />

espacial, morrendo em acidentes que poderiam<br />

ter sido evitados, na busca única pela<br />

vanguarda espacial.<br />

Uma cooperação internacional seria<br />

mais lucrativa econômica e cientificamente,<br />

mas <strong>com</strong>o esse povo só pensa em rivalidade,<br />

eles que são estrangeiros que se entendam! ∞<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 5


6<br />

ENTREVISTA<br />

ERA UMA VEZ, HÁ MUITO TEMPO ATRÁS E...<br />

Foi desta maneira que o físico e astrônomo<br />

Walmir Thomazzi Cardoso cativou o público que estava<br />

presente na abertura da 1ª Semana Cientifica Cultural do<br />

Curso de Pedagogia: Gestão e Tecnologia Educacional da<br />

Uniminas em Uberlândia (MG).<br />

Walmir Cardoso é um grande difusor da ciência<br />

em nosso país, de uma maneira extremamente cativante<br />

ao apresentar o céu, através dos mitos que fazem parte da<br />

cultura dos povos.<br />

Foi <strong>com</strong> uma enorme simpatia que o professor,<br />

numa tarde chuvosa, concedeu esta entrevista exclusiva<br />

para Hélio “Gandhi” Ferrari, redator da <strong>macroCOSMO</strong>,<br />

onde fala sobre seus projetos e suas opiniões sobre<br />

ciência e tecnologia. Walmir Thomazzi Cardoso<br />

<strong>macroCOSMO</strong>: Boa tarde prof. Walmir<br />

Walmir: Tudo bom, Gandhi?<br />

<strong>macroCOSMO</strong>: Gostaria de fazer algumas<br />

perguntas. Sobre essa iniciativa nova que<br />

estamos realizando <strong>com</strong> a <strong>macroCOSMO</strong>, nos<br />

lançando na divulgação cientifica, o que o Sr.<br />

acha hoje da questão da difusão cientifica no<br />

Brasil e no Mundo?<br />

Walmir: Bom, em primeiro lugar gostaria de<br />

agradecer bastante a possibilidade de falar<br />

para a <strong>macroCOSMO</strong>. É uma iniciativa<br />

excelente, <strong>com</strong>o todas as iniciativas ligadas à<br />

divulgação e a difusão cientifica são. Eu penso<br />

que de uns 15 anos para cá o que aconteceu<br />

no Brasil e isso e um fenômeno mundial, a<br />

ciência esta saindo de dentro da academia.<br />

Antigamente a ciência era uma coisa só<br />

praticada dentro da academia e a divulgação<br />

cientifica era chamada, principalmente aqui no<br />

Brasil de "vulgarização cientifica". Essa palavra<br />

"vulgarização" estava associada a um termo<br />

francês cujo significado na Franca é<br />

divulgação. Eu não gosto nem da palavra<br />

vulgarização nem de divulgação, porque tanto<br />

uma <strong>com</strong>o outra tem o sentido de "tornar<br />

conhecido para o vulgo" ou seja, aquele que<br />

não tem conhecimento nenhum da ciência. Isso<br />

não é bem verdade. As pessoas têm um<br />

conhecimento sobre ciência que pode não ser<br />

um conhecimento perfeito e formal, mas é um<br />

conhecimento científico. Eu gosto muito da<br />

palavra difusão, eu sempre uso essa palavra,<br />

porque difusão e uma força que vai do meio<br />

mais concentrado para o menos concentrado.<br />

Então eu acho mais interessante ter uma<br />

concentração de trabalhos e conhecimentos<br />

que estão sendo desenvolvidos num lugar e<br />

isso <strong>com</strong>eça a se espalhar para outros lugares<br />

onde não há tanta concentração. E isso que eu<br />

penso que tenha acontecidos nestes últimos<br />

anos.<br />

<strong>macroCOSMO</strong>: Talvez por influência desta<br />

nova mídia que é a Inter<strong>net</strong> ou tem aumentado<br />

a literatura na área?<br />

Walmir: A Inter<strong>net</strong> ajudou bastante, mas eu<br />

acho que houve iniciativas aqui no Brasil,<br />

particularmente que foram muito positivas. Por<br />

exemplo: <strong>com</strong>eçaram a ser publicados livros<br />

sobre astronomia, a difusão cientifica e isso daí<br />

‘As pessoas têm um conhecimento sobre<br />

ciência, que pode não ser um conhecimento perfeito e<br />

formal mas é um conhecimento científico!’<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004


ENTREVISTA<br />

<strong>com</strong>eçou a ajudar bastante. Outra coisa, sem<br />

sombra de duvida, é a possibilidade de ir para<br />

os meios de <strong>com</strong>unicação: rádio, televisão, etc.<br />

Neste sentido eu tive uma sorte imensa porque<br />

eu fiz uma serie de programas de astronomia e<br />

realmente, acho que foi um marco importante<br />

para abrir possibilidades para outras pessoas. O<br />

prof. Mourão no Rio de Janeiro publicou mais<br />

de 60 livros voltados para a difusão cientifica..<br />

<strong>macroCOSMO</strong>: O anuário dele é um bestseller...<br />

Walmir: O anuário é vendido a rodo e é claro<br />

a Inter<strong>net</strong> é um meio de <strong>com</strong>unicação bastante<br />

democrático, contanto que você tenha acesso a<br />

ela. Ainda não e um meio que chega a todo o<br />

Brasil, mas ao poucos ela vai chegando.<br />

Gandhi: o Sr. acredita que as sociedades têm<br />

contribuído para isso? Por exemplo, há uma<br />

organização de vários segmentos da ciência,<br />

cada uma se agrupando em torno de seu nicho,<br />

vamos assim dizer. Temos as sociedades<br />

brasileiras de física, a sociedade brasileira de<br />

a sociedade brasileira de<br />

astronomia, a sociedade<br />

brasileira de ensino de<br />

astronomia, da qual o Sr. é o<br />

presidente, os grupos de<br />

pesquisa de ensino de química,<br />

o GREF entre outros...<br />

Walmir: Sim, mas este é um fenômeno<br />

curioso. Os pesquisadores há muito tempo eles<br />

não tinham o menor interesse de fazer<br />

divulgação e nem difusão do seu conhecimento.<br />

Isso acontecia por dois motivos essencialmente:<br />

não havia investimentos na área e portanto eles<br />

não tinham muito interesse em fazer e segundo<br />

havia um mito que ainda existe dentro da<br />

universidade de que se o professor se dedica a<br />

fazer difusão ele não vai fazer pesquisa, então<br />

se ele esta <strong>com</strong> tempo livre para fazer<br />

divulgação ou difusão cientifica isso significa<br />

que ele esta publicando menos, ou seja, ele tem<br />

uma produção cientifica menor. Esse mito foi<br />

quebrado por vários pesquisadores que fazem<br />

pesquisa serias, profundas em suas áreas de<br />

conhecimento e fazem difusão <strong>com</strong>o é o caso<br />

do prof. Roberto Boscko, em São Paulo. Uma<br />

outra coisa foi que <strong>com</strong>eçaram a aparecer os<br />

investimentos em educação e em difusão<br />

cientifica. Começaram a aparecer linhas de<br />

créditos governamentais para a criação de<br />

museus de ciências de centros de difusão<br />

‘A ciência precisa<br />

deixar de ser chata!’<br />

cientifica etc. e aí os pesquisadores<br />

<strong>com</strong>eçaram a se interessar, porque havia<br />

recursos.<br />

<strong>macroCOSMO</strong>: Falando sobre a questão da<br />

ciência nas escolas, <strong>com</strong>o você qualifica o<br />

ensino de ciências nas escolas de ensino<br />

fundamental e médio?<br />

Walmir: Isso varia muito de lugar para lugar e<br />

de escola para escola. Eu tenho andado<br />

bastante o Brasil e tenho ido a muitas escolas.<br />

Hoje em dia em faço uma consultoria para<br />

UNESCO, para o Ministério da Educação e da<br />

Cultura e acho que tem uma coisa que me<br />

chama muito a atenção. Quando os<br />

professores são bem formados e quando os<br />

professores têm interesse em fazerem difusão<br />

cientifica e ensinar ciências aos estudantes,<br />

obviamente <strong>com</strong>eçam a se interessar. Então<br />

não é a escola, não são as condições. Eu fui<br />

para o meio do sertão do Xique-Xique e<br />

encontrei um professor fazendo experimentos<br />

bárbaros, básicos da área cientifica, <strong>com</strong><br />

astronomia, usando conhecimento astronômico.<br />

Então não se trata claramente<br />

de recurso econômicos, é claro<br />

que ajuda, mas de capacitação e<br />

formação de professores. Então<br />

hoje, se eu tivesse no bolso 1<br />

real para investir, investira 98<br />

centavos na capacitação e o<br />

resto em outras coisas...<br />

<strong>macroCOSMO</strong>: Então <strong>com</strong>o venceríamos o<br />

fantasma do chamado "analfabetismo<br />

cientifico"? Uma dentre outras formas de<br />

analfabetismo que temos <strong>com</strong>o o analfabetismo<br />

digital, o analfabetismo funcional...<br />

Walmir: A ciência precisa deixar de ser chata.<br />

As pessoas falam da ciência de uma maneira<br />

difícil, porque isso valoriza a imagem delas.<br />

Valoriza a imagem do conhecimento que elas<br />

detém e isso é um problema, porque vias de<br />

regra, as pessoas utilizam conceitos mais<br />

<strong>com</strong>plicados, <strong>com</strong>o se elas estivessem se<br />

aproximando mais do rigor, mas muitas das<br />

vezes quando você vai analisar rigorosamente<br />

um conceito, você verá que ele esta par e par<br />

de outras aproximações que são feitas muitos<br />

próximas do senso <strong>com</strong>um. Eu diria que a<br />

gente tem que aproveitar o conhecimento que<br />

as pessoas tem. Esse "analfabetismo" ele tem<br />

que ser bem pensado entre aspas porque não<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 7


8<br />

ENTREVISTA<br />

é só calculando a posição do pla<strong>net</strong>a que a<br />

pessoa sabe astronomia. Eu conheço inúmeros<br />

bons, excelentes pesquisadores que estudam a<br />

galáxia NGC alguma coisa e não sabem achar a<br />

direção..<br />

<strong>macroCOSMO</strong>: Não sabem achar o cruzeiro<br />

do sul...<br />

Walmir: Exatamente.Também é analfabetismo.<br />

Então são pesquisadores hiperespecializados,<br />

mas são analfabetos nas bases do<br />

conhecimento cientifico. Então <strong>com</strong>o que essa<br />

pessoas vão poder dizer que o que uma pessoa<br />

<strong>com</strong>um, que não se dedica à pesquisa<br />

cientifica, deve saber minimamente de ciência?<br />

Eu acho que isso é uma discussão que esta<br />

sendo feita e vai continuar sendo feita. Acho<br />

que a gente deve falar sobretudo de uma<br />

maneira simples utilizando os conhecimentos<br />

que as pessoas tem. Eu já falei, <strong>com</strong>o a<br />

palestra que eu vou dar esta noite em<br />

Uberlândia, já fiz para assentados do<br />

movimento dos sem-terra em Uberaba (MG)<br />

que vieram lá do Paranapanema para<br />

assistirem uma palestra e um curso. Tudo bem,<br />

mas era uma palestra para pessoas que não<br />

tinham realmente um conhecimento cientifico<br />

formal, mas elas tinham um conhecimento<br />

cientifico. Elas eram alfabetizadas, mas elas<br />

eram alfabetizadas numa língua que nos não<br />

conhecíamos. Como eu acho que o<br />

pesquisador, por ele ter uma melhor mobilidade<br />

lingüística e cultural, ele tem que quase por<br />

obrigação de falar varias línguas, varias<br />

linguagens. Ele precisa aprender a linguagem<br />

destas pessoas para poder se <strong>com</strong>unicar <strong>com</strong><br />

elas.<br />

<strong>macroCOSMO</strong>: Poderíamos dizer que ele<br />

precisa dar significado para essas pessoas.<br />

Walmir: Exatamente.<br />

Gandhi: Não adianta falar em quantização da<br />

matéria se...<br />

Walmir: Eu gosto muito do Paulo Freire que<br />

vocês seguem diretamente aqui, exatamente<br />

por essa posição freirista, em não tentar<br />

entortar o conhecimento de uma pessoa para<br />

ela se transformar numa outra pessoa. Valorizar<br />

o conhecimento que ela tem é associar mais<br />

conhecimento ainda, mostrando que o<br />

conhecimento é uma grande aventura. Isso é<br />

uma coisa importante para gente, mostrar que<br />

o conhecimento humano é uma grande<br />

maravilha, uma espetacular aventura, <strong>com</strong>o se<br />

fosse um belíssimo livro de ficção que você lê e<br />

vai se apaixonando pelos personagens dele.<br />

<strong>macroCOSMO</strong>: Na sua opinião qual a<br />

importância da gente ter cientistas formados no<br />

Brasil.<br />

Walmir: Eu acho assim... o Brasil e um país<br />

que produz modestamente ciência, mas<br />

recentemente...<br />

<strong>macroCOSMO</strong>: O Feynmann na década de<br />

50 ou 60 disse que não fazíamos nada de<br />

ciência.<br />

Walmir: Para ser bondoso eu vou dizer que<br />

somos modestos. Bondoso porque o Brasil tem<br />

ilhas de observação, de trabalhos, de produção<br />

cientifica, ilhas de excelência <strong>com</strong>o eles<br />

chamam que são extraordinárias, que fazem<br />

trabalhos de ponta, mas são ilhas. O restante<br />

do território não esta imerso dentro desta<br />

produção. Eu sempre penso assim, tem<br />

melhorado porque quando eu <strong>com</strong>ecei a<br />

trabalhar <strong>com</strong> divulgação ou difusão cientifica,<br />

quando <strong>com</strong>ecei a trabalhar <strong>com</strong> ensino de<br />

astronomia, as pessoas diziam para mim "você<br />

vai morrer de fome" , " você não deve seguir<br />

este caminho" etc. Olha, muitas dessas<br />

pessoas hoje estão desempregadas<br />

atualmente...<br />

<strong>macroCOSMO</strong>: O Sagan (Carl) foi crucificado<br />

em seu próprio meio por causa disso.<br />

Walmir: No caso dele, principalmente por<br />

causa desta tensão entre a chamada pesquisa<br />

cientifica e o trabalho amador, que é um outro<br />

ponto que eu sempre brigo muito. Eu sou um<br />

pouco brigão <strong>com</strong> os pesquisadores porque<br />

eles usam a palavra “amador”. A palavra<br />

amador, ela tem uma conotação pejorativa<br />

muitas vezes. Eu sei que muitos pesquisadores<br />

não usam esta palavra <strong>com</strong> esta conotação,<br />

mas amador é aquele que faz um trabalho<br />

amadorístico e não aquele que ama. Eu penso<br />

que amadores deviam ser todos, quer dizer<br />

pesquisadores, pessoas que trabalham <strong>com</strong><br />

difusão, pessoas que são "analfabetas<br />

cientificamente" mas que gostam de ciência e<br />

querem aprender. Todos são amadores mas a<br />

gente estava falando sobre os pesquisadores<br />

formados no país... É claro que é importante<br />

formar gente capaz, não tenha duvida , mas<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004


ENTREVISTA<br />

‘O Brasil precisa continuar a investir na criação e<br />

manutenção de astronautas brasileiros’<br />

também é importante sair daqui para ir a outros<br />

lugares, aprender e voltar para cá e aqui<br />

eventualmente encontrar as condições que hoje<br />

em dia não existem.<br />

Cansei de ver isso, desde que eu era<br />

estudante até virar professor universitário e<br />

pesquisador. Você olha e vê excelentes<br />

cabeças sendo formadas no Brasil e sendo<br />

enviadas para países centrais que investem em<br />

ciência e tecnologia e o Brasil fica sem essas<br />

cabeças e sem possibilidade de continuidade de<br />

projetos que estão em andamento.<br />

Acho isso triste, acho importante que se<br />

forme. Sou favorável à mestiçagem, a todas as<br />

mestiçagens, principalmente a mestiçagem<br />

cultural, porque ela permite que você possa<br />

independente de cruzar seu gene, cruzar as<br />

culturas, então isso permite que você tenha<br />

uma idéia pla<strong>net</strong>ária, o que acho que essa é a<br />

grande contribuição do ensino da astronomia, a<br />

idéia de que a gente vive num pla<strong>net</strong>a. É a<br />

consciência de que esse pla<strong>net</strong>a é único, que<br />

esse pla<strong>net</strong>a não pode ser destruído e de que<br />

mesmo que fique tudo escuro muitas vezes, é<br />

importante que fique escuro para que possamos<br />

ver as estrelas...<br />

Uma das grandes iniciativas que o<br />

Brasil precisa continuar investindo é na criação<br />

e manutenção de astronautas. A gente tem um<br />

astronauta hoje que o Marcos Cesar Pontes,<br />

alias quero falar uma coisa muito legal pra<br />

<strong>macroCOSMO</strong>: Eu e o Marcos estamos<br />

produzindo uma série de 28 programas de<br />

televisão. Um astrônomo e um astronauta juntos<br />

Ele tem ficado muito tempo em Houston, mas<br />

quando ele vem para o Brasil, nós nos<br />

encontramos e agora estamos numa etapa de<br />

captação de recursos. É uma etapa difícil,<br />

porque os textos básicos os roteiros, já estão<br />

sendo produzidos rapidamente e espero que<br />

daqui uns 3 ou 4 meses estejamos colocando o<br />

primeiro programa no ar. A produção é da<br />

Larutia, uma empresa de produção<br />

cinematográfica e vídeo em São Paulo, mas ela<br />

certamente vai ser uma co-produção. A gente<br />

esta tentando envolver o Senado<br />

essencialmente por causa da captação de<br />

recursos, a UNESCO e a iniciativa privada,<br />

Petrobras, Embraer...essas empresas .<br />

Sem falar no grande prazer de trabalhar<br />

<strong>com</strong> o Marcos , que e uma figura extraordinária,<br />

e um cara inteligentíssimo. O Brasil fez uma<br />

escolha fora de serie. Realmente penso que as<br />

pessoas devam se manifestar para que o<br />

astronauta brasileiro seja mantido na NASA e<br />

para que continue no projeto da estação<br />

espacial internacional.<br />

<strong>macroCOSMO</strong>: Por falar em iniciativas, o<br />

Audemário Prazeres, lá de Recife, pergunta<br />

<strong>com</strong>o fazer para captar recursos para projetos<br />

educacionais que Sociedade Astronômica do<br />

Recife esta desenvolvendo?<br />

Walmir: Audemário um grande abraço a você,<br />

que também é um dos grandes batalhadores da<br />

astronomia no Brasil. Eu diria o seguinte, a<br />

SBEA também tem os mesmos professores<br />

que você. Eu tento me aproximar das<br />

secretarias estaduais e municipais de<br />

educação. Existem algumas linhas de crédito<br />

que estão ligadas <strong>com</strong> as Secretarias<br />

Estaduais e <strong>com</strong> Secretarias de Ensino Médio e<br />

Tecnológico e a Secretaria de Ensino Distancia<br />

no MEC. Eu diria para o Audemário que em<br />

primeiro lugar, ele tem que produzir parte do<br />

projeto. A primeira parte vai ser mesmo <strong>com</strong><br />

amor, a <strong>com</strong>bustível individual e depois disso<br />

você documenta muito bem esse material.<br />

Fotos, depoimentos, teste <strong>com</strong> professores,<br />

alunos, vídeos... juntar essa documentação<br />

enviar para a Secretaria de Ensino Médio e<br />

Tecnológico do MEC , Secretaria do Ensino<br />

Fundamental e Secretarias Estaduais<br />

mostrando qual o trabalho que você esta<br />

fazendo e tentando estabelecer uma parceria.<br />

É assim que esta gente esta tentando<br />

sobreviver nestes tempos difíceis.<br />

<strong>macroCOSMO</strong>: Para gente encerrar, uma<br />

mensagem final para esta nossa iniciativa que<br />

estamos realizando <strong>com</strong> a <strong>macroCOSMO</strong>.<br />

Walmir: Eu já disse a iniciativa é maravilhosa.<br />

Eu acho que as dificuldades que a gente tem<br />

são muito grandes, nós somos realmente um<br />

bando de pessoas sonhadoras que acreditam<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 9


10<br />

ENTREVISTA<br />

muito naquilo que fazem. Acreditamos na<br />

transformação que estão operando no mundo,<br />

mas se não fossem essas pessoas hoje em dia<br />

um número maior de pessoas no Brasil não<br />

saberiam ou saberiam menos sobre ciência.<br />

Acho que todas as iniciativas que puderem ser<br />

feitas no sentido de difundir e no sentido de<br />

fazerem as pessoas aprenderem não somente<br />

astronomia, mas sobre a ciência de um modo<br />

geral. Todas essas iniciativas são excelentes,<br />

são maravilhosas, então a iniciativa desta<br />

revista eletrônica é uma iniciativa que eu<br />

considero que se existissem pelo menos umas<br />

seis ou sete revistas <strong>com</strong>o essa, coisa que<br />

espero que existam em pouco tempo, a gente<br />

vai aos pouquinhos chegando nas pessoas.<br />

Quanto mais programas de rádio, televisão<br />

puderem ter, mais eventos astronômicos que<br />

pudermos colocar telescópios na rua e mostrar<br />

para as pessoas, é melhor, porque a gente não<br />

sabe, é um efeito caótico. A gente mudando um<br />

pequeno grãozinho aqui, poderá causar um<br />

efeito extraordinário.<br />

É sempre muito difícil, não desistam,<br />

parabéns, parabéns mesmo pela iniciativa e<br />

muito obrigado pela oportunidade de inaugurala<br />

<strong>com</strong> vocês. Estamos aí sempre que vocês<br />

quiserem e o endereço da SBEA – Sociedade<br />

Brasileira para o Ensino da <strong>Astronomia</strong>:<br />

www.sbeastro.org. Entrem lá, escrevam,<br />

contribuam. Muito obrigado!<br />

<strong>macroCOSMO</strong>: Muito obrigado prof. Walmir. ∞<br />

Página da SBEA<br />

Gandhi Ferrari é engenheiro eletricista, especialista em Física e em Educação para a Ciência.<br />

Atualmente é professor de Tecnologias de Informação e Comunicação no curso de Pedagogia:<br />

Gestão e Tecnologia Educacional em Uberlândia/MG e redator da revista <strong>macroCOSMO</strong>.<br />

E-mail: gandhiferrari@yahoo.<strong>com</strong>.br<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004


© NASA<br />

ASTRONÁUTICA<br />

Buscando Novas<br />

FRONTEIRAS<br />

O DESENVOLVIMENTO HUMANO E TECNOLÓGICO DA CONQUISTA DO ESPAÇO<br />

R onaldo Garcia | Boletim Centaurus<br />

O céu profundo e escuro sempre fascinou o homem desde<br />

a Antigüidade. À medida que a História do homem avançava <strong>com</strong> a<br />

sua tecnologia, foi ficando cada vez mais claro que descobrir o<br />

que nos rodeava era apenas uma questão de tempo. Somam-se a<br />

isso, as antigas disputas territoriais, que de uma maneira ou de<br />

outra, sempre contribuíram para o progresso de uma nação em<br />

relação às outras. Pensava-se antes que, quem dominasse os<br />

mares dominaria a Terra; depois quem dominasse os ares,<br />

conquistaria também a Terra. De modo que, inevitavelmente...<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 11


12<br />

ASTRONÁUTICA<br />

Concepção artística do primeiro<br />

encontro entre a nave americana<br />

Apollo, <strong>com</strong> a russa Soyuz<br />

Depois que o homem pisou na<br />

superfície da Lua pela primeira vez, em 20 de<br />

Julho de 1969, o céu acabou ficando pequeno.<br />

Nunca antes o ser humano tinha ido tão longe<br />

de casa quanto nesse dia. Realmente, um<br />

grande passo para a humanidade foi dado<br />

nessa época. A partir daquele momento, a raça<br />

humana entrou para o clube - que nem sequer<br />

sabemos se existe - das raças interpla<strong>net</strong>árias.<br />

Finalmente, saímos do nosso berço.<br />

Mas ir para a Lua não é nada. O nosso<br />

Sistema Solar <strong>com</strong>preende nove pla<strong>net</strong>as,<br />

centenas de luas, <strong>com</strong>etas e milhares de<br />

asteróides, o que nos impõe mais um delicado<br />

problema: para onde ir agora? Marte tornou-se<br />

o que é chamado no jargão astronáutico de "o<br />

próximo passo lógico" e não poderia deixar de<br />

sê-lo. Vênus é o pla<strong>net</strong>a mais próximo da<br />

Terra, mas as condições que reinam na sua<br />

superfície são totalmente desagradáveis. Já<br />

Marte, o segundo pla<strong>net</strong>a mais próximo de nós,<br />

tem uma série de condições - atmosféricas<br />

principalmente - que parecem até convidativas.<br />

Mas, para ir a Marte, seria necessário um outro<br />

desenvolvimento tecnológico e, pela primeira<br />

vez, um desenvolvimento humano no espaço<br />

<strong>com</strong>o não tinha acontecido até então.<br />

Na época das naves Apollo que foram<br />

para a Lua, o espaço interno das naves era<br />

muito pequeno e apertado para que os<br />

astronautas pudessem desenvolver qualquer<br />

tipo de pesquisa ou mesmo ter um certo<br />

conforto. Mesmo antes, <strong>com</strong> as naves norteamericanas<br />

Mercury e Gemini e as soviéticas<br />

Vostok e Voskhod, as dependências não eram<br />

agradáveis: eram apenas cubículos onde os<br />

astronautas ficavam durante praticamente todo<br />

o vôo. A viagem para a Lua, incluindo ir, ficar e<br />

voltar demora, em média uma semana,<br />

dependendo do tempo de permanência na<br />

superfície da Lua. Já uma viagem a Marte é<br />

algo muito mais <strong>com</strong>plexo. A viagem de ida<br />

demora em torno de seis meses, mais um ano<br />

e meio na superfície e mais seis meses para<br />

voltar. Total: dois anos e meio!<br />

Até o <strong>com</strong>eço da década de 70,<br />

ninguém tinha ficado mais que 14 dias no<br />

espaço, façanha realizada pelos astronautas<br />

Jim Lovell - que voaria depois na famosa Apollo<br />

13 - e Frank Borman, numa das naves da série<br />

Gemini. Depois que os soviéticos "perderam" a<br />

corrida para a Lua, algumas "línguas" disseram<br />

que eles agora queriam ir a Marte e sabiam<br />

que não seria fácil. Tal afirmação nunca<br />

chegou a ser totalmente confirmada, mas o fato<br />

é que os soviéticos, em abril de 1971, lançaram<br />

a primeira estação espacial em órbita da Terra,<br />

a Salyut 1, tripulada por Dobrovolski, Volkov e<br />

Patsayev, permanecendo em órbita por 22<br />

dias.<br />

A Salyut 1 era um cilindro <strong>com</strong> 15,8<br />

metros de <strong>com</strong>primento por 4,15 metros de<br />

largura e dentro havia um tocador de fitas<br />

cassete, uma "mesa" para refeições, uma<br />

pequena biblioteca <strong>com</strong> alguns livros e, pela<br />

primeira vez, os cosmonautas - <strong>com</strong>o são até<br />

hoje chamados os "astronautas" russos -<br />

podiam dormir em pé! Parece estranho "dormir<br />

em pé", mas o fato era que havia um lugar<br />

reservado para as "camas" e estas eram<br />

presas às paredes da estação. Como no<br />

espaço nem é possível definir "em cima" ou<br />

"em baixo", não importa o jeito que você<br />

durma!<br />

Infelizmente, depois de 22 dias no<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004


ASTRONÁUTICA<br />

espaço a tripulação da Salyut 1 morreu durante<br />

a descida, devido a uma falha na pressurização<br />

da nave que os traria de volta. A Salyut 1 caiu,<br />

o que estava totalmente previsto e sem<br />

ninguém a bordo, no dia 11 de outubro de<br />

1971, permanecendo seis meses no espaço.<br />

Existiram várias estações Salyut.<br />

Descontando as que falharam no lançamento<br />

As Salyuts 6 e 7 eram a segunda geração de<br />

estações espaciais. As primeiras versões da<br />

Salyuts tinham apenas uma porta de docagem,<br />

ou seja, para entrar e sair da estação, só por<br />

um lado. Já <strong>com</strong> a 6 e 7 existiam duas portas,<br />

possibilitando que duas tripulações visitassem<br />

a estação ao mesmo tempo e <strong>com</strong> naves<br />

diferentes.<br />

Para ter uma idéia da evolução desse<br />

novo tipo de artefato espacial, a Salyut 7 subiu<br />

em abril de 1982 e foi desativada em junho de<br />

1986. Nesses quatro anos de uso, muitas<br />

experiências médicas, astronômicas, físicas e<br />

químicas foram realizadas. A Salyut 7 caiu em<br />

fevereiro de 1991 e alguns pedaços foram<br />

encontrados na Argentina.<br />

Os norte-americanos também<br />

investiram numa estação espacial na década<br />

de 70. O Skylab, a primeira e única estação<br />

espacial norte-americana até o momento, era,<br />

na verdade, o terceiro estágio do poderoso<br />

foguete Saturno V, que havia levado os<br />

homens à Lua anos antes. O Skylab subiu em<br />

maio de 1973 e contou <strong>com</strong> três tripulações<br />

diferentes em quase um ano de atividades. A<br />

última tripulação deixou o Skylab em fevereiro<br />

de 1974 e ficaram lá em cima por 84 dias.<br />

Durante esse período muitas experiências<br />

foram realizadas, <strong>com</strong>o observações do Sol e<br />

do <strong>com</strong>eta Kohoutek - que passava na época -<br />

pesquisas de recursos naturais terrestres e<br />

dezenas de experiências médicas. Caiu em<br />

julho de 1979 e sua queda foi a mais<br />

<strong>com</strong>entada e coberta pela mídia em todo o<br />

mundo. Vários pedaços foram encontrados no<br />

deserto da Austrália.<br />

Enquanto a antiga União Soviética<br />

insistia no seu programa de estações<br />

espaciais, os Estados Unidos resolveram<br />

construir um veículo mais ambicioso. Como o<br />

preço para uma viagem ao pla<strong>net</strong>a Marte era<br />

Estação espacial Skylab<br />

extremamente elevado - orçado hoje em 250<br />

bilhões de dólares - seria interessante<br />

"<strong>com</strong>eçar devagar". Primeiro fator a ser<br />

mudado: ter uma nave que fosse capaz de ir ao<br />

espaço sem ter que se construir outra nave a<br />

cada missão. Nasceu, então, o programa<br />

Space Shuttle - conhecido <strong>com</strong>o Ônibus<br />

Espacial - que consistia num veículo que podia<br />

ir ao espaço, voltar a Terra, ir ao espaço<br />

novamente, voltar para a Terra...<br />

O primeiro vôo desse novo conceito de<br />

nave espacial ocorreu em 12 abril de 1981 <strong>com</strong><br />

o veículo Columbia, tripulado pelo <strong>com</strong>andante<br />

John W. Young - que já tinha voado no projeto<br />

Gemini e nas Apollo 10 e 16 - e pelo piloto<br />

Robert Crippen, na época ainda novato. Pois<br />

bem, no dia 12 de abril de 2001, foi<br />

<strong>com</strong>emorado os 20 anos de um veículo que<br />

trouxe grandes mudanças nos vôos espaciais<br />

tripulados.<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 13


14<br />

ASTRONÁUTICA<br />

Ônibus Espacial Americano Chalenger<br />

Mas qual é a missão principal do<br />

ônibus espacial? Para que ele foi construído?<br />

Para ir a Marte? Com certeza, não. A missão<br />

principal era construir e realizar manutenções<br />

periódicas e dar apoio logístico à estação<br />

espacial. Mas qual estação espacial? Qualquer<br />

uma. A idéia era que o ônibus seria o veículo<br />

de ligação permanente entre a Terra e o<br />

espaço.<br />

Apesar das enormes perdas dos<br />

veículos Challenger (1986) e do Columbia<br />

(2003) e suas tripulações, os sucessos dos<br />

ônibus espaciais ainda continuam.<br />

Depois dos sucessos dos primeiros<br />

anos de operação dos ônibus espaciais,<br />

decidiu-se construir a estação espacial norteamericana<br />

Freedom, que não chegou a sair do<br />

papel devido aos custos literalmente<br />

astronômicos. Sem uma estação espacial, os<br />

três ônibus espaciais restantes - Discovery,<br />

Atlantis e Endeavour - permanecem sem<br />

realizar a sua principal missão, aquela para a<br />

qual eles foram criados e desenvolvidos. Dessa<br />

maneira, os ônibus espaciais continuaram<br />

sendo apenas um veiculo <strong>com</strong> viagens<br />

espaciais rotineiras.<br />

Dentro do desenvolvimento humano no<br />

espaço, em fevereiro de 1984 pela primeira vez<br />

um ser humano se viu livre de qualquer ligação<br />

<strong>com</strong> a nave que o trouxera ao espaço. Bruce<br />

McCandless foi o primeiro astronauta a flutuar<br />

solto no espaço, sem o "cordão umbilical" <strong>com</strong><br />

o ônibus espacial. Para se lo<strong>com</strong>over no<br />

espaço, McCandless estava acoplado a uma<br />

"mochila" conhecida <strong>com</strong>o Unidade Tripulada<br />

de Manobras (MMU) e, através de jatos de gás,<br />

no caso o nitrogênio, foi possível "caminhar no<br />

espaço" sem problemas. McCandless se tornou<br />

o "primeiro satélite humano" da História!<br />

Os ônibus espaciais levaram os<br />

europeus para o espaço através do Spacelab,<br />

um cilindro que cabia no <strong>com</strong>partimento de<br />

carga do ônibus espacial, desenvolvido pela<br />

Agência Espacial Européia (ESA) para<br />

demonstrar a capacidade de se conduzir<br />

pesquisas num ambiente tão adverso quanto o<br />

espaço. No Spacelab foram feitas pesquisas<br />

em <strong>Astronomia</strong>, Física, observações da Terra,<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004


ASTRONÁUTICA<br />

biologia, Ciência dos Materiais, Física da<br />

Atmosfera e tecnologias, ampliando, assim, o<br />

desenvolvimento humano no espaço.<br />

Os ônibus espaciais levaram e<br />

consertaram o Telescópio Espacial Hubble,<br />

lançaram várias sondas interpla<strong>net</strong>árias <strong>com</strong>o a<br />

