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IMPLEMENTAÇÃO DE COMUNICAÇÃO VOIP EM REDE SEM FIO ...

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THIAGO VINÍCIUS V. OLIVEIRA<br />

<strong>IMPL<strong>EM</strong>ENTAÇÃO</strong> <strong>DE</strong><br />

<strong>COMUNICAÇÃO</strong> <strong>VOIP</strong> <strong>EM</strong> RE<strong>DE</strong><br />

S<strong>EM</strong> <strong>FIO</strong> COM UTILIZAÇÃO <strong>DE</strong><br />

TELEFONES WLAN-<strong>VOIP</strong>


Implementação de Comunicação <strong>VOIP</strong> em Rede Sem Fio com Utilização<br />

de Telefones WLAN-<strong>VOIP</strong><br />

Copyright © Editora Ciência Moderna Ltda., 2012<br />

Todos os direitos para a língua portuguesa reservados pela Editora Ciência<br />

Moderna Ltda.<br />

De acordo com a Lei 9.610 de 19/2/1998, nenhuma parte deste livro poderá ser<br />

reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por<br />

fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Editora.<br />

Editor: Paulo André P. Marques<br />

Produção Editorial: Aline Vieira Marques<br />

Copidesque: Eveline Vieira Machado<br />

Capa: Paulo Vermelho<br />

Diagramação: Greice Marry<br />

Assistente Editorial: Laura Santos Souza<br />

Várias Marcas Registradas aparecem no decorrer deste livro. Mais do que<br />

simplesmente listar esses nomes e informar quem possui seus direitos de<br />

exploração, ou ainda imprimir os logotipos das mesmas, o editor declara estar<br />

utilizando tais nomes apenas para � ns editoriais, em benefício exclusivo do dono da<br />

Marca Registrada, sem intenção de infringir as regras de sua utilização. Qualquer<br />

semelhança em nomes próprios e acontecimentos será mera coincidência.<br />

FICHA CATALOGRÁFICA<br />

OLIVEIRA, Thiago Vinícius V.<br />

Implementação de Comunicação <strong>VOIP</strong> em Rede Sem Fio com<br />

Utilização de Telefones WLAN-<strong>VOIP</strong><br />

Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna Ltda., 2012.<br />

1. Telefone – Comunicação. 2. Telefone – Tecnologia<br />

I — Título<br />

ISBN: 978-85-399-0���-5 CDD 384.6<br />

ISBN: 978-85-399-0085-5 CDD 621.385<br />

Editora Ciência Moderna Ltda.<br />

R. Alice Figueiredo, 46 – Riachuelo<br />

Rio de Janeiro, RJ – Brasil CEP: 20.950-150<br />

Tel: (21) 2201-6662/ Fax: (21) 2201-6896<br />

LCM@LCM.COM.BR<br />

WWW.LCM.COM.BR 02/12


EPÍGRAFE<br />

Nunca entendi como dois homens podem juntar-se para escrever<br />

um livro. Para mim, é como precisar de três pessoas para produzir<br />

um filho.<br />

Evelyn Waugh


AGRA<strong>DE</strong>CIMENTOS<br />

Agradeço aos meus pais que sempre me acompanharam e sempre me<br />

deram o apoio necessário para que eu estudasse. Fico honrado em ser<br />

filho de pessoas tão dignas e simples. Agradeço ao querido professor<br />

Doutor João Batista José Pereira por acreditar em meu potencial e por<br />

me orientar de maneira tão eficaz. Agradeço ao IFG por ter oferecidome<br />

a oportunidade de estudar em uma das melhores instituições de ensino<br />

superior do país. E finalizo agradecendo a todos os meus adversários,<br />

pois sem eles eu não teria a quem superar.


<strong>IMPL<strong>EM</strong>ENTAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong>COMUNICAÇÃO</strong> <strong>VOIP</strong> <strong>EM</strong><br />

RE<strong>DE</strong> S<strong>EM</strong> <strong>FIO</strong> COM UTILIZAÇÃO <strong>DE</strong> TELEFONES<br />

WLAN-<strong>VOIP</strong><br />

RESUMO<br />

Este trabalho se propõe a realizar um experimento acerca da tecnologia<br />

VoIP (Voice over Internet Protocol – Voz sobre Protocolo Internet)<br />

envolvendo redes sem fio e dispositivos compatíveis com a mesma.<br />

Os principais objetivos deste trabalho são: compreensão das tecnologias<br />

de VoIP e de redes sem fio, e avaliação da viabilidade técnica de<br />

implementação da experimentação proposta em ambientes similares ao<br />

do experimento.<br />

A crescente necessidade de utilizar aplicações de voz, dados e imagem<br />

em uma única plataforma, sob o conceito de pacotes, está promovendo<br />

uma transformação na infraestrutura das operadoras de telecomunicações.<br />

É uma atualização tecnológica que beneficia tanto o<br />

usuário, abrindo a perspectiva de acesso a serviços inovadores e tarifas<br />

mais acessíveis, quanto as operadoras de telecomunicações, que podem<br />

reduzir custos utilizando serviços agregados à sua infraestrutura.<br />

Com a convergência tecnológica e uma boa utilização da infraestrutura<br />

já existente, as redes sem fio de comutação de pacotes ajudam a<br />

reduzir custos e facilitam o estabelecimento de uma infraestrutura imediata.<br />

Elas podem ser empregadas em paralelo com a base existente ou<br />

como alternativa às operadoras emergentes.


