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Congress Edition<br />
<strong>33º</strong> <strong>DIGITAL</strong><br />
<strong>BUSINESS</strong> <strong>CONGRESS</strong><br />
A emergência de um<br />
compromisso nacional<br />
Mai.<br />
#96 2024
40 <strong>33º</strong> Digital Business Congress
A emergência de um<br />
compromisso nacional<br />
A IA é uma oportunidade única para o país se diferenciar,<br />
assumindo esta tecnologia disruptiva como motor de<br />
crescimento. Mas para este verdadeiro salto qualitativo, é<br />
preciso criar as condições certas, pois persistem múltiplas<br />
barreiras: económicas, sociais e até políticas. No terreno, os<br />
progressos comprovam que é possível e há estratégias e<br />
planos prontos a avançar. A APDC, assinalando o seu 40º<br />
aniversário, também apresentou no <strong>33º</strong> Digital Business<br />
Congress uma visão para Portugal, com medidas e metas<br />
concretas.<br />
Texto de Isabel Travessa<br />
Fotos de Vítor Gordo e Filipa Bernardo /SYNCVIEW<br />
Criada há quatro décadas como uma associação<br />
de profissionais das comunicações, a<br />
APDC passou, ao longo dos anos, a ser a associação<br />
do ecossistema digital. Missão? Discutir<br />
o futuro. É que o país mudou e as TIC<br />
e Media foram dos setores que mais se modernizaram<br />
e contribuíram para modernizar<br />
Portugal. “Sem comunicações modernas,<br />
não se tinha atingido o nível de desenvolvimento<br />
que temos hoje. Mas não podemos<br />
estar inteiramente contentes com os resultados”,<br />
afirmou o presidente da APDC no arranque<br />
da edição deste ano do Digital Business<br />
Congress.<br />
“Temos um país com 30% de pobres e com<br />
30% de jovens a saírem de Portugal. A nossa<br />
economia tem de criar mais valor, as<br />
nossas empresas têm de crescer e desenvolver<br />
negócios de maior valor acrescentado.<br />
Não é possível distribuir valor que não<br />
se cria. O nosso problema é um problema<br />
de criação de valor. O Estado, por seu turno,<br />
tem de contribuir, sendo mais simples e<br />
mais eficiente”, defendeu Rogério Carapuça,<br />
ao anunciar que, para “ajudar a combater<br />
os atrasos”, a APDC desenvolveu uma visão<br />
para o país, com medidas concretas para o<br />
desenvolvimento da economia.<br />
“Se olharmos para o DESI, o indicador da CE<br />
para o desenvolvimento da sociedade e da<br />
economia digitais, estamos no lugar imediatamente<br />
abaixo da média europeia. Ou seja,<br />
somos o primeiro dos últimos. Mas temos de<br />
ser um dos primeiros. Por isso, a visão que<br />
desenvolvemos é ser um dos primeiros nos<br />
próximos oito anos”, adiantou, destacando<br />
duas medidas de modernização da AP: a<br />
criação da figura de CIO no Estado e a adoção<br />
do princípio “once only”. A meta é tornar<br />
Portugal um dos líderes da economia e da<br />
sociedade digital da Europa nos próximos<br />
oito anos.
42 <strong>33º</strong> Digital Business Congress<br />
Com o tema “40 Years Futurizing”, o congresso<br />
da APDC centrou-se no futuro com<br />
a Inteligência Artificial (IA) que, segundo Rogério<br />
Carapuça, “permitirá provavelmente o<br />
maior salto qualitativo de produtividade da<br />
história da humanidade. Há que a aproveitar<br />
bem”, alertou. A tecnologia já está aí e promete<br />
uma “revolução profunda, que ainda<br />
só está a começar”, mas que já revela enormes<br />
impactos a todos os níveis. “Estamos a<br />
assistir a uma alteração muito rápida na sociedade,<br />
que terá consequências importantes,<br />
para as quais precisamos de nos preparar”,<br />
começou por destacar o presidente do<br />
Congresso na sua intervenção.<br />
“Temos um enorme desafio para o país: organizacional,<br />
educacional e, acima de tudo,<br />
de produtividade. O país necessita de se tornar<br />
mais produtivo. Essa é a razão essencial<br />
para não sermos mais desenvolvidos. Para<br />
nos tornarmos mais produtivos, a IA pode<br />
ajudar, mas só por si a tecnologia não o vai<br />
fazer. É uma questão organizacional”, considerou<br />
Arlindo Oliveira.<br />
Da parte do Governo, ficou o compromisso,<br />
nas palavras da Ministra da Juventude<br />
e Modernização, de que será definida e implementada<br />
uma estratégia para o digital,<br />
“com objetivos bem definidos, metas quantitativas<br />
e um plano de ação que concretize<br />
o sucesso da transição digital até 2030”. É<br />
que ela representa uma “enorme oportunidade.<br />
Estamos a testemunhar uma transformação<br />
sem precedentes na forma como interagimos<br />
com a tecnologia e com o mundo<br />
à nossa volta. Este cenário oferece um terreno<br />
fértil para a inovação, para o crescimento<br />
económico e para uma melhoria substancial<br />
da qualidade de vida”.<br />
Estando o executivo alinhado com as metas<br />
europeias, pretende “garantir uma abordagem<br />
coesa e ambiciosa para enfrentar os<br />
desafios da era digital”. Pelo que Margarida<br />
Balseiro Lopes assegura que “há uma clara<br />
visão sobre como estimular o crescimento<br />
da economia e da inovação”, que passa por<br />
agilizar a execução dos fundos estruturais<br />
para requalificar a economia e apostar de<br />
forma estruturada na IA.<br />
UM MUNDO DE POSSIBILIDADES<br />
Foi na IA que Pedro Domingos, reconhecido<br />
investigador e docente da Universidade de<br />
Washington, centrou a sua reflexão, desfazendo<br />
mitos e receios que têm sido levantados.<br />
Considerando que a tecnologia “é sempre<br />
uma coisa necessariamente imperfeita,<br />
O conhecido<br />
investigador mundial<br />
em IA, Pedro Domingos,<br />
garante que Portugal<br />
tem a oportunidade<br />
de se assumir como<br />
a ‘Estónia da IA’ e um<br />
exemplo para a Europa.<br />
Falta o compromisso de<br />
todos.<br />
Os des<br />
ficaram<br />
e medi<br />
Arlindo<br />
Margar<br />
coesa e
afios que o país ainda tem pela frente no digital e o potencial da IA para fazer diferente<br />
claros no arranque do congresso. Rogério Carapuça deu o mote, com a visão da APDC<br />
das concretas. Garantindo que a IA trará uma profunda revolução, ainda no início,<br />
Oliveira (presidente do congresso) diz que tudo dependerá da organização e do talento.<br />
ida Balseiro Lopes (ministra da Juventude e Modernização) assegura “uma abordagem<br />
ambiciosa para enfrentar a era digital”
44 <strong>33º</strong> Digital Business Congress<br />
como são os seres humanos, está<br />
convicto de que “trará muitas surpresas<br />
no tipo de tarefas que se<br />
pensam que são fáceis e difíceis:<br />
um trabalho complexo de um perito<br />
poderá ser fácil para a IA, mas<br />
tarefas quotidianas fáceis serão difíceis<br />
para a tecnologia. Acresce que<br />
o impacto da IA na economia e no<br />
trabalho não terá nada de mágico.<br />
É uma forma de automatização<br />
extremamente avançada e o seu<br />
grande papel é o de reduzir o custo<br />
da inteligência”, libertando “dinheiro<br />
para as pessoas”.<br />
Estando o Mundo, a Europa e Portugal<br />
a envelhecer, “sem IA para<br />
substituir o trabalho humano, será<br />
muito dificil manter a qualidade de<br />
vida das pessoas. A IA não é opcional,<br />
mas urgentemente necessária”.<br />
O que “pode ser feito por ela e<br />
pelos seres humanos, em conjunto,<br />
serão as atividades do futuro que<br />
nunca foram feitas antes. É aí que<br />
Os líderes das equipas que elaboraram as estratégias<br />
de dados e da Web 3.0 e a revisão da Estratégia<br />
Nacional para a IA já concluíram o seu trabalho.<br />
Agora, aguardam decisões do executivo<br />
nos deveremos concentrar”, considera Pedro Domingos, para<br />
quem os perigos da tecnologia são apenas “os que resultam<br />
da sua utilização pelos humanos”.<br />
E deixa uma mensagem clara: “Portugal tem a oportunidade<br />
de tornar a IA num motor de desenvolvimento. Tem uma comunidade<br />
de primeira linha, indústrias onde pode ser líder na<br />
introdução da IA e uma agilidade que países maiores não podem<br />
ter. Temos a possibilidade de sermos ‘a Estónia da IA’ e<br />
um exemplo para outros países. Há barreiras económicas, sociais<br />
e políticas e para as ultrapassar é preciso o compromisso<br />
de todos”.<br />
Para já, o trabalho de elaboração das estratégias nacionais<br />
para os dados e Web 3.0 e a revisão da Estratégia Nacional<br />
para a IA está concluído e os documentos já foram entregues<br />
ao novo governo. Quem o garante é Arlindo Oliveira, também<br />
coordenador do grupo de trabalho das três equipas, adiantando<br />
ainda ter indicações de que o executivo pretende avançar<br />
com o processo, colocando em breve as propostas em consulta<br />
pública.<br />
Destaca ainda que não basta haver uma estratégia e um plano<br />
de ação. É imperativo garantir um orçamento para a sua<br />
implementação. “Esse é o passo que nos falta dar. Haja vontade<br />
e capacidade política e haja alocação de recursos à execução<br />
de cada uma destas estratégias”, rematou, antes da intervenção<br />
dos líderes de cada uma das três áreas, que também
Há países que já avançaram com a implementação de<br />
estratégias para o digital e para a IA. Objetivo: aproveitar<br />
o que já existia, experimentar, testar e fazer melhor. Com<br />
regras à prova de futuro, dizem Carme Artigas e Siim Sikkut<br />
reiteraram a necessidade de se garantir<br />
a efetiva implementação das<br />
medidas.<br />
FERRAMENTA<br />
PARA A DEMOCRACIA<br />
Espanha e Estónia são exemplos<br />
em termos de aposta na transição<br />
para o digital e de definição de estratégias<br />
públicas para a IA. Ex-secretária<br />
de Estado para a Digitalização<br />
e IA espanhola e presidente<br />
do Grupo de Alto nível das Nações<br />
Unidas para a IA, Carme Artigas diz<br />
que o desafio no seu país foi definir<br />
uma regulação à “prova de futuro,<br />
sem prejudicar a inovação. Porque<br />
a tecnologia está sempre a evoluir”.<br />
É exatamente isso que defende<br />
que está a ser feito na UE27, com o<br />
IA Act.<br />
“Pela primeira vez a Europa está<br />
a dizer ao mundo o que não quer<br />
que a IA faça. Mostrámos valores e<br />
criámos um standard moral para o<br />
A estratégia e os princípios da Google para a IA<br />
estiveram em debate, numa sessão onde Giorgia<br />
Abeltino anunciou o Impulso IA, uma iniciativa<br />
de formação em parceria com a APDC
46 <strong>33º</strong> Digital Business Congress<br />
O filósofo e cientista político Francis Fukuyama esteve à<br />
conversa com Pedro Faustino (Axians) sobre o futuro das<br />
economias democráticas e liberais, o papel da tecnologia e o<br />
poder das gigantes digitais<br />
Há vários setores da economia nacional que já estão a apostar<br />
de uma forma clara em soluções assentes em ferramentas de<br />
IA. Agora, é preciso passar a mensagem para acelerar
O Center for Responsible AI e o Accelerat.ai<br />
são dois consórcios financiados pelo<br />
PRR para desenvolver soluções ‘made in<br />
Portugal’ assentes em IA. Os resultados<br />
mostram o potencial da inovação nacional<br />
As metas e objetivos do IA Act estiveram<br />
em análise. Há que prevenir os riscos<br />
de utilização, ao mesmo tempo que se<br />
incentiva a inovação na Europa. O desafio<br />
é encontrar o equilíbrio<br />
resto do mundo, centrado no ser humano”,<br />
numa regulação que traz “transparência,<br />
controlo e confiança. A IA tem de ser usada<br />
com um propósito. É responsabilidade dos<br />
governos antecipar estes temas”, afirma.<br />
“A IA é uma ferramenta para a democracia,<br />
pois aumenta a transparência nos processos.<br />
Os governos têm de dar passos para<br />
usar estas ferramentas da melhor forma<br />
possível. Não são elas que fazem o mundo<br />
melhor, mas sim a forma como as usamos”,<br />
acrescenta Siim Sikkut, ex-CIO do governo<br />
da Estónia e atual sócio-gerente da Digital<br />
Nation. Diz que no seu país não se inventou<br />
nada. Recorreu-se ao que já existia: “Fizemos<br />
opções, experimentámos para perceber, incluindo<br />
na regulamentação. Não a apressámos.<br />
Tentámos perceber antes de avançar<br />
o que efetivamente precisávamos e implementámos<br />
projetos, espalhando o mais possível<br />
as sementes da mudança”.<br />
A Google é uma das gigantes mundiais que<br />
está a apostar em força nas ferramentas de<br />
IA, que já são transversais a toda a sua oferta.<br />
A diretora sénior de Políticas Públicas e<br />
Relações Governamentais para a Europa do<br />
Sul diz que a IA já está a resolver problemas<br />
num abrangente conjunto de setores e que<br />
o seu potencial é imenso, desde que seja garantida<br />
uma utilização responsável. Só em<br />
Portugal, poderá gerar 15 mil milhões de euros<br />
para a economia e poupar em média 80<br />
horas por ano a cada trabalhador, destaca<br />
Giorgia Abeltino.<br />
Mas até que ponto a resiliência das economias<br />
democráticas e liberais depende<br />
de nós? Foi a essa questão que tentou responder<br />
o filósofo e cientista político Francis<br />
Fukuyama , numa conversa com Pedro<br />
Faustino, diretor-geral da Axians Portugal.<br />
Destacando a lentidão dos processos de decisão,<br />
sobretudo na Europa, onde existem<br />
demasiadas salvaguardas, considera que se<br />
estes processos visam “impedir governos e<br />
empresas de ir demasiado além”, estão a<br />
deixar frustrados os cidadãos, que queriam<br />
mais resultados. Na IA, defende uma aproximação<br />
cautelosa: “não podemos ter regras<br />
para antecipar o futuro, pois corremos<br />
o risco de limitar o seu desenvolvimento”. E<br />
mostra-se preocupado com o crescente poder<br />
das big tech perante governos que não<br />
conseguem controlar a tecnologia.<br />
As verbas do PRR português já estão a impulsionar<br />
claramente soluções ‘made in<br />
Portugal’ assentes numa IA responsável.<br />
Como o comprovou a sessão que juntou
48 <strong>33º</strong> Digital Business Congress<br />
O talento qualificado mantém-se como uma dor<br />
de cabeça para todas as organizações, já que a oferta<br />
é escassa num mercado cada vez mais digital<br />
O governo tem uma clara visão para estimular<br />
o crescimento da economia e da inovação. E quer<br />
agilizar a execução dos fundos estruturais e apostar<br />
de forma estruturada na IA, garantiu o secretário<br />
de Estado da Economia, João Rui Ferreira, na abertura<br />
do 2º dia do congresso<br />
O congres<br />
da APDC.<br />
president<br />
como Gra<br />
O atual pr<br />
de priorid<br />
que enfre<br />
Adelino F
so foi marcado pela celebração dos 40 anos<br />
Em palco estiveram o fundador e primeiro<br />
e da associação, Gonçalo Sequeira Braga, assim<br />
ça Bau e Pedro Norton<br />
esidente da APDC apresentou uma proposta<br />
ades para o país e destacou alguns dos desafios<br />
ntamos, numa conversa com o jornalista João<br />
aria<br />
os responsáveis dos dois consórcios nacionais<br />
que beneficiaram destes apoios. Sendo<br />
o principal foco criar valor para a economia<br />
nacional, aumentar as exportações e criar<br />
emprego, respondendo a problemas reais<br />
da indústria, o Center for Responsible AI já<br />
tem 18 produtos. Paulo Dimas, vice-presidente<br />
da Unbabel e líder do projeto, diz que<br />
foi possível juntar “22 parceiros numa oferta<br />
que é completamente exportável, porque<br />
está na vanguarda das tecnologias. Temos é<br />
que ser rápidos”.<br />
Também o projeto do consórcio Accelerat.<br />
ai está a avançar, com a construção de um<br />
modelo de conversação AI em português de<br />
Portugal. Sebastião Villax, diretor sénior de<br />
Parcerias Estratégicas e Alianças da Defined.<br />
ai, diz que se tem de estar constantemente a<br />
inovar, pois só com isso se consegue captar<br />
talento especializado e investimento.<br />
A inovar estão também as empresas nacionais<br />
nas mais variadas indústrias, numa<br />
aposta clara em soluções assentes em IA<br />
que já estão a produzir efeitos, ainda que<br />
a abordagem seja cautelosa e gradual, em<br />
maior ou menor grau. Foi o que se debateu<br />
numa sessão que reuniu responsáveis da<br />
CGD, E-Redes, Glintt Next e AgentifAI.<br />
A questão é agora a de saber como se poderão<br />
preparar para as novas regras europeias<br />
do IA Act. Maria Manuel Leitão Marques é<br />
uma acérrima defensora da nova regulação,<br />
que diz que trará guidelines, “tentando estabelecer<br />
um equilíbrio entre aproveitar as<br />
oportunidades, com uma parte para a inovação,<br />
e prevenir certos riscos no uso da IA”.<br />
A ex-deputada do Parlamento Europeu garante<br />
mesmo se teve em conta a rápida mudança<br />
tecnológica, já que o documento foi<br />
elaborado com “alguma arte em matéria de<br />
flexibilidade. Ninguém quer inovação pela<br />
inovação, mas quando é segura e respeita os<br />
nossos direitos”.<br />
Clara Martins Pereira, professora Assistente<br />
na Durham Law School, acrescenta que, em<br />
termos de regulação, “há sempre uma procura<br />
