Relatório Final GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS NAS

Relatório Final GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS NAS Relatório Final GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS NAS

archive.iwlearn.net
from archive.iwlearn.net More from this publisher
02.01.2013 Views

PROJETO IMPLEMENTAÇÃO DE PRÁTICAS DE GERENCIAMENTO INTEGRADO DE BACIA HIDROGRÁFICA PARA O PANTANAL E BACIA DO ALTO PARAGUAI ANA/GEF/PNUMA/OEA Subprojeto 1.6MT – Gerenciamento de Recursos Hídricos nas Vizinhanças da Cidade de Cuiabá/MT Relatório Final GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS NAS VIZINHANÇAS DA CIDADE DE CUIABÁ/MT Cuiabá – Mato Grosso

PROJETO IMPLEMENTAÇÃO <strong>DE</strong> PRÁTICAS <strong>DE</strong><br />

<strong>GERENCIAMENTO</strong> INTEGRADO <strong>DE</strong> BACIA<br />

HIDROGRÁFICA PARA O PANTANAL E BACIA DO ALTO<br />

PARAGUAI<br />

ANA/GEF/PNUMA/OEA<br />

Subprojeto 1.6MT – Gerenciamento de Recursos Hídricos nas Vizinhanças<br />

da Cidade de Cuiabá/MT<br />

<strong>Relatório</strong> <strong>Final</strong><br />

<strong>GERENCIAMENTO</strong> <strong>DE</strong> <strong>RECURSOS</strong> <strong>HÍDRICOS</strong> <strong>NAS</strong><br />

VIZINHANÇAS DA CIDA<strong>DE</strong> <strong>DE</strong> CUIABÁ/MT<br />

Cuiabá – Mato Grosso


PROJETO IMPLEMENTAÇÃO <strong>DE</strong> PRÁTICAS <strong>DE</strong><br />

<strong>GERENCIAMENTO</strong> INTEGRADO <strong>DE</strong> BACIA<br />

HIDROGRÁFICA PARA O PANTANAL E BACIA DO ALTO<br />

PARAGUAI<br />

ANA/GEF/PNUMA/OEA<br />

Subprojeto 1.6 MT - Gerenciamento de Recursos Hídricos nas vizinhanças<br />

da cidade de Cuiabá/MT<br />

<strong>Relatório</strong> <strong>Final</strong><br />

<strong>GERENCIAMENTO</strong> <strong>DE</strong> <strong>RECURSOS</strong> <strong>HÍDRICOS</strong> <strong>NAS</strong><br />

VIZINHANÇAS DA CIDA<strong>DE</strong> <strong>DE</strong> CUIABÁ/MT<br />

Coordenação do Subprojeto<br />

Nédio Carlos Pinheiro<br />

Fundação Estadual do Meio Ambiente de Mato Grosso<br />

Consultor<br />

Kurt João Albrecht<br />

Julho de 2004


<strong>GERENCIAMENTO</strong> <strong>DE</strong> <strong>RECURSOS</strong> <strong>HÍDRICOS</strong> <strong>NAS</strong> VIZINHANÇAS<br />

DA CIDA<strong>DE</strong> <strong>DE</strong> CUIABÁ/MT<br />

INTRODUÇÃO<br />

RESUMO EXECUTIVO<br />

O Subprojeto 1.6 MT Gerenciamento de Recursos Hídricos nas Vizinhanças da Cidade de<br />

Cuiabá/MT é parte integrante do Componente I – Qualidade de Água e Proteção Ambiental<br />

do Projeto Implementação de Praticas de Gerenciamento Integrado de Bacia Hidrográfica<br />

para o Pantanal e Bacia do Alto Paraguai, executado em parceria com<br />

ANA/GEF/PNUMA/OEA, e o estado de Mato Grosso, por meio da FEMA.<br />

A área urbana de Cuiabá, a exemplo de outras capitais brasileiras, também apresenta uma<br />

série de problemas relacionados ao uso e ocupação desordenada do solo, que por sua vez,<br />

afetam diretamente os recursos hídricos, seja por atividades poluidoras advindas de efluentes<br />

domésticos, industriais, mineração ou rurais circunvizinhas, pela explotação indiscriminada<br />

desses recursos.<br />

As águas superficiais paulatinamente vêm apresentando problemas de contaminação ou<br />

poluição em face da carga de efluentes urbanos e rurais provocando real comprometimento<br />

quanto a potabilidade frente aos vários tipos de consumo, provocando um incremento na<br />

explotação das águas subterrâneas.<br />

A explotação de águas subterrâneas para os seus mais diversos tipos de uso, agrícolaindustrial-urbano,<br />

apresenta várias vantagens em relação às águas superficiais, entretanto,<br />

também apresentam algumas desvantagens, da mesma forma que os recursos hídricos<br />

superficiais, ou seja, quando o uso destes recursos não atende aos parâmetros hidrológicos<br />

obtidos mediante uma avaliação e gestão integrada âmbito de bacias hidrográficas.<br />

Portanto, é fundamental o desenvolvimento de ações, que envolvam estudos específicos desde<br />

um inventário sistemático dos poços de explotação, áreas de ocorrência dos aqüíferos, testes<br />

de aqüífero, volumes das reservas, qualidade de água, até a quantificação dos volumes<br />

captados e as demandas de água requeridas para uma determinada área, bem como a<br />

caracterização quali-quantitativa das águas superficiais.<br />

Desta forma, o objetivo geral desse projeto é estabelecer procedimentos para subsidiar o<br />

gerenciamento das águas subterrâneas e superficiais, na área urbana de Cuiabá, a fim de que,<br />

a Fundação Estadual do Meio Ambiente/FEMA, órgão que tem a competência de<br />

Coordenadora/Gestora das unidades aqüíferas, tome decisões no sentido de regular o uso e o<br />

controle dos recursos hídricos: um recurso natural estratégico e vital ao desenvolvimento.<br />

i


1. ANTECE<strong>DE</strong>NTES NO PCBAP<br />

1.1. Informações disponíveis<br />

Dados do IBGE demonstravam que 1991, a sub-bacia do rio Cuiabá apresentava o maior<br />

percentual de domicílios ligados à rede geral de abastecimento público, dessa uma população<br />

abastecida, 66,7% dispunha de canalização interna.<br />

Em 1995, a SANEMAT – Companhia de Saneamento de Mato Grosso, possuía 274.959<br />

ligações de água, abastecendo uma população de 1.202.347 habitantes, que representava<br />

84,2% da população projetada para o mesmo ano.<br />

A sub-bacia do rio Cuiabá apresentava o melhor percentual de atendimento domiciliar em<br />

abastecimento de água, com 90,5% de sua população com esse serviço, sendo que a sub-bacia<br />

do rio Paraguai apresentava o menor índice, 65,7% de sua população.<br />

O abastecimento era feito geralmente com água tratada, contudo as condições operacionais<br />

eram precárias ou simplesmente não permitiam o funcionamento.<br />

1.2. Recomendações apresentadas<br />

Dentre as preocupações apresentadas no PCBAP, foram descritas as ações corretivas<br />

referentes a recursos hídricos na BAP como um todo, sendo o crescimento urbano uma<br />

preocupação principalmente com relação à falta de infra-estrutura, principalmente com o<br />

saneamento básico.<br />

O PCBAP apresentou como diretrizes a necessidade de criação de um programa de<br />

monitoramento das atividades mineradoras, com a intenção de ordenar, controlar e fiscalizar<br />

esta atividade, por meio da elaboração de normas técnicas com definição e quantificação dos<br />

parâmetros físico-químicos e ambientais, visando proteger o ambiente e principalmente os<br />

recursos hídricos da BAP como um todo.<br />

O PCBAP apresentou a necessidade de criar programas de desenvolvimento e ordenação da<br />

atividade turística, com subprogramas de planejamento global, para as áreas com atividades<br />

turísticas já desenvolvidas; e para as áreas com potencial de exploração.<br />

Com relação às áreas urbanas o PCBAP sugere a criação de um programa de meio ambiente<br />

específico, devendo estar inserido neste o subprograma de uso do solo urbano, visando a<br />

elaboração de plano diretor para as cidades com mais de 20.000 habitantes, atualização das<br />

leis de uso e ocupação do solo entre outras.<br />

Além deste apresenta a necessidade de criação de um subprograma para elaborar um plano<br />

diretor de resíduos sólidos na BAP e um outro subprograma de saneamento básico.<br />

ii


2. LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA <strong>DE</strong> ESTUDO<br />

2.1. Localização da área de estudo<br />

A área de estudo abrange a região metropolitana da cidade de Cuiabá, capital do estado de<br />

Mato Grosso, Centro Oeste do Brasil, localizando-se na porção sul do Estado, à margem<br />

esquerda do rio Cuiabá (Figura 1) situada entre as coordenadas geográficas: latitude<br />

15º35’56’’S e longitude 56º06’01’’WGr.<br />

O município de Cuiabá apresenta uma extensão territorial de 3.224,68 km 2 , sendo que a área<br />

urbana atinge 233,63 km 2 , segundo a Lei nº 3.412 de 30 de dezembro de 1994. Essa relação<br />

mostra que a zona urbana de Cuiabá, atualmente, consiste em 7,24% do território municipal<br />

(IPDU, 2000).<br />

Figura 1. Mapa do perímetro urbano de Cuiabá-MT.<br />

2.2. Geologia<br />

2.2.1. Caracterização regional<br />

A Baixada Cuiabana região onde está inserida a área urbana de Cuiabá, pertence na Faixa de<br />

Dobramento Paraguai, que, por sua vez, é constituída por rochas de idade Neo-proterozóica e<br />

Paleozóicas.<br />

iii


O Cinturão de Dobramentos Paraguai evoluiu no Proterozóico Superior/Cambriano (Ciclo<br />

Brasiliano, de 800 a 560 Ma), às margens do Cráton Amazônico, entidade geotectônica<br />

estabilizada no Proterozóico Médio, ao término do Ciclo Sunsas/Aguapeí (em torno de 900<br />

Ma).<br />

Geograficamente, a Faixa Móvel Paraguai estende-se do Paraguai aos estados de Mato Grosso<br />

do Sul, Mato Grosso e Goiás, perfazendo um total superior a 1.500 km, que se acha recoberto,<br />

em grande parte, por sedimentos das bacias do Paraná, Pantanal e do Araguaia.<br />

ALVARENGA & TROMPETTE (1993) utilizando-se das denominações estabelecidas por<br />

ALMEIDA (1984) para a zona adjacente do cráton e, para toda a Faixa de Dobramentos,<br />

caracterizaram três zonas estruturais, conforme a figura 2.<br />

(1) Cobertura Sedimentar de Plataforma;<br />

(2) Zona Externa Dobrada, com pouco ou sem metamorfismo; e<br />

(3) Zona Interna Metamórfica com intrusões graníticas. RUIZ et al (1999), estabeleceram<br />

outras nomenclaturas para essas zonas estruturais, tal como apresentado na figura 3.<br />

Uma grande parte das rochas, e, sobretudo às da zona interna da faixa, encontram-se<br />

recobertas pelas bacias sedimentares Pós-ordovicianas, quais sejam: Bacia do Paraná, Bacia<br />

do Parecis e Bacia do Pantanal.<br />

As rochas depositadas no domínio cratônico (Formação Puga, Araras, Raizama, e<br />

Diamantino) são afetadas por suaves ondulações e uma tectônica rúptil, não penetrativa que se<br />

manifesta por falhas normais. Estas falhas são parcialmente reativadas até o Cretáceo.<br />

A Zona Estrutural Externa é representada pelas Formações Bauxi, Puga, Araras, Raizama,<br />

Sepotuba e Diamantino.<br />

A Zona Estrutural Interna é na sua maior parte representada pelas rochas do Grupo Cuiabá, e<br />

localmente, por alguns afloramentos de calcários da Fácies Guia, correspondente lateral da<br />

Formação Araras, e, rochas intrusivas e extrusivas da região de Bom Jardim de Goiás.<br />

O contato entre as zonas estruturais, externa e interna, dobradas se dá por falhas inversas de<br />

alto ângulo, enquanto que na porção oriental suas relações não são reconhecidas por estarem<br />

recobertas pelas rochas sedimentares da Bacia do Paraná.<br />

As principais direções estruturais da Faixa de Dobramento Paraguai (eixo de dobras,<br />

clivagens e falhas), na região de Cuiabá, MT, estão orientadas em torno de N25E, passando<br />

gradualmente para N60-70E na região de Nobres, MT, demonstrando uma inflexão nos<br />

contornos da borda cratônica.<br />

LUZ et al (1980), e ALVARENGA & TROMPETTE (1993), definiram a evolução<br />

deformacional do Grupo Cuiabá na região da Baixada Cuiabana.<br />

No quadro 1 estão evidenciadas as principais características de cada fase de dobramentos que<br />

afetaram a Faixa Paraguai na Baixada Cuiabana, conforme descritas por ALVARENGA 1990.<br />

iv


Fonte: ALVARENGA & TROMPETTE, 1993.<br />

Figura 2. A Faixa Paraguai e suas coberturas cratônicas adjacentes.<br />

v


Figura 3. Seção geológica A-B, destacada na figura 2: (1) Formação Pantanal; (2)<br />

Grupo Alto Paraguai; (3) Formação Araras; (4) Formação Puga e Bauxi; (5)<br />

Grupo Cuiabá; (6) Granito São Vicente e (7) Complexo Xingu.<br />

Quadro 1. Principais características das quatro fases de deformação, de idade brasiliana,<br />

identificadas na Faixa Paraguai.<br />

FASES <strong>DE</strong><br />

<strong>DE</strong>FORMAÇÃO<br />

D1 D2 D3 D4<br />

Domínio Estrutural Zona externa Zona interna Zona interna Zona interna Zona<br />

externa<br />

Dobra Dobras abertas<br />

simétricas a<br />

assimétricas<br />

Clivagem Clivagem<br />

incipiente de<br />

caráter local<br />

Metamorfismo Anquizonal de<br />

caráter local<br />

Dobras abertas<br />

assimétricas,<br />

fechadas,<br />

inversas ou<br />

isoclinais.<br />

Clivagem de<br />

fluxo<br />

penetrativa<br />

Cristalização<br />

sintectônica de<br />

filossilicatos<br />

vi<br />

Ausência de<br />

dobras<br />

claramente<br />

associada<br />

Clivagem de<br />

crenulação<br />

penetrativa e<br />

localizada<br />

Recristalização<br />

sintectônica de<br />

filossilicatos<br />

2.2.2. Estratigrafia do Grupo Cuiabá na Baixada Cuiabana<br />

Dobras abertas e<br />

assimétricas<br />

Clivagem de<br />

crenulação<br />

pouco marcada<br />

ou kinks e<br />

localizada<br />

Recristalização<br />

sintectônica e<br />

incipiente<br />

Zona<br />

interna<br />

Dobras de amplo<br />

comprimento de<br />

onda, visíveis na<br />

escala de mapa.<br />

Ausência de<br />

clivagem, mas ocorre<br />

um forte<br />

fraturamento de<br />

plano axial D4<br />

Ausência de<br />

recristalização<br />

sintectônica de<br />

filossilicatos<br />

O Grupo Cuiabá está representado por uma seqüência predominantemente de filitos com<br />

intercalações de quartzitos, metagrauvacas, metaconglomerados e metaparaconglomerados, e<br />

localmente, com ocorrências de metacalcários e filitos calcíferos (Fácies Guia).<br />

As características destas rochas estão relacionadas a:<br />

• metamorfismo regional (Fácies xisto-verde); intenso tectonismo; escassez de<br />

vulcanismo - na região somente são conhecidos alguns plutões graníticos (granito São<br />

Vicente) e granodioríticos pós-tectônicos;<br />

• espessa sedimentação predominantemente terrígena, psamopelítica; e espessa<br />

sedimentação de caráter turbidítico com grande contribuição de materiais psefíticos<br />

cratônicos, ALMEIDA (1984).


Coube a EVANS em 1894, a primeira descrição dessas rochas sob o nome de Cuyaba Slates;<br />

entretanto, a individualização como unidade litoestratigráfica, se deve a ALMEIDA, que em<br />

1964, individualizou os Grupos Jangada e Cuiabá.<br />

Os dados geocronológicos, atualmente disponíveis para as rochas do Grupo Cuiabá, são<br />

escassos e indicam apenas a sua idade mínima entre 470 - 400 m.a. Datações Rb/Sr efetuadas<br />

sobre os filitos indicam uma idade de 484 ± 19 m.a, com razão inicial de Sr 86 /Sr 86 de 0.743,<br />

BARROS et al (1982). Estes autores interpretaram esta idade com os estágios termais do<br />

Evento Geodinâmico Brasiliano.<br />

Quando se aborda sobre a estratigrafia do Grupo Cuiabá, duas contribuições importantes<br />

devem necessariamente ser apresentada: LUZ et al (1980) e ALVARENGA (1990). Assim,<br />

faz-se a seguir uma descrição das propostas de subdivisão estratigráfica apresentadas por<br />

esses autores.<br />

O resultado da cartografia geológica sistemática realizada é sem dúvida, a mais detalhada<br />

subdivisão estratigráfica definida para o Grupo Cuiabá. Os autores, conseguiram identificar<br />

oito sub-unidades passíveis de serem mapeadas na escala 1:50.000, e que apresentam feições<br />

geológicas bastante distintivas. O quadro 2 apresenta a coluna estratigráfica proposta pelo<br />

Projeto Coxipó e a constituição litológica típica de cada subunidade.<br />

Quadro 2. Estratigrafia do Grupo Cuiabá, na área do Projeto Coxipó.<br />

SUB<br />

UNIDA<strong>DE</strong>S<br />

LITOLOGIAS ESPESSURAS<br />

(m)<br />

8 Mármores calcíticos e dolomíticos, margas e filitos sericíticos. 60<br />

7 Metaparaconglomerados petromíticos, com matriz areno-argilosa e<br />

clastos de quartzo, quartzitos, feldspato, calcário, rochas graníticas e<br />

básicas com raras intercalações de filitos.<br />

600<br />

6 Filitos conglomeráticos com matriz areno-argilosa e clastos de<br />

quartzitos e filitos, com intercalações subordinadas de metarenitos.<br />

800<br />

5 Filitos e filitos sericíticos com intercalações subordinadas e lentes<br />

de metarenito, metarcósios, quartzitos e metaconglomerados.<br />

350<br />

4 Metaparaconglomerados petromíticos com matriz silte-arenosa e<br />

clastos de quartzo, feldspato, quartzito, rochas graníticas e básicas<br />

com raras intercalações de filitos e metarenitos.<br />

150<br />

3 Filitos, filitos conglomeráticos metaconglomerados, metarcósios,<br />

metarenitos, lentes de metacalcário, além de níveis de hematita no<br />

topo.<br />

550<br />

2 Metarenitos arcosianos, metarenitos calcíferos, metarcósios, filitos<br />

grafitosos e lentes de mármores calcíferos.<br />

350<br />

1 Filitos sericíticos cinza-claro com intercalações de metarenitos<br />

grafitosos.<br />

300<br />

Fonte: Luz ET AL, 1980.<br />

PRÉ – CAMBRIANO<br />

GRUPO CUIABÁ<br />

ALVARENGA (1990), reuniu as rochas da Faixa Paraguai em quatro grandes grupos,<br />

formados por diferentes fácies:<br />

• unidade inferior, de caráter local e situada no núcleo da Anticlinal de Bento Gomes;<br />

• unidade glaciomarinha turbidítica formada durante a última glaciação brasiliana;<br />

• unidade carbonatada; e<br />

vii


• unidade superior detrítica.<br />

A figura 4 ilustra as relações estratigráficas entre essas unidades num mapa geológico,<br />

mostrando as áreas de exposição das mesmas.<br />

Fonte: ALVARENGA (1988,1990).<br />

Figura 4. Mapa geológico regional da Faixa Paraguai, com as unidades estratigráficas.<br />

O Grupo Cuiabá, nesta proposta de divisão estratigráfica, é composto apenas pela unidade<br />

inferior e pela unidade glaciomarinha/turbidítica, assim caracterizadas:<br />

A unidade Inferior está representada apenas por parte do Grupo Cuiabá, situada no núcleo da<br />

viii


Anticlinal de Bento Gomes, a noroeste de Poconé. A constituição litológica dessa unidade é<br />

dominada por filitos, fritos grafitosos, quartzitos e dolomitos.<br />

Esta associação corresponde às subunidades 1 e 2 do Projeto Coxipó. Como pode ser<br />

observada no quadro 2, a área de ocorrência da unidade inferior, restrita ao núcleo da<br />

anticlinal.<br />

A unidade glaciomarinha-turbidítica inclui as rochas formadas durante o período glacial do<br />

Proterozóico Superior, inclusive as rochas formadas pela influência direta de uma<br />

sedimentação glaciomarinha e também as formadas em ambiente marinho mais distal, pelo<br />

retrabalhamento de materiais glaciogênicos por correntes de turbidez. Três grandes grupos de<br />

fácies sedimentares, com base nas características de sedimentação turbidítica proximal,<br />

intermediária e distal, configuram a sedimentação no talude da bacia.<br />

Na parte superior do talude, o fácies proximal é mapeado como diamictitos intercalados a<br />

conglomerados e arenitos. Este conjunto corresponde às subunidades 4, 5 e 7 descritas no<br />

Projeto Coxipó.<br />

Em direção às partes mais externas do talude (fácies intermediária), observam-se filitos com<br />

espessas intercalações quartzitos, quartzitos conglomeráticos e metaconglomerados,<br />

organizados em ciclos de granodecrescência para o topo. Essa associação foi interpretada por<br />

ALVARENGA (1985) como leques submarinos de uma fácies turbidítica grossa e equivalem<br />

a subunidade 3 e parte da 5.<br />

Em direção ao extremo leste da bacia, encontra-se a fácies distal da unidade, composta quase<br />

exclusivamente por filitos com intercalações de quartzitos e metassiltitos. Essa fácies é<br />

correlacionada ao que o Projeto Coxipó denomina Grupo Cuiabá indiviso.<br />

2.3. Mapa Geológico da área urbana de Cuiabá<br />

O Mapa Geológico da Área Urbana de Cuiabá, elaborado na escala 1:25.000, abrange a área<br />

urbana e periurbana das cidades de Cuiabá. Os trabalhos de campo e interpretação dos dados<br />

foram baseados nos estudos realizados por MIGLIORINI (1999).<br />

Sob o ponto de vista geotectônico a área mapeada situa-se no Domínio Tectônico Interno da<br />

Faixa de Dobramentos Paraguai, implantada às margens do Cráton Amazônico, durante o<br />

Ciclo Orogênico Brasiliano no Neoproterozóico (ALMEIDA, 1984).<br />

As principais contribuições ao avanço do conhecimento geológico desta porção da Faixa<br />

Paraguai, são representadas pelo mapeamento geológico na escala 1:50.000, realizada pelo<br />

Projeto Coxipó (LUZ et al 1980) e, os trabalhos de cunho regional desenvolvidos por Barros<br />

et al (1982), ALMEIDA (1984, 1985), ALVARENGA (1990), ALVARENGA E<br />

TROMPETTE (1993), MIGLIORINI (1999) e RUIZ et al (2000).<br />

Na área pesquisada o Grupo Cuiabá expõe-se sob a forma de uma anticlinal invertida com<br />

caimento para NE, definindo uma estruturação onde os contatos entre os diversos litotipos, as<br />

foliações plano axiais aos dobramentos, e as falhas relacionadas às dobras, desenham uma<br />

orientação preferencialmente N30 0 - 40 0 E.<br />

ix


2.3.1. Unidades geológicas mapeadas<br />

• Formação Miguel Sutil<br />

Esta unidade corresponde a Subunidade 5 do Projeto Coxipó (LUZ et al 1980), aflora<br />

praticamente em toda a porção central e norte das cidades de Cuiabá e Várzea Grande, mais<br />

especificamente no núcleo da anticlinal invertida que descreve o arcabouço estrutural desta<br />

região.<br />

Com base nas estruturas sedimentares e na constituição litológica dominante, foram<br />

individualizados dois conjuntos faciológicos que correspondem às unidades de mapeamento<br />

representado no mapa geológico da área, descrita a seguir, com maiores detalhes.<br />

