Objetivo é valorizar mobiliário e objetos produzidos com ... - Abrafati

Revista ABRAFATI
é uma publicação da
Associação Brasileira dos
Fabricantes de Tintas,
de circulação di rigida e
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Impressão
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desde que citada a fonte.
Capa
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Filiada à ABERJE
Editorial
Estamos nos aproximando da realização da ABRAFATI 2011, que mobiliza o nosso setor e
representa uma contribuição essencial para o seu desenvolvimento e atualização tecnológica,
apontando os caminhos para a evolução, a partir das mais avançadas pesquisas e soluções.
A abrangente programação do Congresso está marcada por temas de grande atualidade e
interesse para os profissionais da cadeia de tintas, fazendo com que Inovação e Sustentabilidade
– as bases do evento – sejam abordadas com profundidade e sob variados aspectos: os mais
recentes avanços relacionados às matérias-primas, as tecnologias que estarão em voga nos
próximos anos, as novas tendências em produtos e processos, aplicações inéditas e muito mais.
O vasto arsenal de conhecimentos aportado pelos palestrantes estará acessível para impulsionar
o desenvolvimento do setor de tintas no Brasil, cujas perspectivas são extremamente favoráveis
para os próximos anos, como mostrou o recente Fórum ABRAFATI. As quatro sessões plenárias
agregam ainda mais valor a essa programação de qualidade, reunindo um time de especialistas de
renome internacional, cujo grau de conhecimento e experiência são difíceis de igualar.
Complementando e enriquecendo o Congresso, como um local de demonstração da aplicação
prática dos conteúdos apresentados, a Exposição permitirá a visão, em tempo real, de como o
futuro da cadeia de tintas está sendo construído.
A realização simultânea do Congresso e da Exposição proporciona as condições ideais
para a interação entre os técnicos e gestores, públicos que parecem ter interesses e vocações
divergentes, mas que precisam manter contato para que o avanço científico e tecnológico resulte
em desenvolvimento, crescimento e geração de negócios – condições essenciais para que o Brasil
continue a ter uma cadeia de tintas dinâmica, forte e atualizada.
Contamos com a presença de todos na ABRAFATI 2011!
Nesta Edição
ABRAFATI 2011
Aproxima-se o grande encontro da cadeia produtiva de tintas,
essencial para o desenvolvimento tecnológico e a adoção da
sustentabilidade como base da atuação do setor.
Sessões Plenárias
Apresentações de personalidades com conhecimento
diferenciado e vasta experiência oferecerão visões
abrangentes e privilegiadas sobre temas chave.
Dilson Ferreira
Presidente-executivo
Conjuntura
Com forte interação, Fórum ABRAFATI mostrou que a indústria
de tintas cresce em ritmo menor, mas perspectivas para o
futuro seguem sendo animadoras.
Sustentabilidade
Campanha Madeira de Verdade busca valorizar mobiliário
e objetos produzidos com esse material de características
únicas e estimular o seu uso na construção.
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REVISTA ABRAFATI – 3

Foto: Michael Brown / Fotolia
ABRAFATI 2011
Congresso Internacional de Tintas: o local
para aprender, atualizar-se, compartilhar,
conhecer, debater, encontrar, entender...
Os maiores especialistas, tratando dos
temas mais relevantes ligados à inovação e
à sustentabilidade na cadeia de tintas: este
é o programa do evento.
Ao longo de três dias, as principais
ideias, as pesquisas em andamento,
os desenvolvimentos
e descobertas mais recentes
relacionadas ao universo das
tintas serão apresentados por
dezenas de profissionais de
todo o mundo, tanto do meio
empresarial quanto do acadêmico.
Tendo a Inovação e a Sustentabilidade
como eixos centrais –
assim como vem ocorrendo na atuação
e na definição das estratégias da cadeia
de tintas –, a programação do 12º Congresso
Internacional de Tintas permitirá
conhecer os caminhos já trilhados e
aqueles ainda por trilhar na trajetória
do setor em direção ao futuro.
Ao analisar os títulos das 72 palestras
4 – REVISTA ABRAFATI
que serão ministradas entre 21 e 23 de
novembro (veja a lista nas páginas 10 e
11), é possível perceber a forte presença
de termos que revelam os rumos do setor:
soluções sustentáveis, produtos de
nova geração, formulações inovadoras,
nanotecnologia, revestimentos inteligentes,
gestão de CO 2 , minimização
de riscos, matérias-primas renováveis,
zero ou baixo VOC, otimização
de propriedades das tintas, alta
performance e muito mais.
Se nos títulos já fica claro o direcionamento
dos estudos, nos
resumos descritivos enviados
pelos autores a preocupação em
abordar, de forma transversal e
original, temas relacionados à
sustentabilidade e em apresentar
avanços técnicos significativos é
ainda mais evidente. O mesmo
vale para as dezenas de trabalhos
que serão mostrados na Sessão
Pôster e para as apresentações
Palestras de alto nível
apresentarão conteúdos inovadores
nos seminários sobre cura por radiação
e sobre assuntos ambientais e de
segurança, além das sessões plenárias
(informações mais detalhadas sobre
essas atrações estão disponíveis nas
próximas páginas).
“Entendendo que a ABRAFATI 2011 é
um espaço voltado para a disseminação
do conhecimento e a evolução tecnológica
da cadeia de tintas, as mais importantes
empresas do setor, em âmbito
mundial, estimularam seus especialistas
a inscrever papers que mostrassem
o atual estágio das suas pesquisas e
ações voltadas para a inovação. Essas
empresas sabem que são beneficiadas
por esse intenso intercâmbio de ideias
Fotos: Iara Morselli

ABRAFATI 2011
e experiências, ao mesmo tempo em que
consolidam a sua imagem de lançadoras
de tendências e impulsionadoras
do avanço, o que tem repercussões
favoráveis em seus negócios”, afirma
Dilson Ferreira, presidente-executivo
da ABRAFATI.
“Complementarmente, vimos crescer
a já representativa participação de
pesquisadores ligados a universidades
e centros de pesquisa, o que é extremamente
positivo sob vários aspectos, dos
quais ressaltaria especialmente dois.
Primeiro, isso contribui para a necessária
integração entre indústria e academia,
que precisam ter uma parceria
mais efetiva em prol da ciência e da tecnologia.
Adicionalmente, traz a visão e
os resultados obtidos por pesquisadores
que sofrem menos as pressões do tempo
e da relação custo-benefício e que,
portanto, podem explorar mais a fundo
possibilidades que a indústria algumas
vezes deixa de lado”, acrescenta.
Na Sessão Pôster, trabalhos
de qualidade e interação com autores
Dezenas de trabalhos serão apresentados
este ano sob a forma de pôster,
enriquecendo a ABRAFATI 2011 e
somando-se à extensa programação
de palestras. São estudos que abordam
temas relevantes para a cadeia de tintas,
tendo como eixo central a Inovação e a
Sustentabilidade.
Consagrada como forma de apresentação
de trabalhos e pesquisas em encontros
científicos, a Sessão Pôster vem
evoluindo a cada edição do Congresso
e ampliando a oferta de conteúdo de
qualidade.
Muitos autores demonstram preferência
por essa modalidade de apresentação,
Empenho em construir
um futuro sustentável
Depois de avaliar quase duas centenas
de trabalhos, o Comitê Científico do
Congresso – formado por especialistas
da indústria com alto grau de reconhecimento
por sua expertise – definiu a
programação de apresentações orais
e sob a forma de pôster, atendendo
aos critérios de relevância, atualidade,
qualidade técnica e adequação ao tema
geral do evento. Foi uma missão complexa,
mas que ao mesmo
tempo trouxe uma certeza
muito forte: a de que a cadeia
de tintas está empenhada
em construir um futuro
sustentável, pesquisando
incessantemente novas e
melhores soluções.
“A presença de um número
próximo a 1.500 congressistas,
com acesso a toda a pro-
produzindo pôsteres
que permitem uma
comunicação clara dos
resultados da pesquisa,
em formato que
estimula a interação.
“Em trabalhos que
contêm gráficos, figuras
e estatísticas
complexos, o pôster
é especialmente adequado,
por proporcionar
mais tempo para
apreciação e assimilação
dos dados pelos leitores. Outra
vantagem é possibilitar maior discussão
do público com o pesquisador, gerando
novas ideias e até mesmo sugestões
gramação do Congresso, e mais alguns
milhares de visitantes que tomarão
contato com as inovações no evento é a
garantia de que todo esse conhecimento
e esse vasto acervo de novas soluções
circularão, passarão a fazer parte dos
projetos das empresas e se renovarão,
levando adiante o círculo virtuoso da
evolução tecnológica, que motivou a
criação do Congresso e da Exposição
pela ABRAFATI e que os mantêm mais
vivos e essenciais do que nunca”, conclui
Dilson Ferreira.
Comitê Científico do Congresso
Jorge Fazenda – ABRAFATI (coordenação)
Elaine Cristina Eiras Poço – Akzo Nobel
Gisele Bonfim – ABRAFATI
Leandro Galuschka – PPG
Maria Angela Pereira – Sherwin-Williams
Maria Cristina K. C. de Carvalho – Renner Sayerlack
Paulo Cesar Giglio de Souza – Valspar
Valdir Guindalini – DuPont
Wilson Carlos de Souza – BASF
para novas pesquisas ou soluções para
problemas eventualmente encontrados”,
afirma Telma Florêncio, coordenadora
geral do evento.
Foto: Rodrigo Sodré
REVISTA ABRAFATI – 5

ABRAFATI 2011
Programação variada e repleta de atrações
Inovações e aprimoramentos foram introduzidos
nesta edição do Congresso, ampliando as
possibilidades de contato com as pesquisas
e os desenvolvimentos mais recentes.
A programação da ABRAFATI 2011
inclui diversas atividades e eventos, que
agregam conteúdo, abrem espaço para a
discussão de temas relevantes e geram
novas possibilidades de interação com
os especialistas.
As inovações e tendências da tecnologia
de cura por radiação e de sua aplicação,
por exemplo, serão apresentadas e debatidas,
nos três dias do evento, no 2º
Seminário ABRAFATI-Radtech South
America.
Especialistas nacionais e internacionais
responderão por nove apresentações,
mostrando os avanços relacionados à
cura por radiação e os benefícios que
proporciona, ligados à economia de
energia, à produtividade, à redução
do uso de solventes, entre outros. A
6 – REVISTA ABRAFATI
parceria com a RadTech South America,
principal entidade dedicada ao
estudo da cura por radiação, permitirá
trazer para o seminário os temas
mais atuais e relevantes associados a
essa tecnologia, que encontra crescente
aplicação.
Meio ambiente e segurança
Este ano, a programação será enriquecida
com a incorporação ao Congresso do
tradicional Seminário de Assuntos Ambientais
e de Segurança em Indústrias
de Tintas, promovido pela ABRAFATI.
Em sua 9ª edição, o evento reunirá especialmente
os profissionais da cadeia
de tintas ligados à área representada
pelas siglas SSMA (em português:
saúde, segurança e meio ambiente) ou
SHE (em inglês), sendo uma excelente
Palestras do Seminário ABRAFATI-Radtech South America
Título do Trabalho
Aplicações locais de cura UV
Ecocell UV: Oligômero de origem biorrenovável
para tintas e vernizes curáveis por radiação UV
Acrilatos curáveis à base de energia para
aplicações em embalagens de alimentos
Uma visão geral do mercado de cura UV / EB e
perspectivas para o futuro da tecnologia
Uma nova resina auto-iniciadora em cura por UV.
Oportunidade para redução do foto-iniciador
Agente fosqueante de alta eficiência substitui
sílicas e ceras em revestimentos UV
Revisão e mais recentes avanços em rotas para
maior segurança e melhor desempenho em
dispersões de poliuretano de cura por radiação
Fotoiniciadores poliméricos: tintas de impressão e
revestimentos UV para embalagens de alimentos
A versatilidade das resinas poliéster insaturadas
de alto teor polimérico em sistemas de cura por
ultravioleta
Autores e Empresa/Instituição
Rolf Roschu, Wolfgang Fischer, Arno Nennemann
(Bayer)
Reginaldo Faichel Silva, Rafael Pedro Pellicciotta,
Fernando A. Cardoso Ferreira, Andréia Lima
Oliveira (Nitro Química)
Anthony Carignano (Cytec Industries Inc.)
David Harbourne (Fusion UV Systems Inc.)
David K. Hood, Surya Kamin, Karyn B. Visscher
Hood (International Specialty Products)
Ralf Eberhards (Lubrizol)
Henrik Bernquist, David James, Karina Ekvall, Pia
Wennerberg, Kent Sörensen James (Perstorp AP)
Steve Schmitt (Rahn USA Corp.)
Rodrigo Briguelli Faria (Reichhold do Brasil)
Como em 2009, seminário mostrará inovações
ligadas à tecnologia de cura por radiação
oportunidade para debater problemas
e soluções, conhecer as tendências e
vislumbrar estratégias possíveis.
Um dos principais destaques será a
apresentação da experiência canadense
de logística reversa de embalagens
e sobras de tintas, a cargo de Mark
Kurschner, presidente da Product Care
Association, organização sem fins lucrativos
financiada pelo setor industrial do
Canadá para cuidar de programas de
reaproveitamento, reciclagem e disposição
adequada de resíduos. Reconhecido
como um case de sucesso e servindo
como benchmark para diversos países, o
programa canadense na área de tintas
iniciou-se em 1994, na província de
British Columbia, de onde foi estendido
posteriormente a outras regiões.
“Procurarei mostrar como essas iniciativas
funcionam na América do Norte,
de todos os pontos de
vista, incluindo a regulação,
o custeio e a parte
operacional”, explica
Kurschner.
A programação do seminário
envolve também
vários outros temas fundamentais
para a cadeia de tintas, como a saúde
e higiene ocupacional, as emissões de
VOCs (compostos orgânicos voláteis) e
cases de utilização da sustentabilidade
como mecanismo
de lucratividade
para as empresas.
Foto: Iara Morselli
Foto: Divulgação