Magalhães (para Vênus) e a Galileo (para<br />

Júpiter), o Telescópio Chandra, lançaram e<br />

consertaram em órbita vários satélites, sem<br />

contar as centenas de horas de Atividades<br />

Extra-Veiculares (EVA), quando os astronautas<br />

saem da nave para "passear no espaço".<br />

Pesquisas científicas nas diversas áreas do<br />

conhecimento humano foram realizadas,<br />

inclusive uma para o Brasil, levada a cabo em<br />

1997. Levaram para o espaço animais -<br />

abelhas, aranhas, galinhas, entre outros,<br />

embora os soviéticos também já tinham feito<br />

isso antes dos norte-americanos, só que em<br />

naves mais modestas e <strong>com</strong> objetivos<br />

diferentes - pesquisaram a conduta do corpo<br />

humano, tanto física <strong>com</strong>o psicologicamente,<br />

dormiram em pé ou alojados no teto do veículo,<br />

"brincaram" no ambiente sem gravidade e<br />

trabalharam muito. Os astronautas dizem que<br />

Estação Espacial MIR<br />

não existe pôr-do-sol mais maravilhoso que o<br />

visto do espaço... Deve ser mesmo!<br />

Enquanto isso, do outro lado do<br />

mundo, a então União Soviética, no mesmo<br />

ano em que o Challenger explodiu, lançou o<br />

primeiro módulo da estação espacial Mir, a<br />

primeira estação permanente. Lançada em 19<br />

de fevereiro de 1986. Foi <strong>com</strong>pletada pelos<br />

russos em 1996, <strong>com</strong> o lançamento do último<br />

módulo, o Priroda. A Mir era uma estação<br />

espacial totalmente independente e autosuficiente.<br />

A água, o ar e os sistemas de<br />

temperatura e de pressão eram providos e<br />

mantidos por ela mesma. Vale dizer que a<br />

<strong>com</strong>ida e várias peças de manutenção eram<br />

enviadas da Terra por meio de veículos não<br />

tripulados conhecidos <strong>com</strong> o nome de<br />

Progress. A diferença básica entre as estações<br />

Salyut, o Skylab e a Mir era que esta última<br />

podia se sustentar no espaço. A Mir tinha dois<br />

motores principais que, <strong>com</strong> o passar do<br />

tempo, faziam a correção na órbita para que a<br />

estação não caísse. Isso justifica o termo<br />

"permanente" usado acima. O tempo de vida<br />

útil previsto para a Mir era de nove anos - no<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 15


16<br />

ASTRONÁUTICA<br />

máximo 10 - no espaço. No entanto, ela<br />

permaneceu em órbita por quinze anos e nesse<br />

tempo todo foram realizadas mais de vinte mil<br />

experiências científicas para vários países. Ela<br />

foi visitada diversas vezes pelo ônibus espacial<br />

norte-americano entre 1995 e 1997 num ensaio<br />

geral da construção da Estação Espacial<br />

Internacional. A Mir já abrigou, além dos<br />

russos, um jornalista japonês, um astronauta<br />

muçulmano, além de franceses, italianos e<br />

norte-americanos. Depois da queda do Império<br />

Soviético, ocorrida entre os anos de 1989 a<br />

1991, o espaço ficou mais democrático...<br />

Se a intenção era treinar longos<br />

períodos de permanência humana no espaço<br />

para uma viagem a Marte, a Mir detém todos<br />

os recordes até hoje. Já houve missões que<br />

ficaram 141 dias no espaço, 176, 186, 191, 366<br />

e assim por diante...<br />

A antiga União Soviética também tinha<br />

o seu "ônibus espacial". Não <strong>com</strong>entar sobre<br />

ele não seria justo. O Buran (Nevasca, em<br />

russo) teve o seu projeto iniciado em 1976,<br />

numa clara resposta ao mesmo programa<br />

americano. O seu primeiro e único vôo<br />

aconteceu em 1988 e foi totalmente<br />

automático, sem tripulantes. Esse vôo durou<br />

apenas uma órbita, aproximadamente uma<br />

hora e meia. Tal vôo foi curto devido à<br />

capacidade de memória dos <strong>com</strong>putadores do<br />

Buran. Neles tinham que ser programados o<br />

lançamento, as atividades em órbita e o pouso<br />

e, <strong>com</strong>o não cabia muita coisa na memória<br />

desses <strong>com</strong>putadores, a opção era realizar<br />

uma única volta em torno da Terra. E mesmo<br />

<strong>com</strong> pouca memória, os <strong>com</strong>putadores deram<br />

conta do recado: o Buran parou as rodas do<br />

trem de pouso 300 metros além do<br />

programado! Depois disso, o Buran nunca mais<br />

voou. Atualmente, o Buran "enfeita" shows de<br />

aviação pelo mundo.<br />

A famosa ISS, a Estação Espacial<br />

Internacional, da qual o Brasil participa através<br />

de um consórcio que inclui outros quinze<br />

países, terá o mesmo desempenho da Mir, ou<br />

seja, será uma estação espacial permanente,<br />

auxiliada por motores de correção de órbita.<br />

Evidentemente, o espaço interno da ISS é<br />

muito superior ao da Mir. A ISS <strong>com</strong>portará<br />

<strong>com</strong> muita folga sete tripulantes. Poderia ser<br />

Ônibus Espacial Russo Buran<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004


mais? Não. Em caso de pane ou de algum mau<br />

funcionamento que torne a presença humana<br />

ameaçada dentro da estação, existe um<br />

módulo de fuga que só é usado em casos<br />

extremos... E, <strong>com</strong>o esse só <strong>com</strong>porta sete<br />

astronautas...<br />

Pois bem, a participação brasileira<br />

nesse projeto é mínima, mas existe e é<br />

imprescindível. O Brasil, o único país do<br />

terceiro mundo no projeto, vai contribuir <strong>com</strong><br />

0,25% do total do preço, orçado em torno de 60<br />

bilhões de dólares. Esses 0,25% dão certos<br />

privilégios ao Brasil <strong>com</strong>o, por exemplo, ter<br />

0,25% do tempo útil de pesquisas para o nosso<br />

país. Os equipamentos feitos aqui têm sempre<br />

um local reservado para experiências<br />

puramente brasileiras. Além disso, a presença<br />

de um astronauta brasileiro também foi<br />

acordada. Assim sendo, o major da Força<br />

Aérea Brasileira, Marcos César Pontes, que<br />

esteve na Fundação CEU, situado em Brotas<br />

(SP), para a inauguração da Base de<br />

Lançamento de mini-foguetes que leva o seu<br />

nome, em abril de 2002, está treinando em<br />

Houston, Texas, para poder voar dentro de<br />

algum tempo.<br />

Engana-se quem pensa que os<br />

astronautas-pesquisadores vão trabalhar<br />

sentados numa mesa cercados de<br />

equipamentos sofisticados, <strong>com</strong> microscópios e<br />

outras coisas. Na verdade, dos diversos<br />

módulos que <strong>com</strong>põem a ISS, alguns são<br />

laboratórios científicos por natureza . Dentro<br />

desses módulos estão armazenados em<br />

"caixotes" todos os materiais científicos<br />

ISS – Estação Espacial Internacional<br />

necessários. Um departamento de Física inteiro<br />

cabe num desses módulos. Assim, o<br />

astronauta só tem que puxar uma caixa,<br />

colocar o experimento e esperar pelos<br />

resultados.<br />

A ISS é o maior <strong>com</strong>plexo já montado<br />

no espaço. São 110 metros de <strong>com</strong>primento<br />

por 88 metros de largura. O seu brilho no céu<br />

deve se equiparar ao de Vênus, o astro mais<br />

brilhante no céu depois do Sol e da Lua. A<br />

altitude da órbita é de 406 quilômetros e a sua<br />

inclinação é de 51,6 graus. O valor dessa<br />

inclinação permite que todos os países do<br />

mundo, no seu devido horário, possam ver a<br />

ISS passando e brilhando no céu. Essa<br />

inclinação é a mesma da Mir.<br />

A construção da ISS <strong>com</strong>eçou em 20<br />

de novembro de 1998 e estima-se que esteja<br />

pronta em abril de 2006, embora o acidente<br />

<strong>com</strong> o Columbia tenha atrasado mais um pouco<br />

o término dessa construção. É esperar para<br />

ver. Cada tripulação da ISS deve ficar no<br />

espaço de três a seis meses e dificilmente<br />

baterão o recorde de permanência no espaço,<br />

que pertence aos russos. Mas, depois de<br />

pronta e funcionando, quem sabe...<br />

Como foi dito, é muito provável que tais<br />

esforços estejam sendo dirigidos para se<br />

alcançar Marte daqui alguns anos. A espécie<br />

humana é uma raça exploradora por natureza e<br />

um campo tão vasto quanto o espaço, antes de<br />

trazer medo ou aversão, deixa para nós uma<br />

esperança de paz e união para todo o mundo.<br />

∞<br />

Ronaldo Garcia é designer digital e professor de <strong>Astronomia</strong> no Centro de Estudos do Universo. O<br />

presente artigo é fruto da parceria entre a Revista <strong>macroCOSMO</strong> e o Boletim Centaurus.<br />

E-mail: ronaldo@centroastronomico.<strong>com</strong>.br<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 17


18<br />

EFEMÉRIDES<br />

Estação do Ano<br />

Verão para o Hemisfério Sul e Inverno para o<br />

Hemisfério Norte.<br />

Fases da Lua<br />

Lua Cheia: dia 7<br />

Lua Minguante: dia 15<br />

Lua Nova: dia 21<br />

Lua Crescente: dia 29<br />

2004<br />

JANEIRO<br />

Cometas Visíveis em Janeiro<br />

Salvo saltos em brilho e novos <strong>com</strong>etas descobertos, as estimativas de magnitude para os<br />

<strong>com</strong>etas esse mês são:<br />

Cometa<br />

Magnitude<br />

estimada<br />

Visibilidade<br />

Hemisfério Sul<br />

Visibilidade<br />

Hemisfério Norte<br />

C/2002 T7 (LINEAR) 8 Entardecer / Noite Entardecer<br />

C/2001 Q4 (NEAT) 9 Entardecer / Noite -<br />

C/2003 T3 (Tabur) 11 Entardecer / Noite Entardecer<br />

C/2001 HT50 (LINEAR- NEAT) 12 Entardecer Entardecer<br />

43P/Wolf- Harrington 12 Entardecer Entardecer<br />

2P/ Encke 12 Amanhecer -<br />

Fonte de dados, cartas de busca e mais informações em:<br />

http://reabrasil.astrodatabase.<strong>net</strong>/ e http://aerith.<strong>net</strong>/index.html<br />

Chuveiro de Maior Atividade:<br />

Chuveiros de Meteoros para Janeiro<br />

Quadrantids (QUA) <strong>com</strong> duração de 28 de dez a 7 de janeiro e máximo em 4 de janeiro.<br />

Chuveiros de Menor Atividade:<br />

Rosely Grégio | Revista <strong>macroCOSMO</strong><br />

Radiante Duração Máximo<br />

Zeta Aurigids Dez 11-Jan 21 Dez. 31/Jan. 1<br />

January Bootids Jan 9-18 Jan. 16-18<br />

Delta Cancrids (DCA) Dez 14-Fev 14 Jan. 17<br />

Canids Jan 13-30 Jan. 24/25<br />

Eta Carinids Jan 14-27 Jan. 21/22<br />

Eta Craterids Jan 11-22 Jan. 16/17<br />

January Draconids Jan 10-24 Jan. 13-16<br />

Rho Geminids Dez 28-Jan 28 Jan. 8/9<br />

Alpha Hydrids Jan 15-30 Jan. 20/21<br />

Alpha Leonids Jan 13-Fev 13 Jan. 24-31<br />

Gamma Velids Jan1-17 Jan. 5-8<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004


EFEMÉRIDES<br />

Agenda Diária<br />

O céu de janeiro será bastante movimentado esse mês, principalmente ao entardecer,<br />

<strong>com</strong> seis pla<strong>net</strong>as passeando pelo céu - Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Urano e Netuno fazem<br />

um belo bailado, contudo, alguns deles não serão muito fáceis de serem encontrados. Entretanto,<br />

Saturno e Vênus merecem destaques especiais. Cerca de 5 <strong>com</strong>etas estarão nas proximidades<br />

dos pla<strong>net</strong>as quando vistos de nossa posição da Terra. Infelizmente, a proximidade do Sol<br />

juntamente <strong>com</strong> a claridade do céu vai dificultar em muito a tarefa de observação desse belo<br />

espetáculo celeste.<br />

1 Janeiro, quinta-feira<br />

Quando o relógio bater meia-noite em 31<br />

de Dezembro de 2003 anunciando a primeira<br />

hora do início de 2004 olhe para o céu e<br />

encontre a ''estrela'' amarelada na constelação<br />

de Gêmeos excedendo em brilho as suas<br />

vizinhas. Aquela estrela é um pla<strong>net</strong>a: Saturno,<br />

tendo seu encontro mais íntimo <strong>com</strong> Terra (748<br />

milhões de milhas) do que terá durante 30<br />

anos. Seus anéis estarão inclinados para nós,<br />

e a luz do Sol refletida neles faz <strong>com</strong> que o<br />

pla<strong>net</strong>a fique mais luminoso. Se você tem um<br />

telescópio ou até mesmo um simples binóculo<br />

ou lu<strong>net</strong>a, aponte-o para Saturno, pois até<br />

instrumentos pequenos revelaram a presença<br />

dos espetáculos anéis. Saturno é o segundo<br />

maior pla<strong>net</strong>a do Sistema Solar. Sua<br />

característica mais óbvia é um sistema de<br />

anéis que órbita o pla<strong>net</strong>a exatamente no plano<br />

do equador. Saturno tem a mais baixa<br />

densidade de todos os pla<strong>net</strong>as no sistema<br />

solar. Saturno é o último dos cinco pla<strong>net</strong>as<br />

que foram conhecidos desde o tempo antigo e<br />

pode alcançar uma magnitude máxima que o<br />

faz ser um dos objetos mais brilhantes do céu<br />

noturno. Visto através de um telescópio,<br />

Saturno pode ser chamado o objeto mais<br />

magnífico entre os pla<strong>net</strong>as. Considerando que<br />

o plano dos anéis de Saturno é relativamente<br />

inclinado em sua órbita para o Sol, o<br />

aparecimento e inclinação dos anéis mudam<br />

durante uma órbita de Saturno ao redor do Sol<br />

(um ano de Saturno equivale a 29 anos e 169<br />

dias terrestres), a projeção dos anéis muda de<br />

acordo <strong>com</strong> as estações. A abertura dos anéis<br />

pode alcançar aproximadamente 26°. Nesta<br />

posição, o anel é até mesmo visível atrás de<br />

Saturno e a sombra do pla<strong>net</strong>a pode ser<br />

observada facilmente nos anéis. Contudo,<br />

dependendo da inclinação dos anéis em<br />

relação ao Sol eles se tornam quase invisíveis.<br />

Saturno em oposição. Visível a noite toda, o<br />

pla<strong>net</strong>a dos anéis está em mais íntimo da Terra<br />

(diâmetro do disco = 20.7 ") e mais luminoso<br />

(mag. 0.5) em 30 anos. Seus anéis<br />

permanecem próximos a sua máxima<br />

inclinação oferecendo algumas das melhores<br />

visões, até mesmo em um telescópio pequeno.<br />

Uma visão gloriosa que não deve ser perdida!<br />

O ano de 2004 anuncia-se um grande<br />

ano para o Senhor dos Anéis. A nave Cassini-<br />

Huygens, lançada em 1997, deverá chegar lá<br />

em junho, onde permanecera orbitando e<br />

estudando o pla<strong>net</strong>a durante pelo menos 4<br />

anos. Saturno, seus anéis e suas luas guardam<br />

muitos mistérios sobre seu passado e o que<br />

será no futuro. A lua gigante que órbita o<br />

pla<strong>net</strong>a é Titã que pode ser vista <strong>com</strong>o uma<br />

estrela pontuada de oitava magnitude, através<br />

de um instrumento. Titã é maior que os<br />

pla<strong>net</strong>as Mercúrio e Plutão, e tem uma<br />

atmosfera 60% mais densa que a da Terra. em<br />

outras palavras, Titã é um mundo crescido. Se<br />

ela orbitasse o Sol, certamente seria<br />

considerada um pla<strong>net</strong>a. Em janeiro de 2005, a<br />

nave Cassini soltará a sonda Huygens da<br />

Agência Espacial Européia que fará mais de<br />

1.100 imagens enquanto desce de páraquedas<br />

pelas nuvens de Titã, em um trajeto<br />

que deve durar cerca de duas horas e meia .<br />

Instrumentos científicos estarão estudando e<br />

medindo a atmosfera de Titã, medindo seus<br />

ventos, e, se a sonda sobreviver a<br />

aterrissagem fará medições das propriedades<br />

físicas do solo. Há água, gelo ou algum tipo de<br />

vida em Titã? A verdade é que ninguém sabe o<br />

que a pequena Huygens ou a Cassini achará.<br />

Assim, ao iniciar o novo ano, ao olhar para<br />

Saturno, você estará olhando para um mundo<br />

de mistério!<br />

O Asteróide 2421 Nininger passa a<br />

2.315 UA da Terra.<br />

Urano <strong>com</strong> mag 5.9 na constelação de<br />

Aquário pode ser observado antes das 21h55m<br />

hora local (GMT -2 horário de verão). Ele está a<br />

1.26 graus da estrela iota Aquarri (mag 4.29), a<br />

6 graus da estrela Deneb Algedi (mag 2.85) da<br />

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S<br />

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revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 19


20<br />

EFEMÉRIDES<br />

constelação do Capricórnio, e cerca de 15<br />

graus de Vênus (mag -4.0) . Para informações<br />

sobre o que observar em Vênus , veja:<br />

www.astroseti.hpg.ig.<strong>com</strong>.br/venus.htm<br />

Netuno (mag 8.0) está a 3,4 graus de<br />

Vênus (mag -4.0),. Procure ambos os pla<strong>net</strong>as<br />

ao entardecer também na constelação do<br />

Aquário.<br />

Marte (mag 0.2) na constelação de<br />

Peixes se esconde as 23h55m (GMT -2).<br />

O Cometa C/2003 T3 Tabur <strong>com</strong> mag<br />

estimada em 10.5 pode ser encontrado na<br />

constelação de PsA. Ele desaparece em torno<br />

das 21h49m (GMT -2) . O <strong>com</strong>eta se dirige<br />

para a constelação do Aquário entrando em<br />

seu limite em 11 de janeiro próximo.<br />

O <strong>com</strong>eta C/2001 HT50 (LINEAR-<br />

NEAT) <strong>com</strong> mag estimada em 12 se põe em<br />

torno da meia-noite junto <strong>com</strong> a constelação de<br />

Peixes.<br />

O Cometa C/2002 T7 (LINEAR) <strong>com</strong><br />

mag estimada em 8 também está na<br />

constelação do Peixe e se põe ao redor das<br />

23h52m. O Clarão da Lua Crescente<br />

transitando pela mesma constelação pode<br />

atrapalhar a busca dos <strong>com</strong>etas. Chuveiro de<br />

meteoros ZETA AURIGIDEOS (Zeta Aurigids).<br />

Com duração de 11 de dezembro a 21 de<br />

janeiro e máximo em 31 dezembro/1 janeiro, e<br />

radiante médio a RA=77 graus, DECL=+35<br />

graus. Embora a maior atividade pareça só ser<br />

detectável por meio de rádio-meteoro radar ou<br />

telescópios, numerosos meteoros fotográficos<br />

indicam que alguma atividade é visível a olho<br />

nu. Uma filial do norte também está presente<br />

de 11 de dezembro a 15 de janeiro, <strong>com</strong><br />

máximo em 2 de janeiro, de um radiante a<br />

RA=65 graus, DECL=+57 graus. Os meteoros<br />

de ambos os chuveiros são geralmente de<br />

movimentos lentos. Através de dados<br />

acumulados deste chuveiro Gary W. Kronk o<br />

<strong>com</strong>puta <strong>com</strong>o um fluxo fendido, <strong>com</strong> dados<br />

mais fotográficos que visuais que indicam que<br />

a filial do norte possui uma população maior de<br />

partículas grandes. A maioria da informação<br />

juntada sobre a filial meridional mostra que<br />

contém partículas principalmente pequenas<br />

que são facilmente detectáveis para quem usa<br />

equipamento, porém, esta filial produziu vários<br />

fireballs no passado, mas não é uma<br />

característica presente na filial do norte.<br />

Em 1801, Guiseppe Piazzi descobria<br />

no Observatório de Palermo (Itália) o primeiro<br />

asteróide, 1 Ceres, entre as órbitas de Marte e<br />

Júpiter. Ceres é o maior asteróide e seu nome<br />

vem da mitologia romana, a deusa da<br />

agricultura. Observações adicionais por Piazzi<br />

não foram feitas devido a uma enfermidade.<br />

Carl Friedrich Gauss, <strong>com</strong> a idade de 24, então<br />

resolveu um sistema de 17 equações lineares<br />

para determinar órbita de Ceres e isso permitiu<br />

que Ceres fosse redescoberto, um feito notável<br />

para aquele tempo. Como resultado dentro de<br />

um ano de sua descoberta inicial, Heinrich<br />

Olbers e Franz von Zach puderam localizar<br />

novamente o asteróide. Sua órbita ao redor do<br />

Sol é de 4.6 anos terrestres e tem um diâmetro<br />

calculado a aproximadamente 960 km.<br />

Em 1909, astrônomos de Londres<br />

indicam a existência de um pla<strong>net</strong>a para além<br />

de Netuno.<br />

2 Janeiro, sexta-feira<br />

Hoje, 2 de janeiro de 2004, é um dia<br />

histórico no que tange a Astronáutica e<br />

observação íntima de <strong>com</strong>eta. A nave Stardust<br />

estará visitando o Cometa 81P/ Wild 2 a uma<br />

distancia de 389 milhões de quilômetros da<br />

Terra. A astronave de 5 metros deve encontrar<br />

o <strong>com</strong>eta que tem apenas 5.4 quilômetro de<br />

tamanho <strong>com</strong> a velocidade de seis vezes a de<br />

uma bala. Segundo os técnicos da NASA a<br />

Stardust deverá retornar a Terra em janeiro de<br />

2006 fazer uma aterrissagem suave U.S. Air<br />

Force Utah Test and Training Range. Sua<br />

cápsula trará a Terra amostra segura de<br />

partículas microscópicas do <strong>com</strong>eta e pó<br />

interestelar que será levado à pla<strong>net</strong>ary<br />

material curatorial facility at NASA's Johnson<br />

Space Center, Houston, onde as amostras<br />

serão armazenadas cuidadosamente e serão<br />

examinadas. O material <strong>com</strong>etário das<br />

amostras de poeira interestelar trazidos pela<br />

Stardust trará respostas para perguntas<br />

fundamentais sobre origens do Sistema Solar.<br />

Mais informação sobre a missão de Stardust<br />

está disponível em:<br />

www.jpl.nasa.gov/stardust/news/news96.html ou<br />

http://stardust.jpl.nasa.gov Informações sobre o<br />

<strong>com</strong>eta 81P/ Wild 2 em:<br />

http://<strong>com</strong>etography.<strong>com</strong>/p<strong>com</strong>ets/081p.html<br />

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S<br />

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revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004


EFEMÉRIDES<br />

Há 45 anos (1959), era lançada a Luna<br />

1 pela antiga USSR. Tinha <strong>com</strong>o meta se<br />

chocar <strong>com</strong> a Lua. Embora o objetivo não<br />

tenha sido alcançado, foi a primeira astronave<br />

a deixar a órbita da Terra. Perdeu-se da Lua<br />

por 5,000/6000 km e entrou em órbita ao redor<br />

do Sol.<br />

Em 1920 nascia em Petrovichi, Rússia,<br />

Isaac Asimov (morreu em 6/4/1992).<br />

Bioquímico e entre outras coisas prolífero<br />

escrito de ficção científica, ele publicou cerca<br />

de 500 volumes.<br />

Em 1729 nascia na Prússia Johann<br />

Daniel Titius Bode (morreu em 11/12/1796).<br />

Astrônomo, físico e Biólogo que formulou<br />

(1766) as distâncias entre os pla<strong>net</strong>as e o Sol,<br />

o que foi confirmado por J.E. Bode em 1772,<br />

quando passou a ser chamada Lei de Bode.<br />

Titius sugeriu que as distancias médias entre<br />

os pla<strong>net</strong>as do Sol seriam quase uma relação<br />

simples de A=4+(3x2n) dando a série 4, 7, 10,<br />

16, 28 *, 52, 100, correspondendo à distância<br />

relativa dos seis pla<strong>net</strong>as conhecidos, até<br />

Saturno, e um valor de unassigned (*) entre<br />

Marte e Júpiter. Olbers procurou um objeto<br />

pla<strong>net</strong>ário nesta posição vazia e assim<br />

descobre o cinto de asteróide. Porém, <strong>com</strong>o a<br />

descoberta de Netuno que não se ajustava ao<br />

padrão da " lei " é considerada <strong>com</strong>o uma<br />

coincidência sem significado científico.<br />

Em 1913 morria Leon (-Philippe)<br />

Teisserenc de Bort (nascido em 5/11/1855). O<br />

meteorologista francês foi o descobridor da<br />

estratosfera (1902) e o primeiro a usar balões<br />

estratosféricos para investigar a atmosfera. Em<br />

1892 morria Sir George Biddell Airy (nasceu em<br />

27/07/1801 em Alnwick, Northumberland). Foi o<br />

sétimo astrônomo Real (1836-92). Estudou as<br />

franjas de interferência em óticas, fez um<br />

estudo matemático do arco-íris e <strong>com</strong>putou a<br />

densidade da Terra balançando um pêndulo ao<br />

topo e fundo de um profunda mina,<br />

determinado a massa do pla<strong>net</strong>a Júpiter e seu<br />

período de rotação, calculou as órbitas de<br />

<strong>com</strong>etas e catalogou estrelas. Seu desenho de<br />

lentes corretivas para astigmatismo (1825) foi<br />

pioneiro. A motivação dele no estudo das<br />

lentes corretivas deveu-se ao seu próprio<br />

astigmatismo.<br />

Em 1995, era descoberta a galáxia<br />

mais distante (para a época) por cientistas<br />

usando o Keck telescope no Havaí. Sua<br />

distancia foi calculada em 15 bilhões de anosluz<br />

foi nomeada <strong>com</strong>o 8C 1435+63.<br />

Em 1960, John Reynolds estabelecia a<br />

idade do Sistema Solar em 4,950,000,000 de<br />

anos.<br />

Em 1839, o pioneiro francês da<br />

fotografia Louis Daguerre fazia a primeira<br />

fotografia da Lua.<br />

3 Janeiro, sábado<br />

Dezenas de centenas de asteróides,<br />

também chamados de pla<strong>net</strong>as secundários ou<br />

pla<strong>net</strong>óides, viajam em torno do Sol, porém<br />

apenas alguns maiores e muito luminosos<br />

podem ser vistos através de binóculos. Mas<br />

<strong>com</strong> pesquisa sistemática, usando<br />

instrumentos maiores e automatizados, e <strong>com</strong><br />

ajuda de uma boa carta de busca alguns deles<br />

podem ser vistos diariamente. A principal<br />

diferença de um asteróide para um pla<strong>net</strong>a<br />

clássico está no diâmetro que apresentam, na<br />

ordem de quilômetros. Hoje mesmo podemos<br />

ver alguns desses pequenos objetos <strong>com</strong>o<br />

pontos estelares se movendo muito<br />

rapidamente contra o fundo das estrelas. Entre<br />

eles você poderá encontrar o Asteróide Ceres<br />

(mag 6.9) na constelação de Gêmeos , sendo<br />

melhor visto das 23.1h - 7.6h LCT J2000:<br />

ra = 7:31:53.2, de = +29:29:46 , r = 2.607UA<br />

dist = 1.635UA. Na mitologia romana Ceres era<br />

uma deusa da terra e protetora da agricultura,<br />

especialmente das frutas e grãos. Em<br />

astronomia, Ceres (1) foi o primeiro dessa<br />

classe de objetos a ser descoberto, e é o maior<br />

dos asteróides. Foi descoberto pelo astrônomo<br />

italiano Giuseppe Piazzi em 1801 quando ele<br />

procurava pla<strong>net</strong>as que foram preditos que<br />

existisse entre Marte e Júpiter pela Lei de<br />

Bode. A órbita de Ceres o trás para próximo da<br />

Terra e por isso ele pode ser visto em<br />

pequenos instrumentos em boas condições de<br />

céu.<br />

O Asteróide Pallas (2) <strong>com</strong> mag 9.1<br />

pode ser encontrado na constelação de Cetus,<br />

melhor visto entre 23.3h e 3.0h LCT em J2000:<br />

ra= 1:31:04.6 de=-21:25:28 , r=2.527 UA<br />

dist=2.323UA. Pallas recebeu o nome da deusa<br />

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S<br />

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revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 21


22<br />

EFEMÉRIDES<br />

grega da sabedoria, foi o segundo asteróide há<br />

ser descoberto e também é o segundo<br />

asteróide em tamanho. Foi achado em 1802<br />

pelo astrônomo e médico alemão Wilhelm<br />

Olbers, apenas um ano depois da descoberta<br />

de Ceres. Pallas mede 490 quilômetros em<br />

largura. Sua órbita o leva a uma distância de<br />

mais de 414,390,000 quilômetros ao redor do<br />

sol e também é parte do cinto de asteróide<br />

entre Marte e Júpiter. É tão grande que é<br />

pensado que ele tem sua própria gravidade de<br />

maneira que ele apresenta forma esférica,<br />

<strong>com</strong>o uma bola.<br />

No início do dia a Terra está em Periélio, o<br />

ponto mais próximo do Sol em sua órbita, a<br />

uma distancia de 147.062.600 km.<br />

Lua perto das Pleiades a 19h UT no céu do<br />

anoitecer.<br />

Lua em apogeu (mais distante da Terra) a 20h<br />

UT (distância 405,707 km; tamanho angular de<br />

29.5 ').<br />

Cuveiro de Meteoros QUADRANTÍDEOS -<br />

QUA (Quadrantids) <strong>com</strong> duração de 28 de<br />

dezembro a 7 de janeiro e máximo ocorrendo<br />

em 3 de janeiro, os meteoros desse chuveiro<br />

emanam da constelação de Boötes, mas seu<br />

nome provém de uma extinta constelação<br />

chamada Quadrans Muralis (Quadrante Mural -<br />

antiga constelação boreal situada entre Draco<br />

(Dragão), Bootes (Boieiro) e Hercules<br />

(Hércules), introduzida por Bode em<br />

homenagem ao quadrante solar.). Este<br />

chuveiro é rico em meteoros lânguidos e são<br />

de velocidade moderada. O radiante nunca<br />

alcança uma altitude alta para os observadores<br />

de hemisfério mais ao norte e observadores do<br />

hemisfério meridional provavelmente não verá<br />

nenhuma atividade. Para aqueles que podem<br />

observar os Quarantids, eles são mais bem<br />

observados aproximadamente de 22:00 h até o<br />

<strong>com</strong>eço de crepúsculo matutino para<br />

observadores no Hemisfério Norte, <strong>com</strong> o<br />

alçamento do radiante mais alto ao longo do<br />

amanhecer. Este radiante não é considerado<br />

uma boa exibição de meteoro boa para<br />

observadores do Hemisfério Meridional.<br />

Embora o radiante esteja realmente sobre o<br />

horizonte por pouco tempo, isto acontece<br />

durante a luz do dia matutina, assim nenhuma<br />

observação visual pode ser feita. A altitude<br />

mais alta em céus escuros acontece logo antes<br />

de <strong>com</strong>eçar o alvorecer e neste tempo o<br />

radiante está aproximadamente a 20° abaixo<br />

do horizonte. Mas, para observadores de radar<br />

e rádio-meteoros é um bom chuveiro. O<br />

chuveiro Quadrantídeos (Quadrantid) tem seu<br />

radiante situado principalmente em direção ao<br />

nordeste, assim o melhor modo para maximizar<br />

sua visualização é colocar uma cadeira<br />

reclinada <strong>com</strong> seus pés voltados para qualquer<br />

lugar dentro da região que cerca o sudeste, sul,<br />

oeste, e noroeste (para o hemisfério Norte).<br />

Neste momento, recline a cadeira de gramado<br />

a sua posição mais aplainada e observe<br />

diretamente. A duração deste chuveiro de<br />

meteoro acontece de 28 de dezembro a 7 de<br />

janeiro. O Máximo normalmente acontece em<br />

3/4 de janeiro, de um radiante médio a RA=229<br />

graus, DEC=+49 graus. O máximo é<br />

normalmente bastante afiado e, dependendo<br />

da localização do observador, a taxa de hora<br />

em hora pode variar de 45 a 200. Portanto,<br />

para observadores do hemisfério sul seria<br />

re<strong>com</strong>endável que o fizessem através de rádio<br />

observação e/ou radar. Este é o único chuveiro<br />

principal cujo <strong>com</strong>eta de origem permanece<br />

desconhecido. A Lua pode interferir na<br />

observação desse chuveiro.<br />

Em 1906 nascia o astrônomo<br />

americano William Wilson Morgan (morreu em<br />

21/06/1994). Em 1951 apresentou a primeira<br />

evidência que a Via-Láctea tinha braços<br />

espirais. Toda sua carreira foi no Observatório<br />

de Yerkes, e inclui três anos <strong>com</strong>o diretor.<br />

Dedicou-se a pesquisa da morfologia,<br />

classificação de objetos pelas suas formas e<br />

estrutura. Com Keenan e Kellman, introduziu a<br />

classificação da luminosidade estelar e a<br />

classificação bidimensional de espectros<br />

estelares estritamente baseado nos seus<br />

espectros. Com Osterbrock e Sharpless ele<br />

demonstrou a existência de braços espirais da<br />

nossa Galáxia usando distâncias precisas de<br />

estrelas dos tipos O e B obtida de<br />

classificações espectrais. Morgan inventou o<br />

sistema de UBV de magnitudes e cores.<br />

Em 1908 morria Charles Augustus<br />

Young. Astrônomo americano que fez as<br />

primeiras observações do espectro de flash do<br />

Sol, provou a natureza gasosa da coroa solar e<br />

descobriu a reversão da atmosfera na capa. Foi<br />

um pioneiro no estudo do espectro do Sol e<br />

experimentou fotografar as proeminências<br />

solares em toda a luz solar. No eclipse solar<br />

em 22/12/1870, na Espanha, ele viu todas as<br />

linhas do espectro solar, por talvez um segundo<br />

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004


EFEMÉRIDES<br />

e um meio (o " espectro de flash'') e anunciou a<br />

reversão da capa solar. Em 1872, ele mais que<br />

dobrou o número de linhas luminosas que ele<br />

tinha observado na cromosfera. Por uma<br />

<strong>com</strong>paração de observações, ele concluiu que<br />

a condição magnética na terra responde as<br />

perturbações solares.<br />

Em 1641 morria <strong>com</strong> a idade de 22<br />

Jeremiah Horrocks (nascido em 1617).<br />

Astrônomo e clérigo inglês que aplicou as leis<br />

do movimento pla<strong>net</strong>ário de Johannes Kepler<br />

para observações da Lua e Vênus. Suas<br />

observações através de um pequeno<br />

telescópio o convenceram que as tabelas de<br />

Lansberg estavam incorretas. Ele aceitou as<br />

órbitas elípticas de Kepler, e trabalhando na lua<br />

ele aplicou uma órbita elíptica para ela, e<br />

estabeleceu a linha de precessão das apsides,<br />

um efeito que ele designou à influência do Sol.<br />

Horrocks predisse e observou um trânsito de<br />

Vênus em 24/11/1639, o primeiro a observar, e<br />

da observação ele corrigiu a paralaxe solar e<br />

indicou uma distancia muito maior do sol que<br />

qualquer um antes dele tinha admitido.<br />

4 Janeiro, domingo<br />

Terra em periélio (mais íntimo do sol)<br />

as 18h UT. A distância de Sol-terra é 0.983265<br />

a.u. ou aproximadamente 147.1 milhões de<br />

quilômetros.<br />

O Objeto 20000 Varuna do Cinturão de<br />

Kuiper em Oposição a 42.219 U.A.<br />

A Lua passa a 0.6 graus da estrela<br />

SAO 76430 37 TAURI (A TAURI) de mag 4.5<br />

aa 0.6 TU.<br />

Júpiter oculta a lua Io (mag 5.6) as<br />

5h57.4m TU.<br />

Hoje, o asteróide Hebe apresenta<br />

magnitude de 8.7, é melhor visto entre 23.7h e<br />

7.1h LCT a J2000: ra= 7:37:35.5 de= +8:48:31,<br />

na constelação do Cão Menor a r=2.334UA<br />

dist=1.378UA. Carta de busca em<br />

http://www.rasnz.org.nz/MinorP/Hebe.htm ou<br />

então procure a posição do asteróide em algum<br />

pla<strong>net</strong>ário virtual <strong>com</strong>o por exemplo o SkyMap.<br />