Litofácies Pelítica com Laminação Plano-Paralela<br />

Corresponde a metargilitos ou filitos de cor cinza esverdeada a marrom avermelhada,<br />

normalmente sericíticos, é freqüente as laminações plano-paralelas centimétricas a<br />

milimétricas, indicadoras de mudança na granulometria ou composição dos sedimentos, como<br />

mostra a foto 1.<br />

Veios<br />

concordantes<br />

Foto 1. Filitos sericíticos da Formação Miguel Sutil, laminados de coloração cinza<br />

avermelhado, cortados por veios de quartzo sub-concordantes com a foliação e<br />

dobrados intensamente.<br />

Litofácies Argilo-Areno-Conglomerática<br />

Essa unidade de mapeamento corresponde a seqüências cíclicas (ritmitos) granodecrescentes,<br />

que descrevem arranjos lenticulares principalmente segundo a direção N30 0 -40 0 E. Este<br />

conjunto faciológico, formado por lentes métricas a quilométricas, foto 2, faz contato do tipo<br />

abrupto e irregular com a litofácies pelítica, sendo comuns fragmentos de filitos desta,<br />

aparecerem com constituintes de seus níveis conglomeráticos basais.<br />

x


Foto 2. Seqüências granodecrescentes da Formação Miguel Sutil, dominadas por<br />

metaconglomerados oligomíticos na base e arenitos quartzosos e no topo<br />

metassiltitos.<br />

• Formação Rio Coxipó<br />

Esta unidade, que corresponde a Subunidade 06 de LUZ et al (1980) sobrepõe-se à Formação<br />

Miguel Sutil através de contatos transicionais e tectônicos e aflora principalmente na porção<br />

sul da cidade de Cuiabá. Sob o ponto de vista do arranjo estrutural local, a sua exposição<br />

restringe-se ao flanco invertido da dobra anticlinal invertida com caimento para NE.<br />

O mapeamento sistemático permitiu a individualização de duas associações litológicas<br />

principais: a dos metadiamictitos com matriz argilosa, maciços, com raras intercalações de<br />

areia fina a média, e dos metadiamictitos com matriz arenosa, intercalados a arenitos<br />

quartzosos grossos e médios, descritos a seguir, em detalhe.<br />

Metadiamictitos com Matriz Argilosa<br />

Este conjunto litológico predomina em volume e área de exposição, mantém contato por<br />

falhas inversas ou transicionais com a Formação Miguel Sutil e corresponde a<br />

metadiamictitos maciços, cinza esverdeado a amarelados, com matriz argilo-siltosa, micácea,<br />

em parte feldspática, que suporta fragmentos centimétricos a métricos, de composição muito<br />

diversificada (granitos, xistos, quartzitos, anfibolitos gnaisses, arenitos, filitos, quartzo, etc.) e<br />

formato prolato resultante do achatamento regional provocado pela deformação (Foto 3).<br />

xi


Foto 3. Metadiamictitos da Formação Rio Coxipó, de coloração cinza amarelada,<br />

matriz argilosa maciça que sustenta os clastos de composição e tamanho<br />

diversos.<br />

Metadiamictitos com Matriz Arenosa<br />

Essa associação litológica, que se expõe apenas em raros cortes de estrada, ocorre<br />

principalmente na região do Parque Industrial e no Pascoal Ramos, em Cuiabá. O espesso<br />

manto laterítico desenvolvido nessa região impede o afloramento destes litotipos, dificultando<br />

a descrição das suas principais características.<br />

Correspondem às porções de topo da Formação Rio Coxipó, e a geometria deste depósito<br />

ainda não foram caracterizadas, embora haja indicações que sugerem um formato lenticular.<br />

A sua composição é dominada pelos metadiamictitos maciços, de matriz arenosa e mais<br />

raramente silto-argilosa, com clastos em maior quantidade do que observado nos<br />

metadiamictitos de matriz argilosa, e com dimensão e composição mais variadas.<br />

A matriz caracteriza-se como uma areia grossa a média, principalmente, de composição<br />

quartzosa (Foto 4). Os arenitos ocorrem sob a forma de camadas tabulares, de espessura<br />

variando entre 10 cm a 3 m, mostram contatos abruptos com os diamictitos, e são compostos<br />

preferencialmente por areias grossas a médias, quartzosas.<br />

xii


Foto 4. Metadiamictitos da Formação Rio Coxipó, com matriz arenosa, cortados por<br />

veios de quartzo oblíquos, intercalados a metarenitos quartzosos planoparalelos.<br />

2.3.2. Geologia estrutural da área urbana de Cuiabá<br />

Os registros das feições tectônicas na área pesquisada indicam uma evolução deformacional<br />

policíclica, onde se destacam três fases distintas de deformação, aqui denominadas, D1, D2 e<br />

D3. As deformações D1 e D2, são coaxiais e longitudinais ao trend do Cinturão Paraguai,<br />

enquanto a deformação tardia D3, tem um caráter rúptil-dúctil e orienta-se ortogonalmente às<br />

anteriores.<br />

A cada evento deformacional, associa-se a geração de uma família de estruturas secundárias<br />

específicas. A seguir, apresenta-se, em ordem cronológica, o quadro estrutural da área<br />

procurando caracterizar todos os elementos estruturais que correspondem a cada fase de<br />

deformação.<br />

• Dobramento maior D1<br />

Descreve uma anticlinal assimétrica, invertida, com caimento suave, em torno de 10 0 , para<br />

NE. O piano axial orienta-se em torno de N40 0 -50 0 E, com mergulhos da ordem de 40 0 a 50 0<br />

para NW, indicando uma vergência para o interior da faixa dobrada (SE) e não para o<br />

antepaís. Na área, o núcleo antiformal está constituído pela Formação Miguel Sutil e o flanco<br />

invertido(SE), materializado pelos metadiamictitos da Formação Rio Coxipó.<br />

• Dobras parasitas D1<br />

São desenhadas pelo acamadamento sedimentar (S0) principalmente nos filitos laminados e<br />

intercalações de filitos com metarenitos da Formação Miguel Sutil. A geometria/simetria<br />

destas estruturas (M, S e Z) denunciam a sua localização ao longo da dobra maior, no flanco<br />

xiii


inverso, por exemplo no afloramento próximo ao Viaduto da Av. Fernando Corrêa da Costa, o<br />

0<br />

aleitamento descreve uma assimetria em 5, e mergulhos superiores (em torno de 70 NW) aos<br />

da foliação piano axial (em torno de 45 0 NW); na estrada para Nossa Senhora da Guia, a uns 3<br />

quilômetros após o Trevo da Chapada dos Guimarães, os leitos de metarenitos configuram<br />

dobras em Z e mergulhos mais suaves que a foliação principal S1.<br />

As atitudes dos elementos geométricos das dobras parasitas coincidem, quase sempre, com os<br />

do dobramento regional, havendo em alguns casos algumas diferenças que refletem a<br />

superposição das deformações mais jovens D1 e D2. A predominância dos mergulhos das<br />

camadas e laminações para NW retrata a assimetria da anticlinal e o transporte tectônico para<br />

SE, conforme demonstra os diagramas de freqüência das medidas de S0 (Figura 5).<br />

Figura 5. Diagrama de freqüência das medidas de S0. O estereograma descreve um<br />

dobramento assimétrico de acamamento com eixo caindo suavemente para<br />

NE e os flancos mergulhando principalmente para NW. (N = 130).<br />

• Foliação plano-axial S1<br />

Essa estrutura penetrativa, que ora descreve uma xistosidade nos diamictitos, arenitos e<br />

conglomerados e ora, uma clivagem ardosiana, nos filitos sericíticos, mostra-se fortemente<br />

impressa em todos os litotipos, sendo uma clara evidência do encurtamento crustal e dos<br />

rearranjos físico-químicos, que afetaram o Grupo Cuiabá durante o Ciclo Brasiliano no<br />

Neoproterozóico.<br />

A xistosidade penetrativa (S1), nos metadiamictitos da Formação Rio Coxipó, manifesta-se<br />

através do acentuado achatamento e rotação do clastos, conferindo a estes um formato do tipo<br />

oblato ou “pancake”, típicos dos tectonitos S e nos metarenitos e conglomerados quartzosos<br />

da Formação Miguel Sutil, se expressa através rotações, achatamentos e recristalizações de<br />

quartzo, que definem um arranjo planar penetrativo.<br />

xiv


Nos filitos sericíticos a foliação regional principal (S1) é definida por uma fábrica planar<br />

penetrativa produzida principalmente pela reordenação dos constituintes micáceos,<br />

recristalizações orientadas e formação de tênues filmes de óxidos. Nestas rochas a foliação<br />

(S1) é descrita como uma clivagem ardosiana.<br />

Os diagramas de freqüência para as medidas de foliação S1 indicam uma concentração<br />

máxima da ordem de N40 0 -50 0 E, com mergulhos variando entre 30 0 a 55 0 para NW, o que<br />

coincide, aproximadamente, com atitude da superfície axial do anticlinal regional (Figura 6).<br />

Figura 6. As atitudes da foliação S1 mostram uma concentração máxima em NW<br />

indicando que mergulham preferencialmente neste gradiente. (N = 237).<br />

• Falhas reversas F1<br />

As falhas reversas, observadas na escala mesoscópica, refletem o padrão de transporte<br />

tectônico para SE. Estas estruturas relacionam-se geneticamente ao dobramento D1, sendo<br />

resultantes de acomodações rupteis nucleadas, principalmente, nos flancos invertidos das<br />

mesodobras parasíticas. Descontinuidades menores, juntas e microfalhas, desenvolvem-se<br />

subparalelamente as falhas principais.<br />

• Veios associados a D1<br />

As principais gerações de veios de quartzo do Grupo Cuiabá estão vinculadas a esta primeira<br />

fase de deformação D1. São reconhecidos pelo menos quatro famílias de veios gerados a<br />

durante a deformação e metamorfismo que ocorreram durante a fase D1. Os veios mais<br />

antigos são tabulares, subconcordantes com o acamamento original, apresentam textura<br />

maciça, espessura em torno de 1 a 5cm e, freqüentemente mostram-se dobradas por D1.<br />

xv


Os veios discordantes, os que cortam ortogonalmente o acamamento, podem ser separados<br />

segundo a sua forma tabular, lenticular e em pares conjugados. Estes são maciços ou fibrosos,<br />

com espessura variável, chegando até a valores próximos a 2m, não apresentam vestígios de<br />

dobras D1, no entanto, a foliação S1 está fortemente impressa através de superfícies de<br />

descontinuidades regularmente espaçadas, que caracterizam uma clivagem disjuntiva (S1).<br />

O diagrama de freqüência para medidas de veios e os diagramas de rosácea, definem com<br />

clareza a ocorrência dos veios discordantes e concordantes com o aleitamento.<br />

Os veios discordantes (Figura 7), são fraturas de alívio preenchidas, que foram geradas como<br />

uma resposta ao encurtamento crustal NW-SE. A orientação predominante dos veios de<br />

alívio, N50 0 -70 0 W e mergulhos próximos a 90 0 , bem como a ocorrência de textura fibrosa e<br />

veios conjugados, corroboram um quadro regional de extensão crustal para NE-SW, em<br />

resposta ao encurtamento provocado pelos dobramentos regionais D1.<br />

Figura 7. Veios de quartzo. (N = 97).<br />

• Estruturas da fase de deformação D2<br />

Essa fase de deformação caracteriza-se por uma mudança no sentido de transporte tectônico,<br />

agora em direção ao antepaís cratônico (de SE para NW) e pele desenvolvimento de estruturas<br />

tectônicas comuns a níveis crustais mais rasos e que expressam uma intensidade menor dos<br />

esforços compressivos.<br />

• Dobras mesoscópicas D2<br />

São ondulações abertas, assimétricas, inversas ou normal, as vezes em chevron, com suave<br />

caimento para NE, e que afetam, indiscriminadamente, os aleitamentos e a foliação S1. A<br />

assimetria, principalmente em Z, e o mergulho do plano axial para o quadrante SE, indicam a<br />

xvi


vergência tectônica para NW, em direção ao Cráton Amazônico.<br />

As superfícies axiais das dobras D2 orientam-se segundo a direção N30 0 - 40 0 E mergulhando<br />

para SE com valores altos, que variam de 80 0 a 65 0 .<br />

Os diagramas de freqüência para as foliações S1, em setores onde as dobras D2 nuclearam-se<br />

mais intensamente, mostram uma dispersão incipiente das medidas ao longo de uma guirlanda<br />

de círculo máximo, o que deve corresponder aos efeitos das ondulações D2 sobre as foliações<br />

existentes.<br />

• Foliação plano-axial S2<br />

Se expressa através de uma clivagem de crenulação e, muito raramente, por uma clivagem<br />

disjuntiva.<br />

As superfícies de clivagem não têm um caráter penetrativo e seu espaçamento varia de alguns<br />

milímetros a centímetros, dependendo do tipo de rocha afetada. Freqüentemente desenvolve<br />

uma marcante superfície de partição que confere à rocha um aspecto fraturado. A estes planos<br />

de partição, podem associar-se pequenos deslocamentos, que caracterizam micro e mesofalhas<br />

reversas com transporte em direção a área cratônica a NW.<br />

Os diagramas de freqüência para as medidas da foliação S2 (Figura 8) indicam uma clara<br />

relação cogenétïca com as dobras D2, coincidindo com a orientação da superfície axial. Os<br />

estereogramas indicam uma concentração máxima de N30 0 - 40 0 E com mergulhos variando<br />

entre 80 0 a 40 0 para SE.<br />

Figura 8. O estereograma para foliação S2 mostra uma certa dispersão principalmente<br />

no quadrante SE, o que indica uma superfície de descontinuidade com<br />

mergulhos variáveis para SE. (N = 91).<br />

• Veios<br />

xvii


Os veios de quartzo relacionados ao evento D2 ocupam preferencialmente as partições<br />

paralelas às clivagens de crenulação. São finos, em média 1cm de espessura, descontínua e<br />

irregulares com textura maciça. As raras ocorrências de veios de quartzo gerados durante a<br />

fase D2, sugerem condições físico-químicas pouco favoráveis à produção de grandes volumes<br />

de material remobilizado, indicando um nível crustal menos profundo e condições<br />

metamórficas brandas.<br />

• Estruturas da fase de deformação D3<br />

Essa fase de deformação apresenta-se como ondulações de caráter regional, ortogonais as<br />

estruturas D1 e D3. Caracteriza-se por dispersões das medidas do acamadamento (S0) em<br />

torno do eixo N60 0 -70 0 W. O caráter rúptil-dúctil deste evento evidencia-se pelo<br />

desenvolvimento de chevrons e dobras simétricas, associadas a clivagens disjuntivas e a um<br />

intenso diaclasamento regional de direção NW.<br />

• Mesodobras D3<br />

Essa família de estruturas ocorre localmente e retrata uma mudança na orientação do vetor<br />

dos esforços compressivos. As dobras são invariavelmente centimétricas, suaves a abertas, as<br />

vezes em chevron, com superfície axial orientada segundo a direção N60 0 -70 0 W, da ordem<br />

70 0 a 85 0 , ora para NE, ora para SW.<br />

A orientação da linha de charneira mostra uma grande dispersão nos valores do caimento (de<br />

10 0 a 70 0 para N60 0 -70 0 W), como conseqüência das variações das atitudes das superfícies<br />

dobradas preexistentes, especialmente o aleitamento (S0) e a foliação (S1).<br />

• Foliação plano-axial S3<br />

Essa estrutura planar não penetrativa, se expressa na área por uma clivagem disjuntiva ou de<br />

crenulação, visível principalmente na superfície de foliação S1. Essa estrutura é responsável<br />

pela intensa partição ao longo da direção N60 0 -70 0 W, que afeta indistintamente todo o Grupo<br />

Cuiabá, podendo, em certos casos, estar preenchida por finos veios de quartzo leitoso. Os<br />

diagramas de freqüência, para estas clivagens (Figura 9), indicam uma máxima concentração<br />

em torno de N60 0 -70 0 W, com mergulhos altos, por volta de 85 0 a 70 0 , para NE ou SW.<br />

• Veios e diáclases<br />

As diáclases paralelas a foliação S3 foram observadas em toda a área trabalhada, destacandose<br />

sobremaneira nos metadiamictitos. Os veios de quartzo são raríssimos, e quando ocorrem<br />

são finos, em torno de 1 a 2cm, principalmente fibrosos, descontínuos e irregulares. Estas<br />

diáclases definem traçados perpendiculares ao trend da estruturação regional e exercem um<br />

forte controle na paisagem e no fluxo da água superficial.<br />

xviii


Figura 9. O estereograma para as clivagens S3, importantes superfícies de<br />

descontinuidades regionais, indicam a existência de clivagens<br />

subverticalizadas perpendiculares a Si e S2. (N = 82).<br />

2.3.3. A relação entre as litologias, as estruturas geológicas com o controle das águas<br />

subterrâneas na ZU<br />

• Formação Miguel Sutil<br />

Nos metassedimentos da Formação Miguel Sutil nota-se uma diferença marcante na<br />

instalação de fraturas e veios de quartzo nas litofácies pelítica (com laminação plano paralela)<br />

e na litofácies argilo-areno-conglomerática, nas áreas urbanas de Cuiabá e Várzea Grande.<br />

Enquanto o primeiro apresenta uma baixa intensidade de fraturas e veios de quartzo, o<br />

segundo mostra-se extremamente diaclasado, com diferentes famílias de juntas e ricos veios<br />

de quartzo de várias gerações.<br />

Esse quadro é resultado, principalmente, da diferença de comportamento mecânico das duas<br />

litofácies quando submetidos a ação dos esforços. Por um lado, enquanto a litofácies pelítica<br />

tende a apresentar um comportamento mais dúctil (foliação e dobras), por outro, a litofácies<br />

argilo-areno-conglomerática comporta-se de forma rúptil, ou seja, sofrem rupturas e<br />

deslocamentos das falhas. Como resultado, encontramos as melhores condições de<br />

armazenamento e circulação de água subterrânea na litofácies argilo-areno-conglomerática.<br />

Um outro parâmetro que influencia a condutividade hidráulica refere-se à textura das rochas.<br />

A litofácies pelítica é rica em micas orientadas que definem sua foalição. Estas, por sua vez,<br />

dificultam a infiltração de água subterrânea. No entanto, a litofácies argilo-areno-<br />

xix


conglomerática, especialmente os mais grosseiros, apresentam uma textura granular, o que<br />

resulta em uma maior porosidade e permeabilidade.<br />

Não devemos esquecer também que a alteração da litofácies argilo-areno-conglomerática<br />

forma um solo arenoso muito propício à infiltração de águas pluviométricas, formando, desta<br />

maneira, excelentes áreas de recarga. Enquanto que, a alteração da litofácies pelítica forma<br />

um solo argiloso, laterizado e de pequena profundidade, que retém a infiltração das águas<br />

pluviométricas.<br />

Os veios de quartzo desenvolvem-se principalmente nas litologias arenosas e conglomeráticas<br />

da Formação Miguel Sutil. São subverticais, perpendiculares as clivagens (S1 e S2) e<br />

auxiliam o processo de infiltração das águas subterrâneas nessas litologias.<br />

Por estas razões a Litofácies Pelito-Areno-Conglomerática é a unidade que apresenta as<br />

melhores condições de armazenamento e circulação de águas subterrâneas dos<br />

metassedimentos da Formação Miguel Sutil.<br />

• Formação Rio Coxipó<br />

Esta unidade está representada na área por duas associações litológicas, os metadiamictitos de<br />

matriz argilosa com raras intercalações de areia fina a média e os metadiamictitos de matriz<br />

arenosa intercalados a arenitos médios a grossos. Pela análise litológica da Formação Rio<br />

Coxipó, observa-se que as melhores condições aqüíferas estão localizadas na segunda<br />

associação, isto é, nos metadiamictitos de matriz arenosa.<br />

As principais superfícies de descontinuidades rochosas e os veios de quartzo do Grupo<br />

Cuiabá, na região estudada, relacionam-se às fases de dobramentos que afetaram a região.<br />

Associado a primeira fase de dobramento, foi gerada a superfície de foliação, afetando todas<br />

as unidades com direção preferencial N40º–50ºE e mergulho para 50º – 60º, principalmente<br />

para NW. Essas superfícies embora penetrativas, são fechadas e não facilitam a infiltração de<br />

água subterrânea.<br />

Por outro lado às foliações S1 e S2 (clivagens de crenulação e disjuntivas), a primeira com<br />

direção N40º-50ºE e mergulhos variáveis para SE e a outra é ortogonal a S1 e<br />

preferencialmente perpendiculares, são originadas por esforços cisalhantes, formando<br />

superfícies de descontinuidades ligeiramente abertas, o que facilita a percolação de água<br />

subterrânea.<br />

Essas superfícies de descontinuidades (clivagens) são mais bem desenvolvidas nos<br />

metadiamictitos e metargilitos, sendo provavelmente responsáveis pelas águas subterrâneas<br />

encontradas nestas litologias. É interessante observar que as intersecções dessas clivagens<br />

constituem setores mais propícios à infiltração e armazenamento da água subterrânea.<br />

Os esforços trativos associados ao primeiro evento de dobramento (D1) são responsáveis pela<br />

implantação de fraturas trativas, conjugadas ou não, e veios de quartizo perpendiculares ao<br />

trend regional. Tal assembléia de fraturas e veios com atitude média N 40-50 W e mergulhos<br />

elevados (70-90), são concordantes a S3 e respondem pelo principal fraturamento regional.<br />

As diáclases ocorrem mais intensamente nos metadiamictitos da Formação Rio Coxipó e nos<br />

metapelitos da Formação Miguel Sutil, enquanto os veios de quartzo são predominantes nos<br />

litofácies pelito-areno-conglomeráticos da Formação Miguel Sutil.<br />

xx


2.4. Clima<br />

2.4.1. Características Gerais<br />

O clima região de Cuiabá enquadra-se na categoria AW da classificação de Köppen, ou seja,<br />

tropical semi-úmido, com estações secas e chuvosas alternadas e bem definidas.<br />

A estação seca vai de abril a outubro, e a chuvosa, de novembro a março. A pluviometria<br />

média anual oscila em torno de 1350mm.<br />

A evapotranpiração média é em torno de 82mm com valores mínimos entre 0 e 4mm<br />

(julho/setembro) e máximo em torno de 150mm (novembro/março).<br />

A temperatura média anual é em torno de 26ºC, com temperatura mínima próximas a 10ºC e<br />

máximas superior a 42ºC.<br />

A umidade relativa do ar varia muito com as épocas do ano, porem a média anual oscila em<br />

torno do 74%.<br />

2.4.2. Balanço Hídrico<br />

O objetivo deste estudo foi calcular a recarga subterrânea profunda para a região estudada. É<br />

importante salientar que, os dados utilizados representam, apenas uma ordem de grandeza e<br />

não números absolutos. Este é um procedimento comum, em muitos estudos hidrológicos e<br />

hidrogeológicos. O método utilizado foi desenvolvido por Thornthwaite (1955).<br />

Segundo a “Proposta de Enquadramento dos Principais Rios da Bacia do Rio Cuiabá” (1996),<br />

a área do trecho médio Cuiabá, da Bacia do Rio Cuiabá é de 14.096,00 Km 2 .<br />

As descargas médias mensais do trecho médio Cuiabá foram calculadas a partir dos dados<br />

coletados na Estação Rio Cuiabá-Porto / DNAEE – DNOS, no período de 1962 a 1983.<br />

Os dados climatológicos utilizados no presente trabalho referem-se ao período de 1986 a<br />

1998. Tais dados foram coletados na Estação Agroclimatológica Padre Ricardo Remetter.<br />

Esta Estação encontra-se localizada na Fazenda Experimental da Universidade Federal de<br />

Mato Grosso, situada na área suburbana de Santo Antonio de Leverger–MT, a 3 km de sua<br />

área central.<br />

A capacidade de armazenamento de umidade no solo (CAD), é uma característica da<br />

vegetação e independe do tipo de solo (Tubellis & Nascimento, 1983). Para a região estudada<br />