SUMÁRIO<br />

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO ............................................................................................ 1<br />

CAPÍTULO 2 – RE<strong>DE</strong>S S<strong>EM</strong> <strong>FIO</strong> .......................................................................................... 3<br />

2.1. HISTÓRICO ....................................................................................................................... 3<br />

2.2. CONCEITOS BÁSICOS DAS RE<strong>DE</strong>S S<strong>EM</strong> <strong>FIO</strong> ........................................................... 6<br />

2.3. PROPAGAÇÃO <strong>DE</strong> ONDAS ELETROMAGNÉTICAS ............................................... 7<br />

2.4. O PADRÃO IEEE 802.11 ................................................................................................ 11<br />

2.5. CONTROLE <strong>DE</strong> ACESSO AO MEIO ........................................................................... 14<br />

2.6. CRIPTOGRAFIA <strong>DE</strong> DADOS ....................................................................................... 16<br />

2.7. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 18<br />

CAPÍTULO 3 – VOZ SOBRE PROTOCOLO INTERNET............................................... 21<br />

3.1. HISTÓRICO ..................................................................................................................... 21<br />

3.2. COMUTAÇÃO NAS RE<strong>DE</strong>S <strong>DE</strong> TELECOMUNICAÇÕES ..................................... 23<br />

3.3. CONCEITOS BÁSICOS SOBRE <strong>VOIP</strong>......................................................................... 25<br />

3.4. PRINCIPAIS PROTOCOLOS <strong>VOIP</strong> ............................................................................. 26<br />

3.4.1. PADRÃO H.323 ............................................................................................................27<br />

3.4.2. PROTOCOLO SIP ........................................................................................................ 30<br />

3.4.3. PROTOCOLO IAX ....................................................................................................... 3�<br />

3.4.4. PADRÃO MEGACO .................................................................................................... 34<br />

3.4.5. PROTOCOLOS <strong>DE</strong> TRANSPORTE (UDP, RTP, RTCP) ........................................ 35<br />

3.5. QUALIDA<strong>DE</strong> <strong>DE</strong> SERVIÇO <strong>EM</strong> <strong>VOIP</strong> ........................................................................ 36<br />

3.6. SEGURANÇA <strong>EM</strong> RE<strong>DE</strong>S <strong>VOIP</strong> .................................................................................. 38<br />

3.7. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 40<br />

CAPÍTULO 4 – <strong>IMPL<strong>EM</strong>ENTAÇÃO</strong> .................................................................................. 41<br />

4.1. SOBRE O ASTERISK....................................................................................................... 41<br />

4.2. DIMENSIONAMENTO DO HARDWARE .................................................................. 42<br />

4.3. <strong>IMPL<strong>EM</strong>ENTAÇÃO</strong> DA INFRAESTRUTURA <strong>DE</strong> RE<strong>DE</strong> ....................................... 46<br />

4.4. CONFIGURAÇÃO DO SIST<strong>EM</strong>A OPERACIONAL DO SERVIDOR<br />

ASTERISK ....................................................................................................................47<br />

4.5. INSTALAÇÃO <strong>DE</strong> PRÉ-REQUISITOS <strong>DE</strong> SOFTWARE PARA O ASTERISK ...... 49<br />

4.6. INSTALAÇÃO DO ASTERISK ...................................................................................... 50<br />

4.7. ASTERISK CLI ................................................................................................................. 55<br />

4.8. CONFIGURAÇÃO DO ASTERISK .............................................................................. 56


x |<br />

Implementação de Comunicação Voip...<br />

4.8.1. CONFIGURAÇÃO DO PLANO <strong>DE</strong> DISCAG<strong>EM</strong> .................................................. 56<br />

4.8.2. CONFIGURAÇÃO DOS RAMAIS ............................................................................ 58<br />

4.9. CONFIGURAÇÃO DOS CLIENTES ............................................................................ 60<br />

4.9.1. CONFIGURAÇÃO DO SOFTPHONE NO WINDOWS ........................................ 60<br />

4.9.2. CONFIGURAÇÃO DO SOFTPHONE NO LINUX ................................................ 63<br />

4.9.3. CONFIGURAÇÃO DOS TELEFONES IP WIRELESS ........................................... 65<br />

4.10. TESTES <strong>DE</strong> <strong>COMUNICAÇÃO</strong> E BENCHMARKING BÁSICOS........................... 70<br />

4.11. CONCLUSÃO ................................................................................................................72<br />

CAPÍTULO 5 – CONCLUSÃO ............................................................................................. 75<br />

5.1. CONSI<strong>DE</strong>RAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 75<br />

5.2. SUGESTÃO <strong>DE</strong> TRABALHOS FUTUROS .................................................................. 76<br />

5.3. FÓRUM <strong>DE</strong> DISCUSSÕES ............................................................................................. 77<br />

ANEXO 1 - INSTALAÇÃO DO SIST<strong>EM</strong>A OPERACIONAL <strong>DE</strong>BIAN 4.0 ................... 79<br />