Hebe moverá pelo denso campo estelar em<br />

Canis Minor até 25 de janeiro. Em 10 de<br />

janeiro, Hebe estará a menos de 2° da estrela<br />

beta Canis Minoris (mag 2.85). Hebe está em<br />

oposição no dia 12 de janeiro apresentando<br />

mag de 8.6 e sua distância da Terra será de<br />

1.383 UA. O Asteróide Hebe (6) foi descoberto<br />

em 1 de julho de 1847 por K L Hencke a<br />

Driesen. Com diâmetro de aproximadamente<br />

200 km, seu período orbital é 3.78 anos, sua<br />

distância do Sol varia entre 1.93 e 2.92 UA, de<br />

forma que no máximo de suas oposições<br />

favoráveis ele estará a aproximadamente 0.93<br />

UA da Terra.<br />

Em 4 de janeiro de 1797 nascia<br />

Wilhelm Beerd (morreu em 27/03/1850).<br />

Banqueiro e astrônomo amador alemão junto<br />

<strong>com</strong> Johann Heinrich von Mädler construíram o<br />

mapa mais <strong>com</strong>pleto da Lua de seu tempo,<br />

Mappa Selenographica (1836). O primeiro<br />

mapa lunar a ser dividido em quadrantes,<br />

continha uma representação detalhada da face<br />

da Lua. Morria em 1990 Harold Eugene<br />

Edgerton (nasceu em 6/4/1903). Engenheiro<br />

elétrico e fotógrafo americano e fotógrafo,<br />

desenvolvei técnicas para fotografia de alta<br />

velocidade aplicando-as para vários usos<br />

científicos.<br />

Morria em 1961 Erwin Schrödinger<br />

(nascido em 12/08/1887). Físico teórico<br />

austríaco que contribuiu à teoria da onda de<br />

matéria e outros fundamentos da mecânica do<br />

quantum. Ele <strong>com</strong>partilhou o Premio Nobel de<br />

Física em 1933 <strong>com</strong> o físico britânico P.A.M.<br />

Dirac.<br />

Em 1958, era lançado da base do<br />

Kazakistão o satélite Sputnik I russo, o primeiro<br />

objeto artificial colocado em órbita da Terra.<br />

Após 92 dias no espaço ele reentrou na<br />

atmosfera terrestre e desintegrou-se. O Sputnik<br />

(significando " <strong>com</strong>panheiro " ou " o viajante ").<br />

Ele circulou a terra toda em 95 minutos a quase<br />

2,000 milhas por hora e a 500 milhas sobre a<br />

Terra. O 184-lb satélite transmitiu um sinal de<br />

rádio que foi detectado ao redor do mundo, e<br />

levava instrumentos para medida de<br />

temperatura.<br />

Em 1912, a aproximação mais íntima<br />

da Lua para a Terra foi de 221,441 milhas de<br />

centro para centro.<br />

5 Janeiro, segunda-feira<br />

Netuno e Vênus estão separados a 7.57 graus<br />

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 23


24<br />

EFEMÉRIDES<br />

e a distancia entre Vênus e Urano é de 10.18<br />

graus.<br />

O Cometa C/2003 T3 Tabur (mag<br />

estimada em 10) em PsA, estando a 11.42<br />

graus de Vênus.<br />

O Cometa Encke pode ser observado<br />

melhor nas latitudes do Norte/Nordeste do<br />

Brasil. Efemérides e cartas de busca para<br />

<strong>com</strong>etas visíveis em janeiro são encontradas<br />

no site costeira1.astrodatabase.<strong>net</strong>/<strong>com</strong>eta/<br />

Chuveiro de Meteoros GAMA VELÍDEOS<br />

(Gamma Velids) <strong>com</strong> duração de 1 a 17 de<br />

janeiro e máximo de 5 a 8 de janeiro. Embora<br />

Cuno Hoffmeister parece ter determinado o<br />

primeiro radiante para este chuveiro em 12 de<br />

janeiro de 1938 (RA=132 graus, DECL=-47<br />

graus), este fluxo foi basicamente ignorado até<br />

1979, quando o Western Australia Meteor<br />

Section (WAMS) iniciou observações<br />

sistemáticas deste chuveiro. As pesquisas<br />

realizadas durante 1978-1979 pelo WAMS que<br />

observou os céus continuamente de 19/20 de<br />

dezembro a 6/7 de janeiro revelaram que o<br />

primeiro meteoro Gama Velids foi notado em<br />

1/2 de janeiro, e seus números alcançaram um<br />

ZHR de 8.24±0.81 6/7 de janeiro. A posição<br />

média do radiante foi determinada <strong>com</strong>o<br />

RA=125 graus, DECL=-49 graus. Baseado em<br />

27 meteoros observados foi concluído que a<br />

magnitude média dos meteoros era de 2.89,<br />

enquanto 3.7% dos trens aconteciam a<br />

esquerda dos meteoros. Em relação às cores,<br />

foi calculado que 10% dos meteoros eram<br />

laranjas, 10% eram amarelos, 20% eram azuis<br />

e 60% eram brancos. Observações mais<br />

extensas de 1979 a 1980 revelou que esse<br />

chuveiro estava ativo de 1 a 17 de janeiro, <strong>com</strong><br />

radiante médio a RA=125 gruas, DECL=-48<br />

graus. Tendo um máximo de 7.06±1.36 sido<br />

alcançado em 3 de janeiro. As análises<br />

realizadas por Gary W. Kronk dos dados<br />

obtidos pelas observações do WAMS durante<br />

os anos de 1982 a 1986, concluiu-se a<br />

existência de um máximo relativamente plano<br />

que varia de 5 a 9 meteoros por hora acontece<br />

durante 5 a 8 de janeiro.<br />

Em 1892, foi feita a primeira fotografia<br />

da aurora boreal.<br />

Aniversário de 35 anos (1969) do<br />

lançamento da sonda automática Venera 5<br />

(Soviet Venus Lander) <strong>com</strong> a missão de descer<br />

sobre a superfície do pla<strong>net</strong>a Vênus.<br />

Aniversário (1905) do descobrimento da<br />

lua Elara de Júpiter por Charles Perríne.<br />

Em 1972 o então presidente Richard M.<br />

Nixon, aprovava o programa do Transportador<br />

Espacial.<br />

6 Janeiro, terça-feira<br />

O Asteróide 2002 XT90 passa a 0.200<br />

UA da Terra.<br />

A Lua passa a 4.56 graus a norte de<br />

Saturno as 20:50 h (GMT-3). Lua e Saturno em<br />

conjunção as 21:22 h.<br />

A Lua passa a 0.3 graus da estrela<br />

SAO 77675 136 TAURI, 4.5 mag a 4:8 TU.<br />

Mercúrio estacionário, iniciando movimento<br />

progressivo a 14:2 TU. Mercúrio orbita o Sol<br />

em aproximadamente 3 meses (da Terra) e<br />

nunca está muito longe do Sol por mais que 25<br />

graus, conseqüentemente sempre está dentro<br />

do crepúsculo luminoso. Isto faz <strong>com</strong> que<br />

Mercúrio seja um objeto difícil, embora pode<br />

chegar a ser tão luminoso quanto à estrela<br />

Sirius. Mercúrio também apresenta fases<br />

diferentes, <strong>com</strong>o a nossa Lua, enquanto órbita<br />

o Sol. Usando um telescópio, é possível<br />

identificar suas fases e a<strong>com</strong>panhar sua<br />

mudança durante os de em que o pla<strong>net</strong>a se<br />

apresenta melhor posicionado para nossa<br />

observação da Terra.<br />

Sexto aniversário (1998) do<br />

lançamento da sonda Lunar Prospector (Moon<br />

Orbiter).<br />

Trigésimo sexto aniversário (1968) do<br />

lançamento da sonda Surveyor 7 (Moon<br />

Lander).<br />

7 Janeiro, quarta-feira<br />

Ocultação da estrela SAO 79533<br />

UPSILON GEMINORUM (mag 4.2) acontece as<br />

23:13:7 TU.<br />

O asteróide Ceres (1) <strong>com</strong> mag 6.8<br />

localizado na constelação de Gêmeos é visto<br />

melhor entre 17.1h e 6.0h LCT.<br />

A Lua Cheia acontece as 12: 40 h<br />

(GMT -3).A Lua cheia de Janeiro era conhecida<br />

nos antigos almanaques <strong>com</strong>o Wolf<br />

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004


EFEMÉRIDES<br />

Moon (Lua do Lobo), Old Moon (Lua Velha),<br />

Moon After Yule Moon After Yule (Lua Depois<br />

do Natal), Full Snow Moon (Lua Cheia da<br />

Neve) e Full Wolf Moon (Lua Cheia do Lobo).<br />

Entre o resfriar e a neve profunda do solstício<br />

de inverno, as matilhas de lobo uivavam<br />

famintos fora das aldeias índias. Assim, surgiu<br />

o nome para a Lua Cheia de janeiro. Às vezes<br />

também estava chamada Old Moon (Lua<br />

Velha), ou a Lua Depois do Natal (Moon After<br />

Yule). Alguns a chamaram de Lua Cheia da<br />

Neve (Full Snow Moon), mas a maioria das<br />

tribos da América do Norte aplicava esse nome<br />

para a próxima Lua Cheia.<br />

A Lua perto de Saturno a 0h UT.<br />

Nascia em 1755 Stephen Groombridge<br />

(morreu em 30/03/1832). Astrônomo inglês,<br />

<strong>com</strong>pilador do catálogo estelar conhecido <strong>com</strong><br />

seu nome.<br />

Morria Richard Hamming em 1998<br />

(nascido em 11/02/1915). Matemático<br />

americano que descobriu as fórmulas<br />

matemáticas e técnicas que tornaram possível<br />

os <strong>com</strong>putadores corrigirem seus próprios<br />

erros, e a criação de vários dispositivos que<br />

empregam microprocessadores e<br />

processadores notáveis digitais, <strong>com</strong>o modem,<br />

discos <strong>com</strong>pactos, e <strong>com</strong>unicações de satélite;<br />

algumas destas técnicas foram nomeadas por<br />

ele.<br />

Morria em 1893 Josef Stefan (nascido<br />

em 24/03/1835) físico austríaco que em 1879<br />

formulou a lei de estados da energia radiante<br />

de um corpo negro - objeto teórico que absorve<br />

toda a radiação que se cai sobre ele. Sua lei foi<br />

um dos primeiros passos importantes para a<br />

<strong>com</strong>preensão da radiação de blackbody.<br />

Em 1610, Galileo datou sua primeira<br />

carta que descrevia as observações<br />

telescópicas das crateras e superfície da Lua<br />

usando sua lu<strong>net</strong>a <strong>com</strong> 20 aumentos. Ele<br />

escreveu: "... é visto que a Lua não é<br />

evidentemente plana, lisa e de superfície<br />

regular, <strong>com</strong>o acredita um grande numero de<br />

pessoas e dos outros corpos celestes, mas<br />

pelo contrário é áspera e desigual. Em resumo<br />

ela está cheia de proeminências e cavidades<br />

semelhantes, mas muito maior, que as<br />

montanhas e vales esparramados em cima da<br />

superfície da Terra.'' Galileu foi o primeiro em<br />

descrever o fenômeno em um ensaio <strong>com</strong><br />

consideráveis detalhes de <strong>com</strong>o era a Lua,<br />

suas observações e conclusões foram<br />

publicadas mais elaboradamente depois de<br />

alguns meses em sua obra Sidereus Nuncius".<br />

8 Janeiro, quinta-feira<br />

Marte, ainda visível a noite, oculta a<br />

estrela PPM 143928 (mag 9.9). Marte é o único<br />

pla<strong>net</strong>a do Sistema Solar cuja superfície sólida<br />

pode ser vista <strong>com</strong> telescópios a partir de<br />

nossa posição da Terra. O melhor momento<br />

para observar é o periélio de oposição. Como o<br />

ano marciano equivale a aproximadamente<br />

dois anos da Terra, as oposições acontecem a<br />

cada dois anos. A órbita de Marte é bastante<br />

elíptica, conseqüentemente, as ''oposições<br />

mais íntimas'' de periélio mostra muito mais<br />

detalhes da superfície do pla<strong>net</strong>a que as<br />

oposições de afélio, pois a distância Terra-<br />

Marte varia por um fator até 2. Após a oposição<br />

de agosto de 2003, Marte já se afastou muito<br />

da Terra e por isso, no momento, não é<br />

possível observar muitos detalhes de sua<br />

superfície. A próxima oposição de Marte será<br />

em 7 de novembro de 2005, quando o pla<strong>net</strong>a<br />

vermelho estará a 0.4700 UA da Terra.<br />

Informações sobre <strong>com</strong>o e o que observar no<br />

pla<strong>net</strong>a vermelho veja:<br />

http://geocities.yahoo.<strong>com</strong>.br/reabrasil_marte .<br />

Às 6:30 TU a Lua passa a 0.6 graus da<br />

estrela SAO 79650 76 GEMINORUM (mag<br />

5.4).<br />

Chuveiro de Meteoros RHO<br />

GEMINÍDEOS (Rho Geminids) . A duração<br />

deste chuveiro estende de 28 de dezembro a<br />

28 de janeiro, <strong>com</strong> mudança diária do radiante<br />

em aproximadamente +1.1 graus em RA e -0.2<br />

graus em DECL. O máximo acontece em 8/9<br />

de janeiro, <strong>com</strong> radiante médio na posição de<br />

RA=108 graus, DECL=+32 graus. Um máximo<br />

secundário parece acontecer a 21 de janeiro de<br />

RA=125 graus, e DECL=+25 graus. Segundo<br />

análises de Gary W. Kronk dos dados orbitais,<br />

revela que o movimento diário do fluxo sendo<br />

em +1.1 graus em RA e -0.2 graus em DECL.<br />

Como os dados obtidos do radiante através de<br />

órbitas fotográficas e dados de radar são muito<br />

semelhante, certamente indica que existe uma<br />

associação de duas populações distintas de<br />

meteoros.<br />

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 25


26<br />

EFEMÉRIDES<br />

Trigésimo primeiro aniversário (1973)<br />

do lançamento da as sonda Luna (Soviet Moon<br />

Lander/Rover).<br />

Em 1952 morria Antonia Maury,<br />

pioneira na classificação dos espectros<br />

estelares.<br />

Há 136 anos (1868) nascia Sir Frank<br />

(Watson) Dyson (morreu em 25/05/1939).<br />

Astrônomo britânico educado em Cambridge,<br />

passou toda sua carreira (<strong>com</strong> exceção de 5<br />

anos em Edinburgh) no Real Observatório de<br />

Greenwich onde ele foi Astrônomo Real de<br />

1910-33. Ele dirigiu medidas de mag<strong>net</strong>ismo<br />

terrestre, latitude, e tempo, e iniciou a<br />

radiodifusão de hora via rádio. Ele determinou<br />

os movimentos formais de estrelas do norte e<br />

<strong>com</strong>pletou sua porção no projeto do Catálogo<br />

Internacional do Céu de fotografar o céu inteiro.<br />

Dyson é mais conhecido por dirigir (<strong>com</strong><br />

Eddington) a expedição do eclipse de 1919 que<br />

confirmou o dobrando da luz estrelar pelo<br />

campo gravitacional do Sol. Essa dobra de luz,<br />

predita por Einstein, era a evidência que apóia<br />

a teoria geral da relatividade de Albert Einstein.<br />

Em 1942 nascia Stephen W. Hawking<br />

físico teórico inglês em cuja teoria dos buracos<br />

negros utilizou a teoria da relatividade e<br />

mecânica quântica. Ele também trabalhou <strong>com</strong><br />

singularidades de espaço-tempo. Apregoando<br />

e defendendo a posição de Professor Lucasian,<br />

de Matemática. Da Universidade de<br />

Cambridge, antigamente ocupada por Sir Isaac<br />

Newton. Afligido <strong>com</strong> a doença de Lou Gehrig<br />

(amyotrophic esclerose lateral; ALS),<br />

Atualmente está limitado a uma cadeira de<br />

rodas, está impossibilitado falar sem a ajuda de<br />

um sintetizador de voz de <strong>com</strong>putador. Porém,<br />

apesar dos seus próprios desafios físicos, ele<br />

continua usando sua inteligência,<br />

conhecimento e habilidades para fazer<br />

contribuições notáveis ao campo de<br />

cosmologia (o estudo do universo <strong>com</strong>o um<br />

todo). Entre suas obras se destaca o livro Uma<br />

História Breve de Tempo.<br />

Em 1587 nascia Johannes Fabricius<br />

(morreu em 1615 <strong>com</strong> 29 anos de idade).<br />

Astrônomo holandês que pode ter sido o<br />

primeiro observador de manchas solares. Em 9<br />

de março de 1611, ao amanhecer, Johannes<br />

dirigiu seu telescópio para o sol ascendente e<br />

viu várias manchas escuras nele. Ele chamou<br />

seu pai para investigar este fenômeno novo<br />

<strong>com</strong> ele. O brilho do centro do Sol era muito<br />

doloroso, e os dois trocaram depressa para um<br />

método de projeção por meio de uma câmera<br />

escura. Johannes foi o primeiro a publicar<br />

informação sobre tais observações em seu "<br />

Narração em Manchas Observadas no Sol e a<br />

Rotação Aparente delas <strong>com</strong> o Sol ", datada de<br />

13 de junho de 1611.<br />

Em 8 de Janeiro de 1642 morria em<br />

sua casa em Florença (Firenze) Itália Galileu<br />

Galilei (nascido em 15/02/1564). Foi filósofo<br />

naturalista, astrônomo, e matemático italiano<br />

que fez contribuições fundamentais às ciências<br />

do movimento, astronomia, força de materiais e<br />

para o desenvolvimento do método científico.<br />

Sua formulação de inércia (circular), a lei de<br />

corpos cadentes, e trajetórias parabólicas<br />

foram o marco inicial para uma mudança<br />

fundamental no estudo do movimento.<br />

Condenado pela ''San ta Inquisição'' a<br />

permanecer em prisão domiciliar ali morreu a<br />

362 atrás. Somente em 31 de outubro de 1992<br />

a Santa Sé reconheceu o erro que havia<br />

<strong>com</strong>etido contra Galileu em suas afirmativas<br />

feitas em 1642 que a Terra girava em torno do<br />

Sol.<br />

Em 1935, era concedida a primeira<br />

patente norte-americana para um<br />

spectrophotometer, foi emitida ao Professor<br />

Arthur C. Hardy de Wellesley, esse<br />

equipamento foi chamado por ele de<br />

''photometric apparatus''. Sua invenção era um<br />

dispositivo eletrônico capaz de descobrir dois<br />

milhões de sombras diferentes de cores e fazer<br />

um quadro de registro permanente dos<br />

resultados. A primeira máquina foi vendida em<br />

24 de maio de 1935.<br />

9 Janeiro, sexta-feira<br />

O Cometa 58P Jackson-Neujmin em<br />

periélio a 1.398 UA do Sol as 23:8 TU, em<br />

r = 1.389AU delta=1.939AU mag = 19.1m<br />

elon=42.8 graus.<br />

O Asteróide 2002 AA29 passa a 0.044<br />

UA da Terra.<br />

O Asteróide Ceres (1) <strong>com</strong> mag 6.8 em<br />

oposição à 13:9 TU em r=2.604AU<br />

delta=1.626A, elon=171.9 graus.<br />

A Lua perto do agrupamento da<br />

Colméia (M44) às 7h UT (céu matutino).<br />

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004


EFEMÉRIDES<br />

Binóculos provêem uma excelente visão.<br />

Em 1976 morria Rupert Wildt (nascido<br />

em 25/06/1905). Astrônomo alemão-americano<br />

que se especializou em estudar a atmosferas<br />

dos pla<strong>net</strong>as. Em 1932, identificou certa alta<br />

absorção (observada por Slipher) nos<br />

espectros de Júpiter e os pla<strong>net</strong>as exteriores<br />

<strong>com</strong>o indicativo de amônia e metano. Estes<br />

seriam <strong>com</strong>ponentes secundários destes<br />

pla<strong>net</strong>as que são <strong>com</strong>postos principalmente de<br />

hidrogênio e hélio. Em 1937, ele especulou que<br />

a cobertura nebulosa de Vênus poderia<br />

consistir em droplets de formaldeído, desde<br />

que água parecia estar ausente. As sondas<br />

enviadas a Vênus posteriormente confirmam<br />

que não há água de superfície em Vênus, mas<br />

as nuvens contêm água, junto <strong>com</strong> enxofre e<br />

ácido sulfúrico.<br />

Em 1848 morria Caroline Lucretia<br />

Herschel (nascida em 16/03/1750). Astrônoma<br />

britânica-alemã ficou conhecida por suas<br />

contribuições para as pesquisas astronômicas<br />

de seu irmão Sir William Herschel,; ela<br />

executou muitos dos cálculos dos estudos do<br />

irmão e ela própria descobriu através de<br />

telescópio três nebulosas em 1783 e oito<br />

<strong>com</strong>etas de 1786 a 1797. Caroline publicou o<br />

Índice para as Observações de Flamsteed das<br />

Estrelas Fixas e uma lista dos enganos dele em<br />

1797. Aos 10 anos ela adoece <strong>com</strong> tifo o que<br />

subseqüentemente retardou seu crescimento.<br />

Em 1998, duas equipes de cientistas<br />

em colaborações internacionais anunciaram a<br />

descoberta que as galáxias estão acelerando e<br />

separando-se velocidades cada vez mais<br />

rápidas. Esta observação implica a existência<br />

de uma misteriosa propriedade do espaço de<br />

auto repulsão, proposta por Albert Einstein, a<br />

qual ele chamou de a primeira constante<br />

cosmológica. Investigadores na Inglaterra,<br />

França, Alemanha, e Suécia estão entre os<br />

membros do Projeto da Supernova Cosmologia<br />

fundada pelo Laboratório Nacional de Berkeley<br />

(encabeçado por Saul Perlmutter) e também<br />

pela equipe Procura de Supernovas fundada<br />

na Austrália (conduziu por Brian Schmidt).<br />

Em 1968, a sonda Surveyor 7 fez uma<br />

aterrissagem suave na Lua e marca o fim da<br />

série americana de explorações não tripuladas<br />

na superfície lunar.<br />

Em 1839, o processo de fotografia de<br />

daguerreotipo foi anunciado na Academia<br />

francesa de Ciência.<br />

Em 1839, Thomas Henderson mediu a<br />

primeira paralaxe estelar: Alfa Centauri.<br />

Em 1643, Giovanni Riccioli foi o<br />

primeiro a informar o fenômeno conhecido<br />

<strong>com</strong>o a Luz Pálida de Vênus. É dito que seja<br />

uma lânguido luminescência no lado noturno<br />

do pla<strong>net</strong>a, semelhante ao " earthshine " na<br />

Lua, embora não tão luminoso. A Luz pálida foi<br />

observada quando Vênus estava no céu da<br />

noite, e o terminator da noite do pla<strong>net</strong>a está<br />

voltado para a Terra. Estudos foram tentados<br />

por algumas missões espaciais, inclusive pelas<br />

sonda Pionner e a Venera russa 11 e 12.<br />

Ainda, o fenômeno permanece esporádico e a<br />

explicação duvidosa, a melhor época para<br />

observar esse fenômeno <strong>com</strong>eça em 14 de<br />

janeiro próximo.<br />

10 Janeiro, sábado<br />

Ocultação da estrela HIP 87069 (mag<br />

7.2) por Mercúrio ao entardecer. O uso de<br />

binóculo é indispensável.<br />

O Asteróide 4446 Carolyn passa a<br />

4.046 UA da Terra.<br />

Júpiter eclipsa a lua Europa (mag 6.2)<br />

<strong>com</strong> início as 3h29.5 TU.<br />

Saturno continua brilhando entre as<br />

estrelas de Gêmeos <strong>com</strong> mag 0.4, sendo visto<br />

melhor quando o pla<strong>net</strong>a está mais alto no céu<br />

durante a noite.<br />

Lua em Libração Sul as 4h15.4 TU.<br />

Nessa ocasião o Pólo Sul da Lua está mais<br />

visível de nossa posição na Terra.<br />

Lua perto de Júpiter a 14h UT.<br />

Há 35 anos (1969) era lançada a sonda<br />

Venera 6 (Soviet Venus Lander).<br />

Em 1936 nascia Robert Woodrow<br />

Wilson. Radio astrônomo americano que junto<br />

<strong>com</strong> Arno Penzuas, recebeu o prêmio Nobel<br />

para Física em 1978 pela descoberta da<br />

radiação de fundo de microonda cósmica<br />

usando uma antena do Bell Laboratories,<br />

Holmdel, New Jersey. A descoberta deles em<br />

1964 é agora amplamente interpretada <strong>com</strong>o<br />

sendo os restos da radiação de vários bilhões<br />

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 27


28<br />

EFEMÉRIDES<br />

atrás do que teria sido o ''''Big Bang " da a superfície da Lua. Uma pulsação de 180<br />

criação do universo. Wilson continua seus ondas de ciclo <strong>com</strong> uma duração 1/4 de<br />

trabalhos de astrofísica <strong>com</strong> Penzias, procuram segundo foi irradiada pelo Army Signal Corps<br />

moléculas interestelares e determinam as do Evans Signal Laboratories, Belmar, N.J. O<br />

abundâncias relativas de isótopos interestelar. eco foi recebido 2.4 segundos. depois. O<br />

O Físico soviético Pyotr Leonidovich evento provou que as ondas de rádio podem<br />

Kapitsa também <strong>com</strong>partilhou o premio Nobel pe<strong>net</strong>rar a atmosfera da Terra. A experiência<br />

para pesquisa independente.<br />

foi supervisionada por Lt. Col. John H. De Witt,<br />

Nascia em 1573 Simon Marius (morreu o pioneiro de radiodifusão e astrônomo amador<br />

em 26/12/1624). Astrônomo alemão, foi aluno que primeiro teve a idéia em 1940. Suas<br />

de Tycho Brahe, e que nomeou as quatro luas primeiras tentativas de amador foram<br />

maiores de Júpiter <strong>com</strong>o: Io, Europa, fracassadas, mas a sua chance veio alguns<br />

Ganymede, e Callisto (1609). Seus nomes são anos, depois da Segunda guerra Mundial <strong>com</strong><br />

provenientes de figuras mitológicas <strong>com</strong> quem a cortesia do U.S. Army, at the Signal Corps<br />

Júpiter se apaixonou. Ele e o astrônomo Laboratories. Durante a guerra, ele tinha<br />

italiano Galileo Galilei reivindicaram te-las desenvolvido o radar para localizar morteiros e<br />