(Baixada Cuiabana), onde predomina a região do cerrado, foi utilizado o CAD de 150mm, já<br />

utilizado anteriormente por Campelo & Caseiro, 1989.<br />

O quadro 3 mostra o Balanço Hídrico para Santo Antônio do Leverger, calculado pelo método<br />

de Thornthwaite-Mather (1955), no período de 1986 a 1998, cujos dados podem ser utilizados<br />

para a baixada cuiabana:<br />

xxi


Quadro 3. Balanço Hídrico.<br />

MÊS T (ºC) P (mm) ETO (mm) P-ETO (mm) ARM (mm) ER (mm) EXC (mm) <strong>DE</strong>F (mm)<br />

Nov. 27,5 184 154 30 30 154<br />

Dez. 27,1 227 158 69 99 158<br />

Jan. 26,8 265 153 112 150 153 61<br />

Fev. 26,6 202 133 69 150 133 69<br />

Mar. 26,7 182 145 37 150 145 37<br />

Abr. 26,4 113 130 -17 133 130<br />

Mai. 24,4 47 99 -52 81 99<br />

Jun. 23,0 43 77 -34 47 77<br />

Jul. 22,3 06 72 -66 0 53 19<br />

Ago. 24,6 25 103 -78 0 25 78<br />

Set. 26,1 64 127 -63 0 64 63<br />

Out. 27,6 110 154 -44 0 110 44<br />

TOTAIS 1467,9 1248 167 204<br />

T: temperatura (ºC)<br />

P: precipitação (mm)<br />

Eto: evapotranspiração de referência<br />

ARM: armazenamento de água pelo solo<br />

ER: estimativa da evapotranspiração real<br />

EXC: excedente hídrico<br />

<strong>DE</strong>F: deficiência hídrica<br />

Esse quadro mostra que o volume de água armazenado pelo solo no mês de novembro<br />

(30mm) foi menor do que a capacidade de armazenamento de umidade no solo (CAD)<br />

utilizada, que é de 150mm, não tendo havido, portanto, excedente para a infiltração<br />

subterrânea profunda.<br />

No mês de dezembro, o volume armazenado aumentou para 99mm, permanecendo ainda<br />

inferior a CAD. Já nos meses de janeiro, fevereiro e março, meses em que a precipitação<br />

pluviométrica mantinha o aumento que se iniciou em setembro/outubro, foi atingida a<br />

capacidade de armazenamento pelo solo (CAD = 150mm), tendo havido um excedente que<br />

pôde ser utilizado para a recarga subterrânea profunda.<br />

Nos meses seguintes, de abril a setembro, com o decréscimo da precipitação pluviométrica, o<br />

volume de água armazenado pelo solo, passou a ser menor que a CAD, não havendo<br />

excedente para a infiltração. Ocorrendo até mesmo, deficiência hídrica nos meses de julho a<br />

outubro.<br />

Através desse balanço hídrico, verifica-se um excesso de 167 mm, ou seja, esta é a água<br />

disponível para a infiltração, permitindo então calcular o volume para a Bacia do Médio<br />

Cuiabá (Baixada Cuiabana), da seguinte maneira:<br />

a) Volume de Chuva na Bacia:<br />

P=1,468m (totais de precipitação) x 14,096x10 9 m 2 (área da bacia) = 20,7 x 10 9 m 3 /ano.<br />

b) Pelo balanço hídrico, o volume infiltrado na bacia foi de 167mm, ou seja, 11,3% de P,<br />

que é 2,35x10 9 m 3 /ano (nos meses de janeiro, fevereiro e março).<br />

xxii


O escoamento básico subterrâneo ou descarga subterrânea pode ser estimado a partir da<br />

3<br />

descarga média de agosto, que é equivalente a 93m /s, mês em que não houve armazenagem<br />

de água pelo solo. Utilizando-se este valor para os meses de janeiro, fevereiro e março,<br />

quando houve excedente hídrico obtêm-se 746.496.000m 3 , que é o escoamento básico<br />

subterrâneo ou descarga subterrânea anual.<br />

A diferença entre o valor de infiltração na bacia (2,35x10 9 m 3 /ano) e o valor da descarga<br />

subterrânea (746.496.000m 3 /ano), obtém-se o volume de recarga profunda para o aqüífero<br />

livre da Bacia do Médio Cuiabá: 1.603.504.000m 3 /ano.<br />

2.5. Hidrologia<br />

A principal drenagem é caracterizada pelo rio Cuiabá, que corta a cidade, além de seus<br />

principais afluentes, que são o rio Coxipó e Pari. Outras drenagens de menor proporção que<br />

alimentam o rio Cuiabá são constituídas pelo Córrego São Gonçalo, Ribeirão Vermelho,<br />

Córrego Lavrinha, Córrego Figueirinha, Córrego Barbado, Córrego Três Barras, Córrego<br />

Quarta Feira, Córrego Ouro Fino, Córrego Mãe Bonifácia, Córrego Baú, Córrego Piçarrão,<br />

Córrego Traíra, Ribeirão Cocais, Córrego Formigueiro, Córrego Barbeiro, Córrego do<br />

moinho, rio Manuel Pinto, Ribeirão do Lipa, entre outros (Figura 10).<br />

Os rios Cuiabá e Coxipó têm como características comuns vazões mais elevadas que os outros<br />

cursos d’água da zona urbana (ZU). Também apenas uma fração pequena das suas bacias<br />

encontra-se na ZU. No quadro 8, podem ser visualizados os dados de vazão e carga orgânica<br />

dos rios Cuiabá e Coxipó, de 1999.<br />

No caso do rio Coxipó as vazões medidas até agora (7,85 m 3 /s em abril, 4,27 m 3 /s em junho e<br />

6,28 m 3 /s em agosto), representativas do final das águas altas e da estiagem, sugerem uma<br />

vazão média superior a 5,73 m 3 /s. Como o mês de abril corresponde geralmente a um ponto<br />

de inflexão entra a vazão da águas altas e as da estiagem, este valor está sendo utilizado por<br />

enquanto, até uma serie maior permitir o cálculo, como vazão média do rio Coxipó.<br />

Quadro 4. Carga orgânica (mgDBO/l) e Vazão (m 3 /s) dos rios Cuiabá e Coxipó.<br />

RIO CARGA ORGÂNICA VAZÃO<br />

Rio Cuiabá 1,36 343,82<br />

Rio Coxipó 2,5 7,85<br />

O quadro 5, mostra as estimativas de produção orgânica calculada com a população ligada-<br />

AMSC (produção orgânica-AMSC) e população ligada-IBGE (produção orgânica-IBGE),<br />

assim como a descarga orgânica para ZU e a bacia urbana do Coxipó. A produção orgânica<br />

pela população da ZU é inferior a descarga orgânica no rio Cuiabá na ZU.<br />

Isso indica que a bacia do rio Cuiabá a montante da cidade de Cuiabá é uma fonte de carga<br />

orgânica de origem natural; principalmente matéria vegetal em decomposição. Na própria ZU,<br />

ainda existem zonas sob cobertura vegetal que são uma fonte de DBO natural nas águas do<br />

Cuiabá. No entanto a produção orgânica da ZU é significante, pois representa pelo menos<br />

21% da descarga orgânica.<br />

xxiii


Figura 10. Localização da zona urbana de Cuiabá e hidrografia. O rio Cuiabá corre em<br />

direção ao sul e a ZU de Cuiabá (em cor de rosa) encontra-se na margem<br />

esquerda do rio.<br />

Quadro 5. Produção orgânica e descarga orgânica (gDBO/s) na ZU.<br />

ZONA/RIO PRODUÇÃO ORGÂNICA-<br />

AMSC<br />

PRODUÇÃO ORGÂNICA-<br />

IBGE<br />

xxiv<br />

<strong>DE</strong>SCARGA ORGÂNICA<br />

Cuiabá 102,26 146,34 467,60<br />

Coxipó 52,69 28,55 19,63


No rio Coxipó, o contrário é observado: a produção orgânica da população na porção urbana<br />

da bacia deste rio é superior a descarga orgânica deste mesmo rio. Isto indica que uma fração<br />

importante da produção orgânica humana nesta bacia está sendo retida e não participa da<br />

descarga orgânica do rio.<br />

As possíveis razões desta retenção são a presença de fossas sépticas e fossas rudimentares,<br />

uma vez que muitas residências possuem fossas ligadas a rede de esgoto pluvial, além das<br />

perdas por vazamentos na rede de esgoto e retenção da matéria orgânica nas estações de<br />

tratamento de esgoto existentes. Como uma parte da bacia urbana do Coxipó se encontra sob<br />

cobertura vegetal, parte da descarga em DBO provém da matéria orgânica natural, indicando<br />

que sua carga em DBO não é somente de origem humana.<br />

• Hidrologia dos afluentes da Zona Urbana<br />

O quadro 6 mostra os valores médios de H (altura da lâmina de água no leito do curso d’água,<br />

em metros) e Q (descarga dos cursos d’água em m 3 /s) obtidos durante o período estudado.<br />

Esses resultados constituem as primeiras estimativas consistentes de descarga destes cursos<br />

d’água.<br />

Quadro 6. Média e faixa min–max para a descarga (Q) e a lâmina de água (H).<br />

NOME DA ESTAÇÃO <strong>DE</strong> MEDIDA H (m) MIN - MAX Q (m 3 /s) MIN-MAX<br />

Ribeirão do Lipa 0,45 0,30 – 0,69 0,63 0,29 – 1,42<br />

Córrego Manuel Pinto 0,28 0,18 – 0,40 0,47 0,07 – 0,73<br />

Córrego Prainha 0,31 0,18 – 0,51 0,62 0,18 – 1,10<br />

Córrego Gambá 0,24 0,12 – 0,39 0,43 0,09 – 0,79<br />

Córrego Barbado 0,35 0,19 – 0,47 0,60 0,33 – 1,08<br />

Rio Coxipó 1,25 0,59 – 1,70 11,31 4,26 – 19,55<br />

Córrego São Gonçalo 0,41 0,20 – 0,75 0,23 0,05 – 6,24<br />

Córrego Piçarrão 0,60 0,40 – 0,85 0,59 0,44 – 0,82<br />

Córrego Moinho 0,56 0,45 – 0,74 0,68 0,33 – 1,07<br />

A descarga média dos outros cursos d’água varia entre 0,23 e 0,68 m 3 /s. A faixa de variação<br />

mínimo–máximo indica uma grande variabilidade nas vazões. Esta variabilidade deve ser<br />

atribuída a sazonalidade e também, no caso dos córregos e do Ribeirão do Lipa, ao tamanho<br />

reduzido da bacia destes cursos d’água. Na região de estudo as estações são acentuadas, com<br />

uma estação seca (abril - setembro) com pouca chuvas e uma estação chuvosa (outubro -<br />

março) onde a maior parte da precipitação anual decresce tal como ilustrado na figura 11.<br />

Fonte: INMET.<br />

Figura 11. Precipitação cumulativa mensal (mm) em Cuiabá durante o ano de 2000.<br />

xxv


Em pequenas bacias, como é o caso para as bacias de todos os afluentes da ZU, exceto o rio<br />

Coxipó, o regime fluviométrico está intimamente relacionado ao regime pluviométrico.<br />

Depois de cada chuva a descarga do curso d’água aumenta imediatamente e<br />

proporcionalmente à intensidade e tamanho do evento chuvoso. As figuras 12 e 13 mostram<br />

essa evolução da vazão dos afluentes, evidenciando que a evolução das descargas das bacias<br />

urbanizadas (Manuel Pinto, Prainha, Gambá, Barbado) são mais sensíveis às chuvas locais.<br />

Onde a é uma constante e b, um expoente geralmente variando entre 1 e 2. O interesse de<br />

estabelecer tal relação é que é muito mais simples medir H que Q, facilitando e diminuindo os<br />

custo do monitoramento.<br />

Q (m 3 /s)<br />

1,2<br />

1<br />

0,8<br />

0,6<br />

0,4<br />

0,2<br />

0<br />

a<br />

Manuel Pinto<br />

Prainha<br />

Gambá<br />

Barbado<br />

São Gonçalo<br />

mar-00 mai-00 jul-00 set-00 nov-00 jan-01 mar-01 mai-01<br />

Data<br />

Figura 12. Evolução da descarga dos cursos d’água da ZU. Córregos Manuel Pinto,<br />

Prainha, Gambá Barbado e São Gonçalo.<br />

Q Coxipó (m 3 /s)<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

b<br />

Coxipó<br />

Ribeirão do Lipa<br />

Moinho<br />

Piçarrão<br />

mar-00 mai-00 jul-00 set-00 nov-00 jan-01 mar-01 mai-01<br />

Data<br />

Figura 13. Evolução da descarga dos cursos d’água da ZU. Rio Coxipó, Ribeirão do<br />

Lipa, Córregos Moinho e Piçarrão.<br />

xxvi<br />

1,6<br />

1,4<br />

1,2<br />

1<br />

0,8<br />

0,6<br />

0,4<br />

0,2<br />

0<br />

Q Córregos (m 3 /s)


Para cada curso d’água, utilizando todos os dados já disponíveis, um modelo matemático foi<br />

tentativamente ajustado entre H e Q. A qualidade deste ajuste é dada pelo quadrado do<br />

2 2<br />

coeficiente de correlação (r ). Quando o modelo se ajusta perfeitamente os dados, o r é 1.<br />

Quando não há ajuste nenhum, r 2 = 0. O quadro 7 mostra para cada um dos cursos d’água as<br />

relações empíricas ajustadas e o valor de r 2 .<br />

Quadro 7. Curvas dos cursos d’água da ZU.<br />

CURSO D’ÁGUA EQUAÇÃO R 2<br />

Ribeirão do Lipa Q = 2,0001H 1,5271<br />

Córrego Manuel Pinto Q = 3,3289H 1,5538<br />

Córrego Prainha Q = 3,0728H 1,3624<br />

Córrego Gambá Q = 2,7791H 1,3738<br />

Córrego Barbado Q = 2,7608H 1,5432<br />

Rio Coxipó Q = 7,6578H 1,4117<br />

Córrego São Gonçalo Q = 0,7933H 1,5892<br />

Córrego Piçarrão Q = 0,897H 0,8074<br />

Córrego Moinho Q = 2,0871H 1,9293<br />

xxvii<br />

0,8087<br />

0,6313<br />

0,7987<br />

0,7845<br />

0,5973<br />

0,5063<br />

0,9053<br />

0,9736<br />

0,7634<br />

Em geral, os valores de r 2 são relativamente baixos e precisa se coletar ainda mais dados para<br />

obter equações mais confiáveis. Para os córregos Piçarrão e São Gonçalo os valores de r 2 são<br />

elevados. No entanto, no caso do Piçarrão, não houve medidas em junho e agosto de 2000 e a<br />

relação aparentemente boa deve ser ainda verificada com outras medidas. O córrego São<br />

Gonçalo é o único caso onde um r 2 razoável foi obtido. Não entanto na luz dos resultados<br />

obtidos para os outros córregos ainda é prematuro concluir que a equação é confiável.<br />

3. INVENTÁRIO HIDROGEOLÓGICO<br />

3.1. Estrutura do banco de dados<br />

A elaboração desse trabalho baseou-se fundamentalmente nos dados obtidos em relatórios<br />

técnicos dos Poços Tubulares Profundos e no Mapa Geológico da Área Urbana de Cuiabá,<br />

cuja estrutura do banco de dados e organização deste trabalho são apresentadas a seguir.<br />

O Banco de Dados foi baseado em informações de 451 poços cadastrados nesse trabalho,<br />

entre 1964 a 2000. Não foram cadastrados todos os poços na área urbana de Cuiabá, pois nem<br />

todas as firmas estavam dispostas a fornecer os relatórios técnicos e algumas nem os tem.<br />

A estrutura desse Banco de Dados foi estabelecida no programa EXCEL, criando-se quatro<br />

Planilhas chaves: Planilha de Identificação e Localização, Planilha dos Perfis Construtivos,<br />

Planilha dos Dados Hidrodinâmicos e Planilha dos Perfis Litológicos, como pode ser<br />

observado no quadro 8.<br />

Os dados armazenados permitiram uma análise estatística, em planilha eletrônica (EXCEL),<br />

considerando os seguintes parâmetros, descritos caso a caso: Poços Tubulares por unidade<br />

geológica; Croquis dos poços; Métodos de perfuração utilizados; Diâmetros de perfuração;<br />

Profundidade dos poços; Características dos revestimentos; Características dos filtros e pré-


filtros; Cimentação dos poços; Laje de proteção; Vazões; Manto de alteração. Para cada um<br />

desses parâmetros apresentam-se os dados sistematizados e fez-se uma discussão.<br />

Após o tratamento estatístico estabeleceu-se uma relação desses parâmetros com o risco<br />

ambiental ao meio físico, cujo resultado propõe um perfil técnico construtivos dos poços<br />

tubulares profundo para cada unidade aqüífera de Cuiabá, avaliada nesse trabalho.<br />

Quadro 8. Estrutura do banco de dados.<br />

PLANILHA <strong>DE</strong><br />

I<strong>DE</strong>NTIFICAÇÃO E<br />

LOCALIZAÇÃO<br />

PLANILHA DOS PERFIS<br />

CONSTRUTIVOS<br />

xxviii<br />

PLANILHA DOS DADOS PLANILHA DOS<br />

HIDRODINÂMICOS PERFIS<br />

LITOLÓGICOS<br />

Código do Poço Código do Poço Código do Poço Código do Poço<br />

Bairro<br />

Métodos de Perfuração Condição Aqüífera Descrição das litologias<br />

Local<br />

Croquis<br />

Perfuração 1,2,3,4 Litologia<br />

atravessadas nas<br />

perfurações dos poços<br />

Latitude Revestimento Nível Estático<br />

Longitude Tubo Sanitário Nível Dinâmico<br />

Proprietário Filtro Rebaixamento<br />

Construção Pré–Filtro Vazão<br />

Ano Cimentação<br />

Observação Laje<br />

Teste Vazão<br />

3.2. Localização dos poços tubulares profundos por unidade geologica<br />

A partir do cruzamento do Mapa de localização de Poços com o Mapa Geológico se obteve a<br />

relação dos poços por unidade geológica, permitindo calcular os percentuais de ocorrência em<br />

cada unidade geológica, conforme mostra o quadro 9.<br />

Quadro 9. Distribuição dos poços por unidade geológica.<br />

UNIDA<strong>DE</strong> FORMAÇÃO RIO COXIPÓ Nº <strong>DE</strong> POÇOS<br />

I Litofácies Metadiamictitos de Matriz Argilosa 149<br />

II Litofácies Metadiamictitos de Matriz Arenosa 92<br />

Unidade FORMAÇÃO MIGUEL SUTIL Nº de Poços<br />

IV Litofácies Pelítico - Laminada 102<br />

V Litofácies Areno – Conglomerática 108<br />

TOTAL 451<br />

3.3. Métodos de perfuração de poços usados em Cuiabá<br />

A figura 14 ilustra os métodos de perfuração de poços por unidade geológica, utilizados em<br />

Cuiabá, mostrando a quantidade de poços/percentuais por cada método de perfuração por<br />

unidade geológica.<br />

Desta forma obtém-se que em todas as unidades o método mais utilizado é a Percussão à<br />

Cabo ficando a unidade I com 117 poços (78,52%) e 24 (16,11%) do Sistema Roto-


pneumático e, apenas 06 (4,03%) do Sistema Rotativo. Na unidade II tem-se 70 poços<br />

(76,09%) e 13 (14,13%) do Roto-pneumático e, apenas 08 (8,70%) do Rotativo.<br />

Na unidade IV tem-se 57 poços (55,88%) e 22 (21,57%) do Sistema roto-pneumático e,<br />

apenas 20 (19,61%) do Rotativo. Na unidade V tem-se 53 poços (49,07%) e 28 (25,93%) do<br />

Sistema roto-pneumático e, apenas 25 (23,15%) do Rotativo.<br />

Met P R RP SD P R RP SD P R RP SD P R RP SD<br />

Qtde 117 6 24 2 70 8 13 1 57 20 22 3 53 25 28 2<br />

Percentuais<br />

78,52<br />

UNID. I UNID. II UNID. IV UNID. V<br />

4,03<br />

16,11<br />

1,34<br />

76,09<br />

8,70<br />

14,13<br />

Met - métodos; Qtde - Quantidade; P - Percussora; R - Rotativa: RP - Roto Pneumático; SD - Sem dados.<br />

Figura 14. Métodos de perfuração de poços por unidade geológica.<br />

1,09<br />

Portanto, a tecnologia de perfuração de poços mais praticada em Cuiabá, o Sistema à<br />

Percussão, apresenta um total de 297 poços representando um percentual de 65,85 %. Embora<br />

seja uma técnica de avanço de furo mais lenta que outras, para a geologia da área urbana,<br />

constituída de rochas metassedimentares, torna-se perfeitamente adequada ao tipo de<br />

equipamento utilizado.<br />

3.4. Profundidade dos poços em Cuiabá<br />

A profundidade de um poço é um parâmetro construtivo que obedece às especificações do<br />

projeto executivo, elaborado a partir das análises de um conjunto de informações obtidas no<br />

campo. A determinação da profundidade adequada é importante porque afeta diretamente o<br />

custo da obra e a capacidade da produção do poço.<br />

A figura 15 mostra as profundidades dos poços tubulares por unidade geológica para os<br />

diâmetros úteis de 6 e 8 polegadas.<br />

A profundidade dos poços nas unidades geológicas com diâmetros de 6” e 8”, representam<br />

91,58 % do total de poços cadastrados, indicando um mínimo para o diâmetro útil de 6” de<br />

50m nas unidades I, IV e V; média de 107,78m e máxima de 200m na unidade I. Para o<br />

diâmetro útil de 8” tem-se como mínimo a profundidade de 56m na unidade I; média de<br />

126,82m e, máxima de 221m na unidade I.<br />

A distribuição da variação percentual das profundidades indica que os valores extremos,<br />

mínimos e máximo nos diâmetros correspondentes estão nas faixas de 50 a 60m com 3,15% e<br />

xxix<br />

55,88<br />

19,61<br />

21,57<br />

2,94<br />

49,07<br />

23,15<br />

25,93<br />

1,85


entre 200 a 220 com 0,48%. As faixas mais representativas são as que vão de 90 a 100<br />