ABRAFATI 2011
Exposição: 200 empresas mostrando
seus diferenciais e inovações
Todos os mais importantes
fornecedores da indústria
estarão presentes,
permitindo encontrar
as melhores soluções
para cada necessidade e
conhecer os mais recentes
desenvolvimentos.
Complementando e enriquecendo o
Congresso, como um local de demonstração
da aplicação prática dos conteúdos
apresentados, a Exposição Internacional
de Fornecedores para Tintas será
o espaço ideal para conhecer inúmeros
lançamentos e desenvolvimentos, que
atendem às demandas do mercado e
da sociedade por produtos, serviços e
tecnologias cada vez mais sustentáveis
e com mais conteúdo inovador.
Os mais tradicionais fornecedores do
mercado estarão presentes com des-
Novo espaço para palestras
de apresentação de produtos
Um mini-auditório especialmente preparado
permitirá aos expositores fazer
palestras comerciais e demonstrações de
seus produtos e serviços, com duração
de até 20 minutos. Essa modalidade
de apresentação, com acesso livre a
todos os visitantes da Exposição, abre
novas possibilidades de interação dos
fornecedores com seus clientes atuais e
potenciais, contribuindo para a geração
de novas oportunidades de negócios e de
desenvolvimentos em colaboração.
“Idealizamos esse espaço, com 50
m 2 , para separar as palestras técnicocientíficas,
apresentadas no Congresso,
daquelas que, mesmo técnicas, têm caráter
predominantemente comercial. O objetivo
é oferecer a cada público específico
um menu cada vez mais focado nas suas
necessidades”, explica Telma Florêncio,
coordenadora geral do evento.
Perfil do evento gera variadas
oportunidades de negócios e networking
taque, mostrando em seus estandes
todo o seu arsenal de inovações e a
sua capacidade de oferecer serviços e
atendimento diferenciados. Com um
expressivo investimento, voltado para
receber os clientes atuais e potenciais,
essas empresas reiteram a forte confiança
no evento, encarando-o como prioridade
em suas estratégias de negócios.
Da mesma forma, vem aumentando
presença de empresas estrangeiras,
vindas de todos os continentes, animadas
com as oportunidades existentes
no Brasil e na América Latina. “Muitos
fornecedores que não atuavam no País
ou tinham aqui uma presença pouco
significativa estão enxergando aquilo
que os participantes tradicionais do
evento já sabem: que a ABRAFATI 2011
é uma oportunidade ímpar para fazer
negócios, estabelecer novos relacionamentos
comerciais e ampliar sua carteira
de clientes”, afirma Dilson Ferreira,
presidente-executivo da ABRAFATI.
“Com isso, o processo de internaciona-
lização do evento vem se intensificando
ainda mais, confirmando a crescente
atratividade do Brasil para estrangeiros
e o reconhecimento à exposição e ao
congresso”, acrescenta.
O número de expositores será recorde,
superando 200, o que permite dizer que
serão apresentados milhares de produtos,
serviços, tecnologias, soluções
e desenvolvimentos inovadores. “Os
fabricantes de tintas que visitam o evento
em busca de recursos e novas ideias
para o aprimoramento de sua produção
e seus processos certamente terão suas
expectativas atendidas, encontrando
um amplo leque de opções. Com isso,
cumpre-se um dos principais objetivos
da ABRAFATI 2011: contribuir para o
desenvolvimento tecnológico da cadeia
de tintas, impulsionando-a no rumo da
sustentabilidade e da inovação”, diz
Dilson Ferreira.
Foto: Iara Morselli
REVISTA ABRAFATI – 7
Foto: Rodrigo Sodré

Foto: Ataide Alba
ABRAFATI 2011
Personalidades do setor em quatro
Sessões Plenárias, com informações
e reflexões de altíssima qualidade
Destaques da programação, apresentações especiais oferecerão visões
abrangentes e privilegiadas sobre temas chave para a cadeia de tintas.
Quatro profissionais com vasto acervo
de conhecimentos e experiência muito
relevante na cadeia de tintas serão os
responsáveis pelas sessões plenárias
que abrem a programação da ABRA-
FATI 2011 nos três dias do evento e a
encerram no dia 21.
Serão verdadeiras key lectures, como as
chamam os norte-americanos, apontando
caminhos, antecipando tendências
e avaliando o panorama atual e futuro
da indústria de tintas, no Brasil e no
mundo.
Presidente do Conselho Diretivo da
ABRAFATI, com uma longa e bem
sucedida carreira no setor – sendo
atualmente diretor da Divisão DuPont
Automotive Systems América Latina e
Antonio Carlos de Oliveira: aprofundamento
de processo de transformação
8 – REVISTA ABRAFATI
gerente geral das operações da DuPont
Performance Coatings Brasil – Antonio
Carlos de Oliveira será o responsável
pela apresentação que abrirá oficialmente
o Congresso. Ele mostrará sua
visão do cenário da cadeia de tintas
no Brasil e na América Latina para os
próximos anos, envolvendo as perspectivas
de crescimento, as oportunidades
que se abrirão, as mudanças que estão
ocorrendo no mercado e aquelas que
ainda virão, o novo perfil e grau de
exigência dos consumidores e usuários,
as inovações em tecnologia, as novas
demandas da sustentabilidade e muitos
outros temas.
“A indústria de tintas da nossa região
tem enorme potencial de crescimento,
mas precisa dar continuidade e aprofundar
o processo de transformação que
já iniciou, para fazer frente à demanda
da sociedade por produtos cada vez
mais avançados e sustentáveis, que
agreguem mais benefícios”, afirma
Antonio Carlos.
Diretor Global de Pesquisa e Desenvolvimento
da Dow Coating Materials, o
engenheiro químico norte-americano
John Klier apresentará sua análise sobre
as matérias-primas e soluções avançadas
para tintas. Sua longa experiência
nos avançados laboratórios da Dow e
sua consistente formação possibilitam
a ele uma visão privilegiada sobre os
rumos da inovação tecnológica e suas
interações com as transformações na
sociedade. “Nossos projetos de inovação
incluem plataformas de mate-
John Klier: plataformas
de materiais revolucionários
riais revolucionários que abordam as
necessidades tanto dos segmentos de
tintas arquitetônicas quanto industriais.
Discutiremos várias dessas importantes
plataformas e exploraremos os benefícios
para os formuladores e usuários
finais de tintas. Entre as principais áreas
de inovação estão a tecnologia de poder
de cobertura para tintas arquitetônicas,
os novos aditivos de alto desempenho e
as extraordinárias químicas base água e
de thermosets para tintas industriais”,
relata.
Reconhecido internacionalmente como
um dos principais especialistas em pesquisa
e tecnologia de tintas, com grande
experiência e sólida formação acadêmica,
o norte-americano Lewis Manring
estará pela segunda vez no Congresso.
Depois de ter sido um dos destaques da
Foto: Dilvulgação

Foto: Iara Morselli
ABRAFATI 2011
ABRAFATI 2009, ao falar sobre a Tinta
do Futuro, sob o ponto de vista das mudanças
que os avanços científicos atuais
trarão, o vice-presidente de Tecnologia
da DuPont Performance Coatings tratará
das tintas automotivas, com foco na
sustentabilidade.
“Minha apresentação abordará o impacto
das tintas automotivas na pegada
de carbono da produção e do uso de
veículos. Uma enorme gama de aprimoramentos
nos últimos anos reduziu as
emissões de automóveis de um patamar
consideravelmente acima de 100.000 kg
CO 2 -equivalente/veículo durante sua
vida útil para bem abaixo desse nível.
Buscarei analisar as contribuições da indústria
de tintas automotivas para essas
reduções, incluindo as que poderemos
ter no futuro”, explica Manring.
Lewis Manring: impacto das tintas
automotivas na pegada de carbono
O terceiro dia do evento será aberto com
a palestra do inglês Louis McCulloch,
consultor especializado na indústria de
tintas, com mais de 30 anos de experiência
como executivo em empresas do
setor. Tendo editado, por 10 anos, a
publicação The Coatings Agenda, e hoje
preparando estudos e relatórios com
foco no mercado, para avaliar possibilidades
de aquisições e transferências
de tecnologia, o especialista detém um
profundo conhecimento dos segmentos
decorativo, protetivo, automotivo e
industrial.
“Meu trabalho me proporcionou um co-
Louis McCulloch:
temas-chave para o futuro
nhecimento abrangente da indústria de
tintas, em bases globais. Apresentarei
as principais tendências que vejo, com
destaque para os efeitos da globalização
e do processo de consolidação. Tratarei
também de temas-chave para o futuro,
ligados à tecnologia, à legislação e à
comercialização, além de comentar a
situação atual do mercado mundial”,
diz McCulloch.
Foto: Dilvulgação
Confira a programação
das Sessões Plenárias
21/11 – 8:30-9:30 – 1ª plenária
Tema: O desempenho da indústria
de tintas em 2011 e o cenário para a
década, no Brasil
Palestrante: Antonio Carlos de
Oliveira
21/11 – 18:00-19:00 – 2ª plenária
Tema: É hora de repensar suas tintas:
materiais inovadores e soluções de
tintas para o século 21
Palestrante: John Klier
22/11 – 8:30-9:30 – 3ª plenária
Tema: As tintas automotivas e o meio
ambiente
Palestrante: Lewis E. Manring
23/11 – 8:30-9:30 – 4ª plenária
Tema: O mercado global de tintas:
dimensão, tendências e temas-chave
Palestrante: Louis McCulloch
Patrocinadores do 12º Congresso Internacional de Tintas
REVISTA ABRAFATI – 9