ANEXO 2 - INSTALAÇÃO DO SOFTPHONE X-LITE 3.0 NO WINDOWS ................ 91<br />

ANEXO 3 - INSTALAÇÃO DO SOFTPHONE X-LITE 2.0 NO LINUX ........................ 95<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 97


LISTA <strong>DE</strong> FIGURAS<br />

Figura 2.1. Técnica de acesso ao meio em uma rede WLAN. ................................... 16<br />

Figura 3.1. Crescimento do VoIP (em bilhões de minutos) ...................................... 24<br />

Figura 3.2. Terminais H.323 em uma rede de pacotes ............................................... 27<br />

Figura 3.3. Arquitetura e Componentes da Rede H.323 ............................................ 30<br />

Figura 3.4. Componentes e arquitetura simplificada SIP ........................................... 31<br />

Figura 3.5. Topologia típica de uma rede IAX ............................................................. 33<br />

Figura 3.6. Exemplo da arquitetura MGCP ................................................................. 35<br />

Figura 4.1. Telefone IP Wireless .................................................................................... 45<br />

Figura 4.2. Diagrama da infraestrutura de rede ......................................................... .47<br />

Figura 4.3. Principais características da interface do softphone X-Lite 3.0 ............. 61<br />

Figura 4.4. Configuração das contas SIP ...................................................................... 62<br />

Figura 4.5. Adicionar ou modificar contas SIP ............................................................ 63<br />

Figura 4.6. Principais características da interface do softphone X-Lite 2.0 ............. 64<br />

Figura 4.7. Configuração das contas SIP ...................................................................... 64<br />

Figura 4.8. Adicionar ou modificar contas SIP ............................................................ 65<br />

Figura 4.9. Configurações de rede do dispositivo ....................................................... 67<br />

Figura 4.10. Configuração da conta SIP no dispositivo ............................................. 68<br />

Figura 4.11. Configuração do CO<strong>DE</strong>C ........................................................................ .69<br />

Figura 4.12. Consumo de memória em ligações simultâneas entre ramais Asterisk ... 72<br />

Figura a.1. Tela inicial de instalação ............................................................................. 79<br />

Figura a.2. Tela de seleção do país ................................................................................. 80<br />

Figura a.3. Carregamento da instalação a partir do CD............................................. 81<br />

Figura a.4. Configuração da rede .................................................................................. 82<br />

Figura a.5. Particionador de disco ................................................................................. 83<br />

Figura a.6. Instalação do sistema base .......................................................................... 84<br />

Figura a.7. Definição de senha para o usuário root .................................................... 85


xii<br />

|<br />

Implementação de Comunicação Voip...<br />

Figura a.8. Mirrors no Brasil .......................................................................................... 86<br />

Figura a.9. Seleção do software ...................................................................................... 87<br />

Figura a.10. Instalação do GRUB ................................................................................. .88<br />

Figura a.11. Fim da instalação ....................................................................................... 89<br />

Figura a.12. Tela de login do sistema recém-instalado ............................................... 89<br />

Figura a.13. Tela inicial de instalação do softphone X-Lite 3.0 ................................. 91<br />

Figura a.14. Termos de uso ........................................................................................... .92<br />

Figura a.15. Local de instalação .................................................................................... .92<br />

Figura a.16. Fim da instalação ....................................................................................... 93<br />

Figura a.17. Reinicialização da máquina para completar o processo de instalação. 94


LISTA <strong>DE</strong> TABELAS<br />

Tabela 2.1. Valores do coeficiente “n” para alguns ambientes ................................... 10<br />

Tabela 2.2. Perdas de penetração em obstáculos em 2,4 GHz ................................... 11<br />

Tabela 2.3. Resumo das principais características IEEE 802.11 ................................ 12<br />

Tabela 4.1. Consumo dos Recursos Computacionais ................................................. 71


LISTA <strong>DE</strong> ABREVIATURAS E SIGLAS<br />

ACK (Acknowledgment – Reconhecimento)<br />

AP (Access Point – Ponto de Acesso)<br />

B-ISDN (Broadband Integrated Services Digital Networks - Rede Digital de Serviços<br />

Integrados de Banda Larga)<br />

CCK (Complementary Code Keying – Chaveamento de Código Complementar)<br />

CDMA (Code Division Multiple Access - Acesso Múltiplo por Divisão de Código)<br />

CLI (Command Line Interface – Interface da Linha de Comando)<br />

CNAME (Canonical Name - Nome canônico)<br />

CO<strong>DE</strong>C (codificador/decodificador)<br />

CSMA/CA (Carrier Sense Multiple Access with Collision Avoidance - Acesso<br />

Múltiplo com Detecção de Portadora com Evasão de Colisão)<br />

CTS (Clear to Send – Pronto para Transmitir)<br />

DCF (Distributed Coordination Function - Função de Coordenação Distribuída)<br />

DDD (Discagem Direta a Distância)<br />

DFWMAC (Distributed Foundation Wireless Media Access Control - Fundação<br />

Distribuída de Controle de Acesso à Mídia Sem Fios)<br />

DHCP (Dynamic Host Configuration Protocol – Protocolo de Configuração de<br />

Estações Dinâmico)<br />

DIFS (Distributed Inter Frame Space - Espaço Distribuído Entre Quadros)<br />

DNS (Domain Name System - Sistema de Nomes de Domínios)<br />

DoS (Denial of Service - Negação de Serviço)<br />

EDCA (Enhanced Distributed Channel Access - Acesso de Canal Distribuído<br />

Melhorado)<br />

EDCF (Enhanced Distributed Channel Function - Função de Canal Distribuída<br />

Melhorada)<br />

European COST 231 (European Cooperation in the Field of Scientific and Technical<br />