(37,29%); 100 a 110 (8,47%); 110 a 120 (10,41%) e 140 a 150 (12,11%).<br />

D 6" 8" 6" 8" 6" 8" 6" 8"<br />

Var<br />

profundidade (m)<br />

min<br />

50,00<br />

med<br />

105,16<br />

max<br />

200,00<br />

D - Diâmet ro; Var - Variação<br />

UNID. I UNID. II UNID. IV UNID. V<br />

min<br />

56,00<br />

med<br />

129,17<br />

max<br />

221,00<br />

min<br />

60,00<br />

med<br />

max<br />

105,35<br />

157,00<br />

min<br />

med<br />

95,00<br />

138,61<br />

max<br />

200,00<br />

xxx<br />

min<br />

50,00<br />

med<br />

109,80<br />

max<br />

170,00<br />

min<br />

med<br />

max<br />

82,00<br />

117,86<br />

151,00<br />

Figura 15. Profundidade dos poços por unidade geológica.<br />

3.5. Revestimento<br />

min<br />

50,00<br />

med<br />

max<br />

110,81<br />

160,00<br />

O revestimento é a estrutura do poço. A escolha do tipo de revestimento envolve a conjugação<br />

e análise de uma série de fatores, que impõe condições na seleção desse material, de modo<br />

que o mesmo se adapte as condições locais a que será submetido, como: resistência mecânica,<br />

qualidade da água, profundidade do poço, diâmetro de perfuração, métodos de perfuração e<br />

custos. Os tipos comumente usados são de aço e PVC.<br />

A figura 16 apresenta os resultados obtidos dos tipos de revestimento e seus respectivos<br />

percentuais por unidade geológica na área urbana de Cuiabá.<br />

Tipo Aço PVC S.D. N Aço PVC S.D. N Aço PVC S.D. N Aço PVC S.D. N<br />

D 6” 8” 4” 6” 8” 10” 6” 8” 6” 8” 6” 8” 4” 6” 6” 8” 4” 6” 8”<br />

Qte<br />

Percentuais<br />

30<br />

20,13<br />

D - Diâmetro<br />

40<br />

26,85<br />

01<br />

0,67<br />

UNID. I UNID. II UNID. IV UNID. V<br />

48<br />

32,21<br />

12<br />

8,05<br />

01<br />

11<br />

0,67<br />

7,38<br />

06<br />

26,09<br />

4,03<br />

Figura 16. Revestimento dos poços por unidade geológica.<br />

24<br />

14<br />

15,22<br />

30<br />

32,61<br />

22<br />

23,91<br />

01<br />

1,09<br />

01<br />

1,09<br />

17<br />

16,67<br />

07<br />

6,86<br />

2<br />

1,96<br />

70<br />

68,63<br />

01<br />

05<br />

10<br />

0,98<br />

4,90<br />

9,26<br />

04<br />

3,70<br />

05<br />

4,63<br />

77<br />

71,30<br />

min<br />

90,00<br />

02<br />

1,85<br />

med<br />

121,66<br />

03<br />

2,78<br />

max<br />

151,00<br />

07<br />

6,48


O comprimento do revestimento constitui a estrutura de sustentação das paredes do poço e, o<br />

conduto hidráulico que coloca em contato os aqüíferos com a superfície.<br />

Além das características estrutural e hidráulica, o comprimento adequado é um fator<br />

importante na proteção sanitária do poço, tanto vertical quanto suplementando a distância<br />

horizontal de afastamento entre o poço e possíveis fontes de poluição. A figura 17 ilustra os<br />

resultados obtidos.<br />

Conforme figura 17, na unidade geológica I os revestimentos de aço preto têm comprimento<br />

mínimo de 07m, médio de 33,14m e máximo de 120m; os de PVC tem um mínimo de 10m,<br />

médio de 31,75m e máximo de 100m. Na unidade II os de aço preto tem comprimento<br />

mínimo de 13m, médio de 33,90m e máximo de 84m; os de PVC tem um mínimo de 12m,<br />

médio de 41,36m e máximo de 87m.<br />

Na unidade IV os de aço preto tem comprimento mínimo de 11m, médio de 29,26m e máximo<br />

de 42m; os de PVC tem um mínimo de 11m, médio de 27,76m e máximo de 70m. Na unidade<br />

V os de aço preto tem comprimento mínimo de 18m, médio de 33,82m e máximo de 54m; os<br />

de PVC tem um mínimo de 09m, médio de 31,46m e máximo de 100m.<br />

Tipo Aço PVC Aço PVC Aço PVC Aço PVC<br />

Var min med max min med max min med max min med max min med max min med max min med max min med max<br />

Comprimento (m)<br />

7<br />

33,14<br />

UNID. I UNID. II UNID. IV UNID. V<br />

120<br />

10<br />

31,75<br />

100<br />

13<br />

36,9<br />

84<br />

12<br />

41,36<br />

87<br />

11<br />

29,26<br />

42<br />

Figura 17. Comprimento do revestimento por unidade geológica.<br />

3.6. Filtro<br />

O filtro tem a finalidade de captar água de um aqüífero inconsolidado, permitindo que a água<br />

desse aqüífero flua livremente para dentro do poço, impedindo a passagem do material fino<br />

durante o bombeamento e, servindo também como suporte estrutural e sustentando a<br />

perfuração no referido material.<br />

O filtro é o coração do poço; portanto a vida útil de um poço depende da qualidade do tipo de<br />

filtro instalado e este do tipo de material utilizado na sua construção, pois são afetados pelas<br />

características físicas e químicas da água do aqüífero.<br />

Dos 451 poços cadastrados, 329 ud (72,95%) não tem filtro e, 35 ud (7,76%) estão sem dados<br />

(SD), isto é, não tem nenhuma informação da existência de filtro e, 87 ud (19,29%) possuem<br />

filtros, assim distribuídos:<br />

• Tipo Nold – 17 ud (3,77%).<br />

• Tipo JOHNSON 14 – ud (3,10%).<br />

xxxi<br />

11<br />

27,76<br />

70<br />

18<br />

33,82<br />

54<br />

9<br />

31,46<br />

100


• Tipo PVC – 55 ud (12,20%).<br />

• Tubo rasgado 01 ud (0,22%).<br />

A figura 18 mostra que na unidade geológica I têm-se 22 poços com filtros representando<br />

14,77% nessa unidade sendo, 06 (4,03%) com filtro Johnson, 06 (4,03%) com filtro Nold, 09<br />

(6,04%) com filtro PVC e, 01 (0,67%) com tubo rasgado. O restante que complementa o total<br />

de poços na unidade, 16 poços (%) estão sem dados e 111 poços (%) não tem filtro.<br />

Tipo John. Nold PVC Tubo S.D. N John. Nold PVC S.D. N Nold PVC S.D. N John. Nold PVC S.D. N<br />

Qte 6 6 9 1 16 111 7 7 21 6 51 1 8 9 84 1 3 17 4 83<br />

Percentuais<br />

4,03<br />

4,03<br />

UNID. I UNID. II UNID. IV UNID. V<br />

6,04<br />

0,67<br />

10,74<br />

Figura 18. Tipos de filtros por unidade geológica.<br />

74,50<br />

7,61<br />

7,61<br />

22,83<br />

6,52<br />

Na unidade II com 35 poços (38,05%) com filtros sendo, 07 (7,61%) com filtro Johnson, 07<br />

(7,61%) com filtro Nold, 21 (22,83%) com filtro PVC. Os outros que complementam o total<br />

de poços na unidade, 06 poços (%) estão sem dados e 51 poços (%) não tem filtro.<br />

Na unidade IV com 09 poços (8,82%) com filtros sendo, 01 (0,98%) com filtro Johnson, 01<br />

(0,98%) com filtro Nold, 08 (7,84%) com filtro PVC. Os outros que complementam o total de<br />

poços na unidade, 09 poços (%) estão sem dados e 84 poços (%) não tem filtro.<br />

Na unidade V com 21 poços (19,45%) com filtros sendo, 01 (0,93%) com filtro Johnson, 03<br />

(2,78%) com filtro Nold, 17 (15,74%) com filtro PVC. Os outros que complementam o total<br />

de poços na unidade, 04 poços (3,70%) estão sem dados e 83 poços (76,85%) não tem filtro.<br />

3.7. Vazão de poço<br />

A vazão ótima de um poço é obtida através de teste de vazão que objetiva determinar, por<br />

meio de bombeamento, o volume de água que pode ser extraído na unidade de tempo, visando<br />

o aproveitamento técnico e econômico de poços, definida pela curva característica (vazão x<br />

rebaixamento).<br />

O teste de vazão objetiva determinar, através de bombeamento, o volume de água que pode<br />

ser extraído na unidade de tempo, visando o aproveitamento técnico e econômico de poços,<br />

definida pela curva característica (vazão x rebaixamento).<br />

xxxii<br />

55,43<br />

0,98<br />

7,84<br />

8,82<br />

82,35<br />

0,93<br />

2,78<br />

15,74<br />

3,70<br />

76,85


3<br />

Na figura 19 observa-se na unidade I que as vazões de 1 a 15m /h foram produzidas por 55<br />

poços (36,92%) usando bomba submersa, 39 poços (26,17%) usando compressor e, em 09<br />

poços (6,04%) as vazões obtidas não informam o equipamento utilizado. As vazões de 15 a<br />

30m 3 /h foram produzidos 16 poços (10,73%) usando bomba, 12 poços (8,05%) usando<br />

compressor e, em 05 poços (3,35%) as vazões obtidas não informam o equipamento utilizado.<br />

As vazões de 30 a 57m 3 /h foram produzidos por 04 poços (2,68%) usando bomba. Os poços<br />

secos e sem dados de vazão perfazem 04 poços (2,68%).<br />

Na unidade II as vazões de 1 a 15m 3 /h foram produzidas por 34 poços (36,95%) usando<br />

bomba, 14 poços (15,22%) usando compressor e, 03 poços (3,26%) estão sem dados do<br />

equipamento. As vazões de 15 a 30m 3 /h foram produzidas 16 poços (17,39%) usando bomba,<br />

08 poços (8,70%) usando compressor e, em 05 poços (3,35%) as vazões obtidas estão sem<br />

dados do equipamento. As vazões de 30 a 57m 3 /h foram produzidas por 08 poços (8,69%)<br />

usando bomba, 03 poços (3,26%) usando compressor e, 02 poços (2,18%) estão sem dados.<br />

Os poços secos e sem dados de vazão perfazem 02 poços (2,18%).<br />

Na unidade IV as vazões de 1 a 15m 3 /h foram produzidas por 57 poços (55,89%) usando<br />

bomba, 22 poços (21,56%) usando compressor e, 04 poços (3,92%) estão sem dados do<br />

equipamento. As vazões de 15 a 30m 3 /h foram produzidas 03 poços (3,94%) usando bomba,<br />

02 poços (1,96%) usando compressor. As vazões de 30 a 57m 3 /h foram produzidas por 01<br />

poço (0,98%) usando bomba, 01 poços (0,98%) usando compressor. Os poços secos e sem<br />

dados de vazão perfazem 09 poços (8,82%).<br />

Na unidade V as vazões de 1 a 15m 3 /h foram produzidas por 77 poços (71,29%) usando<br />

bomba, 16 poços (14,82%) usando compressor e, 01 poço (0,93%) está sem dados do<br />

equipamento. As vazões de 15 a 30m 3 /h foram produzidas por 02 poços (1,85%) usando<br />

bomba, 01 poço (0,93%) usando compressor. As vazões de 30 a 57m 3 /h foram produzidas<br />

apenas por 01 poço (0,93%) usando bomba. Os poços secos e sem dados de vazão perfazem<br />

03 poços (2,78%).<br />

Eq B C SD B C SD B C SD B C SD<br />

1-<br />

Fxa 15<br />

Qtde<br />

55<br />

Percentuais<br />

36,91<br />

16<br />

4<br />

Unid. I Unid. II Unid. IV Unid. V<br />

15- 30- 1- 15- 1-<br />

30 57 15 30 15<br />

39<br />

12<br />

15-<br />

30<br />

9<br />

5<br />

SE<br />

e<br />

SD<br />

1-<br />

15<br />

4<br />

34<br />

15- 30- 1-<br />

30 57 15<br />

16<br />

8<br />

14<br />

8<br />

15- 30- 1-<br />

30 57 15<br />

3<br />

3<br />

15-<br />

30<br />

5<br />

2<br />

10,74<br />

2,68<br />

26,17<br />

8,05<br />

6,04<br />

3,36<br />

2,68<br />

36,96<br />

17,39<br />

8,70<br />

15,22<br />

8,70<br />

3,26<br />

3,26<br />

5,43<br />

2,17<br />

B - bomba; C - compressor; SD - sem informação do equipamento; SE- seco<br />

30-<br />

57<br />

xxxiii<br />

SE<br />

e<br />

SD<br />

2<br />

57<br />

2,17<br />

1-<br />

15<br />

55,88<br />

15- 30- 1-<br />

30 57 15<br />

3<br />

1<br />

22<br />

15- 30- 1-<br />

30 57 15<br />

2<br />

1<br />

4<br />

9<br />

77<br />

2,94<br />

0,98<br />

21,57<br />

1,96<br />

0,98<br />

3,92<br />

8,82<br />

SE<br />

e 1-<br />

SD 15<br />

71,30<br />

15- 30- 1- 15- 1-<br />

30 57 15 30 15<br />

2<br />

1<br />

16<br />

1,85<br />

0,93<br />

14,81<br />

1<br />

1<br />

SE<br />

e<br />

SD<br />

3<br />

0,93<br />

0,93<br />

2,78<br />

Figura 19. Vazão do poço e tipo de equipamento utilizado para testes de vazão dos<br />

poços por unidade geológica.


3.8. Manto de alteração<br />

O manto de alteração consiste nos materiais inconsolidados (horizontes pedológicos e rocha<br />

alterada-saprolitos), limitada pelo topo do substrato rochoso (rocha sã).<br />

As profundidades do manto de alteração foram obtidas conforme descrições litológicas<br />

constantes nos relatórios técnicos, com mínimo de 05m nas unidades geológicas IV e V e o<br />

máximo de 100m nas unidades geológicas I e V. O valor da profundidade média das médias<br />

nas unidades geológicas é de 29,90 m, conforme mostra o quadro 10.<br />

Quadro 10. Espessura do manto de alteração.<br />

PROFUNDIDA<strong>DE</strong> UNID. I UNID. II UNID. IV UNID. V<br />

MÍNIMO 07 06 05 05<br />

MÉDIO 28,72 37,29 24,55 29,03<br />

MÁXIMO 100 85 70 100<br />

A distribuição dos valores da espessura do manto de alteração em torno de sua profundidade<br />

média por unidade geológica indica os poços cujo manto de alteração estão abaixo, ou acima<br />

do seu valor médio.<br />

A espessura do manto de alteração é muito variável, desde valores baixos como o mínimo,<br />

apresentado com 5 m de profundidade, até valores com profundidades bem maiores,<br />

apresentado com 100 m; porém, todos os poços possuem a média de profundidade por<br />

unidade geológica menor que 40 m. A média das médias das profundidades ficou em 29,90 m.<br />

A seguir apresentam-se os resultados obtidos conforme quadro 11 e figura 20.<br />

Quadro 11. Distribuição dos valores do manto em relação ao valor médio.<br />

PARÂMETROS UNID. I UNID. II UNID. IV UNID. V TOTAL<br />

Qte. % Qte. % Qte. % Qte. % Qte. %<br />

> MÉDIA 55 42,64 38 44,19 43 44,79 45 42,45 181 43,41<br />

< MÉDIA 74 57,36 48 55,81 53 55,21 61 57,55 236 56,59<br />

Ud / % VÁLIDOS 129 30,94 86 20,62 96 23,02 106 25,42 417 100<br />

SD 20 06 06 02 34<br />

TOTAL 149 92 102 108 451 100<br />

A distribuição dos valores do manto de alteração em relação ao valor médio por unidade<br />

geológica dá uma variação percentual da tendência de direcionamento do manto em relação<br />

ao seu valor médio. Em todas unidades a tendência de direcionamento está abaixo dos seus<br />

valores médio, pois concentram–se as maiores ocorrências dos valores do manto em uma<br />

faixa abaixo dos valores médios por unidade geológica.<br />

O quadro 11 mostra que na unidade geológica I dos 129 poços válidos, 55 (42,64%) estão<br />

com os valores das profundidades do manto acima do seu valor médio e, 74 (57,36%) estão<br />

com os valores abaixo. Na unidade II dos 86 poços válidos, 38 (44,19%) estão com os valores<br />

das profundidades do manto acima do seu valor médio e, 48 (55,81%) estão com os valores<br />

abaixo.<br />

xxxiv


Valores das diferenças (m)<br />

70<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

-10<br />

-20<br />

-30<br />

-40<br />

Unidade I<br />

Poços<br />

Total: 149<br />

sem dados: 20<br />

válidos: 129<br />

poços acima<br />

da média: 55/ 42,64 %<br />

Unidade II<br />

Poços<br />

Total: 92<br />

sem dados: 6<br />

válidos: 86<br />

1<br />

11<br />

21<br />

31<br />

41<br />

51<br />

61<br />

71<br />

81<br />

91<br />

101<br />

111<br />

121<br />

131<br />

141<br />

151<br />

161<br />

171<br />

181<br />

191<br />

201<br />

211<br />

221<br />

231<br />

241<br />

251<br />

261<br />

271<br />

281<br />

291<br />

301<br />

311<br />

321<br />

331<br />

341<br />

351<br />

361<br />

371<br />

381<br />

391<br />

401<br />

411<br />

421<br />

431<br />

441<br />

451<br />

poços abaixo<br />

da média: 74 / 57,36 %<br />

poços acima<br />

da média: 38 / 44,19 %<br />

poços abaixo<br />

da média: 48 /55,81 %<br />

xxxv<br />

Unidade IV<br />

Poços<br />

Total: 102<br />

sem dados: 6<br />

válidos: 96<br />

poços acima<br />

da média: 43 / 44,79 %<br />

poços abaixo<br />

da média: 53 / 55,21%<br />

Unidade V<br />

Poços<br />

Total: 108<br />

sem dados: 2<br />

válidos: 106<br />

poços acima<br />

da média: 45 / 42,45 %<br />

média: 28,72 m média: 37,29 m média: 24,55 m média: 29,03 m<br />

poços abaixo<br />

da média: 61/ 57,55 %<br />

Figura 20. Variação do manto de alteração em relação ao valor médio por unidade<br />

geológica.<br />

Na unidade IV dos 96 poços válidos, 43 (44,79%) estão com os valores das profundidades do<br />

manto acima do seu valor médio e, 53 (55,21%) estão com os valores abaixo. Na unidade V<br />

dos 106 poços válidos, 45 (42,45%) estão com os valores das profundidades do manto acima<br />

do seu valor médio e, 61 (57,55%) estão com os valores abaixo.<br />

O quadro 11 mostra que dos 417 poços válidos, 236 ud (56,59 %) estão com valores abaixo da<br />

média e 181 ud (43,41 %) com valores acima da média.<br />

Nos poços onde o manto de alteração é mais espesso, isto é estão acima da média, e contém<br />

água subterrânea, principalmente nas unidades geológicas pouco produtivas, é comum o<br />

perfurador instalar filtros na coluna do revestimento para aumentar a produtividade do poço.<br />

Quando se adota esta providência, normalmente o perfurador não reabre o furo para ampliar o<br />

diâmetro da perfuração, instalando os filtros com espaço anular inadequado ao Pré–filtro.<br />

Dos 87 poços com filtros, verificou-se que 58 ud (66,66 %) dos poços estão com os diâmetros<br />

de perfuração inadequados, não atendendo a espessura mínima de 3” (7,5 cm) para o<br />

envoltório do Pré-filtro, como preconiza a norma ABNT 12212 (1992).<br />

MIGLIORINI (1999), diz que na formação Miguel Sutil, as Litofácies Argilo-Areno-<br />

Conglomeráticas, unidade geológica V, mostra-se extremamente diaclasado e ricas em veios<br />

de quartzo de varias gerações, em relação às outras unidades, permitindo que poluentes<br />

originários de longas distancias alcancem o lençol subterrâneo.<br />

A espessura do manto de alteração, aliado as fraturas das rochas e qualidade construtivas<br />

inadequada dos poços, em relação ao diâmetro de perfuração para instalação do pré-filtro e,<br />

cimentação (espessura X profundidade) do espaço anular, aumenta o grau de vulnerabilidade<br />

desses poços à poluição das águas subterrâneas.<br />

Essas considerações permitem visualizar que o grau de vulnerabilidade é menor nas unidades<br />

I e IV, e maior, nas unidades V e II.


3.9. Proposta de perfil técnico construtivo<br />

A proposta do perfil técnico construtivo tem por base os resultados obtidos dos parâmetros<br />

construtivos nesse trabalho, as características litológicas das unidades e respectivas formações<br />

geológicas, conforme quadros 12 e 13, bem como para minimizar os riscos ambientais<br />

inerentes a instalação de poços tubulares profundos.<br />

Quadro 12. Proposta de perfil técnico construtivo das unidades geológicas I e IV.<br />

PERFIL TÉCNICO DIÂMETRO ÚTIL 6” DIÂMETRO ÚTIL 8”<br />

Perfuração Manto de Alteração 10” 12”<br />

Perfuração em Rocha 6” 8”<br />

Encaixe na Rocha (m) 1,5 a 2,0 1,5 a 2,0<br />

Revestimento e Material 6” em PVC ou Aço DIN 2440 8” em PVC ou Aço DIN 2440<br />

Filtro e Pré-Filtros Não Não<br />

Cimentação: Espessura e<br />

Profundidade<br />

5 cm ao longo do revestimento 5 cm ao longo do revestimento<br />

Laje de Proteção 1 m 2 com declividade; ressalto 1 m<br />

periférico de 15 cm<br />

2 com declividade; ressalto<br />

periférico de 15 cm<br />

Tampa de Poço Chapa Soldada ou Tampa com Chapa Soldada ou Tampa com<br />

Cadeado<br />

Cadeado<br />

Quadro 13. Proposta de perfil técnico construtivo das unidades geológicas II e V.<br />

PERFIL TÉCNICO DIÂMETRO ÚTIL 6” DIÂMETRO ÚTIL 8”<br />

Perfuração Manto de Alteração 10” (sem filtro)<br />

12” (sem filtro)<br />

12” (com filtro)<br />

14” (com filtro)<br />

Perfuração em Rocha 6” 8”<br />

Encaixe na Rocha (m) 1,5 a 2,0 1,5 a 2,0<br />

Ø Revestimento e Material<br />

Filtro e Pré-Filtros:<br />

6” em PVC ou Aço DIN 2440 8” em PVC ou Aço DIN 2440<br />

Em poços sem filtro Não Não<br />

Em poços com filtro PVC ou Johnson espiralado PVC ou Johnson espiralado<br />

Galvanizado em 6” Paraná 1-3 mm Galvanizado em 8” Paraná 1-3 mm<br />

Cimentação:<br />

Espessura (cm) 5 cm (sem filtro)<br />

5 cm (sem filtro)<br />

7,5 cm (com filtro)<br />

7,5 cm (com filtro)<br />

Profundidade (m) Ao longo do revestimento (sem filtro)<br />

20 m (com filtro)<br />

Ao longo do revestimento (sem filtro)<br />

20 m (com filtro)<br />

Laje de Proteção 1 m 2 com declividade; ressalto 1 m<br />

periférico de 15 cm<br />

2 com declividade; ressalto periférico<br />

de 15 cm<br />

Tampa de Poço Chapa Soldada ou Tampa com<br />

Cadeado<br />

Chapa Soldada ou Tampa com Cadeado<br />

xxxvi


4. QUALIDA<strong>DE</strong> DAS ÁGUAS<br />

Os pontos monitorados nas drenagens superficiais, quali-quantitativamente, podem ser<br />

identificados na figura 21, enquanto que os poços tubulares são identificados no mapa de<br />

localização dos poços, através do número correspondente constante nas planilhas do anexo<br />

III.<br />

Figura 21. Mapa de localização das estações de monitoramento qualitativo e<br />

quantitativo.<br />

xxxvii


4.1. Parâmetros físico-químicos e bacteriológicos das águas superficiais<br />

Os parâmetros monitorados, o OD, a DBO e os coliformes fecais são os melhores indicadores<br />

da qualidade da água na ZU. No entanto os coliformes fecais não foram medidos em<br />

dezembro de 2000 e março de 2001 e somente o OD e a DBO foram utilizados para ilustrar a<br />

sazonalidade dos indicadores de qualidade de água. Esperava-se uma diluição dos indicadores<br />

de qualidade, ou seja, uma qualidade de água inferior (OD mínimo e DBO máxima) na<br />

estiagem e uma qualidade superior (OD máximo, DBO mínima) na época de cheias.<br />

No entanto, a figura 22, mostra que os mínimos de OD se encontram em junho, agosto e<br />

outubro de 2000, quando as vazões mínimas ocorrem em abril e junho. Os máximos de OD se<br />

encontram em março de 2000, quando as vazões máximas ocorrem em outubro dezembro e<br />

março. Da mesma forma, os máximos de DBO ocorrem em agosto de 2000 e os mínimos de<br />

abril de 2000 ou março de 2001 (Figura 23).<br />

OD (mg/l)<br />

10<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

mar-00 mai-00 jul-00 set-00 nov-00 jan-01 mar-01 mai-01<br />

Figura 22. Evolução da concentração em OD nos cursos d’água da ZU.<br />

DBO (mg/l)<br />

120<br />

100<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

0<br />

Mar-00 Mai-00 Jul-00 Set-00 Nov-00 Jan-01 Mar-01 Mai-01<br />

Figura 23. Evolução da concentração em DBO nos cursos d’água da ZU.<br />

xxxviii<br />

R. Lipa<br />

C. M. Pinto<br />

C. Prainha<br />

C. Gambá<br />

C. Barbado<br />

Rio Coxipó<br />

C. S. Gonçalo<br />

C. Piçarrão<br />

C. Moinho<br />

R. Lipa<br />

C. M. Pinto<br />

C. Prainha<br />

C. Gambá<br />

C. Barbado<br />

Rio Coxipó<br />

C. S. Gonçalo<br />

C. Piçarrão<br />

C. Moinho


Isto evidencia claramente que a descarga dos cursos d’água exerce um certo controle sobre a<br />

qualidade da água, como nos casos do rio Coxipó e córrego São Gonçalo. Outros fatores<br />

como o regime pluviométrico parece ter uma influência quão importante, pois os máximos de<br />