de equilíbrio entre segurança e inovação.<br />
Se a UE se vira mais para a segurança, os<br />
países anglo-saxónicos, como o Reino Unido<br />
e EUA, apostam mais na inovação”. A questão<br />
é saber em que medida regular, fazendo<br />
leis “à prova de futuro”.<br />
O talento e a necessidade de qualificar para<br />
o digital são considerados um tema urgente<br />
no país e esteve também em debate neste<br />
congresso, numa sessão onde ficou claro<br />
que, apesar das iniciativas que já existem, é
50 <strong>33º</strong> Digital Business Congress<br />
As estratégias para tirar partido<br />
da tecnologia na melhoria da<br />
experiência, fidelidade e receitas<br />
das telcos foram abordadas pela<br />
responsável da NTT Data<br />
A cibersegurança e o papel da NIS2,<br />
que entrará em vigor em outubro,<br />
foram destacadas por Inês Antas de<br />
Barros (VdA) e Jéssica Domingues<br />
(SPMS)<br />
Yasmina Laraudogoitia falou do<br />
papel da plataforma TikTok como<br />
uma comunidade digital e um<br />
espaço seguro, na Europa e em<br />
Portugal<br />
O potencial do 5G só poderá<br />
ser aproveitado na UE27 se os<br />
operadores ganharem escala,<br />
através de consolidações, defende<br />
Juan Olivera (Ericsson)
preciso fazer muito mais. Não só para preparar<br />
os portugueses para o mundo digital<br />
e capacitá-los para usarem as ferramentas<br />
tecnológicas, mas também para formar<br />
profissionais especializados nas várias áreas<br />
onde a oferta de recursos escasseia. A atração<br />
das mulheres para as TIC também continua<br />
em cima da mesa.<br />
Será que Portugal poderá ser o próximo<br />
‘Silicon Valley da Europa’? Rodrigo<br />
Cordeiro (Capgemini Engineering) diz<br />
que tem de ser a ambição<br />
Sendo a terceira geração móvel<br />
uma oportunidade única de<br />
transformação, só a ligação entre<br />
o ecossistema e a indústria gerará<br />
valor, diz Sérgio Catalão (Nokia)<br />
ACELERAR, DIALOGAR<br />
E COLABORAR…<br />
O segundo dia do Digital Business Congress<br />
iniciou-se com perspetivas positivas. Apesar<br />
das incertezas no contexto global, a digitalização<br />
da economia é para acelerar, garantiu<br />
o secretário de Estado da Economia. Que<br />
diz que o governo tem uma clara visão sobre<br />
como estimular o crescimento da economia<br />
e da inovação e que pretende agilizar a execução<br />
dos fundos estruturais e apostar de<br />
forma estruturada na IA.<br />
Para João Rui Ferreira, “Portugal vive num<br />
contexto global de concorrência e competitividade.<br />
É importante provocar choques de<br />
crescimento, apostar na inovação tecnológica<br />
de bens e serviços, na qualidade e talento,<br />
em ações que possam promover a qualidade<br />
do que exportamos e que possam atrair<br />
investimento externo”. Defendendo que só<br />
com um “diálogo aberto e colaboração poderemos<br />
enfrentar os desafios e capitalizar<br />
as oportunidades que o futuro digital nos<br />
reserva”, quer reforçar as sinergias entre setores,<br />
a academia, as empresas e os centros<br />
de I&D, porque “precisamos de um Portugal<br />
verdadeiramente interligado no ecossistema<br />
económico, onde exista uma verdadeira<br />
união entre empresas, instituições e academia.<br />
Tudo isto é chave para uma economia<br />
ágil e inovadora.”<br />
A manhã foi dedicada à comemoração dos<br />
40 anos da APDC, com uma sessão que reuniu<br />
três dos seus presidentes. O fundador<br />
e primeiro líder da associação, Gonçalo Sequeira<br />
Braga, para quem a APDC é hoje “um<br />
parceiro do Estado para a transformação digital<br />
da sociedade portuguesa, porque tem<br />
o apoio das empresas. Somos um invulgar<br />
caso a nível europeu, como associação. Pela<br />
influência, capacidade e realizações”. Já Graça<br />
Bau abordou o desenvolvimento tecnológico<br />
e o papel da associação, como “despertador”<br />
das empresas, enquanto Pedro<br />
Norton, um “homem dos media”, juntou os<br />
mundos das comunicações e media, que<br />
“estavam condenados a entender-se”.<br />
Seguiu-se a apresentação, por Rogério
52 <strong>33º</strong> Digital Business Congress<br />
Carla Martins (ERC) deu o mote ao<br />
debate entre os líderes dos grupos<br />
de media nacionais com canais<br />
de televisão: Francisco Pedro<br />
Balsemão (Impresa); Luís Santana<br />
(Medialivre), um estreante; Pedro<br />
Morais Leitão (Media Capital); e<br />
Nicolau Santos (RTP)<br />
Carapuça, da proposta de prioridades para o país, deixando claro que “todos nós temos<br />
de dar o passo a seguir. A APDC fará o seu papel. Somos uma associação de ecossistema,<br />
temos todo o tipo de empresas da área digital e o networking é o nosso nome do meio.<br />
Falamos uns com os outros e apresentamos propostas. Estamos disponíveis para falar<br />
com todos”.<br />
Tema essencial para o mundo digital é o da cibersegurança. Sobretudo quando os ciberataques<br />
estão a multiplicar-se, em número e sofisticação. A NIS2, a nova diretiva europeia<br />
de cibersegurança, que entrará em vigor em outubro, vem dar resposta aos novos desafios.<br />
Mas traz consigo uma teia regulatória muito mais complexa e abrangente, que obrigará<br />
as organizações a adotarem uma abordagem proativa e obrigações muito mais exigentes,<br />
refere Inês Antas de Barros, sócia da Área de Comunicações, Proteção de Dados<br />
& Tecnologia da VdA. Jéssica Domingues, chefe da Unidade de Cibersegurança da SPMS,<br />
diz que o maior risco está nas pessoas e é aí que se deverá atuar rapidamente.<br />
O 5G e o seu impacto para o país foi o tema abordado pelos líderes dos dois fabricantes<br />
europeus. Juan Olivera, CEO da Ericsson Portugal CEO, salientou o atraso europeu face a
Como está a transição energética na era do<br />
5G? Manuel Maria Correia (DXC Technology)<br />
e Tiago Marques (EDP) tentaram responder<br />
outras regiões e a penetração limitada desta tecnologia<br />
no mercado nacional, apesar da boa qualidade da<br />
rede. Tendo em conta o seu potencial transformador,<br />
o caminho na Europa terá de passar por um ganho<br />
de escala dos operadores, através das consolidações.<br />
E em Portugal, defende um protocolo de colaboração<br />
público-privada, à semelhança de Espanha. Também<br />
o CEO da Nokia Portugal, Sérgio Catalão, diz que o 5G<br />
é “uma oportunidade única de transformação. Portugal<br />
tem a ambição de crescer acima da UE e o 5G é o<br />
enabler tecnológico estratégico desse crescimento”.<br />
Será da ligação entre o ecossistema e a indústria que<br />
se gerará capacidade de criar valor.<br />
MEDIA E TELCOS:<br />
DESAFIOS VS OPORTUNIDADES<br />
A edição deste ano do congresso ficou marcada pelo<br />
regresso dos reguladores dos media e das comunicações,<br />
que têm desde o final do ano passado novas<br />
lideranças. As respetivas intervenções deram o mote<br />
aos debates dos “estados da nação”, que juntaram os<br />
protagonistas dos principais grupos de cada um dos<br />
setores.<br />
E não há dúvida de que o setor dos media “enfrenta<br />
grandes dificuldades e desafios, num quadro bastante<br />
complexo. A evolução tecnológica é acelerada<br />
e constante, com impactos profundos na cadeia de<br />
valor dos media e nos processos de produção<br />
e consumo. E a IA traz outra camada<br />
de complexidade. O jornalismo vive um dos<br />
momentos mais críticos da sua história e o<br />
Estado desempenha um papel essencial”. A<br />
afirmação é de Carla Martins, vogal do Conselho<br />
Diretivo da Entidade Reguladora para<br />
a Comunicação Social (ERC).<br />
Para esta responsável, no atual quadro de<br />
incerteza, altamente competitivo e com<br />
um problema estrutural de financiamento,<br />
a “abordagem regulatória tem de assentar<br />
num diálogo construtivo e permanente com<br />
os diferentes intervenientes setoriais. Não é<br />
possível uma regulação positiva e relevante<br />
de costas voltadas para o setor”. Mas, como<br />
também a própria ERC enfrenta muitos desafios,<br />
nomeadamente na regulação sobre<br />
os media digitais e das plataformas online,<br />
defende como “prioritária a revisão dos<br />
instrumentos legais de que dispomos para<br />
atuar”, até porque o regulador terá de estar<br />
preparado ainda para aplicar os instrumentos<br />
legislativos adotados a nível europeu.<br />
No debate que se seguiu entre os players<br />
dos media com canais de tv, um dos temas<br />
abordados foi o lançamento do novo canal<br />
de tv paga Now, que arrancou a 17 de junho.
54 <strong>33º</strong> Digital Business Congress<br />
Cellnex, FastFiber e Vantage Towers estão a<br />
investir no reforço das respetivas redes e ofertas,<br />
de olhos postos na aceleração do 5G e na utilização<br />
da IA<br />
Para o CEO da Medialivre, o segredo para este projeto<br />
de informação está na sua capacidade de diferenciação.<br />
“Não acho que seja a entrada de um novo canal<br />
que vá causar distúrbio naquilo que seja a capacidade<br />
dos demais canais. Se houver algo que está a distorcer<br />
o mercado é a questão da publicidade digital<br />
e das plataformas digitais que, de um bolo único da<br />
publicidade, está a comer um valor desproporcionado”,<br />
assegura Luís Santana.<br />
Os concorrentes esperam para ver. Nicolau Santos,<br />
presidente da RTP, admite que “um novo operador<br />
nos canais de informação paga vem disputar a atenção<br />
das audiências e criar desafios: “Na RTP3, estamos<br />
a olhar com atenção, e pensamos que o nosso<br />
projeto merece ser reformulado, senão mesmo refundado”.<br />
Já Pedro Morais Leitão, CEO da Media Capital,<br />
considera que “a entrada nos canais de tv paga<br />
é sempre uma decisão difícil, porque se está a criar<br />
um problema: a canibalização do seu canal generalista,<br />
que é a sua fonte de receitas. O mercado da publicidade,<br />
neste momento, não chega para ninguém”.<br />
Por sua vez, o CEO da Impresa, Francisco Pedro<br />
Balsemão, desdramatiza: “Compete-nos dar as boasvindas<br />
ao espaço dos canais informativos e prepararnos,<br />
antecipando o que aí vem. Na SIC Notícias, temos<br />
como preferência os targets com maior poder<br />
de compra e temos sido competitivos e inovadores”.<br />
O tema do financiamento da RTP voltou a ser abordado.<br />
Do lado dos privados, todos concordam que<br />
não faz sentido ter um projeto apoiado pelo Estado<br />
a operar num mercado competitivo. “Desde 2016<br />
que temos sido coerentes. Consideramos que devia<br />
haver eliminação ou redução substancial do tempo<br />
de publicidade reservado à RTP, para haver uma concorrência<br />
mais leal. Além disso, a RTP também faz<br />
publicidade no digital, o que nos prejudica a nós, privados”,<br />
comenta Francisco Pedro Balsemão.<br />
O líder da RTP voltou a rejeitar os argumentos dos<br />
concorrentes, defendendo que o grupo de media<br />
tem uma missão de serviço público que deve<br />
ser financiada. Explicando que terá de ser negociado<br />
um novo contrato de concessão com o governo<br />
– tudo está ainda em aberto - recusa “totalmente a<br />
ideia de que o posicionamento da RTP no mercado
Casa cheia para a estreia da líder do regulador,<br />
Sandra Maximiano, no “Estado da Nação das<br />
Comunicações. Ana Figueiredo (Altice), Miguel<br />
Almeida (NOS) e Luís Lopes (Vodafone) defendem<br />
consolidações para garantir maior capacidade de<br />
investimento. No 5G, ainda é cedo para falar de<br />
monetização
56 <strong>33º</strong> Digital Business Congress<br />
O ministro das Infraestruturas e<br />
Habitação, Miguel Pinto Luz, garantiu<br />
no encerramento do DBC2024 que<br />
vai dar resposta às preocupações dos<br />
operadores, num setor que tem sofrido<br />
sucessivas disrupções<br />
publicitário possa colocar em risco os outros<br />
operadores”.<br />
A crescente concorrência das plataformas<br />
mundiais e europeias dominou as atenções,<br />
assim como os impactos de tecnologias<br />
como a IA ao nível da informação. “É muito<br />
difícil competir com as grandes plataformas.<br />
Tem de haver regulação europeia que<br />
ajude a uma distribuição mais justa, onde os<br />
players nacionais estejam mais defendidos.<br />
De contrário não temos hipótese”, diz Luís<br />
Santana.<br />
“Termos uma plataforma própria é o caminho<br />
ideal, mas dificil. É um mercado populado<br />
por muitos gigantes e com a sua dinâmica<br />
própria. Gostaríamos de trilhar este<br />
espaço, mas ainda não vimos caminho para<br />
isso. A solução que encontrámos foi produzir<br />
conteúdos para plataformas como a Amazon<br />
Prime Vídeo. Hoje, é muito dificil manter-nos<br />
competitivos neste novo mundo<br />
que aí vem, sobretudo à escala portuguesa”,<br />
acrescenta Pedro Morais Leitão.<br />
Sendo a conetividade condição essencial<br />
para o mundo digital, as fibercos e as towercos<br />
que operam no mercado nacional assumem<br />
um papel cada vez mais relevante<br />
no fornecimento de infraestruturas fixas e<br />
móveis aos operadores. Cellnex, FastFiber e<br />
Vantage Towers estão a investir em força no<br />
reforço das respetivas operações, de olhos<br />
postos na aceleração do 5G e na IA.<br />
Depois de um ciclo de oito anos de aquisições<br />
em toda a Europa, a Cellnex teve em<br />
2023 um ano de transformação e crescimento.<br />
Agora, como diz João Osório Mora, managing<br />
director da subsidiária nacional, o foco<br />
está nas operações e no crescimento. Com<br />
partilha da rede entre todos os operadores,<br />
para uma maior rentabilização. Também a<br />
Vantage Towers vai prosseguir “a expansão<br />
do portfólio de ativos”, como adianta o seu<br />
managing director, Paolo Favaro, nomeadamente<br />
na cobertura das zonas mais remotas<br />
do país. A estratégia da FastFiber é similar:<br />
crescer em cobertura e em leque de serviços,<br />
refere o seu CEO, Pedro Rocha.<br />
A tão esperada sessão do ‘Estado da Nação<br />
das Comunicações” voltou a ser a última<br />
deste congresso. E o mote foi dado pela<br />
nova presidente da Anacom, Sandra Maximiano,<br />
para quem é essencial “assegurar<br />
uma regulação eficiente, eficaz, e sobretudo<br />
dinâmica. O setor das comunicações tem<br />
sofrido impactos profundos, com a adoção<br />
das tecnologias, e o regulador não pode ficar<br />
para trás neste processo de transformação
Os jornalistas da RTP Carolina Freitas e João<br />
Adelino Faria voltaram a ser hosts desta edição,<br />
imprimindo ao congresso uma dinâmica acelerada.<br />
O evento voltou a contar com tradução simultânea<br />
em inglês e em linguagem gestual<br />
digital”. Até porque “é preciso estar consciente de<br />
que as empresas de telecomunicações são viabilizadoras<br />
de todos os outros setores”.<br />
Mas, garantindo que o regulador quer “viabilizar a<br />
aposta no investimento dos operadores”, adianta que<br />
“a dinâmica das comunicações eletrónicas tem mostrado<br />
que existe uma oferta de grande qualidade,<br />
com predominância dos pacotes, levando à perceção<br />
de haver pouca concorrência no mercado”. Assim,<br />
e tendo em conta a entrada para breve da Digi, diz<br />
esperar “uma reação criativa e saudavelmente competitiva<br />
dos operadores. A procura por conetividade<br />
está em expansão e haverá espaço para que as oportunidades<br />
sejam maiores do que os riscos”. O 5G e a<br />
sua rentabilização foi um dos exemplos salientados.<br />
Mas para os líderes dos operadores ainda é cedo para<br />
falar na rentabilização do 5G. Tudo dependerá do que<br />
vai acontecer na Europa em termos de decisões para<br />
garantir a sua competitividade face a outras regiões,<br />
como os EUA ou a China. Todas as telcos europeias<br />
se debatem com o problema da escala e há cada vez<br />
mais constrangimentos na atração de investidores<br />
para o setor, hoje dos menos atrativos<br />
do mercado. Os esforços de rentabilidade<br />
têm passado pelo corte de custos e por<br />
decisões como a partilha de infraestruturas.<br />
Mas já não chega.<br />
“Pela sua dimensão, o mercado português<br />
tem desafios acrescidos, pelos efeitos de escala.<br />
Mas toda a Europa está numa encruzilhada.<br />
Estamos a perder competitividade<br />
económica e faltam 220 mil milhões de<br />
euros de investimento no setor ao nível europeu.<br />
Acresce que todos falam da IA, mas<br />
ninguém fala do acesso, que é garantido por<br />
nós”, comenta Ana Figueiredo, CEO da Altice<br />
Portugal.<br />
Para a gestora, “os operadores têm procurado<br />
contrariar a perda de rentabilidade com<br />
soluções criativas de reinvenção do negócio<br />
e otimização das estruturas de custos. Mas<br />
o setor necessita de escala. Têm de existir
58 <strong>33º</strong> Digital Business Congress<br />
políticas de regulação capazes de criar ecossistemas<br />
de parcerias. Temos 10 milhões de<br />
habitantes e praticamente o mesmo número<br />
de operadores dos EUA”.<br />
“O mercado não tem escala para operar de<br />
forma rentável um grande número de redes.<br />