ABRAFATI 2011
Título
Lumiflon: Polímeros fluodarados para tintas muito resistentes ao intemperismo
Seleção do antiespumante ideal para tintas: diretrizes e estudo de casos
Avanços nos sistemas de epóxi aquosos de dois componentes
Síntese biológica para solventes renováveis
Resinas acrílicas para tintas com sólidos e qualidades maiores produzidas com
iniciadores peróxidos orgânicos
Melhorias na cobertura seca em tintas decorativas com a utilização de
espessantes associativos
Emulsões com baixo VOC: conceitos, benefícios e desafios
Como combinar pigmentos para tintas refletivas coloridas
Poliaspárticos – Ligantes inovadores para aplicações de alta produtividade
Controle objetivo de “mottling” na linha com tecnologias inovadoras de testes
Novas estruturas híbridas de poliacrilato – polissiloxano para o controle de
superfícies
Enova TM: aditivos para a próxima geração de tinta isolante
Materiais renováveis de bases biológicas e sintéticas inéditos para tintas e
revestimentos
Os avanços recentes nos copolímero de etileno e acetato de vinila no uso de
revestimentos arquitetônicos
O Segredo das marcas visionárias – Marcas do futuro
Demexx: gás propelente da sustentabilidade
Seleção de agentes de dispersão para corantes à base de água
Solocores – Tintas de solos
Tecnologia de dispersão Coatex: uma nova ferramenta para otimizar dióxido de
titânio e carga em tintas aquosas
Soluções sustentáveis para a indústria de tintas: blocos amínicos de origem
biológica para tintas base epóxi ou poliureicas
Novos cross-linking químicos
Poliésteres sustentáveis para tintas em pó – um pó mais verde (ecológico)
Dispersões alquídicas: estrutura, propriedades a aplicações de tintas
Tintas aquosas para manutenção de pesada performance no mercado MB & PC
Desempenho da nova geração de aditivos – formulações modernas para
revestimentos arquitetônicos
Resinas inovadoras para revestimentos que reduzam o rastro de carbono em
tintas em pó
A influência das propriedades do dióxido de titânio na qualidade das tintas de
telhado de alta refletividade
Os efeitos da pulverização e dos aditivos de controle reológicos no tamanho
das partículas e na aparência das tintas automotivas
Oportunidades e desafios da gestão de CO 2 da cadeia produtiva de tintas
Uma nova linha de modificadores associativos de reologia não tônicos e com
zero VOC para uma nova geração de tintas e revestimentos ecológicos
Avaliação do desempenho contra a corrosão do pré-tratamento a base do silano
bis-1,2-(trietoxisilil)etano (BTSE) dopado com íons de Ce4+ em sistema de
pintura a pó sobre aço carbono
Monômeros de metacriliato especiais para o mercado de tintas
É possível reduzir custos e o conteúdo de VOC em corantes sem resina ao
mesmo tempo?
Nanotecnologia computacional e o desenvolvimento de revestimentos
inteligentes para grandes estruturas
Desenvolvimento de cargas nanométricas funcionais com propriedades de
liberação controlada para formulações inovadoras para tintas e revestimentos
Nova geração de pigmentos anti-corrosivos não-tóxicos baseados em
intercâmbio iônico
Conceitos de anticorrosivos não tóxicos com desempenhos iguais ou melhores
do que os cromatos tóxicos
Novo endurecedor amínico para cura rápida de tintas de alta resistência
química
10 – REVISTA ABRAFATI
Congresso Internacional de Tintas – Programação preliminar de palestras
Autores e Empresa/Instituição
Winn Darden, Robert Parker (AGC)
Charles Hegedus, Jim Reader, Griffin Lai (Air Products)
Marcelo Rufo, Michael Cook, Willy Raymond, Gamini Vedage (Air Products)
Jeff Brown, Endre Kallai, Jason Wells (Amyris)
Aldo Silvio Carneiro de Sousa (Arkema)
Hans Vonhögen, Ashley A. Cephas, Harold F. Haag (Ashland Inc.)
Arlene K. Martins, Caroline Reggiani da Silva, Mauricio Pinheiro de Oliveira
(BASF)
Thomas Frey (BASF)
Thomas Baeker (Bayer)
Gabriele Kigle-Böckler (BYK)
Wilfried Scholz (BYK)
Dhaval Doshi (Cabot)
Mark Walter, Brent Aufdembrink (Cargill)
Rajeev Farwaha, Romeu Filho (Celanese)
Lincoln Seragini (Cerviflan)
Eduardo Hideki Yamanaka (Cia. Ultragaz)
Hendrik Ahrens (Clariant)
Maurício de Barros (CMTG)
Valeska Mentzer (Coatex)
Hans Ridderikhoff, Wolfgang Geuking (Croda)
Florian Lunzer, Larry Flood, Urvee Treasurer, Barry Lawless, Wilson Lin,
Kuang-Jong Wu, Colin Brogan, Bud Equi (Cytec)
Alessandro Minesso, Marcos Evangelista (Cytec)
Philippe Deligny (Cytec)
Juliana Serafim Francisco, Thais Claudino (Dow)
Vicky James, Pierre Leger, Ariane Paula Porto Ventura, Cristina Deangelo (Dow
Corning)
Robert van den Berg Jeths, Dave Morris, Jurjen Bolks, Juul Cuijpers, Paul
Buijsen, Menno Claasen (DSM)
Ricardo Tadeu Abrahao (DuPont)
Basu Soumendra, Joe Zhou, Arved Harding, John Moncier, Chip Williams,
Leslie Baker, Kevin McCreight (Eastman)
Fátima Pereira Pinto (Ecouniverso)
Richard Henderson (Elementis Specialties Inc.)
Paulo Renato Souza, Idalina Vieira Aoki (Escola Politécnica – USP e
Faculdades Oswaldo Cruz)
Werner Abraham (Evonik)
Patrick Glöckner, Frank Kleinsteinberg (Evonik Degussa)
Welchy Cavalcanti, Sascha Buchbach, Michael Noeske (Fraunhofer)
Noeske Michael, Schiffels Peter, Cavalcanti Welchy, Buchbach Sascha
(Fraunhofer)
Carlos Alberto Bravo (Grace)
Thomas Sowade, Lars Kirmaier (Heubach)
Saiba mais em www.abrafati2011.com.br
Ronny Marc Konrad, Charles Uzoezi (Huntsman)

ABRAFATI 2011
Título
CelTiX TM: Carga multifuncional baseada em terra diatomácea
Biocidas base natural: tecnologia sustentável para preservação no estado úmido
Eco-resinas condutivas à base de polianilina
Ganhando tempo e qualidade com a utilização de fatoriais fracionários no
desenvolvimento de sistemas aquosos industriais para proteção anticorrosiva
Oportunidade de mudança – o uso de biocidas anti-incrustrantes mais
ecológicos
Avanços na proteção anticorrosiva com PVDCs aquosas para revestimentos de
metal
Dispersões de poliuretano com auto-reticulação: superando as desvantagens do
sistema 2K nas tintas para madeira
Novos avanços em pintura elastoméricas para alvenaria
Desempenho dos materiais fotocatalíticos nas aplicações na vida real
Antiespumante de fonte renovável, uma nova contribuição para a
sustentabilidade.
Sistemas inovadores de formulação de tintas epoxy à base de água
Epoxisilano Oligomero para Protective Coatings, CoatOSil MP 200
Ligantes de alta qualidade à base de éster inílico para aplicação em tintas e
argamassa
Tintas Fotocatalíticas
Novidades tecnológicas em processos de dispersão e moagem fina e seus
benefícios visando contemplar conceitos modernos de sustentabilidade e
segurança
Nanocompósitos Poliuretano-Argila e outras cargas minerais, aplicados à
indústria de tintas
Coalescentes oleoquímicos com baixo VOC
Congresso Internacional de Tintas – Programação preliminar de palestras
Avaliação comparativa do desempenho ambiental de sistemas de solventes para
tintas de impressão flexográfica
Como atender as demandas atuais de sustentabilidade e flexibilidade
Aditivo antiestático para solventes – minimizando riscos de acidentes em
indústrias de tintas
Revestimentos anticorrosivos ecológicos à base de água baseado em fosfatos
oxi-amino de magnésia Ca modificados
Microcápsulas de polímero contendo inibidores de corrosão para auto-cura de
revestimentos anticorrosivos
Sistema global de gestão em meio ambiente, saúde e segurança (EHS-MS):
quebrando paradigmas através de um novo conceito de avaliação ambiental e
priorização de estratégias e ações
Látex alquídico – versatilidade para a formulação sustentável e com baixo
VOC: trilhando o caminho de formulações totalmente base água desde o primer
até o esmalte acabamento
Formulando tintas em pó foscas do tipo “dry blend” e “one shot” para
aplicações exteriores
Dispersões aquosas de óleos uretânicos – versatilidade e alta performance com
alto grau de matérias-primas de fontes renováveis
A sustentabilidade de um sistema solvente nas três dimensões: social,
ambiental e econômica
Corantes para tintas – Ecologia é o quente!
Poli-carbodiimida
Redução de VOC através de otimização dos aditivos via método “off diagonal”
A influência da natureza do macroglycol nas propriedades dos revestimentos
de poliuretano: o desempenho do polycarbonatediol versus poliéster e poliéster
diol
A pintura imobiliária como elemento de marketing na arquitetura comercial
Dispersões aquosas de copolímero acetato de vinila e etileno para tintas
arquitetônicas convencionais e de baixo odor
Análise de cores metálicas e de interferência – Nova tecnologia x DNA
Autores e Empresa/Instituição
Navin Patel, Leandro Rocha (Imerys)
Giovanni Caritá Junior, Heloísa Fernanda Silva (Ipel Itibanyl)
Carla Maria Nascimento Polo da Fonseca, Silmara das Neves (IQX)
Marcos Vinicius S. Rauber, Silmar B. Barrios, Angelita C. Saul, Marilia G.
Dupont, Thais Sperb, Cesar A. S. Rodrigues, Diovana Cunha, Suelen Rodrigues,
Daniele C. Lottermann (Killing)
Thomas Sames (Lanxess)
Camila Baroni, David Boothe (Lubrizol)
Nina Musche, Diawn Jones, Lee Young (Lubrizol)
Sérgio Rubio, Darlene Rota, Kevin Quinn (Lubrizol)
Julie Maltby, Robert McIntyre, Enrico Geninazza (Millennium)
Everton L. Marion (Miracema)
Bedri Erdem, Jim Elmore, David Fernee, Dan Weinmann, Gilberto Saboia
(Momentive)
Rogério Luiz Portella Querido Reis, André Victor Danc (Momentive)
David Vanaken, Claude Nootens, Touria Gharrafi, Françoise Decocq, Delphine
Uwukunda (Momentive)
Ademar Morgan (Morgan)
Theron Wolfgang Harbs, Giuliano Albiero (Netzsch)
Adriano Campani, Francisco Fava, Rafael Soares, Viviane de Lima, Carlos
Carone, Jeane Dullius, Marcus Seferin, Sandra Einloft, Rosane Ligabue
(Nokxeller e PUC-RS)
Juliane P. Santos, Fábio Rosa, Cínthia S. M. Onoda, Flávio F. Nakashima,
Emerson B. Venceslau, Carlos R. Tomassini, Nádia A. Armelin, André L. Conde
(Oxiteno)
Maria da Graça C. B. Popi, Lucilene de Moraes, Nadia A. Armelin, Fábio Rosa,
Gil A.da Silva, Luiz Kulay, Rafael S. Viñas (Oxiteno e USP)
Johan Bielman, Nishith Patel (Patcham)
Melissa Peron e Sá Carneiro de Sousa, Marco Antônio Garcia dos Santos e Paulo
Roberto Beirão (Petrobras)
Arieh Calahorra (Pigmentan)
Ji Hoon Park, Jong Myung Park, Kyoo Young Kim (Pohang University
of Science and Technology)
Ivan Rigoletto, Meghan Roe, Mayra Wayss (PPG)
André Luis de Oliveira (Reichhold)
Rodrigo Briguelli Faria (Reichhold)
Gerson Chagas Ferreira (Reichhold)
Sérgio Martins, Fabiana Marra, Alexandre Castanho (Rhodia)
Priya Bhumkar (Soujanya)
Anelice Margth Kotz Mariath, Michael Heidrich (Stahl)
Kurt Buyse, Michael Gernon, Robert Ash (Taminco)
Manuel Colera, Yoshiro Iwata, Víctor Costa, Vanesa García-Pacios, José Miguel
Martín-Martínez (UBE)
João Carlos de Oliveira Cesar (USP – FAU)
Laura Bittle (Wacker)
Herta Luisa Lenhardt (X-Rite)
REVISTA ABRAFATI – 11

Fórum ABRAFATI revela que
setor cresce em ritmo mais lento
Depois de um resultado muito positivo
em 2010, a indústria de tintas tinha a expectativa
de mais um bom desempenho
em 2011. Porém, o ritmo de crescimento
se reduziu fortemente este ano, como
ocorreu com toda a economia. No Fórum
ABRAFATI da Indústria de Tintas,
realizado no último dia 25 de agosto em
São Paulo, novas previsões para o setor
foram anunciadas, com números mais
modestos.
Com a presença de cerca de 240 empresários,
executivos e lideranças da cadeia
de tintas, o evento debateu a situação
atual e as perspectivas da cadeia de
12 – REVISTA ABRAFATI
Conjuntura
Antonio Carlos Lacerda, Claudio Conz, Fernando Val y Val Peres, Dilson Ferreira e Antonio
Carlos de Oliveira: desaceleração no presente e boas perspectivas para o futuro
José Roberto Mendonça de Barros:
momento único na economia mundial
tintas, contando com uma importante
inovação: a pesquisa interativa dataFA-
TI, que permitiu conhecer, em tempo
real, as opiniões dos participantes em
relação a temas como o crescimento do
PIB, o desempenho do setor em 2011 e
2012, os fatores que atrapalham e os que
estimulam a cadeia de tintas, as expectativas
em relação à disponibilidade e aos
custos de matérias-primas (veja mais
informações no box desta matéria).
As apresentações de especialistas
possibilitaram uma visão completa do
panorama atual e futuro do setor. O
economista José Roberto Mendonça
de Barros, ex-secretário
de Política Econômica do
Ministério da Fazenda,
comentou as perspectivas
econômicas do País e
as incertezas do cenário
externo. “Trata-se de um
momento único na economia
mundial. Basta ver
a queda na classificação
dos Estados Unidos, que
perdeu o Triple A, algo
que ninguém imaginaria.
Fotos: Iara Morselli
Previsões anteriores foram
revisadas em função de
novo cenário e pesquisa
interativa dataFATI
confirmou reversão de
expectativas.
A crise de hoje é diferente, por ter como
causa o excesso de endividamento dos
governos. E governos, diferentemente
de empresas não quebram. Existe uma
forte perplexidade, pois foi usado todo
o arsenal de ferramentas disponíveis
para combater essa situação e não deu
certo. Os avanços na Europa são muito
lentos e o processo é muito complexo.
É como uma engrenagem com areia:
gira, mas tem muitos problemas. O fato
é que as atuais lideranças europeias
estão muito aquém da tarefa que lhes
cabe”, afirmou.
Segundo Mendonça de Barros, hoje, a
probabilidade de que uma nova recessão
mundial ocorra é de 35%. “Sem a
recessão, acredito em crescimento do
PIB brasileiro de cerca de 4% neste e
no próximo ano, número que poderia
ser maior se não existissem alguns
fatores limitantes, como os desequilíbrios
macroeconômicos crescentes e a
redução da competividade provocada
pelo Custo Brasil, pelo câmbio, pela
ineficiência do setor público e pela falta
de avanços em importantes reformas”,
destacou. Prevendo queda dos juros e