Research - Fórum da União Europeia para Cooperação em Pesquisas Científicas)<br />

ESSID (Extended Service Set ID – ID do Conjunto de Serviço Estendido)<br />

FCC (Federal Communication Commission - Comissão de Comunicação Federal)<br />

FM (Frequency Modulation - Modulação em Frequência)<br />

GPL (General Public License – Licença Pública Geral)<br />

GSM (Global System for Mobile Communications – Sistema Global para<br />

Comunicações Móveis)


xvi<br />

|<br />

Implementação de Comunicação Voip...<br />

HCCA (HCF Controlled Channel Access - Acesso de Canal Controlado HCF)<br />

HCF (Hybrid Coordination Function - Função de Coordenação Híbrida)<br />

HTTP (Hypertext Transfer Protocol - Protocolo de Transferência de Hipertexto)<br />

IAX (Inter–Asterisk eXchange – Troca Entre Servidores Asterisk)<br />

IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers - Instituto de Engenheiros em<br />

Eletrônica e Eletricidade)<br />

IETF (Internet Engineering Task Force – Força-Tarefa para Engenharia da Internet)<br />

IMTS (Improved Mobile Telephone Service - Serviço de Telefonia Móvel Melhorado)<br />

IP (Internet Protocol – Protocolo Internet)<br />

ISDN (Integrated Services Digital Networks – Rede Digital de Serviços Integrados)<br />

ITU-R (International Telecommunication Union – União Internacional de<br />

Telecomunicações)<br />

IV (Initialization Vector - Vetor de Inicialização)<br />

MAC (Medium Access Control - Controle de Acesso ao Meio)<br />

MBR (Master Boot Record – Registro Mestre de Inicialização)<br />

MCU (Multipoint Control Unit – Unidades de Controle Multiponto)<br />

MGCP (Media Gateway Control Protocol – Protocolo de Sinalização de Mídia de<br />

Gateways)<br />

MIC (Message Integrity Code – Código de Checagem de Mensagem)<br />

MIMO (Multiple-Input Multiple-Output - Múltipla-Entrada Múltipla-Saída)<br />

MNB (Measuring Normalizing Blocks - Blocos Normalizados de Medição)<br />

MOS (Mean Opinion Score – Contagem Média de Opinião)<br />

NAT (Network Address Translation – Tradução de Endereço de Rede)<br />

NAV (Network Allocation Vector – Vetor de Alocação de Rede)<br />

OFDM (Orthogonal Frequency Division Multiplexing – Modulação por Divisão<br />

Ortogonal de Frequência)<br />

PAMS (Perceptual Analysis Measurement System – Sistema de Medida da Análise da<br />

Percepção)<br />

PBX (Private Branch Exchange – Troca de Ramais Privados)<br />

PC (Personal Computer – Computador Pessoal)<br />

PCF (Point Coordination Function - Função de Coordenação Pontual)<br />

PESQ (Perceptual Evaluation Of Speech Quality – Avaliação Perceptual da<br />

Qualidade da Voz)<br />

PHY (Physical – Física)<br />

PRI (Primary Rate Interface Lines – Interface de Linhas de Taxa Primária)<br />

PSQM (Perceptual Speech Quality Measurement - Medida de Qualidade Perceptual<br />

da Fala)<br />

PSTN (Public Switched Telephone Network - Rede de Telefonia Pública Comutada)<br />

QoS (Quality of Service – Qualidade de Serviço)<br />

RF (Radiofrequência)<br />

RM/OSI (Reference Model / Open Systems Inteconnection – Modelo de Referência /


Lista de Abreviaturas Redes sem e Siglas Fio | xvii<br />

Interconexão de Sistemas Abertos)<br />

RR (Receiver Report - Relatório do Receptor)<br />

RSN (Robust Security Network – Segurança Robusta de Rede)<br />

RTCP (Real Time Control Protocol – Protocolo de Controle de Tempo Real)<br />

RTP (Real Time Protocol – Protocolo de Tempo Real)<br />

RTS (Request to Send – Solicitação para Transmitir)<br />

SCN (Swtiched Circuit Network – Rede de Circuito Comutado)<br />

SIFS (Short Inter Frame Space - Espaço Curto Entre Quadros)<br />

SIP (Session Initiation Protocol – Protocolo de Iniciação da Sessão)<br />

SPIT (Spam over Internet Telephony - Spam na Telefonia da Internet)<br />

SR (Sender Report - Relatório do Remetente)<br />

SRTP (Secure Realtime Transport Protocol – Protocolo de Transporte Seguro em<br />

Tempo Real)<br />

TDMA (Time Division Multiple Access - Acesso Múltiplo por Divisão de Tempo)<br />

TKIP (Temporal Key Integrity Protocol - Protocolo de Integridade da Chave<br />

Temporária)<br />

UDP (User Datagram Protocol – Protocolo de Datagrama do Usuário)<br />

UHF (Ultra High Frequency – Frequência Extremamente Alta)<br />

VLANs (Virtual Local Area Network – Rede Local Virtual)<br />

VoIP (Voice over Internet Protocol – Voz sobre Protocolo Internet)<br />

WECA (Wireless Ethernet Compatibility Alliance - Aliança de Compatibilidade<br />