Mas, aparentemente, em Portugal, não<br />
pode haver consolidações. Não vejo consolidação<br />
possível”, ironiza Luís Lopes, CEO da<br />
Vodafone Portugal, referindo-se ao impasse<br />
que se mantém na compra da Nowo, por<br />
decisão da AdC. “A Vodafone apresentou um<br />
conjunto de remédios mais fortes que o negócio<br />
da Orange em Espanha. Em Portugal,<br />
uma operação de concentração de uma empresa<br />
com margem residual é vista, do ponto<br />
de vista concorrencial, como sendo mais<br />
complicada do que aquela que em Espanha<br />
deu origem ao maior operador móvel.”<br />
Para o gestor, existe no mercado uma “concorrência<br />
quase instantânea”, de “respostas<br />
constantes, porque há uma guerra grande<br />
entre todos os players pela tentativa de ganho<br />
de quota por parte de todos. O preço é<br />
uma variável entre várias. Não se pode concluir<br />
que o setor não é concorrencial, porque<br />
tem pacotes parecidos”.<br />
Também o CEO da NOS não tem dúvidas de<br />
que as consolidações são o caminho. Na Europa<br />
e em Portugal, onde “é evidente que<br />
não podem existir mais do que três operadores.<br />
Não vale a pena pensar noutra coisa.<br />
A responsabilidade do regulador e do governo<br />
é criarem as condições para a consolidação,<br />
porque a tecnologia vai continuar a<br />
exigir muitos investimentos. Caso contrário,<br />
corremos o risco de o país ficar para trás”.<br />
Destacando que nos últimos dez anos as<br />
receitas recuaram, houve três novos ciclos<br />
de investimento e as taxas regulatórias aumentaram<br />
28% só nos últimos quatro, Miguel<br />
Almeida garante que a situação “é insustentável<br />
e é preciso fazer algo. Em vez de<br />
pensarmos nisto, garantindo o futuro, continuamos<br />
a debater a entrada de um novo<br />
operador, para destruir ainda mais esta<br />
equação”.<br />
Para a líder da Altice, há “uma necessidade<br />
urgente de compreensão do setor. A postura<br />
da ‘nova’ Anacom é um primeiro passo. Se<br />
queremos um dia criar um hub da economia<br />
digital do país temos de pensar holisticamente”.<br />
A realidade é que o setor, na sua<br />
perspetiva, não pode ter “uma multiplicidade<br />
de players, nem existe espetro para isso”.<br />
“Quando na Europa se discute como se<br />
garante a rentabilidade e se inverte a<br />
tendência, nós estamos a dizer que uma<br />
operação de fusão que não muda estruturalmente<br />
o mercado não pode acontecer e<br />
estamos a louvar a entrada de um novo operador<br />
como se fosse algo bom. Mas não é, e<br />
vamos ver rapidamente que não é”, acrescenta<br />
o líder da NOS.<br />
“Estava na hora de, neste país, existir um debate<br />
sério que envolva os operadores, regulador<br />
e o governo. Trabalhar em conjunto<br />
para mudar as coisas. É importante que o<br />
novo governo permita isso, porque é benéfico<br />
para múltiplos stakeholders. Tem ainda<br />
de estar na sua agenda medidas que permitam<br />
a sustentabilidade e investimento. E parece<br />
que só há uma: a consolidação!”, remata<br />
Miguel Almeida<br />
No encerramento, o ministro das Infraestruturas<br />
e Habitação respondeu a algumas das<br />
preocupações dos operadores: “O setor já foi<br />
mais fervilhante do que é hoje. Agora, tem<br />
margens esmagadas e uma arquitetura regulatória<br />
de concorrência que limita muito<br />
a ação. Sofreu disrupções sucessivas com a<br />
introdução de novos players no mercado,<br />
de novas formas de utilização da própria infraestrutura.<br />
É, portanto, um setor que tem<br />
de se encontrar”.<br />
“Enquanto Europa, para liderarmos os próximos<br />
ciclos de desenvolvimento ‐ e temos<br />
de liderar - precisamos de encontrar novas<br />
formas de dar robustez à remuneração de<br />
capitais que hoje oferecemos a quem investe.<br />
Não tenhamos dúvidas de que temos de<br />
o fazer, porque este setor tem externalidades<br />
positivas para muitos outros, como a investigação,<br />
inovação e retenção de talento,<br />
para a projeção do país internacionalmente”,<br />
acrescenta Miguel Pinto Luz. Que, por isso,<br />
garante que vai tentar colocar na agenda<br />
europeia estas temáticas, ao mesmo tempo<br />
que acompanhará todo o processo.<br />
Sobre a IA, o governante também questiona<br />
o posicionamento da UE27. “Se fomos capazes<br />
de ser disruptivos em algumas áreas<br />
do conhecimento, também poderemos ser<br />
aqui, porque a IA é absolutamente estratégica.<br />
E já percebemos que não é apenas no<br />
plano tecnológico que estamos a falar, mas<br />
no plano geopolítico, da competição entre<br />
três pólos. Corremos um sério risco de transformar<br />
um mundo tripolar num mundo bipolar<br />
e que já está ao final da esquina. Onde<br />
a Europa vai minguar e ficar cada vez mais<br />
irrelevante”.•
60 <strong>33º</strong> Digital Business Congress<br />
PROGRAMA<br />
DIA 14 MAIO<br />
OPENING SESSION<br />
LIVING IN A FUTURE WITH AI<br />
WILL AI ECONOMICS PROMOTE A FREE WORLD?<br />
PORTUGAL 2030 <strong>DIGITAL</strong> STRATEGY: AI, WEB 3.0 AND DATA<br />
AI STRATEGIES IN EUROPE: NAVIGATING EXCELLENCE AND TRUST<br />
AI’S OPPORTUNITY: A GROWTH AGENDA FOR PORTUGAL AND BEYOND<br />
THE RESILIENCE OF DEMOCRATIC AND LIBERAL ECONOMIES RELY ON US<br />
PORTUGAL’S PRR: SHOWCASING AI FOR THE FUTURE<br />
IMPACT OF AI IN MAJOR INDUSTRIES<br />
REGULATION OF AI APPLICATIONS<br />
TALENT<br />
DIA 15 MAIO<br />
2nd DAY WELCOME<br />
40 YEARS OF APDC: A CRUCIAL STAKEHOLDER FOR A <strong>DIGITAL</strong> PORTUGAL<br />
APDC’S PRIORITIES FOR PORTUGAL<br />
CLIENTS IN-MOTION: LEVERAGING TECH TO IMPROVE EXPERIENCE,<br />
LOYALTY AND REVENUE IN THE TELCO INDUSTRY<br />
A NEW FRONTIER FOR COMMUNITY-BASED <strong>DIGITAL</strong> KNOWLEDGE<br />
PORTUGAL AS THE NEXT SILICON VALLEY OF EUROPE<br />
NAVIGATING NIS2: ENSURING CYBERSECURITY COMPLIANCE IN THE<br />
<strong>DIGITAL</strong> ERA<br />
FROM 5G DEPLOYMENT TO TRANSFORMATION: A TANGIBLE JOURNEY<br />
FOR PORTUGAL<br />
HARNESS THE EXPONENTIAL POTENTIAL OF NETWORKS – THE<br />
OPPORTUNITY FOR PORTUGAL<br />
THE STATE OF THE NATION OF MEDIA<br />
<strong>DIGITAL</strong> TRANSFORMATION & ENERGY TRANSITION IN THE 5G ERA<br />
FIBERCOS & TOWERCOS’ ROLE IN <strong>DIGITAL</strong> TRANSFORMATION<br />
THE STATE OF THE NATION OF COMMUNICATIONS<br />
CLOSING SESSION
62 <strong>33º</strong> Digital Business Congress<br />
14 MAIO<br />
OPENING SESSION<br />
Rogério Carapuça<br />
Presidente, APDC<br />
“A nossa economia tem de criar mais valor.<br />
As nossas empresas têm de crescer e<br />
desenvolver negócios de maior valor acrescentado.<br />
Não é possível distribuir valor que<br />
não se cria e o nosso problema é um problema<br />
de criação de valor. O Estado, por seu<br />
turno, tem de contribuir, sendo mais simples<br />
e mais eficiente”<br />
“Houve avanços importantes no país e no<br />
próprio Estado. Mas, se olharmos para o<br />
DESI, somos os primeiros dos últimos, quando<br />
temos de ser um dos primeiros. Por isso,<br />
a visão que desenvolvemos na APDC é ser<br />
um dos primeiros nos próximos oito anos,<br />
um período materialmente suficiente para<br />
algumas das tarefas que exigem tempo<br />
para se desenvolverem. Somos uma associação<br />
de ecossistema. Fazemos sugestões,<br />
propomos soluções e oferecemo-nos para<br />
discutir com quem nos governa”<br />
“Provavelmente, a IA permitirá o maior salto<br />
qualitativo de sempre em termos de produtividade<br />
da história da humanidade e há<br />
que a aproveitar bem. A tecnologia está aí<br />
e para a divulgar trouxemo-la para tema<br />
central do congresso”<br />
Arlindo Oliveira<br />
Presidente, Congresso<br />
“A IA é tão revolucionária que se vai tornar<br />
no sistema operativo da internet, revolucionando<br />
profundamente a forma como trabalhamos<br />
com sistemas de informação e<br />
acedemos a eles e a toda a informação que<br />
está na internet. E ainda estamos apenas<br />
no princípio da revolução”<br />
“Ninguém sabe qual vai ser a tecnologia revolucionária<br />
dos próximos 20 anos. O que<br />
sabemos é que a IA não é uma tecnologia<br />
do futuro, mas do presente, e com enormes<br />
impactos a todos os níveis. Na economia,<br />
claramente vamos ter uma sociedade onde<br />
a inteligência será maior. E estamos a assistir<br />
a uma alteração muito rápida na sociedade,<br />
que vai ter consequências importantes,<br />
para as quais temos de nos preparar”<br />
“Temos um enorme desafio para Portugal:<br />
organizacional, educacional e, acima de<br />
tudo, de produtividade. O país tem de se<br />
tornar mais produtivo. Cada um de nós tem<br />
de produzir mais por cada hora trabalhada.<br />
Essa é a razão essencial para não sermos<br />
mais desenvolvidos. A IA pode ajudar a tornarmo-nos<br />
mais produtivos, mas só por si a<br />
tecnologia não o vai fazer. É uma questão<br />
organizacional e um desafio para todos”
Margarida Balseiro Lopes<br />
Ministra da Juventude e Modernização<br />
“O compromisso deste governo é claro: definir<br />
e implementar uma estratégia nacional<br />
para o digital, com objetivos bem definidos,<br />
metas quantitativas e um plano de<br />
ação que concretize o sucesso da transição<br />
digital até 2030. Um primeiro passo já foi<br />
dado, com a promoção da modernização e<br />
digitalização, reconhecendo-se estas áreas<br />
como fundamentais para o futuro”<br />
Marcelo Rebelo de Sousa<br />
Presidente da República de Portugal<br />
Mensagem escrita lida pelo Presidente da APDC<br />
“Se há área da nossa sociedade que sofreu<br />
uma transformação imensa nas últimas<br />
décadas é certamente o setor das comunicações.<br />
(…) Nestes 40 anos o setor das comunicações<br />
esteve muitas vezes um passo<br />
à frente, foi muitas vezes pioneiro, em inovação,<br />
em tecnologia. Hoje, estamos no futuro<br />
que foi preparado e desenvolvido por vós”<br />
“Precisamos de uma estratégia abrangente,<br />
que funcione como orientadora, que<br />
coordene e alinhe as diversas iniciativas em<br />
curso. Só assim conseguiremos aumentar a<br />
taxa de execução das medidas e metas do<br />
PRR. Mas não queremos ficar por aqui. Temos<br />
de ir mais longe. A orientação de Portugal<br />
para a transformação digital segue<br />
os quatro pilares essenciais da Bússola Digital<br />
Europeia: competências, transformação<br />
digital das empresas, digitalização dos<br />
serviços públicos e infraestrutas digitais seguras<br />
e sustentáveis”<br />
“No contexto empresarial, ambicionamos<br />
tornar Portugal num país atrativo e competitivo<br />
para os negócios e para as empresas.<br />
Promovendo o crescimento digital e a inovação<br />
sustentável. Ter uma economia atrativa<br />
e competitiva alicerçada no digital, que<br />
atraia investimentos, exporte bens e serviços,<br />
estimule a criação de startups e facilite<br />
o acesso ao financiamento. Queremos uma<br />
AP eficiente, inovadora e centrada no cidadão<br />
e nas empresas.<br />
“O futuro está sempre em mudança e o vosso<br />
papel é essencial. É preciso discutir o futuro,<br />
o futuro do digital e o futuro da IA, que<br />
ainda agora chegou, mas já nos faz pensar<br />
em tantas oportunidades e desafios, do<br />
presente e do futuro”<br />
“A IA veio trazer um mundo de oportunidades<br />
em todos os domínios da nossa vida.<br />
Mas tem também desafios, seja no garantir<br />
a segurança da informação, seja pelo risco<br />
de desinformação, que afeta a qualidade<br />
das democracias, sejam os limites do foro<br />
ético que deveremos impor-lhe”
64 <strong>33º</strong> Digital Business Congress<br />
LIVING IN A FUTURE<br />
WITH AI<br />
KNS: Pedro Domingos<br />
Professor de Computer Science,<br />
University of Washington; Autor<br />
de “The Maser of Algorithm e “2040”<br />
“O grande efeito da IA não vai ser diminuir o<br />
emprego. Pelo contrário, vai tornar possível<br />
fazer muito mais coisas com inteligência do<br />
que era possível. Em cada profissão, a IA é<br />
capaz de automatizar algumas das tarefas.<br />
A grande vocação da IA é aumentar grandemente<br />
a nossa inteligência coletiva. Temos<br />
de pensar nela como o repositório dos<br />
conhecimentos que adquirimos no passado<br />
e que vamos adquirir no futuro”<br />
“O mundo, a Europa e Portugal estão a envelhecer.<br />
Sem IA para substituir o trabalho<br />
humano, vai ser muito dificil manter a<br />
qualidade de vida das pessoas. A IA não é<br />
opcional, mas sim urgentemente necessária.<br />
O que pode ser feito por ela e pelos<br />
seres humanos, em conjunto, e que nunca<br />
foi feito antes, serão as atividades em que<br />
está o futuro e onde nos deveremos concentrar.<br />
O maior efeito da IA não será apenas<br />
na economia e no trabalho, mas em melhorar<br />
o funcionamento da sociedade e da<br />
democracia”<br />
“Há uma confusão entre IA e inteligência<br />
humana. Mas a IA não tem vontade, emoções,<br />
desejos e não quer tomar o poder. Essas<br />
são características dos seres humanos<br />
que associamos erradamente. Mas está sob<br />
o nosso controlo. De longe, o maior perigo<br />
da IA é o da estupidez artificial. Os perigos<br />
reais estão nas pessoas que construíram<br />
os programas. Existe uma corrida entre as<br />
democracias e os estados totalitários na IA<br />
e temos de ganhar esta corrida, para que<br />
as ditaduras não prevaleçam”<br />
“Portugal tem uma oportunidade, se evitar<br />
cair nos erros de outros países, de tornar<br />
a IA num motor de desenvolvimento.<br />
Tem uma comunidade de 1ª linha, tem indústrias<br />
onde pode ser líder na introdução<br />
da IA e uma agilidade que países maiores<br />
não podem ter. Temos a oportunidade de<br />
ser a ‘Estónia da IA’ e um exemplo para outros<br />
países. Mas há barreiras económicas,<br />
sociais e políticas. E para as ultrapassar é<br />
preciso o compromisso de todos”<br />
“WILL AI ECONOMICS<br />
PROMOTE A FREE<br />
WORLD?”<br />
KNS: Pedro Faustino<br />
Managing Director, Axians Portugal<br />
“Habituámo-nos a assumir que a economia<br />
se continua a desenvolver em mercado livre,<br />
em regimes democráticos, em estados<br />
de direito. Mas não é assim. Há países em<br />
que a democracia e liberdade se vão reforçando<br />
e outros em que se vai reforçando o<br />
autoritarismo. Só no último ano foram mais<br />
do dobro os que cederam na democracia”<br />
“Em 2024, em particular, temos uma situação<br />
inédita no Mundo, de que não há memória.<br />
Metade da população mundial vai a<br />
votos, num processo que culminará no mais<br />
determinante para o futuro, o dos EUA. Ano<br />
após ano, sem parar, o número de regimes<br />
autoritários tem vindo a aumentar em todo<br />
o mundo”
“A China está muito inquieta com a sua<br />
evolução económica. A Rússia continua em<br />
guerra. No Médio Oriente, nem é preciso dizer<br />
nada. Temos de nos perguntar se podemos<br />
fazer alguma coisa. Há empresas que<br />
tiveram comportamentos louváveis neste<br />
âmbito, de defesa da democracia, liberdade<br />
e humanismo. Temos a responsabilidade<br />
de escolher a liberdade. Temos mesmo<br />
de querer saber”<br />
documentos, boas ideias e até estratégias,<br />
mas não temos maneira de as implementar.<br />
É o passo que nos falta dar. Haja vontade<br />
e capacidade política”<br />
PORTUGAL 2030 <strong>DIGITAL</strong><br />
STRATEGY: AI,<br />
WEB 3.0 AND DATA<br />
KNS: Arlindo Oliveira<br />
Presidente, Congresso<br />
“Garantimos o alinhamento das estratégias<br />
e respetivos planos de ação, porque estão<br />
intimamente relacionados. Integrámos<br />
as melhores práticas internacionais, percebendo<br />
o que já foi feito, e toda a legislação<br />
e indicações ao nível da UE. E tirámos partido<br />
do ecossistema de colaboração, contando<br />
com a participação ativa de empresas,<br />
investigadores, instituições e organizações”<br />
“Já tivemos do atual governo a indicação<br />
de que o processo é para avançar e que os<br />
documentos serão colocados à discussão<br />
pública. Foi um trabalho feito como deve<br />
ser, com recursos significativos alocados e<br />
um orçamento. Mas, como costumo dizer,<br />
projetos sem orçamento são hobbies”<br />
“Se queremos ter uma estratégia e um plano<br />
de ação, será absolutamente necessário<br />
alocar um orçamento. Senão, arriscamonos<br />
a fazer uma coisa que, lamentavelmente,<br />
acontece em Portugal: temos bons<br />
Miguel Pupo Correia<br />
Coordenador Estratégia Web 3.0<br />
“Com a Web 3.0 a informação passa a estar<br />
descentralizada em muitos computadores<br />
e com isso obtém uma resiliência gigantesca.<br />
Mesmo que alguns países desliguem os<br />
computadores, a infraestrutura continua<br />
a funcionar. Deixamos de ter de confiar<br />
numa entidade, como uma big tech, para<br />
passar a confiar numa comunidade de pessoas<br />
que controlam os computadores. É um<br />
conceito radicalmente novo”<br />
“O que temos é de trazer esta comunidade<br />
informal que está a surgir com a web 3.0<br />