Conjuntura
a continuidade da alta do consumo da
classe C, ressaltou que nunca viu tantas
oportunidades como no momento
atual. “Por um lado, temos uma série
de desafios, mas as oportunidades são
enormes, em função da globalização,
do aumento do tamanho do mercado,
das mudanças tecnológicas – entre as
quais a nanotecnologia e a biotecnologia”,
opinou.
Matérias-primas:
visão panorâmica
No Painel sobre matérias-primas,
quatro especialistas apresentaram um
balanço da situação atual, em termos
de disponibilidade, de custos e de
tendências.
Cedric Leslie Bridger, gerente de planejamento
estratégico para América
Latina da Dow, destacou a dificuldade
de ter previsões precisas sobre o preço
do petróleo, que é influenciado por
vários fatores. Comentou as mudanças
no cenário com a tecnologia para extração
economicamente viável do gás de
xisto (shale gas), salientando que a baixa
do preço do gás natural nos EUA está
provocando um declínio na produção
de petroquímicos mais pesados. Bridger
fez uma análise da situação de oferta e
demanda dos principais petroquímicos
básicos, prevendo que só haverá problemas
localizados de disponibilidade.
Um dos aspectos que destacou foi que
a utilização da capacidade instalada de
eteno está crescendo, devendo alcançar
um pico em 2015/2016.
Por sua vez, Marco Aurélio Barboza,
gerente de negócios da Dupont Titanium
Technologies Brasil, relatou o
cenário para o dióxido de titânio (TiO 2 ),
opinando que a desaceleração atual na
demanda, causada pelas incertezas,
será interrompida, considerando que
não deve haver recessão. “Crescerá a
procura pelo produto, acompanhando o
PIB Global e a expansão da região Ásia/
Pacífico. Com isso, a disponibilidade
será limitada para futuro próximo”,
assinalou, lembrando ainda que, no mo-
Cedric Berger, Shane Porzio, Marco Aurélio Barboza e Fernando Mourão:
problemas pontuais na disponibilidade de matérias-primas
mento, a maior parte do investimento
em expansão da capacidade produtiva
está concentrada em produto de menor
qualidade.
Shane Porzio, vice-presidente de Dispersões
e Pigmentos da BASF, abordou
os pigmentos coloridos, informando que
existem casos isolados de problemas de
disponibilidade. “De maneira geral,
neste momento há oferta suficiente. Os
colorantes estão com problemas pontuais,
especialmente marrom e preto”,
relatou. Lembrando que a tendência de
crescimento de cores acromáticas (cinzas/pretos)
segue sendo dominante,
destacou que está crescendo a busca por
diferenciação, confirmada em pesquisa
feita com empresas das áreas automotiva,
de embalagens e de cosméticos.
“As necessidades dos clientes são os
drivers para inovação nessa área, na qual
a busca de sustentabilidade é chave”,
afirmou.
Fechando o painel, Fernando Mourão,
diretor-executivo da Abeaço (Associação
Brasileira de Embalagem de Aço),
apresentou uma visão panorâmica do
mercado no Brasil. “O consumo per
capita de embalagens ainda é baixo no
País, que não apresenta características
de um mercado maduro”, explicou.
Segundo ele, os produtos químicos,
entre os quais as tintas se destacam,
respondem hoje por 24% do consumo
dessas embalagens, cabendo o restante
aos alimentos. A busca constante por
inovações, que conta com apoio das
siderúrgicas, foi um dos aspectos destacados
por ele como essenciais para o
futuro do setor. Somada a essa busca,
está a preocupação com a sustentabilidade,
que levou ao projeto de um centro
modelo de logística reversa, que será
inaugurado em breve.
Potencial da construção
Cláudio Conz, presidente da Anamaco
(Associação Nacional dos Revendedores
de Materiais de Construção),
discorreu sobre as perspectivas para
a construção civil. Revelando que as
vendas de materiais de construção no
varejo aumentaram 3,5% no período
janeiro-julho, anunciou que a previsão
atual para 2011, de 6%, hoje pode ser
encarada mais como uma torcida do
que como uma realidade. “Existe a
possibilidade de que, pela primeira vez,
o varejo cresça menos do que o PIB”,
afirmou, ressaltando, no entanto, que a
construção civil tem enorme potencial,
por ser prioridade para o governo e ter
forte apelo para o consumidor.
De acordo com ele, a falta de profissionais
e o aumento do custo de mão de
obra dificultam as reformas, o que repercute
nas vendas de materiais: “Hoje,
o consumidor ‘empurra’ a compra mais
para frente, em função da falta de quem
faça o serviço”. Por isso, elogiou iniciativas
como o Programa Pintor Profissional
ABRAFATI, lembrando que quem
compra está em busca de solução: quer
a casa pintada, não a tinta.
REVISTA ABRAFATI – 13

Inovação introduzida neste edição do Fórum ABRAFATI, a pesquisa interativa dataFATI
permitiu ter um balanço geral daquilo que a cadeia de tintas espera de 2011 e 2012.
Usando um aparelho do tamanho de uma calculadora de bolso, cada participante respondeu
a uma série de perguntas referentes aos principais temas debatidos no evento:
perspectivas da economia brasileira, situação das matérias-primas, desempenho do
setor de construção e previsões de crescimento da indústria de tintas.
De maneira geral, as avaliações do público coincidiram
– com um viés ligeiramente mais otimista na
maioria dos casos – com aquelas apresentadas pela
ABRAFATI e pelos palestrantes do evento. “O uso
desse sistema permitiu ter um retrato, em tempo real,
de como os principais players do mercado de tintas
enxergam a conjuntura atual e futura. Possibilitou a
interação, gerou dados muito úteis e agregou valor
ao evento, segundo a avaliação dos próprios participantes”,
resume Dilson Ferreira, presidente-executivo
da ABRAFATI.
Principais dados revelados pela pesquisa
Economia brasileira
• 68,6% preveem crescimento do PIB entre 3,1% e 4,0% em 2011
• 52,9% acreditam em crescimento do PIB entre 3,1% e 4,0% em 2012
• Fatores que mais atrapalham o crescimento: falta de infraestrutura (35%) e crise
internacional (32%)
• Fator que mais incentiva o crescimento: aumento
do poder aquisitivo da população (82%)
Matérias-primas
• 46,6% preveem que preços subirão até 5% até o
fim de 2011
• 59,1% acreditam em alta de preços de até10%
em 2012
• 65,6% preveem casos isolados de escassez em
2011
• 81,6% enxergam casos isolados de escassez em 2012
Venda de materiais de construção
• 67,6% preveem crescimento das vendas acima de 4,1% em 2011
• 80,8% acreditam em crescimento das vendas acima de 4,1% em 2012
• Principal entrave ao crescimento do setor: falta de mão de obra capacitada (56%)
Crescimento das vendas de tintas – total
• 56,4% preveem crescimento das vendas até 3,0% em 2011
• 72,2% acreditam em crescimento das vendas entre 3,1% e 5,0% em 2012
Crescimento das vendas de tintas imobiliárias
• 50,0% preveem crescimento das vendas até 3,0% em 2011
• 75,6% acreditam em crescimento das vendas entre 3,1% e 5,0% em 2012
Crescimento das vendas de tintas automotivas
• 63,4% preveem crescimento das vendas até 3,0% em 2011
• 71,5% acreditam em crescimento das vendas entre 2,1% e 4,0% em 2012
Crescimento das vendas de tintas de repintura automotiva
• 56,0% preveem crescimento das vendas até 3,0% em 2011
• 81,2% acreditam em crescimento das vendas entre 3,1% e 5,0% em 2012
14 – REVISTA ABRAFATI
Conjuntura
Pesquisa dataFATI revela a visão da cadeia de tintas
Crescimento das vendas de tintas para indústria
• 72,0% preveem crescimento das vendas até 3,0% em 2011
• 65,6% acreditam em crescimento das vendas entre 3,1% e 5,0% em 2012
Claudio Conz: falta de profissionais e maior
custo de mão de obra dificultam reformas
Conz elencou diversos fatores positivos
que devem manter o segmento
aquecido pelos próximos anos, como
o maior crescimento das construções
residenciais em relação à expansão da
população e o fato de que dois terços
dos domicílios afirmam precisar de reformas,
segundo a pesquisa Latin Panel.
Outra informação apresentada por ele
que despertou bastante interesse foi em
relação aos novos polos de desenvolvimento
no Brasil. São 48 cidades com
crescimento acima da média nacional
e mais de 100 mil habitantes, muitas
delas ignoradas nas estratégias das
empresas.
Crescimento em ritmo menor
Para finalizar o Fórum, Antonio Carlos
de Oliveira, presidente do Conselho
Diretivo da ABRAFATI, apresentou
as previsões da entidade, explicando o
panorama que as justifica. Reforçando
o caráter do Fórum como um espaço
de debates e reflexão, compôs uma
mesa com a presença de Antonio Carlos
Lacerda, Fernando Val y Val Peres e
Dilson Ferreira, respectivamente 1º e 2º
vice-presidentes do Conselho Diretivo
e presidente-executivo da ABRAFATI,
além de Claudio Conz.
“Teremos crescimento, como previmos
no final de 2010, mas em percentuais
mais modestos”, afirmou Antonio
Carlos de Oliveira. “Com as incertezas,
os sinais de desaquecimento estão por
toda parte, mesmo com a demanda das
classes C, D e E por bens de consumo”,
justifica.
Nas tintas automotivas, a previsão de

Conjuntura
Antonio Carlos de Oliveira: panorama é
positivo no médio e longo prazos
crescimento para 2011 é de 4%, mesmo
percentual das tintas de repintura automotiva.
“As vendas de veículos no
mercado interno seguem crescendo em
bom ritmo, mas com forte expansão da
presença de modelos importados. Outros
fatores impedem um crescimento
maior neste momento, como as fracas
exportações de veículos – em função da
apreciação do real e da forte competição
no mercado externo – e o crédito mais
caro para o consumidor”, explicou. “O
segmento de veículos usados acompanha
de perto o que acontece com o mercado
de 0 km, garantindo boa procura
para a repintura, mas os juros altos e as
incertezas na economia tornam o consumidor
mais conservador”, acrescentou.
Nesses dois segmentos, o desempenho
deve ter ligeira melhora em 2012.
No que se refere às tintas para a indústria,
a previsão é de crescimento de 2%
em 2011 e de 4% em 2012. “De maneira
geral, a indústria enfrenta um processo
de desaceleração, como mostram todas
as últimas pesquisas. Além das incertezas
e dos juros altos, a concorrência dos
produtos importados e a dificuldade
de exportar têm contribuído para essa
desaceleração, que se reflete nas vendas
de tintas para esse segmento. Ao mesmo
tempo, existem fatos positivos, como
os investimentos em infraestrutura do
PAC, a demanda do setor petrolífero e
os incentivos que vêm sendo concedidos
para alguns segmentos, somados à
enorme demanda reprimida por bens
de consumo ainda existente por parte
da nova classe média”, diz Antonio
Carlos de Oliveira.
Depois de um crescimento expressivo
em 2010, este ano a situação será
diferente para as tintas imobiliárias.
“Estamos partindo de uma base de
comparação muito alta e vivemos um
momento delicado na economia, que faz
com que o consumidor que iria comprar
o produto para reformas e autoconstrução
adote uma posição mais conservadora.
Ao mesmo tempo, o varejo está
mantendo estoques menores. Por isso,
nossa previsão de crescimento é de 1%
em 2011, devendo haver uma retomada
mais forte dos negócios no ano que vem,
quando esperamos vendas 4% maiores”,
relatou o presidente do Conselho
Diretivo da ABRAFATI, que apontou
como um fator muito positivo a prioridade
dada pelo governo à construção civil,
como indutora do desenvolvimento
econômico e social – demonstrada com
medidas como o lançamento do Minha
Casa, Minha Vida 2 e a prorrogação da
redução do IPI (Imposto sobre Produtos
Industrializados).
Com essas novas previsões para os diferentes
segmentos, o crescimento total da
indústria de tintas deverá ficar em 1,3%
este ano, enquanto que em 2012, esperase
atingir 4,0%. “O panorama, embora
abaixo do que gostaríamos no curto
prazo, ainda é positivo, considerando
que 2010 foi um ano com características
únicas, que não deve se repetir tão cedo.
Cresceremos pouco este ano e esperamos
resultados melhores em 2012. É
importante destacar que os motivos
estruturais que estimulam as vendas
continuarão presentes por muitos
anos, somando-se aos grandes eventos
que teremos até 2022, garantindo um
crescimento sustentado. Entre esses
fatores, devem ser destacados os investimentos
em habitação e infraestrutura,
a expansão dos segmentos ligados à
exploração e distribuição do petróleo,
Mercado
Tintas – mercado total
Tintas imobiliárias
Tintas automotivas (OEM)
Tintas repintura automotiva
Tintas para indústria
Fonte: ABRAFATI
PREVISÕES PARA 2011 E 2012
Vendas 2011
(em milhões de l)
1.377
1.094
52
53
178
o fortalecimento do mercado interno
com a inclusão de novos contingentes
nas classes médias. A isso se soma o
aumento do investimento estrangeiro
no País, que desperta maior interesse
no exterior”, resume Antonio Carlos de
Oliveira, que chama a atenção para o
amadurecimento do mercado consumidor
de tintas: “é cada vez mais elevado
o nível de exigência de consumidores
e usuários, em relação a aspectos como
sustentabilidade e qualidade, e à busca
de diferenciais ligados à inovação e às
funcionalidades das tintas”.
Dilson Ferreira:
desafios para o prosseguimento
do processo de desenvolvimento
Na avaliação dos participantes, a realização
do Fórum ABRAFATI em um
momento de incertezas no cenário internacional,
coincidindo com o período
em que as empresas estão finalizando
seus budgets para o próximo ano, foi
especialmente importante. “As informações
ouvidas e debatidas certamente
ajudarão nessa tarefa e no planejamento
das ações para 2012. O evento mostrou
que continuamos tendo perspectivas de
futuro muito positivas, mas é preciso
enfrentar uma série de desafios para
que o processo de desenvolvimento
prossiga de maneira satisfatória e
sustentada”, avalia Dilson Ferreira,
presidente-executivo da ABRAFATI.
Crescimento
(2011/2010)
1,3%
1,0%
4,0%
4,0%
2,0%
Vendas 2012
(em milhões de l)
1.434
1.138
55
56
185
Crescimento
(2012/2011)
4,1%
4,0%
5,0%
5,0%
4,0%
REVISTA ABRAFATI – 15