Ethernet e Sem Fios)<br />

WEP (Wired Equivalent Privacy - Privacidade Equivalente à Cabeada)<br />

WFA (Wi-Fi Alliance – Aliança Wi-Fi)<br />

Wi-Fi (Wireless Fidelity – Fidelidade Sem Fio)<br />

WLAN (Wireless Local Area Network – Rede de Área Local Sem Fio)<br />

WPA (Wi-Fi Protected Access – Acesso Protegido Wi-Fi)<br />

WPA-PSK (WPA - Pre Shared Key – WPA - Chave Pré-compartilhada)


1. INTRODUÇÃO<br />

C apítulo 1<br />

Redes sem Fio | 1<br />

Após a primeira metade da década de 90 o tráfego de voz em redes<br />

IP (Internet Protocol – Protocolo da Internet) deixa os laboratórios dos<br />

pesquisadores para ganhar o mercado. Esta revolução tecnológica alavancou<br />

um processo de desenvolvimento que não se restringiu apenas a<br />

esta “nova” tecnologia, mas foi capaz de estimular acessos cada vez mais<br />

velozes e qualidade crescente da rede de telecomunicações envolvida.<br />

Além de se tornar um serviço agregado a uma infraestrutura de rede<br />

já estabelecida, a tecnologia VoIP se torna uma alternativa interessante<br />

frente aos custos crescentes da telefonia convencional.<br />

Outra tecnologia “recente” ganha espaço a cada dia. Capaz de expandir<br />

as redes cabeadas, as redes sem fio - também chamadas de redes<br />

wireless - trazem maior flexibilidade e escalabilidade. Ao final da primeira<br />

metade da década de 90, os primeiros produtos comerciais capazes<br />

de explorar tal tecnologia surgem no mercado.<br />

O presente trabalho tem por objetivo principal experimentar estas<br />

duas “recentes” tecnologias em um ambiente de intranet com a utilização<br />

de telefones IP sem fio, também chamados de telefones WLAN-<br />

VoIP. São avaliadas diferentes possibilidades, em ambientes heterogêneos<br />

e com porções de rede cabeadas e sem fio.<br />

A experimentação proposta é embasada em aspectos teóricos. Tais<br />

aspectos são suficientemente relevantes para que sejam explorados imediatamente<br />

antes de suas respectivas aplicações experimentais.<br />

Desta forma, o trabalho é estruturado em uma parte teórica e uma<br />

parte prática. Na teórica são apresentados aspectos conceituais acerca<br />

da tecnologia de rede sem fio (Capítulo 2) e VoIP (Capítulo 3). Na prá-


2 |<br />

Implementação de Comunicação Voip...<br />

tica, encontra-se a implementação da infraestrutura proposta (Capítulo<br />

4). A parte final do trabalho é definida pelas conclusões acerca da<br />

experimentação, testes realizados e pela sugestão de trabalhos futuros<br />

(Capítulo 5).


2.1. HISTÓRICO<br />

C apítulo 2<br />

RE<strong>DE</strong>S S<strong>EM</strong> <strong>FIO</strong><br />

Redes sem Fio | 3<br />

Ao inventar o telégrafo em 1838, Samuel Morse instituiu um marco<br />

para os sistemas de comunicação que evoluíram para as redes de telefonia,<br />

rádio, televisão e computadores [1].<br />

Neste sentido, as redes de comunicação sem fio estão sendo cada<br />

vez mais utilizadas em virtude de sua mobilidade e pelo fato de, em<br />

determinados ambientes, a rede cabeada não ser a opção mais adequada.<br />

Além de promover mobilidade, as redes sem fio imperam em locais<br />

onde os cabos não alcançam e com uma escalabilidade notável.<br />

Os alicerces da tecnologia de rede sem fio são baseados na portabilidade<br />

e na praticidade. Essas duas características implicam em baixos<br />

custos de instalação e operação graças ao fato de permitirem maior facilidade<br />

de operação e menor tempo de implantação e manutenção, além<br />

de permitirem maior flexibilidade.<br />

As redes sem fio chegam para estender a abrangência das redes<br />

cabeadas através de ondas de rádio. Mas para que esse complemento<br />

para redes cabeadas possa ser aceito, há a necessidade de uma padronização.<br />

Essa padronização possibilita a perfeita integração com as<br />

redes cabeadas, garantindo a conectividade entre as redes e, assim,<br />

torna-se uma ótima opção para a expansão de redes cabeadas sem a<br />

necessidade de intervenção drástica na infraestrutura já instalada. No<br />

decorrer do desenvolvimento deste trabalho, será analisado qual foi o<br />

padrão adotado.<br />

Na evolução histórica dos sistemas de comunicação no mundo destacam-se,<br />

com ênfase nas transmissões sem fio:


4 | Implementação de Comunicação Voip...<br />

- Em 1880, Hertz faz suas demonstrações eletromagnéticas;<br />

- Em 1887, Marconi percebe o alcance da descoberta de Hertz e realiza<br />

transmissões de seu barco para uma ilha a quase 29 quilômetros da costa;<br />

- Em 1921, viaturas da polícia civil de Detroit utilizam o rádio para<br />

se comunicarem com o quartel central (sistema de rádio broadcasting).<br />

O sistema operava em uma frequência próxima a 2 MHz;<br />

- Em 1940, novas frequências entre 30 MHz e 40 MHz foram disponibilizadas.<br />

O aumento da disponibilidade de canais encorajou um<br />

substancial crescimento dos sistemas usados pela polícia. Pouco depois,<br />

outros usuários descobriram a necessidade desta forma de comunicação.<br />

Houve também o primeiro uso da tecnologia spread spectrum;<br />

- Em 1945, os laboratórios Bell iniciam um programa experimental<br />

orientado para a telefonia móvel, na faixa de 150 MHz;<br />

- Em 1949, com o surgimento da televisão, o FCC (Federal<br />

Communication Commission - Comissão de Comunicação Federal),<br />

resolve utilizar a faixa de 470 MHz a 890 MHz e criar 70 novos canais de<br />

6 MHz cada para as emissoras de TV;<br />

- Em 1955/1956, a evolução tecnológica permite a ampliação dos<br />

serviços;<br />

- Em 1960, há melhorias nos receptores FM (Frequency Modulation<br />

- Modulação em Frequência) e o FCC reduz a largura dos canais: FM<br />

para 30 kHz e UHF (Ultra High Frequency – Frequência Extremamente<br />

Alta) para 25 kHz;<br />

- Em 1967, ocorre a introdução do sistema experimental IMTS<br />

(Improved Mobile Telephone Service - Serviço de Telefonia Móvel<br />

Melhorado), que foi uma experiência bem-sucedida implementada<br />

em diversos centros metropolitanos. As principais características<br />

eram: transmissor de alta potência, operação Full-Duplex, comutação<br />

automática, operação entre 150 MHz e 450 MHz com canais de 30 kHz;<br />

- Em 1980, o FCC atribui frequências para o uso comercial. Nesse<br />

período, predominam as aplicações limitadas usando Narrowband;


Redes sem Fio | 5<br />

- Em 1989, o FCC, órgão americano responsável pela regulamentação<br />

do uso do espectro de frequências, autorizou o uso de três faixas de<br />

frequência: 900 MHz, 2,4 GHz e 5 GHz. Nesse mesmo período, produtos<br />

usando 900 MHz são produzidos;<br />

- Em 1990, o IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers<br />

- Instituto de Engenheiros em Eletrônica e Eletricidade) instituiu um<br />

comitê para a definição de um padrão para a conectividade sem fio;<br />

- Em 1997, produtos usando 2,4 GHz são produzidos e começam a<br />

roubar a cena. Nesse ano, é aprovado o padrão IEEE 802.11;<br />

- Em 1999, foram ratificados os padrões IEEE 802.11b e 802.11a, que<br />

usam as frequências de 2,4 GHz e 5 GHz, e são capazes de atingir taxas nominais<br />

de transmissão de 11 Mbps e 54 Mbps, respectivamente. O padrão<br />

802.11b, apesar de atingir taxas de transmissão menores, ganhou fatias<br />

maiores do mercado do que o padrão 802.11a; as razões para isso foram<br />

basicamente duas: primeiro, as interfaces 802.11b eram mais baratas do<br />

que as 802.11a e, segundo, as implementações do 802.11b foram lançadas<br />

no mercado antes das implementações do 802.11a. Além disso, nesse ano<br />

foi criada a WECA (Wireless Ethernet Compatibility Alliance - Aliança de<br />

Compatibilidade da Ethernet Sem Fio), que se organizou com o objetivo<br />

de garantir a interoperabilidade entre os dispositivos de diferentes fabricantes.<br />

Vários produtos baseados no 802.11b começam a ser produzidos;<br />

- Em 2000, surgiram os primeiros hot spots, que são áreas públicas<br />

onde é possível acessar a Internet por meio das redes IEEE 802.11. A<br />

WECA lançou o selo Wi-Fi (Wireless Fidelity – Fidelidade Sem Fio)<br />

para testar a adesão dos fabricantes dos produtos às especificações; mais<br />

tarde, o termo Wi-Fi tornou-se um sinônimo de uso abrangente das<br />

tecnologias IEEE 802.11. Nesse período, também se dá a revolução voz<br />

e dados na na telefonia celular;<br />

- Em 2001, a companhia americana de cafeterias Starbucks implementou<br />

hot spots em sua rede de lojas. Nesse período, os pesquisadores<br />

Scott Fluhrer, Itsik Mantin e Adi Shamir demonstraram que o protocolo<br />

de segurança WEP (Wired Equivalent Privacy - Privacidade Equivalente<br />

à Cabeada) é inseguro;