para dentro de um suporte legal. A ideia da<br />
estratégia é digitalizar de uma forma mais<br />
organizada e ao nível do país, na função<br />
pública e empresas. Dar os instrumentos<br />
para utilizarem estas tecnologias. O facto<br />
de passar o controlo para o utilizador coloca<br />
os seus riscos em termos, nomeadamente,<br />
de cibersegurança e ciberfraude. Que<br />
vão ter de ser tratados”<br />
“É preciso ter a capacidade de tapar os<br />
ouvidos ao ruido que existe na área, que é<br />
imenso. Há muita fraude e muitas mentiras<br />
sobre a capacidade da web 3.0 resolver<br />
todos os problemas do mundo. E, depois,<br />
abrir-se a saber quais os benefícios reais<br />
que poderá ter para o país, a economia e os<br />
cidadãos. É um desafio difícil, porque a tecnologia<br />
é complexa e recente”
66 <strong>33º</strong> Digital Business Congress<br />
Graça Canto Moniz<br />
Coordenadora Estratégia<br />
para os Dados<br />
“A UE tem uma abordagem revolucionária,<br />
já que tem como principal objetivo tornar<br />
o acesso aos dados mais fácil. Porque são<br />
essenciais para a IA e facilitam a inovação<br />
no espaço comunitário. Portugal tem de<br />
acompanhar o esforço europeu nos dados<br />
nas várias áreas, sendo que esta matéria<br />
está hiper-regulada”<br />
“A arquitetura jurídica existe. Mas há o problema<br />
das pessoas: algumas não conhecem<br />
as regras e têm uma certa aversão ao<br />
risco e em dar acesso aos dados. Por outro<br />
lado, há dificuldades no armazenamento e<br />
nas infraestruturas e problemas de segurança<br />
e cibersegurança. Diria que o principal<br />
problema são as pessoas e o conhecimento<br />
que têm, não só das tecnologias,<br />
mas também do enquadramento jurídico<br />
que existe e daquilo que podem fazer. Diria<br />
que o ponto principal é mesmo o da literacia<br />
digital”<br />
“A UE está muito preocupada com a sua<br />
posição geopolítica nesta matéria. Porque<br />
vê os EUA com capacidade económica e<br />
capacidade de concentrar informação sobre<br />
as empresas e pessoas. E a China tem<br />
um modelo de governação de dados muito<br />
diferente. Bruxelas está à procura do seu<br />
modelo e padrão, com a preocupação de<br />
encontrar alternativas às big tech, que têm<br />
uma capacidade enorme de concentrar os<br />
dados. Nos pequenos e médios empresários,<br />
os esforços nacionais podem fazer mais<br />
a diferença do que uma perspetiva macro”<br />
João Gama<br />
Coordenador Estratégia para a IA<br />
“No âmbito da IA, há áreas em que Portugal<br />
pode ter um papel preponderante. Como no<br />
processamento da linguagem natural, com<br />
ferramentas computacionais para processar<br />
a língua portuguesa. Ou a oportunidade<br />
de ganhar relevância no mar. Ferramentas<br />
como robots ou submarinos autónomos<br />
podem ajudar a tirar mais partido e maior<br />
benefício económico do mar. Seriam duas<br />
áreas onde o país pode ter particular interesse<br />
em apostar”<br />
“Cada vez mais, as empresas usam ferramentas<br />
de IA. E estamos a promover e preparar<br />
nas universidades as gerações futuras<br />
que irão trabalhar na indústria. Há muita<br />
procura de pessoas com competências em<br />
análise e processamento de dados. Assim<br />
como de formação avançada em ciências<br />
de dados de quem está já dentro das empresas.<br />
Temos é de melhorar a oferta”<br />
“As empresas estão a ter uma atitude positiva<br />
face à IA. Percebem que há potencial<br />
para inovar e que o valor da inovação não<br />
se mede em euros, a curto-prazo. Portugal<br />
deve apostar na excelência. Para isso, financiamento<br />
e recursos são essenciais”
AI STRATEGIES<br />
IN EUROPE: NAVIGATING<br />
EXCELLENCE AND<br />
TRUST<br />
com um propósito. Daí ter sido criada regulação.<br />
É responsabilidade dos governos antecipar<br />
estes temas”<br />
Carme Artigas<br />
Ex-secretária de Estado para<br />
a Digitalização e IA espanhola;<br />
Presidente do Grupo de Alto nível<br />
das Nações Unidas para a IA<br />
“Na Europa, temos de atuar como um todo<br />
no mercado, porque temos concorrentes de<br />
peso, como os EUA e a China. O AI Act foi<br />
a primeira regulamentação mundial, promovendo<br />
um mercado único digital. O que<br />
nos traz um standard legal, técnico e moral.<br />
Trabalhámos durante quatro anos para encontrar<br />
o equilíbrio certo entre regulação e<br />
inovação”<br />
“O AI Act coloca o foco não só no futuro,<br />
mas também no presente. Pela primeira<br />
vez, a Europa está a dizer ao mundo o que<br />
não quer que a IA faça. Mostrámos valores<br />
e criámos um standard moral para o resto<br />
do mundo, centrado no ser humano. O problema<br />
número um da IA é a falta de confiança.<br />
A própria regulação responde a este<br />
problema, fornecendo transparência, controlo<br />
e confiança”<br />
“Há imensas oportunidades com a IA. Senão<br />
não se estava a investir tanto nela. O<br />
potencial desta tecnologia é imenso e vai<br />
continuar a evoluir, sempre com valores e<br />
controlo humano. Nunca como hoje tivemos<br />
tantas ferramentas para potenciar a<br />
transparência. Temos de ver o poder real<br />
dos controlos que estabelecemos nas nossas<br />
democracias. A IA tem de ser usada<br />
Siim Sikkut<br />
ex-CIO do governo da Estónia;<br />
Sócio-gerente da Digital Nation<br />
“A transformação digital de um país não<br />
acontece de repente. É um processo, que<br />
passa pela experimentação, pela aprendizagem,<br />
pela tentativa e erro. Para encontrar<br />
as soluções, há que testar o que funciona<br />
e o que não funciona. Não há garantias<br />
de que será tudo um sucesso. E nada se faz<br />
sem liderança e inovação, porque os riscos<br />
têm de ser assumidos”<br />
“Na Estónia, fizemos opções, experimentámos<br />
para perceber, incluindo em termos de<br />
regulamentação. Não a apressámos. Tentámos<br />
entender antes de avançar o que<br />
efetivamente precisávamos. Não inventámos<br />
nada, utilizámos o que já havia para<br />
fazer melhor, implementando projetos e espalhando<br />
o mais possível as sementes da<br />
mudança por todo o lado”<br />
“A IA é uma ferramenta para a democracia.<br />
Aumenta a transparência nos processos<br />
democráticos. E os governos têm de dar<br />
passos para usar estas ferramentas da melhor<br />
forma possível. Não são as tecnologias<br />
que fazem o mundo melhor, mas sim a forma<br />
como as usamos”
68 <strong>33º</strong> Digital Business Congress<br />
AI’S OPPORTUNITY:<br />
A GROWTH AGENDA<br />
FOR PORTUGAL<br />
AND BEYOND<br />
KNS: Giorgia Abeltino<br />
Diretora Sénior de Políticas Públicas<br />
e Relações Governamentais para o Sul<br />
da Europa<br />
“Está toda a gente a falar da IA porque é a<br />
tecnologia que pode ter o maior impacto de<br />
sempre nas nossas vidas e na nossa economia.<br />
Está a resolver problemas, pequenos e<br />
grandes, num abrangente conjunto de setores.<br />
A IA pode ser a mais rápida máquina<br />
para a mudança”<br />
“Mas a IA traz consigo oportunidades e riscos<br />
e temos de nos focar nas duas áreas. A<br />
IA pode amplificar os riscos que já existem<br />
na nossa sociedade, como a desinformação,<br />
e criar novos problemas. A boa notícia<br />
é que também nos pode fornecer um suporte<br />
para combatermos as ameaças”<br />
“Não podemos ter apenas as empresas<br />
como a Google ou as entidades públicas<br />
ativas no tema da IA. É realmente importante<br />
que os setores público e privado trabalhem<br />
juntos para amplificar as oportunidades<br />
da IA e para reduzir os riscos. E o<br />
potencial é grande: para a Europa, a GenAI<br />
poderá gerar 1,2 biliões de euros para a economia<br />
e para Portugal 15 mil milhões. Há<br />
que investir nas infraestruturas da IA e na<br />
inovação”<br />
THE RESILIENCE<br />
OF DEMOCRATIC<br />
AND LIBERAL<br />
ECONOMIES RELY ON US<br />
KNS: Francis Fukuyama<br />
Filósofo e Economista Político<br />
“Temos de ser muito cuidadosos na regulação<br />
da IA, porque não conhecemos quais os<br />
impactos políticos e sociais que vai ter. Temos<br />
todos medos e projeções, mas não temos<br />
grande experiência com a realidade.<br />
É dificil escrever regras para governar uma<br />
tecnologia cujo impacto e perigos ainda<br />
não se percebem realmente. Não acredito<br />
que possamos definir regras que possam<br />
antecipar os efeitos futuros da IA e corremos<br />
um grande risco de restringir o seu<br />
desenvolvimento. Precisamos de nos focar<br />
nos potenciais perigos a médio-prazo, com<br />
uma aproximação cautelosa”<br />
“Estamos preocupados com as empresas<br />
privadas, que se estão a tornar demasiado<br />
grandes e muito poderosas, em termos políticos<br />
e económicos. Vimos isso acontecer<br />
com as plataformas mundiais, que têm um<br />
importante papel na nossa democracia,<br />
e nem sempre positivo. A IA vem tornar o<br />
problema ainda maior. E as máquinas são<br />
muito caras, o que significa que só o setor<br />
privado terá capacidade para utilizar estas<br />
tecnologias. Está tudo nas suas mãos.<br />
Não acredito que seja um perigo imediato,<br />
mas é preocupante saber que os governos<br />
não terão capacidade de controlar a<br />
tecnologia”<br />
“Estou muito preocupado com o futuro da<br />
ordem democrática no mundo. Um dos
grandes desafios que temos é que muitas<br />
das ameaças à democracia não são simplesmente<br />
internacionais, de países autoritários<br />
como a China ou a Rússia, mas vêm<br />
também do aumento dos populismos dentro<br />
das democracias. Há uma combinação<br />
de ameaças internas e externas preocupante.<br />
A geopolítica está a refletir-se diretamente<br />
nas políticas internas das principais<br />
democracias”<br />
Trata-se de uma questão de soberania<br />
geopolítica. Espanha já anunciou isso com<br />
a sua língua. É muito importante que haja<br />
infraestrutura de IA para esta área. Temos<br />
de trabalhar em conjunto, com um alinhamento<br />
estratégico e político. Temos de aumentar<br />
a capacidade computacional”<br />
PORTUGAL’S PRR:<br />
SHOWCASING<br />
AI FOR THE FUTURE<br />
Accelerat.ai consortium:<br />
Sebastião Villax<br />
Diretor Sénios Parcerias e Alianças<br />
Estratégicas, Defined.AI<br />
Center for Responsible<br />
AI: Paulo Dimas<br />
Vice-Presidente para a Inovação,<br />
Unbabel<br />
“O principal foco do projeto é criar valor<br />
para a economia nacional, aumentar as exportações<br />
e criar emprego. Respondendo a<br />
problemas reais da indústria. Por isso, juntámos<br />
líderes da indústria na área da saúde,<br />
turismo e retalho. Como motor de aceleração<br />
e inovação, temos um conjunto de<br />
startups de IA que produz em torno destes<br />
desafios verticais”<br />
“Juntamos 22 parceiros numa oferta já de<br />
18 produtos que é completamente exportável,<br />
porque está na vanguarda das tecnologias.<br />
Temos três startups com mindset global<br />
e queremos trazer este mindset para as<br />
startups mais pequenas que fazem parte<br />
deste ecossistema. Temos é de ser rápidos”<br />
“Se não formos nós a preservar a língua<br />
portuguesa nos LLM, ninguém o vai fazer.<br />
“O projeto reside em construir um modelo<br />
de conversação AI em português de Portugal.<br />
Temos de ter três peças para isso:<br />
reconhecimento de voz, com dados em<br />
português transcritos; processamento de<br />
linguagem natural; e criar voz sintética. É<br />
isso que estamos a criar. A maior parte dos<br />
modelos são em conversação do Brasil e,<br />
por isso, detetámos uma lacuna no mercado<br />
e a avançámos com o projeto. Construir<br />
um modelo é caríssimo. Custa muitos milhões.<br />
Fazer de base é impensável”<br />
“Agarrar o talento especializado faz-se com<br />
inovação. Porque é esta que vai buscar o<br />
dinheiro. Estes dois projetos são altamente<br />
inovadores. Com isso, conseguimos ir buscar<br />
fundos e atrair e reter os melhores. E temos<br />
de estar constantemente a inovar, porque<br />
qualquer modelo de IA que não seja<br />
constantemente atualizado com novos dados<br />
torna-se obsoleto”<br />
“A sustentabilidade aplicada à IA transforma-se<br />
em ética. Tudo está nos dados, que<br />
têm de ser bem recolhidos e tratados. Há<br />
toda uma parte de qualidade que se tem<br />
de assegurar para garantir que os dados<br />
são altamente inclusivos”
70 <strong>33º</strong> Digital Business Congress<br />
IMPACT OF AI IN MAJOR<br />
INDUSTRIES<br />
Francesco Costigliola<br />
Chief Analytics Officer, CGD<br />
“Criámos uma área, o Centro de Inteligência<br />
Analítica, focado em business inside e<br />
process inteligence, analítica avançada e<br />
em IA. Tínhamos como meta estruturar a<br />
oferta que já existia, através de fornecedores<br />
externos, e tentar perceber de que forma<br />
é que poderíamos utilizar o know-how<br />
interno para a transformação. O ponto principal<br />
foi começar a medir desde o 1º dia, determinando<br />
o impacto efetivo que a analítica,<br />
dados e IA estão a ter no negócio”<br />
“Na IA, temos estado mais focados nos temas<br />
cognitivos. Pegamos em todas as tarefas<br />
que são humanas, e que são pesadas<br />
e manuais, e tentamos utilizar computer<br />
vision e linguagem natural para extrair informação<br />
e automatizar processos. Reduz<br />
o tempo de resposta e tem impacto em<br />
poupança de custos. A solução encontrada<br />
foi um mix entre AI e inteligência humana.<br />
Acreditamos em processos com IA<br />
sempre com o human in loop, para validar<br />
e controlar”<br />
“Numa componente mais estratégica, o<br />
nosso foco é utilizar tecnologias como a<br />
IA para melhorar duas componentes principais:<br />
tudo o que é relação com o cliente,<br />
seja direta ou indireta; e olhar para dentro,<br />
identificando na organização quais as personas<br />
que requerem suporte deste tipo de<br />
soluções. Como os gestores de empresas,<br />
que podem reduzir a componente burocrática<br />
para se focarem no cliente”<br />
João Martins de Carvalho<br />
Membro da Comissão Executiva,<br />
E-Redes<br />
“O setor energético está no centro da transição<br />
energética, com a descarbonização<br />
das fontes de produção e a sua descentralização.<br />
É uma alteração muito substancial<br />
na forma como as redes de distribuição são<br />
geridas, porque aumenta muito o número<br />
de intervenientes, a incerteza e a dificuldade<br />
na tomada de decisão e cria pressão na<br />
rede, que faz com que tenha de ser gerida<br />
de forma mais fina e próxima. Este contexto<br />
de alteração de paradigma implicou que as<br />
empresas se preparassem com muita digitalização,<br />
sensorização e contadores inteligentes.<br />
No fundo, para começar a ter mais<br />
informação sobre o que estava a acontecer<br />
e poder tomar decisões”<br />
“De facto, a IA chega num momento fantástico,<br />
porque pode dar um contributo muito<br />
grande para construir em cima dos dados<br />
e da digitalização da rede e ajudar as empresas<br />
de distribuição a cumprir de forma<br />
mais eficaz e efetiva a sua missão. E já está<br />
a resultar a vários níveis, continuando seguramente<br />
a dar esse contributo. Os impactos<br />
são múltiplos”<br />
“É muito dificil trabalhar IA e analítica avançada<br />
se não existir uma base de digitalização<br />
e de informação. No setor, há esta base<br />
de forma muito relevante que pode agora<br />
ser potenciada pela IA”
Miguel Leocádio<br />
Membro da Comissão Executiva<br />
da Glintt, Responsável pela Glintt Next<br />
“Estamos num momento muito especial, do<br />
ponto de vista não só das grandes organizações,<br />
mas também das empresas como a<br />
Glintt Next, com o advento da IA e, mais em<br />
concreto, da IA generativa. Há um novo capítulo<br />
que se abre na transformação digital,<br />
com muito mais potencial. Porque atua do<br />
lado da eficiência das empresas, das suas<br />
tarefas internas, processos e sistemas, e do<br />
lado da melhoria dos produtos e serviços ao<br />
cliente final”<br />
Rui Lopes<br />
CEO, AgentifAI<br />
“Como empresa especializada em sistemas<br />
conversacionais, na banca e saúde, temos<br />
lançado com os clientes de referência<br />
várias soluções assentes em IA. Que mostram<br />
que o país tem capacidade para trazer<br />
para o mercado inovação com impacto.<br />
Cerca de 4 milhões de clientes já falaram<br />
com os nossos sistemas, entre as assistentes<br />
da CGD e da Lusíadas Saúde. O que traz<br />
um impacto brutal do ponto de vista do<br />
utilizador, porque garante acessibilidade e<br />
inclusão”<br />
“Para uma empresa de tecnologia que trabalha<br />
em consultoria tecnológica, este é o<br />
momento do antes e do depois. Porque não<br />
é apenas criar uma oferta ou área, mas de<br />
saber como é que a IA pode estar em tudo o<br />
que fazemos. E isto é complexo, porque vem<br />
pôr em causa muitos dos nossos serviços e<br />
práticas. Talvez, dentro de alguns anos, estas<br />