Sustentabilidade
Campanha busca incentivar
utilização de madeira de verdade
Objetivo é valorizar
mobiliário e objetos
produzidos com madeira
e estimular o seu uso na
construção, mostrando
suas características únicas
e destacando o fato de que
se trata de uma matériaprima
de fonte renovável.
Uma inovadora iniciativa voltada para
o desenvolvimento setorial sustentável
foi lançada pela ABRAFATI: a Campanha
de Valorização do Mobiliário e
Objetos Construídos com Madeira de
Verdade.
A campanha foi idealizada para destacar
os atributos da madeira e promover
as diversas possibilidades de
sua utilização, de maneira original e
inovadora, na produção de móveis, na
decoração e na construção. O conceito
chave é o de que a madeira, obtida por
meio de procedimentos sustentáveis e
legais, tem características únicas e pode
contribuir para a redução da utilização
de outros materiais não renováveis
nessas áreas.
A decisão de usar a expressão “madeira
de verdade” para batizar a campanha
foi baseada na necessidade de combater
a desinformação que existe em relação
a produtos incorretamente caracterizados
como madeira. “Estão presentes
no mercado muitos artigos feitos de
materiais que imitam a madeira, sobretudo
em seus desenhos e cores, e
que confundem o consumidor final”,
explica Humberto Tufolo Netto, diretor
comercial da Montana e um dos grandes
responsáveis pela campanha.
16 – REVISTA ABRAFATI
Marcelo Cenacchi e Humberto Tufolo Netto:
destacando os atributos positivos da madeira e sua ampla variedade de aplicações
Ao mesmo tempo, existe o objetivo de
disseminar na sociedade o conceito de
que utilizar madeira de origem legal
ou comprar produtos feitos com esse
material é uma atitude correta do ponto
de vista ambiental. Oriunda de florestas
plantadas e manejadas de acordo com
as melhores práticas internacionais,
essa madeira não provoca o desmatamento
nem contribui para a degradação
do meio ambiente. “É preciso desfazer
mitos relacionados ao uso desse material”,
afirma Tufolo. “A própria diretora
do Secretariado do Fórum da ONU
sobre Florestas, Jan McAlpine, em visita
ao Brasil, recomendou em entrevista a
utilização de madeira – proveniente
de fonte legal e de manejo sustentável
– para proteger o meio ambiente”. Marcelo
Cenacchi, diretor-geral da Renner
Sayerlack, lembra mais um aspecto de
grande importância: “A madeira é o
único material realmente renovável”.
Os atributos positivos da madeira
envolvem também o seu desempenho
técnico e alto valor estético, que
possibilitam uma ampla variedade de
aplicações e valorizam a arquitetura e
o design moderno. Embora o Brasil reúna
condições excepcionais – do ponto
de vista do clima, do solo e da disponibilidade
de área para cultivo – para
produzir esse material com qualidade
e custo acessível, sua utilização em
muitas áreas ainda é pequena, se comparada
à de outros países.
“Queremos valorizar para o consumidor
e para os especificadores (arquitetos,
designers etc.) o mobiliário e os
objetos construídos com a madeira de
verdade, material que tem características
muito positivas do ponto de vista
da sustentabilidade: é renovável e se
decompõe sem gerar impacto”, explica
Dilson Ferreira, presidente-executivo
da ABRAFATI. “Ao mesmo tempo,
com o estímulo ao seu uso, estamos
contribuindo para o desenvolvimento
social e econômico do País, ao gerar
empregos, criar tecnologia e fortalecer
uma cadeia produtiva em que certamente
podemos ocupar posição de
Foto: Iara Morselli

Sustentabilidade
muito maior destaque no
mundo”, acrescenta.
Coordenada pela ABRA-
FATI, a campanha conta
com a participação de
fabricantes de tintas e
vernizes, profissionais,
empresas e instituições
que estão ligados ao fornecimento,beneficiamento,
utilização e venda de
madeira de verdade e de produtos à
base dela, como madeireiras, marcenarias,
arquitetos, engenheiros, decorado-
Portal exclusivo
Já está no ar, com muita informação.
Acesse: www.madeiradeverdade.com.br
Lançada versão brasileira do
Manual do Programa Coatings Care
Aprimorando o conjunto de ferramentas
à disposição das empresas que
participam dessa iniciativa de atuação
responsável em tintas, a ABRAFATI
lançou em junho o Manual do Programa
Coatings Care no Brasil.
A publicação, sob a forma de um fichário
– de modo a permitir a constante
atualização de dados e informações –,
contém a versão revisada e atualizada
dos quatro códigos que compõem o
Programa: Gestão de Produto; Gestão
da Produção; Transporte e Distribuição;
e Responsabilidade Comunitária.
Devidamente adaptado à legislação e
ao ambiente de negócios específicos
do Brasil, o Manual é resultado da
experiência acumulada desde a sua implantação
e do esforço conjunto de uma
equipe de especialistas do setor e da
Comissão de Meio Ambiente, Segurança
e Saúde Ocupacional da ABRAFATI
no sentido de aprimorar a descrição
das práticas gerenciais relacionadas a
cada código.
Ivan Rigoletto, coordenador do Programa
no Brasil, destaca que o manual é
uma importante ferramenta para apoiar
o trabalho das empresas participantes
no sentido de administrar os aspectos
de suas atividades relacionados com o
meio ambiente, a segurança e a saúde
ocupacional. “O programa já está maduro,
sendo muito útil para as empresas
res, artesãos, empresas de
acabamento, construtores,
fabricantes de móveis, de
brinquedos, de portas e
esquadrias, entre outros.
“Lideramos a campanha,
por entender que ela é importante
para a sociedade e
também para o nosso setor.
Com maior uso de madeira,
crescerão as vendas de
tintas, os vernizes, os stains
e outros produtos utilizados para protegê-la,
potencializar seus atributos e
embelezá-la”, explica Dilson Ferreira.
Ivan Rigoletto, Renata Mariano, Gisele Bonfim e Débora Leite Isaac Nunes:
parte da equipe técnica que elaborou e revisou o manual
terem uma visão integrada e contarem
com uma estrutura relacionada aos
temas abrangidos. O manual servirá
como apoio para o trabalho que vem
sendo desenvolvido pelos participantes
para integrar as informações relacionadas
a esses aspectos no planejamento
estratégico, na gestão da empresa e em
suas operações”, afirma.
Fotos: Iara Morselli
REVISTA ABRAFATI – 17

18 – REVISTA ABRAFATI
Qualidade
Minha Casa, Minha Vida 2
prioriza produtos de participantes de PSQs
A Portaria nº 325 do Ministério das
Cidades, publicada no início de julho,
estabeleceu regras para a construção
de imóveis do Programa Minha Casa,
Minha Vida 2 com recursos do Fundo
de Arrendamento Residencial (FAR).
Dirigida a famílias com renda até R$
1.600,00 mensais, essa modalidade de
construção tem a meta de 860.000 unidades
no período 2011-2014.
Pesquisa da Dow revela que
consumidor de tintas busca qualidade
Uma pesquisa encomendada pela Dow
Coating Materials ao Instituto Ipsos
trouxe importantes informações sobre
os hábitos dos consumidores brasileiros
na hora de pintar a sua casa. Seus
resultados foram divulgados durante a
apresentação da nova estrutura do Paint
Quality Institute para a América Latina,
que tem os objetivos de aprimorar o
mercado de tintas e estimular o uso de
materiais com alta qualidade.
Foram identificados cinco perfis de consumidores,
conforme a personalidade e
a forma de agir em relação à pintura. O
resoluto ou determinado (16% do total)
sabe o que quer e não pede opiniões a
terceiros. É racional e valoriza a qualidade.
Já o indiferente (22%) não se deixa
influenciar em relação às tendências de
mercado, não se incomoda com aparência,
procura opções que deem menos
trabalho e tenham baixo custo. Para o
consumidor chamado de Lar Doce Lar
(17%), cuidar da casa é um hobby e o
custo não é o principal fator em suas
decisões. É um público mais emocional,
que tem satisfação no processo e
Como em regulamentações anteriores
do governo federal referentes à construção
de habitações populares, essa
medida estabelece a necessidade de
atender às diretrizes do Programa Brasileiro
da Qualidade e Produtividade do
Habitat (PBQP-H), utilizando materiais
de construção produzidos em conformidade
com as normas técnicas. A grande
novidade é que a Portaria nº 325 inclui
valoriza os atributos das tintas. Por sua
vez, o planejador (26%), muito racional,
realiza mudanças levando em conta
a relação custo-benefício. Finalmente,
o inseguro (19%), considerado o mais
tradicional, renova a sua casa apenas
quando necessário, sendo o que menos
investe em qualidade.
O estudo também apontou que a cor
preferida é a branca e que, cada vez
mais, as mulheres têm o poder de decisão
em relação às tintas. Quase 90%
dos entrevistados têm o hábito de pintar
toda a casa e não apenas um cômodo, e
um percentual similar pretende renovar
a pintura de seus imóveis nos próximos
dois anos. O local preferencial para
a compra são as lojas do bairro onde
residem.
Foi detectado ainda que 73% dos consumidores
estão em busca de tinta com
maior qualidade, valorizando atributos
como secagem rápida, blindagem contra
sujeira, prevenção contra infiltrações,
resistência a manchas e à umidade.
“O crescimento econômico no País se
um trecho especificando que devem
ser usados “especialmente aqueles
[materiais de construção] produzidos
por empresas qualificadas nos programas
setoriais da qualidade (PSQ) do
Sistema de Qualificação de Materiais,
Componentes e Sistemas Construtivos
(SiMaC)”, favorecendo os fabricantes
que têm compromisso com a qualidade,
a ética e o respeito ao consumidor.
Franco Faldini: público procura durabilidade
reflete no interesse dos consumidores
por produtos com qualidade. Prova
disso é o aumento no número de lançamentos
de tintas Premium das principais
marcas”, afirma Franco Faldini,
diretor de mar keting da Dow Coating
Materials para a América Latina. “Boa
parte desses consumidores tem como
característica a reforma planejada: costumam
utilizar produtos de alta qualidade,
que tenham resistência e grande
durabilidade”, acrescenta.
Foto: Divulgação