descoberto em aproximadamente 1610, e é dirigir counterfire.<br />

provável ambos fizeram isso de forma<br />

independente. Marius foi um dos primeiros a<br />

utilizar uma lu<strong>net</strong>a e foi o primeiro a observar a<br />

Nebulosa de Andrômeda (1612).<br />

11 Janeiro, domingo<br />

Em 1989 morre Valentin Petrovich O Cometa C/2003 L2 (LINEAR) passa<br />

Glushko (nascido em 20.08/1908). Cientista de a 2.623 UA da Terra.<br />

foguete soviético, um pioneiro em sistemas de<br />

propulsão de foguete, e um dos principais<br />

contribuintes da tecnologia soviética de defesa<br />

e espaço. Em 1929, ele trabalhou em<br />

Leningrad no GDL - Laboratório de<br />

GasDynamics, a organização de pesquisa de<br />

foguete militar, fundada em 1921. Glushko<br />

trabalhou <strong>com</strong> o renomado desenhista de<br />

foguete Sergey Korolyov de 1932 a 1966. Os<br />

O Asteróide 2002 CQ11 passa a 0.152<br />

UA da Terra.<br />

Em 1991 morria Carl David Anderson<br />

(nascido em 3/9/1905). Físico americano que,<br />

<strong>com</strong> Francis Hess da Áustria, ganhou o Prêmio<br />

Nobel para Físicas em 1936 pela descoberta<br />

do positron, ou elétron positivo, a primeira<br />

partícula conhecida de antimatéria.<br />

dois tiveram um ano triunfante em 1957,<br />

quando eles lançaram o primeiro projétil<br />

balístico intercontinental em agosto e enviaram<br />

o primeiro satélite artificial, Sputnik I, em órbita<br />

em outubro. Em 1974 Glushko se tornou o<br />

desenhista principal para o programa espacial<br />

soviético e ajudou no desenvolvimento da<br />

plataforma espacial Mir. Durante sua vida, ele<br />

Em 1787, William Herschel descobriu a<br />

primeira lua de Urano, seis anos depois dele<br />

haver descoberto o pla<strong>net</strong>a. O diâmetro de<br />

Titania é de 1610 km e sua distância do Urano<br />

é 436,300 km.<br />

Em 1789 William Herschel descobria as<br />

luas Titânia e Oberon de Urano.<br />

projetou <strong>com</strong> sucesso a maioria das máquinas<br />

que sobem verticalmente do programa espacial<br />

soviético.<br />

Em 1970 morre Pavel Belyayev<br />

(nascido em 26/06/1925). Cosmonauta que<br />

serviu <strong>com</strong>o piloto da astronave Voskhod 2<br />

durante a oitava missão espacial tripulada da<br />

União soviética, lançada em 18/03/1965, o vôo<br />

no qual Aleksey Leonov, o co-piloto Belyayev,<br />

se tornou o primeiro homem a andar no<br />

espaço.<br />

Em 1946, a equipe do U.S. Army<br />

Project Diana lançava sinais de radar refletidos<br />

Em 1988 morre Isidor Isaac Rabi<br />

(nascido em 29/07/1898). Físico americano<br />

premiado <strong>com</strong> o Nobel para Físicas em 1944<br />

pela invenção (em 1937) atomic and molecular<br />

beam mag<strong>net</strong>ic resonance method of<br />

measuring mag<strong>net</strong>ic properties of atoms,<br />

molecules, and atomic nuclei. Ele passou a<br />

maior parte de sua vida na Universidade de<br />

Columbia (1929-67), onde executou a maioria<br />

da pesquisa abrindo caminho para o radar e o<br />

momento magnético associados <strong>com</strong> giro de<br />

elétron nos anos trinta. O trabalho que lhe<br />

rendeu o Nobel conduziu à invenção do laser,<br />

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004


EFEMÉRIDES<br />

o relógio atômico, e usos diagnóstico de<br />

ressonância magnética nuclear.<br />

12 Janeiro, segunda-feira<br />

Júpiter (mag -2.3) e Lua em conjunção<br />

as 07:50 h (GMT -3). A 01:6 TU ambos os<br />

astros estão separados a 5.9 graus. A Lua está<br />

em Libração Oeste as 14h42.8m. A Cratera<br />

Grimaldi pode ser vista melhor de nossa<br />

posição na Terra. Grimaldi tem forma meio<br />

elíptica e mede 225 x 235 km, é uma das<br />

características mais notáveis na borda da Lua<br />

(5,5 º S e 68,3 º W.), tendo cinco anéis<br />

concêntricos de montanhas. A melhor época<br />

para sua observação é entre 13 e 13.5 dias,<br />

perto da Lua Cheia. Grimaldi pode ser vista<br />

<strong>com</strong>o uma mancha escura a qual corresponde<br />

a zona inundada de lava. A primeira coisa que<br />

podemos notar é que não está totalmente<br />

inundada. Em direção ao Sul vemos as altas<br />

montanhas que chegam a 3.500 metros de<br />

altura. No extremo Norte da cratera se nota um<br />

rille (greta), perto dela se encontra a maior<br />

cratera em seu interior, Grimaldi-B <strong>com</strong> cerca<br />

de 30 km de diâmetro. Ao sul de Grimaldi-B,<br />

podemos notar o que se assemelha a três<br />

domos no interior da grande cratera Grimaldi. A<br />

SW dos domos, vemos a cratera Grimaldi-A<br />

medindo 15 k, de diâmetro localizada sobre a<br />

parede Oeste. Precisamente a Oeste de<br />

Grimaldi-A podemos notar a brilhante parede<br />

da cratera Grimaldi, e a E e SE vemos o que<br />

parece ser um canal de lava que formou um<br />

terraço que se eleva sobre o nível da lava no<br />

interior cratera Grimaldim entre 100 e 200<br />

metros de altura.<br />

Em 1820 era criada a Royal<br />

Astronomical Society.<br />

Em 1907 nasce Sergey Pavlovich<br />

Korolev (morreu em 14/01/1966). Desenhista<br />

soviético de projéteis dirigidos, foguetes, e<br />

astronave. Foi a favor dos fundadores de<br />

Grupo de Moscou para Study of Reactive<br />

Motion. Em 1933, ele participou no primeiro<br />

lançamento da União soviética de foguete de<br />

propelente líquido. Como ele não era um<br />

membro do Partido Comunista, passou boa<br />

parte de sua vida em prisão domiciliar. Depois<br />

de demonstrar sua perícia na modificação da<br />

captura dos foguetes V2, Korolev dirigiu o<br />

desenho e teste, construção, e lançando da<br />

astronave Vostok, e a maioria dos outros<br />

projetos da antiga U.S.S.R. Ao redor de 1958,<br />

Korolev discutia a mudança para vôo espacial<br />

tripulado em vez dos satélites militares de<br />

reconhecimento. Depois de muito debate, foi<br />

aprovado o projeto da Vostok contanto que o<br />

veículo de lançamento também pudesse ser útil<br />

ao exército.<br />

Em 1909 morre Hermann Minkowski<br />

(nascido em 22/06/1864). Matemático alemão<br />

que desenvolveu a teoria geométrica dos<br />

números e os métodos geométricos usados<br />

para resolver problemas difíceis em teoria de<br />

número, físicas matemáticas, e a teoria de<br />

relatividade. Por volta de 1907, Minkowski<br />

percebeu que o trabalho de Lorentz e Einstein<br />

podia ser entendido melhor em um espaço nãoeuclidiano.<br />

Ele considerou que o espaço e o<br />

tempo, que era pensado antigamente <strong>com</strong>o<br />

sendo independentes, podiam ser juntados em<br />

uma quantidade contínua " de espaço-tempo<br />

quarta dimensão ". Seu modelo conhecido<br />

desde então <strong>com</strong>o "Minkowski espace",<br />

<strong>com</strong>binava as três dimensões do espaço físico<br />

<strong>com</strong> a de tempo, pôs a fundação matemática<br />

da teoria geral de Albert Einstein de<br />

relatividade.<br />

Em 1986 a 6:55:00 a.m. EST a<br />

lançadeira Columbia iniciava sua 24ª missão da<br />

nave Columbia. Entre os objetivos dessa<br />

missão estava fotografar o <strong>com</strong>eta Halley,<br />

lançamento de satélite e vários experimentos<br />

científicos. A tripulação era <strong>com</strong>posta por 7<br />

astronautas, entre eles o Dr Franklin R. Chang-<br />

Diaz, o primeiro astronauta hispânicoamericano<br />

a ir ao espaço.<br />

13 Janeiro, terça-feira<br />

O Asteróide 2001 FC58 passa a 0.047<br />

UA de Vênus.<br />

O Asteróide 2003 OT 13 passa a 0.196<br />

UA da Terra.<br />

O asteróide 2956 Yeomans passa a<br />

1.907 UA da Terra.<br />

A lua Ganymed (mag 5.1) é eclipsada<br />

por Júpiter as 2h23.7m TU. O final da ocultação<br />

acontece as 5h54.2m.<br />

A Lua passa a 0.7 graus da estrela<br />

SAO 119156 7 VIRGINIS (mag 5.2) as 8.1h TU.<br />

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 29


30<br />

EFEMÉRIDES<br />

Mercúrio (mag -0.1) em Sagitário e<br />

visto melhor entre 7.1h - 8.3h LCT.<br />

Chuveiro de Meteoros DRACONÍDEOS DE<br />

JANEIRO (January Draconids) <strong>com</strong> duração de<br />

10 a 24 de janeiro e máximo prolongando de<br />

13 a 16 de janeiro. A evidência que apóia a<br />

existência deste fluxo é escassa, mas o que faz<br />

este chuveiro interessante é que as<br />

observações disponíveis parecem<br />

razoavelmente apontar para um chuveiro de<br />

pequena duração. O maior apoio para este<br />

fluxo apareceu durante 1969 na sessão de<br />

Zdenek Sekanina do Projeto de Rádio Meteoro.<br />

Um total de 32 meteoros foi descoberto durante<br />

13 a 17 de janeiro de um radiante médio a<br />

RA=245.9 graus, DECL=+62.4 graus.<br />

Em 1864 nascia Wilhelm Wien (morreu<br />

em 30/08/1928). Físico alemão que recebeu o<br />

Nobel para Físicas em 1911 pela lei do<br />

deslocamento relativo à radiação emitido pelo<br />

blackbody (corpo negro) perfeitamente eficiente<br />

(uma superfície absorve toda a energia<br />

radiante que se incide sobre ele). Enquanto<br />

estudava fluxos de gás ionizado em 1898,<br />

Wien identificou uma partícula positiva igual em<br />

massa a do átomo de hidrogênio. Com este<br />

trabalho, ele fundamentou a espectroscopia de<br />

massa. J J Thomson refinou o aparato de Wien<br />

e administrou experiências adicionais em 1913,<br />

depois do trabalho de E. Rutherford em 1919,<br />

foi aceita a partícula de Wien nomeada <strong>com</strong>o<br />

próton. Wien também fez contribuições<br />

importantes ao estudo de raios de cátodo, e<br />

outros importantes trabalhos.<br />

Em 1845 nascia François Félix<br />

Tisserand (morreu em 20/10/1896). Astrônomo<br />

francês ficou conhecido por seu livro de ensino<br />

Traité de mécanique céleste, 4 vol. (1889-96; "<br />

Tratado de Mecânicas Celeste"). Este trabalho,<br />

uma atualização do trabalho de Pierre- Simon<br />

Laplace no mesmo assunto, ainda é usado<br />

<strong>com</strong>o um sourcebook por autores que<br />

escrevem sobre mecânicas celestes. Com 28<br />

de idade, ele foi nomeado Diretor do<br />

Observatório de Toulouse (1873-78). Em 1874,<br />

Tisserand foi ao Japão para observar o trânsito<br />

de Vênus pelo Sol. Em 1875, ele instalou um<br />

telescópio de 83 cm no Observatório de<br />

Toulouse, mas a base de madeira não era<br />

suficientemente estável, mas Tisserand pôde<br />

usar o instrumento para observação dos<br />

satélites de Júpiter e de Saturno.<br />

Em 1978, a NASA selecionou suas<br />

primeiras astronautas norte-americanas<br />

mulheres.<br />

Em 1610, Galileu Galilei descobria a<br />

lua Calisto, o quarto satélite de Júpiter. Galileu<br />

chamou originalmente as luas de Júpiter de "<br />

pla<strong>net</strong>as de Medicean", em homenagem a<br />

família florentina dos Medici e se referiu a elas<br />

numericamente <strong>com</strong>o as luas individual I, II, III<br />

e IV. Esse sistema de nomenclatura seria<br />

usado durante um par de séculos. Em meados<br />

de 1800 os nomes das luas Galileanas Io,<br />

Europa, Ganymede e Callisto, seria adotado<br />

oficialmente. É sabido agora que Callisto é<br />

maior que o pla<strong>net</strong>a Mercúrio, é <strong>com</strong>posta<br />

principalmente de água e gelo de água <strong>com</strong><br />

quantidades grandes de gelo expostas na<br />

superfície.<br />

14 Janeiro, quarta-feira<br />

Marte Oculta a estrela TYC 0025-<br />

00636 (mag 8.7).<br />

As 2:8 TU a Lua passa a 0.9 graus da<br />

estrela SAO 138917 PORRIMA (GAMMA<br />

VIRGINI, (mag 2.9).<br />

A Lua passa a 0.93 graus a sul de<br />

Urano as 21:45 h (GMT -3).<br />

Hoje <strong>com</strong>eça um bom período para<br />

observação da luz cinzenta em Vênus.<br />

Informações de <strong>com</strong>o observar o brilhante<br />

Vênus se encontra no website Terra de Ishtar<br />

em: www.astroseti.hpg.ig.<strong>com</strong>.br/luzcinz.htm<br />

Chuveiro de Meteoros CANÍDEOS<br />

(Canids) <strong>com</strong> duração de 13 a 30 de janeiro e<br />

máximo estendido num período de 14 a 25 de<br />

janeiro Nenhuma observação visual<br />

convincente foi registrada deste radiante e a<br />

prova de sua existência vem puramente das<br />

duas pesquisas de meteoro de rádio<br />

administradas por Zdenek Sekanina durante os<br />

anos sessenta. Considerando que estas<br />

pesquisas podem descobrir meteoros abaixo<br />

da visibilidade a olho nu, observações futuras<br />

provavelmente serão novamente através de<br />

sistemas sensíveis de rádio e radar, embora<br />

observadores que usam binóculos ou<br />

telescópios poderiam ver alguns. As pesquisas<br />

das sessões de Sekanina no Projeto de Rádio<br />

Meteoros indicam que este fluxo é ativo de 13 a<br />

30 de janeiro. Provavelmente o radiante médio<br />

agora esteja em RA=113.4 graus,<br />

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004


EFEMÉRIDES<br />

DECL=+12.6 graus, enquanto seu movimento<br />

diário é +0.97 graus em RA e -0.35 graus em<br />

DECL.<br />

Pelo velho calendário romano instituído<br />

por Julius Caesar em 46 A.C., hoje <strong>com</strong>eça o<br />

ano 2757. Como o calendário de César não<br />

fosse bastante certo, em 1582 o Papa Gregory<br />

modificou o Calendário Juliano e passou a ser<br />

conhecido <strong>com</strong>o o Calendário Gregoriano,<br />

sendo o atual calendário usado pela maioria<br />

das nações. Alguns ainda consideram o<br />

sistema do calendário atual incorreto e<br />

continuam propondo reformas. Veja, por<br />

exemplo: http://personal.ecu.edu/mccartyr/<br />

calendar-reform.html.<br />

Em 1943 nascia Shannon Lucid.<br />

Bioquímica e astronauta americana que ficou a<br />

bordo plataforma espacial russa Mir em 1996<br />

por 188 dias. Em 1976, quando NASA<br />

anunciou que <strong>com</strong>eçaria a aceitar mulheres no<br />

programa espacial, Lucid imediatamente se<br />

candidatou. Seu primeiro vôo em lançadeira<br />

aconteceu em Junho de 1985 na Discovery,<br />

seguida pelo Atlantis em outubro de 1989 e<br />

agosto de 1991, onde ela administrou uma<br />

variedade de experiências biomédicas. Em<br />

outubro de 1993, ela se tornou a primeira<br />

mulher a viajar ao espaço em quatro ocasiões<br />

separadas na Columbia e marca um recorde<br />

durante o tempo de vôo total acumulado por<br />

um astronauta mulher em lançadeira (838<br />

horas, 54 minutos). Na Mir, ela executou<br />

experiências, principalmente nos efeitos de<br />

longterm de vôo espacial no corpo humano.<br />

Em 1966 morria Sergey Pavlovich<br />

Korolev (nasceu em 12/01/1907). Desenhista<br />

soviético de projéteis dirigidos, foguetes, e<br />

astronave. Ele foi a favor um dos fundadores<br />

de Grupo de Moscou do Estudo de Movimento<br />

de Reactive. Em 1933, ele participou no<br />

primeiro lançamento da União soviética de um<br />

foguete <strong>com</strong> propulsor líquido. Como ele não<br />

era membro do Partido Comunista, passou<br />

grande parte de sua vida em prisão domiciliar.<br />

Depois de demonstrar sua perícia na<br />

modificação de capturaram dos foguetes V2,<br />

Korolev dirigiu o desenho e testes, construção,<br />

e lançando da astronave Vostok, e a maioria<br />

dos outros projetos da antiga U.S.S.R. Ao redor<br />

1958, após muito debate sobre a substituição<br />

dos satélites de reconhecimento militar pelos<br />

vôos tripulados, Korolev conseguiu que fosse<br />

aprovado o projeto da Vostok contanto o<br />

veículo de lançamento também pudesse ser útil<br />

ao exército.<br />

Em 1905 morria Ernst Abbe (nascido<br />

em 23/01/ 1840). Físico alemão que fez<br />

inovações teóricas e técnicas na concepção<br />

óptica. Ele melhorou o desenho do<br />

microscópio, <strong>com</strong>o o uso de uma lente<br />

condensadora para prover iluminação forte e<br />

plana (1870). Sua fórmula óptica aplicada a<br />

uma lente forma uma imagem afiada, livre de<br />

distorção. Ele inventou o refractometer de Abbe<br />

para determinar o índice refrativo de<br />

substâncias. Em 1866, ele se uniu a Carl Zeiss<br />

em trabalhos ópticos, depois se tornou sócio da<br />

<strong>com</strong>panhia, e <strong>com</strong> a morte de Zeiss, em 1888<br />

se torna dono da <strong>com</strong>panhia.<br />

Concorrentemente, ele foi designado professor<br />

ao Univ. de Jena em 1870 e diretor de seus<br />

observatórios astronômicos e meteorológicos<br />

em 1878.<br />

Em 1742 morria Edmond Halley<br />

(nascido em 8/12/1656). Astrônomo e<br />

matemático inglês nascido em Londres é<br />

conhecido melhor por seu trabalho de 1682 em<br />

reconhecer, calcular a órbita e prever seu<br />

reaparecimento de um luminoso <strong>com</strong>eta que<br />

posteriormente recebeu o seu nome, o Cometa<br />

Halley. Ele não chegou a ver suas previsões se<br />

confirmarem pois morreu pouco antes da data<br />

prevista do reaparecimento do <strong>com</strong>eta. Halley<br />

se tornou um membro influente da Sociedade<br />

Real e amigo de Newton, a publicação do<br />

Philosophiae Naturalis Mathematica de<br />

Principia de Newton foi devida em grande parte<br />

devido a Halley. Ele se tornou o professor de<br />

geometria em Oxford e posteriormente foi<br />

designado Astrônomo Royal. Ele percebeu que<br />

as nebulosas eram nuvens de gás luminoso<br />

entre as estrelas, e que a aurora era um<br />

fenômeno conectado <strong>com</strong> o mag<strong>net</strong>ismo da<br />

terra.<br />

15 Janeiro, quinta-feira<br />

A Lua de Quarto Minguante ou Último<br />

Quarto acontece a 01:46 h (GMT -3). Esse é<br />

um bom momento para pegar seu instrumento<br />

e observar o terminador da Lua <strong>com</strong> suas<br />

magníficas crateras e demais acidentes<br />

topográficos da bela Luna.<br />

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 31


32<br />

EFEMÉRIDES<br />

O asteróide 2001 BE10 passa a 0.060<br />

UA da Terra.<br />

O Asteróide 2000 CH59 passa a 0.200<br />

UA da Terra.<br />

Vênus (mag -4) passa entre 0.87° a 0.9<br />

graus de Urano (mag +5.9) a 7 TU. Essa é uma<br />

rara oportunidade tanto para observar ambos<br />

os pla<strong>net</strong>a no mesmo campo de visão através<br />

de instrumentos e obtenção de um excepcional<br />

registro fotográfico. Atente para o fato que<br />

ambos os pla<strong>net</strong>as se põe em torno das 21<br />

horas (GMT -2 horário de verão).<br />

Em 1976 era lançado o orbitador solar<br />

Helios 2.<br />

Em 1815 nascia Warren De la Rue<br />

(morreu em 19/04/1889). Pioneiro inglês em<br />

fotografia astronômica, o método pelo qual são<br />

feitas quase todas as observações<br />

astronômicas modernas.<br />

Em 1948 morria Henri-Alexandre<br />

Deslandres (nascido em 24/07/1853). Físico e<br />

astrofísico francês que em 1894 inventou um<br />

spectroheliograph, um instrumento que<br />

fotografa o Sol em luz monocromática.<br />

Aproximadamente um ano antes George E.<br />

Hale havia tinha inventado um<br />

spectroheliograph independentemente nos<br />

Estados Unidos.) De 1886 a 1891 ele estudou<br />

os espectros da radiação emitidos por<br />

moléculas. Se juntando ao Observatório de<br />

Paris em 1889, ele se voltou para a astrofísica<br />

e estuda primeiro os espectros moleculares e<br />

então os espectros de pla<strong>net</strong>as, o Sol, e outras<br />

estrelas.<br />

Em 1969 acontecia o primeiro docking ,<br />

a ancoragem de duas astronaves tripuladas<br />

entre as naves soviética Soyuz 4 e Soyuz 5. A<br />

astronave formou a "primeira plataforma<br />

espacial " do mundo <strong>com</strong> uma tripulação de<br />

quatro cosmonautas. Elas permaneceram<br />

ligadas durante quatro horas e meia - três<br />

órbitas da Terra. Durante aquele tempo, dois<br />

cosmonautas ' fizeram uma caminhada<br />

espacial da Soyuz 4 para a Soyuz 5, se<br />

tornando os primeiros spacefarers a voltar para<br />

a Terra em uma astronave diferente da qual<br />

eles foram ao espaço. As manobras de docking<br />

haviam sido antes treinadas por duas vezes -<br />

em 1967 e 1968 entre naves Soyuz sob<br />

controle <strong>com</strong>pletamente automático.<br />

16 Janeiro, sexta-feira<br />

O asteróide 1996 AE2 passa a 0.146<br />

UA da Terra.<br />

Chuveiro de Meteoros BOOTIDEOS<br />

DE JANEIRO JBO - (January Bootids) <strong>com</strong><br />

duração de 9 a 18 de janeiro. Este chuveiro de<br />

duração bastante pequena alcança máximo ao<br />

redor de 16 a 18 de janeiro, de um radiante<br />

médio a RA=226 graus, DECL=+44 graus. A<br />

evidência mais forte para a existência deste<br />

chuveiro de meteoro de pequena duração foi<br />

obtida por Zdenek Sekanina em 1969, durante<br />

a segunda sessão do Projeto de Meteoro de<br />

Rádio. A órbita estava baseada em 15<br />

meteoros e é notavelmente semelhante à<br />

classe dos asteróides do grupo Aten, ou corpos<br />

<strong>com</strong> eixo semimaior a menos de 1 AU de<br />

distância de nós. Ao mesmo tempo a duração<br />

pequena do chuveiro poderia indicar que o<br />

fluxo é bastante jovem, de forma que o objeto<br />

de origem desses meteoros ainda pode estar<br />

se mudando para essa órbita ou uma órbita<br />

semelhante.<br />

Chuveiro de Meteoros ETA<br />

CRATERÍDEOS (Eta Craterids). Este fraco<br />

chuveiro é visível durante o período de 11 a 22<br />

de janeiro e sua atividade de máximo acontece<br />

ao redor de 16-17 de janeiro quando o radiante<br />

médio está a RA=176 graus, DECL=-17 graus.<br />

O chuveiro consiste em meteoros geralmente<br />

rápidos, <strong>com</strong> raias. A magnitude média<br />

provavelmente não está acima de 4 e pode ser<br />

melhor visto do Hemisfério Meridional. A<br />

conclusão obtida de vários estudos<br />

relacionados a existência deste fluxo foi que<br />

este radiante possui uma baixa taxa de hora<br />

em hora (dificilmente acima da taxa para<br />

meteoros esporádicos) e pode ser de natureza<br />

irregular ou periódica, em vez de um chuveiro<br />

anual. O fluxo é quase destituído de meteoros<br />

luminosos <strong>com</strong> uma magnitude média não<br />

maior que 4. Para observadores do Hemisfério<br />

Norte localizado próximo as latitudes<br />

equatoriais, aqueles que podem, verão os<br />

meteoros ficarem visíveis provavelmente a<br />

todas as horas quando o radiante está acima<br />

do horizonte. O radiante alcança o meridiano<br />

aproximadamente às 4 da manhã (hora local),<br />

sendo que a altitude para observadores de<br />

Hemisfério mais ao norte nunca excede 35<br />

graus. Portanto, este será um bom chuveiro a<br />

ser valorizado pelos observadores do<br />

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004


EFEMÉRIDES<br />

Hemisfério Sul a fim de colher melhores dados<br />

sobre esse radiante e assim colaborar para<br />

melhor <strong>com</strong>provação e fornecer subsídios mais<br />

efetivos sobre os Eta Craterids.<br />

Em 1730 nascia Jean-Baptiste-<br />

Gaspard Bochart de Saron (morreu em<br />

20/04/1794). Advogado e cientista naturalista<br />

francês que se tornaram especialmente<br />

conhecido pelos seus avanços em astronomia.<br />

Ele era um protetor das ciências e financia a<br />

publicação da Teoria do Movimento de Laplace<br />

e Figura Elíptica dos Pla<strong>net</strong>as (1784), e<br />

desenvolvendo um das maiores e melhores<br />

coleções da Europa de telescópios e outros<br />

instrumentos astronômicos para seu próprio<br />

uso dele e uso de seus amigos de ciências. Os<br />

próprios estudos de Bochart incluíram cálculo<br />

das órbitas de <strong>com</strong>etas e o uso de seus dados<br />

contribuiu para elaborar os cálculos de <strong>com</strong>etas<br />

de longo período se Charles Messier. A suas<br />

atividades políticas fez <strong>com</strong> que ele fosse<br />

conduzido a guilhotina durante a Revolução<br />

francesa.<br />

Em 1991, astrônomos informam a<br />

descoberta de duas estrelas extremamente<br />

grandes e quentes pelo Telescópio Espacial<br />

Hubble.<br />

Em 1978, a NASA nomeia 35<br />

candidatos para voar na nave espacial,<br />

inclusive Sally K. Ride que se tornou a primeira<br />

mulher da América no espaço e Guion S.<br />

Bluford Jr., que se tornou o primeiro astronauta<br />

negro da América no espaço. Em 1973, o<br />

Lunakhod 2 de URSS <strong>com</strong>eça a exploração por<br />

rádio controle da Lua. Ancorando primeiro em<br />

espaço Em 1969, duas astronaves soviéticas<br />

da série Soyuz tripuladas (Soyuz 4 e Soyuz 5)<br />

foram os primeiros veículos a acoplarem no<br />

espaço e trocar tripulantes.<br />

Em 1909, o explorador britânico Ernest<br />

Shackleton encontrou o Pólo Magnético Sul da<br />

Terra.<br />

17 Janeiro, sábado<br />

Mercúrio em Máxima Elongação a 24<br />

graus a Oeste do Sol as 06:17 h (GMT -3).<br />

Mercúrio (mag. 0.2) visível no baixo sudeste a<br />

aproximadamente 45 minutos antes do<br />

amanhecer.<br />

Vênus oculta a estrela PPM 240224<br />

(mag 9.6).<br />

O Cometa C/2002 T5 em sua máxima<br />

aproximação da Terra a 3.121 UA.<br />

Chuveiro de Meteoros DELTA CANCRIDEOS -<br />

DCA (Delta Cancrids) <strong>com</strong> duração de 14 de<br />

dezembro de 14 de fevereiro e máximo em 17<br />

de janeiro ao redor de um radiante médio em<br />

A=128 graus, DECL=+20 graus.. Este chuveiro<br />

exibe uma duração tipicamente longa que é<br />

uma característica principal dos fluxos de<br />

eclíptica. Um centro secundário pode estar a<br />

aproximadamente 5° para o sul <strong>com</strong> um<br />

máximo muito fraco que acontece de 19 de<br />

janeiro ao redor de um radiante médio a<br />

RA=133 graus, DECL=+14 graus. O movimento<br />

diário do fluxo Delta Cancrideos (Delta<br />

Cancrids) é +1.0 graus em RA e -0.2 graus em<br />

DECL. A filial do norte é o filamento mais forte<br />

deste chuveiro. A pesquisa mais <strong>com</strong>pleta<br />

desta filial foi obtida de 1968 a 1969, em<br />

sessão do Projeto de Rádio Meteoro. A órbita<br />

obtida por Zdenek Sekanina foi baseada em 37<br />

meteoros. A filial meridional é certamente fraca<br />

e está baseado em uma pesquisa de rádio<br />

meteoro do hemisfério meridional em 1961 e<br />

um punhado de meteoros fotográficos<br />

descobertos durante o início da década de<br />

1950.<br />

Em 1997 a sonda automática Galileo<br />

captava as primeiras imagens da lua Europa de<br />

Júpiter.<br />

Em 1997 morria Clyde W. Tombaugh<br />

(nascido em 4/02/1906). Astrônomo americano<br />

que descobriu o pla<strong>net</strong>a o Plutão em 1930, o<br />

único pla<strong>net</strong>a descobriu no século XX, depois<br />

que uma sistemática procura instigada pelas<br />

predições de outros astrônomos. Tombaugh<br />

tinha 24 anos de idade quando ele fez esta<br />

descoberta no Observatório de Lowell em<br />

Flagstaff, Arizona. Ele também descobriu vários<br />

agrupamentos de estrelas e galáxias, estudou<br />

a distribuição aparente de nebulosas<br />

extragaláctica, e fez observações das<br />

superfícies de Marte, Vênus, Júpiter, Saturno, e<br />

a Lua. Filho de fazendeiros pobres, seu<br />

primeiro telescópio foi feito de partes de sucata<br />

de equipamento agrícolas.<br />

Em 1938 morria William Henry<br />

Pickering (nascido em 15/02/1858). Astrônomo<br />

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 33


34<br />

EFEMÉRIDES<br />

americano que descobriu Phoebe, a nona lua<br />

de Saturno em 1899. Este foi o primeiro satélite<br />

pla<strong>net</strong>ário <strong>com</strong> movimento retrógrado a ser<br />

descoberto, i.e., <strong>com</strong> movimento orbital no<br />

sentido oposto ao dos pla<strong>net</strong>as. Ele montou<br />

várias estações de observação para Harvard.<br />

Realizou extensas observações de Marte e<br />

reivindicou, <strong>com</strong>o Lowell, que ele avistara<br />

sinais de vida no pla<strong>net</strong>a observando o que ele<br />

achou ser oásis em 1892. Porém, ele foi mais<br />

adiante que Lowell quando em 1903 ele disse<br />

ter observado sinais de vida na Lua.<br />

18 Janeiro, domingo<br />

Vênus oculta a estrela TYC 5807-<br />

01427-1 (mag 8.6).<br />

O Asteróide 2212 Hephaistos passa a<br />

0.033 UA da Terra.<br />

A Lua passa a 0.4 de separação da<br />

estrela SAO 184382 RHO OPHIUCHI (mag 4.8)<br />

as 6:1 h TU.<br />

A Lua perto de Antares a 10h UT (céu<br />

matutino). Ao amanhecer de amanhã a Lua<br />

estará em conjunção <strong>com</strong> a Estrela Antares da<br />

constelação do Escorpião.<br />

O Cometa 2P Encke (mag entre 8 e<br />

9.2) localiza-se na constelação do Sagitário AR<br />

18h 47m 35.6s e Declinação -27° 54' 42"e<br />

Elongation: 18.7°. O <strong>com</strong>eta nasce em torno<br />

das 04:12 hora e se põe em torno das 17h 54m<br />

27s. e o Sol nasce em torno das 05:40 h. Esse<br />

é um pequeno desafio para tentar localizar o<br />

<strong>com</strong>eta de menor período orbital.<br />

Em 1969, pulsares foram identificados<br />

pela primeira vez por Astrônomos da<br />

Universidade do Arizona.<br />

19 Janeiro, segunda-feira<br />

Ao amanhecer de amanhã acontece<br />

uma conjunção da Lua <strong>com</strong> o pla<strong>net</strong>a Mercúrio.<br />

Mercúrio oculta a estrela TYC 6277-01052-1<br />

(mag 9.4).<br />

Mercúrio (mag -0.2) e a Lua a 8.8 graus<br />

de separação as 7.4h TU.<br />

O Cometa C/2003 L2 (LINEAR) em<br />

Periélio a 2.865 UA do Sol.<br />

A Lua em Perigeu (mais íntimo a Terra)<br />

a 19h UT., a distância de 362,770 km e<br />

tamanho angular de 32.9 '.<br />

A Lua passa a 11.49 graus a sul de<br />

Plutão as 2:16 h (GMT -3). Plutão é o último<br />

dos pla<strong>net</strong>as descoberto e o nono em distância<br />

do Sol. Ainda depois da descoberta de Netuno,<br />

irregularidades minúsculas existiram no<br />

movimento observado de Urano e Netuno.<br />

Lowell predisse a existência de Plutão através<br />

de cálculo. O pla<strong>net</strong>a foi descoberto de fato 16<br />

anos depois da morte de Lowell, por Clyde<br />

Tombaugh em 1930, mas há vários graus de<br />

arco da posição predita. Porém, o pequeno<br />

tamanho de Plutão - menos que o diâmetro de<br />

nossa Lua - não parece resolver todas as<br />

irregularidades observadas do movimento dos<br />

pla<strong>net</strong>as exteriores. Plutão é um corpo sólido<br />

que provavelmente é coberto de gelo - metano<br />

sólido, amônio e dióxido de carbono.<br />

Realmente é um lugar frio <strong>com</strong><br />

aproximadamente -220°C, mas a luz do Sol<br />

ainda lustra 1500 vezes mais luminosa que<br />

nossa lua cheia iluminando a Terra. A órbita<br />

fortemente elíptica do pequeno pla<strong>net</strong>a põe<br />

Plutão ao redor do tempo de periélio dentro da<br />

órbita de Netuno. Plutão esteve em periélio em<br />

1989 e foi o oitavo pla<strong>net</strong>a mais distante até<br />

1999. Em 1978 foi descoberto um satélite de<br />

Plutão: Charon cujo diâmetro mede mais que a<br />

metade de Plutão. O Telescópio Espacial<br />

Hubble produziu um mapa do albedo da<br />

superfície do pla<strong>net</strong>a. Não é possível para<br />

telescópio amador até de maior abertura ver<br />

Plutão <strong>com</strong>o um disco brilhante, porque ele<br />

brilha <strong>com</strong>o uma mancha escura de luz a<br />

aproximadamente 14 de magnitude.<br />

Trânsito da lua Europa (mag 6.1) sobre<br />

o disco iluminado de Júpiter <strong>com</strong> início as<br />

2h09.9m TU. A passagem da sombra termina<br />

as 3h05.1m TU. E o final do trânsito termina as<br />

4h58.7m TU.<br />

A Via-Láctea está posicionada melhor<br />

para observação no hemisfério sul às 2.9 h TU.<br />

Em 1851 nascia Jacobus Cornelius<br />

Kapteyn (morreu em 18/06/1922). Astrônomo<br />

holandês que usava fotografia e métodos<br />

estatísticos para determinar os movimentos e<br />

distribuição das estrelas no espaço. Seus<br />

trabalhos foi o primeiro maior passo após os<br />

trabalhos de William e John Herschel. Ele<br />

tentou resolver as perguntas de densidade<br />

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004


EFEMÉRIDES<br />

espacial de estrelas <strong>com</strong>o uma função de<br />

distância do Sol, e sua distribuição de acordo<br />

<strong>com</strong> brilho por volume de unidade. Alguns de<br />

seus resultados tiveram valor duradouro, mas<br />

alguns foram superficiais porque ele não<br />

respondia pela absorção interestelar. Em<br />

estudos que usam movimento formal para<br />

determinar as distâncias estelares, ele<br />

descobriu que os movimentos estelares não<br />

são fortuitos (1904) <strong>com</strong>o era anteriormente<br />

pensando. Ele introduziu o conceito de<br />

magnitude absoluta e cores indexadas <strong>com</strong>o<br />

conceitos padronizados.<br />

Em 1747 nascia Johann Elert Bode<br />

(morreu em 23/12/1826. Astrônomo alemão<br />

melhor conhecido pela popularização de<br />

chamada Lei de Bode. Em 1766, o <strong>com</strong>patriota<br />

dele Johann Titius tinha descoberto uma<br />

relação matemática curiosa da distancia dos<br />

pla<strong>net</strong>as em relação ao Sol. Se somados 4 a<br />

cada número na série 0, 3, 6, 12, 24,... e as<br />

respostas divididas por 10, a sucessão<br />

resultante dá as distâncias dos pla<strong>net</strong>as em<br />

unidades astronômicas (terra = 1). Também<br />

conhecido <strong>com</strong>o a Lei Titius-Bode. Esse<br />

modelo entrou em desuso após a descoberta<br />

de Netuno que não se enquadrava nesse<br />

modelo e nem o pla<strong>net</strong>a Plutão. Bode foi diretor<br />

do Observatório de Berlim onde ele publicou<br />

Uranographia (1801), um das primeiras<br />

tentativas prósperas a traçar todas as estrelas<br />

visível a olho nu sem qualquer interpretação<br />

artística das figuras das constelações.<br />

20 Janeiro, terça-feira<br />

Conjunção de Mercúrio <strong>com</strong> a Lua. A<br />

bela Lua passa a 4.75 graus a sul de Mercúrio<br />

a 00:15 h (GMT -3).<br />

Mercúrio oculta a estrela TYC 6278-<br />

00447-1 (mag 10.0).<br />

A lua Io (mag 5.5) é eclipsada por<br />

Júpiter as 4h12.7m. Io reaparece da ocultação<br />

a 7h25.6m TU.<br />

O Sol entra na constelação de Aquário<br />

as 18h TU.<br />

Chuveiro de Meteoros ALFA<br />

HYDRIDEOS (Alpha Hidrids) <strong>com</strong> duração de<br />

15 a 30 de janeiro e máximo em 20/21 de<br />

janeiro. As taxas prevista são de 2 a 5<br />

meteoros por hora de um radiante de RA=140<br />

graus, DECL = -9 graus. Aparentemente este<br />

chuveiro apresenta dois fluxos. Segundo os<br />

dados obtidos por Gary W. Kronk, o primeiro<br />

radiante, <strong>com</strong>posto de 4 meteoros de rádio e 2<br />

meteoros fotográficos, é aparentemente<br />

responsável pela atividade visual. A duração<br />

vai de10 a 28 de janeiro. A passagem nodal<br />

acontece em 17 de janeiro, <strong>com</strong> o radiante<br />

estando então a RA=135.9 graus, DECL=-10.0<br />

graus. O movimento diário radiante é +0.98<br />

graus em RA e -0.57 graus em Decl.. O outro<br />

fluxo é <strong>com</strong>posto de 15 meteoros de rádio e é<br />

ativo de 11 a 30 de janeiro. A passagem de<br />

nodal acontece em 21 de janeiro de RA=149.0<br />

graus, DECL=-9.1 graus. O movimento diário é<br />

+0.88 graus em RA e -0.51 graus em DECL.<br />

Como os dados de radar cobriram<br />

adequadamente o período de 20 a 2 5 de<br />

janeiro, é possível que os máximos de ambos<br />

os fluxos podem acontecer depois das datas<br />

indicadas das passagens nodais.<br />

Em 1930 nascia Edwin Eugene Aldrin,<br />

Jr. Astronauta americano que marcou um<br />

recorde de atividade de extraveicular e foi o<br />

segundo homem a colocar os pé na Lua na<br />

missão Apollo 11.<br />

Em 1969, astrônomos na Universidade<br />

de Arizona estabeleceram a primeira<br />

identificação óptica de um pulsar.<br />

Em 1633, Galileu, <strong>com</strong> a idade 68<br />

anos, deixa sua casa em Florença, Itália, para<br />

enfrentar a Inquisição em Roma. Em 22 de<br />

Junho de 1633, sob as ameaças e<br />

interrogatório da Inquisição, publicamente<br />

Galileu aparentemente renunciou sua<br />

convicção de que a Terra girava ao redor do<br />

Sol.<br />

21 Janeiro, quarta-feira<br />

Pelo Calendário Persa hoje é o<br />

Primeiro dia do Bahman, o 11° mês do ano<br />

1382.<br />

A Lua Nova acontece as 18:15 h (GMT<br />

-3, <strong>com</strong>eçando a Lunação 1003.<br />

O Asteróide 2002 AL14 passa a 0.156 UA da<br />

Terra. A obra da lua Io (mag 5.5) inicia sua<br />

passagem sobre o disco de Júpiter a 1h32.5m<br />

TU. O Trânsito de Io <strong>com</strong>eça as 2h27.9m. O<br />

final da sombra termina as 3h48.8m e o<br />

Trânsito termina as 4h42.7m TU.<br />

Para quem reside nas latitudes meionorte<br />

pode observar de uma localização<br />

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 35


36<br />

EFEMÉRIDES<br />

escura a luz zodiacal ao término do crepúsculo<br />

astronômico, cerca de 1 1/2 a 1 3/4 horas<br />

depois do pôr-do-sol. A forma piramidal pode<br />

ser facilmente confundida <strong>com</strong> o brilho do<br />

crepúsculo, assim confira o tempo<br />

cuidadosamente para se assegurar que o<br />

crepúsculo terminou. A luz zodiacal segue ao<br />

longo do zodíaco (conseqüentemente o nome)<br />

que atualmente está subindo fora do horizonte<br />

oeste-sudoeste. O fenômeno é criado pela luz<br />

solar refletida na poeira localizada dentro do<br />

plano do nosso Sistema Solar.<br />

Chuveiro de Meteoros ETA CARINÍDEOS (Eta<br />

Carinids). A duração deste chuveiro de meteoro<br />

estende-se de 14 a 27 de janeiro, <strong>com</strong> Máximo<br />

parecendo acontecer a 20/21 de janeiro ao<br />

redor de RA=160 graus, DECL=-59 graus, e<br />

<strong>com</strong> ZHRs de 2 a 3 meteoros.<br />

Em 1908 nascia Bengt (o Georg<br />

Daniel) Strömgren (morreu em 4/7/1987.<br />

Astrofísico dinamarquês que abriu caminho<br />

para o conhecimento atual das nuvens de gás<br />

no espaço. Pesquisando para sua teoria da<br />

ionização do gás das nebulosas ao redor de<br />

estrelas quentes, ele achou relações entre a<br />

densidade de gás, a luminosidade da estrela, e<br />

o tamanho da " esfera " de Strömgren de<br />

hidrogênio ionizado ao redor delas. Ele<br />

inspecionou as regiões de H II na Galáxia, e<br />

também fez importante trabalho em relação as<br />

atmosferas estelares e ionização em estrelas.<br />

Em 1892 morria John Couch Adams<br />

(nascido em 5/6/1819). Matemático e<br />

astrônomo britânico, foi um dos dois estudiosos<br />

que independentemente descobriram o pla<strong>net</strong>a<br />

Netuno. Em 3 de julho de 1841, Adams havia<br />

anotado em seu diário: "Formed a design in the<br />

beginning of this week of investigating, as soon<br />

as possible after taking my degree, the<br />

irregularities in the motion of Uranus ... in order<br />

to find out whether they may be attributed to the<br />

action of an undiscovered pla<strong>net</strong> beyond it." "<br />

Adams fez muitas outras contribuições a<br />

astronomia, notavelmente seus estudos sobre<br />

o chuveiro de meteoros Leonideos (1866) onde<br />

ele mostrou que a órbita desse chuveiro era<br />

bem parecida <strong>com</strong> a de um <strong>com</strong>eta. Assim<br />

Adams pôde concluir corretamente que<br />

chuveiro de meteoro era associado <strong>com</strong> o<br />

<strong>com</strong>eta. Adams considerou o movimento da<br />

Lua, e estudou o mag<strong>net</strong>ismo terrestre.<br />

Em 1979, Netuno se tornou o pla<strong>net</strong>a<br />

mais externo do Sistema Solar , <strong>com</strong>o Plutão<br />

tem uma órbita altamente elíptica ela o leva por<br />

algum tempo para mais íntimo do Sol que a<br />

órbita de Netuno.<br />

Em 1472, o Grande <strong>com</strong>eta visível a<br />

luz do dia de 1472 passou dentro de 10.5<br />

milhões de km da Terra.<br />

22 Janeiro, quinta-feira<br />

Pelo Calendário Civil Indiano, hoje é o<br />

primeiro dia do Magha, o 11° Mês do ano de<br />

1925.<br />

O Cometa 40P Vaisala em Periélio em<br />

r=1.796AU delta=1.550AU mag=14.1m<br />

elon=87.3 graus, a 1.796 UA do Sol. A Lua em<br />

Libração Norte as 23h26.5m TU. O Pólo Norte<br />

da Lua é melgor visto.<br />

A Lua em conjunção <strong>com</strong> Netuno<br />

passa a 5.17 graus a sul do pla<strong>net</strong>a as 10:25 h<br />

(GMT -3). Netuno foi descoberto por causa de<br />

irregularidades do movimento de Urano através<br />

de cálculos por Leverrier e Adams; e foi visto<br />

pela primeira vez ao telescópio em 23 de<br />

setembro de 1846. Quando visto ao telescópio<br />

amador eles se revela <strong>com</strong>o um pla<strong>net</strong>a escuro<br />