empresas tenham um padrão de serviços<br />
muito diferente do que têm hoje. E isto<br />
já não acontece há muitos anos”<br />
“Hoje, todas as empresas estão a querer<br />
olhar, de uma forma proativa, para a forma<br />
como é que podem beneficiar destas novas<br />
tecnologias. Sentimos isso na nossa atividade.<br />
Estamos a ser convidados para, em<br />
proximidade com os clientes, testar, experimentar<br />
e validar soluções. Mas ainda nos<br />
encontramos numa fase muito inicial. Vamos<br />
ter mais para a frente o desafio de saber<br />
como é que podemos industrializar ou<br />
tornar mais mainstream toda esta experimentação,<br />
para chegar ao top line das empresas.<br />
Há vontade, mas é ainda um passo<br />
de cada vez”<br />
“Os sistemas são muitos exigentes e a resposta<br />
tem se ser muito rápida, sem latência.<br />
Têm ainda de ser compliance e seguros.<br />
Trabalhando com áreas altamente reguladas,<br />
claro que é essa a nossa prioridade.<br />
Tentando maximizar a user experience.<br />
Mas, se pensarmos de uma forma mais geral,<br />
em termos de sistemas conversacionais<br />
com base em IA, vai haver uma transição”<br />
“Quando há uma grande disrupção tecnológica,<br />
e neste caso está a haver, mesmo<br />
em termos de interação e na forma como<br />
nos relacionamos com a tecnologia, há<br />
sempre uma primeira fase em que se tenta<br />
aplicar a tecnologia ao que já se faz no momento.<br />
Tentamos automatizar processos<br />
que já existem. Mas depois há uma segunda<br />
fase, em que se começam a fazer coisas<br />
que antes não eram possível, começando a<br />
trazer um novo valor para a sociedade que<br />
vai fazer a diferença”
72 <strong>33º</strong> Digital Business Congress<br />
REGULATION OF AI<br />
APPLICATIONS<br />
Maria Manuel<br />
Leitão Marques<br />
Membro do Parlamento Europeu<br />
“Nenhum de nós está disponível para correr<br />
riscos e é para nos proteger que apareceu o<br />
IA Act. O que não quer dizer que não estejamos<br />
disponíveis para partilhar os nossos<br />
dados, em determinados projetos. O regulamento<br />
da IA, e vamos ver se resulta, tenta<br />
estabelecer um equilíbrio entre aproveitar<br />
as oportunidades, potenciando a inovação,<br />
e prevenir riscos em certos tipos de uso da<br />
IA. Queremos inovação em que possamos<br />
confiar”<br />
“Portugal tem de investir no seu ecossistema<br />
de IA e na inovação. Aliás, terá de criar<br />
um ambiente de teste no âmbito do IA Act<br />
e de investir muito. E o investimento será<br />
grande na literacia digital e na literacia em<br />
IA. Temos de saber com o que lidamos”<br />
“No mundo democrático, apesar de tudo há<br />
algumas convergências. Estamos unidos<br />
em alguns princípios, mas com instrumentos<br />
distintos. Começámos o mundo digital<br />
pensando que era de liberdade absoluta.<br />
Hoje sabemos que não é. Precisamos de<br />
regras. É preciso que também tudo isto se<br />
faça através da ONU ou de outros órgãos<br />
internacionais, como aconteceu com os dados.<br />
Era bom que o ‘efeito Bruxelas’ viesse<br />
também a acontecer na IA”<br />
Clara Martins Pereira<br />
Professora Assistente, Durahn Law<br />
School<br />
“Os legisladores de todo o mundo e a nível<br />
europeu vivem uma espécie de trilema.<br />
Num mundo ideal, um legislador gostaria<br />
de conseguir avançar com uma proposta<br />
regulatória capaz de promover a inovação,<br />
garantir a segurança e ser simples e clara. A<br />
questão é regular e em que medida”<br />
“Há sempre uma procura de equilíbrio entre<br />
segurança e inovação. Se a UE se vira<br />
mais para a segurança, os países anglosaxónicos<br />
olham para a inovação. No Reino<br />
Unido e nos EUA há um reconhecimento<br />
de que já existem muitas regras para a<br />
IA, com uma perspetiva muito mais setorial.<br />
E nos EUA, admito que é por uma questão<br />
de negócio que não há ainda regulamentação.<br />
Mas subsiste um gap de confiança que<br />
é preciso preencher”<br />
“Pode haver um problema de preparação<br />
legal, se surgir uma onda de crime em termos<br />
de IA, mas também um problema de<br />
capacidade de resposta. A ideia é fazer leis<br />
que sejam à prova de futuro, que avancem<br />
ao ritmo da imaginação dos criminosos e<br />
das empresas, mas há limites, porque há<br />
falta de recursos”
TALENT<br />
KNS: Filipa de Jesus<br />
Presidente, Agência Nacional<br />
para a Qualificação e Ensino<br />
Profissional (ANQEP)<br />
“A ANQEP tem três linhas de ação distintas:<br />
gestão e atualização do CNQ; formação inicial<br />
de jovens e formação de adultos e Programa<br />
Qualifica. A primeira linha de ação<br />
está agora em processo de renovação profunda,<br />
que se prevê que esteja concluído no<br />
final do ano. Permitirá adequar a oferta das<br />
qualificações às necessidades do mercado<br />
de trabalho”<br />
“Procuramos sempre garantir a qualidade<br />
e a relevância das ofertas de formação inicial<br />
de jovens, face às necessidades do mercado<br />
de trabalho e às expetativas e interesses<br />
dos jovens. Queremos ainda combater o<br />
estigma associado aos cursos profissionais,<br />
presente em alguns setores da sociedade<br />
portuguesa, mas também muito entre os<br />
pais dos alunos, que olham para estes cursos<br />
como uma opção de segunda escolha”<br />
“Nos adultos, regulamos e dinamizamos a<br />
formação, através de várias modalidades,<br />
e também do sistema de reconhecimento,<br />
validação e certificação de competências.<br />
Temos a responsabilidade da gestão da<br />
Rede Qualifica, atualmente com 313 centros.<br />
Este é um programa que tenta combater<br />
o défice estrutural de qualificações do<br />
país. Um terço das pessoas ativas necessita<br />
de melhorar as suas qualificações”<br />
Luísa Ribeiro Lopes<br />
Presidente, .PT<br />
“Sabemos que precisamos urgentemente<br />
de profissionais nas TIC, sobretudo mulheres.<br />
Os números dizem que, embora Portugal<br />
esteja acima da média europeia, só<br />
duas em cada dez pessoas que trabalham<br />
nestas áreas são mulheres. O que significa<br />
que há aqui um caminho grande a fazer.<br />
Faltam 800 mil profissionais na UE na<br />
área tecnológica. E sabemos que cerca de<br />
70% das ofertas de emprego neste momento<br />
exigem competências digitais”<br />
“Há falta de mulheres qualificadas nas<br />
áreas tecnológicas. E tem de se resolver o<br />
problema na raiz, na educação, logo no pré<br />
-escolar. Não pode haver diferenças. Tem se<br />
de educar de igual forma. E esperar que os<br />
resultados venham daqui a 20 anos”<br />
“Nunca tivemos tantas pessoas com tanta<br />
qualificação. Fizemos um percurso bem<br />
feito, e certamente em termos de políticas<br />
públicas. Existe o ensino mais formal e iniciativas<br />
que podem fazer a diferença, trabalhando<br />
com os professores e com os alunos.<br />
Há uma panóplia de trabalho a ser<br />
feito, apoiado pelas políticas públicas, para<br />
alavancar a aposta dos jovens no digital”
74 <strong>33º</strong> Digital Business Congress<br />
Manuel Garcia<br />
Coordenador Nacional, UPskill - Digital<br />
Skills & Jobs, APDC<br />
“Na requalificação, temos de ser mais<br />
abrangentes. Precisamos de pessoas de<br />
uma forma transversal. Nas TIC talvez tenha<br />
começado um pouco antes, mas este<br />
tema tem de estar na agenda do país. O<br />
UPskill é específico deste setor, mas temos<br />
em Portugal um problema de competitividade<br />
e de produtividade. O que vai significar,<br />
cada vez mais, automatizar processos e<br />
libertar pessoas”<br />
“Temos duas opções para as pessoas: ou ficam<br />
em casa ou são desafiadas para se requalificarem.<br />
Esse é o nome do jogo. Se calhar,<br />
está na altura de olharmos para nós<br />
próprios e dizer que também precisamos<br />
de um serviço nacional de requalificação.<br />
Vamos precisar no futuro e cada vez mais.<br />
Quanto mais acelerarmos em tudo o que<br />
vai automatizar processos, mais pessoas<br />
haverá para requalificar. Esse é o desafio<br />
para a sociedade”<br />
“Será fundamental requalificar portugueses<br />
para o que serão as novas necessidades<br />
do mercado de trabalho. Precisamos<br />
de ‘abanar’ a sociedade. Por exemplo, no<br />
UPskill, o nível de candidatura é de cinco<br />
mil pessoas por edição e tem sido essencial<br />
o passa-palavra. Se nós lançarmos bons<br />
programas de formação, a própria sociedade<br />
se vai encarregar de os disseminar”<br />
Hugo Bernardes<br />
CEO, The Key Talent<br />
“Os clientes que querem contratar recursos<br />
pedem-nos cada vez mais agilidade, rapidez<br />
e uma experiência positiva. E começam<br />
a olhar para tecnologias como a IA, que podem<br />
promover uma maior humanização<br />
do processo em si. Cada vez mais, os recrutadores<br />
não têm capacidade de resposta,<br />
até em função das necessidades do mercado.<br />
O que pode ser simplificado e agilizado<br />
com uma maior utilização de tecnologia”<br />
“Em termos de preparação de recursos humanos,<br />
as empresas ainda não estão a tomar<br />
as precauções devidas. O processo de<br />
automação vai obrigar as pessoas a serem<br />
requalificadas para outro tipo de funções.<br />
Estamos neste momento numa mudança<br />
de paradigma, com a IA e as organizações<br />
terão de antecipar esta questão, o que passa<br />
por requalificar. Mas, do ponto de vista<br />
das competências digitais, isto é ainda uma<br />
caixa negra para muita gente”<br />
“Os estudos mostram que será nos postos<br />
intermédios das organizações que haverá<br />
mais redundância com a IA. O que é preciso<br />
é qualificar, para que as pessoas tenham<br />
tarefas de maior valor acrescentado.<br />
Será um processo tendencialmente moroso,<br />
mas num horizonte de dez anos vamos<br />
sentir, mesmo em Portugal, grandes alterações<br />
nos postos de trabalho”
15 MAIO<br />
2nd DAY WELCOME<br />
Rodrigo Castro<br />
Founder & CEO, Educa-te<br />
“Não podemos tentar resumir o problema<br />
da Educação, que é múltiplo e multifacetado,<br />
a uma causa. Mas temos de começar<br />
por algum lado. Estar a investir na resolução<br />
de um problema equivalente a um bolso<br />
sem fundo não faria sentido. Mas há inúmeros<br />
projetos, formais ou não formais, que<br />
ajudam os alunos a aprender”<br />
“Parece que nos últimos 50 anos, todos se<br />
esqueceram de falar da figura na Educação<br />
que é a mais importante: os professores. No<br />
‘Professores do Futuro’, iniciativa que lançámos<br />
no final do ano passado, temos estado<br />
a adotar uma metodologia de aprendizagem<br />
diferente e inovadora: a experiencial,<br />
por desafios. Sendo 100% digital e com protocolos<br />
de acompanhamento pensados. O<br />
que faz ou desfaz um programa educativo<br />
não tem tanto a ver com os conteúdos, mas<br />
muito mais a ver com a experiência”<br />
João Rui Ferreira<br />
Secretário de Estado da Economia<br />
“Apesar das incertezas no contexto global,<br />
a digitalização da economia não voltará<br />
atrás. É importante refletir sobre o seu impacto<br />
e potencial, e na forma como pode<br />
melhorar a vida das pessoas. Temos a visão<br />
clara de estimular o crescimento e de<br />
inovar, de ser motor do desenvolvimento<br />
socioeconómico”<br />
“Portugal vive num contexto global de concorrência<br />
e de competitividade. Pelo que<br />
é importante provocar choques de crescimento,<br />
apostar na inovação tecnológica de<br />
bens e serviços, na qualidade e talento, em<br />
ações que possam promover a qualidade<br />
do que exportamos e que possam atrair investimento<br />
externo”<br />
“Tem de se investir nos professores e transformar<br />
a forma como olham para a própria<br />
prática. Porque um professor tem a possibilidade<br />
de fazer ou desfazer a vida de uma<br />
criança. As empresas também têm responsabilidades<br />
aqui, nomeadamente na forma<br />
como promovem a aprendizagem ao longo<br />
da vida. E as universidades têm um grande<br />
desafio, por estarem a ser ultrapassadas<br />
pelo YouTube. É preciso aprender uma experiência<br />
pedagógica diferente. E estamos<br />
a começar o processo do ensino da IA para<br />
a educação”<br />
“Pretendemos agilizar a execução de fundos<br />
europeus, para requalificar a nossa<br />
economia. Para além do reforço das equipas,<br />
haverá uma aposta estruturada na IA<br />
enquanto ferramenta de suporte à inovação<br />
e crescimento. Portugal tem já na sua<br />
rede científica e tecnológica muito conhecimento<br />
para apoiar o governo neste desafio.<br />
Vamos melhorar e simplificar a ligação das<br />
empresas com o Estado e os serviços da AP,<br />
apostar no empreendedorismo, identificar<br />
e limitar os ‘gargalos’, para que possamos<br />
promover desenvolvimento e crescimento<br />
no ecossistema nacional.”
76 <strong>33º</strong> Digital Business Congress<br />
40 YEARS OF APDC:<br />
A CRUCIAL<br />
STAKEHOLDER FOR<br />
A <strong>DIGITAL</strong> PORTUGAL<br />
Gonçalo Sequeira Braga<br />
Fundador da APDC, em 1984,<br />
e Presidente até Nov85<br />
“Temos, na vida da associação, três ciclos:<br />
o do nascimento, em que a APDC foi predominantemente<br />
uma associação de pessoas;<br />
um segundo, de uma associação de<br />
pessoas com empresas, prestadores de serviços<br />
e fabricantes; e esta terceira, em que<br />
vivemos hoje, em que somos uma associação<br />
de empresas com o apoio das pessoas”<br />
“Tivemos presidentes da APDC de nível<br />
mundial, a trabalhar pro bono, o que foi<br />
fundamental. Permitiu que a associação<br />
crescesse. Definimos um conjunto de princípios<br />
e valores para a atividade e isso foi respeitado<br />
ao longo dos anos pelas sucessivas<br />
direções. Tivemos um formato muito positivo<br />
da associação, que se impôs desde logo,<br />
desempenhando um papel fundamental:<br />
éramos um agente da mudança”<br />
“A APDC é um parceiro do Estado para a<br />
transformação digital da sociedade portuguesa,<br />
porque tem o apoio das empresas.<br />
Somos um invulgar caso a nível europeu,<br />
como associação. Pela influência, capacidade<br />
e realizações que a APDC fez”<br />
José Graça Bau<br />
Ex-Presidente APDC (fev95-fev97)<br />
“Nascemos numa época em que não se<br />
falava ao telefone, não se conseguia falar<br />
de Lisboa para o Porto. O país estava num<br />
caos, não havia telecomunicações. Os profissionais<br />
trabalhavam com telex”<br />
“Pensámos, na altura: entrámos numa boa<br />
altura, pois qualquer coisa que façamos,<br />
vamos ser heróis. Na década de 80, começámos<br />
a pôr fibra ótica, que ligou a Marinha<br />
Grande a Leiria, para a indústria dos<br />
moldes. Estava tudo a acontecer”<br />
“A APDC foi o despertador. As empresas tentavam<br />
todas avançar, porque estávamos<br />
muito atrasados e era preciso mostrar que<br />
havia futuro. A década de 80 foi a década<br />
em que tudo nasceu, em que projetámos os<br />
anos 90, com um plano de desenvolvimento<br />
para o setor, quando surgiram os primeiros<br />
telemóveis e a concorrência”
APDC’S PRIORITIES<br />
FOR PORTUGAL<br />
Pedro Norton<br />
Ex-Presidente da APDC (mar11-jan13)<br />
“A morte do Diogo Vasconcelos, que me<br />
precedeu, marcou o mandato. Acredito que<br />
nas instituições devemos beber do conhecimento<br />
acumulado e que não devemos inventar<br />
a roda. Foi isso que fizemos, sendo<br />
que a direção que presidi, a partir de março<br />
de 2011, teve um período dificil, com o pedido<br />
de resgate nacional, que gerou uma<br />
rutura económica, social e política. O país<br />
estava virado de pernas para o ar. E colocou-se<br />
o desafio de saber como a APDC se<br />
poderia posicionar”<br />
“Tornou-se rapidamente muito claro que,<br />
naqueles anos desafiantes, era preciso que<br />
a APDC dissesse ‘estamos presentes para<br />
ajudar o país’. Por isso, organizámos um<br />
congresso nesse sentido, com a produção<br />
de um estudo que tentava identificar um<br />
conjunto de medidas de racionalização da<br />
AP. Foi produzido pelo setor e entregue ao<br />
governo, numa tentativa de fazer uma call<br />
to action. O esforço foi reconhecido e uma<br />
oportunidade para posicionar a APDC e o<br />
setor, que está presente nas horas boas de<br />
desenvolvimento do país, mas também nas<br />
horas difíceis”<br />
Rogério Carapuça<br />
Presidente da APDC, desde jan13<br />
“Queremos fazer de Portugal um líder da<br />
economia e sociedade digitais da UE. Saltar<br />
para um lugar cimeiro. Sendo o 6º país<br />
mais atrativo para investimentos na Europa,<br />
Portugal tem grande potencial. Por isso,<br />
propomos implementar medidas concretas<br />
organizadas em seis pilares: incentivar o<br />
crescimento económico sustentável; investir<br />
no talento; promover adoção da tecnologia;<br />
otimizar o funcionamento do mercado;<br />
simplificar o Estado; e promover a cibersegurança<br />
e inclusão tecnológica social”<br />
“É preciso convocar todos os atores. Com<br />