Atuação internacional
Tendências e ações globais
da indústria de tintas em discussão
Os principais temas
que têm ou terão
impacto no setor foram
debatidos pelos líderes
internacionais da
indústria.
O encontro anual do IPPIC (International
Paint and Printing Ink Council),
realizado no final de junho na Holanda,
reuniu as associações representativas da
cadeia de tintas dos principais países do
mundo – entre as quais a ABRAFATI,
representada por Dilson Ferreira, seu
presidente-executivo.
Ali foram discutidos os processos de regulamentação
e normalização ligados à
segurança, à saúde e ao meio ambiente,
assim como as tendências e perspectivas
do setor no mercado globalizado.
Um dos principais temas em debate
foi a destinação dos resíduos de tintas,
sendo destacado o projeto-piloto desenvolvido
pela American Coatings Association
(ACA) inicialmente no estado
do Oregon, com o nome de Paint Care.
“O modelo criado nos Estados Unidos,
onde não existe uma legislação nacional
para regular esse tema, tem características
muito interessantes e já está sendo
replicado em outros estados e em países
como a Austrália. Uma entidade à parte
administra essa iniciativa, que tem seus
custos cobrados do consumidor, sendo
destacados na nota fiscal de venda da
tinta”, explica o presidente-executivo
da ABRAFATI.
A eliminação ampla da utilização do
chumbo nas tintas e a redução dos
VOCs (compostos orgânicos voláteis)
também foram objeto de discussão,
assim como a necessidade de unifor-
mização das normas para tintas utilizadas
em embarcações, que circulam
globalmente.
Outro assunto em pauta foi a evolução
do sistema GHS, voltado para a padronização
global da classificação de produtos
químicos e de sua rotulagem, e de
seus impactos na indústria de tintas.
“O mundo das tintas é cada vez mais
globalizado. Temos hoje players globais
na fabricação de tintas, no fornecimento
de matérias-primas e até no âmbito dos
usuários, como ocorre na indústria automotiva.
Daí a importância do IPPIC,
que é o principal fórum para o intercâmbio
de informações e a definição de
políticas globais no nosso setor”, afirma
Dilson Ferreira.
Discutindo práticas
responsáveis
Como parte do encontro do IPPIC,
realizou-se a reunião do CCISC, Comitê
de Gerenciamento do Programa
Coatings Care, de atuação responsável
em tintas.
Com a presença de representantes dos
principais países onde a iniciativa está
implantada, foi uma oportunidade de
conhecer as experiências bem sucedidas
em cada um deles, avaliar possíveis
aprimoramentos no programa e debater
temas que estão ou deverão ficar em
evidência para a indústria de tintas,
relacionados à segurança, à saúde ocupacional,
à responsabilidade ambiental
e social.
Coordenador do Programa no Brasil,
Ivan Rigoletto representou o País no
evento, destacando o significativo
crescimento nas adesões e a evolução
nas práticas de gestão no último ano.
Ivan Rigoletto (esq.) entregou um exemplar
do novo manual brasileiro do Programa
Coatings Care a Wayne Smith, coordenador
do CCISC
Também foi entregue oficialmente ao
coordenador do CCISC, Wayne Smith,
a nova edição brasileira do manual do
Coatings Care, que foi muito elogiada
(leia mais sobre este manual na página
17). “Foi sugerida a retomada da coleta
de indicadores no Brasil, que vem
trazendo grandes benefícios em outros
países, com destaque para a Inglaterra.
Agora estamos estudando como podemos
estruturar esse processo de forma
eficaz e com custos acessíveis”, afirma
Rigoletto.
Uma das decisões mais importantes
dessa reunião foi a ampliação do escopo
das atividades do comitê. “Mantivemos
nossa condição de grupo técnico de
administração e acompanhamento do
Coatings Care, mas abrimos mais uma
vertente de atuação, estudando outros
temas e podendo apresentar propostas
para discussão no âmbito do IPPIC”,
relata Rigoletto. “Por sugestão da
Comunidade Europeia, foi discutido
o conceito de Life Cycle Thinking (que
significa a reflexão sobre o ciclo de vida
do produto), como algo a ser considerado
com muita atenção no desenvolvimento
das atividades da indústria”,
acrescenta.
REVISTA ABRAFATI – 19
Foto: Divulgação

20 – REVISTA ABRAFATI
Capacitação
Profissionais capacitam-se
para a aplicação do Sistema GHS
ABRAFATI promove
curso especial para
a cadeia de tintas
preparar-se para as novas
exigências em relação à
classificação e rotulagem
de produtos.
Até 2015 o GHS – Sistema Globalmente
Harmonizado de Classificação e Rotulagem
de Produtos Químicos deverá
ser implementado no País, seguindo o
que está ocorrendo em todo o mundo.
Trata-se de um sistema global para a
comunicação de riscos, aprovado em
2002 pela Organização das Nações Unidas
(ONU) com o objetivo de oferecer
maior proteção à população e ao meio
ambiente com a classificação de riscos
de produtos químicos e a padronização
de rótulos e fichas de informações de
segurança.
Diante da necessidade de preparar a
cadeia de tintas para aplicar esse sistema,
a ABRAFATI desenhou um curso
específico sobre o tema, cuja primeira
Viviane Alves: “O curso tornou
muito mais clara a forma de
classificar um produto”
Foto: Divulgação
Participantes aprovaram
a iniciativa, que agregou
informações essenciais
edição se realizou em junho
último, em São Paulo.
Ministrado por Gilmar da
Cunha Trivelato, pesquisador
da Fundacentro (Fundação
Jorge Duprat Figueiredo
de Segurança e Medicina do Trabalho),
bacharel em Química e profundo conhecedor
do setor de tintas, o curso envolveu
a apresentação e discussão de temas
como a gestão de riscos relacionados a
Margaret Schumacher: “Ter
mais pessoas conhecendo os
aspectos técnicos do GHS coloca
o País em patamar elevado”
Foto: Iara Morselli
Isabella Vargas:
“Gilmar simplificou o que
parecia um ‘monstro’”
Foto: Iara Morselli
Expertise do instrutor
Gilmar Trivelato (à
esq.) foi destaque
produtos químicos,
os sistemas
de classificação de
produtos químicos,
a composição
e propriedades
físico-químicas de
tintas e vernizes, a classificação e os elementos
da rotulagem segundo o GHS.
Com a participação de 26 profissionais
da cadeia de tintas, a iniciativa foi muito
Foto: Divulgação
De acordo com Ricardo Leonardi,
o curso proporcionou uma visão
de que toda a cadeia precisa
revisar seus documentos
Foto: Iara Morselli
Foto: Iara Morselli

Capacitação
bem recebida, por proporcionar informações
essenciais para o planejamento
e as atividades desenvolvidas no dia
a dia.
É o que afirma Viviane Alves da Silva,
química da BASF: “Com os conhecimentos
que adquiri, agora, quando
compro matérias-primas de fornecedores,
consigo identificar e interpretar as
fichas me baseando no GHS. Também
estou ajudando a elaborar as fichas
dos produtos da BASF. O curso tornou
muito mais clara a forma de classificar
um produto e elaborar uma ficha de
segurança”.
Margaret Souza Simis Schumacher,
especialista sênior em Assuntos Regu-
Cresce a presença feminina
na construção civil e na pintura imobiliária
Atividades até
recentemente quase
exclusivas de homens
passam a ser exercidas por
mulheres, que se destacam
pelo capricho na execução
e acabamento.
Números oficiais, referentes aos profissionais
contratados em empresas da
construção revelam que esse universo,
outrora praticamente restrito aos
homens, está sendo crescentemente
ocupado pelas mulheres, que já chegam
a cerca de 8% do total do contingente
nesse setor. Outro importante indicador
que aponta para o aumento da presença
feminina na construção é o número de
participantes do Programa Próximo
Passo, do Governo Federal, que capacita
beneficiários do Programa Bolsa Família
para o mercado de trabalho. Desde
latórios da Sherwin-Williams, concorda
com os benefícios obtidos: “Aprendemos
dicas preciosas de como usar
o GHS e como interpretar algumas
disposições, para fazer classificação de
mistura. Tivemos a oportunidade de
explorar e tirar dúvidas sobre aspectos
específicos relacionados ao nosso
setor. Posso dizer que proporcionou
uma melhor capacitação para que haja
avaliações mais corretas de documentos
técnicos como a FISPQ. Além disso, ter
mais pessoas conhecendo os aspectos
técnicos coloca o País em um patamar
mais elevado”.
O conhecimento do tema e da cadeia de
tintas pelo instrutor Gilmar Trivelato foi
salientado como um dos grandes dife-
2009, quando o programa foi criado,
33,2 mil pessoas passaram por cursos
de formação para atuar em empresas
da construção. Entre elas, quase 80%
são mulheres.
Paulo Simão, presidente da CBIC
(Câmara Brasileira da Indústria da
Construção), vê como extremamente
positiva essa transformação, que ele
considera como uma forma de atenuar
a demanda por mão de obra qualificada
e como uma conquista da sociedade e
das mulheres em um segmento historicamente
dominado pelos homens.
“As profissionais da construção civil
agregam novas qualidades ao trabalho e
tornam os canteiros de obras ambientes
mais humanizados. A CBIC é parceira
de várias organizações, como a Confederação
das Mulheres do Brasil e o
próprio governo federal – por meio do
programa Próximo Passo – e trabalha
para estimular ainda mais o crescimento
do número de mulheres na nossa
renciais, aproximando as informações
transmitidas da realidade vivenciada
pelos profissionais. “Ele entende muito
do assunto e é atualizado”, diz Ricardo
Leonardi, analista de desenvolvimento
da Hydronorth, que considerou a
iniciativa excelente, por proporcionar
uma visão de que toda a cadeia de tintas
precisa revisar seus documentos, para
tornar bem clara a informação para o
consumidor final. Da mesma forma,
Isabella Marini Vargas, supervisora de
Laboratórios de Novas Tecnologias da
Renner Sayerlack, destaca a qualidade
do curso e a importância dele para o seu
trabalho. “Foi muito esclarecedor e o
foco que Gilmar deu em tintas e vernizes
ajudou na compreensão. Ele simplificou
o que parecia um ‘monstro’”, relata.
Thelma: superando barreiras para
conquistar espaço no mercado
atividade”, afirma.
A mesma situação pode ser vista
entre profissionais que atuam como
autônomos ou via pequenas empresas
de prestação de serviços nas diversas
atividades relacionadas à construção.
REVISTA ABRAFATI – 21
Foto: Divulgação

Foto: Divulgação
Capacitação
Geni (à esq.): pintoras são
excelentes para efeitos especiais
Especialmente em atividades que exigem
cuidados especiais e capricho na
execução, como a pintura, é cada vez
mais comum a presença de mulheres.
Outro importante diferencial da brigada
feminina é a preocupação em estudar
e se preparar para a profissão buscando
orientação especializada.
Geni Ferreira dos Santos, de Cotia (SP),
é um exemplo. Atuando como pintora
há muitos anos, desde que tomou gosto
pela atividade ao executá-la em sua
própria casa, ela hoje também ensina a
profissão. Depois de fazer vários cursos
e ler muito sobre o tema, foi contratada
pelo Senai de Osasco e atualmente
ministra o curso de Pintor de Obras na
sucursal da instituição em sua própria
cidade.
Ao longo dos últimos anos, já deu aulas
em diversos municípios da Grande São
Paulo e relata que tem percebido um interesse
crescente das mulheres pela profissão.
“Tenho muitas alunas e vejo que
elas se destacam por pintar com muito
capricho, cuidado e delicadeza. Quando
se trata de fazer efeitos especiais, as
pintoras em geral são excelentes”, diz.
“Em todas as atividades relacionadas à
construção, as mulheres estão entrando
e trazendo novos conceitos de organização
e limpeza”, acrescenta. Por isso
mesmo, na empresa de pintura que
pretende montar, procurará formar um
grupo feminino de funcionárias.
22 – REVISTA ABRAFATI
A ideia não é exclusiva
de Geni. Miriam Müller,
pintora há 16 anos, lidera
hoje um grupo de cinco
pintoras, que trabalham
com uniforme cor de rosa,
e conta que conhece pelo
menos outras duas equipes
femininas, ambas na
Grande São Paulo – em
Santo André e Jundiaí. “Na
minha opinião, as mulheres
são mais responsáveis,
caprichosas, têm mais respeito.
Não deixamos materiais
caírem no chão e, se
sujarmos, nós limpamos”,
destaca ela.
Quando iniciou sua trajetória na profissão,
impulsionada pelo fato de o
marido estar desempregado, Miriam
buscou o caminho da capacitação, como
continuou sempre fazendo, tanto é que
foi uma das primeiras a ser aprovada
pelo Programa Pintor Profissional
ABRAFATI, recebendo seu Cartão de
Identificação e tendo seu nome incluído
no Cadastro Nacional de Pintores de
Imóveis. “Para aprender, fiz diversos
cursos técnicos no Senai. Atualmente
vivo em Jundiaí (SP), onde também dou
aulas de pintura, já tendo contribuído
para várias outras mulheres se formarem.
Duas delas eram faxineiras e só
sabiam limpar. Outras eram donas de
casas. Hoje, elas têm uma ótima profissão”,
afirma.
A entrada nesse território em que os homens
tradicionalmente predominaram
nem sempre é uma tarefa fácil, como
conta Thelma Shuña Queiroz, pintora
desde 1996, radicada em São Paulo.
“Quando comecei, fiz o curso de pintura
do Senai, onde havia poucas mulheres.
Para conquistar espaço no mercado, tive
de superar barreiras. Algumas pessoas
duvidavam da minha capacidade de
trabalho”, relembra. “Procurava obras
para oferecer meus serviços, ligava para
lojistas e contei com muito apoio de
meu pai, que era representante comercial
de empresas de marcenaria e de ar
Miriam: mulheres são responsáveis,
caprichosas e atentas à limpeza
condicionado e tinha muitos contatos.
Foi assim que consegui meus primeiros
trabalhos”.
Autônoma, tendo como especialidade a
marmorização, Thelma vem prestando
serviços em toda a Grande São Paulo,
tendo recentemente concluído uma
obra em uma igreja no bairro paulistano
da Lapa. Hoje, vê o reconhecimento dos
clientes em relação aos diferenciais que
enxergam no trabalho executado pelas
pintoras. “Somos cuidadosas, detalhistas
e entendemos melhor a necessidade
de limpeza na hora do trabalho. Quando
a pintura é feita em um imóvel onde
as pessoas estão morando, a preocupação
dos donos com a sujeira que pode
ficar é menor. Além disso, a presença de
uma mulher prestando serviços na casa
ocupada, em lugar de um homem, deixa
a família mais à vontade”, explica.
A participação feminina no Programa
Pintor Profissional ABRAFATI é crescente.
Além de Geni, Miriam e Thelma,
dezenas de pintoras estão buscando
o diferencial representado pela certificação
profissional proporcionada
pela iniciativa. Com a eliminação dos
preconceitos e a maior presença delas
nos cursos e iniciativas de capacitação,
encontrar mulheres empunhando rolos,
pincéis e outros instrumentos de
pintura será uma realidade cada vez
mais comum.
Foto: Divulgação