6 | Implementação de Comunicação Voip...<br />

- Em 2002, a WECA passou a se chamar WFA (Wi-Fi Alliance –<br />

Aliança Wi-Fi) e lançou o protocolo WPA (Wi-Fi Protected Access –<br />

Acesso Protegido Wi-Fi) em substituição ao protocolo WEP;<br />

- Em 2003, o comitê de padronização da IEEE aprovou o padrão<br />

IEEE 802.11g que, assim como o 802.11b, trabalha na frequência de 2,4<br />

GHz, mas alcança até 54 Mbps de taxa nominal de transmissão. Aprovou<br />

também, sob a sigla IEEE 802.11f, a recomendação de práticas para<br />

a implementação de handoff;<br />

- Em 2004, a especificação 802.11i aumentou consideravelmente a<br />

segurança, definindo melhores procedimentos para a autenticação, autorização<br />

e criptografia. Nesse momento, os serviços de 3ª geração se<br />

tornam disponíveis para o público;<br />

- Em 2005, foi aprovada a especificação 802.11e, agregando QoS<br />

(Quality of Service – Qualidade de Serviço) às redes IEEE 802.11. Foram<br />

lançados comercialmente os primeiros pontos de acesso trazendo préimplementações<br />

da especificação IEEE 802.11e;<br />

- Em 2006, surgiram as pré-implementações do padrão 802.11n, que<br />

usa múltiplas antenas para transmissão e recepção, MIMO (Multiple-<br />

Input Multiple-Output - Múltipla-Entrada Múltipla-Saída), atingindo<br />

taxa nominal de transmissão de até 600 Mbps [2,3,4].<br />

2.2. CONCEITOS BÁSICOS <strong>DE</strong> RE<strong>DE</strong>S S<strong>EM</strong> <strong>FIO</strong><br />

Uma rede sem fio é uma rede que usa ondas de RF (Radiofrequência)<br />

para fazer uma conexão com a Internet ou entre redes, ou até mesmo<br />

simplesmente para interligar dispositivos em uma rede. Durante o<br />

desenvolvimento deste trabalho, as redes sem fio serão referidas também<br />

como redes wireless ou mesmo WLAN (Wireless Local Area Network –<br />

Rede de Área Local Sem Fio).<br />

As redes sem fio se diferenciam em dois tipos. O primeiro tipo de<br />

rede sem fio baseia-se na comunicação de cada dispositivo móvel com<br />

os demais por um equipamento centralizador, denominado AP (Access


Redes sem Fio | 7<br />

Point – Ponto de Acesso) ou estação base. Nessa configuração de rede,<br />

cada um dos dispositivos móveis comunica-se somente com o AP que<br />

faz o roteamento das informações. Toda a comunicação entre os dispositivos<br />

necessariamente passa por um AP e todos os dispositivos devem<br />

estar ao alcance de um AP. Esses APs podem ou não estar conectados<br />

a outros APs e a outras redes, seja por meio de cabos, seja pela própria<br />

interface sem fio. Esse tipo de rede sem fio é denominada rede infraestruturada,<br />

ou do tipo infra-estrutura.<br />

Nessa configuração de redes, infraestruturada, é possível alcançar<br />

melhores níveis de segurança dado o controle maior que se pode ter<br />

do AP centralizado. Sendo o AP uma estrutura central, torna-se mais<br />

simples estabelecer controles sobre as informações e as ações dos nós<br />

da rede sem fio.<br />

O segundo tipo de rede sem fio é constituído por um conjunto de<br />

dispositivos móveis capazes de se comunicar diretamente um com o outro,<br />

sem a necessidade de APs, bastando apenas que os dispositivos estejam<br />

ao alcance mútuo. Quando um dispositivo de destino das informações<br />

não se encontra diretamente ao alcance do dispositivo de origem,<br />

ele pode usar seus dispositivos vizinhos para alcançá-lo, ou seja, cada<br />

dispositivo é capaz de rotear informações na rede fazendo uma comunicação<br />

por múltiplos saltos até que seja alcançado o nó destinatário. Esse<br />

tipo de rede sem fio é denominado de rede ad-hoc.<br />

2.3. PROPAGAÇÃO <strong>DE</strong> ONDAS ELETROMAGNÉTICAS<br />

A transmissão de dados em redes sem fio é feita por RF, ou seja, o<br />

meio de transmissão é o ar. Tal afirmação é suficiente para indicarmos<br />

o quão importante são os testes de campo para aferirmos os efeitos do<br />

ambiente sobre os dados transmitidos numa rede wireless.<br />

Tais verificações e testes de campo para mensurar os efeitos do ambiente<br />

sobre a rede sem fio chamam-se Site Survey. O Site Survey é um<br />

procedimento indispensável para detectar e superar problemas de desempenho<br />

na implantação de uma nova infraestrutura ou ampliação de<br />

uma rede.


8 | Implementação de Comunicação Voip...<br />

O Site Survey é altamente recomendável para que um projeto seja<br />

elaborado adequadamente e é precursor da implementação de uma<br />

infraestrutura de rede bem-sucedida. Pode ter como objetivos desde a<br />

avaliação dos resultados obtidos com as melhorias da infraestrutura da<br />

rede até a identificação e a solução de problemas de implementação.<br />

Durante a verificação (inspeção), devem ser levantadas todas as condições<br />

técnicas do local da instalação, que inclui verificar a existência ou<br />

não de obstáculos que possam dificultar o lançamento do cabeamento<br />

ou o posicionamento das antenas, facilidade de pontos de energia, aterramento,<br />