um plano estratégico bem definido. Temos<br />
de ter maior número de grandes empresas,<br />
precisamos de mudar mentalidades e de<br />
incentivar as empresas a serem maiores. O<br />
problema é que temos os incentivos errados<br />
para ganhar esta escala. Se ser grande<br />
dá direito a ter mais impostos, mais vale ter<br />
um conjunto de empresas pequeninas. Não<br />
podemos ser penalizados quando a dimensão<br />
aumenta”<br />
“Não fui um presidente provável para a<br />
APDC. Era um homem dos media. Vinha<br />
com uma visão um bocadinho de outsider,<br />
para um setor e uma associação que tinha<br />
de ser vista como mobilizadora da economia,<br />
porque era fundamental para o desenvolvimento<br />
de todos os demais setores.<br />
Os mundos das comunicações e dos media,<br />
que não se conheciam bem, estavam condenados<br />
a entender-se. Tentei fazer essa<br />
aproximação e foi no meu mandato que os<br />
media passaram a participar no congresso”<br />
“Todos nós temos de dar o passo a seguir. A<br />
APDC fará o seu papel de ‘agitar as águas’.<br />
Somos uma associação de ecossistema, temos<br />
todo o tipo de empresas da área digital<br />
e o networking é o nosso nome do meio.<br />
Falamos e trazemos propostas que colocamos<br />
em cima da mesa dos governantes. E<br />
estamos disponíveis para falar com todos e<br />
contribuir”
78 <strong>33º</strong> Digital Business Congress<br />
CLIENTS IN-MOTION:<br />
LEVERAGING TECH TO<br />
IMPROVE EXPERIENCE,<br />
LOYALTY AND REVENUE<br />
IN THE TELCO INDUSTRY<br />
Raquel Henriques Santos<br />
Diretora de TMT, NTT Data<br />
“Na indústria das telcos, relação e emoção<br />
são a receita para o costumer engagement,<br />
criando relações de longo-prazo. O que<br />
passa por pensar sempre numa experiência<br />
que supera o que o cliente está à espera<br />
e trazer emoção, ultrapassando a simples<br />
entrega de um produto. O tema da mutualidade<br />
é também essencial, porque a empresa<br />
tem de sentir que também está a receber<br />
do cliente”<br />
“Mas como conseguir fazer esta interação<br />
com os clientes sem os maçar muito, evitando<br />
que desistam? A solução é encontrar<br />
um equilíbrio na interação, evitando que<br />
não seja prejudicial. Não há aqui receitas<br />
certas, mas perceções. Como incrementar<br />
a relação digital e implementar programas<br />
de digital engagement, com técnicas de<br />
gamificação. Ou demonstrar níveis de lealdade<br />
muito grandes com os clientes, criando<br />
a ideia de parceria”<br />
“As melhores experiências que cada cliente<br />
tem já não são exatamente de telecomunicações<br />
e os programas de engagement<br />
têm, eles próprios, que se reinventar. A personalização<br />
é muito importante, o que coloca<br />
novos desafios. Há já várias experiências<br />
com sucesso, nomeadamente as que dão<br />
mais poder ao cliente”<br />
A NEW FRONTIER<br />
FOR COMMUNITY-BASED<br />
<strong>DIGITAL</strong> KNOWLEDGE<br />
Yasmina Laraudogoitia<br />
Diretora de Políticas Públicas<br />
e de Assuntos Governamentais, TikTok<br />
Espanha e Portugal<br />
“Temos 3,3 milhões de utilizadores em Portugal.<br />
A segurança é a nossa prioridade e<br />
endereçamos o tema com 40 mil profissionais<br />
de segurança, em mais de 70 línguas<br />
e com a definição de guidelines para as<br />
comunidades”<br />
“Temos tecnologia automática e de machine<br />
learning para remover conteúdos que<br />
possam violar os nossos guidances. Investimos<br />
ainda em moderadores de conteúdos<br />
para as nuances dos conteúdos que<br />
as máquinas não detetam. Esta combinação<br />
é importante para garantir os melhores<br />
resultados. Foram criados ainda guidelines<br />
específicos para jovens, introduzindo-se<br />
mecanismos de reforço privacidade e segurança<br />
by default e recursos, como plataformas,<br />
programas e campanhas sobre<br />
como podem preservar a sua segurança no<br />
TikTok”<br />
“Estamos ainda a avançar com passos para<br />
respeitar a soberania dos dados na Europa,<br />
com o projeto Clover. Já construímos<br />
três data centers na Europa, foram implementados<br />
controlos de dados e restrições<br />
e temos parceiros independentes para auditorias<br />
de controlo, que asseguram o cumprimento<br />
das regras. Moderação de conteúdos,<br />
transparência e personalização são<br />
também apostas”
PORTUGAL AS THE NEXT<br />
SILICON VALLEY<br />
OF EUROPE<br />
NAVIGATING<br />
NIS2: ENSURING<br />
CYBERSECURITY<br />
COMPLIANCE IN<br />
THE <strong>DIGITAL</strong> ERA:<br />
Rodrigo Cordeiro<br />
Country Head, Capgemini Engineering<br />
“Portugal é um país atrativo, pelo tema da<br />
cultura, localização, custo de vida e infraestruturas<br />
de elevada qualidade. Está em 6º<br />
lugar na captação de talento e tem mais<br />
de 13% de startups que a média europeia. Já<br />
criou sete unicórnios até 2023. E Lisboa foi<br />
considerada no ano passado a capital europeia<br />
da inovação. É caso para dizer que<br />
já temos todos os ingredientes para que o<br />
nosso país seja o próximo ‘Silicon Valley da<br />
Europa’”<br />
Inês Antas de Barros<br />
Sócia da Área de Comunicações,<br />
Proteção de Dados & Tecnologia, VdA<br />
“Há um conjunto de legislação adicional à<br />
diretiva NIS2, que visa criar um quadro legal<br />
capaz de responder aos desafios atuais<br />
em matéria de cibersegurança. A nova diretiva<br />
tem de ser transposta para o ordenamento<br />
jurídico nacional até outubro, pelo<br />
que estamos mesmo na reta final da sua<br />
implementação”<br />
“Mas o país tem um investimento em I&D<br />
que representa apenas 1,7% do PIB, bem<br />
abaixo da média europeia, de 2,4%, e do objetivo<br />
de 3%, em 2030. Por si só, estes números<br />
devem fazer pensar sobre o que precisamos<br />
de fazer para fechar este gap. E não<br />
podemos evoluir apenas pelas startups,<br />
pois elas representam apenas 1% do PIB.<br />
Mesmo o tecido empresarial é composto<br />
por 99,9% de PME”<br />
“Há um aumento do leque das entidades<br />
e setores que passam a ser cobertas pelas<br />
novas regras, de forma automática. Exige<br />
às organizações uma abordagem proativa<br />
ao risco, dentro de casa e nos fornecedores,<br />
e não meramente reativa. Trazendo obrigações<br />
muito exigentes. Com uma lógica de<br />
responsabilidade da administração pelo<br />
quadro de gestão de risco”<br />
“A verdade é que as grandes empresas são<br />
uma variável-chave nesta equação. Precisávamos<br />
que tivessem capacidade para<br />
atrair centros de I&D para Portugal. Mas,<br />
acima de tudo, é altura de nos reinventarmos,<br />
de termos a coragem de fazer este trabalho<br />
em conjunto. Não ter medo de partilhar<br />
ideias, risco e esforços. É a única forma<br />
de ajudar a trazer investimento, que promoverá<br />
a inovação”<br />
“Os poderes das autoridades de supervisão<br />
são reforçados. E um muito substancial aumento<br />
das coimas a aplicar, até aos 10 milhões<br />
de euros ou 2% do volume global de<br />
negócios. Como conseguimos fazer face a<br />
toda esta teia regulatória? Antecipar o que<br />
são os novos requisitos e estar a par de todos<br />
os desenvolvimentos, capacitação das<br />
equipas e das pessoas e garantir a implementação<br />
nos prazos que estão previstos”
80 <strong>33º</strong> Digital Business Congress<br />
Jéssica Domingues<br />
Diretora da Unidade<br />
de Cibersegurança, SPMS<br />
“As leis vêm ajudar aos requisitos de segurança<br />
e às medidas proativas. A perspetiva<br />
de incluir as cadeias de abastecimento vemos<br />
como uma grande mais-valia. Porque<br />
muitas vezes as ameaças vêm de fora. Há<br />
a necessidade de outro tipo de medidas de<br />
prevenção”<br />
“A NIS2 vai auxiliar as entidades a capacitarem-se,<br />
porque têm de cumprir os requisitos<br />
previstos e estão sujeitas a sanções. A diretiva<br />
vem especificar mais o que é esperado<br />
das organizações, com os tópicos que têm<br />
obrigatoriamente de ser cumpridos. A própria<br />
notificação de incidentes é crítica”<br />
“A consciencialização das pessoas para os<br />
riscos de cibersegurança é algo que tem de<br />
ser treinado todos os dias. É o próprio utilizador,<br />
no seu dia a dia, que muitas vezes<br />
coloca em risco as organizações. Os incidentes<br />
vão sempre acontecer, temos de<br />
reduzir é o seu impacto. O que passa pela<br />
capacitação na resposta, com monitorização<br />
e deteção de anomalias e de vulnerabilidades<br />
que possam existir, para se atuar<br />
rapidamente”<br />
FROM 5G DEPLOYMENT<br />
TO TRANSFORMATION:<br />
A TANGIBLE JOURNEY<br />
FOR PORTUGAL<br />
Juan Olivera<br />
CEO, Ericsson Portugal<br />
“Onde estamos quando falamos de 5G,<br />
um tema estratégico para a UE? Estamos<br />
a perder ritmo de implementação. No 3G,<br />
a Europa foi a 3ª economia. No 4G, foi a 5ª.<br />
No 5G, é a 7ª, superada por países com menor<br />
tradição tecnológica, como a Austrália,<br />
apesar das ambições anunciadas”<br />
“O 4G foi a geração que digitalizou toda a<br />
sociedade, através dos smartphones e das<br />
redes móveis. Criou-se uma economia baseada<br />
nas startups que em poucos anos<br />
multiplicaram por oito o valor da conetividade.<br />
Mas os valores da Europa estão muito<br />
abaixo dos EUA, porque há diferentes ritmos,<br />
pela estrutura distinta dos vários Estadosmembros.<br />
Com o 5G, o poder transformacional<br />
é infinitamente maior”<br />
“Porque falamos tanto disto e nada muda<br />
na UE? Porque os operadores não têm escala.<br />
Na Europa, temos 45 operadores com<br />
mais de 500 mil subscritores. Nos EUA temos<br />
oito, no Japão quatro e na Coreia do<br />
Sul, três. A escala é crítica no negócio de<br />
infraestruturas, para ter capacidade de investimento.<br />
A Europa perde todas as economias<br />
de escala. Acreditamos que a regulação<br />
deve ser alterada. Não podemos viver<br />
com uma regulação concebida há 30 anos<br />
para quebrar os monopólios. Os operadores<br />
precisam de escala para poder competir,<br />
inovar e ser relevantes”
HARNESS THE<br />
EXPONENTIAL POTENTIAL<br />
OF NETWORKS –<br />
THE OPPORTUNITY FOR<br />
PORTUGAL<br />
da inovação e do desenvolvimento, porque<br />
vão usar muito mais dimensões, para além<br />
da conetividade, para a criação de valor.<br />
Temos um momento único para resgatar<br />
valor para o setor”<br />
THE STATE OF THE<br />
NATION OF MEDIA<br />
Sérgio Catalão<br />
CEO, Nokia Portugal<br />
“Há um paradoxo na nossa indústria, no<br />
Mundo e em Portugal. Nos últimos anos,<br />
tem-se vindo a investir nas redes, fixas e<br />
móveis, para as capacitar para um crescimento<br />
de tráfego que tem sido exponencial.<br />
No caso nacional, cerca de seis a sete<br />
vezes, enquanto as receitas aumentaram<br />
1% ao ano. Isto é o reflexo de uma indústria<br />
que se tem desenvolvido à volta do consumo<br />
de um único bem, a conetividade, difícil<br />
de monetizar e cujo valor tem saído para<br />
outras indústrias”<br />
KNS: Carla Martins<br />
Vogal, Entidade Reguladora para<br />
a Comunicação Social (ERC)<br />
“Os media enfrentam grandes dificuldades<br />
e desafios. O quadro é bastante complexo.<br />
A evolução tecnológica é acelerada e constante<br />
e tem impactos profundos na cadeia<br />
de valor e nos processos de produção e de<br />
consumo. E a IA traz outra camada de complexidade.<br />
Além disso, as entidades estão a<br />
adaptar-se ao paradigma digital em diferentes<br />
velocidades”<br />
“O 5G é uma oportunidade única de transformação<br />
e para a indústria capturar novas<br />
oportunidades e criar valor. Portugal tem a<br />
ambição de crescer acima da UE e a digitalização<br />
e automação de processos são fundamentais<br />
para que isso aconteça. O 5G é<br />
um enabler tecnológico para isso e não há<br />
muitas receitas senão produzir mais, através<br />
da utilização da tecnologia”<br />
“Quando olhamos para o futuro do setor,<br />
vemos que o tráfego vai continuar a<br />
crescer exponencialmente, entre quatro a<br />
nove vezes até 2030, e o negócio da conetividade<br />
manter-se-á com o mesmo perfil,<br />
flat. Mas vamos ter um mercado de aplicações<br />
que vão usar a rede a crescer de<br />
30% a 40%. Com o 5G, passamos a ter redes<br />
programáveis, que vão estar no centro<br />
“O jornalismo vive um dos momentos mais<br />
críticos da sua história. Os media defrontam-se<br />
com um problema estrutural de financiamento<br />
e a concorrência das plataformas<br />
online. O quadro é de incerteza e<br />
altamente competitivo. Pelo que a abordagem<br />
regulatória tem de assentar no diálogo<br />
construtivo e permanente com os diferentes<br />
intervenientes. Não é possível ter<br />
uma regulação positiva e relevante de costas<br />
voltadas para o setor”<br />
“Também a ERC enfrenta desafios na regulação<br />
sobre os media digitais e as plataformas<br />
online, onde cada vez mais os públicos<br />
acedem a conteúdos mediáticos e estão<br />
mais expostos aos riscos e desinformação. É<br />
prioritária a revisão dos instrumentos legais
82 <strong>33º</strong> Digital Business Congress<br />
de que dispomos para atuar. Teremos ainda<br />
de estar preparados para aplicar os instrumentos<br />
legislativos europeus, como o European<br />
Media Feedman Act. Há que garantir<br />
um regulador de comunicação social independente<br />
e com capacidade em termos de<br />
recursos financeiros, humanos e técnicos”<br />
Francisco Pedro Balsemão<br />
CEO, Impresa<br />
“O mercado publicitário cresceu no 1º trimestre<br />
de 2024, mas queremos sempre<br />
mais e há muitos desafios neste setor, marcado<br />
pela disputa pela atenção. Há uma<br />
fragmentação crescente dos públicos, pela<br />
proliferação de dispositivos e plataformas.<br />
Cabe-nos a nós, grupos de media, encontrar<br />
o nosso espaço, reforçar a nossa relevância<br />
nas plataformas tradicionais e apostar<br />
nas novas”<br />
“Desde 2016 que temos sido coerentes. Devia<br />
haver eliminação ou redução substancial<br />
do tempo de publicidade reservado à<br />
RTP, para uma concorrência mais leal, à semelhança<br />
do que se faz noutros países. A<br />
RTP também faz publicidade no digital, o<br />
que nos penaliza a nós, privados”<br />
“A quebra de publicidade é uma realidade<br />
e os novos pacotes de publicidade dos serviços<br />
de streaming estão em cima da mesa.<br />
Temos de ver estas coisas novas como oportunidade<br />
de ser complementares em todas<br />
as plataformas, para chegarmos a novos<br />
conteúdos. Passar o ambiente de canal generalista,<br />
de qualidade, para uma experiência<br />
digital atrativa para os consumidores.<br />
Os media são um bom negócio. Há muitas<br />
novidades a caminho. Estamos a diversificar<br />
e a procurar oportunidades”<br />
Luís Santana<br />
CEO, Medialivre<br />
“Há outros motivos de atração, como as<br />
plataformas de streaming, mas achamos<br />
que existe espaço para um público mais seletivo.<br />
Vamos avançar com um novo canal<br />
de informação, que vai ocupar um espaço<br />
diferenciador. Não acho que seja a sua entrada<br />
que vá causar distúrbio. Se algo está<br />
a distorcer o mercado é a publicidade digital<br />
e as plataformas digitais, que estão a comer<br />
um valor desproporcionado”<br />
“Fazemos o negócio dos media à imagem<br />
da realidade do mercado que temos. É muito<br />
difícil competir com as grandes plataformas<br />
europeias. Tem de haver uma regulação<br />
europeia que ajude a uma distribuição<br />
mais justa, onde os players nacionais estejam<br />
mais defendidos. De contrário, não temos<br />
hipótese”<br />
“Com a AI vai ser difícil evitar uma ameaça<br />
àquilo que é o jornalismo com qualidade.<br />
Estamos num processo de intoxicação do<br />
que é a real informação”
Nicolau Santos<br />
Presidente, RTP<br />
“O contrato de financiamento da RTP terá<br />
que ser negociado com o novo governo e<br />
tudo está em aberto. Mas recuso a ideia de<br />
que o posicionamento da RTP no mercado<br />
publicitário possa colocar em risco os outros<br />
operadores. Temos de reconhecer que existe<br />
uma grave crise do setor dos media em<br />
Portugal. De sustentabilidade e de ameaças<br />
várias, que podem afetar ainda mais<br />
essa sustentabilidade. O Estado português<br />
tem de apoiar este setor, se for considerado<br />
essencial”<br />
“Nenhum de nós, individualmente, tem capacidade<br />
de negociar um acordo favorável<br />
com as grandes plataformas. Tivemos o<br />
‘Rabo de Peixe’ na Netflix e não nos caíram<br />
milhões daí. A capacidade de os operadores<br />
nacionais se poderem juntar para desenvolver<br />
determinadas áreas de atividade<br />
seria importante e possível. Mas cada um<br />
seguirá o seu caminho”<br />
Pedro Morais Leitão<br />
CEO, Media Capital<br />
“O negócio da publicidade é secundário<br />
para os novos projetos. Quem decide são os<br />
operadores, que partilham entre si o mercado<br />
de tv paga. Media Capital e Impresa<br />