DBO ocorridos em agosto parecem ser associados às primeiras chuvas, lixiviando materiais<br />

acumulados durante a seca. Da mesma forma no final da estação chuvosa, qundo a chuva<br />

“limpou” as bacias, é que se encontram os menores valores de DBO e máximos de OD.<br />

Portanto, as variações em concentrações dos indicadores de qualidade implicam que o<br />

enquadramento destes cursos d’água varia de acordo com a sazonalidade. Isso é uma<br />

indicação que um esforço de tratamento destas águas poderia melhorar a classificação destes e<br />

recuperar alguns usos em algumas drenagens.<br />

4.2. Descargas Orgânicas nas sub-bacias da zona urbana e produção de DBO per capita<br />

nas sub-bacias da zona urbana<br />

As descargas orgânicas de cada cursos d’água foram obtidas multiplicando as vazões pela<br />

DBO. A maior descarga orgânica, que pode também ser percebida como a contribuição em<br />

DBO do afluente para o rio Cuiabá, é a do rio Coxipó, pois este rio também tem a maior<br />

vazão. No entanto, a descarga em DBO dos córregos Manuel Pinto, Prainha, Gambá e<br />

Barbado é descomunal em relação a vazão destes afluentes do Cuiabá, ilustrando o quanto são<br />

poluídos.<br />

No quadro 14, a descarga em DBO é também comparada a estimativa da produção de DBO<br />

pela população de cada uma das sub-bacias. Onde a população da sub-bacia é multiplicada<br />

por 54g/dia/hab - estimativa de produção per capita comumente aceitada no Brasil (Mota,<br />

1995). As descargas em DBO dos cursos d’água são inferiores, evidenciando fenômenos de<br />

retenção de DBO pela bacia.<br />

Quadro 14. Descarga e produção orgânica da bacia e efetiva per capita.<br />

CURSO D'ÁGUA <strong>DE</strong>SCARGA DBO<br />

MÉDIA (g/s)<br />

POPULAÇÃO PRODUÇÃO <strong>DE</strong><br />

DBO PELA<br />

POPULAÇÃO (g/s)<br />

xxxix<br />

PRODUÇÃO<br />

EFETIVA <strong>DE</strong> DBO<br />

PER CAPITA<br />

(g/dia)<br />

R. Lipa 5,05 51.352 32,10 8,49<br />

C. M. Pinto 13,34 31.152 19,47 37,00<br />

C. Prainha 23,22 59.908 37,44 33,49<br />

C. Gambá 10,66 28.087 17,55 32,78<br />

C. Barbado 14,19 57.476 35,92 21,33<br />

Rio Coxipó 38,09 172.912 108,07 19,03<br />

C. S. Gonçalo 1,36 22.024 13,77 5,35<br />

C. Piçarrão 1,63 n.d. n.d. n.d.<br />

C. Moinho 8,73 64.484 40,30 11,69<br />

Nota: Não há estimativas de produção para o Piçarrão devido a falta de dados sobre a população desta<br />

sub-bacia. n. d.: Não determinado.<br />

Enfim, uma estimativa da produção efetiva de DBO per capita foi obtida dividindo a descarga<br />

em DBO pela população de cada sub-bacia. Esta estimativa da produção per capita leva em<br />

conta os fenômenos de retenção pela bacia.


A figura 24 mostra a evolução da descarga em DBO no decorrer do ano. Esperava-se uma<br />

descarga em DBO relativamente constante ao longo do ano por duas razões, pois se admite<br />

que a DBO em bacias urbanas é produzida principalmente pela população. Desta forma as<br />

flutuações devem ocorrer porque parte desta produção seria retida pela bacia antes de chegar<br />

até os cursos d’água. Em segundo lugar, a variação da concentração em DBO pode ser<br />

atribuída a diluição pelas variações de vazão dos cursos d’água.<br />

Portanto, o comportamento da descarga em DBO através do tempo implica que, além da<br />

produção de águas usadas pela população, há vários processos na bacia que atuam sobre a<br />

concentração em DBO dos cursos d’água.<br />

Descarga de DBO (g/s)<br />

80<br />

70<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

mar-00 mai-00 jul-00 set-00 nov-00 jan-01 mar-01 mai-01<br />

Figura 24. Evolução da descarga em DBO nos cursos d’água da ZU.<br />

R. Lipa<br />

C. M. Pinto<br />

C. Prainha<br />

C. Gambá<br />

C. Barbado<br />

Rio Coxipó<br />

C. S. Gonçalo<br />

C. Piçarrão<br />

C. Moinho<br />

Distingue-se 3 padrões de evolução sazonal da descarga de DBO: o do rio Coxipó, o dos<br />

córregos Piçarrão e São Gonçalo e o dos outros córregos (Lipa, Manuel Pinto, Prainha,<br />

Gambá, Barbado e Moinho). No caso, dos córregos Piçarrão e São Gonçalo, a descarga em<br />

DBO não varia muito no decorrer do ano e a diluição é provavelmente o principal mecanismo<br />

atuando sobre a concentração em DBO.<br />

No caso dos outros córregos, pode-se distinguir 3 fases: um pico de descarga em agosto de<br />

2000, descargas mais baixas em abril de 2000 e março de 2000, e descargas mais altas, mas<br />

relativamente constantes nos outros meses.<br />

O pico de agosto de 2000 atribua-se tentativamente a lixiviação pelas primeiras chuvas do<br />

lixo acumulado nestas bacias densamente habitadas durante a seca. Consequentemente a esta<br />

lixiviação, os teores em DBO poderiam aumentar por um fator de até 10, como no caso do<br />

Ribeirão de Lipa. O lixo seria uma segunda fonte de DBO além das águas usadas.<br />

As descargas em DBO de abril de 2000 e março de 2001 podem ter duas explicações. Para<br />

estes córregos a vazão mínima ocorreu em abril de 2000. Neste momento a velocidade da<br />

água nos córregos é extremamente lenta, o calor é alto e uma grande parte da matéria orgânica<br />

pode ser decomposta e os nutrientes produzidos assimilados pela vegetação ribeirinha.<br />

xl


Os valores intermediários de descarga de DBO correspondem a vazões mais elevadas. A<br />

velocidade da água nos leitos aumenta e a matéria orgânica não tem mais o tempo de se<br />

decompor antes de chegar à foz do afluente. A fonte da DBO nesta fase seria as águas usadas<br />

produzidas pela população.<br />

O rio Coxipó representa um caso especial. A maior parte da sua bacia fica fora da ZU em<br />

região rural. Além dos fenômenos descritos acima, que poderiam explicar o mínimo de junho<br />

de 2000 e o brusco aumento de descarga de DBO em agosto de 2000, os valores elevados<br />

observados a partir de outubro de 2001 sugerem uma entrada de matéria orgânica em<br />

proveniência da parte rural da bacia.<br />

4.3. Enquadramento dos cursos d’água<br />

O laboratório (LAB) da FEMA não efetua toda as determinações analíticas recomendadas<br />

pelo CONAMA na Resolução nº 20, de18 de junho de 1986 para efetuar o enquadramento dos<br />

cursos d’água. No entanto as análises efetuadas são suficientes para fornecer uma idéia do<br />

enquadramento dos cursos d’água da ZU. As águas doces comportam 5 classes de uso<br />

segundo a Resolução nº 20 do CONAMA:<br />

Para os parâmetros químicos medidos pela LAB/FEMA os parâmetros destas 5 classes são<br />

indicados, quando definidos pelo CONAMA, no quadro 14.<br />

Quadro 14. Critérios do CONAMA para as análises efetuadas pela DLAB/FEMA.<br />

PARÂMETRO CLASSE<br />

ESPECIAL<br />

CLASSE 1 CLASSE 2 CLASSE 3 CLASSE 4<br />

OD (mg/l) n.e. ≥6 ≥5 ≥4 ≥2<br />

PH n.e Entre 6 - 9 Entre 6 - 9 Entre 6 - 9 Entre 6 - 9<br />

Cond. S/cm n.e n.e. n.e. n.e. n.e.<br />

Turbidez UNT n.e ≤40 ≤100 ≤100 ≤100<br />

Alcalinidade mg/l n.e n.e n.e n.e n.e<br />

DQO mg/l O2 n.e n.e n.e n.e n.e<br />

DBO mg/l O2 n.e ≤3 ≤5 ≤10 ≤10<br />

Res Total mg/l n.e n.e n.e n.e n.e<br />

Cor mg/l Pt n.e Definição<br />

local<br />

75 75 75<br />

Nitrato mg/l N n.e ≤10 ≤10 ≤10 ≤10<br />

NKT mg/l N n.e n.e. n.e. n.e. n.e.<br />

Amônia mg/l N n.e ≤0,02 ≤0,02 ≤1,0 ≤1,0<br />

Fósforo mg/l P n.e n.e. n.e. n.e. n.e.<br />

Ortofosfato mg/l P n.e ≤0,025 ≤0,025 ≤0,025 ≤0,025<br />

Coliformes<br />

NMP/100ml<br />

Totais 0 ≤1.000 ≤5.000 ≤20.000 ≤20.000<br />

E. coli NMP/100ml 0 ≤200 ≤1.000 ≤4.000 ≤4.000<br />

n.e. não há norma estipulada pelo CONAMA para este parâmetro.<br />

≤ :inferior ou igual.<br />

xli


≥ : superior ou igual.<br />

Além destes critérios quantitativos, existe um critério subjetivo importante para as classes 1 a<br />

3: as substancias que comunicam gosto ou odor devem estar virtualmente ausentes; para a<br />

classe 4, odor e aspecto não objetáveis.<br />

O quadro 15 apresenta os resultados das médias das análises efetuadas até este momento (6<br />

análises). Os resultados mostram que todos os níveis médios de oxigênio dissolvido são<br />

baixos – inferior a norma para classe 3- em todos os cursos d’água, salvo no rio Coxipó e no<br />

Córrego São Gonçalo. A DBO é elevada –superior à norma da classe 2- em todos os cursos<br />

d’água salvo no rio Coxipó, indicando poluição orgânica intensa nestes.<br />

Em relação a coliformes fecais (E. coli) nenhum dos cursos d’água se enquadra nem na classe<br />

4. Enfim, o odor dos córregos, Manuel Pinto, Prainha, Gambá e Barbado é objetável. Em<br />

conseqüência estas águas doces não se prestam a nenhum dos usos previstos pelo CONAMA,<br />

nem mesmo a balneabilidade, no que diz respeito ao rio Coxipó. No entanto, as águas do rio<br />

Coxipó estão sendo usadas em grande escala para abastecimento da população de Cuiabá após<br />

tratamento convencional (classe 2 e 3).<br />

Pelas suas características físicas e químicas, as águas dos córregos Manuel Pinto, Prainha,<br />

Gambá, Barbado e Moinho se assimilam a um esgoto que entra diretamente no rio Cuiabá ou<br />

Coxipó (Moinho).<br />

O artigo 23 da Resolução nº 20 do CONAMA, de 18 de junho de 1986, prevê que “Os<br />

efluentes não poderão conferir ao corpo receptor características em desacordo com o seu<br />

enquadramento nos termos desta Resolução”. O Cuiabá é um rio classe 2. No entanto, no<br />

trecho que corre na ZU os teores de coliformes totais e fecais são freqüentemente acima da<br />

norma para esta classe.<br />

De toda evidência a má qualidade dos seus afluentes na ZU contribui a diminuir a qualidade<br />

bacteriológica do rio Cuiabá onde é freqüente ver moradores da cidade tomar banho.<br />

Quadro 15. Qualidade da água (valores médios) dos cursos d’água da ZU.<br />

PARÂMETRO R .DO<br />

LIPA<br />

C. MANUEL<br />

PINTO<br />

C.<br />

PRAINHA<br />

C.<br />

GAMBÁ<br />

C.<br />

BARBADO<br />

xlii<br />

RIO<br />

COXIPÓ<br />

C. SÃO<br />

GONÇALO<br />

C.<br />

PIÇARRAÕ<br />

C.<br />

MOINHO<br />

OD (mg/l) 3,65 2,33 2,10 2,05 2,08 6,35 4,17 3,22 3,52<br />

PH 7,11 7,24 7,08 7,46 7,48 6,73 7,25 7,25 7,62<br />

Cond. S/cm 225,6 385,5 443,5 408,0 450,3 42,3 260,7 239,7 353,0<br />

Turbidez UNT 36,42 14,08 9,767 9,867 10,33 13,42 30,75 40,08 23,67<br />

Alcalinidade mg/l 72,3 112,3 115,0 124,3 82,3 69,7 67,0 52,0 89,7<br />

DQO mg/l O2 61,2 115,8 117,7 100,7 92,5 21,7 57,5 43,8 54,8<br />

DBO mg/l O2 10,90 36,37 43,68 30,52 24,90 3,45 8,80 8,63 14,73<br />

Res Total mg/l 275,8 279,7 277,0 255,3 259,2 81,0 255,5 224,3 291,5<br />

Cor mg/l Pt 204 78 66 70 68 70 106 96 110<br />

Nitrato mg/l N 0,184 0,134 0,174 0,169 0,168 0,086 0,119 0,158 0,151<br />

NKT mg/l N 8,38 20,97 21,48 20,31 21,08 2,32 8,96 7,76 15,88<br />

Amônia mg/l N 3,571 7,238 8,794 8,426 8,924 0,602 1,115 1,810 4,791<br />

Fósforo mg/l P 0,770 1,966 2,040 1,662 1,405 0,626 1,094 0,726 1,224<br />

Ortofosfato mg/l P 0,268 1,202 1,38 1,243 0,947 0,184 0,669 0,168 0,567<br />

Coliforme Total<br />

NMP/100ml<br />

9E+05 2E+06 8E+05 8E+05 9E+05 7E+05 2E+05 1E+05 1E+06<br />

E. coli NMP/100ml 1E+05 1E+06 7E+05 7E+05 7E+05 31728 15303 4683 4E+05


4.4. Parâmetros físico-químicos e bacteriológicos das águas subterrâneas<br />

A avaliação dos parâmetros físicos, químicos e bacteriológicos foi baseada em análises de 287<br />

poços tubulares profundos da área urbana de Cuiabá, cujos resultados são apresentados em<br />

gráficos dos parâmetros considerados, demonstrando-se também os Valores Máximos<br />

Permissíveis. Quando o valor máximo permissível não constar no gráfico significa que o<br />

limite não é estabelecido pela legislação vigente. Pelo fato de que nem todos os poços<br />

dispõem de informações dos parâmetros ora apresentados, portanto, nem todos os gráficos<br />

relacionam dados do conjunto de poços avaliados.<br />

Os estudos realizados nesse trabalho denotam claramente que zona urbana de Cuiabá há<br />

motivos de preocupação quanto a contaminação das águas subterrâneas, e que tal situação<br />

tende a se agravar caso não haja medidas de implantação e controle na rede de distribuição de<br />

águas servidas; orientação técnica na construção de fossas sépticas, na construção de poços<br />

tubulares profundos e rasos, nos lixões e aterros sanitários.<br />

As avaliações dos parâmetros de qualidade das águas subterrâneas na zona urbana de Cuiabá<br />

mostraram que cinco parâmetros têm seus valores, de uma maneira generalizada, acima dos<br />

Valores Máximos Permitidos: cor, turbidez, dureza, ferro e parâmetros bacteriológicos. Esses<br />

valores têm origem nos diversos tipos de fontes de contaminação classificadas em fontes<br />

efetivas, potenciais e naturais. Os demais parâmetros indicam que as águas subterrâneas de<br />

Cuiabá apresentam boa qualidade.<br />

Os parâmetros físico, químicos e bacteriológicos avaliados, na maioria dos casos, constituem<br />

a cor, turbidez, pH, alcalinidade, dureza, ferro, cloretos, N nitrito, N amoniacal, fosfato,<br />

coliformes fecais e coliformes totais. Os resultados obtidos estão ilustrados na figura 25.<br />

xliii


xliv<br />

Valores obtidos em<br />

U.H.<br />

Valores de pH<br />

10<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

0<br />

10<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

0<br />

Gráfico Cor<br />

1 36 71 106 141 176 211 246 281<br />

Nº de poços<br />

Gráfico pH<br />

1 29 57 85 113 141 169 197 225 253 281<br />

nº de poços<br />

COR<br />

Valor Máximo<br />

Permissivel<br />

Valores de pH<br />

Valores de Turbidez<br />

em UNT<br />

Valores em mg/l de<br />

CaCO3<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

250<br />

200<br />

150<br />

100<br />

50<br />

0<br />

Gráfico de Turbidez<br />

1 34 67 100 133 166 199 232 265<br />

nº de poços<br />

Gráfico Alcalinidade<br />

1 29 57 85 113 141 169 197 225 253 281<br />

Nº de poços<br />

TURBI<strong>DE</strong>Z<br />

Valor Máximo<br />

Permissível<br />

Alcalinidade


xlv<br />

Valores de N<br />

Amoniacal (mg/l de N)<br />

0,4<br />

0,3<br />

0,2<br />

0,1<br />

0<br />

Valores de<br />

Coliformes Totais<br />

em NMPMF/100ml<br />

Gráfico N Amoniacal<br />

1 27 53 79 105 131 157 183 209 235 261<br />

250<br />

200<br />

150<br />

100<br />

50<br />

0<br />

nº de poços<br />

Gráfico Coliformes Totais<br />

N Amoniacal<br />

Coliformes Totais em<br />

NMPMF/100ml<br />

1 31 61 91 121 151 181 211 241 271<br />

nº de poços<br />

Valores de Fosfatos<br />

(mg/l de PO4 ----)<br />

Valores de<br />

Coliformes Fecais<br />

em NMPMF/100ml<br />

300<br />

250<br />

200<br />

150<br />

100<br />

50<br />

0<br />

250<br />

200<br />

150<br />

100<br />

50<br />

0<br />

Gráfico Fosfato<br />

1 29 57 85 113 141 169 197 225 253 281<br />

nº de poços<br />

Gráfico Coliformes Fecais<br />

Fosfato em mg/l<br />

PO4 ----<br />

1 30 59 88 117 146 175 204 233 262<br />

nº de poços<br />

Coliformes Fecais<br />

NMPMF/100ml<br />

Figura 25. Gráficos dos resultados obtidos em análises físico-químicas e bacteriológicas das águas subterrâneas em 287 PTP.


4.5. Fontes de contaminação<br />

4.5.1. Fontes efetivas<br />

• Áreas de invasões<br />

Atualmente são muitas as áreas de invasões (grilo) em Cuiabá. Os dejetos produzidos, tais<br />

como: lançamento de lixo proveniente de atividades residenciais, bares, lojas, mercearias que<br />

são lançados em valetas laterais ou terrenos baldios, ou juntam-se ao esgoto a céu aberto.<br />

Soma-se ainda a construção de fossas negras sem considerar a profundidade do lençol<br />

freático. Essas situações proporcionam um alto risco à contaminação das águas, e ocorrem de<br />

maneira generalizada na zona urbana de Cuiabá, permitindo considerá-las como fontes reais<br />

de contaminação.<br />

• Bairros sem rede de captação e distribuição de águas servidas<br />

Enquadram-se nessa categoria os dejetos do sistema antrópico produzidos pelas necessidades<br />

fisiológicas, gorduras, higiene, óleos, graxas, produtos de lavagem, inseticidas, etc. Esses<br />

dejetos normalmente são lançados em fossas negras, sem critérios orientativos de construção,<br />

sejam em bairros de ocupação antiga ou recente, proporcionando também uma área de alto<br />

risco à contaminação, pois constituem fontes multipontuais. Da mesma forma que a situação<br />

anterior, esses bairros constituem fontes efetivas de contaminação às águas subterrâneas,<br />

abrangendo grandes proporções na zona urbana.<br />

• Drenagens urbanas<br />

Nas bacias essencialmente urbanas, Mané Pinto, Prainha, Gambá e Barbado, o impacto da<br />

carga orgânica nos córregos indicam taxas de oxigênio dissolvido geralmente inferior a 3<br />

mg/l, e as vezes chegando a zero (córrego Barbado, abril de 2000). Uma taxa de oxigenação<br />

tão baixa favorece a eutroficação (morte) desses cursos d’água que no momento são apenas<br />

esgotos a céu aberto como testemunham a presença de coliformes fecais, ou seja, acima de 10<br />

milhões de colônias por 100 ml de água, enquanto a norma é de 1000.<br />

No ribeirão do Lipa e no Córrego do Moinho a alta carga orgânica devido ao esgoto tem por<br />

conseqüência diminuir a concentração em oxigênio dissolvido ao redor de 3 mg/l abaixo da<br />

norma e podendo causar a eutroficação destes cursos d’água. A presença de grandes<br />

quantidades de material fecal favorece a presença de coliformes totais excedendo a norma por<br />

fatores de 100 a 1000.<br />

Tais casos colocam os córregos da Prainha, Barbado, Mané Pinto e Gambás, como fontes<br />

efetivas à contaminação das águas subterrâneas, principalmente nos trechos onde são<br />

controlados por estruturas geológicas, onde a DBO medida é maior que 35 mg/l, quando a<br />

norma do CONAMA é de 5 mg/l, sendo portanto altamente poluídos. Os córregos Ribeirão do<br />

Lipa, Moinho e São Gonçalo constituem, salvo outros estudos, como fontes efetivas ou até<br />

mesmo potenciais pela presença excessiva de coliformes totais, que atingem 1000 vezes o<br />

valor da norma.<br />

• Lixões<br />

Os lixões são locais sem nenhum controle ou medidas de segurança contra a emissão de<br />

poluentes. O principal lixão de Cuiabá, localizado na saída para Chapada dos Guimarães,<br />

embora parcialmente inativo pela construção do atual aterro sanitário, ainda recebe produtos<br />

provindos dos lixos hospitalares, denominados de Resíduos de Serviços de Saúde (RSS).<br />

xlvi


Esses resíduos atingem hoje a soma de 5 ton/dia, e são lançados em cava sem tratamento de<br />

impermeabilizante, sofrendo apenas um processo de queima bastante rudimentar, e<br />

posteriormente, recobertos com solo do próprio local, Professor Paulo Modesto/UFMT<br />

(informação verbal, 2000).<br />

4.5.2. Fontes potenciais<br />

• Aterros sanitários<br />

Atualmente em Cuiabá são coletados em torno de 315 ton/dia de lixo, e despejados na Central<br />

de Destinação de Lixo de Cuiabá (aterro sanitário). Esse volume representa uma estimativa de<br />

que 85% da área urbana é atendida pelos serviços de coleta. Os demais resíduos são lançados<br />

em córregos, valetas marginais, terrenos baldios, representando em torno de 20 ton/dia, deste<br />

montante, estima-se que 4 a 5 ton/dia desembocam no rio Cuiabá.<br />

• Postos de distribuição e armazenamento de combustíveis<br />

Atualmente estima-se que existam 500 tanques de combustíveis enterrados em Cuiabá<br />

distribuídos em mais de 107 postos de combustível que podem oferecer riscos a contaminação<br />

das águas superficiais e subterrâneas. Dentre os quais 20% devem apresentar problemas de<br />

corrosão, folha do Estado, 2001 – Sindipetróleo, MT. Esta fonte de contaminação também é<br />

rlevante porque o aqüífero é livre e em meio fraturado.<br />

• Indústrias<br />

O quadro 16 mostra uma relação das principais atividades industriais que apresentam<br />

potencialidade ao risco de contaminação das águas em Cuiabá, caso haja algum problema na<br />

manutenção e armazenamento dos efluentes.<br />

• Cemitérios<br />

Os cemitérios constituem fontes de poluição pela decomposição orgânica dos corpos, do<br />

volume de cal utilizada nos túmulos e dos materiais constituintes dos caixões, sendo que os<br />

parâmetros comumente encontrados na água são compostos por Ag, Al, Ca, Cr, Fé, Mn,<br />