de disco azulado. Com magnitude 7.7 também<br />

é um objeto binocular. Não é possível ver<br />

detalhes de seu manto nebuloso da Terra.<br />

O Asteróide 1997 AC11 passa a 0.166<br />

UA da Terra.<br />

Trigésimo sexto aniversário (1968) da<br />

Apollo 5.<br />

Em 1992 a primeira astronauta<br />

canadense Roberta Bondar ia ao espaço.<br />

Em 1865 nascia Louis Paschen<br />

(morreu em 25/02/1947). Louis Carl Heinrich<br />

Friedrich Paschen foi um físico alemão que<br />

provavelmente foi o espectroscopita<br />

experimental mais hábil do seu tempo. Em<br />

1895, ele estudou o espectro do elemento<br />

terrestre então recentemente descoberto, o<br />

hélio. Em 1908, ele descobriu uma série nova<br />

de linhas no espectro do hidrogênio, conhecido<br />

<strong>com</strong>o a série de Paschen.<br />

Em 1592 nascia Pierre Gassendi<br />

(morreu em 24/10/1655). Cientista, matemático,<br />

e filósofo francês que reavivou o Epicureanism<br />

<strong>com</strong>o um substituto ao Aristotelianism. Kepler<br />

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004


EFEMÉRIDES<br />

tinha predito um trânsito de Mercúrio que<br />

aconteceria em 1631. Gassendi usou um<br />

telescópio Galileano para observar o trânsito,<br />

projetando a imagem do sol em uma tela de<br />

papel. Ele escreveu em astronomia, suas<br />

próprias observações astronômicas e em<br />

corpos cadentes.<br />

Em 1997, Lottie Williams americano era<br />

reportado <strong>com</strong>o o primeiro ser humano a ser<br />

golpeado por restos de um veículo espacial<br />

depois de reentrar na atmosfera da terra. Às 3<br />

da manhã, enquanto entrando em um parque<br />

em Tulsa, Oklahoma, ela viu um clarão sobre<br />

sua cabeça. " Se parecia <strong>com</strong> um meteoro, "<br />

ela disse. Minutos depois, ela foi atingida no<br />

ombro por um pedaço de seis polegadas de<br />

material metálico enegrecido. O es<strong>com</strong>bro que<br />

golpeou a Sra. Williams não foi examinado para<br />

confirmar sua origem, mas o foguete Delta II<br />

que sobe verticalmente, lançado nove meses<br />

antes, havia se chocado <strong>com</strong> a atmosfera da<br />

Terra meia hora mais cedo. Cientistas de<br />

NASA acreditam que Williams foi acertada por<br />

uma parte desse foguete e isso faz dela a<br />

única pessoa no mundo conhecida por ter sido<br />

atingida por es<strong>com</strong>bro espacial artificial.<br />

23 Janeiro, sexta-feira<br />

Pelo Calendário Hebreu <strong>com</strong>eça ao<br />

pôr-do-sol o primeiro dia do Shevat, quinto mês<br />

do ano 5764.<br />

Pelo Calendário Tabular Islâmico o<br />

primeiro dia Dhu al-Hijjah, 12° mês do ano de<br />

1424 <strong>com</strong>eça ao pôr-do-sol.<br />

A Lua em conjunção <strong>com</strong> Urano. A Lua<br />

passa a 4.47 gruas a sul de Urano as 17:46 h<br />

(GMT -3). Urano foi descoberto por William<br />

Herschel em 1781. O terceiro pla<strong>net</strong>a gasoso<br />

do Sistema Solar tem um diâmetro<br />

aproximadamente de metade o tamanho de<br />

Saturno, e tem tamanho semelhante ao de<br />

Netuno. O minúsculo disco esverdeado de<br />

Urano tem um brilho que o faz perceptível ao<br />

olho sem ajuda (mag 5.9) em excelentes<br />

condições de céu e longe da poluição luminosa<br />

das cidades. Telescópios até maiores<br />

normalmente não mostram distinção de<br />

detalhes de seu manto nebuloso, <strong>com</strong>o faixas<br />

ou redemoinhos.<br />

Em 1857 nascia Andrija Mohorovicic<br />

(morreu em 18/12/1936). O meteorologista e<br />

geofísico croata que descobriu o limite entre a<br />

crosta da Terra , um limite agora nomeado de<br />

Descontinuidade de Mohorovicic. Em 1901 ele<br />

foi designado chefe do serviço meteorológico<br />

da Croácia e Slavonia, gradualmente ele<br />

estendeu suas atividades do observatório para<br />

outros campos da geofísica: sismologia,<br />

geomag<strong>net</strong>ismo e gravitação. Depois do<br />

terremoto de 8 de outubro de 1909 em<br />

Pokuplje (Vale de Kupa), ele analisou o<br />

espalhamento das ondas sísmicas <strong>com</strong><br />

profundidades rasas pela Terra. Sendo o<br />

primeiro a estabelecer, em base de ondas<br />

sísmicas, uma superfície de descontinuidade<br />

da velocidade que separa a crosta da Terra do<br />

manto, agora conhecida <strong>com</strong>o a<br />

Descontinuidade de Mohorovicic.<br />

Em 1840 nascia Ernst Abbe (morreu<br />

em 14/01/1905). Físico alemão que fez<br />

inovações teóricas e técnicas na teoria óptica.<br />

Em 1719 nascia John Landen (morreu em<br />

15/01/1790). Matemático britânico que fez<br />

contribuições importantes em integrais<br />

elípticos. Landen inventou uma transformação<br />

importante, conhecido <strong>com</strong> seu nome e dá uma<br />

relação entre funções elípticas que expressam<br />

um arco hiperbólico em termos de duas<br />

elípticas. Ele também resolveu o problema do<br />

topo girando e explicou o erro de Newton<br />

calculando a precessão. Landen foi eleito<br />

Membro da Sociedade Real em 1766. Ele<br />

corrigiu o resultado de Stewart na distância de<br />

Sol-Terra (1771).<br />

Em 1810 morria Johann Wilhelm Ritter<br />

(nascido em 16/12/1776). Físico alemão que<br />

descobriu a região ultravioleta do espectro e<br />

assim ajudou a alarga a visão de homem além<br />

da região estreita de luz visível que cercar o<br />

espectro eletromagnético inteiro dos raios<br />

gama menores para as ondas de rádio mais<br />

longas.<br />

Em 1930, Clyde Tombaugh fotografou<br />

o pla<strong>net</strong>a Plutão.<br />

24 Janeiro, sábado<br />

Lua em Libração Máxima as 10h16.5m<br />

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 37<br />

TU.


38<br />

EFEMÉRIDES<br />

Vênus em conjunção <strong>com</strong> a Lua as 13:08 (GMT<br />

-3). A Lua passa a 2.39 graus a sul de Vênus<br />

as 18:45 h (GMT -3) a 38° do Sol.<br />

Chuveiro de Meteoros ALFA LEONÍDEOS<br />

(Alpha Leonids) <strong>com</strong> duração de 13 de janeiro<br />

a 13 de fevereiro e máximo acontecendo de 24<br />

a 31 de janeiro. A evidência mais forte para a<br />

existência deste fluxo vem das de sessões do<br />

Projeto de Rádio Meteoro realizada por Zdenek<br />

Sekanina durante os anos de 1960. A duração<br />

do fluxo definitivamente cobre o período de 13<br />

de janeiro a 13 de fevereiro, mas pode <strong>com</strong>eçar<br />

de fato já em 28 de dezembro. O Máximo<br />

acontece alguns dias durante a última semana<br />

de janeiro, <strong>com</strong> um radiante médio próximo a<br />

RA=156 graus e DECL=+9 graus.<br />

Provavelmente este fluxo é um bom exemplo<br />

de chuveiro telescópico, mas também existem<br />

evidências visuais <strong>com</strong> um máximo ZHR de até<br />

mesmo 10 meteoros por hora quando o<br />

radiante está no zênite. A baixa inclinação<br />

orbital do fluxo faz dele aparentemente um<br />

fluxo difícil de ser estabelecido.<br />

Em 1832 nascia Jan Harold Delos<br />

Babcock (morreu em 08/04/1968). Astrônomo<br />

americano que juntamente <strong>com</strong> seu filho,<br />

Horace, inventou o mag<strong>net</strong>ograph solar (1951),<br />

para observação detalhada do campo<br />

magnético do Sol. Os Babcocks mediram a<br />

distribuição dos campos magnéticos em cima<br />

da superfície solar <strong>com</strong> precisão sem<br />

precedente e mag<strong>net</strong>icamente descobriram<br />

estrelas variáveis <strong>com</strong> o mag<strong>net</strong>ograph deles.<br />

Em 1959 Harold Babcock anunciou que o Sol<br />

inverte sua polaridade magnética<br />

periodicamente. O estudo laboratorial preciso<br />

dos espectros atômicos de Babcock permitiu<br />

que outros identificassem as primeiras linhas<br />

"proibidas" no laboratório e descobrir o raro<br />

isótopo de oxigênio. Com C.E. St. John ele<br />

melhorou em muito a precisão dos<br />

<strong>com</strong>primentos de onda de umas 22,000 linhas<br />

do espectro solar e são referencias para<br />

recentemente determinações dos padrões.<br />

Em 1798 nascia Nascido Karl George<br />

Christian von Staudt (morreu em 01/06/1867).<br />

Matemático alemão que desenvolveu a<br />

primeira teoria <strong>com</strong>pleta de pontos imaginários,<br />

linhas, e planos da geometria projetiva. Seu<br />

trabalho inicial foi determinar a órbita de um<br />

<strong>com</strong>eta e, baseado neste trabalho, recebeu seu<br />

doutorado. Ele mostrou <strong>com</strong>o construir um<br />

polígono inscrito regular de 17 lados usando<br />

apenas bússolas. Entre outras coisas, ele<br />

também deu uma solução geométrica a<br />

equações quadráticas.<br />

Em 1915 morria Arthur von Auwers<br />

(nasceu em 12/09/1838). (Georg Friedrich<br />

Julius) o Arthur von Auwers foi astrônomo<br />

alemão conhecido pelos seus catálogos de<br />

estrela extremamente precisos. Ele também<br />

pesquisou a paralaxe solar e estelar, fez uma<br />

nova redução das observações de James<br />

Bradley e medidas das distâncias de estrelas.<br />

Auwers também observou estrelas duplas, e<br />

<strong>com</strong> precisão calculou as órbitas das estrelas<br />

duplas Sírius e Procyon.<br />

Em 1914 morria Sir David Gill (nascido<br />

em 12/06/1843). Astrônomo escocês conhecido<br />

pelas suas medidas de paralaxe solar e estelar<br />

e mostrar as distâncias do Sol e outras estrelas<br />

da Terra, e o uso de fotografia para traçado do<br />

céu. Para determinar a paralaxe, ele<br />

aperfeiçoou o uso do heliometer, um telescópio<br />

que usa uma imagem fendida para medir a<br />

separação angular dos corpos celestes.<br />

Em 1986, a sonda espacial Voyager II fez seu<br />

primeiro voar por Urano a uma distância de<br />

81,593 km do pla<strong>net</strong>a, realizando dezenas de<br />

fotografias, e descobrindo novas luas .<br />

Atualmente a Voyager está deixando o Sistema<br />

Solar.<br />

Em 1925, era feito um filme de um<br />

eclipse solar levado realizado de um dirigível<br />

em cima de Long Island, NY. Em 1544, um<br />

eclipse solar foi visto de Louvain e<br />

posteriormente foi descrito e usado na primeira<br />

ilustração de livro publicada sobre o uso da<br />

câmera obscura. O matemático holandês e<br />

astrônomo Reinerus Gemma-Frisius observou<br />

o eclipse solar usando um buraco em uma<br />

parede de um pavilhão para projetar a imagem<br />

do sol de cabeça para baixo sobre a parede<br />

oposta. Ele publicou a primeira ilustração de<br />

uma câmera escura e descreve seu método de<br />

observação do eclipse em De Radio<br />

Astronomica et Geometrica (1545. Vários<br />

astrônomos fizeram uso de tal dispositivo na<br />

primeira metade do século XVI. Johannes<br />

Kepler e Christopher Scheiner usaram câmera<br />

escura para estudar a atividade das manchas<br />

solares. A técnica já era conhecida por<br />

Aristóteles (Problems, ca 330 BC).<br />

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004


EFEMÉRIDES<br />

Em 1986 a sonda<br />

sobrevoava o pla<strong>net</strong>a Urano.<br />

Voyager II a Dorum Termier <strong>com</strong> dimensão de 90 x 3 km<br />

mas que só podem ser vistas através de<br />

telescópio <strong>com</strong> diâmetro mínimo de 200 mm.<br />

De fato para a observação telescópica nós<br />

25 Janeiro, domingo<br />

vemos no campo ocidental as crateras Peirce e<br />

Picard <strong>com</strong> diâmetro respectivo de 24 e 35 km.<br />

Na base da região SW do Mare Crisium nós<br />

Lua em Libração Este as 14h16.9m TU. podemos notar a cratera Lick, quase<br />

Nesse momento o Mare Crisium está mais <strong>com</strong>pletamente enterrada debaixo da capa de<br />

voltado para o centro da Lua. Que tal tirar a rególito que cobre parte grande da superfície<br />

noite de hoje para observar o Mare Crisium lunar. Pouco mais para norte nós temos uma<br />

(Mar da Crise) na Lua? Então, pegue seu outra cratera da mesma categoria: Yerkes,<br />

instrumento e um mapa lunar e encontre quase situado na proximidade da margem ocidental<br />

na borda Este (quadrante norte-este) da Lua deste ''planície'' circular. Neste ponto há dois<br />

aquela imensa formação circular e observe-a Cabos (Cape) um de frente para o outro: o<br />

detidamente. O Mare Crisium (Mar da Crise) Lavinium e o Olivium, respectivamente para sul<br />

localizado na borda oriental da Lua é uma e norte. Ainda mais para o Oeste que destes<br />

enorme bacia em forma elíptica medindo dois cabos está a cratera Proclus, muito<br />

500km leste-oeste e 400km norte-sul e luminosa e <strong>com</strong> raios brilhantes provavelmente<br />

superfície de 181.000 km2 . O mar é cercado oriundos da ejeção de materiais durante os<br />

por montanhas distintas em todos os lados, impactos de meteoritos que originaram esta<br />

perfeitamente isolado de outras características cratera. Um outro cabo é o Agarun situado no<br />

da planície. O mar foi formado pela lava que campo oriental sul do Mare Crisium. A norte do<br />

encheu a " Bacia " do Mare Crisium, que Mare Crisium se encontra a pequena cratera<br />

também é chamado de ''Crisium Bacin''. Esse Cleomedes, <strong>com</strong> tamanho de 126 x 126 km<br />

acidente lunar apresenta forma de uma imensa cercada por alto muro (parede) de 3.700<br />

cratera quase elíptica, que segundo estudos, metros de altura. Para o nordeste, mas sempre<br />

foi formada por impacto meteorítico. Apresenta para fora do Mare Crisium está a cratera<br />

chão muito plano <strong>com</strong> anel de cume e ruga Macrobius, medindo 64 x 64 km, em cuja<br />

para a periferia, crateras fantasma para o Sul e parede oriental há uma pequena cratera de<br />

craterletas. Sua idade remonta ao período poucos km. Para sudeste a cratera Taruntius e<br />

Nectariano e deve ter cerca de 3.85 bilhões uma zona montanhosa que delimita o Mare<br />

anos de idade. Percebe-se claramente que as Tranquillitatis e na extremidade NW o Mare<br />

lavas se acumularam para o centro da bacia o Fecunditatis. Na proximidade da margem norte<br />

que causou um afundamento central devido o do Mare Crisium está o Mare Anguis, uma<br />

peso da lava. O Mare Crisium é visto a olho nu planície pequena de 4000 km2. O Mare Crisium<br />

quando nós observamos o disco lunar sem e o Mare Fecunditatis estão separados por uma<br />

instrumentos, sendo facilmente reconhecível região montanhosa.<br />

<strong>com</strong>o uma mancha circular escura. O<br />

instrumento mínimo para sua observação é um<br />

binóculo <strong>com</strong> aumento de 10 vezes. O melhor<br />

período para sua observação acontece 3 dias<br />

após a Lua Nova ou 2 dias após a Lua Cheia.<br />

Se você dispõe de um instrumento maior que<br />

um binóculo e um mapa lunar, pode ser até<br />

mesmo um Mapa Virtual da Lua em seu<br />

<strong>com</strong>putador, procure localizar as seguintes<br />

formações que se destacam nessa imensa<br />

bacia. Na área do Mare Crisium não há cadeias<br />

montanhosas e o fundo de sua superfície nos<br />

aparece praticamente liso e <strong>com</strong> pequenas<br />

crateras. Contudo, existem algumas dorsais no<br />

chão do Maré Crisium, onde se destaca a<br />

Em 1736 nascia De L'empire Joseph-<br />

Louis Lagrange (morreu em 10/04/1813).<br />

Matemático italiano-francês que fez grandes<br />

contribuições à teoria dos números e para a<br />

mecânica analítica e celeste. Seu livro mais<br />

importante foi o Mécanique analytique (1788;<br />

"Analytic Mechanics"), esse livro de ensino<br />

ainda é usado <strong>com</strong>o base em todos os mais<br />

recentes trabalhos neste campo.<br />

Em 1955, os cientistas da Universidade<br />

de Columbia desenvolveram um relógio<br />

atômico preciso <strong>com</strong> erro de apenas um<br />

segundo para cada 300 anos.<br />

Vigésimo primeiro aniversário (1983)<br />

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 39


40<br />

EFEMÉRIDES<br />

do lançamento do satélite infravermelho IRAS<br />

(Infrared Astronomical Satellite). Em 1994 era<br />

lançada a sonda Clementine (USA Moon<br />

Orbiter).<br />

26 Janeiro, segunda-feira<br />

Imersão da estrela SAO 147008 27<br />

PISCIUM mag 5.1 no limbo escuro da Lua a<br />

0h46.8m TU.<br />

Início do transito da sombra da lua<br />

Europa (mag 6.1) pelo disco iluminado de<br />

Júpiter as 2h48.2m TU. Europa inicia sua<br />

passagem pela frente do disco do pla<strong>net</strong>a as<br />

4h31.5m TU. A sombra termina sua passagem<br />

as 5h40.5m e o trânsito de Europa termina as<br />

7h20.3m TU.<br />

Vênus continua brilhando ao cair da<br />

noite até se esconder em torno das 21:00h<br />

hora. Normalmente Vênus é o objeto mais<br />

luminoso ao crepúsculo, depois da Lua. ele<br />

também apresenta fases diferentes durante sua<br />

órbita ao redor do Sol e até mesmo usando<br />

binóculo podemos discernir essas fases. A<br />

proximidade de Vênus para a Terra é bastante<br />

variável em distância e por isso o diâmetro do<br />

pla<strong>net</strong>a muda rapidamente desvio a essa<br />

distância. A superfície de Vênus está<br />

escondida sob uma espessa cobertura de<br />

nuvens, e assim nenhum telescópio baseado<br />

na Terra pode ser sua topografia. A cartografia<br />

da superfície só é possível através de técnicas<br />

de radar, porque as ondas de radar pe<strong>net</strong>ram<br />

nuvens. A astronave de Magellan produziu um<br />

modelo altamente precisa da superfície e<br />

determinou a elevação de seu relevo.<br />

Em 1992 a sonda automática<br />

americana Magellan iniciava o mapeamento<br />

por radar da superfície do pla<strong>net</strong>a Vênus.<br />

Em 1978 era lançado o satélite IUE -<br />

International Ultraviolet Explorer. crateras.<br />

27 Janeiro, terça-feira<br />

Pela noite acontece uma Conjunção da<br />

Lua <strong>com</strong> o pla<strong>net</strong>a Marte. A Lua passa a 3.10<br />

graus a sul de Marte as 21:48 h (GMT -3).<br />

Júpiter eclipsa a lua Io (mag 5.5) as 6h06.3m<br />

TU.<br />

O Asteróide 1772 Gagarin passa a<br />

1.387 UA da Terra.<br />

Em 1829 nascia Isaac Roberts (morreu<br />

em 17/07/1904). Astrônomo britânico, foi um<br />

dos pioneiros em fotografar nebulosas. Em<br />

1885 ele construiu um observatório <strong>com</strong> um<br />

refletor de 20''. Com esse instrumento Roberts<br />

fez consideráveis progressos no<br />

desenvolvimento da então recente ciência da<br />

astrofotografia. Ele fotografou numerosos<br />

objetos celestes inclusive Nebulosa de Orion<br />

em 15 de janeiro de 1986 (90 minuciosas<br />

exposições) e do aglomerado aberto das<br />

Plêiades. Seu melhor trabalho fotografia foi a<br />

imagem que mostra a estrutura espiral da<br />

Grande Nebulosa de Andromeda, M31, feita<br />

em 29/12/1888. Além da sua contribuição na<br />

astrofotografia ele também inventou uma<br />

máquina para gravar posições estelares em<br />

placas de cobre, conhecido <strong>com</strong>o o<br />

Pantograver Estelar.<br />

Em 1908 Pierre Melotte descobria a lua<br />

Pasiphae de Júpiter.<br />

Em 1967, durante testes na base de<br />

lançamento, acontecia o incêndio no módulo de<br />

<strong>com</strong>ando da Apollo 1 que causou a morte da<br />

primeira tripulação do projeto: Virgil I. Grissom,<br />

veterano das missões Mercury e Gemini;<br />

Edward H. White, astronauta que havia feito a<br />

primeira atividade extraveicular durante o<br />

programa Gemini; e Roger B. Chaffee,<br />

astronauta que se preparava para seu primeiro<br />

vôo espacial.<br />

28 Janeiro, quarta-feira<br />

Vênus Oculta a estrela PPM 207251<br />

(mag. 9.8).<br />

O Asteróide 2002 PN passa a 0.042 UA<br />

da Terra.<br />

A Lua passa a 2.5 graus de separação<br />

do Pla<strong>net</strong>a Marte (mag 0.7) a 1.7h TU. Lua e<br />

Marte em conjunção as 00:01h (GMT -3).<br />

Transito da lua Io (mag 5.5) sobre o<br />

disco iluminado do pla<strong>net</strong>a Júpiter. A sobra<br />

<strong>com</strong>eça as 3h25.7m TU e o Transito<br />

propriamente dito tem início as 4h14.0m TU. As<br />

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004


EFEMÉRIDES<br />

5h21.4m Io em Conjunção Inferior. A incidência<br />

da sobra no pla<strong>net</strong>a termina as 5h42.0m TU, e<br />

o Trânsito finaliza as 6h28.8m TU. Para<br />

a<strong>com</strong>panhar todo o trajeto o uso de<br />

instrumento ótico é indispensável.<br />

Em 1986 ocorria a trágica explosão a<br />

73 segundos após o lançamento do<br />

transportador espacial Challenger STS 51-L em<br />

que sete astronautas americanos perderam a<br />

vida: Francis R. Scobee, Michael J. Smith,<br />

Judith A. Resnik, Ellison S. Onizuka, Ronald E.<br />

McNair, Gregory B. Jarvis, Sharon Christa<br />

McAuliffe. A causa da explosão foi devido a<br />

deterioração de um anel de vedação.<br />

29 Janeiro, quinta-feira<br />

A Lua Quarto Crescente ou de Primeiro<br />

Quarto acontece as 03:03 h (GMT -3).<br />

Marte oculta a estrela TYC 0624-00684-1 (mag.<br />

9.5).<br />

Júpiter eclipsa a lua Io (mag 5.5) a<br />

0h34.7m TU. O Reaparecimento de Io<br />

acontece as 3h38.7m TU. Para observadores<br />

atentos, a cronometragem precisa do evento<br />

sempre é de grande valia aos estudiosos do<br />

pla<strong>net</strong>a Júpiter.<br />

30 Janeiro, sexta-feira<br />

Mercúrio oculta a estrela TYC 6875-<br />

00773-1 (mag 9.5).<br />

O Asteróide 2247 Hiroshima passa a<br />

1.467 U.A da Terra.<br />

O brilhante pla<strong>net</strong>a Vênus pode ser<br />

a<strong>com</strong>panhado ao entardecer na constelação do<br />

Aquário, quando se põe em torno das 21:03<br />

hora.Uma hora mais cedo, Urano está dizendo<br />

adeus ao céu noturno (20h6m) também<br />

localizado na constelação do Aquário. Marte<br />

em Peixes se esconde pelas 22h56m hora<br />

local.<br />

A bela Luna de 8 dias em fase 0.665<br />

nasceu as 13h37m e só esconde seu brilho em<br />

torno da meia-noite. Quando a Lua estiver mais<br />

alta no céu escuro , é um bom momento para<br />

perscrutar a zona do terminador lunar. Examine<br />

a cratera Plato (Platão), localizada abaixo do<br />

Mare Frigoris: Longitude: 9.3° oeste e Latitude:<br />

51.6° norte , Quadrante: Norte-oeste. Ela se<br />

destaca pela forma circular murada (uma<br />

planície) de dimensões 101x101Km e chão de<br />

cor bem escura. Provavelmente foi formada no<br />

período Imbriano Superior. A cratera esmaga a<br />

cadeia dos Alpes, apresenta pequenas paredes<br />

altas <strong>com</strong> ápices de 2000m e colapsada a<br />

Oeste. Apresenta rampas bem íngremes que<br />

sustentam a cratera Plato G para o Leste. Seu<br />

chão aparentemente foi cheio de lava escura e<br />

posteriormente outros impactos formaram <strong>com</strong><br />

algumas craterletas. Acima do Mare Frigoris,<br />

bem na linha do terminador busque a cratera<br />

Goldschmidt (Hermann Goldschmidt)<br />

Longitude: 2.9° oeste e Latitude: 73.0° norte ,<br />

Quadrante: Norte-oeste. Formada no Período<br />

Pré-Nectariano é uma formação tipo planície<br />

murada medindo 120x120 Km bem<br />

interessante, embora ela se apresente<br />

desgastada, mostra rampas íngremes<br />

esmagadas a Oeste pela cratera Anaxágoras e<br />

a sudoeste está a cratera Goldschmidt A.<br />

Apresenta colinas, craterletas e pequenas<br />

paredes altas. Para uma boa observação o uso<br />

de instrumentos é indispensável e para<br />

observação de detalhes use maiores<br />

aumentos.<br />

31 Janeiro, sábado<br />

Lua perto das Plêiades a 2h UT.<br />

Lua em Apogeu as 13h58.7m TU, a distancia<br />

de 404,807 km e tamanho angular de 29.5 '.<br />

Transito da lua Ganymede (mag 5.0) sobre o<br />

disco iluminado de Júpiter <strong>com</strong> início as<br />

3h20.6m TU. O final da passagem da sombra<br />

acontece as 3h42.3m TU, e o Transito está<br />

inteiramente terminado as 6h35.6m TU.<br />

A constelação de Pegasus atravessa o<br />

céu das latitudes meio norte no início da noite.<br />

A constelação representa o mitológico herói<br />

grego que domesticou Pegasus, matou<br />

Medusa, e salvou Andrômeda. Todos esses<br />

mitos estão representados no céu. Perseu<br />

segura a cabeça de serpentes da Medusa, a<br />

qual está marcada por uma estrela variável<br />

chamado Algol que representa o olho maldoso<br />

da megera. A estrela varia entre magnitude 2.1<br />

e 3.3 em cima de um período de 3 dias<br />

Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 41


42<br />

EFEMÉRIDES<br />

A razão dessa variabilidade é que Algol de fato<br />

é um par de estrelas que orbitam uma a outra.<br />

Do nosso ponto de vista na Terra elas passam<br />

alternadamente na frente uma da outra fazendo<br />

<strong>com</strong> que o brilho total flutue de uma maneira<br />

previsível.<br />

Em 1862 Alvan Graham Clark Jr.<br />

descobria a estrela <strong>com</strong>panheira anã de Sirius,<br />

a Sírius B.<br />

Há 46 anos (1958) era lançado o<br />

satélite Explorer 1, o primeiro satélite terrestre<br />

lançado pelos americanos. Você saberia dizer<br />

qual foi o primeiro satélite artificial lançado em<br />

torno da Terra e qual o país que realizou essa<br />

façanha? Se você respondeu Sputnik I e<br />

Rússia, você acertou em cheio!<br />

1 de Fevereiro<br />

Há 5 anos (1999) a sonda Galileo vazia<br />

seu 19° pela lua Europa de Júpiter.<br />

Primeiro aniversário (2003) do acidente<br />

<strong>com</strong> o ônibus espacial Columbia 7 (Space<br />

Shuttle Columbia) onde morreram os 7<br />

ocupantes. Mais informações na próxima<br />

publicação da Agenda Diária.<br />

Notas: * As conjunções pla<strong>net</strong>árias foram calculadas pelo Software SkyMap Pro 6. pela hora<br />

legal de Brasília (GMT-3) segundo as coordenadas Lat.21.27.54S Long.47.00.21W. Esses<br />

dados são úteis para a localização dos pla<strong>net</strong>as visíveis a olho nu (de Mercúrio até Saturno),<br />

bastando procurá-los perto da Lua, quando ela estiver acima do horizonte naquela data.<br />

Cartas Celestes para ambos os hemisférios podem ser baixadas através da inter<strong>net</strong> em:<br />

www.skymaps.<strong>com</strong>*<br />

Para observar as ocultações e trânsitos use instrumentos de maiores aberturas.<br />

Softwares Usados: Sting's Sky Calendar - © www.skycalendar.<strong>com</strong>/skycal/index.html<br />

SkyMap Pro 6 © C.A. Marriott - www.skymap.<strong>com</strong>/<br />

Fontes Consultadas e mais informações em:<br />

/www.skymaps.<strong>com</strong>/index.html (carta celeste de dezembro para ambos os hemisférios)<br />

http://reabrasil.astrodatabase.<strong>net</strong>/ ou http://geocities.yahoo.<strong>com</strong>.br/reabrasil/<br />

http://aerith.<strong>net</strong>/index.html<br />

http://www.jpl.nasa.gov/calendar/<br />

http://inga.ufu.br/~silvestr/<br />

CalSky: http://www.calsky.<strong>com</strong>/<br />

http://www.pa.msu.edu/abrams/SkyWatchersDiary/Diary.html<br />

http://<strong>com</strong>ets.amsmeteors.org/meteors/calendar.html<br />

http://www.imo.<strong>net</strong>/<br />

http://www.lunar-occultations.<strong>com</strong>/iota/2003bstare/bstare.htm<br />

http://www.lunar-occultations.<strong>com</strong>/iota/2003pla<strong>net</strong>s/pla<strong>net</strong>s.htm<br />

Jet Propulsion Lab: http://www.jpl.nasa.gov/<br />

Rosely Gregio<br />

Redatora | Revista <strong>macroCOSMO</strong><br />

rgregio@uol.<strong>com</strong>.br<br />

Felizes observações e bons céus para todos! ∞<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004


MITOS CIENTÍFICOS<br />

DE VOLTA ÀS TREVAS<br />

a renegação dos princípios básicos da astronomia na "nova era"<br />

Paulo Monteiro | Revista <strong>macroCOSMO</strong><br />

Copérnico, Kepler e Galileu. Ainda hoje contestados!<br />

Estaríamos retornado à época da Inquisição?<br />

Atualmente, crescem os números de pessoas que<br />

simplesmente renegam a ciência em troca de meras especulações,<br />

divulgadas por pessoas que ou não sabem nada do assunto, ou<br />

querem tirar proveito da falta de informação do povo, devido ao<br />

péssimo ensino da astronomia nas escolas.<br />

Em pleno ano 2004, passados mais de quinhentos anos das<br />

descobertas de Galileo e Copérnico, às vezes me sinto em meio à<br />

inquisição. Hoje em dia, astrônomos amadores e profissionais não<br />

possuem quase nenhum espaço na mídia e suas observações,<br />

suas teses baseadas em observações sistemáticas e<br />

cientificamente <strong>com</strong>provadas <strong>com</strong> os mais modernos instrumentos,<br />

são simplesmente ignorados por pessoas que se dizem capazes de<br />

falar <strong>com</strong> extraterrestres e intraterrestres, que se auto-intitulam um<br />

próprio ET de Urano vivendo no pla<strong>net</strong>a Terra ou que são capazes<br />

de prever o futuro, baseados em meras especulações, onde<br />

transformam os movimentos dos pla<strong>net</strong>as do sistema solar e<br />

fenômenos astronômicos em motivo de pânico, parecendo até que<br />

os pla<strong>net</strong>as são responsáveis pelo que o próprio homem faz.<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 43