fizeram um percurso do papel para o digital<br />
e é de louvar. A entrada nos canais de tv<br />
paga é sempre uma decisão difícil, porque<br />
se está a criar um problema, de provocar a<br />
canibalização do seu canal generalista, que<br />
é a sua fonte de receitas”<br />
“Quando discutimos as receitas de publicidade<br />
e de financiamento publico, estamos<br />
a discutir como se pagam os custos operacionais.<br />
Mas o nosso desafio para o futuro<br />
é como se pagam as plataformas digitais.<br />
Termos uma plataforma própria é o caminho<br />
ideal. Mas é dificil. É um mercado populado<br />
por muitos gigantes e com a sua dinâmica<br />
própria. A solução que encontrámos<br />
foi produzir conteúdos para plataformas<br />
como a Amazon Prime Vídeo”<br />
“É importantíssimo para o setor que a ERC<br />
atue em conjunto com os grupos privados<br />
e público no sentido de expurgar projetos<br />
que não parecem ser exatamente de jornalismo,<br />
mas sim para atingir determinados<br />
objetivos. Este novo CA tem outro posicionamento<br />
e muita capacidade de olhar de<br />
maneira diferente”<br />
“Hoje é muito dificil manter-nos competitivos<br />
neste novo mundo que aí vem, sobretudo<br />
à escala portuguesa. É nesse referencial<br />
que temos de pensar. O que sinto é que ainda<br />
não há condições para o fazer, mesmo<br />
por parte do regulador. Se não experimentarmos<br />
e em parceria, dificilmente vamos<br />
assegurar a sustentabilidade económica. É<br />
preciso abandonar os modelos do passado<br />
e preparar os do futuro”
84 <strong>33º</strong> Digital Business Congress<br />
<strong>DIGITAL</strong><br />
TRANSFORMATION<br />
& ENERGY TRANSITION<br />
IN THE 5G ERA<br />
Tiago Marques<br />
Diretor do Digital, EDP Generation<br />
“Conseguimos dar vários saltos tecnológicos.<br />
Acreditamos que o 5G, neste tipo de<br />
ativos em particular, nos permite acelerar<br />
e muito, a transformação digital ao serviço<br />
da transição energética. A estratégia de digitalização<br />
da EDP é vista como uma face<br />
da transição energética. A primeira acelera<br />
a segunda que, por sua vez, alimenta a<br />
primeira”<br />
“Na estratégia de digitalização, olhamos<br />
para o 5G como oportunidade de conferir<br />
conetividade permanente e resiliente a todos<br />
os ativos. O que permite desbloquear<br />
uma série de casos de uso de transformação<br />
digital mais avançada. Estamos a começar<br />
a testar, como na barragem de Castelo<br />
de Bode, onde criámos um laboratório<br />
vivo, com o objetivo de levar a tecnologia<br />
para outros ativos de produção de energia”<br />
“Estamos a testar as capacidades e as promessas<br />
do 5G e desta conetividade total,<br />
contínua e muito resiliente. Acreditamos<br />
muito no potencial da tecnologia, de forma<br />
faseada. Estamos a dar um primeiro<br />
avanço na intersecção entre o 5G e o setor<br />
da energia. Até um ano, acreditamos conseguir<br />
estar a alargar para outros ativos.<br />
Estamos a procurar trazer casos de estudo<br />
mais avançados, como drones, a robótica,<br />
a analítica de imagem em tempo real com<br />
câmaras 5G avançadas”<br />
FIBERCOS & TOWERCOS’<br />
ROLE IN <strong>DIGITAL</strong><br />
TRANSFORMATION<br />
João Osório Mora<br />
Managing Director, Cellnex<br />
“2023 foi um ano de transformação e crescimento.<br />
Terminámos um ciclo de oito anos<br />
em que nos tornámos no maior operador<br />
de infraestruturas da Europa. Depois de um<br />
período de crescimento por aquisições, queremos<br />
focar-nos nas operações e no crescimento<br />
com os nossos clientes. O que passa<br />
pela construção de novas infraestruturas e<br />
rentabilização das existentes”<br />
“A partilha das infraestruturas permite<br />
uma rentabilização maior. Na rede que adquirimos<br />
à MEO e à NOS temos acordos<br />
que passam pela construção de mais infraestruturas<br />
e a manutenção das atuais.<br />
Dá aos operadores uma rede maior, mais<br />
time to market e um impacto em termos<br />
de sustentabilidade na reutilização de<br />
infraestruturas”<br />
“As redes de comunicações, em particular<br />
o 5G, foram feitas com investimento totalmente<br />
privado. As redes partilhadas ajudam<br />
a reduzir os custos. Mas não chega.<br />
Estamos expetantes com as novas regras<br />
do GIA, para impulsionar a conetividade gigabit<br />
na UE27, que vem trazer novas regras<br />
para implementar redes mais rapidamente.<br />
O regulamento terá de ser implementado<br />
até final de 2025”<br />
“A IA é um fator disruptivo. Vai mudar efetivamente<br />
a forma de trabalhar muito rapidamente.<br />
As empresas têm de se preparar
86 <strong>33º</strong> Digital Business Congress<br />
e sobretudo de experimentar, para conhecer<br />
as potencialidades desta tecnologia. É o<br />
que temos estado a fazer”<br />
Paolo Favaro<br />
Managing Director, Vantage Towers<br />
“Depois de um 2023 muito bom, o entusiasmo<br />
é grande. Somos uma empresa vocacionada<br />
para a entrega operacional, no<br />
sentido de criar valor para os clientes. Continuaremos<br />
com a expansão do portfólio de<br />
ativos que estamos a gerir. Nomeadamente<br />
para ajudar os operadores a cumprir as<br />
obrigações de cobertura no âmbito do contrato<br />
de concessão do 5G”<br />
“Em termos de infraestruturas, há duas vertentes:<br />
os sites existentes, onde tem de ser<br />
feito um upgrade, e os novos sites que estão<br />
a ser construídos. Estamos a falar de zonas<br />
bastante remotas. Aqui, estamos otimistas:<br />
já entregámos cerca de 140 infraestruturas<br />
ao longo dos últimos dois meses, o que não<br />
foi fácil, e ainda temos mais para entregar<br />
até ao final de 2025”<br />
“Na IA, por enquanto temos muitas ideias<br />
e estamos a desenvolver alguns pilotos.<br />
Como na área legal e na operacional. Mas<br />
para preparar a empresa, é importante ter<br />
uma boa estratégia em termos de IT. Por<br />
isso, estamos a trabalhar no grupo para<br />
criar um centro de competências em desenvolvimento<br />
de IT. Que irá também tratar<br />
do desenvolvimento das ferramentas de IA,<br />
para que todas as subsidiárias possam tirar<br />
proveito das vantagens”<br />
Pedro Rocha<br />
CEO, FastFiber<br />
“Ser um operador de fibra de referência<br />
para todos os operadores, com uma rede<br />
aberta e neutra, é o objetivo do projeto. Entre<br />
2023 e 2024 aumentámos o leque de<br />
serviços disponibilizados e continuaremos<br />
a crescer. Queremos ser uma infraestrutura<br />
de fibra a nível nacional”<br />
“As obrigações que o 5G vai ter em termos<br />
de cobertura até final de 2025 são para zonas<br />
mais remotas, rurais e dispersas, em<br />
que a ligação a todos os clientes vai ser<br />
mais dispendiosa. É um desafio, sobretudo<br />
em termos de rentabilidade, porque existe<br />
pouca população”<br />
“Deve ser facilitada a utilização de infraestruturas<br />
aptas para passagem dos cabos<br />
de fibra até essas zonas. Isso é essencial<br />
não só para o 5G, mas também para o concurso<br />
nas áreas brancas, que o governo já<br />
lançou. Precisamos de processos simplificados<br />
de licenças e junto das entidades que<br />
detêm essas infraestruturas, em condições<br />
de rentabilidade. É garantir transparência<br />
de informação dessas infraestruturas, que<br />
atualmente não é suficiente”
88 <strong>33º</strong> Digital Business Congress<br />
THE STATE<br />
OF THE NATION<br />
OF COMMUNICATIONS<br />
KNS: Sandra Maximiano<br />
Presidente; Autoridade Nacional<br />
de Comunicações (Anacom)<br />
“Em breve, um novo operador entrará no<br />
mercado português. O que levará, esperamos,<br />
a uma reação criativa e saudavelmente<br />
competitiva dos operadores. Sei que existe<br />
algum receio sobre o impacto deste novo<br />
operador nas suas receitas. Mas a procura<br />
por conetividade está em expansão. O 5G,<br />
as redes virtuais privadas, industry verticals,<br />
a realidade virtual aumentada, trazem<br />
espaço para que as oportunidades sejam<br />
maiores que os riscos”<br />
“As oportunidades de negócio e de monetização<br />
do 5G são múltiplas e variadas. A<br />
Anacom tem contribuído para a dinamização<br />
destas oportunidades. Como facilitador<br />
de disponibilização de espectro para uso de<br />
aplicações inovadoras, autorizando ensaios<br />
e testes de tecnologia. E através da publicação<br />
de estudos de caso e exemplos de uso<br />
da tecnologia”<br />
“É impossível imaginar um mundo a funcionar<br />
offline. Estamos por default hiperconectados.<br />
Os serviços de telecomunicações são<br />
parte da vida das pessoas, das empresas,<br />
do Estado e dos governos. Fica o compromisso<br />
que a Anacom está preparada para o<br />
desenvolvimento da sua missão de promoção<br />
da concorrência e proteção dos utilizadores<br />
e consumidores, abraçando um ambiente<br />
de inovação seguro e de criação de<br />
valor económico para o desenvolvimento<br />
do sector e do país”<br />
Ana Figueiredo<br />
CEO, Altice Portugal<br />
“Continuamos com um desafio muito grande<br />
neste setor, com a perda de rentabilidade<br />
sentida nos últimos 15 anos, que se agravou<br />
no último ano. Assistimos também a<br />
uma série de operações de concentração.<br />
Os operadores têm procurado contrariar a<br />
perda de rentabilidade com soluções criativas<br />
de reinvenção do negócio e otimização<br />
da estrutura de custos. Mas precisamos de<br />
escala”<br />
“É cedo para falar na monetização do 5G.<br />
Tudo depende da adoção dos consumidores<br />
e empresas e das capacidades de desenvolvimento<br />
e investimento. Mas seguramente<br />
que temos de procurar soluções.<br />
A Europa está a perder competitividade<br />
económica e temos de procurar condições<br />
para que possa manter o seu modelo de<br />
desenvolvimento económico e social. Temos<br />
de promover não só políticas públicas<br />
e regulatórias, mas a qualidade e o acesso.”<br />
“Vivemos de sobreregulação na Europa.<br />
Não temos um player mundial da IA e já regulámos.<br />
Há uma necessidade urgente de<br />
compreensão do setor. Os factos e a realidade<br />
contrariam alguns modelos teóricos.<br />
A postura da nova Anacom é um primeiro<br />
passo nesse sentido. Ser queremos um dia<br />
criar um hub da economia digital no país<br />
temos de pensar de uma forma muito mais<br />
holística do que meramente na introdução<br />
da concorrência”
90 <strong>33º</strong> Digital Business Congress<br />
Luís Lopes<br />
CEO, Vodafone Portugal<br />
“A AdC permanece com dúvidas sobre a<br />
compra e parece que existe indicação para<br />
a resposta ser negativa. A Vodafone apresentou<br />
um conjunto de remédios mais forte<br />
que os apresentados para o negócio da<br />
Orange e da MásMovil em Espanha. Em<br />
Portugal, uma operação de concentração<br />
de uma empresa com uma margem marginal<br />
é vista como mais complicada do que<br />
uma fusão que resultou no maior operador<br />
móvel espanhol. A Vodafone olha para esta<br />
situação com uma perplexidade enorme”<br />
“O que existe neste mercado é uma concorrência<br />
quase instantânea. Há respostas<br />
constantes a promoções agressivas que<br />
são feitas, porque há uma guerra grande<br />
de tentativa de ganho de quota de mercado<br />
entre os três players. Concluir que o setor<br />
não é concorrencial porque os pacotes são<br />
parecidos é errado”<br />
“Se o setor fosse saudável e houvesse uma<br />
aposta estratégica nele, o que podia ter<br />
sido feito? É isso que temos de perceber. Temos<br />
assistido a grandes perdas de oportunidades,<br />
como a criação de mais centros de<br />
competências, nomeadamente do grupo,<br />
que são colocados noutros locais”<br />
Miguel Almeida<br />
CEO, NOS SGPS<br />
“Tenho pena de não ouvir no discurso da<br />
Anacom um ponto essencial: a função de<br />
utilidade e de maximização do valor para<br />
a comunidade passa por um equilíbrio entre<br />
rentabilidade e qualidade. Se à data<br />
de hoje não cobre sequer o custo de capital,<br />
num mercado tão pequeno, com um 4º<br />
operador a situação vai agravar-se de forma<br />
dramática”<br />
“Eu tenho consciência clara que as evidências<br />
demonstram que as autoridades competentes<br />
não estão aí, mas depois pode ser<br />
tarde demais. Quando na Europa se discute<br />
como se garante a rentabilidade e se inverte<br />
a tendência, nós estamos a dizer que<br />
uma operação de fusão que não muda estruturalmente<br />
o mercado não pode acontecer,<br />
e estamos a louvar a entrada de um<br />
novo operador como se fosse algo bom. Mas<br />
não é. Rapidamente veremos que não é”<br />
“Estava na hora de neste país existir um debate<br />
sério que envolva os operadores, regulador<br />
e o governo. Em Portugal não existe,<br />
mas na UE sim: trabalhar em conjunto<br />
para mudar as coisas. É importante que<br />
o novo governo permita isso, porque é benéfico<br />
para os múltiplos stakeholders. Tem<br />
ainda de estar na agenda do Executivo as<br />
medidas que permitam a sustentabilidade<br />
e o investimento. E parece que só há uma: a<br />
consolidação”
92 <strong>33º</strong> Digital Business Congress<br />
CLOSING SESSION<br />
Rogério Carapuça<br />
Presidente, APDC<br />
“É claro que, como em todas as tecnologias,<br />
a IA tem um enorme conjunto de oportunidades.<br />
Há também alguns riscos à espreita.<br />
Mas, por causa disso, não usar a tecnologia<br />
não é opção. Nunca isso aconteceu com<br />
tecnologia nenhuma. Temos de limitar os<br />
riscos e fazer frente aos perigos. Mas não há<br />
opção senão utilizar esta tecnologia, que<br />
será, porventura, aquela que nos trará o<br />
maior salto de produtividade da história da<br />
Humanidade”<br />
“A APDC é uma associação de ecossistema,<br />
onde estão representadas empresas de<br />
várias naturezas que colaboram num traço<br />
comum: serem empresas do digital. Por<br />
isso, apresentámos um documento com sugestões<br />
de um conjunto de medidas para<br />
cumprir uma visão: tornar Portugal um dos<br />
líderes da economia e da sociedade digitais<br />
da Europa nos próximos oito anos”<br />
“Dos seis pilares que definimos no documento,<br />
destaco algumas medidas para a<br />
modernização: vocacionar os fundos do<br />
Portugal 2030 maioritariamente para as<br />
empresas, concentrando os apoios nas<br />
áreas de maior valor acrescentado; criar incentivos<br />
ao aumento da escala das empresas,<br />
em vez de termos penalizações ao crescimento;<br />
e promover o desenvolvimento do<br />
setor de infraestruturas e a sustentabilidade<br />
dos operadores de telecomunicações”<br />
Miguel Pinto Luz<br />
MInistro das Infraestruturas<br />
e Habitação<br />
“O setor já foi mais fervilhante do que é hoje.<br />
Agora, tem margens esmagadas e uma arquitetura<br />
regulatória de concorrência que<br />
limita muito a ação. É um setor que sofreu<br />
disrupções sucessivas com a introdução<br />
de novos players do mercado, de novas<br />
formas de utilização da própria infraestrutura.<br />
E, portanto, é um setor que tem se se<br />
encontrar”<br />
“Vivemos num ecossistema europeu onde é<br />
premiado o pequenino. A Europa tem esta<br />
cultura de PME e mesmo as suas grandes<br />
empresas à escala mundial são pequenas.<br />
Temos de combater contra isto. Farei<br />
questão de começar a tentar trazer para a<br />
agenda europeia estas temáticas, porque<br />
a densidade e a massa crítica trazem mais<br />
capacidade de investimento, otimização<br />
de processos e capacidade de sobrevivência,<br />
num mercado onde hoje as margens<br />
não lhes pertencem, mas a outros players,<br />
nomeadamente os OTT e todos os que utilizam<br />
a infraestrutura”<br />
“Na IA, os outros pólos olham para nós como<br />
end users. Mas porque é que ainda não vamos<br />
a tempo de liderar a montante esta<br />
agenda? Se fomos capazes de ser disruptivos<br />
em algumas áreas de conhecimento,<br />
também poderemos ser aqui, porque a IA<br />
é absolutamente estratégica. Não apenas<br />
no plano tecnológico, mas geopolítico, da<br />
competição entre três pólos. Corremos um<br />
sério risco de transformar um mundo tripolar<br />
em bipolar, onde a Europa vai minguar<br />
e ficar cada vez mais irrelevante”
94 <strong>33º</strong> Digital Business Congress<br />
Um congresso cada<br />
vez mais abrangente<br />
Numa edição que voltou a realizar-se em formato híbrido -<br />
presencial a partir do Auditório da Faculdade de Medicina<br />
Dentária de Lisboa e online – o congresso da APDC reforçou<br />
claramente a sua componente física: mais de 870 pessoas<br />
estiveram no evento, onde tiveram a oportunidade de potenciar<br />
o networking e de trocar ideias sobre o setor. Mas a presença<br />
digital também cresceu, já que se registaram mais de 10,6<br />
mil participações. São números que tornam claro o poder do<br />
DBC2024, que conseguiu mesmo chegar a quase 600 pessoas<br />
que assistiram de fora do país.