Amônia, Nitrato, Nitrito, Bactérias e Vírus, PACHECO (1986, 1988, 1992) e MIGLIORINI<br />

(1994) apud CUTRIM (1999). Na área urbana de Cuiabá, existem atualmente 03 cemitérios,<br />

sendo que em um deles, a partir de 2004, iniciou-se um programa de monitoramento.<br />

• Poços tubulares profundos<br />

A proteção sanitária envolve parte do acabamento do poço, e considera a profundidade e<br />

espessura da cimentação, bem como a laje de proteção.<br />

A principal causa proveniente de inadequação dos poços quanto a proteção sanitária refere-se<br />

a percolação das águas provenientes do escoamento superficial, redes de águas servidas,<br />

provocando também contato direto de contaminantes com as águas subterrâneas. A<br />

infiltração, nesses casos, normalmente ocorre na boca do poço, ou seja, entre as paredes do<br />

revestimento e os materiais circundantes.<br />

xlvii


Quadro 16. Carga orgânica de origem industrial em Cuiabá, modificada de TEIXEIRA,<br />

1997.<br />

INDÚSTRIA ATIVIDA<strong>DE</strong> TIPO <strong>DE</strong> CARGA LOCAL CARGA LOCAL <strong>DE</strong><br />

TRATAMENTO REMANESCENTE REMANESCENTE LANÇAMENTO<br />

(kg dbo/dia) ACUMULADA (%)<br />

Cia Cervejaria Bebidas e Reator anaeróbio 2.150,00 88.78 Rio Coxipó<br />

Cuiabana<br />

refrigerantes<br />

Lagoa de<br />

estabilização<br />

Perdigão Óleo de soja - 25.00 99.87 -<br />

CEVAL<br />

Agroindústria<br />

Extração de óleos<br />

vegetais<br />

CEVAL Extração de óleos<br />

vegetais<br />

Indústria Química<br />

Cuiabá<br />

Sperafico da<br />

Amazônia<br />

Indústria de<br />

Bebidas e Antártica<br />

Produtos de<br />

limpeza<br />

Esmagamento de<br />

soja<br />

Bebidas<br />

refrigerantes<br />

Laticínios SANO Beneficia-mento de<br />

leite<br />

Rio Verde Agroindústria<br />

Extração de óleos<br />

vegetais<br />

Lagoas de<br />

estabilização<br />

Lagoas de<br />

estabilização<br />

Aerador, Lagoa<br />

anaeróbica e<br />

facultativa<br />

Lagoa de<br />

estabilização<br />

Reator anaeróbico<br />

Lagoa de<br />

estabilização<br />

Tanque de aeração e<br />

Leito de secagem<br />

Fossa séptica<br />

xlviii<br />

18.00 99.97 Rio Aricá Açu<br />

14.70 100.00 Córrego sem nome<br />

4.00 - Sumidouro<br />

3.80 - Rio Aricá Açu<br />

5.846,4 33.55<br />

291,8 97,41 Rio Aricá-Açu<br />

107,0 99,37 Rio Aricá- Açu<br />

Tratamento Primário<br />

e secundário<br />

Fossa séptica 1,00 - Sumidouro<br />

Difirenzi<br />

Produtos<br />

Ind. Alimentos<br />

alimentícios<br />

Clube Náutico Combustíveis e<br />

derivados petróleo<br />

- - - -<br />

Industria de<br />

Beb.Antártica<br />

Ind. Bebidas - - - -<br />

Mercado de Peixe Ind. Alimentícia - - - -<br />

Figoverdi S/A Matadouro<br />

frigorífico<br />

- - - -<br />

West Arizona Matadouro<br />

frigorífico<br />

- - - -<br />

O quadro 17 mostra os percentuais dos poços em cada unidade aqüífera que apresentam<br />

problemas quanto à proteção sanitária.<br />

Quadro 17. Percentuais de poços inadequados quanto a proteção sanitária.<br />

UNIDA<strong>DE</strong>S PROFUNDIDA<strong>DE</strong> DA<br />

CIMENTAÇÃO<br />

ESPESSURA DA CIMENTAÇÃO LAJE <strong>DE</strong> PROTEÇÃO<br />

Nº <strong>DE</strong> POÇOS PERCENTUAIS Nº <strong>DE</strong> POÇOS PERCENTUAIS Nº <strong>DE</strong> POÇOS PERCENTUAIS<br />

Unidade I 72 48,33 63 42,28 23 15,44<br />

Unidade II 58 62,63 36 39,11 09 9,78<br />

Unidade IV 42 40,85 50 49,02 14 13,72<br />

Unidade V 46 42,78 49 45,37 12 11,11


Esse quadro evidencia claramente uma grande preocupação quanto aos problemas decorrentes<br />

da proteção sanitária inadequada, principalmente nas áreas de ocorrência das unidades<br />

geológicas II e V, pois se tratam de materiais que apresentam boas condições de percolação<br />

de água. Portanto constituem áreas prioritárias para desenvolvimento de ações de recuperação<br />

do perfil construtivo dos poços tubulares.<br />

Poços tubulares profundos com profundidade do revestimento igual ou menor que o manto<br />

alterado constitui-se em construção imperfeita de poços, permitindo que pelo trecho de solo<br />

alterado e não revestido, ocorra à introdução de águas poluídas que não foram depurados pela<br />

filtração natural do solo, bem como águas de formações que não a do aqüífero que se infiltram<br />

pelos espaços abertos e provocam a sua contaminação, o que justifica que uma profundidade<br />

mínima do revestimento, também faz parte de uma correta proteção sanitária.<br />

O quadro 18 apresenta o número e percentuais relativos de poço inadequadamente revestidos<br />

por unidade geológica na área urbana de Cuiabá.<br />

Quadro 18. Percentuais de poços inadequados quanto a profundidade do revestimento.<br />

UNIDA<strong>DE</strong>S<br />

POÇOS VÁLIDOS POÇOS COM<br />

PROFUNDIDA<strong>DE</strong><br />

INA<strong>DE</strong>QUADA<br />

QUANTIDA<strong>DE</strong> QUANTIDA<strong>DE</strong> %<br />

xlix<br />

Nº <strong>DE</strong> POÇOS<br />

SEM DADOS<br />

TOTAL <strong>DE</strong><br />

POÇOS POR<br />

UNIDA<strong>DE</strong><br />

Unidade I 129 104 80,62 20 149<br />

Unidade II 86 76 88,37 6 92<br />

Unidade IV 96 81 84,37 6 102<br />

Unidade V 106 82 77,35 2 108<br />

TOTAL GERAL 417 343 82,25 34 451<br />

Esses dados demonstram preocupações principalmente nas unidades geológicas II e V que são<br />

constituídas por matriz arenosa, apresentando porosidades mais elevadas em relação às outras<br />

unidades geológicas analisadas nesse trabalho.<br />

4.5.3. Fontes naturais<br />

As fontes naturais de contaminação na área urbana de Cuiabá correspondem às áreas de<br />

ocorrências de lentes de rochas carbonáticas em grandes profundidades, e aquelas onde há<br />

ocorrência de crostas lateríticas ou solos concrecionários de natureza laterítica e a oxidação da<br />

pririta disseminada tanto nos filitos como nos metadiamictitos.<br />

Quanto às rochas carbonáticas, proporcionam dureza elevada às águas subterrâneas. Essa<br />

ocorrência é bastante evidente na região sul da cidade, mais precisamente na região do Coxipó<br />

da Ponte, atingindo bairros como o Jardim das Américas, Boa esperança, Santa Cruz, Xangrilá,<br />

Jardim Tropical e Jardim das Palmeiras.<br />

Em relação às ocorrências de crostas ferruginosas, na superfície do terreno, proporcionam<br />

uma grande quantidade de ferro nas águas subterrâneas, e ocorrem de forma bastante<br />

generalizada em toda zona urbana. Embora essas ocorrências estejam na superfície do terreno,<br />

contribuem significativamente na contaminação das águas subterrâneas, porque há problemas<br />

no processo construtivo dos poços tubulares, permitindo a percolação vertical do


contaminante, para águas mais profundas. A contribuição do ferro nas águas subterrâneas<br />

ainda pode estar relacionada às ocorrências de pirita disseminada nas rochas, através da<br />

oxidação desse mineral, MIGLIORINI (1999).<br />

5. CONSUMOS E <strong>DE</strong>MANDAS DOS <strong>RECURSOS</strong> <strong>HÍDRICOS</strong><br />

As projeções realizadas pela SEPLAN/MT (1997), consideraram que a dinâmica demográfica<br />

num passado recente para Mato Grosso, face sua posição entre as regiões Sul-Sudeste e a<br />

Amazônia, e a construção de estradas ligando-o a vários pontos do país, principalmente à<br />

implantação da capital Federal para o Centro-Oeste brasileiro, possibilitaram a abertura de seu<br />

território à expansão da fronteira agrícola do Centro-Sul.<br />

As perspectivas para o futuro, segundo a Secretaria de Planejamento do Estado de Mato<br />

grosso, é que venham ocorrer novos impulsos na sua economia, a partir da privatização da<br />

rede elétrica; implantação de hidrovias Madeira/Amazonas e Paraguai/Paraná, ligando Mato<br />

Grosso a outros centros e portos; a instalação da ferrovia Ferronorte; além dos programas de<br />

desenvolvimento com o Mercosul.<br />

5.1. Estimativa da população atual e futura<br />

As estimativas apresentadas nesse trabalho foram realizadas em conjunto com a Secretaria de<br />

Planejamento da Prefeitura do Município de Cuiabá e a Secretaria de Planejamento do Estado<br />

de Mato Grosso/SEPLAN (1997).<br />

Com a elaboração do Censo Demográfico 2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e<br />

Estatística/IBGE, comparando-se os resultados preliminares deste (485.000 habitantes,<br />

comunicado pela Secretaria de Planejamento da Prefeitura de Cuiabá), com os da projeção<br />

(486.176 habitantes), e, como se puderam observar, essas estimativas apresentaram alta<br />

confiabilidade nos dados projetados, considerando-a como satisfatória.<br />

Diante dessas informações, observou-se que a participação da população de Cuiabá em<br />

relação à população do estado de Mato Grosso apresentou-se relativamente constante entre<br />

1997 e 2005, e, utilizando-se como base a projeção da população do estado de Mato Grosso<br />

(SEPLAN, 1997), aplicou-se uma equação constante da variação populacional para Cuiabá, a<br />

fim de estimar a projeção da população urbana para os períodos de 2010, 2015 e 2020.<br />

5.2. Consumo de água superficial<br />

A Agência Municipal de Saneamento, que opera 7 estações de tratamento de água, efetua a<br />

quase totalidade da captação de águas superficiais na área urbana (5.324.020 m 3 mês -1 ) e os<br />

usuários residenciais consomem a maior parte (2.004.540 m 3 ) do volume total faturado<br />

(2.335.565 m 3 ) cada mês. Enquanto que a captação de águas subterrâneas se resume em torno<br />

de 20% da totalidade das captações superficiais.<br />

O quadro 19 apresenta os valores em metros cúbicos mensais da captação das águas<br />

superficiais captadas nos rios Cuiabá e Coxipó, portanto, pertinente ao consumo das águas<br />

superficiais para o abastecimento urbano para as mais diversas classes de usuários, a fim de<br />

compará-los com os volumes captados de águas subterrâneas.<br />

l


Quadro 19. Captação nos rios Cuiabá e Coxipó em relação com a descarga mínima de<br />

estiagem.<br />

RIOS CAPTAÇÃO MENSAL<br />

(m 3 /mês)<br />

VAZÃO MÉDIA<br />

<strong>DE</strong> CAPTAÇÃO<br />

(m 3 /s)<br />

li<br />

<strong>DE</strong>SCARGA<br />

MÍNIMA <strong>DE</strong><br />

ESTIAGEM (m 3 /s)<br />

FRAÇÃO DA<br />

<strong>DE</strong>SCARGA <strong>DE</strong><br />

ESTIAGEM (%)<br />

Cuiabá 3.638.064 1,40 51,00 2,75<br />

Coxipó 1.913.334 0,74 4,27 17,29<br />

Cuiabá e Coxipó 5.551.398 2,14 51,00 4,20<br />

O consumo da população de Cuiabá usando como base dados de dezembro de 1997, 1998 e<br />

1999 demonstra que a população consumia apenas 42% da água captada nos rios Cuiabá e<br />

Coxipó, sendo que o restante, 56%, são perdidas nas redes de distribuição de água, algumas<br />

datando do século 19.<br />

No caso da captação conjunta dos rios Cuiabá e Coxipó é a fração é calculada em relação a<br />

descarga de estiagem do Cuiabá. A partir destes dados e da população de Cuiabá em 2000<br />

(486.176 pessoas), calcula-se uma captação per capita de 380,62 litros per habitantes per dia,<br />

um valor similar ao que se encontra normalmente em cidades deste porte.<br />

Na situação atual, a captação total necessária para suprir as necessidades da população de<br />

Cuiabá é de apenas 4,20% da descarga mínima de estiagem. Isto significa, um impacto<br />

mínimo sobre a vazão e provavelmente sobre as cargas de DBO e coliformes fecais do rio<br />

Cuiabá, que são ligadas ao seu fluxo. Ao contrário, a captação no rio Coxipó (~34,5% da<br />

captação total na ZU) já está correspondendo a mais de 17% da descarga mínima de estiagem<br />

do rio Coxipó.<br />

Projeção para o futuro<br />

Para estabelecer as projeções assumiu-se que a captação e a descarga de matéria orgânica per<br />

capita ficaram constantes ao longo do tempo e multiplicou-se o consumo per capita pela<br />

população projetada. Também as descargas mínimas de estiagem foram consideradas<br />

constantes, cujos resultados são apresentados no quadro 20.<br />

Quadro 20. Projeção de captação e descarga orgânica no rio Cuiabá.<br />

ANO POPULAÇÃO<br />

(hab)<br />

CAPTAÇÃO<br />

(m 3 /mês)<br />

FRAÇÃO DA <strong>DE</strong>SCARGA <strong>DE</strong><br />

ESTIAGEM RIO CUIABÁ (%)<br />

<strong>DE</strong>SCARGA ORGÂNICA<br />

(gDBO/s)<br />

2005 549.623 6.275.867 4,75 111,01<br />

2010 599.291 6.843.003 5,18 121,04<br />

2015 655.853 7.488.851 5,67 132,47<br />

2020 711.581 8.250.599 6,24 143,72<br />

Nesse cenário de cálculo, toda a captação para o abastecimento em água da população de<br />

Cuiabá, é efetuada no rio Cuiabá. Esta captação irá ultrapassar 6% da descarga mínima de<br />

estiagem do rio Cuiabá e pode se supor que isso não terá impacto notável sobre a descarga do<br />

rio e sobre os parâmetros físico-químicos.<br />

No entanto, se a captação no rio Coxipó também aumentar, conservando proporção de<br />

aproximadamente 34,5% do total captado, com o tempo o volume retirado irá aumentar até


corresponder em 2020 a mais de 25% da descarga mínima de estiagem, diminuindo ainda<br />

mais a descarga do rio neste período.<br />

5.3. Consumo de água subterrânea<br />

As estimativas do volume das águas subterrâneas captadas na zona urbana de Cuiabá foram<br />

baseados em vazões médias dos poços (Figura 26) e nas taxas médias de bombeamento (horas<br />

de funcionamento dos poços), correspondentes às classes de usuários (Quadro 21).<br />

Vazões médias (m3/h)<br />

30<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

26<br />

Agência<br />

Municipal<br />

VAZÕES MÉDIAS DOS POÇOS TUBULARES EM CUIABÁ - MT<br />

13<br />

Industrial<br />

12<br />

Postos<br />

Combustível<br />

11 11 11<br />

Comércio<br />

Recreação<br />

Outros<br />

Tipos de usuários<br />

8<br />

Órgãos públicos<br />

Condomínio e<br />

prédios<br />

7 7<br />

Figura 26. Vazões médias dos poços tubulares profundos em Cuiabá em função das<br />

classes de usuários.<br />

Quadro 21. Período de bombeamento dos poços tubulares em função do tipo de uso das<br />

águas subterrâneas.<br />

CLASSES <strong>DE</strong> USUÁRIO TAXAS <strong>DE</strong> BOMBEAMENTO<br />

(horas/dia)<br />

Residências<br />

VAZÕES<br />

MÉDIAS (m 3 /h)<br />

6,4<br />

Hotéis<br />

3,7<br />

Hospitais<br />

CAPTAÇÃO MÉDIA<br />

(m 3 /h)<br />

Agência municipal 24 26 624<br />

Industrial 24 13 312<br />

Postos de Combustível 8 12 96<br />

Comércio 8 11 88<br />

Recreação 6 11 66<br />

Outros 8 11 88<br />

Órgãos públicos 8 8 64<br />

Condomínios e prédios 8 7 56<br />

Residência 6 7 42<br />

Hotéis 12 6.4 51,2<br />

Hospitais 24 3.7 88,8<br />

TOTAL 1.576<br />

lii


Esse quadro relaciona as classes de usuários, as taxas de bombeamento equivalentes com as<br />

vazões médias dos poços tubulares, demonstrando que atualmente a explotação dos recursos<br />

hídricos subterrâneos atinge 1.576 m<br />

3 /h.<br />

Esse procedimento foi adotado porque, comparando esses resultados com os dados oficiais<br />

disponibilizados pela Agência Municipal de Água, mostraram-se compatíveis. Além disso, é o<br />

único órgão que detém de informações quantitativas de volumes captados.<br />

Projeções futuras de consumo de água subterrânea<br />

Atualmente, o volume captado de água das reservas subterrâneas atinge 1576 m 3 /h,<br />

equivalendo a 20,5 % das captações de águas superficiais, sendo a Agência Municipal<br />

(abastecimento público) a classe de usuário que mais faz uso desses recursos.<br />

Entretanto, a depender das tendências dos centros brasileiros, a classe Condomínios, logo<br />

deverá atingir volumes equivalentes ou maiores. Por essa razão, os volumes captados e<br />

estimados nesse relatório referem-se as taxas mínimas de captação, pois é inevitável o<br />

incremento de uso das águas subterrâneas pelos mais diversos tipos de uso.<br />

O consumo de água subterrânea, atual e futuro, na zona urbana de Cuiabá foi obtido pela<br />

relação entre os volumes captados e o número de habitantes correspondentes, como mostra o<br />

quadro 22.<br />

Quadro 22. Projeção de captação de águas subterrâneas em Cuiabá.<br />

ANO POPULAÇÃO CAPTAÇÃO SUPERFICIAL<br />

(m 3 /mês)<br />

liii<br />

CAPTAÇÃO SUBTERRÂNEA<br />

(m 3 /mês)<br />

2000 486.176 5.551.398 1.138.036<br />

2005 549.623 6.275.867 1.286.552<br />

2010 599.291 6.843.003 1.402.281<br />

2015 655.853 7.488.851 1.535.214<br />

2020 711.581 8.250.599 1.691.373


6. CONCLUSÕES<br />

• Caracterização da área de estudo<br />

• Geologia<br />

• A área urbana de Cuiabá apresenta elevado grau de complexidade na distribuição<br />

litológica de suas unidades, bem como no arranjo estrutural dos metassedimentos<br />

do Grupo Cuiabá, dificultando o entendimento do comportamento das águas<br />

subterrâneas tendo em vista a inexistência de mapeamentos geológicos de detalhe.<br />

• Na área estudada verificou-se que o Grupo Cuiabá expõe-se sob a forma de uma<br />

anticlinal invertida com caimento para NE e orientação preferencial do seu traço<br />

axial N30–40E.<br />

• A principal área de recarga tem direção N 40-50 E, concordante com o trend<br />

regional e que, aparentemente, coincide com a zona de charneira da antiforme<br />

invertida, Migliorini (1999).<br />

• Foram descritos dois conjuntos litológicos para o Grupo Cuiabá na área urbana: a<br />

Formação Miguel Sutil e a Formação Rio Coxipó:<br />

Formação Miguel Sutil<br />

• Aflora praticamente em toda a porção central e norte da cidade Cuiabá, mais<br />

especificamente no núcleo da dobra anticlinal invertida. Com base nas estruturas<br />

sedimentares e na constituição litológica apresenta dois conjuntos faciológicos: a<br />

Litofácies pelítica (com laminação plano–paralela) e a Litofácies argilo-arenoconglomerática.<br />

• Nos metassedimentos da Formação Miguel Sutil nota-se uma diferença marcante<br />

na instalação de fraturas e veios de quartzo nas Litofácies pelítica com laminação<br />

plano paralela e na litofácies argilo-areno-conglomerática. Enquanto o primeiro<br />

apresenta uma baixa intensidade de fraturas e veios de quartzo, o segundo mostrase<br />

extremamente diaclasado, com diferentes famílias de juntas e rico em veios de<br />

quartzo de várias gerações. Este quadro é resultado, principalmente, da diferença<br />

de comportamento mecânico das duas litofácies quando submetidos a ação dos<br />

esforços. Por um lado, enquanto a litofácies pelítica tende a apresentar um<br />

comportamento mais dúctil (foliação e dobras), por outro, a litofácies argiloareno-conglomerática<br />

comporta-se de forma rúptil, ou seja, sofrem rupturas e<br />

deslocamentos das falhas. Como resultado, encontramos as melhores condições de<br />

armazenamento e circulação de água subterrânea na litofácies argilo-arenoconglomerática<br />

• Um outro parâmetro que influencia a condutividade hidráulica refere-se à textura<br />

das rochas. A litofácies pelítica é rica em micas orientadas que definem sua<br />

foliação. Estas, por sua vez, dificultam a infiltração de água subterrânea. No<br />

entanto, a litofácies argilo-areno-conglomerática, especialmente as mais<br />

grosseiras, apresentam uma textura granular, o que resulta em uma maior<br />

porosidade e permeabilidade.<br />

• A alteração da litofácies argilo-areno-conglomerática forma um solo arenoso<br />

muito propício à infiltração de águas pluviométricas, formando, desta maneira,<br />

liv


excelentes áreas de recarga. Enquanto que, a alteração da litofácies pelítica forma<br />

um solo argiloso, laterizado e de pequena profundidade, que retém a infiltração<br />

das águas pluviométricas.<br />

• Os veios de quartzo desenvolvem-se principalmente nas litologias arenosas e<br />

conglomeráticas da Formação Miguel Sutil. São subverticais, perpendiculares às<br />

clivagens (S1 e S2) e auxiliam o processo de infiltração das águas subterrâneas<br />

nas interfaces.<br />

Formação Rio Coxipó<br />

• Esta unidade aflora principalmente na porção sul da cidade de Cuiabá, sua<br />

exposição restringe-se ao flanco invertido da dobra anticlinal invertida.<br />

• Apresenta duas associações litológicas principais, os metadiamictitos com matriz<br />

argilosa com raras intercalações de areia fina a média e, os metadiamictitos com<br />

matriz arenosa, intercalados a arenitos quartzosos grossos a médios. Pela análise<br />

litológica da Formação Rio Coxipó. As melhores condições aqüíferas estão<br />

localizadas nos metadiamictitos de matriz arenosa.<br />

• Associado a primeira fase de dobramento, foi gerada a superfície de foliação,<br />

afetando todas as unidades com direção preferencial N40º–50ºE e mergulho para<br />

50º – 60º, principalmente para NW. Essas superfícies embora penetrativas são<br />

fechadas e não facilitam a infiltração de água subterrânea.<br />

• Por outro lado às foliações S1 e S2 (clivagens de crenulação e disjuntivas), a<br />

primeira com direção N40º-50ºE e mergulhos variáveis para SE e a outra é<br />

ortogonal a S1 e preferencialmente perpendiculares, são originadas por esforços<br />

cisalhantes, formando superfícies de descontinuidades ligeiramente abertas, o que<br />

facilita a percolação de água subterrânea. Essas superfícies de descontinuidades<br />