44<br />

MITOS CIENTÍFICOS<br />

Os eclipses solares e os <strong>com</strong>etas, belos<br />

fenômenos astronômicos, são usados a<br />

milhares de anos <strong>com</strong>o o prenúncio do fim do<br />

mundo. Eu entendo perfeitamente que o<br />

homem no ano de 5000 A.C, ao ver o Sol<br />

simplesmente "apagando" entrasse em pânico,<br />

pois acreditava que o Sol iria sumir pra sempre<br />

e sem sua luz e calor, entrasse numa idade das<br />

trevas onde o mundo iria acabar.<br />

Um <strong>com</strong>eta é associado até hoje <strong>com</strong>o<br />

sinal de tragédias. A astronomia ridiculariza<br />

essas previsões, pois todo ano aparece um<br />

<strong>com</strong>eta no nosso céu, mas só utilizam o Halley<br />

<strong>com</strong>o prenuncio de azar. Em 1997 o <strong>com</strong>eta<br />

Hale-Boop causou o suicídio de centenas de<br />

pessoas nos EUA, seguidas por um líder<br />

fanático, que afirmava existir um disco voador<br />

na cauda do <strong>com</strong>eta que os levariam após a<br />

morte. Ate hoje muitos acreditam nisso!<br />

Mas estamos no ano 2004 D.c, isso é<br />

um absurdo mas infelizmente pessoas ainda<br />

associam o eclipse solar e os <strong>com</strong>etas ao fim<br />

do mundo, prenuncio de tragédias e mortes.<br />

Essas pessoas aparecem toda semana na TV,<br />

e em finais de ano e de milênio, aparecerão<br />

muito mais. Suas previsões têm sempre, pelo<br />

que percebi dois caminhos:<br />

1º Associam eclipses, passagens de<br />

<strong>com</strong>entas, "transito de pla<strong>net</strong>as" em algumas<br />

constelações <strong>com</strong>o o principal motivo de alguns<br />

fatos ocorridos na Terra, <strong>com</strong>o se os pla<strong>net</strong>as e<br />

<strong>com</strong>etas lá no espaço, a milhões de<br />

quilômetros de distância, fossem os<br />

responsáveis por tudo que ocorre por aqui. A<br />

maioria das previsões estão sempre ligadas a<br />

tragédias, desastres e catástrofes globais.<br />

2º Se não citam tragédias e assustam a<br />

população, criam falsas esperanças. Há anos<br />

escuto falar de uma tal "nova era", mas se as<br />

pessoas continuarem a acreditar nesse tipo de<br />

pessoas e previsões e gastarem dinheiro <strong>com</strong><br />

isso, a nova era não será tão bela <strong>com</strong>o os<br />

"videntes" pintam. Será sim uma idade das<br />

trevas, <strong>com</strong> a renegação da ciência e dos<br />

princípios básicos da astronomia, tendo a maior<br />

parte do povo acreditando em fantasias que<br />

mais parecem histórias de conto de fadas. Isso<br />

já ocorreu na humanidade por mais de 1000<br />

anos e terminou graças a Copérnico, Kepler e<br />

Galileo!<br />

Como as pessoas ganham tamanho<br />

espaço na mídia? Videntes continuam a<br />

assombrar as pessoas <strong>com</strong> suas previsões e<br />

<strong>com</strong>o sempre nada acontece, eles<br />

descaradamente somem. Em 5 de maio de<br />

2000 ocorreu um alinhamento no sistema solar.<br />

Os microfones e câmeras estavam de volta aos<br />

mesmos videntes que erraram incrivelmente<br />

nas previsões passadas do eclipse de agosto<br />

de 1999.<br />

Eles voltam dizendo que o alinhamento<br />

pla<strong>net</strong>ário irá provocar um "cabo de guerra<br />

cósmico", e que isso iria elevar o nível dos<br />

oceanos, inundando as cidades litorâneas.<br />

Logo após isso divulgado, muitas pessoas<br />

venderam suas casas de praia e foram parar<br />

no topo de montanhas. Algumas dessas<br />

infelizes pessoas apareceram em canais de TV<br />

falando que precisavam se salvar do fim do<br />

mundo! Resultado: em apenas 9 meses<br />

tivemos na cabecinha dos "pseudo astrônomos<br />

e físicos" dois finais de mundo, que obviamente<br />

não ocorreram!<br />

Além de dois finais de mundo, tivemos<br />

duas viradas de milênio em um ano! A total<br />

falta de conhecimento na matemática, física e<br />

astronomia foram capazes de gerar tanta<br />

aberração!<br />

Infelizmente na edição de dezembro de<br />

1999, a revista superinteressante errou ao<br />

mencionar que o pla<strong>net</strong>a Vênus saudaria o<br />

novo milênio, que só ocorre na virada de 2001<br />

e não em 2000 <strong>com</strong>o a revista informou! Essas<br />

coisas não poderiam acontecer em uma revista<br />

<strong>com</strong>o essa! Uma pena! Nesse ano, a seção de<br />

astronomia sumiu. Torço para que volte!<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004


MITOS CIENTÍFICOS<br />

O número de “astrobobagens” mencionas não param de crescer. Existem muitas<br />

pessoas que acreditam e divulgam isso de forma que eles estão certo, mesmo sem provar<br />

nada, afirmando que os astrônomos estão errados. Abaixo coloco algumas delas <strong>com</strong> alguns<br />

<strong>com</strong>entários, que falam por si só. Vejam do que essas pessoas são capazes de afirmar:<br />

civilização inteligente em Vênus<br />

Vênus possui as mais altas<br />

temperaturas do sistema solar, alcançando<br />

400º C. Sua rotação é lenta expondo sempre a<br />

mesma face do pla<strong>net</strong>a ao Sol, durante<br />

centenas de dias, além disso é totalmente<br />

coberto por nuvens, num efeito estufa há<br />

milhões de anos. Nisso a vida fica praticamente<br />

impossível. Mesmo assim continuam<br />

acreditando, então coloco as fotos da superficie<br />

de Vênus logo abaixo. Não vejo traços de<br />

nenhuma civilização! Você vê? Mesmo <strong>com</strong><br />

isso, muitos acreditam na existência de vida em<br />

Vênus! Acham que a imagem é forjada!<br />

Superfície de Vênus. Temperaturas de 400ºC<br />

um pla<strong>net</strong>a do tamanho de Júpiter<br />

estaria entrando no sistema solar e iria<br />

se chocar <strong>com</strong> a Terra, de nome<br />

Hercolobus<br />

Primeiro que, as pessoas que dizem isso<br />

jamais olharam por um telescópio e não<br />

possuem a mínima noção do sistema solar.<br />

Jamais apresentaram uma foto se quer do<br />

pla<strong>net</strong>a intruso e se fosse mesmo do tamanho<br />

de Júpiter, seria visto facilmente pelo Hublle e<br />

até mesmo por telescópio terrestres. A foto<br />

jamais apareceu e não existe nenhuma prova<br />

dele. Alem disso, gostaria de ver os cálculos<br />

(se é que sabem fazer algum), que mostram<br />

<strong>com</strong> exatidão o choque do pla<strong>net</strong>a <strong>com</strong> a Terra.<br />

Porque não <strong>com</strong> Netuno ou Júpiter? Porque<br />

aqui? existe um livro, divulgado até em<br />

outdoors aqui no metrô de São Paulo, que fala<br />

sobre esse pla<strong>net</strong>a, e pelo que parece, deve<br />

vender bem, pois um anuncio lá, não é barato!<br />

Fico no aguardo das fotos desse pla<strong>net</strong>a criado<br />

na imaginação do autor do livro.<br />

a Terra é oca e dentro dela existe um<br />

Sol e seres intraterrestres!<br />

Então todo aquele material expelido por<br />

um vulcão vêm de onde? Como a fina camada<br />

do pla<strong>net</strong>a não desaba? Esse Sol interior não<br />

iria fritar o solo? Quando cavam uma obra para<br />

o metrô ou túnel <strong>com</strong>o não vemos esses<br />

seres? Os alicerces do meu prédio estão<br />

presos onde? Na TV, certa vez mostrou um<br />

intraterrestre! Uma pessoa que se diz capaz<br />

falar <strong>com</strong> ETs 'mostrou’ um, mas a imagem era<br />

péssima. Tudo escuro e o tal ser estava<br />

escondido no meio do mato, mais parecendo<br />

um macaquinho!<br />

existem bases alienigenas na Lua que<br />

podem ser vistas <strong>com</strong> qualquer<br />

telescópio e o Homem não foi a Lua!<br />

Já observei a Lua centenas de vezes, e<br />

só vi belos morros, crateras, vales e seus<br />

"mares", mas não vi casinha nenhuma! Além<br />

disso, essa afirmação tem não só um, mas dois<br />

erros graves. O primeiro é a total demonstração<br />

da falta de conhecimento observacional, pois<br />

para enxergamos qualquer arquitetura no solo<br />

lunar, ela teria que ser monumental, <strong>com</strong><br />

quilômetros de extensão. (Obs: estou me<br />

formando em arquitetura e sei sobre o tema<br />

também) Quando afirmo isso e mesmo<br />

mostrando ao telescópio todo solo lunar,<br />

pseudoastronômos que não sabem nem<br />

montar uma lu<strong>net</strong>a, afirmam: "as bases estão<br />

na face oculta"! Isso não passa de uma bela<br />

desculpa! São tão atrasados e desatualizados<br />

que já temos fotos do lado oculto também, mas<br />

ainda alegam que foram alteradas pela NASA.<br />

Bom, aí o nível abaixa muito e nem merece<br />

mais <strong>com</strong>entários!<br />

Neil Armstrong na Lua<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 45


46<br />

MITOS CIENTÍFICOS<br />

a Terra não gira ao redor do Sol<br />

Copérnico e Galileo quase foram<br />

queimados por isso, e hoje em dia parece que<br />

tem gente que os tentaria queima-los também!<br />

Mesmo <strong>com</strong> esses erros grotescos nas<br />

afirmações, eu até certo ponto sinto não<br />

revolta, mas tristeza ao ver pessoas<br />

mencionarem tantas bobagens e <strong>com</strong> isso,<br />

levar milhões <strong>com</strong> elas junto! Mas a partir do<br />

momento em que uma pessoa diz que existe<br />

FRAUDE NA ASTRONOMIA! eu perco todo o<br />

respeito! Tal afirmação atinge a honra de<br />

astrônomos profissionais onde contestam e<br />

põem em duvida sua <strong>com</strong>petência, seriedade e<br />

profissionalismo!<br />

Para alguêm para afirmar isso e acusar<br />

astrônomos de fraudadores, deve ter boas<br />

explicações pois tal acusação deve ser provada<br />

e se for considerada leviana, <strong>com</strong>o claramente<br />

é, o acusador deveria arcar <strong>com</strong> as<br />

conseqüências!<br />

http://www.catar.<strong>com</strong>.br/hg/davino/index.html<br />

Escrito por Davino Servidio e que<br />

infelizmente foi divulgado e publicado pelo site<br />

de busca cadê (www.cade.<strong>com</strong>.br), na sua<br />

seção de astronomia, afirma, baseado em<br />

teorias que afrontam os princípios básicos da<br />

astronomia, que a Terra não gira ao redor do<br />

Sol e sim "baboleia"! Oras, se ela não girasse,<br />

<strong>com</strong>o que sondas enviadas ao solo de marte<br />

caíram exatamente no ponto determinado? Se<br />

ele estivesse certo, veríamos estrelas no<br />

hemisfério norte, que não vemos pois a luz do<br />

sol impede!<br />

existem seres inteligentes no<br />

aglomerado de Plêiades e nas 3 estrelas<br />

do cinturão de Órion<br />

(3 marias)<br />

O aglomerado de Plêiades é lindo,<br />

mas suas estrelas são tão jovens que nem<br />

tiveram tempo de formar algum pla<strong>net</strong>a ou<br />

sistema solar, e assim fica descartado qualquer<br />

tipo de vida. MAS MESMO ASSIM vou fazer<br />

que eles fazem muito bem: Vamos ‘supor’ que<br />

exista! Pois bem, <strong>com</strong>o essas pessoas ficaram<br />

sabendo da existência de vida em algum<br />

pla<strong>net</strong>a nesse aglomerado ou em alguma<br />

estrela do cinturão de Órion ou em Plêiades?<br />

Acima, a nebulosa de Orion, distante a muitos anos-luz das 3 marias mas na mesma constelação, onde<br />

alguns afirmam existir vida, um verdadeiro berço de estrelas, e <strong>com</strong> elas, sistemas solares e quem sabe<br />

algum tipo de vida, mas tudo em plena formação <strong>com</strong>o mostra os 4 quadros. A alta tecnologia atual nos<br />

permite ver a formação de disco proto-pla<strong>net</strong>arios ao redor de estrelas, mas alem de estarem em formação,<br />

ninguem pode afirmar que existe vida em estrelas onde não sabemos nem se existem pla<strong>net</strong>as ao redor! De<br />

onde tiraram as afirmações que existe vida nesse local? Eles ja lhes apresentaram alguma prova? porque<br />

acreditar em palavras sem provas?<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004


MITOS CIENTÍFICOS<br />

A mais de 3 anos no ar, mais de 100.000 visitas, recebi centenas de e-mails <strong>com</strong><br />

pessoas assustadas, em duvida do que ocorreria no alinhamento pla<strong>net</strong>ário de 2000, tudo<br />

isso causado pelo pânico instalado por esses tipos de pessoas, que só sabem assustar o<br />

público, aproveitando da sua falta de conhecimento na astronomia!<br />

Enfim, estamos ouvindo falar a toda hora na "nova era"! O que podemos esperar<br />

dela? Se continuar a divulgação dessas mentiras desta forma e incentivando a crença nas<br />

pseudos-ciências, estaremos voltando ao período chamado de idade das trevas,<br />

<strong>com</strong>preendido entre 400 D.C até 1500, que <strong>com</strong>eçou <strong>com</strong> a morte cruel da filosofa Hipacia e<br />

destruição da biblioteca de Alexandria, berço do conhecimento! A volta da ciência só<br />

ocorreu após 1000 anos, graças a pessoas <strong>com</strong>o Copérnico, Galileo e Kepler, que mesmo<br />

assim, enfrentaram dificuldades e até hoje são contestados!<br />

A renegação da ciência nos dias de hoje, a falta de espaço aos astrônomos e outros<br />

cientistas na TV e mídia em geral, e o grande espaço dado a pseudo-ciências só me deixam<br />

a visão de uma "nova era" igual à “idade das trevas”. ∞<br />

Paulo Ricardo Monteiro<br />

Redator | Revista <strong>macroCOSMO</strong><br />

astronomia@ig.<strong>com</strong>.br<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 47


48<br />

ASTROFOTOGRAFIA<br />

F otogr afando o U nivers o – Par te II<br />

A<strong>com</strong>panhando os Corpos Celestes<br />

Os astros parecem mover-se na esfera<br />

celeste de leste para oeste devido ao movimento de<br />

rotação da Terra. As montagens equatoriais<br />

permitem “<strong>com</strong>pensar” este movimento tornando<br />

possível a realização de fotografias guiadas de<br />

longa pose. É o passo natural a dar, após a<br />

realização de fotografias de traços estelares e de<br />

constelações.<br />

As montagens equatoriais são constituídas<br />

por um sistema de dois eixos perpendiculares,<br />

sendo um deles, colocado rigorosamente em<br />

paralelo <strong>com</strong> o eixo da Terra. Se rodarmos este eixo<br />

no sentido contrário ao do movimento de rotação da<br />

Terra, <strong>com</strong> uma velocidade de 1 rotação por dia<br />

(aproximadamente 15º por hora), é possível manter<br />

um determinado astro imóvel no campo de visão de<br />

um telescópio. As montagens equatoriais têm de ser<br />

orientadas, ou colocadas em estação, para que esta<br />

<strong>com</strong>pensação seja efetivada.<br />

Pedro Ré | Colaborador<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004


ASTROFOTOGRAFIA<br />

Existem diversos processos que podemos<br />

utilizar <strong>com</strong> este fim. O mais simples consiste<br />

em alinhar o eixo polar tomando <strong>com</strong>o<br />

referência à estrela polar que se encontra muito<br />

próximo do pólo celeste norte. Este<br />

alinhamento é suficientemente preciso para a<br />

realização de fotografias guiadas de longa<br />

pose utilizando objetivas fotográficas normais<br />

(50 mm) ou mesmo pequenas teleobjetivas<br />

(135 a 300 mm). Veja mais detalhes de <strong>com</strong>o<br />

construir uma plataforma equatorial na edição<br />

nº 1 da revista <strong>macroCOSMO</strong>.<br />

Se pretendermos realizar fotografias<br />

guiadas de longa pose, as câmaras<br />

fotográficas podem ser montadas sobre um<br />

telescópio suportado por uma montagem<br />

equatorial motorizada. A guiagem é efetuada<br />

utilizando o telescópio <strong>com</strong>o auxiliar. Desde<br />

que a montagem equatorial seja colocada em<br />

estação, é muito fácil realizar fotografias de<br />

longa pose <strong>com</strong> o auxílio das mais variadas<br />

objetivas fotográficas. Neste caso podemos<br />

usar objetivas <strong>com</strong> distâncias focais elevadas<br />

desde que a precisão de guiagem seja mais<br />

elevada.<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 49


50<br />

ASTROFOTOGRAFIA<br />

Para efetuar astrofotografias através de telescópios torna-se necessário acoplar câmaras<br />

fotográficas a um telescópio. Os telescópios mais freqüentes podem ser classificados em três<br />

tipos principais: (i) refratores; (ii) refletores e (iii) <strong>com</strong>postos ou catadióptricos. Cada tipo de<br />

telescópio apresenta vantagens e inconvenientes.<br />

Câmaras fotográficas montadas em paralelo ou em piggy-back<br />

(1) Nikon F + objetiva 50 1:2, (2) Mamya + objetiva 135 mm 1:2:8,<br />

(3) Mamya + objetiva Zeiss Sonar 200 1:2:8, (4) Mamya + objetiva Rubinar 1000 mm 1:10<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004


ASTROFOTOGRAFIA<br />

Principais tipos de Telescópios: 1 – Telescópio refrator, 2 – telescópio refletor,<br />

3 – telescópio Maksutov – Cassegrain e 4 – telescópio Schmidt-Cassegrain<br />

Existem diversos processos de<br />

acoplar uma câmara fotográfica a um<br />

telescópio. O processo mais simples<br />

consiste em utilizar o telescópio <strong>com</strong>o<br />

se este se tratasse de uma objetiva<br />

fotográfica. Neste caso remove-se a<br />

objetiva da câmara fotográfica (reflex<br />

de preferência) e monta-se o corpo da<br />

câmara no foco principal do telescópio.<br />

A distância focal e a relação f/D obtidas<br />

são iguais à do telescópio utilizado. Os<br />

outros dois processos são distintos<br />

fundamentalmente por recorrerem à<br />

interposição de um sistema óptico entre<br />

a objetiva do telescópio e a câmara<br />

fotográfica. O sistema óptico utilizado<br />

pode ser uma ocular (projeção<br />

positiva), uma lente Barlow ou um<br />

teleconversor fotográfico (projeção<br />

negativa) e um redutor/corretor<br />

(<strong>com</strong>pressão). Os três principais<br />

métodos de acoplar uma câmara<br />

fotográfica ou uma câmara CCD19 a<br />

um telescópio. Existe ainda um outro<br />

processo, designado sistema afocal, no<br />

caso das câmaras fotográficas<br />

utilizadas não terem a possibilidade de<br />

retirar as suas objetivas. Este é o<br />

método mais utilizado para acoplar<br />

câmaras digitais a telescópios.<br />

Principais métodos de acoplamento de uma câmera fotográfica ou CCD em um telescópio<br />

1 – Foco principal, 2 – projeção, 3 - Compressão<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 51


52<br />

ASTROFOTOGRAFIA<br />

Os diversos tipos de<br />

telescópios devem ser<br />

suportados por uma montagem<br />

equatorial, de preferência<br />

motorizada nos dois eixos. Nem<br />

todas as montagens são<br />

adequadas para a realização<br />

de astrofotografias. Quanto<br />

mais robusta for a montagem<br />

tanto melhor. Algumas<br />

montagens frágeis vibram<br />

facilmente sendo menos<br />

aconselhadas para a realização<br />

de fotografias astronômicas. ∞<br />

Exemplo de algumas montagens equatoriais fotográficas: 1 - Montagem alemã refrator acromático<br />

Konus 100 f/10; 2 - Montagem alemã EM10, refrator apocromático Takahashi FS102; 3 - Montagem<br />

alemã, refletor Konuns 114 mm f/8; 4 - Montagens alemãs CM1400 e CM1100, telescópios Schmidt-<br />

Cassegraun C11 e C14; 5 - Montagem de garfo, telescópio Schmidt-Cassegrain C8; 6 - Montagem de<br />

garfo, Meade LX200 10"; 6 - Montagem de garfo, C14 e refrator apocromático Takahashi FS102<br />

Pedro Ré<br />

Colaborador | ANOA<br />

pedro.re@mail.telepac.pt<br />

www.astrosurf.<strong>com</strong>/re<br />

Na próxima edição da <strong>macroCOSMO</strong>, a<strong>com</strong>panhe a parte final desse tutorial sobre astrofotografia.<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004


OFICINA<br />

Durante uma seção de observação<br />

astronômica ou de astrofotografia <strong>com</strong> longa<br />

exposição, uma das grandes dificuldades<br />

encontradas é o movimento aparente que os<br />

astros descrevem de leste para oeste, movimento<br />

este, decorrente da rotação da Terra.<br />

Considerando que este movimento aparente é de<br />

aproximadamente 15 graus por hora, um astro<br />

focalizado por um telescópio permanece no campo<br />

de visão do observador por um período muito<br />

curto (de 15 a 60 segundos em média, dependendo<br />

do aumento utilizado), sendo este deslocamento<br />

percebido <strong>com</strong> muita facilidade. Para contornar<br />

este problema, muitos modelos de telescópios são<br />

dotados de uma montagem equatorial que<br />

permitem que o movimento do tubo do telescópio<br />

a<strong>com</strong>panhe perfeitamente a trajetória dos astros.<br />

Se esta montagem equatorial for equipada <strong>com</strong> um<br />

motor elétrico girando na velocidade adequada, o<br />

movimento do tubo deste telescópio será<br />

automático e o astro poderá ser visualizado<br />

durante muito tempo, permitindo assim fotografias<br />

de longa exposição ou simplesmente, um maior<br />

conforto na observação.<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 53


54<br />

OFICINA<br />

Quem possui um telescópio Newtoniano<br />

em uma montagem Dobsoniana, não pode<br />

contar <strong>com</strong> estes recursos, já que este tipo de<br />

montagem é altazimutal, ou seja: o tubo tem a<br />

capacidade de se movimentar no sentido<br />

vertical (altura) e horizontal (azimute). Assim<br />

sendo, para que um telescópio Dobsoniano<br />

possa fazer o a<strong>com</strong>panhamento da trajetória<br />

dos astros, é necessário que, <strong>com</strong>o a câmera<br />

fotográfica, todo o conjunto seja apoiado sobre<br />

uma Plataforma, grande o suficiente para<br />

suportar todo o conjunto (telescópio e<br />

Montagem Dobsoniana).<br />

Este é justamente o objetivo deste texto:<br />

mostrar que não é difícil prover<br />

a<strong>com</strong>panhamento motorizado para telescópios<br />

Newtonianos sobre uma montagem<br />

Dobsoniana. Com algum trabalho e um pouco<br />

de habilidade, é possível a construção de uma<br />

plataforma que poderá ser usada para simples<br />

observações ou para fotografia de longa<br />

exposição.<br />

A primeira Plataforma Equatorial para<br />

Dobsonianos, de que se tem notícias, foi<br />

projetada e construída pelo francês "Adrien<br />

Poncet", de acordo <strong>com</strong> publicação na "Sky &<br />

Telescope" de Janeiro de 1977, página 64. Por<br />

este motivo, ainda hoje este tipo de plataforma<br />

é conhecido <strong>com</strong>o "Plataforma de Poncet". O<br />

projeto original previa um pivô no setor do pólo<br />

elevado e um plano inclinado no setor oposto.<br />

Plataforma Equatorial para<br />

DOBSONIANOS<br />

Paulo Oshikawa | Colaborador<br />

Este modelo apresentava muita<br />

instabilidade e era inadequado para telescópios<br />

de grande porte, e por isto "Alan Gee"<br />

aperfeiçoou o desenho original usando um<br />

setor de círculo no pólo elevado e um Pivô no<br />

setor oposto. Em Setembro de 1988, outro<br />

francês, Monsieur "Georges d'Autume"<br />

publicou na Sky & Telescope (página 303) uma<br />

outra versão baseada em setores cônicos em<br />

ambos os pólos. Devido a dificuldade na<br />

construção de setores cônicos, "Chuck Shaw"<br />

projetou e construiu uma plataforma que prevê<br />

dois setores de círculo, um no lado norte e<br />

outro no lado sul. Este modelo é o que será<br />

tratado neste artigo.<br />

As vantagens de utilização de uma<br />

plataforma equatorial de setores de círculo são:<br />

• Não aumenta demasiadamente a posição<br />

de altura da ocular, e portanto, não haverá<br />

necessidade de recorrer a banquetas ou<br />

escadas para posicionamento adequado na<br />

observação de objetos, principalmente aqueles<br />

próximos ao zênite.<br />

• É uma peça que pode ser independente<br />

do telescópio, e somente será utilizada quando<br />

for necessária. Não há necessidade de<br />

qualquer modificação na montagem<br />

Dobsoniana para utilização da mesma em<br />

conjunto <strong>com</strong> a Plataforma.<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004


OFICINA<br />

• É muito simples de construir, <strong>com</strong><br />

materiais baratos e ferramentas de uso <strong>com</strong>um.<br />

Qualquer pessoa <strong>com</strong> alguma habilidade em<br />

“faça você mesmo” poderá construí-lo em<br />

alguns finais de semana.<br />

Este modelo de plataforma já foi<br />

construído por diversos ATMs do Hemisfério<br />

Norte, e é utilizado <strong>com</strong> sucesso para simples<br />

observações ou para Astrofotografia. Não se<br />

tem conhecimento de projetos no Brasil que<br />

tratem da construção de uma plataforma deste<br />

porte, já que os projetos nacionais de José<br />

Carlos Diniz, José Agustoni(Zeca) e do<br />

Makintoxi se referem a Plafatormas de<br />

pequeno porte para Câmeras fotográficas.<br />

COMO FUNCIONA A PLATAFORMA<br />

Em um tripé equipado <strong>com</strong> montagem<br />

equatorial, perfeitamente configurado para a<br />

latitude local, o a<strong>com</strong>panhamento de um astro<br />

é feito através do movimento azimutal do tubo<br />

do telescópio. No caso da Plataforma de<br />

Setores de Círculo, não é necessário que o<br />

tubo do telescópio se movimente para fazer o<br />

a<strong>com</strong>panhamento de um astro. É a plataforma<br />

que se movimenta, e leva consigo a montagem<br />

Dobsoniana, e conseqüentemente, o<br />

telescópio. O telescópio estará inclinado para<br />

um lado no início da observação, e no final do<br />

período, estará inclinado para o lado oposto.<br />

Por este motivo, tempos de a<strong>com</strong>panhamento<br />

maiores que 60 minutos não são<br />

re<strong>com</strong>endados, pois haverá o risco de queda<br />

do telescópio, devido a uma inclinação<br />

excessiva. Importante observar que embora o<br />

telescópio se incline de um lado para outro<br />

(leste/oeste), o centro de gravidade deve<br />

permanecer sempre no mesmo ponto. Isto é o<br />

que garante o a<strong>com</strong>panhamento perfeito do<br />

movimento aparente de um astro.<br />

Como nas montagens equatoriais<br />

tradicionais, a plataforma deverá também estar<br />

perfeitamente alinhada <strong>com</strong> o pólo celeste<br />

elevado: a estrela polar, no caso do hemisfério<br />

norte ou a sigma octantis, no caso do<br />

hemisfério sul.<br />

Para entender o funcionamento desta<br />

plataforma é necessário assimilar que se um<br />

Na astrofotografia <strong>com</strong> câmera fixa (sem<br />

uso de telescópio), embora a percepção do<br />

deslocamento aparente dos astros seja menor,<br />

ele também ocorre e fatalmente formará trilhas<br />

sobre o filme a partir de 1 minuto de exposição.<br />

Por este motivo, quem utiliza esta técnica de<br />

fotografia pode fixar sua câmera sobre o tubo<br />

de um telescópio dotado de a<strong>com</strong>panhamento<br />

equatorial (técnica denominada “câmera à<br />

cavalo”) ou utilizar uma Plataforma Equatorial<br />

motorizada, sobre a qual se apóia a câmera.<br />

Assim que o objeto-alvo é focalizado, a<br />

Plataforma Equatorial é ligada e inicia seu<br />

movimento giratório de leste para oeste,<br />

levando junto consigo a câmera fotográfica. É<br />

desta forma que se consegue registrar<br />

galáxias, nebulosas e vários outros objetos<br />

tênues do nosso céu, que não são visíveis a<br />

olho nu. A fotografia abaixo ilustra uma<br />

Plataforma Equatorial para câmeras<br />

fotográficas, construída por José Carlos Diniz:<br />

http://www.astrosurf.<strong>com</strong>/diniz/plataforma.html<br />

telescópio for apontado exatamente para o pólo<br />

celeste elevado, deverá manter esta mesma<br />

posição, embora a plataforma esteja se<br />

movimentando. Para que isto ocorra, o tubo do<br />

telescópio deverá ser considerado <strong>com</strong>o sendo<br />

o eixo central de um sistema de dois círculos<br />

que giram em torno deste eixo central.<br />

Supondo-se que estejamos em um<br />

local cuja latitude é zero (sobre a linha do<br />

Equador), se montarmos dois círculos de<br />

mesmo raio perpendiculares ao solo (90 graus),<br />

ligados por um eixo central que aponta para o<br />

pólo-sul celeste, este eixo ficará paralelo ao<br />

solo, e o giro destes círculos não afetará a<br />

direção do eixo. Porém, se estivermos<br />

afastados da linha do Equador, por exemplo,<br />

na cidade de São Paulo, a uma latitude de -<br />

23,5 graus, para obter o mesmo efeito,<br />

precisaremos<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 55


56<br />

OFICINA<br />

precisaremos de dois círculos de raios<br />

diferentes, para manter o eixo central apontado<br />

para o pólo sul celeste. Estes círculos não<br />

ficarão perpendiculares ao solo. Deverão estar<br />

inclinados a 66,5 graus (90 graus menos 23,5<br />

graus) para que o eixo (que corresponderia ao<br />

tubo do telescópio) fique inclinado a 23,5<br />

graus.<br />

A bem da verdade, podemos afirmar<br />

que este eixo estará perfeitamente alinhado e<br />

paralelo ao eixo de rotação da terra. Estes dois<br />

círculos de tamanhos diferentes podem<br />

também ser equiparados a duas fatias (setores)<br />

de um cone imaginário cujo ângulo formado do<br />

seu vértice até a base é o dobro da latitude.<br />

Mesmo <strong>com</strong> um giro <strong>com</strong>pleto<br />

(360º) nos círculos, a posição do eixo permanecerá constante.<br />

Todavia, não necessitamos fazer um giro <strong>com</strong>pleto, que corresponderia a 24 horas de<br />

observação, mas sim de apenas uma hora, ou seja, cerca de 15 graus. Desta forma, podemos<br />

segmentar (cortar) estes círculos, mantendo somente os setores necessários para<br />

a<strong>com</strong>panhamento de 60 minutos. Observe que ao segmentar os círculos, o eixo central perderá o<br />

apoio e não poderá ficar fisicamente sustentado pelos círculos. Vamos considerar, portanto, que<br />

este eixo é virtual e que fica exatamente no centro dos círculos imaginários formados pelo<br />

prolongamento dos setores.<br />

Até o momento, ficou fácil perceber que o tubo do telescópio (representado aqui pelo eixo<br />

central) sempre apontará para o mesmo ponto, quando os círculos giram. A este eixo fixo, que<br />

passa pelo centro dos círculos imaginários, chamaremos de eixo polar, pois ele sempre aponta para<br />

o pólo elevado e está inclinado em relação ao solo, no mesmo ângulo da nossa latitude, e paralelo<br />

ao eixo de rotação da terra.<br />

Imaginemos agora, que o nosso eixo óptico está deslocado alguns graus acima do eixo<br />

polar, mas <strong>com</strong> o mesmo centro de gravidade. O que ocorreria <strong>com</strong> a projeção deste eixo na esfera<br />

celeste?<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004


OFICINA<br />

Veja no desenho abaixo, que se formaria uma circunferência em torno do pólo celeste, após<br />

um giro de 360 graus dos círculos virtuais.<br />

Quanto maior for a inclinação do eixo<br />

óptico em relação ao eixo polar, maior será a<br />

circunferência da projeção. Na verdade, esta<br />

circunferência coincide <strong>com</strong> o movimento<br />

aparente dos astros em torno da Terra para<br />

aquela determinada latitude. Para que este<br />

conceito fique bem consolidado, e usando o<br />

exemplo anterior <strong>com</strong> um observador a 23,5<br />

graus, assimile que se este eixo óptico for<br />

apontado para o Zênite (90 graus), após 12<br />

horas de giro, este eixo não estará apontando<br />

para o Nadir. A trajetória do eixo forma um<br />

cone de 133 graus <strong>com</strong> vértice no centro de<br />

gravidade e <strong>com</strong> centro no eixo polar e<br />

portanto, após o giro de 180 graus, o eixo<br />

óptico estaria apontando para o solo, para um<br />

ponto a 43 graus (66,5 – 23,5 ou 133 - 90) em<br />

relação ao solo.<br />

Quanto ao Centro de Gravidade e o<br />

eixo virtual, temos que fazer algumas<br />

considerações. Supor que o eixo óptico tem<br />

que ser obrigatoriamente coincidente <strong>com</strong> o<br />

eixo virtual que passa pelo centro de gravidade<br />

é um erro. O eixo óptico tem que ser paralelo<br />

ao eixo virtual para que o a<strong>com</strong>panhamento do<br />

pólo celeste seja constante. Imagine que você<br />

está dentro de um elevador panorâmico, no<br />

andar térreo de um prédio, e aponta seu<br />

telescópio para a estrela Sirius. O que<br />

acontecerá se este elevador subir para o<br />

décimo andar? Se você respondeu que a<br />

estrela saiu do campo e você terá que reposicionar<br />

o telescópio para enquadrá-la<br />

novamente, se enganou. A estrela continuará<br />

na mesma posição que estaria se o elevador<br />

ficasse parado (o deslocamento seria<br />

insignificante e imperceptível). Da mesma<br />

forma, se você movimentar o telescópio para<br />

frente, para trás, para os lados, o astro<br />

permanecerá soberbo na imagem da ocular. É<br />

claro que para que isto ocorra, o tubo do<br />

telescópio poderá movimentar-se para qualquer<br />

direção, mas deverá permanecer paralelo a sua<br />

posição original.<br />

Pelo menos alguma vez na vida (talvez<br />

na infância), nos intrigou que em uma viagem<br />

de carro ou trem, toda a paisagem era deixada<br />

para trás, mas a Lua que era vista da nossa<br />

janela, insistentemente parecia querer<br />

a<strong>com</strong>panhar a viagem, numa perseguição<br />

interrompida apenas por uma curva no caminho<br />

(mudança do ângulo de direção). Bem, este é<br />

um problema de paralaxe, e não cabe aqui<br />

detalhar este assunto, mas apenas concluir<br />

que o a<strong>com</strong>panhamento não é feito porque o<br />

telescópio gira de um lado para outro, mas sim,<br />

porque este giro, é a<strong>com</strong>panhado pela variação<br />

do ângulo entre o eixo óptico e o eixo virtual.<br />

Um outro mito quanto a este tipo de<br />

plataforma, é que ela se presta apenas para<br />

utilização na latitude para a qual foi construída.<br />

Isto é uma “meia verdade”. Para que a<br />

plataforma funcione adequadamente, deverá<br />

estar perfeitamente em nível <strong>com</strong> o solo e<br />

alinhada <strong>com</strong> o pólo celeste. Até um raio de<br />

100 quilômetros, não se notará diferença na<br />

performance do a<strong>com</strong>panhamento. A partir<br />

desta distância (se for no sentido norte-sul),<br />

alguns calços no setor norte ou sul irão<br />

<strong>com</strong>pensar a variação da latitude. Porém,<br />

observe o seguinte: o calçamento da<br />

plataforma fará <strong>com</strong> que a mesa na qual<br />

repousa o telescópio fique inclinada, e o risco<br />

de queda do telescópio aumentará de acordo<br />

<strong>com</strong> a inclinação da mesa. Isto inviabiliza o uso<br />

da plataforma em regiões <strong>com</strong> diferença de 15<br />

graus na latitude.<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 57


58<br />

OFICINA<br />

INICIANDO A CONSTRUÇÃO<br />

Primeiramente, vamos considerar que<br />

um setor de círculo (uma fatia) de 15 graus<br />

seria suficiente para a<strong>com</strong>panhamento de 60<br />

minutos. Contudo, uma estrutura <strong>com</strong> esta<br />

graduação, teria que ficar apoiada sobre um<br />

único ponto e ficaria extremamente estreita.<br />

Para garantir uma boa estabilidade, e suportar<br />

o peso do telescópio, é interessante que a<br />

largura deste setor seja no mínimo igual à<br />

largura da base Dobsoniana. No caso do<br />

Hemisfério sul, o raio do círculo do setor sul<br />

será maior que o raio do círculo do setor norte.<br />

A proporção entre estes raios dependerá da<br />

latitude e da distância entre os setores<br />

(<strong>com</strong>primento da plataforma).<br />

Apoiada sobre estes dois setores de<br />

círculo ficará uma plataforma de madeira<br />

exatamente horizontal e paralela ao solo, que<br />

chamaremos Mesa. É sobre esta mesa que<br />

repousará o telescópio Dobsoniano.<br />

Fixadas na parte inferior desta mesa,<br />

ficarão os setores de círculo, que formarão <strong>com</strong><br />

a mesa, um ângulo correspondente a (90º<br />

menos a latitude). Veja a seguir, uma foto de<br />

um setor fixado na mesa. O construtor<br />

(D.F.Molyneux), está localizado a 53 graus de<br />

latitude, o que explica a grande inclinação do<br />

setor em relação à mesa. Repare também, que<br />

as superfícies do setor que entrarão em contato<br />

<strong>com</strong> os rolamentos (vide a seguir) foram<br />

revestidas <strong>com</strong> chapas de alumínio para<br />

redução do atrito e maior precisão no<br />

movimento.<br />

Estes segmentos de círculo ficarão<br />

apoiados sobre rolamentos que suportarão<br />

todo o peso da mesa e do telescópio. Num<br />

suporte Dobsoniano, este peso geralmente é<br />

suportado por 3 almofadas de teflon. Para<br />

garantir uma boa estabilidade, convém apoiar<br />

todo este peso em 4 conjuntos de rolamentos,<br />

sendo 2 conjuntos no setor do pólo celeste<br />

elevado, que é o maior, e 2 conjuntos no setor<br />

oposto. Como a força gravitacional é<br />

perpendicular ao solo, mas os setores são<br />

oblíquos é necessário distribuir este peso em 2<br />

rolamentos de cada conjunto:<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004