Ciência & Tecnologia
Prêmio ABRAFATI-Petrobras:
um forte impulso ao crescimento profissional
Inscrições estão abertas
até 01 de novembro,
representando importante
oportunidade de
reconhecimento para
pesquisadores.
Em sua 13ª edição, o Prêmio ABRA-
FATI-Petrobras de Ciência em Tintas
contemplará três estudos inovadores.
Com ele, profissionais da cadeia de
tintas e pesquisadores acadêmicos têm
a oportunidade de obter um importante
reconhecimento para seus trabalhos
de pesquisa. Para participar, é preciso
inscrever um estudo inédito e original
até 01 de novembro. Após a avaliação
da Comissão Julgadora, os resultados
serão anunciados no início de dezembro.
“Essa iniciativa vem estimulando o desenvolvimento
científico e tecnológico
da cadeia de tintas. Graças a ela, temos
visto pesquisas de alto nível serem conduzidas
na indústria e na universidade,
transformando-se em conhecimento
e resultando em inovações”, afirma
Dilson Ferreira, presidente-executivo
da ABRAFATI.
O prestígio conferido pela premiação
e as oportunidades que abre para o
crescimento profissional são benefícios
ressaltados pelos vencedores. “Devido
ao grande peso e respeito que o prêmio
possui no mercado, o recebimento dessa
homenagem traz um destaque natural
para o pesquisador. Desde a minha primeira
conquista, ganhei projeção dentro
da corporação. Também recebi convites
para lecionar em universidades, escrever
artigos científicos para publicação,
ministrar palestras e participar em
congressos”, relata Marcos Fernandes
de Oliveira, químico especialista da
DuPont, que conquistou o 1º lugar em
2010, além de ter sido por duas vezes 2º
colocado em edições anteriores. “Na minha
opinião, não existe iniciativa maior
voltada para a pesquisa no mercado de
tintas, tanto do meio industrial como do
acadêmico”, assegura.
Pesquisadora do IPEN (Instituto de
Pesquisas Energéticas e Nucleares),
Luci Diva Brocardo Machado, 1º lugar
no V Prêmio (1994), concorda com
Marcos. “Por causa do Prêmio, passei
a trabalhar na área de tintas dentro do
instituto, onde praticamente não se pesquisava
o tema. Também fui convidada
a participar da Radtech, onde atuo até
hoje”, diz. “Esse prêmio representa um
estímulo para o desenvolvimento da
pesquisa acadêmica, além de ser uma
fonte importante de divulgação do
trabalho”, destaca.
Vencedor na 1ª edição do Prêmio, Fernando
de Loureiro Fragata, pesquisador
do Cepel (Centro de Pesquisas de Energia
Elétrica), afirma que a iniciativa é
muito importante por incentivar a área
acadêmica a desenvolver inovações
para as tintas. “No aspecto curricular,
ter sido premiado tem um valor muito
importante. O trabalho e o autor ficam
em maior evidência e passam a ser mais
conhecidos pela comunidade técnica”,
acrescenta.
Nas universidades, a avaliação é semelhante.
“Um prêmio no currículo é
sempre um benefício e uma distinção
importante. Principalmente em se
tratando de um 1º lugar no prêmio
ABRAFATI”, afirma a professora Raquel
Fernandes Pupo Nogueira, do
Instituto de Química da Unesp (Universidade
Estadual Paulista) em Ara-
Foto: Iara Morselli
Raquel Pupo
Nogueira:
distinção
importante
Marcos
Fernandes de
Oliveira:
destaque natural
raquara, vencedora em 2002. O estudo
e os experimentos foram desenvolvidos
pelas alunas Mirela Cristina de Oliveira
e Milady Renata Apolinário da Silva,
orientadas por ela. Para as duas pesquisadoras,
o reconhecimento representou
um impulso ainda mais forte para suas
carreiras.
“É uma rara oportunidade que os talentos
do setor de tintas possuem para
apresentar seus trabalhos e, posteriormente,
ter uma oportunidade profissional
ou acadêmica. Ter vencido me
abriu muitas portas e me ajudou a conquistar
o Prêmio Fritz Feigl, concedido
pelo Conselho Regional de Química
de São Paulo. Recebi um convite para
aplicar meu estudo na prática em uma
indústria, onde trabalho atualmente.
Também fui convidado a fazer uma
palestra sobre esse tema no congresso
de tintas deste ano em Nuremberg,
na Alemanha”, diz o químico Manuel
Julimar Lopes, diretor técnico da SJD,
vencedor em 2002 (2º lugar), 2004 (1º
lugar) e 2008 (3º lugar).
Para conhecer o regulamento completo,
acesse: www.abrafati.com.br
Foto: Divulgação
REVISTA ABRAFATI – 23

24 – REVISTA ABRAFATI
Legislação
Nova lei regula venda de tintas spray
No varejo passou a ser
obrigatória a apresentação
de documento do
comprador e a inclusão
desse dado na nota fiscal.
Para as embalagens, foi
definida a inclusão de
novo texto.
No dia 26 de maio último entrou em
vigor a Lei nº 12.408, que proíbe a comercialização
de tintas spray a menores
de 18 anos. A partir da sua publicação,
a venda do produto no varejo só pode
ser feita mediante apresentação de documento
do comprador, que será identificado
na nota fiscal correspondente. O
não cumprimento dessa determinação
gera multas e outras penalidades ao
comerciante.
A lei estabelece também que as embalagens
das tintas em aerossol deverão
conter, de forma legível e destacada, o
seguinte texto: “Pichação é crime (art.
65 da Lei nº 9.605/98). Proibida a venda
a menores de 18 anos.” Foi estabelecido
o prazo de 180 dias após a regulamentação
da lei – que ainda não ocorreu
– para que fabricantes, importadores e
distribuidores adequem suas embalagens
às novas regras. Outra mudança
incluída na lei foi a alteração no artigo
65 da Lei nº 9.605/98, estabelecendo
diferenciação entre pichação (que é
crime) e grafitagem, considerada como
manifestação artística.
“O objetivo principal da lei é coibir a
pichação, que se tornou um problema
sério nas áreas urbanas, enfeiando as cidades,
danificando o patrimônio público
e, em muitos casos, desestimulando a
manutenção de fachadas bem pintadas.
Ela será um importante instrumento
para que possamos ter cidades mais
bonitas, bem cuidadas e preservadas
em seu aspecto cultural, artístico e
arquitetônico”, afirma Dilson Ferreira,
presidente-executivo da ABRAFATI.
“Os usuários de tintas em aerossol para
outras importantes aplicações, como
em decoração, artesanato, manutenção
e reparação de veículos, não serão afetados.
Eles continuarão a ter acesso às
tintas, devendo apenas ter mais de 18
anos e apresentar o documento para
comprá-las”, acrescenta.
A importância da nova lei foi salientada
por especialistas e pelo Poder Público.
Um editorial publicado pelo o jornal O
Estado de S. Paulo poucos dias após a lei
ser sancionada, resumiu bem a justificativa
para essa medida, ao afirmar que
“a pichação do patrimônio público ou
privado tornou-se um verdadeiro flagelo
nas grandes cidades”. Ao mesmo
tempo, como destaca o mesmo editorial,
o grafite adquiriu um novo status, com
seu reconhecimento legal: “Em vez da
displicência com que as prefeituras em
geral veem painéis ou desenhos em
Redução do IPI
vale até o fim de 2012
Foi anunciada no início de agosto a
prorrogação da redução do IPI (Imposto
sobre Produtos Industrializados) para
diversos materiais de construção, entre
os quais as tintas imobiliárias à base de
água. Essa desoneração, que a cadeia
de construção quer tornar permanente,
vale agora até 31 de dezembro de
2012.
Em vigor desde abril de 2009, com sucessivas
prorrogações, a medida reduz
a alíquota do imposto de 5% para zero
no caso das tintas. Os efeitos vêm sendo
túneis, viadutos, muros ou estações ferroviárias,
elas podem autorizá-los em
locais predeterminados”. E vai além, ao
afirmar que a nova lei pode ter caráter
educativo. “Se os prédios das escolas
não forem mais desfigurados pela pichação,
como costuma acontecer, os alunos
podem ser levados a compreender
que devem evitar danos em instalações
existentes para seu uso”.
muito positivos para as vendas, já que
a queda no preço dos produtos beneficia
especialmente os consumidores de
menor renda.
“Neste momento de incertezas, em que
o Brasil enfrenta uma desaceleração da
economia, essa decisão é ainda mais
importante, por representar mais um
estímulo à construção, segmento que
vem sendo o motor do desenvolvimento
econômico e social do País”, afirma
Dilson Ferreira, presidente-executivo
da ABRAFATI.
Foto: Josterix / sxc