(clivagens) são mais bem desenvolvidas nos metadiamictitos e metargilitos, sendo<br />

provavelmente responsáveis pelas águas subterrâneas encontradas nestas<br />

litologias. É interessante observar que as intersecções dessas clivagens constituem<br />

setores mais propícios à infiltração e armazenamento da água subterrânea.<br />

• Os esforços trativos associados ao primeiro evento de dobramento (D1) são<br />

responsáveis pela implantação de fraturas trativas, conjugadas ou não, e veios de<br />

quartizo perpendiculares ao trend regional. Tal assembléia de fraturas e veios com<br />

atitude média N40-50W e mergulhos elevados (70-90), são concordantes a S3 e<br />

respondem pelo principal fraturamento regional. As diáclases ocorrem mais<br />

intensamente nos metadiamictitos da Formação Rio Coxipó e nos metapelitos da<br />

Formação Miguel Sutil, enquanto os veios de quartzo são predominantes nos<br />

litofácies pelito-areno-conglomeráticos da Formação Miguel Sutil.<br />

• Clima<br />

• Na região de estudo as estações são acentuadas, com uma estação seca (abrilsetembro)<br />

com pouca chuvas e uma estação chuvosa (outubro – março).<br />

• Através desse balanço hídrico, verifica-se um excesso de 167 mm, ou seja, esta é<br />

a água disponível para a infiltração.<br />

lv


• Os dados obtidos pelo balanço hídrico para a recarga profunda da região indicam<br />

apenas uma ordem de grandeza, e que é válido apenas para aqüíferos livres, o<br />

estudo feito por Migliorini (1999) sugere que o volume de recarga profunda para a<br />

região da Baixada Cuiabana é aproximadamente 1,6 x 109 m3/ano.<br />

• Hidrologia<br />

• Os rios Cuiabá e Coxipó têm como características comum vazão mais elevadas<br />

que os outros cursos d’água da zona urbana (ZU). No caso do rio Coxipó as<br />

vazões medidas até agora (7,85 m3/s em abril, 4,27 m3/s em junho e 6,28 m3/s<br />

em agosto), representativas do final das águas altas e da estiagem, sugerem uma<br />

vazão média superior a 5,73 m3/s. Enquanto que o rio Cuiabá apresenta vazões na<br />

ordem de 343 m3/s.<br />

• A descarga média dos outros cursos d’água varia entre 0,23 e 0,68 m3/s. A faixa<br />

de variação mínimo–máximo indica uma grande variabilidade nas vazões. Esta<br />

variabilidade deve ser atribuída a sazonalidade e também, no caso dos córregos e<br />

do Ribeirão do Lipa, ao tamanho reduzido da bacia destes cursos d’água. Na<br />

região de estudo as estações são acentuadas, com uma estação seca (abrilsetembro)<br />

com pouca chuvas e uma estação chuvosa (outubro-março).<br />

• O dados de descarga de cada um das sub-bacias revelam como o tamanho e<br />

ocupação do solo de cada uma influência o seu padrão temporal de vazão. Nas<br />

pequenas bacias do centro (Manuel Pinto, Prainha, Gambá, Barbado), cuja<br />

superfície é densamente habitada, a distribuição da pluviometria parece exercer<br />

um controle predominante sobre a evolução da vazão. Nas bacias maiores e/ou<br />

com uma proporção maior da sua área ocupada por vegetação, a sazonalidade é<br />

determinante, com vazão máxima em janeiro-fevereiro e mínima em junhoagosto.<br />

• Inventário hidrogeológico<br />

• Cadastraram-se 451 poços tubulares profundos na área urbana de Cuiabá.<br />

• 53,66% dos poços tubulares profundos na área urbana de Cuiabá têm sido executados as<br />

margens das Normas ABNT 12244 (1992).<br />

• O conjunto dos parâmetros analisados cuja qualidade construtiva é inadequada aumenta<br />

o grau de risco ambiental, tornando os sistemas mais vulneráveis a contaminação.<br />

• A suscetibilidade à contaminação por técnicas construtivas inadequadas é maior nas<br />

unidades I e IV, e menor em II, V.<br />

• Dos relatórios técnicos, 209 (46,34 %) estavam com os dados completos e 242 (53,66<br />

%) com dados parciais incompletos segundo a ABNT 12244 (1992).<br />

• 241 poços (53,66%) estão instalados na Formação Rio Coxipó e 210 (46,56%) na<br />

Formação Miguel Sutil.<br />

• Dos 451 poços cadastrados apenas 351 (77,83%) apresentam o croqui como parte<br />

integrante dos relatórios técnicos.<br />

lvi


• Dos Métodos de Perfuração utilizados, o método à percussão representa 65,85% o<br />

rotopneumático 19,29% e o rotativo 13,08%.<br />

• O diâmetro útil utilizado nas perfurações em sua maioria é o de 6” representando<br />

69,96% dos poços, seguida de 8” com 22,62%.<br />

• As profundidades dos poços variam em função do diâmetro e da unidade geológica e<br />

atingem valores mínimos entre 50-95m; médios entre 105,16 – 129,17m e, máximos<br />

entre 200 – 221m.<br />

• O comprimento médio dos revestimentos está em torno de 33m. O revestimento mais<br />

utilizado é o de PVC com 59,86% dos poços, sendo o Aço Preto com 32,37%; destes 52<br />

poços (35,61%) estão no limite e acima da vida útil.<br />

• Dos poços com filtro, 63,21% são de PVC e 36,78% são metálicos; destes os tipos Nold<br />

apresentam-se com 14,94% na faixa de 10-20 anos e, 2,29% na faixa de 20-30 anos. O<br />

comprimento médio dos filtros está em torno de 9,0m.<br />

• Nos poços com filtro, 58 (66,66%) apresentam espaço anular inadequados às instalações<br />

do pré-filtro, segundo norma ABNT 12212 (1992).<br />

• A profundidade da cimentação simples e continua, apresenta 212 poços (47%) que não<br />

atendem a profundidade mínima, enquanto que a profundidade da cimentação dupla 06<br />

poços (1,3%) não atendem esse requisito.<br />

• A espessura da cimentação simples e, dupla continua e descontinua, apresentam-se com<br />

198 poços (43,90%) que não atendem o mínimo de 5 cm estabelecido pela norma<br />

ABNT 12244 (1992).<br />

• A laje de proteção apresenta 393 poços (87,13%) com áreas de 1-3m2 atendendo norma<br />

ABNT 12244 (1992); 12,87% estão sem dados e/ou secos.<br />

• 62,10% das vazões de poços foram obtidas através de teste com bomba, 26,60% com<br />

compressor e 7,53% não especifica o equipamento utilizado, sendo que 73,40% dos<br />

poços possuem vazões de 1-15 m3/h.<br />

• A Formação Miguel Sutil apresenta-se com predominância de vazão de poços até 7<br />

m3/h; enquanto que vazões acima e até 57 m3/h predominam na Formação Rio Coxipó.<br />

• A espessura do manto de alteração varia em função das unidades geológicas e atinge<br />

valores mínimos entre 05-07m; médios entre 24,55-37,29m e, máximos entre 70-100m,<br />

ficando a média das médias em 29,90m.<br />

• A variações de espessura do manto de alteração, por Unidades geológica, encontram-se<br />

normalmente abaixo dos seus valores médios.<br />

• Em 343 poços (82,25%) a profundidade do revestimento é igual ou menor que a<br />

espessura do manto, sendo que em apenas 74 poços (17,75%) o revestimento está<br />

cravado na rocha.<br />

• Em 81,5% dos poços, a espessura da zona não saturada vai até 15m, o que indica águas<br />

subterrâneas pouco profundas.<br />

lvii


• Qualidade das águas<br />

• Águas superficiais<br />

• O monitoramento de qualidade revela a situação precária de todos os cursos<br />

d’água em relação à contaminação com coliformes fecais e de quase todos, salvo<br />

o rio Coxipó, em relação a concentração em DBO. Todos são cursos d’água doce,<br />

mas nenhum nem se enquadra na classe 4 do CONAMA e, seguindo a lei, não são<br />

adequados para nenhum uso como lazer ou abastecimento, como é o caso do rio<br />

Coxipó, em franca exploração. Além disso, a qualidade desastrosa da maioria<br />

contribui para modificar a classificação do rio Cuiabá na ZU, passando da classe 2<br />

para classe 3. Isto é contrário ao artigo 23 da Resolução nº 20 do CONAMA.<br />

• As ligações clandestinas atuam como fator de incremento na descarga orgânica<br />

nestes córregos. Revelando ainda, a sub-bacia do Prainha, como fonte adicional<br />

indeterminada de matéria orgânica. Conseqüentemente, devem estar afetando a<br />

eficiência do tratamento de esgoto da estação principal de tratamento da ZU na<br />

sub-bacia do Gambá.<br />

• Os córregos mais urbanizados (Manuel Pinto, Prainha, Gambá, Barbados) são<br />

vetores de contaminação das águas subterrâneas desta área da ZU.<br />

• A análise qualitativa revela que a carga orgânica dos córregos da ZU é<br />

principalmente de origem antrópica, especialmente para os que atravessam a zona<br />

mais urbanizada da cidade. Os córregos éri Pinto, Prainha, Gambá e o Barbado<br />

têm uma DBO superior a 35 mg/l (a norma do CONAMA é 5 mg/l). Eles<br />

apresentam mais características físico-químicas de esgotos do que curso d’água e<br />

constitui um perigo para saúde pública em razão da concentração em coliformes<br />

fecais 10.000 vezes superior a norma do CONAMA, especialmente em caso de<br />

transbordamento, como ocorrido em 1988 no Barbado, na ocasião de uma chuva<br />

torrencial.<br />

• Nos demais córregos a carga orgânica não é tão elevada, ainda que as águas sejam<br />

contaminadas por coliformes totais bem que em proporções menores do que nos<br />

quatro primeiros. A DBO é inferior a 25 mg/l, exceto no ribeirão do Lipa, que<br />

apresenta uma DBO inferior a 5 mg/l, mas ainda dentro da norma.<br />

• O rio Coxipó, afluente do Cuiabá, tem uma carga orgânica aceitável em relação a<br />

norma. Mesmo que ainda não é possível quantificar a fração antrópica da sua<br />

carga orgânica, a sua DBO elevada, em relação a outros rios similares da baixada<br />

cuiabana e ao próprio rio Cuiabá, indicam uma contribuição importante do esgoto<br />

na carga orgânica. A contaminação por coliformes fecais a níveis 100 vezes<br />

superior a norma do CONAMA é uma conseqüência desta poluição por esgoto.<br />

Na sub-bacia do Coxipó também se notou um fenômeno de retenção da carga<br />

orgânica produzida.<br />

• No rio Cuiabá a carga orgânica é essencialmente de origem natural o que não<br />

significa que o esgoto introduzido no seu curso pelos seus afluentes da ZU não<br />

tem nenhuma influencia na sua qualidade. Devido a sua grande vazão possui a<br />

capacidade de diluir a carga orgânica proveniente da ZU e a sua DBO é baixa e<br />

não aumenta significativamente depois da sua passagem na cidade. No entanto os<br />

lviii


coliformes fecais acompanhando o esgoto contaminam a suas águas em níveis 10<br />

a 100 vezes superior a norma.<br />

• Águas subterrâneas<br />

• O aqüífero livre e fraturado que caracteriza a zona urbana de Cuiabá facilita a<br />

contaminação das águas subterrâneas de maneira muito rápida, podendo atingir<br />

grandes extensões, seja por fontes de contaminação potenciais, efetivas e naturais.<br />

• A situação sanitária da região estudada é precária, apresentando muitas falhas que<br />

podem provocar a contaminação das águas subterrâneas e superficiais.<br />

• Os resultados das análises físico-químicas mostraram teores acima dos Valores<br />

Máximos Permissíveis para o Consumo Humano de Ferro ( é+3), cor e turbidez<br />

nas águas subterrâneas. As concentrações elevadas de ferro são decorrentes da<br />

lixiviação do solo laterítico e da ocorrência de piritas disseminadas tanto nos<br />

filitos como nos metadiamictitos. As concentrações elevadas de cor e turbidez<br />

podem ser explicadas pela alta concentração de ferro nestas águas, aliados aos<br />

poços mal construídos.<br />

• As análises bacteriológicas das águas subterrâneas mostram elevada concentração<br />

de coliformes totais e fecais, devido aos problemas de saneamento básico da<br />

região (grande quantidade de fossas sépticas, sumidouros e córregos<br />

contaminados), aliados ao meio fraturado e às inadequadas qualidades técnicas<br />

construtivas dos poços tubulares profundos, estimaram-se que 13% dos poços<br />

tubulares profundos em Cuiabá estão contaminados por coliformes.<br />

• Os poços com concentrações relativamente altas de alcalinidade de bicarbonato<br />

resultaram que 9,3% se encontram acima dos Valores Máximos Permissíveis para<br />

o Consumo Humano.<br />

• As drenagens urbanas constituem uma forte fonte de contaminação, seja pelo<br />

controle lito-estrutural, ou seja, pelos córregos classificarem-se como esgotos,<br />

principalmente em se tratando dos córregos Manuel Pinto, Prainha, Gambá e<br />

Barbado. Os valores astronômicos de coliformes totais e fecais encontrados nestes<br />

córregos – onde se encontram valores médios de até 1 milhão de coliformes por<br />

100ml – tornam estes córregos como fontes mais prováveis de coliformes para as<br />

águas subterrâneas desta parte da cidade.<br />

• Usos e demandas atuais e futuras<br />

• Águas superficiais<br />

• Os usos das águas superficiais se fazem por captação para atender o setor<br />

residencial, industrial e poder público, e diluição de efluentes.<br />

• O volume de captação de águas superficiais, rios Coxipó e Cuiabá, totalizam<br />

6.698.550 m3, enquanto que os volumes consumidos pelos usuários atingem<br />

2.335.565 m3, significando uma perda de 58% da água captada, que é perdida<br />

pelas redes de distribuição de águas, algumas datando do século 19.<br />

• A captação per capta em Cuiabá foi estimada em 380,62 litros/hab/dia<br />

lix


• A população atual de Cuiabá está estimada em 486.176 pessoas. Para o consumo<br />

de água desta população, mais de 5 milhões e meio de metros cúbicos de água são<br />

retirados mensalmente dos dois principais cursos d’água de Cuiabá, o rio Cuiabá e<br />

o rio Coxipó. Esta mesma população produz um esgoto que retorna em parte aos<br />

rios produzindo uma descarga orgânica de 98,19 gDBO/s ou seja ao redor 254<br />

toneladas de DBO por mês. A descarga per capta calculada é de 17,45<br />

gDBO/hab.dia. Esses usos pouco afetam o fluxo e carga orgânica do Cuiabá em<br />

razão da sua grande vazão natural. No entanto, os impactos são mais severos<br />

sobre o rio Coxipó, pois uma fração significativa da sua vazão é retirada pelo<br />

abastecimento humano e a carga em DBO da suas águas é importante, bem que<br />

inferior as normas vigentes para rios de classe 2. No entanto, a concentração de<br />

coliformes fecais, devido a diluição deste esgoto nestes rios já é varias vezes<br />

superior a estas mesmas normas.<br />

• Em 2020, com uma população em torno de 710.000 habitantes a captação chegará<br />

a volumes mensais de mais de 8.250.000 m3. A descarga orgânica atingirá 143,72<br />

gDBO/s ou seja ao redor de 370 tonelada/mês de DBO. Ainda assim, o impacto<br />

sobre o fluxo natural do rio Cuiabá seria ainda mínimo. Da mesma forma, o<br />

aumento da descarga orgânica não irá afetar significativamente a sua concentração<br />

em DBO. Entretanto, o mesmo não pode ser dito da concentração em coliformes<br />

fecais.<br />

• Para o rio Coxipó, mantendo-se o cenário atual em 2020 uma fração importante da<br />

sua descarga será utilizada para o abastecimento humano e afetando o seu fluxo<br />

especialmente na estiagem. Da mesma forma, a situação em relação a<br />

concentração em DBO que já não é muito favorável irá se deteriorar ainda mais<br />

podendo ultrapassar os 5 mg/l. E, certamente, a concentração em coliformes fecais<br />

aumentaria ainda mais.<br />

• Águas subterrâneas<br />

• O consumo médio per capta de água subterrânea, gira em torno de 2,25 l/h/hab.<br />

• Atualmente o consumo de água subterrânea na zona urbana de Cuiabá<br />

corresponde a 20,5% do volume captado de mananciais superficiais, perfazendo<br />

1576 m3/h, ou seja, uma média per capta de 78 litros/dia/hab.<br />

• A Agência Municipal de abastecimento público corresponde, atualmente, a classe<br />

de usuário que mais faz uso desses recursos.<br />

• A tendência de captação das águas subterrâneas é aumentar geometricamente,<br />

principalmente quanto aos usos em condomínios e industrias.<br />

• A ausência de controle das explotações de águas dos poços tubulares profundos,<br />

da quantidade de poços existentes em Cuiabá, bem como do regime de<br />

funcionamento dos poços impede a determinação realística dos volumes captados.<br />

lx


7. RECOMENDAÇÕES<br />

7.1. AÇÃO 1: Conservação e recuperação do rio Coxipó e córregos na Zona Urbana de<br />

Cuiabá<br />

• Objetivos:<br />

• recuperação das matas de galeria e cabeceiras dos córregos com revegetação e<br />

terraplanagem;<br />

• minimizar os efeitos e a lixiviação do lixo urbano e efluente em áreas sem rede de<br />

esgoto para o interior das drenagens;<br />

• recuperação dos efeitos micro climáticos e qualidade de odor ao longo dos cursos<br />

d’água; e<br />

• minimizar os efeitos do rebaixamento do lençol freático.<br />

• Área de abrangência: Bacia do Médio Cuiabá (perímetro urbano).<br />

• Metodologia:<br />

• Esta ação deverá ser conjunta e desenvolvida com os órgãos governamentais municipais<br />

(IPDU), Estaduais (FEMA) e federais (UFMT) e Promotoria Pública.<br />

• Firmar convênio entre os órgãos envolvidos para realização de trabalho em conjunto.<br />

• Caracterização da rede de esgoto e número de ligações na ZU.<br />

• Zoneamento de áreas críticas.<br />

• Implantação de viveiros para produção de mudas.<br />

• Revegetação das áreas marginais com espécies nativas, manual e hidrosemeadura.<br />

• <strong>Relatório</strong> final: Memorial descritivo, mapas e prestação de contas.<br />

• Tempo de duração: 03 anos (36 meses).<br />

• Custo estimado: US$ 433,000.<br />

7.2. AÇÃO 2: Qualidade das águas superficiais e subterrâneas na Zona Urbana de<br />

Cuiabá e Várzea Grande<br />

• Objetivo: Estabelecer uma melhoria na qualidade d’águas na área urbana de Cuiabá em<br />

médio e longo prazo.<br />

• Área de abrangência: Bacia do Médio Cuiabá (perímetro urbano).<br />

lxi


• Metodologia:<br />

• Esta ação deverá ser conjunta e desenvolvida com os órgãos governamentais municipais<br />

(IPDU), Estaduais (FEMA), federais (UFMT) e iniciativas privadas e não<br />

governamentais.<br />

• Firmar convênio entre os órgãos envolvidos para realização de trabalho em conjunto.<br />

• Implantação de uma rede provisória para o monitoramento de poços tubulares<br />

profundos e estações hidrológicas nos rios e córregos da ZU.<br />

• Monitoramento das locais escolhidos ao longo de um ano hidrológico.<br />

• Caracterização e classificação das águas subterrâneas na ZU quanto aos aspectos físicos,<br />

químicos e bacteriológicos.<br />

• Identificação de áreas críticas.<br />

• <strong>Relatório</strong> final: Memorial descritivo, mapas, prestação de contas e elaboração de um<br />

Programa Permanente para monitoramento quali-quantitaivo dos recursos hídricos na<br />

zona urbana de Cuiabá.<br />

• Tempo de duração: 2,5 anos (30 meses)<br />

• Custo estimado: US$ 571,000.<br />

7.3. AÇÃO 3: Avaliação do perfil construtivo dos poços tubulares profundos na área<br />

urbana de Cuiabá e Várzea Grande<br />

• Objetivo: Complementação do banco de dados com cadastramento dos poços tubulares<br />

profundos.<br />

• Área de abrangência: Bacia do Médio Cuiabá (perímetro urbano de Cuiabá e Várzea<br />

Grande)<br />

• Metodologia:<br />

• Esta ação deverá ser conjunta e desenvolvida com os órgãos governamentais municipais<br />

(Agências de abastecimento de água), Estaduais (FEMA), federais (UFMT) e iniciativas<br />

privadas.<br />

• Firmar convênio entre os órgãos envolvidos para realização de trabalho em conjunto.<br />

• Identificação e cadastramento georeferenciado dos poços tubulares em Cuiabá e Várzea<br />

Grande.<br />

• Videoscopia em poços tubulares.<br />

• <strong>Relatório</strong> final: Memorial descritivo, mapas e prestação de contas.<br />

• Tempo de duração: 02 anos (24 meses).<br />

• Custo estimado: US$ 173,000.<br />

lxii


7.4. AÇÃO 4: Determinação dos parâmetros hidrodinâmicos das águas subterrâneas na<br />

Zona Urbana de Cuiabá e Várzea Grande<br />

• Objetivo: Quantificar e avaliar as reservas hídricas subterrâneas.<br />

• Área de abrangência: Bacia do Médio Cuiabá (perímetro urbano de Cuiabá e Várzea<br />

Grande).<br />

• Metodologia:<br />

• Esta ação deverá ser conjunta e desenvolvida com os órgãos governamentais estaduais<br />

(FEMA), federais (UFMT) e iniciativas privadas e Promotoria Pública.<br />

• Firmar convênio entre os órgãos envolvidos para realização de trabalho em conjunto.<br />

• Execução de testes de aqüífero.<br />

• Determinação dos parâmetros hidrodinâmicos.<br />

• Determinação dos raios de influência por unidade lito-estrutural.<br />

• <strong>Relatório</strong> final: Memorial descritivo, mapas, prestação de contas e elaboração de um<br />

Programa Permanente para implantação de novos poços tubulares profundos em Cuiabá<br />

e Várzea Grande.<br />

• Tempo de duração: 1,5 anos (18 meses).<br />

• Custo estimado: US$ 135,000.<br />

7.5. AÇÃO 5: Mapeamento geológico, geomorfológico, hidrológico e pedológico da área<br />

urbana de Cuiabá e Várzea Grande, na escala 1:10.000<br />

• Objetivo: Caracterização do meio físico.<br />

• Área de abrangência: Bacia do Médio Cuiabá (perímetro urbano de Cuiabá e Várzea<br />

Grande)<br />

• Metodologia:<br />

• Esta ação deverá ser conjunta e desenvolvida com os órgãos governamentais estaduais<br />

(FEMA – METAMAT), federais (UFMT – CPRM – DNPM) e iniciativas privadas.<br />

• Firmar convênio entre os órgãos envolvidos para realização de trabalho em conjunto.<br />

• Atividades de campo para caracterização georeferenciada dos atributos geológicos,<br />

formas de relevo, tipos de solos e sistemas de drenagens.<br />

• <strong>Relatório</strong> final: Memorial descritivo, mapas e prestação de contas.<br />

• Tempo de duração: 2,5 anos (30 meses).<br />

• Custo estimado: US$ 332,000.<br />

lxiii


7.6. AÇÃO 6: Programa de educação ambiental sobre os recursos hídricos em centros<br />

urbanos e áreas rurais<br />

• Objetivo: Conscientização dos estudantes e professores do primeiro e segundo grau.<br />

• Área de abrangência: Bacia do Médio Cuiabá – perímetro urbano e rural de Cuiabá e<br />

Várzea Grande.<br />

• Metodologia:<br />

• Esta ação deverá ser conjunta e desenvolvida com os órgãos governamentais municipais<br />

e estaduais (Secretarias de educação – FEMA), federais (UFMT) e iniciativas privadas<br />