OFICINA<br />

Neste projeto, utilizaremos 8 rolamentos, sendo 4 no setor maior e 4 no setor menor. A<br />

disposição dos rolamentos poderá também ser feita <strong>com</strong>o no desenho abaixo, <strong>com</strong> 7 rolamentos.<br />

Quanto maior a latitude (tanto ao norte quanto ao sul), mais acentuada será a diferença na largura<br />

da base nos setores norte e sul (o ângulo do cone virtual é muito maior). Se a largura da base for<br />

muito reduzida no setor oposto ao pólo elevado, é possível utilizar neste setor, apenas 3 rolamentos,<br />

sendo um rolamento principal (no centro da base) e dois rolamentos de apoio nas extremidades, ou<br />

ainda, dois rolamentos principais e um rolamento de apoio no centro. Em determinadas situações é<br />

possível ainda, deixar neste setor apenas um ponto de apoio (um pivô), mas isto só é viável a partir<br />

de latitudes acima de 50 graus.<br />

Em resumo, a plataforma equatorial será<br />

<strong>com</strong>posta de 3 partes principais:<br />

• A Mesa<br />

• A Base<br />

• Sistema de tração<br />

A primeira peça que deverá ser construída<br />

é um esquadro de madeira que será utilizado<br />

para auxiliar no traçado das linhas e na<br />

aferição dos ângulos obtidos na montagem.<br />

Este esquadro deverá ter um ângulo reto (90<br />

graus). O segundo ângulo será igual ao da<br />

latitude definida e o terceiro deverá medir 90<br />

graus menos a latitude (não esqueça que a<br />

soma dos ângulos de qualquer triângulo é igual<br />

a 180 graus). ATMs de Porto Alegre (latitude 30<br />

graus) ou de regiões de latitude 45 graus levam<br />

neste particular uma grande vantagem pois<br />

poderão encontrar estes esquadros já prontos.<br />

Um instrumento <strong>com</strong> hipotenusa de 20 cm será<br />

suficiente para todas as medidas necessárias,<br />

e terá um tamanho mediano tornando o<br />

manuseio bastante confortável.<br />

É fundamental que haja precisão na<br />

construção deste esquadro/gabarito, e para<br />

obter esta precisão, deve ser utilizada a<br />

trigonometria básica. Veja no exemplo abaixo o<br />

cálculo das medidas de um esquadro para<br />

latitude de 23,5 graus):<br />

• Hipotenusa = 200 mm<br />

• Cateto menor = sen(latitude) * 200 = 79,75 mm<br />

• Cateto maior = cos(latitude) * 200 = 183,41 mm<br />

•<br />

A CONSTRUÇÃO DA MESA<br />

Antes de entrar nos detalhes de<br />

construção, precisamos tomar algumas<br />

medidas que serão necessárias para a<br />

construção da plataforma. Para facilitar a<br />

construção e os cálculos, a latitude poderá ser<br />

arredondada, visto que isto não será um fator<br />

crítico na construção. As medidas constantes<br />

neste texto são referentes a um telescópio<br />

Newtoniano, Dobsoniano de 250mm, f/5,6. Os<br />

dados ficam sendo os seguintes:<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 59


60<br />

OFICINA<br />

• Latitude: 23,5 graus sul<br />

• Diâmetro da base Dobsoniana (<strong>com</strong>primento e largura em caso de base não circular): 650 mm<br />

• Espessura das chapas de <strong>com</strong>pensado: 20mm<br />

• Distância da Mesa até o ponto de apoio: 69 mm<br />

• Tempo máximo de a<strong>com</strong>panhamento: 60 minutos<br />

Vamos ver a seguir os detalhes de construção de cada uma destas partes. Algumas<br />

medidas são críticas e devem ser exatas para que a plataforma possa cumprir sua função de<br />

forma eficaz. Como os cálculos são trabalhosos e envolvem muita trigonometria, é possível a<br />

utilização de um programa que calcula as medidas e os ângulos necessários para a<br />

construção. Isto dá uma grande flexibilidade para projetar e modificar até que seja encontrada<br />

a configuração ideal.<br />

No endereço http://pla<strong>net</strong>a.terra.<strong>com</strong>.br/educacao/<strong>Astronomia</strong>/calculomesa.html<br />

há uma página da Inter<strong>net</strong> que efetua estes cálculos interativamente.<br />

Mesa Construída por Warren Peters<br />

(Vista pela parte de baixo)<br />

A mesa é uma chapa de madeira<br />

plana, reta e horizontal onde ficará apoiado<br />

o telescópio Dobsoniano (base e tubo).<br />

Podem ser utilizadas placas de<br />

<strong>com</strong>pensado naval de 3/4" de espessura.<br />

Dependendo do tamanho a espessura<br />

poderá variar de 15 a 20 mm). Na superfície<br />

inferior da mesa, serão afixados os setores<br />

de círculo. O Setor maior ficará na direção<br />

do pólo elevado. Os raios dos setores norte<br />

e sul deverão ser calculados.<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004


OFICINA<br />

As medidas necessárias para a<br />

construção da mesa são:<br />

a. Recuo para fixação do setor Sul<br />

b. Recuo para fixação do setor Norte<br />

c. Distância entre os setores Sul e Norte<br />

d. Altura dos setores norte e sul (flecha)<br />

e. Raio do círculo do setor Sul<br />

f. Raio do círculo do setor norte<br />

g. Largura da Mesa no setor sul<br />

h. Largura da Mesa no setor norte<br />

i. Semi-corda da superfície de contato do setor<br />

Sul<br />

Os cálculos envolvidos são relativamente simples, mas trabalhosos, e envolvem um<br />

conhecimento básico de Trigonometria.<br />

A-Recuo para fixação do setor sul - O<br />

setor sul ficará ligeiramente afastado da borda da<br />

mesa. Para calcular este afastamento, utilize a<br />

fórmula:<br />

Recuo Sul = D * tan(Latitude)<br />

onde D é a distância da base da mesa até o seu<br />

ponto de apoio. Portanto:<br />

Recuo = 69 * tan(23,5)<br />

Recuo = 30mm<br />

B-Recuo para fixação do setor Norte - O<br />

setor norte ficará exatamente na borda da mesa.<br />

Considerando que a chapa teria 20mm de<br />

espessura, o centro desta espessura ficará pouco<br />

mais de 10mm afastado da borda. O cálculo exato<br />

deste afastamento é dado por:<br />

Recuo Norte = (espessura / 2) / cos(Latitude)<br />

Recuo Norte = 10,9<br />

C-Distância entre os setores Sul e Norte -<br />

Considerando que o <strong>com</strong>primento da plataforma<br />

foi definido em 650mm, basta subtrair os recuos<br />

Sul e Norte deste <strong>com</strong>primento e teremos a<br />

distância entre as linhas centrais dos setores sul e<br />

norte:<br />

Distância=Comprimento – Recuo Sul – Recuo Norte<br />

Distancia = 650 - 30 - 10,9<br />

Distância = 609,1<br />

D-Flecha dos setores Norte e Sul - Em<br />

trigonometria, uma reta que corta um círculo<br />

fora do centro tem o nome de corda e a altura<br />

deste setor tem o nome de flecha. Para calcular<br />

a flecha, utiliza-se a fórmula:<br />

Flecha = Recuo / sen(Latitude)<br />

Flecha = 30mm / sen(23,5)<br />

Flecha = 75,24 mm<br />

Neste ponto surge uma dificuldade. Os<br />

setores serão fixados na mesa formando um<br />

ângulo de 66.5 graus. Se o setor de círculo for<br />

cortado em corte reto, o centro da espessura<br />

da madeira utilizada não tocará a mesa. Para<br />

que a fixação seja firme e <strong>com</strong> a medida exata,<br />

o corte deverá ser em um ângulo de 23,5<br />

graus. O valor da flecha encontrado ficaria<br />

sendo válido para o centro da espessura da<br />

madeira, mas nas superfícies os valores devem<br />

ser calculados. Sendo de 20mm a espessura<br />

da chapa, temos:<br />

Flecha menor = Flecha central - (20 * tg(23,5)) / 2<br />

Flecha menor = 75,24 – 4,35<br />

Flecha menor = 70,89 mm<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 61


62<br />

OFICINA<br />

Flecha maior = 75,24 + 4,35<br />

Flecha maior = 79,59 mm<br />

Flecha maior = Flecha central + (20 * tg(23,5)) / 2<br />

E-Raio do círculo do setor Sul - Para calcular o Raio do círculo do setor sul, utilizamos<br />

a fórmula:<br />

corda<br />

Rsul = --------------------------------------------------------------------------------------<br />

2 * sen (180 – (2 * (90 – (arctan (2 * Flecha / corda )))))<br />

650<br />

Rsul = -----------------------------------------------------------<br />

2 * sen (180 – (2 * (90 – (arctan (2 * 75,24 / 650 )))))<br />

650<br />

Rsul = ------------------------------------<br />

2 * sen (180 – (2 * ( 90 – 13,035)))<br />

650<br />

Rsul = -----------------<br />

2 * sen (26,0695)<br />

Rsul = 740mm<br />

F- Raio do círculo do setor norte - O setor<br />

norte, será menor (está mais próximo do vértice<br />

do cone virtual) e poderá ser calculado pela<br />

fórmula:<br />

Rnorte = dSnorte * sen (latitude)<br />

Inicialmente calcularemos a distância do<br />

setor sul até o vértice do cone virtual:<br />

dSsul = Rsul / (sen(23,5))<br />

dSsul = 1858mm<br />

Em seguida, a distância do setor norte até<br />

o vértice do cone virtual:<br />

dSnorte = dSsul – Distância entre os setores<br />

dSnorte = 1858 – 609,1<br />

dSnorte = 1248,9 mm<br />

Finalmente, o Raio do setor norte<br />

Rnorte = dSnorte * sen (23,5)<br />

Rnorte = 497 mm<br />

G-Largura da mesa no setor Sul - Não é<br />

necessário calcular, pois é a mesma medida da<br />

largura da plataforma, no nosso caso, 650mm.<br />

Observe que a largura corresponde à linha<br />

onde o setor sul será fixado, e não exatamente<br />

na borda.<br />

H-Largura da mesa no setor norte - A<br />

largura da mesa do setor sul será igual ao<br />

<strong>com</strong>primento da corda de um círculo de 498mm<br />

de raio e uma flecha de 75mm, e pode ser<br />

calculada aplicando-se o teorema de Pitágoras:<br />

Raio 2 = (Largura/2) 2 + Flecha 2<br />

Largura = 2 * 262,82<br />

Largura = 526 mm<br />

I- Superfície de contato do setor sul - O<br />

setor Sul, fará um a<strong>com</strong>panhamento de no<br />

máximo 60 minutos, ou seja, 15 graus de<br />

percurso e contato do setor <strong>com</strong> o rolamento.<br />

Já dissemos anteriormente que para garantir<br />

uma boa estabilidade, este contato estaria<br />

dividido nas bordas do setor Sul. Assim sendo,<br />

a parte central do setor Sul não será utilizada, e<br />

pode ser eliminada em caso de necessidade de<br />

redução no peso da plataforma. Eu vou optar<br />

por manter esta área, ou em último caso, vou<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004


OFICINA<br />

desbastar as bordas, porém, pretendo não revestir de chapa metálica as áreas em que não haverá<br />

contato. Para saber onde estarão as áreas de contato, utilize o esquema abaixo, que foi calculado<br />

supondo um círculo <strong>com</strong> raio de 740mm e uma flecha de 75mm:<br />

Todos os cálculos acima tiveram por objetivo preparar a mesa e suas partes da maneira<br />

mais exata possível. Um dos segredos para a eficácia no a<strong>com</strong>panhamento está nos setores de<br />

círculo, que deverão estar perfeitamente preparados, fixados e ajustados. Os setores deverão ser<br />

fixados em um ângulo de exatamente (90 menos latitude) graus. Para obter esta exatidão e<br />

também estabilidade dos setores Sul e Norte, a fixação deverá utilizar 5 escoras triangulares, sendo<br />

3 no setor sul e 2 no setor norte.<br />

Estas escoras deverão ser fabricadas em madeira maciça (caibros de 5x5 cm em peroba,<br />

angico, maçaranduba, sucupira, ipê) cortados na forma de um triângulo em que o ângulo principal<br />

será de (90 menos latitude) graus, no nosso caso, 66,5 graus. Use e abuse do esquadro pois ele foi<br />

construído justamente para esta finalidade.<br />

A CONSTRUÇÃO DA BASE<br />

A base da Plataforma Equatorial deverá<br />

ter mesma largura e o mesmo formato da Mesa.<br />

No setor Sul, o <strong>com</strong>primento deverá ser cerca de<br />

30 cm maior para <strong>com</strong>portar o sistema de<br />

Tracionamento (motor, engrenagens, mecanismo<br />

de Reset, bússola, niveladores por bolha etc) e no<br />

setor norte, 5 cm serão suficientes para a fixação<br />

dos suportes dos rolamentos. Assim <strong>com</strong>o na<br />

construção da mesa, a base deve ser construída<br />

<strong>com</strong> madeira resistente (<strong>com</strong>pensado naval de 15<br />

a 20mm de espessura). Na superfície desta base,<br />

deverão ser fixados os suportes <strong>com</strong> os seus<br />

respectivos rolamentos, no nosso caso, dois<br />

suportes ao Sul e dois suportes ao Norte,<br />

totalizando quatro suportes (8 rolamentos). Os<br />

rolamentos mais adequados deverão ter um<br />

diâmetro externo de cerca de uma polegada, e<br />

a medida do diâmetro interno é indiferente.<br />

Estes rolamentos deverão ser fixados<br />

em suportes de madeira maciça cortados no<br />

formato de um triângulo retângulo. Nos catetos<br />

deste triângulo serão fixados os rolamentos e o<br />

lado maior (hipotenusa) ficará em contato <strong>com</strong><br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 63


64<br />

OFICINA<br />

a base propriamente dita. O ângulo onde os<br />

rolamentos farão contato <strong>com</strong> o setor de círculo<br />

deverá ter 90 graus e os outros ângulos, deverão<br />

ser <strong>com</strong>patíveis <strong>com</strong> a Latitude local. No nosso<br />

caso, 23,5 graus (latitude) e 66,5 graus (90<br />

menos latitude) respectivamente.<br />

Os rolamentos devem ser fixados nos<br />

suportes, <strong>com</strong> a ajuda de um esquadro, tomandose<br />

as precauções devidas para que o Rolamento<br />

principal fique bem no centro do ponto de contato<br />

<strong>com</strong> o setor de círculo. Todavia, convém não fixar<br />

de imediato os suportes na base, deixando esta<br />

operação <strong>com</strong>o uma das últimas etapas da<br />

construção. Nesta etapa, é que serão ajustadas<br />

eventuais diferenças ou folgas.<br />

É na base da Plataforma equatorial,<br />

que irá repousar o motor e todo o mecanismo<br />

de a<strong>com</strong>panhamento. A Base deverá ser<br />

equipada <strong>com</strong> "pés" reguláveis para <strong>com</strong>pensar<br />

as imperfeições do solo, visto que a<br />

horizontalidade da base é fundamental para a<br />

perfeição no a<strong>com</strong>panhamento. Cápsulas de<br />

controle de nível (as mesmas que pedreiros<br />

utilizam para conferir o nível ou prumo das<br />

construções) deverão ser fixadas para conferir<br />

o nível longitudinal ou transversal. Alguns<br />

ATMs equipam suas plataformas <strong>com</strong> bússolas<br />

e ainda <strong>com</strong> pequenas lu<strong>net</strong>as buscadoras<br />

préviamente colimadas para apontar para a<br />

estrela polar, facilitando em muito o<br />

posicionamento da Plataforma no momento da<br />

utilização.<br />

Claro que nós do Hemisfério Sul teremos que adotar uma outra referência, já que não<br />

conseguimos ver a estrela polar, e a nossa Sigma Octantis é dificílima de ser localizada.<br />

OBS: Mesmo a Estrela polar, não está exatamente no polo norte, apresentando um desvio<br />

de 45 minutos de arco. A Sigma Octantis, está a cerca de 1 grau do pólo celeste Sul, mas é<br />

uma estrela de magnitude 5,4 enquanto que a estrela polar é visível a olho nu (mag: 1,96).<br />

Observe ainda que o alinhamento por meio de bússola nos fornecerá o norte magnético e<br />

não o norte geográfico. Se esta diferença fosse consistente, não haveriam grandes problemas,<br />

mas o norte magnético varia de região para região, e varia também <strong>com</strong> o decorrer do tempo. Para<br />

saber mais sobre o alinhamento polar, visite a página da Astrônoma Rosely Grégio que trata deste<br />

assunto <strong>com</strong> detalhes:<br />

http://www.constelacoes.hpg.ig.<strong>com</strong>.br/alinhamento_de_telescopio.htm<br />

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OFICINA<br />

O SISTEMA DE TRAÇÃO<br />

A mesa deverá girar em torno do seu eixo<br />

polar para efetuar o a<strong>com</strong>panhamento do objeto.<br />

Para que isto ocorra, é necessária a existência<br />

um sistema de tracionamento, que deverá ser<br />

<strong>com</strong>posto por um motor e um sistema de<br />

transmissão. A maioria das Plataformas<br />

pesquisadas utiliza transmissão do giro do motor<br />

por meio de um eixo roscado que movimenta um<br />

braço tangente fixado ao setor sul da mesa.<br />

Outras utilizam tração direta na superfície<br />

de contato do setor sul ou em um dos rolamentos<br />

que apóiam a mesa. Este último fornece uma<br />

precisão muito maior, mas é muito mais difícil de<br />

construir. A tração via braço tangente tem um<br />

problema crônico pois o braço que movimenta a<br />

mesa percorre uma linha reta a uma velocidade<br />

constante mas o movimento desejado é o<br />

movimento angular da superfície de contato dos<br />

setores.<br />

Quanto menor for o raio, maior será a<br />

diferença entre a velocidade linear do braço e a<br />

velocidade angular da mesa. Para avaliar o<br />

quanto esta diferença prejudica o<br />

a<strong>com</strong>panhamento, é necessário efetuar alguns<br />

cálculos.<br />

No nosso caso, foi calculado que o<br />

percurso linear do braço tangente,<br />

(considerando que o ponto de apoio deste<br />

braço esteja na borda do setor de círculo) seria<br />

de:<br />

Cos(90-7,5) * 2 * Raio do Setor Sul = 193,17mm<br />

O perímetro deste arco de 15 graus,<br />

considerando que o raio do setor sul é de<br />

740mm, é calculado por: (2 * pi * Raio) / 360 *<br />

15 = 193,73mm A diferença entre o percurso<br />

do braço e o arco de contato é de menos de<br />

0,55mm, e apesar de ser uma diferença<br />

pequena, é uma diferença que talvez possa<br />

trazer alguns problemas de tracking.<br />

Esta diferença não seria propriamente um problema, se a velocidade angular fosse<br />

constante assim <strong>com</strong>o acontece <strong>com</strong> a velocidade linear. A velocidade angular só será igual a<br />

velocidade angular quando a mesa estiver exatamente na horizontal (aos 30 minutos de<br />

a<strong>com</strong>panhamento). Analisando as diferenças no ângulo da mesa a cada 5 minutos poderemos ter<br />

noção do "estrago" causado por esta diferença de velocidade:<br />

Tempo<br />

em minutos<br />

Percurso<br />

linear<br />

em milímetros<br />

Ângulo Desejado<br />

(minutos de arco)<br />

Ângulo Real<br />

(Minutos de arco)<br />

Diferença<br />

de ângulo<br />

(minutos de arco)<br />

0 0,00 450 450,00 0,00<br />

5 16,10 375 374,67 -0,33<br />

10 32,20 300 299,52 -0,48<br />

15 48,29 225 224,52 -0,48<br />

20 64,39 150 149,62 -0,38<br />

25 80,49 75 74,79 -0,21<br />

30 96,59 0 0,00 0,00<br />

35 112,69 -75 -74,79 0,21<br />

40 128,79 -150 -149,62 0,38<br />

45 144,88 -225 -224,52 0,48<br />

50 160,98 -300 -299,52 0,48<br />

55 177,08 -375 -374,67 0,33<br />

60 193,18 -450 -450,00 0,00<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 65


66<br />

OFICINA<br />

O desvio máximo calculado foi de 0,48 minutos de arco e a dispersão total pode ser<br />

observada no gráfico abaixo:<br />

O "estrago" parece que não foi grande. As maiores diferenças de velocidade se<br />

concentram no início e no fim do a<strong>com</strong>panhamento. Para utilização da Plataforma em exposições<br />

curtas, de no máximo 5 minutos, presume-se que este fator, não afetará a qualidade do<br />

a<strong>com</strong>panhamento.<br />

A MOTORIZAÇÃO<br />

Existem dois tipos de motores que podem ser<br />

utilizados para efetuar o "tracking": Os motores<br />

<strong>com</strong>uns de corrente contínua (motor DC) e os<br />

Motores de Passo. Motores DC são aqueles<br />

normalmente utilizados em eletro-eletrônicos. Um<br />

grande problema destes motores, é que eles não<br />

garantem uma velocidade de giro regular.<br />

Qualquer variação na corrente, no ciclo ou no<br />

peso do objeto, pode resultar na variação na<br />

velocidade de giro do motor.<br />

No nosso caso, o peso a ser arrastado pelo motor<br />

varia durante o processo de a<strong>com</strong>panhamento,<br />

devido aos ângulos diferentes em que a<br />

plataforma irá se posicionar. Assim sendo, o uso<br />

de um motor DC não é aconselhado.<br />

O motor de passo se caracteriza por uma<br />

exatidão muito grande na velocidade de giro, já<br />

que o controle é feito por bobinas independentes<br />

que podem ser controladas por um circuito<br />

eletrônico ou por um <strong>com</strong>putador. Motores de<br />

passos são encontrados em aparelhos onde a<br />

precisão é um fator muito importante. São usados<br />

em larga escala em impressoras, plotters,<br />

scanners, drivers de disquetes, discos rígidos e<br />

muitos outros aparelhos.<br />

Para ilustrar o funcionamento de um motor de<br />

passo, a figura acima mostra um motor de<br />

passo <strong>com</strong> 4 bobinas. Cada vez que uma<br />

destas bobinas do indutor é energizada, cria<br />

um campo magnético que atrai o induzido, que<br />

por sua vez, a<strong>com</strong>panha a bobina energizada,<br />

efetuando 1/4 de giro. Neste exemplo temos<br />

um motor de 4 passos por giro, e cada passo<br />

tem 90 graus. Somente uma bobina é<br />

energizada a cada passo.<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004


OFICINA<br />

Este mesmo motor, pode ser programado para ser um motor de 8 passos por giro. Ao<br />

energizar duas bobinas simultaneamente, o induzido se posiciona entre as duas bobinas,<br />

realizando um passo intermediário. Veja no desenho abaixo:<br />

Observe porém, que a existência de 4<br />

bobinas é apenas uma apresentação didática,<br />

pois normalmente os motores de passo possuem<br />

várias bobinas, o que permite um número maior<br />

de passo por giro, tornando a rotação muito mais<br />

precisa e isenta de vibrações. Nos exemplos<br />

acima, vimos passos de 90 e 45 graus, mas na<br />

prática os motores de passo tem passos de 7,5<br />

graus ou menores.<br />

Os esquemas mostrados acima são<br />

semelhantes aos dos motores utilizados nos<br />

antigos drives de disquete de 5,1/4", que podem<br />

ser encontrados <strong>com</strong> facilidade em lojas de<br />

sucata de informática. É muito fácil controlar a<br />

velocidade de um motor de passo, usando um<br />

micro-<strong>com</strong>putador. A energização das bobinas<br />

poderia ser feita pela porta paralela que mandaria<br />

os sinais em sincronia <strong>com</strong> seus parâmetros<br />

internos e poderia até mesmo corrigir as<br />

diferenças entre a velocidade linear da tração e a<br />

velocidade angular. Dezenas de Hobbistas em<br />

robótica fazem operações muito mais <strong>com</strong>plexas<br />

do que esta. Todavia, isto criaria uma<br />

dependência de manter um Lap-top controlando o<br />

a<strong>com</strong>panhamento e isto acabaria sendo um<br />

entrave e prejudicaria a praticidade de utilização.<br />

Portanto, a opção ideal é controlar o<br />

motor de passo através de um pequeno circuito<br />

eletrônico, que deverá ser construído (veja<br />

abaixo). O controlador (driver) pode ser<br />

construído usando transistores de potência,<br />

mas é mais fácil é adquirir drivers prontos, por<br />

exemplo, os circuitos integrados ULN 2003 ou<br />

ULN2803, que nada mais são que arrays de<br />

transistores Darlington que podem controlar<br />

correntes de até 500mA, estão em forma de<br />

circuitos integrados prontos para serem usados<br />

em interfaces que necessitem controlar<br />

motores de passos, solenóides, relês, motores<br />

DC e muitos outros dispositivos. O CI ULN<br />

2803 tem 8 entradas que podem controlar até 8<br />

saídas. Com ele poderemos controlar até 2<br />

motores de passo simultaneamente. Tanto o CI<br />

ULN 2003 <strong>com</strong>o o ULN 2803 trabalham <strong>com</strong><br />

correntes de 500mA e tensão de até 50v. A<br />

utilização de motores de passo que consumam<br />

mais que esse valor, poderão queimar os CIs.<br />

É necessário verificar qual a amperagem de<br />

trabalho do motor, e deve-se dar preferência<br />

àqueles cujo consumo seja menor que 500mA,<br />

para não sobrecarregar o CI. Um fator<br />

importante que se deve levar em consideração<br />

é a fonte de alimentação que terá que fornecer<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 67


68<br />

OFICINA<br />

a amperagem necessária. A velocidade de giro do<br />

motor de passo depende do circuito controlador.<br />

A velocidade ideal será a mínima possível, que<br />

seja suficiente para que a rotação não provoque<br />

vibrações que prejudiquem a estabilidade da<br />

mesa. Esta velocidade normalmente estará acima<br />

de 300 RPM.<br />

A velocidade do braço tangente que<br />

acionará a mesa, dependerá do <strong>com</strong>primento do<br />

percurso do braço no setor sul. Como já foi visto,<br />

este percurso é de: Cos(90-7,5) * 2 * Raio do<br />

Setor Sul = 193,17mm. Portanto, a velocidade<br />

deverá ser de 193,17mm por hora, ou<br />

aproximadamente 3,21mm/minuto. Considerando<br />

que a tração será feita por uma barra roscada de<br />

1/4" de bitola <strong>com</strong> <strong>com</strong>primento útil de 193,17mm,<br />

e que existem nesta barra 20 espiras por<br />

polegada, concluímos que o percurso total<br />

necessitará de 152 giros da barra roscada, ou<br />

seja, 2,53 rotações por minuto. Se o motor girar a<br />

300rpm, será necessária uma redução superior a<br />

100 vezes, que deverá ser obtida através de um<br />

conjunto de engrenagens.<br />

O CONTROLADOR DO MOTOR DE<br />

PASSO<br />

Na configuração desejada, independente<br />

do número de bobinas do motor, e já que os<br />

sinais não serão enviados por um programa de<br />

<strong>com</strong>putador, é necessário um circuito eletrônico<br />

que faça a energização das bobinas na<br />

seqüência e na velocidade corretas. Como foi<br />

visto no exemplo acima, numerando uma<br />

seqüência de 4 bobinas <strong>com</strong> número de 1 a 4<br />

teríamos que energizar:<br />

• passo 1 - bobina 1<br />

• passo 2 - bobinas 1 e 2<br />

• passo 3 - bobina 2<br />

• passo 4 - bobinas 2 e 3<br />

• passo 5 - bobina 3<br />

• passo 6 - bobinas 3 e 4<br />

• passo 7 - bobina 4<br />

• passo 8 - bobinas 4 e 1<br />

O circuito abaixo, projetado pelo Engenheiro Eletrônico e Astrônomo Paulo Bonagura<br />

executa esta tarefa de forma simples e funcional.<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004


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Este circuito é basicamente <strong>com</strong>posto por<br />

um temporizador (555D), que envia em<br />

intervalos regulares e controlados, pulsos<br />

elétricos para um contador (74393) que utiliza 3<br />

bits. Cada vez que este contador recebe um pulso<br />

do temporizador ele executa sua função de<br />

"contar", ou seja, soma 1 ao valor que está na sua<br />

memória. Desta memória só nos interessam os 3<br />

bits de peso fraco, e que <strong>com</strong>binados resultam<br />

em valores de 0 a 7. O resultado deste contador é<br />

lido pelo Decodificador (74138), que transforma<br />

os 3 bits em um endereço de 8 bits onde um bit<br />

retornará o sinal zero e os restantes o sinal 1.<br />

Estes 8 sinais gerados pelo decodificador serão<br />

então submetidos a dois Circuitos Integrados<br />

<strong>com</strong> 4 portas lógicas cada, sendo um deles<br />

<strong>com</strong>posto de 4 portas "And" (7408) e o outro<br />

<strong>com</strong>posto por 4 portas "Not And".<br />

Uma porta And é um circuito que<br />

recebe duas correntes elétricas (entrada) e<br />

devolve uma (saída). A saída será 1 se, e<br />

somente se, as duas correntes de entrada<br />

forem 1. Uma porta Not And também é um<br />

circuito que recebe duas correntes elétricas<br />

(entrada) e devolve uma (saída). A saída será 1<br />

se, e somente se, as duas correntes de entrada<br />

não forem 1.<br />

Abaixo, uma simulação dos 8 passos executados por este circuito, esclarecendo que 0<br />

(zero) significa ausência de corrente elétrica e 1(um) indica presença de corrente.<br />

Memória do<br />

contador<br />

Valor<br />

Valor<br />

modificado pelo<br />

decodificador<br />

Entrada Porta<br />

And<br />

Saída Porta<br />

And<br />

Entrada Porta<br />

Not And<br />

Saída Porta<br />

Not And<br />

0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 0 11 11 11 11 1 1 1 1 01 11 11 11 1 0 0 0<br />

0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 10 01 11 11 0 0 1 1 10 10 11 11 1 1 0 0<br />