Foto: Divulgação
Associadas
Workshop da Sherwin-Williams/
Euronavy debate tintas navais
Cerca de cem profissionais do setor de
construção naval offshore de todo o Brasil
estiveram reunidos em junho na segunda
edição no Workshop Sherwin-Williams/
Euronavy, realizado no Rio de Janeiro. O
evento abordou os desafios enfrentados
pelas empresas de construção naval para
aliar tecnologia de ponta em revestimentos
sem exceder seu budget.
João Azevedo, gerente global de Desenvolvimento
de Negócios da empresa, falou
sobre a importância do investimento em
pintura de alto desempenho, destacando
que as implicações e o retrabalho que uma
escolha errada podem gerar são enormes.
“É preciso ter clareza de que um custo inicial
mais alto e maiores cuidados na aplicação
podem representar economia significativa
no futuro”, afirmou.
Para Raouf Kattan, diretor da empresa
inglesa Safinah e perito em avaliação de
riscos na escolha e aplicação de revestimentos,
o processo de pintura das grandes
construções deve ser encarado como um
minucioso sistema de engenharia, que
requer atenção em todos os detalhes. “O
sucesso do revestimento começa em um
projeto bem desenvolvido, que permita
que a tinta chegue a toda a superfície. Um
segundo ponto fundamental é a análise
cautelosa dos contratos de compra e prestação
de serviços. Depois disso é que se
deve passar para a especificação correta do
produto, gestão de cronograma e aplicação
e, por fim, verificar as condições ambientais,
operacionais e químicas, sem esquecer da
legislação”, advertiu.
Tintas da Futura
no Programa do Gugu
O quadro “Sonhar mais um sonho”, do Programa
do Gugu da Rede Record, mostrou
no dia 10 de julho o resultado do trabalho de
construção de um imóvel para uma família
na cidade de Três Fronteiras (SP). As tintas
e todo o material necessário para a pintura
foram fornecidos pela Futura Tintas.
Renner Herrmann
investe no Chile
No início de julho, a Renner Herrmann anunciou
a compra da moderna planta industrial
de tintas que pertencia à empresa chilena
Reno, localizada em Valle Grande, na área
metropolitana de Santiago. A unidade abrigará
as atuais duas unidades de produção
do grupo Renner naquele país.
Em uma segunda operação no Chile, a empresa
adquiriu 75% das ações da indústria
Pinturas Creizet S.A., tradicional fabricante
local de tintas de alto desempenho, focada
no mercado de manutenção industrial.
Presença nos principais
eventos especializados
Investindo na promoção e divulgação de
seus produtos e diferenciais, as indústrias
de tintas participam das mais importantes
exposições dos segmentos em que o produto
é utilizado.
No início de julho, a Acrilex e a AkzoNobel
estiveram presentes na Mega Artesanal
2011, voltada para o segmento artístico e
de trabalhos manuais. Na primeira semana
de agosto, foi a vez da Expolazer, 18ª Feira
Internacional de Piscinas, Spas e Ambientes
de Lazer, que contou com a presença da
Montana. Na mesma época ocorreu a 14ª
Construsul – Feira Internacional da Construção,
em Porto Alegre, da qual a Montana
também participou, juntamente com Akzo-
Nobel, Eucatex, Killing, PPG Renner, Resicolor
e Sherwin-Williams. No Rio de Janeiro,
ocorreu ainda a Navalshore 2011 – Feira e
Conferência da Indústria Naval e Offshore,
tendo a AkzoNobel como expositora. Poucos
dias depois, ocorreu a Brasil Móveis 2011,
que contou com a Sayerlack como uma de
suas patrocinadoras.
No dia 16 de agosto iniciou-se a 16ª edição
da Casa Cor Espírito Santo, que tem a
participação da Suvinil. Fechando o mês,
realizou-se a 2ª edição da GreenBuilding
Brasil Conferência Internacional & Expo,
na qual tomaram parte a Hydronorth, a
Sherwin-Williams e a Universo.
Lukscolor muda
marca e embalagens
Em junho, a Lukscolor apresentou seu novo
logotipo e renovou as embalagens de seus
produtos, ressaltando os atributos dos seus
produtos e tornando as informações mais
fáceis de ler. O anúncio da nova identidade
visual foi feito de maneira inovadora, por
meio de diversas ações de merchandising
na novela Insensato Coração, da TV
Globo.
Seminário apresenta
avanços em pintura industrial
No dia 7 de julho, aconteceu o Seminário de
Pintura Industrial, organizado pela Abraco
– Associação Brasileira de Corrosão, com
o objetivo de discutir as tendências atuais
desse mercado e as novas tecnologias de
produtos e de aplicação para prevenção da
corrosão em estruturas, equipamentos e
plantas de processo. Importantes especialistas,
ligados a empresas e universidades,
ministraram palestras sobre temas como
tintas automotivas, pintura de aeronaves,
pintura naval, corrosão e tecnologia de
jateamento. O evento, realizado no Instituto
de Pesquisas Tecnológicas (IPT), em São
Paulo, contou com o patrocínio da Akzo
Nobel, por meio da International Paint, e da
Renner Protective Coatings.
Suvinil promove 3ª edição
de seu prêmio de inovação
Até o dia 07 de outubro, estudantes, professores
e profissionais da decoração e do design
podem se inscrever no Prêmio Suvinil de
Inovação. O objetivo da iniciativa é estimular
a criatividade e a originalidade, ao mesmo
tempo em que são detectados novos talentos
e oportunidades do mercado.
São duas as categorias, uma destinada a
estudantes e outra para profissionais, ambas
premiando os três primeiros lugares.
Promovido há três anos, o Prêmio Suvinil de
Inovação conta com o apoio da ABRAFATI.
Eucatex participa de ação
social de pintura no Guarujá
Em projeto desenvolvido pelo artista plástico
Alexandre Huber e a prefeitura da cidade
de Guarujá (SP), as fachadas dos imóveis
localizados à margem do Estuário foram
pintadas, fazendo com que a comunidade
seja vista pelo município vizinho, Santos, de
uma forma mais bonita e alegre.
Um total de 30 casas e estabelecimentos
comerciais foram beneficiados com a iniciativa,
apoiada pela Eucatex, que doou tintas
utilizadas para colorir os imóveis.
Colorgin promove concurso
cultural com spray
Até 30 de outubro estão abertas as inscrições
para o concurso cultural O Artista é
Você, promovido pela Colorgin. Para participar,
é preciso acessar o hotsite www.
fizcomcolorgin.com.br e postar o passo a
passo de uma peça feita com tinta spray.
Serão premiados os cinco melhores trabalhos,
que se destacarem pela criatividade,
originalidade e acabamento final.
REVISTA ABRAFATI – 25

26 – REVISTA ABRAFATI
Mercado
Estudo aponta rumos para a distribuição
Uma recente pesquisa realizada pela
Associação Brasileira dos Distribuidores
de Produtos Químicos e Petroquímicos
(Associquim) e pelo Sindicato
do Comércio Atacadista de Produtos
Químicos e Petroquímicos no Estado
de São Paulo (Sincoquim) apontou os
desafios que o setor deverá enfrentar
nos próximos anos, principalmente
diante das perspectivas de exploração
do pré-sal. “A missão das empresas
do segmento é, cada vez mais, atuar
como transmissoras de conhecimento,
estimulando políticas ambientalmente
responsáveis”, afirma o presidente da
Associquim, Rubens Medrano.
Mais de 160 produtores e consumi-
No último dia 27 de agosto, a cadeia
de tintas perdeu um dos seus mais
destacados líderes, Guilherme de Souza
Pires, presidente do Sintirj – Sindicato
das Indústrias de Tintas e Vernizes e de
Preparação de Óleos Vegetais e Animais
do Município do Rio de Janeiro.
Continuador de uma longa tradição na
indústria de tintas, iniciada por seu pai
em 1924 – quando instalou uma fábrica
no Rio de Janeiro –, pode-se dizer que
Guilherme passou toda a vida ligado ao
setor, tanto na produção como na defesa
de seus interesses.
Aliou a seu conhecimento do dia a dia
das operações uma sólida formação
como engenheiro químico e uma busca
constante por atualização técnica, acompanhando
as inovações por meio de
leituras e da frequente participação em
cursos e congressos. Entendendo que
o conhecimento deveria ser compar-
dores industriais foram envolvidos
nesse estudo, intitulado A Distribuição
de Produtos Químicos e Petroquímicos no
Brasil e sua importância na visão da cadeia
produtiva. Entre os pontos fortes da atuação
das distribuidoras, foi destacado o
seu papel na regulação de estoques e no
estabelecimento dos preços dos produtos,
além da sua contribuição do ponto
de vista de logística e armazenagem.
Outro aspecto ressaltado foi a atuação
no sentido de orientar os consumidores
industriais quanto à melhor forma de
manipulação dos produtos, desde a
armazenagem até os usos específicos
de cada composto químico.
Uma das conclusões foi a de que é
Homenagem
Guilherme, um profissional que fará muita falta
tilhado e disseminado,
de forma a se refletir
na evolução científica
e tecnológica do setor,
promoveu diversas iniciativas
nesse sentido,
à frente do Sintirj, com
destaque para o Simpósio
Técnico de Tintas
e Vernizes. Ao mesmo
tempo, sempre esteve
disponível para orientar profissionais
da indústria, com sua vasta bagagem
técnica. O livro Tintas e Vernizes: Fundamentos
e Aplicativos, que escreveu
sozinho e publicou vencendo todas
as dificuldades, é fruto dessa vocação,
sendo um dos importantes legados que
deixa.
À frente do sindicato, teve atuação destacada
na representação dos fabricantes
do Rio de Janeiro na Firjan (Federação
das Indústrias do Estado), em iniciativas
preciso aprimorar a interação entre os
elos da cadeia de distribuição, de modo
que o know-how específico de cada um
deles possa contribuir de forma mais
efetiva para o desenvolvimento dos
demais. Esse gap dificulta, inclusive, o
surgimento de inovações no setor, na
avaliação de Medrano, para quem o
conhecimento dos técnicos do setor de
produção precisa ser compartilhado
com o distribuidor. Complementarmente,
deve ser aperfeiçoada a comunicação
entre distribuidores e produtores, para
que as informações, dúvidas e sugestões
captadas no contato direto com
o consumidor industrial sirvam como
base para o planejamento e a tomada
de decisões.
e pleitos essenciais para
a cadeia de tintas. Valorizou
a qualidade, premiando
fornecedores e
entendendo o alcance
do Programa Setorial da
Qualidade – Tintas Imobiliárias.
Foi presença
constante nos grandes
eventos setoriais, entre
os quais praticamente
todas as edições de ABRAFATIs.
Foto: Iara Morselli
“Para todos nós fica um exemplo de
trabalho incansável pelo engrandecimento
da cadeia de tintas. Para dar
continuidade a esse esforço e honrar a
memória desse importante líder, cabe
aos empresários do setor no Rio de
Janeiro o desafio de conduzir o Sintirj,
expandindo a sua atuação e levando
adiante os projetos idealizados por
Guilherme”, afirma Dilson Ferreira,
presidente-executivo da ABRAFATI.

Fornecedor
Bayer, tradição centenária e foco na inovação
Empresa alemã está
no Brasil desde o final
do século XIX, tendo
começado no País no
segmento de medicamentos
e expandido sua atuação
para outras áreas,
sendo hoje importante
fornecedora para tintas e
vernizes.
De origem alemã, tendo sua matriz
na cidade de Leverkusen, a Bayer
expandiu sua atuação para diversas
regiões do planeta muito antes de que
se falasse em globalização. No Brasil,
está presente há nada menos do que 115
anos, tendo começado como empresa de
medicamentos, característica pela qual
segue sendo muito conhecida do grande
público consumidor, graças a produtos
como a Aspirina.
Atualmente, sua atuação é muito mais
abrangente, com importante presença
nos segmentos de CropScience (agroindustrial)
e MaterialScience (industrial).
Neste último caso, a Bayer do Brasil funciona
como sede regional para toda a
América do Sul e Central, contando com
uma planta industrial em Belford Roxo
(RJ) e os escritórios em São Paulo.
A Bayer MaterialScience emprega
aproximadamente 500 pessoas na
América do Sul, a maior parte das quais
no Brasil. Suas três grandes áreas de
atuação são espumas de poliuretano,
policarbonatos e matérias-primas para
tintas e adesivos.
Globalmente, assim como no Brasil, a
empresa é uma das principais provedoras
da indústria de tintas, atuando
em todos os continentes e possuindo
unidades de produção nos principais
mercados do mundo.
Os produtos Bayer para tintas, vernizes
e adesivos atendem a uma clientela
diversificada, de segmentos como o automotivo,
de infraestrutura, plásticos,
calçadista, de embalagens e colagem
de espumas.
Fazem parte de seu portfólio marcas
tradicionais como Desmodur e Desmophen,
referências para todo o mercado
que atingem. Muitas outras linhas de
produtos de sucesso estão no mercado,
como a Bayhydrol e Bayhydur, linhas
de resinas base água, para as mais diversas
aplicações. Ou ainda Desmoseal
para selantes, Desmolux para sistemas
curáveis por UV, Dispercol, Desmocol,
Baypren, entre outros, para adesivos.
Crescimento na
América Latina
Líder em várias das áreas em que atua,
graças à sua postura inovadora, a
Bayer contribui com desenvolvimentos
importantes para setores como os de
tintas e vernizes. A perspectiva para
os próximos anos é de crescimento. “A
Bayer MaterialScience tem a visão clara
de se fortalecer em mercados emergentes,
como China, Índia e Brasil. Por isso,
temos direcionado boa parte de nossos
investimentos para esses países”, afirma
Hassessian e a fábrica de Belford Roxo:
otimismo em relação a expansão e a
sofisticação do setor de tintas no país
Alberto Hassessian, diretor de Negócios
da empresa. O executivo acredita que
o bom momento do Brasil e de alguns
países da América Latina, como Chile,
Peru e Colômbia, irá alavancar os negócios.
“Vemos o mercado com otimismo,
antevendo a expansão e a sofisticação
do setor de tintas no Brasil. É possível
observar a maior demanda por produtos
mais tecnológicos e com apelos
toxicológicos, aliados à performance.
Como nosso foco são os produtos
técnicos, prevemos crescimento acima
da média do segmento de resinas”,
complementa.
A realização da ABRAFATI 2011 é mais
um motivo para enxergar o panorama
de forma otimista. A Bayer participa
desde a primeira edição do Congresso e
da Exposição e cada vez mais os valoriza.
“Atualmente, é o principal evento de
nosso calendário regional, sendo reconhecido
por nossa matriz como um dos
mais importantes a nível global. Sempre
trazemos palestrantes da Europa para o
evento”, finaliza Hassessian.
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Fotos: Divulgação