NOVIDADES DE BILHÉTICA<br />
Para quem participou presencialmente neste grande<br />
evento nacional do digital, houve novidades nesta edição<br />
de 2024. A começar pelas novas opções de bilhética, com<br />
condições diferenciadas: o General Ticket (1 ou 2 dias), que<br />
incluiu acesso ao evento, à app e perfil dos participantes,<br />
coffee-breaks, almoços e participação no Gamification<br />
Awards; o Gold Ticket (2 dias), que abrangeu ainda<br />
o acesso aos almoços reservados, receção e jantar de lançamento<br />
do congresso com oradores e convidados, prioridade<br />
no check-in no registo, badge VIP e acesso a uma<br />
zona de lugares reservados no auditório; e o Leader Ticket<br />
(2 dias) que, além das vantagens anteriores, permitia o<br />
acesso ao Premium Lounge e a um Executive Breakfast<br />
especial, que decorreu a 15 de maio, com um dos oradores<br />
internacionais de relevo, Siim Sikkut.<br />
Destaque para o facto de todos os associados da APDC<br />
terem acesso gratuito ao General Ticket. Foi também realizada<br />
uma campanha TECH 4 WOMAN no Dia da Mulher,<br />
através da qual foram oferecidos um total de 182 inscrições<br />
presenciais.•
96 <strong>33º</strong> Digital Business Congress<br />
LOUNGE, TENDA EXTERIOR<br />
E TECH GARDEN<br />
O Premium Lounge, uma zona lounge reservada<br />
a oradores, convidados e detentores<br />
do bilhete Leader, powered by Capgemini,<br />
permitiu disponibilizar um espaço para networking<br />
e/ou trabalho, confortável e com<br />
coffee-station permanente. Foi ainda disponibilizada<br />
uma zona lounge, com os mesmos<br />
objetivos, para todos os participantes<br />
do congresso.<br />
Uma das novidades foi a montagem de uma<br />
tenda no exterior do espaço, onde se realizou<br />
o jantar de lançamento do congresso,<br />
a 13 de maio, que contou com a participação<br />
de 68 convidados. Estes tiveram ainda a<br />
oportunidade de visitar, em antecipação, o<br />
auditório e alguns dos espaços de apoio do<br />
congresso.<br />
Na tenda, decorreram ainda os almoços reservados<br />
do congresso, patrocinados pela<br />
NTT Data no 1º dia, e pela Experis no 2º dia,<br />
e um executive-breakfast, realizado na manhã<br />
do dia 15 de maio, que contou com a
participação de Siim Sikkut. O orador convidado<br />
participou em formato remoto, num<br />
evento que decorreu de forma informal.<br />
Já na zona do tech garden foram apresentados<br />
vários projetos e iniciativas. Como vários<br />
projetos nacionais no âmbito dos World<br />
Summit Awards - Multicare Vitality Program,<br />
Programa <strong>DIGITAL</strong>L, da Fundação Vodafone,<br />
ETHIACK, DEEPNEUROTIC e IDE SO-<br />
CIALHUB. Marcaram ainda presença dois<br />
projetos do Prémio Cidades e Territórios do<br />
Futuro: o KIOSK GUERIN e o Centro de Gestão<br />
e Inteligência de Lisboa, da CML.<br />
No espaço presencial do <strong>33º</strong> Congresso da<br />
APDC foi ainda possível ver as ofertas da<br />
PIENSA AUDIOVISUAL, Avanade, RTP, Minsait,<br />
MEO e Delta Cafés, que apostaram em<br />
espaços próprios, num ambiente multifacetado<br />
onde também foram servidos os almoços<br />
buffet aos participantes.•
98 <strong>33º</strong> Digital Business Congress<br />
LIVE TALKS DEBATEM TEMAS<br />
MARCANTES<br />
A aposta nas live talks, conversas curtas entre executivos<br />
de tecnologia para refletir e trocar ideias sobre<br />
os grandes temas que marcam o setor, mantiveramse<br />
como uma aposta diferenciadora. Este formato de<br />
iniciativas, exclusivo para os patrocinadores anuais<br />
da APDC, contou com a presença dos líderes das<br />
mais relevantes empresas tecnológicas nacionais,<br />
que aceitaram o desafio e convidaram clientes. Estas<br />
conversas estão já disponíveis num ciclo de Dot Topics<br />
Especial Congresso, disponível no canal APDC no<br />
YouTube e Spotify.<br />
No total, foram gravados 15 episódios no primeiro<br />
dia do congresso, num espaço criado especialmente<br />
para o efeito. Assim:<br />
• A Nokia convidou a NOS para falar sobre “Integração<br />
com 5G via APIs”;<br />
• A DXC falou com a Galp sobre “The Innovation Engine:<br />
Powering Business Growth”;<br />
• Já a Kyndryl debateu com a VAWLT o tema “Let´s<br />
establish the right partnerships for 360 degrees<br />
Data Strategy”;<br />
• A Vodafone esteve com a Celfocus com o tema “Vodafone<br />
Analytics: Big Data ao serviço do negócio”;<br />
• A Vantage Towers convidou a Visabeira para debater<br />
“A cadeia de valor que as TowerCos colocam ao serviço<br />
da conectividade”;<br />
• Por sua vez, a Glintt Next analisou com o BIG “Os<br />
desafios de AI e GenAI na banca de investimento”;<br />
• A Capgemini e o SIRESP analisaram o “SIRESP Lab-Hub<br />
5G: Plataforma de Inovação para a Comunidade<br />
SIRESP”;<br />
• Inetum e IP Telecom debateram “O novo normal da<br />
gestão de serviços de TI”;<br />
• Enquanto a Minsait trouxe a Vista Alegre para traçar<br />
a perspetiva da “Vista Alegre: 200 anos a conciliar a<br />
inovação com a tradição”.<br />
• A .PT juntou-se à FCT para discutir “O Futuro da<br />
Internet”;<br />
• Por sua vez, a Salesforce convidou a Unbabel para<br />
falar sobre “A importância dos Ecossistemas de<br />
Confiança na era da Inteligência Artificial”;<br />
• A NTT DATA debateu o tema da “Inteligência artificial<br />
- Como podem as organizações acelerar a adoção<br />
de GenAI?”;<br />
• Deloitte e NOS analisaram “Quais os impactos da IA<br />
Generativa no setor Telco?”;<br />
• E a MEO falou sobre “Uma rede 5G para a sua<br />
empresa”;<br />
• E a Ericsson convidou a AGIF.<br />
• A Accenture esteve com a Altice a analisar “A Inteligência<br />
Artificial na reinvenção dos Operadores de<br />
Telecomunicações”;<br />
Esta <strong>33º</strong> edição do Congresso da APDC teve como<br />
Premium Sponsors a Axians, Cellnex, FastFiber, MEO,<br />
NOS, Vantage Towers e Vodafone. A .PT e AgentifAI<br />
foram extra sponsors. Já a Avanade, Capgemini, Experis,<br />
Minsait, NTT Data e Piensa Audiovisual foram<br />
sponsors da iniciativa, que contou ainda com a RTP<br />
como media partner e a Delta Cafés como partner. •
PROGRAMA DE TV<br />
COM MÚLTIPLAS<br />
OPORTUNIDADES<br />
Mais de 10,6 mil participantes acederam ao<br />
congresso através da plataforma do evento<br />
– web e mobile app – do canal YouTube da<br />
APDC e do Sapo Tek. Graças à parceria com<br />
a RTP, voltou a decorrer em formato de programa<br />
de televisão, contando com os jornalistas<br />
João Adelino Faria e Carolina Freitas,<br />
ambos da estação pública de tv, como hosts.<br />
O que permitiu que o congresso decorresse<br />
com uma dinâmica sempre renovada.<br />
A APDC voltou a disponibilizar a aplicação<br />
do congresso, para iOS e Android, a todos<br />
os participantes já registados. Garantindose<br />
desta forma o acesso ao vasto conjunto<br />
de funcionalidades que tem vindo a disponibilizar,<br />
como: programa e oradores, com a<br />
possibilidade de pesquisar e filtrar; avaliação<br />
das sessões; transmissão em direto do evento;<br />
acesso aos patrocinadores e expositores;<br />
agenda pessoal personalizável; materiais<br />
para download; pesquisa; e páginas de informação<br />
com muitos conteúdos.<br />
A iniciativa de gamificação também voltou<br />
a ser uma aposta, premiando-se os participantes<br />
mais ativos na app. E as interações<br />
multiplicaram-se, assim como a adesão das<br />
empresas, que atribuíram múltiplos prémios:<br />
Dell Technologies; Experis; Knower;<br />
Lisbon Digital School; Winprovit; Kyndryl;<br />
Izertis; Minsait; Capgemini; LISPOLIS;<br />
Ethiack; E-goi; Fundação Portuguesa das<br />
Comunicações.•<br />
IMPULSO IA: formação à medida<br />
para preparar nova era<br />
É um programa inovador de literacia em IA destinado<br />
a dar aos profissionais dos diversos setores as competências<br />
necessárias para compreender e utilizar eficazmente<br />
as ferramentas de IA no local de trabalho. Chama-se<br />
IMPULSO IA e foi lançado no <strong>33º</strong> Digital Business<br />
Congress, numa parceria da APDC com a Google, sendo<br />
anunciado pelo presidente da associação, Rogério<br />
Carapuça, e pela senior director of Public Policy & Government<br />
Relations for South Europe da Google, Giorgia<br />
Abeltino.<br />
A meta desta nova iniciativa é capacitar pelo menos<br />
mil pessoas, disponibilizando uma oportunidade única<br />
para adquirir competências fundamentais em IA, que<br />
permitirão aos participantes automatizar tarefas e concentrar-se<br />
em aspetos estratégicos e criativos do seu<br />
trabalho.<br />
O programa é composto por oito cursos que abordam<br />
uma ampla gama de tópicos essenciais: Marketing<br />
Strategy and AI; Engaging Audiences with Short-Form<br />
Video; Introduction to the Cloud; Leadership for the Digital<br />
Age; Understand Machine Learning Recording;<br />
Decision Making with Data; Telling Stories with Data Visualization;<br />
e Boost Your Productivity Recording.<br />
Destinado a estudantes, funcionários públicos e profissionais<br />
que tomam decisões, como gestores de marketing,<br />
representantes de vendas e analistas, o programa<br />
é acessível a todos, independentemente da experiência<br />
prévia em IA. O arranque está previsto ainda para o<br />
mês de junho, decorrendo até março de 2025. Abrange<br />
cerca de dez sessões de formação ministradas por formadores<br />
especializados. Com duração média de duas<br />
horas por curso, as sessões serão preferencialmente<br />
presenciais, mas também poderão ser disponibilizadas<br />
em formato híbrido. Quem participar presencialmente<br />
receberá um certificado de participação.<br />
O processo de inscrição será online, através de um formulário<br />
já disponível no site da APDC.•<br />
https://www.apdc.pt/iniciativas/impulso-ia/
100 <strong>33º</strong> Digital Business Congress<br />
Inovação tecnológica<br />
ao serviço das cidades<br />
e territórios<br />
Já são conhecidos os vencedores da 3ª<br />
Edição do Prémio Cidades & Territórios do<br />
Futuro. A Award Ceremony realizou-se no<br />
âmbito do <strong>33º</strong> Digital Business Congress,<br />
onde foram distinguidos vários projetos<br />
pioneiros, assentes em soluções tecnológicas,<br />
nas sete categorias a concurso. Todos<br />
contribuem para assegurar a transformação<br />
das cidades e dos territórios em espaços<br />
mais habitáveis, sustentáveis e economicamente<br />
viáveis.<br />
À semelhança das edições anteriores, o júri<br />
de seleção dos projetos foi constituído por<br />
personalidades relevantes e especialistas<br />
da área das cidades, tecnologia e sustentabilidade.<br />
Entre eles, estiveram: Elsa Belo,<br />
Diretora do LabX - Inovação na Administração<br />
Pública; Vitor Crespo, da HealthTech<br />
Lisboa; e Ana Pedro, coordenadora do<br />
C2Ti - Centro de Competência em Tecnologias<br />
e Inovação, do Instituto de Educação<br />
da Universidade de Lisboa. Juntaram-se às<br />
40 personalidades que integraram o júri,<br />
como o médico Ricardo Mexia, a ex-eurodeputada<br />
Maria Manuel Leitão Marques<br />
ou a presidente da INCM, Dora Moita.<br />
Os vencedores da edição de 2024 do Prémio<br />
Cidades e Territórios do Futuro são:<br />
Categoria ‘Saúde e Bem-estar’<br />
KINDOLOGY – BE KIND TO ALL KINDS – O projeto<br />
nasceu em maio de 2023 e junta psicólogos,<br />
terapeutas, pessoas inspiradoras e empresas na<br />
missão de tornar a saúde mental acessível a todos.<br />
Através de uma plataforma online, qualquer<br />
pessoa pode pedir ajuda em termos de cuidados<br />
de saúde mental. Assenta num modelo “Robin<br />
Hood”, onde quem pode pagar uma consulta<br />
ou adquirir produtos de merchandising ajuda<br />
a financiar as consultas de quem não dispõe de<br />
meios financeiros.<br />
Promotor: Kindology
Categoria ‘Igualdade e Inclusão’<br />
CARTA SOCIAL DE CASCAIS - É uma plataforma digital interativa de informação<br />
ao cidadão sobre equipamentos e respostas sociais da rede pública, solidária<br />
e privada lucrativa no concelho de Cascais. Funciona ainda como diagnóstico<br />
dos recursos sociais e de suporte à tomada de decisão política no planeamento<br />
da rede de equipamentos e serviços sociais no município. Destina-se a cidadãos<br />
que procuram uma resposta social para a sua vida pessoal e familiar e a dirigentes<br />
e colaboradores de organizações prestadoras de serviços sociais, profissionais<br />
da economia social, investigadores, académicos e consultores, dirigentes e<br />
profissionais da AP, políticos e decisores que procurem informação de suporte à<br />
sua atuação e/ou tomada de decisão.<br />
Promotor: Câmara Municipal de Cascais (promotor da iniciativa) e Quidgest (fornecedor<br />
tecnológico)<br />
MENÇÃO HONROSA: Academia Digital para Pais – É uma iniciativa da E-REDES<br />
e da Direção-Geral da Educação (DGE) para dar formação digital a pais e encarregados<br />
de educação. Oferece cursos gratuitos sobre diversos temas relevantes<br />
para a era digital e está disponível em todas as escolas, sendo as formações presenciais<br />
ou online. Os cursos são gratuitos e ministrados por formadores especializados,<br />
podendo os pais escolher os que mais lhes interessam. O objetivo é<br />
capacitar os pais para apoiarem os filhos nas suas atividades digitais; promover<br />
a utilização segura e responsável da internet; sensibilizar para a gestão sustentável<br />
dos recursos e preparar os pais para os desafios da era digital.<br />
Promotor: E-REDES e Direção-Geral da Educação
102 <strong>33º</strong> Digital Business Congress<br />
Categoria ‘Mobilidade<br />
e Logística’<br />
APP E PLATAFORMA EVIO – Trata-se de uma plataforma<br />
para o ecossistema de carregamento de veículos elétricos<br />
(VEs), abrangendo utilizadores, gestores de frotas e<br />
operadores de infraestrutura. Oferece acesso a postos de<br />
carregamento em Portugal e internacionais, proporcionando<br />
uma experiência integrada aos utilizadores. Utiliza<br />
tecnologias avançadas para superar os desafios na expansão<br />
das infraestruturas de carregamento, diferenciandose<br />
pelos serviços inovadores e agnosticismo em hardware.<br />
A EVIO foi reconhecida pelo seu potencial disruptivo,<br />
abrangendo a sua oferta a gestão inteligente de carregamentos,<br />
frotas e integração de energias renováveis, destacando-se<br />
como líder em soluções para a mobilidade<br />
sustentável.<br />
Promotor: EVIO - Electrical Mobility<br />
MENÇÃO HONROSA: Automatizar o Mapeamento de<br />
Acessibilidades Urbanas com IA – O objetivo deste projeto<br />
é desenvolver uma plataforma de inteligência artificial<br />
(IA) para automatizar a deteção de características de acessibilidade<br />
nos espaços urbanos, especialmente focada no<br />
atravessamento da faixa de rodagem entre passeios e na<br />
presença de obstáculos que nele interfiram. Permitirá<br />
uma maior eficiência na deteção de problemas de acessibilidade,<br />
assim como a possibilidade de análise de grandes<br />
áreas urbanas e a disponibilização de informação de<br />
forma automática e gratuita.<br />
Promotor: Fundação Fernando Pessoa | Universidade<br />
Fernando Pessoa<br />
Categoria ‘Qualificações’<br />
MAPA DE EMPREGO DE LISBOA - É uma ferramenta interativa<br />
que resulta das mais recentes tecnologias de IA<br />
e big data, que analisa e disponibiliza (em tempo real)<br />
ofertas de emprego no concelho. Apresenta ainda as profissões<br />
com mais ofertas de emprego e as competências<br />
mais procuradas por profissão e por região, bem como as<br />
formações existentes para as profissões e a sua evolução<br />
no tempo.<br />
Promotor: Câmara Municipal de Lisboa | Direção Municipal<br />
de Economia e Inovação, Iniciativa Future of Work e<br />
Associação Better Future<br />
Patrocinada pela<br />
EXPERIS<br />
Categoria ‘Sustentabilidade,<br />
Economia Circular<br />
e Descarbonização’<br />
AZORES SMART ISLANDS - É um projeto abrangente<br />
e inovador, destacando-se como um dos<br />
principais projetos de smart tourism na Europa.<br />
Proporciona aos utilizadores o acesso a uma vasta<br />
gama de percursos turísticos e pontos de interesse<br />
nas nove ilhas e 19 municípios dos Açores.<br />
A rede de conteúdos é desenvolvida localmente<br />
pelas autarquias e associações de desenvolvimento<br />
local, garantindo informações precisas<br />
e relevantes. A inclusão de traduções em quatro<br />
idiomas e audioguias facilita a experiência dos<br />
turistas. Trata-se de um exemplo de como a tecnologia<br />
pode ser utilizada de forma inovadora<br />
para promover o turismo sustentável, preservar o<br />
património cultural e natural e melhorar a experiência<br />
do turista.<br />
Promotor: Mobinteg - Soluções Empresariais de<br />
Mobilidade.<br />
Patrocinada pela<br />
GALP
Categoria ‘Relacionamento<br />
com o Cidadão e<br />
Participação’<br />
ANDA CONHECER PORTUGAL – É um programa<br />
que resultou de uma parceria entre<br />
a Movijovem e a CP. Visa dar aos jovens que<br />
terminaram o 12º ano a oportunidade de conhecer<br />
a diversidade cultural e o património<br />
histórico e natural do país, enriquecendo as<br />
suas experiências de viagem e lazer. Os jovens<br />
podem viajar durante sete dias com<br />
viagens de comboio ilimitadas e dormir seis<br />
noites na rede de Pousadas de Juventude<br />
(com um mínimo de 2 noites por pousada),<br />
de forma gratuita. Garante-se a mitigação<br />
das barreiras socioeconómicas, promove-se<br />
a mobilidade, o turismo juvenil e a coesão<br />
territorial.<br />
Promotor: Movijovem e CP<br />
Categoria ‘Desenvolvimento<br />
Económico’<br />
GRANTER.AI – É uma plataforma que utiliza IA para<br />
tornar mais fácil às PME o acesso a fundos comunitários,<br />
como o PT2030. Tem como missão a democratização<br />
do acesso ao financiamento e promoção<br />
da inovação em Portugal e no mundo. A tecnologia<br />
foi desenvolvida para reduzir a burocracia e os custos<br />
associados à consultoria convencional, simplificando<br />
o processo de preparação e submissão de candidaturas<br />
para financiamento. A plataforma foi lançada<br />
em setembro de 2023 e está disponível para registo<br />
e uso gratuitos. Com 60 oportunidades em aberto,<br />
mais de 300 empresas já se candidataram a financiamentos,<br />
totalizando 4,6 milhões de euros em apoios<br />
financeiros.<br />
Promotor: Granter.ai<br />
MENÇÃO HONROSA: Academia Próxima<br />
Geração – O projeto procura revitalizar a<br />
democracia em Portugal, desenvolvendo e<br />
aumentando a participação cívica dos jovens,<br />
capacitando-os para a ação. Aborda o<br />
problema de jovens interessados, mas sem<br />
capacidade de agir, demonstrando que os<br />
jovens portugueses estão distantes das formas<br />
tradicionais de participação cívica.<br />
Promotores: ADPG - Associação para o desenvolvimento<br />
da Próxima Geração.<br />
Patrocinada pela<br />
INCM<br />
https://premiocidades-apdc.pt/<br />
Patrocinada pela<br />
E-Redes
104 <strong>33º</strong> Digital Business Congress<br />
Talento jovem reconhecido pela 4ª vez<br />
Foram anunciados no <strong>33º</strong> Digital Business Congress os vencedores<br />
da 4ª edição do Prémio Best Thesis Award. Esta iniciativa<br />
da APDC visa distinguir as melhores dissertações de mestrado<br />
dos jovens universitários em três áreas distintas: tecnologias<br />
de informação, telecomunicações e media. É desenvolvida em<br />
parceria com o consórcio de escolas de engenharia e com as<br />
academias participantes no Programa UPskill. Conta com o<br />
patrocínio da Axians Portugal.<br />
As candidaturas ao Best Thesis Award são reservadas aos alunos<br />
que tenham concluído um dos mestrados listados, numa<br />
das escolas do CEE ou numa das academias aderentes ao Programa<br />
UPskil, que abranjam o ano letivo de 2022/2023. De<br />
acordo com o regulamento do BTA, os critérios para a avaliação<br />
dos vencedores incluíram a originalidade e caráter inovador<br />
(50%) e o impacto social (aplicação e utilidade social - 50%).<br />
As candidaturas foram analisadas por um júri presidido por<br />
um representante da APDC, composto por um número variável<br />
de personalidades de reconhecido mérito no domínio das<br />
áreas do concurso.<br />
Nesta edição, foram vencedores:<br />
www.apdc.pt/iniciativas/agenda-apdc/premio-best-thesis-award-2024<br />
• TI | Sérgio Oliveira, com a dissertação<br />
“Virtual Reality Serious Game for Stroke<br />
Rehabilitation at Home” | Mestrado em<br />
Desenvolvimento de Jogos Digitais da Universidade<br />
de Aveiro;<br />
• Telecomunicações | Inês de Brito Pereira,<br />
com a dissertação “Algorithms for physical<br />
layer authentication” | Mestrado Integrado<br />
em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores<br />
da Faculdade de Ciências e Tecnologia<br />
da Universidade Nova de Lisboa;<br />
• Media | Laura Ribeiro de Abreu Pais, com<br />
a dissertação “Graphic Ground - Sistema<br />
modular generativo de materiais de comunicação<br />
visual” | Mestrado em Design<br />
e Multimédia da Faculdade de Ciências e<br />
Tecnologia da Universidade de Coimbra.<br />
REVEJA LOOK & FEEL DOS DOIS DIAS DO <strong>CONGRESS</strong>O<br />
14 MAIO https://youtu.be/hATFE7X0hdo?si=I0YnOEW-IBxIqqcc<br />
15 MAIO https://youtu.be/zH-oCvYUEDg?si=xTMCZJlOYKZEe6IF<br />
FOTOGRAFIAS https://www.flickr.com/photos/apdc/