(UNIC – UNIVAG – UNIRONDON) e órgãos não governamentais.<br />

• Firmar convênio entre os órgãos envolvidos para realização de trabalho em conjunto.<br />

• Atividades de aulas, palestras, mesas redondas, filmes didáticos, cartilhas, nas escolas<br />

públicas e privadas da área urbana de Cuiabá e Várzea Grande.<br />

• <strong>Relatório</strong> final: Memorial descritivo e prestação de contas.<br />

• Tempo de duração: 03 anos (36 meses).<br />

• Custo estimado: US$ 392,000.<br />

Quadro 23. Ações recomendadas.<br />

AÇÃO PRAZO<br />

ESTIMADO<br />

1. Conservação e recuperação do rio Coxipó e córregos na Zona<br />

Urbana de Cuiabá<br />

2. Qualidade das águas superficiais e subterrâneas na zona<br />

urbana de Cuiabá e Várzea Grande<br />

3. Avaliação do perfil construtivo dos poços tubulares profundos<br />

na área urbana de Cuiabá e Várzea Grande<br />

4. Determinação dos parâmetros hidrodinâmicos das águas<br />

subterrâneas na zona urbana de Cuiabá e Várzea Grande<br />

lxiv<br />

VALOR<br />

ESTIMADO (US$)<br />

36 meses 433,000<br />

30 meses 571,000<br />

24 meses 173,000<br />

18 meses 135,000<br />

5. Mapeamento geológico, geomorfológico, hidrológico e<br />

pedológico da área urbana de Cuiabá e Várzea Grande, na<br />

escala 1:10.000<br />

30 meses 332,000<br />

6. Programa de educação ambiental sobre os recursos hídricos<br />

em centros urbanos e áreas rurais<br />

36 meses 392,000<br />

TOTAL 2,036,000


<strong>GERENCIAMENTO</strong> <strong>DE</strong> <strong>RECURSOS</strong> <strong>HÍDRICOS</strong> <strong>NAS</strong> VIZINHANÇAS<br />

DA CIDA<strong>DE</strong> <strong>DE</strong> CUIABÁ/MT<br />

SUMÁRIO<br />

INTRODUÇÃO 1<br />

1. ANTECE<strong>DE</strong>NTES NO PCBAP 2<br />

1.1. Informações disponíveis 2<br />

1.2. Recomendações apresentadas 2<br />

2. LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA <strong>DE</strong> ESTUDO 3<br />

2.1. Localização da área de estudo 3<br />

2.2. Caracterização do meio físico 4<br />

2.2.1. Geologia regional 4<br />

2.2.2. Mapa geológico da área urbana de Cuiabá 15<br />

2.2.3. Clima 30<br />

2.2.4. Hidrologia 35<br />

3. INVENTARIO HIDROGEOLOGICO 42<br />

3.1. Estrutura do Banco de Dados 42<br />

3.2. A sistemática de apresentação dos resultados 46<br />

3.3. Localização dos poços tubulares profundos por unidade geológica 46<br />

3.4. Croquis dos poços 47<br />

3.5. Métodos de perfuração de poços usados em Cuiabá 49<br />

3.6. Diâmetros de perfuração de poços em Cuiabá 51<br />

3.7. Profundidade dos poços em Cuiabá 53<br />

3.8. Revestimento 56<br />

3.8.1. Tipo dos revestimentos 56<br />

3.8.2. Comprimento do revestimento 57<br />

3.8.3. Idade do revestimento 60<br />

3.9. Filtro 63<br />

3.9.1. Tipo de filtro 63<br />

3.9.2. Comprimento por tipo de filtro 66<br />

3.9.3. Idade por tipo de filtro 68<br />

3.10. Pré-Filtro 71<br />

3.11. Cimentação 74<br />

3.11.1. Profundidade da cimentação 74<br />

3.11.2. Espessura da cimentação 79<br />

3.12. Laje de proteção do poço 82<br />

3.13. Vazão de poço 84<br />

3.13.1. Análise das tendências por faixas de vazão e unidades geológicas 88<br />

3.13.2. Equipamentos de teste de produção 91<br />

3.14. Manto de alteração 91<br />

3.14.1. Espessura 92<br />

3.14.2. Variação do manto em relação ao revestimento 92<br />

3.14.3. Distribuição do manto em relação ao valor médio 95<br />

3.15. Proposta de perfil técnico construtivo 96<br />

lxv


4. QUALIDA<strong>DE</strong> DAS ÁGUAS<br />

100<br />

4.1. Considerações gerais 100<br />

4.2. Parâmetros físico-químicos e bacteriológicos das águas superficiais<br />

4.2.1. Tratamento dos dados brutos de qualidade de água dos afluentes do rio<br />

101<br />

Cuiabá na ZU 101<br />

4.2.2. Efeito da sazonalidade na Qualidade das Águas da Zona Urbana<br />

4.2.3. Descargas Orgânicas nas sub-bacias da zona urbana e produção de DBO<br />

102<br />

per capita nas sub-bacias da zona urbana 103<br />

4.2.4. Enquadramento dos cursos d’água 106<br />

4.3. Qualidade das águas subterrâneas 108<br />

4.3.1. Resíduos e contaminação 108<br />

4.3.2. Processos de migração dos contaminantes 109<br />

4.3.3. Comportamento dos contaminantes no meio ambiente 110<br />

4.3.4. Condicionantes do meio físico 111<br />

4.3.5. Sistemas de contenção e medidas mitigadoras 113<br />

4.3.6. Padrões de qualidade de água 115<br />

4.3.7. Parâmetros de qualidade 116<br />

4.3.8. Padrões de potabilidade 118<br />

4.3.9. Parâmetros físico-químicos e bacteriológicos das águas subterrâneas 121<br />

4.4. Riscos ambientais dos cursos d’água e poços tubulares profundos<br />

4.4.1. A relação entre a qualidade construtiva dos poços tubulares profundos<br />

132<br />

com o risco ambiental 132<br />

4.4.2. Riscos sobre os cursos d’água 137<br />

4.5. Fontes de contaminação 138<br />

4.5.1. Fontes efetivas 139<br />

4.5.2. Fontes potenciais 140<br />

4.5.3. Fontes naturais 142<br />

5. USOS E <strong>DE</strong>MANDAS ATUAIS E FUTURAS 143<br />

5.1. Estimativas da população atual e futura 143<br />

5.2. Classes e usos das águas 144<br />

5.2.1. Classes e usos das águas superficiais 144<br />

5.2.2. Classes e usos das águas subterrâneas 146<br />

5.3. Consumos atuais e projeções até 2020 149<br />

5.3.1. Consumos das águas superficiais 149<br />

5.3.2. Consumos das águas subterrâneas 151<br />

6. CONCLUSÕES 152<br />

6.1. Caracterização da área de estudo 152<br />

6.2. Inventário hidrogeológico 154<br />

6.3. Qualidade das águas 156<br />

6.4. Usos e demandas atuais e futuras 157<br />

7. RECOMENDAÇÕES 159<br />

7.1. AÇÃO 1: Conservação e recuperação do rio Coxipó e córregos na Zona Urbana<br />

de Cuiabá 159<br />

7.2. AÇÃO 2: Qualidade das águas superficiais e subterrâneas na Zona Urbana de<br />

Cuiabá e Várzea Grande 160<br />

7.3. AÇÃO 3: Avaliação do perfil construtivo dos poços tubulares profundos na área<br />

urbana de Cuiabá e Várzea Grande 161<br />

lxvi


7.4. AÇÃO 4: Determinação dos parâmetros hidrodinâmicos das águas subterrâneas<br />

na Zona Urbana de Cuiabá e Várzea Grande 162<br />

7.5. AÇÃO 5: Mapeamento geológico, geomorfológico, hidrológico e pedológico da<br />

área urbana de Cuiabá e Várzea Grande, na escala 1:10.000 163<br />

7.6. AÇÃO 6: Programa de educação ambiental sobre os recursos hídricos em<br />

centros urbanos e áreas rurais 164<br />

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 166<br />

8.1. Referências específicas sobre a bacia do rio Cuiabá 166<br />

8.2. Referências gerais 167<br />

9. ATORES 172<br />

9.1. Entidades governamentais e não-governamentais 172<br />

9.2. Equipe do Subprojeto 172<br />

ANEXOS<br />

1. MAPA GEOLÓGICO DA ÁREA URBANA <strong>DE</strong> CUIABÁ E <strong>DE</strong><br />

LOCALIZAÇÃO DOS POÇOS TUBULARES PROFUNDOS<br />

2. BANCO <strong>DE</strong> DADOS DOS POÇOS TUBULARES PROFUNDOS<br />

3. DADOS FÍSICO-QUÍMICOS E BACTERIOLÓGICOS <strong>DE</strong> POÇOS<br />

TUBULARES PROFUNDOS<br />

LISTA <strong>DE</strong> FIGURAS<br />

1. Mapa do perímetro urbano de Cuiabá-MT 3<br />

2. Faixa de Dobramentos Paraguai: área de ocorrência, geometria e domínios<br />

tectônicos, ALMEIDA (1984) apud MIGLIORINI (1999) 5<br />

3. A Faixa Paraguai e suas coberturas cratônicas adjacentes 7<br />

4. Seção geológica A-A’, assinalada na figura 3: (1) Formação Pantanal; (2) Grupo<br />

Alto Paraguai; (3) Formação Araras; (4) Formação Puga e Bauxi; (5) Grupo Cuiabá;<br />

(6) Granito São Vicente e (7) Complexo Xingu, RUIZ et al, (1999) 8<br />

5. Coluna Estratigráfica esquemática do Cinturão Paraguai em Mato Grosso,<br />

ALVARENGA (1988) 12<br />

6. Mapa geológico regional da Faixa Paraguai, com as unidades estratigráficas<br />

definidas por ALVARENGA (1988, 1990) 14<br />

7. Diagrama de freqüência das medidas de S0. O estereograma descreve um<br />

dobramento assimétrico de acamamento com eixo caindo suavemente para NE e os<br />

flancos mergulhando principalmente para NW. (N = 130) 22<br />

8. As atitudes da foliação S1, mostram uma concentração máxima em NW indicando<br />

que mergulham preferencialmente neste gradiente. (N = 237) 24<br />

9. Veios de quartzo. (N = 97) 25<br />

10. O estereograma para foliação S2 mostra uma certa dispersão principalmente no<br />

quadrante SE, o que indica uma superfície de descontinuidade com mergulhos<br />

variáveis para SE. (N = 91) 26<br />

11. O estereograma para as clivagens S3, importantes superfícies de descontinuidades<br />

regionais, indicam a existência de clivagens subverticalizadas perpendiculares a Si e<br />

S2. (N = 82) 28<br />

12. Temperaturas Máxima, Média e Mínima em Cuiabá no período de 1961-1990 30<br />

13. Precipitação e Temperatura em Cuiabá no período 1961-1990 31<br />

14. Precipitação Máxima 24 h em Cuiabá no período de 1961-1990 31<br />

lxvii


15. Localização da zona urbana de Cuiabá e hidrografia. O Rio Cuiabá corre em direção<br />

ao sul e a ZU de Cuiabá (em cor de rosa) encontra-se na margem esquerda do rio 36<br />

16. Precipitação cumulativa mensal (mm) em Cuiabá durante o ano de 2000<br />

17. Evolução da descarga dos cursos d’água da ZU. Córregos Manuel Pinto, Prainha,<br />

39<br />

Gambá Barbado e São Gonçalo<br />

18. Evolução da descarga dos cursos d’água da ZU. Rio Coxipó, Ribeirão do Lipa,<br />

39<br />

Córregos Moinho e Piçarrão 40<br />

19. Percentual de distribuição dos poços por unidade geológica 47<br />

20. Croquis dos poços por unidade geológica 48<br />

21. Croquis dos poços nas unidades geológicas 48<br />

22. Métodos de perfuração de poços por unidade geológica 50<br />

23. Métodos de perfuração de poços nas unidades geológicas 50<br />

24. Diâmetro útil de perfuração por unidade geológica 52<br />

25. Diâmetro útil de perfuração nas unidades geológicas 52<br />

26. Profundidade dos poços por unidade geológica 54<br />

27. Profundidade dos poços nas unidades geológicas 55<br />

28. Freqüência das profundidades dos diâmetros útil de 6”e 8” 55<br />

29. Revestimento dos poços por unidade geológica 56<br />

30. Revestimento dos poços nas unidades geológicas 57<br />

31. Comprimento do revestimento por unidade geológica 58<br />

32. Comprimento do revestimento nas unidades geológicas 59<br />

33. Percentuais por faixas de comprimento dos revestimentos 59<br />

34. Idade do revestimento por unidade geológica 61<br />

35. Idade do revestimento nas unidades geológicas 62<br />

36. Tipo de filtro 63<br />

37. Tipos de filtros por de unidade geológica 64<br />

38. Tipos de filtros nas unidades geológicas 65<br />

39. Comprimento por tipo de filtro por unidade geológica 67<br />

40. Comprimento por tipo de filtro nas unidades geológicas 68<br />

41. Idade do filtro por tipo de material por unidade geológica 70<br />

42. Idade do filtro por tipo de material nas unidades geológicas 70<br />

43. Tipos de pré-filtro por unidade geológica 72<br />

44. Tipos de pré-filtro nas unidades geológicas 73<br />

45. Profundidade da cimentação simples e contínua nas unidades geológicas 76<br />

46. Profundidade da cimentação dupla nas unidades geológicas 76<br />

47. Espessura da cimentação nas unidades geológicas 80<br />

48. Laje de proteção do poço por unidade geológica 82<br />

49. Laje de proteção nas unidades geológicas<br />

50. Vazão do poço e tipo de equipamento utilizado para testes de vazão dos poços por<br />

83<br />

unidade geológica 86<br />

51. Vazão de poço nas unidades geológicas 87<br />

52. Tabela de tendências por faixas de vazão nas unidades geológicas 89<br />

53. Distribuição percentual do manto em relação ao revestimento por unidade geológica 93<br />

54. Variação do manto de alteração em relação ao valor médio por unidade geológica 95<br />

55. Mapa de localização das estações de monitoramento qualitativo e quantitativo 101<br />

56. Evolução da concentração em OD nos cursos d’água da ZU 103<br />

57. Evolução da concentração em DBO nos cursos d’água da ZU 103<br />

58. Evolução da descarga em DBO nos cursos d’água da ZU 105<br />

59. Tabela Padrão para Corpo D’água. Portaria n o 36, 19/01/90, Ministério da Saúde 121<br />

60. Valores de cor obtidos nas análises de poços tubulares profundos 122<br />

lxviii


61. Valores de turbidez obtidos nas análises de poços tubulares profundos<br />

123<br />

62. Valores de pH obtidos nas análises de poços tubulares profundos 124<br />

63. Valores de alcalinidade obtidos nas análises de poços tubulares profundos 125<br />

64. Valores de dureza obtidos nas análises de poços tubulares profundos 126<br />

65. Valores de ferro obtidos nas análises de poços tubulares profundos 127<br />

66. Valores de cloretos obtidos nas análises de poços tubulares profundos 128<br />

67. Valores de N nitrito obtidos nas análises de poços tubulares profundos 129<br />

68. Valores de N amoniacal obtidos nas análises de poços tubulares profundos 129<br />

69. Valores de fósforo obtidos nas análises de poços tubulares profundos 130<br />

70. Valores de coliformes totais obtidos nas análises de poços tubulares profundos 131<br />

71. Valores de coliformes fecais obtidos de análises de poços tubulares profundos 131<br />

72. Diagrama dos parâmetros construtivos com risco ambiental<br />

73. Evolução da construção de poços tubulares profundos (420 poços) na área urbana de<br />

134<br />

Cuiabá<br />

74. Percentuais de poços tubulares em relação às classes de usuários das águas<br />

146<br />

subterrâneas em Cuiabá/MT<br />

75. Vazões médias dos poços tubulares profundos em Cuiabá em função das classes de<br />

147<br />

usuários 149<br />

LISTA <strong>DE</strong> QUADROS<br />

1. Principais características das quatro fases de deformação, de idade brasiliana,<br />

identificadas na Faixa Paraguai 11<br />

2. Estratigrafia do Grupo Cuiabá, na área do Projeto Coxipó 14<br />

3. Temperatura Média Mensal 33<br />

4. Precipitação Mensal 33<br />

5. Balanço Hídrico 34<br />

6. Descargas Médias Mensais do Rio Cuiabá 34<br />

7. População ligada a rede de esgoto 37<br />

8. Carga orgânica (mgDBO/l) e Vazão (m 3 /s) dos rios Cuiabá e Coxipó 37<br />

9. Produção orgânica e descarga orgânica (gDBO/s) na ZU 37<br />

10. Média e faixa min–max para a descarga (Q) e a lâmina de água (H) 38<br />

11. Curvas dos cursos d’água da ZU 40<br />

12. Estrutura do Banco de Dados 42<br />

13. Planilha dos perfis construtivos 43<br />

14. Planilha dos dados hidrodinâmicos 44<br />

15. Planilha dos perfis litológicos 44<br />

16. Distribuição dos poços por unidade geológica 46<br />

17. Croquis dos poços por unidade geológica 47<br />

18. Métodos de perfuração de poços por unidade geológica 49<br />

19. Diâmetro útil de perfuração por unidade geológica 51<br />

20. Profundidade dos poços por unidade geológica 53<br />

21. Revestimento dos poços por unidade geológica 56<br />

22. Comprimento dos revestimentos por unidade geológica 58<br />

23. Idade por tipo de revestimento por unidade geológica 60<br />

24. Tipo de filtros por unidade geológica 64<br />

25. Comprimento por tipo de filtro por unidade geológica 66<br />

26. Idade por tipo de filtro por unidade geológica 69<br />

27. Tipos de pré-filtro por unidade geológica 72<br />

28. Espaço anular do Pré-filtro 74<br />

29. Profundidade da cimentação por unidade geológica 75<br />

lxix


30. Profundidade da cimentação simples e contínua<br />

78<br />

31. Profundidade da cimentação dupla 78<br />

32. Espessura da cimentação por unidade geológica 79<br />

33. Espessura da cimentação 81<br />

34. Laje de proteção do poço por unidade geológica 82<br />

35. Vazão de poço produzido por bomba 84<br />

36. Vazão de poços produzidos por compressor 85<br />

37. Vazão de poços sem informação do equipamento 85<br />

38. Não testados 86<br />

39. Vazão de poços por tipo de equipamento 86<br />

40. Espessura do manto de alteração 92<br />

41. Variação do manto em relação ao revestimento 92<br />

42. Distribuição dos valores do manto em relação ao valor médio 95<br />

43. Proposta de perfil técnico construtivo das unidades geológicas I e IV 97<br />

44. Proposta de perfil técnico construtivo das unidades geológicas II e V 98<br />

45. Descarga e produção orgânica da bacia e efetiva per capita 104<br />

46. Critérios do CONAMA para as análises efetuadas pela DLAB/FEMA 107<br />

47. Qualidade da água (valores médios) dos cursos d’água da ZU 108<br />

48. Relação entre contaminantes e principais indicadores 109<br />

49. Forma física preponderante representada pelos parâmetros de qualidade<br />

50. Padrão de potabilidade da água destinada ao consumo humano. Portaria n<br />

118<br />

o 36,<br />

19/01/90, Ministério da Saúde 119<br />

51. Poços revestidos com Aço Preto, Filtros Metálicos e vida útil acima dos 20 anos 135<br />

52. Percentuais de poços inadequados quanto à proteção sanitária 136<br />

53. Percentuais de poços inadequados quanto à profundidade do revestimento<br />

54. Carga orgânica de origem industrial em Cuiabá, ALBRECHT (2000), modificada de<br />

137<br />

TEIXEIRA (1997) 141<br />

55. População de Cuiabá e projeções futuras 144<br />

56. Captação nos rios Cuiabá e Coxipó em relação com a descarga mínima de estiagem 145<br />

57. Descarga orgânica na Zona urbana de Cuiabá<br />

58. Período de bombeamento dos poços tubulares em função do tipo de uso das águas<br />

146<br />

subterrâneas, ALBRECHT (2001) 149<br />

59. Projeção de captação e descarga orgânica no rio Cuiabá 150<br />

60. Projeção de captação de águas subterrâneas em Cuiabá 151<br />

61. Detalhamento do custo estimado para a Ação 1 160<br />

62. Detalhamento do custo estimado para a Ação 2 161<br />

63. Detalhamento do custo estimado para a Ação 3 162<br />

64. Detalhamento do custo estimado para a Ação 4 163<br />

65. Detalhamento do custo estimado para a Ação 5 164<br />

66. Detalhamento do custo estimado para a Ação 6 165<br />

67. Ações recomendadas 165<br />

LISTA <strong>DE</strong> FOTOS<br />

1. Filitos sericíticos da Formação Miguel Sutil, laminados de coloração cinza<br />

avermelhado, cortados por veios de quartzo sub-concordantes com a foliação e<br />

dobrados intensamente 16<br />

2. Sequências granodecrescentes da Formação Miguel Sutil, dominadas por<br />

metaconglomerados oligomíticos na base e arenitos quartzosos e no topo<br />

metassiltitos 17<br />

lxx


3. Metadiamictitos da Formação Rio Coxipó, de coloração cinza amarelada, matriz<br />

argilosa maciça que sustenta os clastos de composição e tamanho diversos<br />

19<br />

4. Metadiamictitos da Formação Rio Coxipó, com matriz arenosa cortados por veios<br />

de quartzo oblíquos, intercalados a metarenitos quartzosos plano-paralelos 20<br />

5. Dobras parasitas assimétricas desenvolvidas em intercalações de metarenitos<br />

quartzosos e filitos sericíticos da Formação Miguel Sutil 21<br />

6. Metarenitos conglomeráticos quartzosos, recortados por veios de quartzo<br />

conjugados da Formação Miguel Sutil 23<br />

7. Desenvolvimento de clivagem disjuntiva paralelas em metadiamictitos da Formação<br />

Rio Coxipó 23<br />

SIGLAS E ABREVIATURAS<br />

ABAS Associação Brasileira de Águas Subterrâneas<br />

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas<br />

ANA Agência Nacional de Águas<br />

ASTM American Society for Testing and Materials<br />

BAP Bacia do Alto Paraguai<br />

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente<br />

CU Coeficiente de Uniformidade<br />

DAEE Departamento de Águas e Energia Elétrica<br />

DBO Demanda Biológica em Oxigênio<br />

<strong>DE</strong> Diâmetro Efetivo<br />

DLAB Divisão de Laboratórios da FEMA<br />

DQO Demanda Química em Oxigênio<br />

EPÓXI Resina protetora de superfícies metálicas<br />

EVERDUR Liga de bronze constituída de 96% de cobre, 3% de silício e 1% de<br />

manganês<br />

FEMA Fundação Estadual do Meio Ambiente<br />

GEF Global Environmental Facility (Fundo Mundial para o Meio Ambiente)<br />

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística<br />

INMET Instituto Nacional de Meteorologia<br />

IPDU Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Urbano de Cuiabá – MT<br />

MS Mato Grosso do Sul<br />

MT Mato Grosso<br />

ND Nível Dinâmico<br />

NE Nível Estático<br />

OD Oxigênio dissolvido<br />

OEA Organização dos Estados Americanos<br />

OMS Organização Mundial da Saúde<br />

ONG Organização Não-Governamental<br />

PCBAP Plano de Conservação da Bacia do Alto Paraguai<br />

pH Potencial de concentração hidrogênionica (medida da acidez ou<br />

alcalinidade de uma solução)<br />

PNUMA Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente<br />

Ppm Parte por milhão<br />

PVC Polivinil Cloreto<br />

SAE Medida do teor de carbono do aço galvanizado<br />

SANEMAT Empresa de Saneamento de Mato Grosso<br />

SANEMAT Cia de Saneamento do Estado de Mato Grosso<br />

lxxi


SD<br />

Sem Dados<br />

SEPLAN/MT Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral de Mato Grosso<br />

STD Sólidos Totais Dissolvidos<br />

SUDAM Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia<br />

ZU Zona Urbana<br />

lxxii

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!