0 1 0 2 1 1 1 1 1 0 1 1 11 11 11 11 1 1 1 1 11 01 11 11 0 1 0 0<br />

0 1 1 3 1 1 1 1 0 1 1 1 11 10 01 11 1 0 0 1 11 10 10 11 0 1 1 0<br />

1 0 0 4 1 1 1 0 1 1 1 1 11 11 11 11 1 1 1 1 11 11 01 11 0 0 1 0<br />

1 0 1 5 1 1 0 1 1 1 1 1 11 11 10 01 1 1 0 0 11 11 10 10 0 0 1 1<br />

1 1 0 6 1 0 1 1 1 1 1 1 11 11 11 11 1 1 1 1 11 11 11 01 0 0 0 1<br />

1 1 1 7 0 1 1 1 1 1 1 1 01 11 11 10 0 1 1 0 10 11 11 10 1 0 0 1<br />

A forma <strong>com</strong> que estas portas foram ligadas ao Decodificador faz <strong>com</strong> que as saídas das 4<br />

portas Not And gerem sinais que são lidos diretamente pelas 4 primeiras entradas do<br />

controlador de Motor de Passo (ULN 2003) numa <strong>com</strong>binação que fornece a corrente<br />

necessária para a energização das bobinas.<br />

• passo 1 - bobina 1 (1 0 0 0)<br />

• passo 2 - bobinas 1 e 2 (1 1 0 0)<br />

• passo 3 - bobina 2 (0 1 0 0)<br />

• passo 4 - bobinas 2 e 3 ( 0 1 1 0)<br />

• passo 5 - bobina 3 ( 0 0 1 0)<br />

• passo 6 - bobinas 3 e 4 (0 0 1 1)<br />

• passo 7 - bobina 4 (0 0 0 1)<br />

• passo 8 - bobinas 4 e 1 (1 0 0 1)<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 69


70<br />

OFICINA<br />

SAIBA MAIS<br />

São dezenas de Home-pages que tratam deste assunto, a esmagadora maioria em idioma<br />

inglês. Abaixo, alguns links selecionados <strong>com</strong> ilustrações e planos de construção:<br />

• Reagan's Dob Tracker<br />

http://www.geocities.<strong>com</strong>/reaganjj/<br />

• Chuck Shaw<br />

http://www.ghg.<strong>net</strong>/cshaw/platform.htm<br />

• TL System Aluminium Platform<br />

http://astronomymall.<strong>com</strong>/regular/products/eq_platforms/<br />

• Don's Equatorial Platform<br />

http://home.att.<strong>net</strong>/~segelstein/don/platform-1.html<br />

• Building an equatorial platform for a dobsonian<br />

telescope<br />

http://home.wanadoo.nl/jhm.vangastel/Astronomy/Ponc<br />

et/e_index.htm<br />

• Equatorial Platform Meeting Notes<br />

http://www.starastronomy.org/Library/Platform/eqplat1.<br />

html<br />

• The Equatorial Platform<br />

http://homepage.ntlworld.<strong>com</strong>/molyned/the_equatorial_<br />

platform.htm<br />

• Jon Fields Platform<br />

http://home.att.<strong>net</strong>/~fieldsj/platform.htm<br />

• AstroSystems<br />

http://www.astrosystems.biz/eqplat1.htm<br />

• How to Align your equatorial Platform<br />

http://www.geocities.<strong>com</strong>/reaganjj/tracking<br />

• Economical Platforms for most Dobsonians<br />

http://www.equatorialplatforms.<strong>com</strong>/<strong>com</strong>pact.htm<br />

• Make An Equatorial Telescope Platform In a Week!<br />

http://www.granitic.<strong>net</strong>/astro/platform.htm<br />

• Portaball on an Equatorial Platform<br />

http://astronomymall.<strong>com</strong>/regular/products/eq_platform<br />

s/portaball.htm<br />

Paulo Oshikawa<br />

Colaborador | Revista <strong>macroCOSMO</strong><br />

oshikawa@bitti.<strong>com</strong>.br<br />

• A Low Profile Equatorial Platform Rob Brown<br />

http://home.<strong>com</strong>cast.<strong>net</strong>/~mccullochbrown/astro/platform.html<br />

• Cylindrical Bearing Equatorial Platforms Chuck<br />

Shaw http://www.atmsite.org/contrib/Shaw/platform/<br />

• Improved Cylindrical Bearing Equatorial Tracking<br />

Table http://faculty.washington.edu/quarn/stpmtr.html<br />

• Robert Duval An Evolved Poncet Platform<br />

http://www.jlc.<strong>net</strong>/~force5/Astro/ATM/Poncet/Intro.<br />

html<br />

• Bill Mitchell: The equatorial platform<br />

http://www.telescope.150m.<strong>com</strong>/platform/platform.htm<br />

• A new stepper motor driver circuit (mainly) for<br />

driving equatorial platforms<br />

http://w1.411.telia.<strong>com</strong>/~u41105032/Stepper/Stepper.<br />

htm<br />

• Dobsonian Tracking Platform By Walt Hamler<br />

http://www.cfas.org/Library/tracking_platform.htm<br />

• How To Build Your Own Poncet Table In Only 18<br />

Months http://www.rmss.org/gallery/article1.htm<br />

• Low Profile Equatorial Table By David Shouldice<br />

http://members.tripod.<strong>com</strong>/denverastro/dsdfile/dspfile.<br />

htm<br />

• Brad's Platform<br />

http://www.fred.<strong>net</strong>/bdavy/scope.htm<br />

• Johnsonian Designs<br />

http://www.johnsonian.<strong>com</strong>/COOL.HTM<br />

• Plataforma Equatorial de Setores de Círculo<br />

http://pla<strong>net</strong>a.terra.<strong>com</strong>.br/educacao/<strong>Astronomia</strong><br />

∞<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004


PALESTRA<br />

A ASTRONOMIA E SEU<br />

COMEÇO<br />

Certo dia disseram que a<br />

ASTRONOMIA era filha de uma mãe muito<br />

louca, que é a Astrologia. De fato, não podemos<br />

deixar de admitir que esta afirmação é<br />

verdadeira. Porém, podemos sem sombra de<br />

dúvidas, diferenciar uma Pseudociência de uma<br />

verdadeira Ciência. A Astrologia ela preconiza a<br />

influência dos astros na personalidade e nos<br />

destinos do homem (afirmam os seus<br />

praticantes). Já a <strong>Astronomia</strong> é uma verdadeira<br />

ciência pura, que estuda os astros em sua<br />

constituição e movimento.<br />

Tudo <strong>com</strong>eçou, graças a capacidade de<br />

observação do céu por algumas civilizações<br />

mesopotâmias <strong>com</strong>o: caldeus, babilônicos e<br />

sumérios. E os pensamentos dos antigos<br />

gregos na Escola de Alexandria <strong>com</strong>o:<br />

Aristarco, Eratóstenes, Hiparco e Ptolomeu, nos<br />

quais foram surgindo várias explicações sobre a<br />

origem e os movimentos dos astros. E bem<br />

verdade, que os primeiros conceitos<br />

associavam os astros e seus movimentos à<br />

deuses, <strong>com</strong>eçando <strong>com</strong> o Sol, Lua e os<br />

pla<strong>net</strong>as. Não é à toa que os gregos e romanos<br />

deram os nomes e sentidos aos pla<strong>net</strong>as à<br />

deuses da sua mitologia.<br />

Na verdade, o fascínio que o céu<br />

sempre exerceu sobre o homem está registrado<br />

na história de todas as civilizações. O interesse<br />

pelo céu independe da idade, velhos e crianças,<br />

todos se deixam cativar por sua beleza e pelos<br />

enigmas que ele esconde. A curiosidade das<br />

crianças pela <strong>Astronomia</strong> tem sido reconhecida<br />

e explorada até abusivamente pelos meios de<br />

<strong>com</strong>unicação: multiplicam-se as estórias<br />

fantásticas <strong>com</strong> naves espaciais, seres<br />

extraterrestres, cientistas <strong>com</strong> ar de malucos<br />

em astros desconhecidos, etc.<br />

Essa falsa ciência acaba gerando uma<br />

enorme expectativa em relação a eventos que<br />

nada têm a ver <strong>com</strong> os fatos astronômicos<br />

reais. E os astrônomos acabam sendo vistos<br />

usando instrumentos extremamente sofisticados<br />

e criando teorias <strong>com</strong>plicadíssimas. Essa<br />

Audemário Prazeres | Sociedade Astronômica do Recife<br />

expectativa gerada pela mídia, eu tive a infeliz<br />

oportunidade de ver junto ao público, <strong>com</strong> a<br />

passagem do <strong>com</strong>eta Halley. Onde em 1910<br />

registros nos mostram um temor da população,<br />

que associavam o <strong>com</strong>eta a grandes tragédias<br />

e epidemias. E na sua última passagem, que foi<br />

mais próxima do que em 1910, houve um certo<br />

descontentamento gerado pela grande<br />

expectativa da mídia, provocando reações <strong>com</strong><br />

expressões do tipo: “Isso é o Halley!!!”.<br />

Não é de se estranhar, portanto, que os<br />

professores das escolas tenham um certo<br />

receio em levar a <strong>Astronomia</strong> para a sala de<br />

aula ou que, quando o fazem, se apeguem aos<br />

livros de texto. E os autores desses livros, por<br />

sua vez, pouco deixam de reproduzir o que<br />

encontram em outros textos. À medida que as<br />

cópias se sucedem, as incorreções se<br />

multiplicam e as definições ficam cada vez mais<br />

incorretas. Um exemplo bem <strong>com</strong>um, é que<br />

tanto GALÁXIAS <strong>com</strong>o CONSTELAÇÕES<br />

encontramos em alguns livros didáticos <strong>com</strong>o<br />

sendo um “conjunto de estrelas”. O que na<br />

verdade, GALÁXIAS são agrupamentos<br />

gigantescos de estrelas, gases e poeira. E<br />

quanto as CONSTELAÇÕES, são<br />

simplesmente um agrupamento aparente de<br />

estrelas, definidas dependendo da referência<br />

utilizada.<br />

E O PORQUE DA ASTRONOMIA AMADORA?<br />

A característica fundamental dos seres<br />

humanos é a sua curiosidade. E isso vemos<br />

constantemente <strong>com</strong> o interesse em terras<br />

distantes e misteriosas; pela fauna dos<br />

oceanos; a origem pelas montanhas; a<br />

<strong>com</strong>posição do centro da Terra, etc. Tudo isso<br />

e muito mais, são estudadas por disciplinas<br />

organizadas e objetivas chamadas de Ciência,<br />

na qual nos possibilita aumentar os nossos<br />

conhecimentos e satisfazer as nossas<br />

curiosidades.<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 71


72<br />

PALESTRA<br />

E a <strong>Astronomia</strong> é, hoje em dia, uma<br />

das poucas Ciências (SE NÃO FOR A ÚNICA),<br />

em que o amador realmente tem vez. Como<br />

também, é a ciência que oferece uma melhor<br />

<strong>com</strong>preensão sobre o contexto em que<br />

estamos inseridos, satisfazendo o aspecto da<br />

curiosidade humana.<br />

No caso da <strong>Astronomia</strong>, desde a<br />

remota antigüidade, o homem tem observado o<br />

céu e os fenômenos celestes que surgiam, e<br />

sempre se buscou explicar o que se vê. E isso<br />

se fez de maneira bastante <strong>com</strong>um, <strong>com</strong><br />

questionamentos simples, do tipo: O Sol nascer<br />

no horizonte Leste, seguido de um período de<br />

claridade (dia), e o seu “sumiço” no horizonte<br />

Oeste, dando início a escuridão (noites).<br />

Nesse contexto, lembro que <strong>com</strong> o<br />

surgimento do telescópio, houve uma mudança<br />

radical nos conceitos astronômicos, pois<br />

emergiu uma nova <strong>Astronomia</strong>. E esta nova<br />

ciência se profissionalizou, fazendo <strong>com</strong> que<br />

esses profissionais tenham na <strong>Astronomia</strong> a<br />

sua única fonte de subsistência.<br />

Já os amadores, são pessoas <strong>com</strong> as<br />

mais variadas profissões, que inicialmente se<br />

dedicam as observações astronômicas motivas<br />

pelo prazer. Até este ponto, não há nada de<br />

in<strong>com</strong>um. Pois da mesma forma em que existe<br />

pessoas que encontre divertimento em<br />

atividades <strong>com</strong>o: pescaria; observando aves;<br />

colecionando variados objetos; fazendo trilhas;<br />

etc. Há aqueles que se divertem observando o<br />

céu. Mas existe um diferencial relevante que<br />

vale a pena lembrar que vemos na definição da<br />

palavra “amador”. Observe que esta palavra é<br />

também designada para aqueles que “amam”<br />

uma determinada atividade. E estando nós<br />

amando, prevalecemos a obstinação e<br />

dedicação. Estes sentimentos o amador os<br />

aplica de forma inteiramente livre, podendo<br />

observar o que ele quiser. Ao contrário dos<br />

profissionais, que dominam muito bem o campo<br />

teórico, desenvolvem suas atividades de<br />

maneira específica as quais são “presos” as<br />

rígidas normas sejam da instituição ais quais<br />

estão vinculados ou da própria natureza da<br />

observação. Com isto, não podemos afirmar<br />

que ocorre uma diversificação de observações<br />

por parte do profissional. Já <strong>com</strong> o amador, a<br />

diversificação é uma característica bastante<br />

<strong>com</strong>um, fazendo desses amadores verdadeiros<br />

conhecedores do céu em relação aos<br />

profissionais, e constantemente vemos<br />

amadores fazendo descobertas em vários<br />

segmentos da <strong>Astronomia</strong> (<strong>com</strong>etas; meteoros;<br />

supernova; etc.).<br />

Só para se ter uma idéia, no que refere<br />

a <strong>Astronomia</strong> observacional, entre 60 e 70%<br />

das atividades são realizadas pelos<br />

astrônomos amadores espalhados pelo mundo.<br />

Pois o instrumento as vezes utilizados pelos<br />

profissionais, estão ao alcance do amador,<br />

quando não, os amadores <strong>com</strong> as suas<br />

adaptações promovem pesquisas semelhantes<br />

e de alto valor científico. Não podemos deixar<br />

de destacar, que <strong>com</strong> o advento da INTERNET,<br />

boa parte dos programas de <strong>com</strong>putadores<br />

voltados para a <strong>Astronomia</strong>, em que os<br />

profissionais utilizam em suas áreas<br />

específicas, são também utilizados pelos<br />

amadores.<br />

COMO SER UM O ASTRÔNOMO<br />

AMADOR???<br />

É IMPRESCINDÍVEL POSSUIR UM<br />

INSTRUMENTO?<br />

Respondendo esta pergunta, esclareço<br />

o seguinte: É desejável claro, mas não<br />

imprescindível. A olho nu vemos cerca de 6000<br />

estrelas até a Sexta magnitude (antigamente<br />

falava-se grandeza). O simples uso de um<br />

binóculo de médio alcance eleva essa<br />

quantidade para cerca de 500.000 estrelas.<br />

Com o auxílio de um telescópio (espelho) ou<br />

lu<strong>net</strong>a (lente) esse número fica muito mais<br />

ampliado. Nesse caso a observação do céu<br />

torna-se ainda mais interessante. É bom frisar<br />

que um dos objetivos mais fascinantes dessa<br />

ciência é, justamente a parte<br />

OBSERVACIONAL Pois já dizia o grande<br />

mestre Pe. Jorge Polman: “SEM<br />

OBSERVAÇÃO, NÃO HÁ ASTRONOMIA”.<br />

Mas também devemos ter em mente<br />

que é preciso saber o que observar, neste<br />

caso, faz-se necessário algum conhecimento<br />

teórico da <strong>Astronomia</strong>. Neste contexto, os<br />

astrônomos amadores pertencem a dois grupos<br />

distintos:<br />

1. Os que aprendem os conhecimentos<br />

básicos e se dedicam apenas à tarefa de<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004


PALESTRA<br />

observar, fazendo da <strong>Astronomia</strong> um “hobby” e<br />

apreciando os fenômenos celestes e as belas<br />

imagens que os astros oferecem.<br />

2. No segundo grupo, temos os amadores<br />

que praticam uma <strong>Astronomia</strong> mais “seria”, ou<br />

seja, tendo ultrapassado o estágio inicial da<br />

simples observação, se dedicam depois a<br />

coletar dados do que observam para repassálos<br />

às entidades astronômicas nacionais e até<br />

internacionais.<br />

Para os aficionados inseridos nesses<br />

grupos, é de fundamental importância o<br />

intercâmbio de idéias <strong>com</strong> entidades e pessoas<br />

envolvidas <strong>com</strong> a <strong>Astronomia</strong> amadora, tanto<br />

na sua forma teórica <strong>com</strong>o pratica.<br />

Alguns conselhos são bastante úteis para<br />

aqueles que iniciam nesta ciência. Se não<br />

vejamos:<br />

1. Evite ao máximo entrar em contato <strong>com</strong><br />

os observatórios profissionais e seus<br />

astrônomos para pedir informações. Em sua<br />

maioria eles não possuem um serviço de<br />

relações públicas ou interesse em responder.<br />

Procurem entidades amadoras.<br />

2. Convença-se que mesmo após muitas<br />

leituras, ou consultas na Inter<strong>net</strong>. Você<br />

continua sabendo. Na verdade, geralmente<br />

todo este texto teórico não ensinam a prática.<br />

Por exemplo: ler mapas celestes, usar<br />

coordenadas e encontrar objetos siderais <strong>com</strong>o<br />

referência. Um fato bastante relevante, é que<br />

quando existe estas informações as mesmas<br />

se mostram <strong>com</strong>o uma mera cópia de outras<br />

informações, não levando em conta a latitude<br />

de onde o observador se encontra.<br />

3. Para o exercício de ser um bom<br />

amador, deve prevalecer o espírito científico,<br />

<strong>com</strong> observações contínuas tendo muita<br />

paciência e pôr em mente que você se<br />

encontra sempre pronto para aprender.<br />

4. É fundamental logo de início, você<br />

saber identificar as principais constelações a<br />

olho nu, e em seguida as suas principais<br />

estrelas. Depois procure localizar os outros<br />

objetos celestes tipo: nebulosas; aglomerados;<br />

e os pla<strong>net</strong>as.<br />

5. Para localização e observação dos<br />

pla<strong>net</strong>as, procure identificar as constelações do<br />

zodíaco, pois são nelas que todos os pla<strong>net</strong>as<br />

caminham.<br />

6. Convença-se que o mais importante<br />

são as observações, e que suas teorias<br />

ninguém está interessado em ouvir. Teorias<br />

são frutos de anos de pensamento, às vezes<br />

séculos de observações, <strong>com</strong>postas<br />

geralmente por pessoas que conhecem a fundo<br />

e profissionalmente o assunto.<br />

7. Seu hobby ou passa-tempo de<br />

<strong>Astronomia</strong> vai-lhe custar dinheiro.<br />

Dependendo do que vai querer fazer. De início,<br />

você vai ter que adquirir um bom atlas do céu<br />

ou um <strong>com</strong>putador que tenha um planisfério.<br />

Com o tempo, após definir o que quer observar,<br />

essa sua escolha vai lhe exigir algum material<br />

ou acessório a mais para o seu instrumento.<br />

8. Não pense que você estando ligado a<br />

uma associação de <strong>Astronomia</strong>, ou fundando<br />

uma entidade amadora <strong>com</strong> seus amigos, você<br />

vai obter recursos financeiros do governo ou<br />

entidades particulares. Seja humilde, pois você<br />

não passa de um amador, e ninguém está<br />

esperando por suas descobertas. Na verdade,<br />

você vai passar muito tempo e muito trabalho<br />

sério para ser reconhecido.<br />

9. O leque de opções dentro da<br />

<strong>Astronomia</strong> é extremamente grande, busque<br />

uma determinada pratica observacional e<br />

procure informações específicas a esta pratica.<br />

Pouco vai lhe ajudar, você optar para<br />

observação solar e ao mesmo tempo querer<br />

fazer observações de binárias.<br />

10. Por último, vem a questão do<br />

instrumento a ser utilizado. Não vá diretamente<br />

a uma loja e apenas colha informações nos<br />

manuais dos instrumentos, e principalmente,<br />

informações <strong>com</strong> os vendedores. Em sua<br />

maioria esses vendedores não sabem o que<br />

estão vendendo, e os manuais não são<br />

explícitos para que o instrumento é adequado.<br />

Procure uma entidade amadora, ou algum<br />

amador experimentado e informe o que você<br />

quer observar, e o modelo do instrumento que<br />

deseja <strong>com</strong>prar. É de fundamental importância<br />

que o amador possua um binóculo e um<br />

instrumento. Então, <strong>com</strong>pre primeiro um<br />

binóculo. É bom ressaltar que é possível<br />

efetuar 50 tipos de observações astronômicas<br />

<strong>com</strong> valor científico <strong>com</strong> um binóculo. ∞<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 73


74<br />

PALESTRA<br />

1) Sociedade Astronômica de Pesqueira – Pesqueira<br />

2) A.A.P. – Associação Astronômica de Pernambuco – Carpina/Jaboatão<br />

3) S.A.R. – Sociedade Astronômica do Recife<br />

4) Clube de Ciências Astronômicas do Colégio Americano Batista<br />

ALGUMAS ENTIDADES AMADORAS QUE<br />

EXISTEM (OU EXISTIAM) EM PERNAMBUCO<br />

5) C.E.A. – Clube Estudantil de <strong>Astronomia</strong> na<br />

Várzea – Recife<br />

6) C.A.O. – Clube de <strong>Astronomia</strong> de Olinda<br />

7) Clube de Ciências e <strong>Astronomia</strong> do Colégio São<br />

Luiz<br />

8) Centro de <strong>Astronomia</strong> e Pesquisa Aeroespacial<br />

de Moreno<br />

9) Sociedade de amadores para Pesquisas<br />

Científicas em Limoeiro<br />

10) CEFEC – Centro Experimental de Foguetes em<br />

Carpina<br />

(...) Palestra Ministrada Por: Audemário Prazeres (*), No Auditório Central Da Biblioteca Pública<br />

Do Estado De Pernambuco Em 12 De Junho De 2003, Abrindo O Circuito De Palestras Da Agenda<br />

Cultural Oficial Da Secretaria De Cultura E Fundação De Cultura, Conforme A Sua Publicação Número<br />

94 Ano 9, Página 37<br />

Audemário Prazeres, astrônomo amador atuante há 21 anos, é o Presidente-Fundador da<br />

Associação Astronômica de Pernambuco - A.A.P., criada em 1985; Foi o Coordenador da primeira<br />

equipe amadora do Brasil a redescobrir e fotografar o <strong>com</strong>eta Halley; tendo exercido cargos na<br />

diretoria do antigo Clube de Estudantil de <strong>Astronomia</strong> – C.E.A., é atual Presidente da Sociedade<br />

Astronômica do Recife – S.A.R.<br />

E-mail: audemárioprazeres@ig.<strong>com</strong>.br<br />

Sociedade Astronômica do Recife: http://sociedadeastrorecife.cjb.<strong>net</strong><br />

Associação Astronômica de Pernambuco: www.aapbrasil.kit.<strong>net</strong><br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004


GUIA DIGITAL<br />

Rosely Grégio | Revista <strong>macroCOSMO</strong><br />

A inter<strong>net</strong> é uma imensa biblioteca<br />

atualizadíssima sobre todo e qualquer assunto.<br />

Quando digitamos uma palavra sobre algum<br />

assunto específico em sites de busca <strong>com</strong>o, por<br />

exemplo o Google (www.google.<strong>com</strong>.br) ou o<br />

Yahoo Brasil (www.yahoo.<strong>com</strong>.br), aparece uma<br />

infinidade de links sobre o determinado tema nos<br />

mais variados idiomas. Contudo, nosso propósito<br />

é sempre levar até nossos leitores uma seleção<br />

de sites que consideramos confiáveis e que nos<br />

trazem excelentes informações sobre <strong>Astronomia</strong><br />

e ciências afins. Desta feita selecionamos alguns<br />

temas que vão auxiliar, principalmente aos<br />

iniciantes, a ampliar sua forma de contato <strong>com</strong> o<br />

céu e sua observação. Claro que para isso é<br />

necessário ter em mãos mapas ou cartas celestes<br />

mesmo que você não esteja usando nenhum<br />

equipamento, apenas seus olhos. Elas vão te<br />

ajudar a localizar e identificar os objetos celestes<br />

<strong>com</strong> mais facilidade e pouco a pouco, dia a dia<br />

você vai estar reconhecendo a olho desarmado<br />

todas as constelações que são visíveis do seu<br />

hemisfério a cada mês.<br />

Do mesmo modo que nos orientamos na<br />

Terra através de mapas geográficos e suas<br />

coordenadas, a orientação celeste se faz da<br />

mesma maneira usando as chamadas Cartas<br />

www.skymaps.<strong>com</strong><br />

mapas<br />

CE L ESTES<br />

Celestes Contudo, para aqueles não estão<br />

familiarizados <strong>com</strong> as tais coordenadas<br />

celestes, a maneira mais simples e fácil de<br />

descobrir os objetos celestes usando um mapa<br />

do céu é primeiro acostumar seus olhos ao<br />

escuro <strong>com</strong> pelo menos 15 minutos antes de<br />

sua observação; segundo, localizar a<br />

constelação que lhe é mais familiar, por<br />

exemplo: Orion, Cruzeiro do Sul ou Touro;<br />

terceiro, virar o mapa de forma que a posição<br />

das constelações fiquem a mais parecida<br />

possível <strong>com</strong> aquilo que você está vendo no<br />

céu, e a partir de uma constelação ir<br />

descobrindo as suas vizinhas próximas e assim<br />

por diante.<br />

Existem alguns livros que podem te<br />

ajudar a conhecer o céu, entre eles temos o<br />

Atlas Celeste do Professor Ronaldo Rogério de<br />

Freitas Mourão, Editora Vozes; e o livro Rumo<br />

às Estrelas de Alberto Delerue, editado pela<br />

Jorge Zahar.<br />

Claro que sempre há a opção de se<br />

instalar em seu <strong>com</strong>putador de um pla<strong>net</strong>ário<br />

virtual, mas nem sempre temos um micro de<br />

mão para levar ao campo de observação,<br />

assim, onde podemos encontrar cartas celestes<br />

gratuitas e imprimíveis na inter<strong>net</strong>?<br />

Entre outras coisas, o site Sky Maps nos<br />

possibilita encontrar a cada mês duas cartas celestes<br />

em PDF para imprimir, uma para o Hemisfério Sul e<br />

outra para o Hemisfério Norte. Nelas, estão<br />

assinalados a posição da Lua, pla<strong>net</strong>as, estrelas e as<br />

principais constelações, agrupamentos de estrela,<br />

algumas nebulosas e galáxias distantes, localizar e<br />

seguir <strong>com</strong>etas luminosos pelo céu e aprender sobre<br />

o céu noturno e astronomia.<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 75


76<br />

GUIA DIGITAL<br />

O site INAPE http://www.inape.org.br apresenta<br />

uma gama variada de material sobre astronomia e o Atlas<br />

disponível para download apresenta estrelas de<br />

magnitude até 3.5, alguns objetos deepsky, a Via Láctea<br />

está assinalada em tonalidades diferentes de cores<br />

indicando onde ocorre a maior concentração de estrelas<br />

e informações de forma simplificada. As 15 partes do<br />

Atlas podem ser imprimidas separadamente em papel<br />

formato A4 que pode ser usado <strong>com</strong>o apostila, ou ser<br />

montado <strong>com</strong>o mosaico, originando um belo poster de<br />

tamanho aproximado de 92cm x 80cm. Todas as partes<br />

estão <strong>com</strong>pactadas em um único arquivo auto-extração,<br />

bastando executá-lo para extrair as imagens.<br />

www.hawastsoc.org/deepsky<br />

Uma bela carta celeste pode ser vista online<br />

no site da National Geographic. Mas se o leitor tem<br />

uma paciência de Jó, e um bom software editor de<br />

imagens, então monte a Carta celeste de ambos os<br />

hemisférios, inclusive <strong>com</strong> alguns dos deep sky já<br />

observados pelo HST. Será um pouco trabalhoso<br />

salvar as imagens ampliadas, encaixar tudo para<br />

formar o pôster, mas o resultado final vale a pena!<br />

E não esqueça de revesti-lo <strong>com</strong> papel<br />

transparente adesivo, tipo contact para não perder<br />

todo seu trabalho.<br />

pla<strong>net</strong>a.terra.<strong>com</strong>.br/lazer/zeca/astronomia<br />

www.inape.org.br<br />

No site Hawaiian Astronomical Society existem<br />

excelentes Cartas celestes de todas as 88<br />

constelações <strong>com</strong> seus respectivos detalhes e<br />

ampliações estão disponíveis no site ao lado. Trás<br />

informações sobre as constelações, imagens de<br />

objetos do céu profundo, e um rico conhecimento<br />

astronômico. Os mapas para imprimir trazem estrelas<br />

de mag 11. Re<strong>com</strong>endamos que, após imprimir os<br />

mapas que desejar, plastifique-os em ambas as faces<br />

para que a umidade noturna não os danifique.<br />

www.nationalgeographic.<strong>com</strong>/stars/chart/<br />

Mas, se você deseja montar seu próprio<br />

planisfério... Então visite o site <strong>Astronomia</strong> &<br />

Astronáutica de José Serrano Agustoni [Zeca]. .<br />

Vá à sessão ‘’Na Prática’’ copie, imprima e monte<br />

uma bela carta giratória do céu. Tudo explicado<br />

passo a passo e em português. Aproveite para<br />

conhecer todo o site, construir equipamentos e<br />

ver o trabalho realizado pelo autor.<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004


GUIA DIGITAL<br />

Ou então, o site de Toshimi Taki (em inglês) e<br />

mãos a obra!<br />

www.stub.unibe.ch/stub/koenig/celestial.html<br />

Mas, se você deseja montar seus próprios mapas<br />

do céu, no site você encontra um excelente software é<br />

mais uma opção cuja dica nos foi passada por Hugo<br />

Valentim. Link direto para descarga do programa:<br />

http://www.starmapstudio.de/download/starmapstudiov12e.exe<br />

O programa StarMapStudio é freeware de autoria<br />

de Udo Anschuetz. O site está em alemão, mas o<br />

programa trás um menu <strong>com</strong> ícones bem interativos.<br />

astrotips.<strong>com</strong><br />

www.asahi-<strong>net</strong>.or.jp/~zs3ttk/planisphere/planisphere.htm<br />

Franz Niklaus König - Celestial atlas<br />

(1826). Para aqueles que tem interesse em<br />

conhecer e ter cartas antigas de diversas<br />

constelações, o site ao lado é uma boa dica<br />

para isso.<br />

www.starmapstudio.de<br />

Para buscar pla<strong>net</strong>ários virtuais e muitos outros<br />

softwares voltados para a <strong>Astronomia</strong>, nada melhor do<br />

que encontrar em site total e exclusivamente dedicado a<br />

isso não é? Então, visite o site do nosso amigo Hugo<br />

Valentim e delicie-se <strong>com</strong> a quantidade e qualidade do<br />

material ali encontrado. Existem duas versões do site,<br />

uma em português e outra em inglês. Lembrando que a<br />

maioria dos Pla<strong>net</strong>ários Virtuais apresenta a opção de<br />

imprimir as cartas celestes. Embora a maiorias dos<br />

softwares são idealizados para rodarem em plataforma<br />

Windows, existem alguns poucos programas que<br />

funcionam em Linux e Mac.<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 77


78<br />

GUIA DIGITAL<br />

Este site é mais uma boa dica para<br />

buscar programas astronômicos.<br />

www2.prossiga.br/astronomia/asp/<br />

SaidaCat.asp?cod=16&id=port<br />

Está querendo ver <strong>com</strong>etas? Se você está interessado em localizar os <strong>com</strong>etas que estão<br />

visíveis no momento, re<strong>com</strong>endamos excelentes na web os sites abaixo que trazem além das<br />

cartas de busca as coordenadas e outras informações sobre eles:<br />

www.geocities.<strong>com</strong>/costeira1<br />

reabrasil.astrodatabase.<strong>net</strong><br />

Se você dispõe de um pla<strong>net</strong>ário virtual<br />

instalado em seu <strong>com</strong>putador, a atualização de dados<br />

para <strong>com</strong>etas de alguns pla<strong>net</strong>ários podem ser<br />

baixadas no link ao lado.<br />

www.freewarepalm.<strong>com</strong>/astronomy/<br />

astronomy.shtml<br />

aerith.<strong>net</strong>/<br />

cfa-www.harvard.edu/iau/Ephemerides/<br />

Comets/SoftwareComets.html<br />

Programas astronômicos para Palm. Segundo<br />

algumas opiniões, os melhores são 2Sky, Pla<strong>net</strong>arium e<br />

StarPilot. Para quem quer programas gratuitos e<br />

utilitários, dê uma olhada no site.<br />

Se a sua intenção é observar a bela Luna... Aguarde nossas dicas nas próximas edições da<br />

Revista MacroCOSMO! Abraços Celestes e feliz caçada na web!<br />

Rosely Grégio<br />

rgregio@uol.<strong>com</strong>.br<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004


Instruções aos autores:<br />

Autoria<br />

A <strong>macroCOSMO</strong>, a primeira revista<br />

eletrônica brasileira de astronomia, abre<br />

espaço para todos autores brasileiros, uma<br />

oportunidade de exporem seus trabalhos,<br />

publicando-os em uma de nossas edições.<br />

1. Os artigos deverão possuir Título, resumo, dissertação, conclusão, notas bibliográficas e<br />

páginas na inter<strong>net</strong> que abordem o assunto;<br />

2. Fórmulas matemáticas e conceitos acadêmicos deverão ser reduzidos ao mínimo, sendo<br />

claros e concisos em seus trabalhos;<br />

3. Ilustrações e gráficos deverão conter legendas e serem mencionadas as suas respectivas<br />

fontes. Pede-se que as imagens sejam enviadas nos formatos JPG ou GIF.<br />

4. Quanto as referências: Jornais e Revistas deverão constar número de edição e página da<br />

fonte pesquisada. Livros, pede-se o título, autor, editora, cidade, país e ano.<br />

5. Deverão estar escritos na língua portuguesa (Brasil), estando corrigidos ortograficamente.<br />

6. Os temas deverão abordar um dos ramos da <strong>Astronomia</strong>, Astronáutica ou Física. Ufologia e<br />

Astrologia não serão aceitos.<br />

7. Traduções de artigos só serão publicados <strong>com</strong> prévia autorização de seus autores originais.<br />

8. Antes do envio do seu arquivo envie uma solicitação para autoria@<strong>macroCOSMO</strong>.<strong>com</strong>,<br />

fazendo uma breve explanação sobre seu artigo. Caso haja um interesse por parte de nossa<br />

redação, estaremos solicitando seu trabalho.<br />

9. Os artigos enviados serão analisados e se aprovados, serão publicados em uma de nossas<br />

edições.<br />

10. O artigo será revisado e editado caso se faça necessário. As opiniões vertidas, serão de<br />

total responsabilidade de seus idealizadores.<br />

11. O autor receberá um exemplar no formato PDF da revista respectiva, por e-mail ou correio<br />

convencional através de mini-cds.<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004 79


80<br />

revista<br />

<strong>macroCOSMO</strong>.<strong>com</strong><br />

Ano I - Edição nº 2 – Janeiro de 2004<br />

revista <strong>macroCOSMO</strong> | Janeiro 2004

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