ventilação, segurança, entre outros.<br />

Nas redes wireless, a inspeção deve contemplar a análise de possíveis<br />

interferências de RF, níveis e condições de propagação do sinal, servindo<br />

como fonte adicional de informação para o projeto de localização<br />

dos APs.<br />

Podemos afirmar que existem duas modalidades de Site Survey para<br />

as redes wireless:<br />

- Site Survey Indoor;<br />

- Site Survey Outdoor.<br />

O Site Survey Indoor é realizado para identificar a localização e o<br />

número das estações base necessárias (cobertura e tráfego previsto).<br />

Os equipamentos utilizados são basicamente um notebook ou handheld<br />

com adaptador de rede sem fio e um AP.<br />

O Site Survey Outdoor é realizado para, além de identificar e localizar<br />

os pontos de rede, verificar se existe visada direta com os APs remotos<br />

ou se há algum tipo de obstáculo, além de servir como ferramenta de<br />

coleta de outras informações relevantes ao projeto.<br />

Em resumo, o principal objetivo de um Site Survey é assegurar que<br />

o número, localização e configuração dos pontos de rede forneçam as<br />

funcionalidades requeridas e propiciem um desempenho compatível<br />

com o investimento proposto no projeto. Não existe uma fórmula específica<br />

para realizar um Site Survey. A melhor receita é a prática, pois<br />

cada caso apresenta uma situação única e as soluções adotadas em um


Redes sem Fio | 9<br />

projeto de infraestrutura dificilmente serão as ideais para outro. Os<br />

procedimentos envolvidos na metodologia visam dimensionar adequadamente<br />

o local para a instalação dos equipamentos e cabos (redes<br />

estruturadas) ou de APs (redes wireless), permitindo que todas as estações<br />

possam ter qualidade nas conexões e obtenham total acesso às<br />

aplicações disponíveis na rede.<br />

Juntamente com o Site Survey existem outros recursos que permitem<br />

predizer o comportamento da rede em determinado ambiente. Entre<br />

esses recursos, podem ser citados os estudos acerca dos modelos de<br />

propagação. Esses modelos podem ser obtidos de duas formas: empírica<br />

ou deterministicamente. Na maior parte das vezes, o modelo utilizado<br />

na elaboração de um projeto (pequeno) é o modelo empírico, justamente<br />

por se aproximar mais da realidade imediatista do mercado e por não<br />

tratar de ambientes muito complexos em sua modelagem.<br />

Os modelos determinísticos, ou teóricos, são baseados em soluções<br />

de equações de onda e usam formulações da teoria eletromagnética<br />

para realizar seus cálculos. Devido ao uso da teoria eletromagnética, os<br />

modelos teóricos são bem confiáveis e podem ser usados em diversos<br />

ambientes, mas sua implementação é mais difícil e exige mais recursos<br />

computacionais. Um exemplo de modelo teórico é Modelo de Traçados<br />

de Raios (Ray Tracing), que serve de base para todos os outros modelos<br />

teóricos, e basicamente simula as reflexões e as difrações do sinal em<br />

obstáculos.<br />

Já os modelos empíricos são obtidos através de medições nos diversos<br />

tipos de ambientes, tendo assim a possibilidade de adequação do<br />

modelo com o ambiente real.<br />

Com as medições, observou-se que, em muitos ambientes, ocorre<br />

uma atenuação do sinal em relação à distância elevada a um expoente<br />

“n”, ou seja, P t x d -n , o que foi chamado de gradiente de potênciadistância.<br />

O coeficiente “n” indica as perdas ocorridas através de fenômenos,<br />

tais como a reflexão e a difração no trajeto. Alguns valores de “n” podem<br />

ser vistos na Tabela 2.1.


10<br />

| Implementação de Comunicação Voip...<br />

Tabela 2.1. Valores do coeficiente “n” para alguns ambientes [5].<br />

Expoente “n” em alguns ambientes<br />

Espaço livre 2<br />

Área urbana 2,7 a 3,5<br />

Indoor em corredores 1,6 a 1,8<br />

Indoor pouco obstruído 2,2 a 2,7<br />

Indoor com obstrução média 2,8 a 3,5<br />

Ambientes abertos semilivres 3 a 4<br />

Indoor com muita obstrução 4 a 6<br />

Os principais modelos empíricos serão citados a seguir com algumas<br />

de suas características. Entretanto, serão ocultados alguns detalhes<br />

matemáticos, pois se fugiria do escopo proposto ao nos aprofundarmos<br />

demasiadamente em tais detalhes. Seguem os modelos:<br />

- Modelo One Slope: é um modelo muito simples, pois depende unicamente<br />

da distância entre o transmissor e o receptor, e do gradiente;<br />

- Modelo Multi-Wall (ou múltiplas paredes): este modelo prevê que<br />

a perda no trajeto é dada pela soma da perda no espaço livre com as<br />

perdas provocadas pelas paredes e pisos do caminho. Esse modelo é um<br />

pouco mais trabalhoso, pois exige a caracterização dos obstáculos do<br />

caminho;<br />

- Modelo ITU-R (International Telecommunication Union – União<br />

Internacional de Telecomunicações), Recomendação P.1238: este modelo<br />

é bem semelhante ao Multi-Wall no que se refere aos pisos, entretanto<br />

ele não exige muitas informações quanto ao lugar em que será feita a<br />

instalação;<br />

- Modelo Chan e Razaqpur: este modelo é mais usado para ambientes<br />

internos e baseia-se principalmente na propagação do sinal entre as<br />

paredes e desconsiderando os pisos;

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