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ENTREVISTA<br />

Adriana Maugeri apresenta resultados e planos da indústria florestal em Minas Gerais<br />

FORÇA NO CAMPO<br />

NOVO TRITURADOR FLORESTAL<br />

UNE POTÊNCIA, RESISTÊNCIA E<br />

PRODUTIVIDADE NA LIMPEZA<br />

DE ÁREA<br />

<br />

STRENGTH IN THE FIELD<br />

NEW FOREST MULCHER COMBINES POWER,<br />

RESISTANCE, AND PRODUCTIVITY IN LAND CLEARING


SUMÁRIO<br />

48<br />

NOVIDADE NA<br />

TRITURAÇÃO<br />

JULHO 2024<br />

06 Editorial<br />

08 Cartas<br />

10 Bastidores<br />

12 Notas<br />

28 Coluna CIPEM<br />

30 Frases<br />

32 Entrevista<br />

46 Coluna<br />

48 Principal<br />

54 Incêndio<br />

60 Integração<br />

66 Compostagem<br />

70 Reflorestamento<br />

76 Manejo<br />

80 Pesquisa<br />

86 Agenda<br />

88 Espaço Aberto<br />

04 www.referenciaflorestal.com.br<br />

60<br />

66<br />

ANUNCIANTES DA EDIÇÃO<br />

19 Agroceres<br />

59 Algar Farming<br />

09 BKT<br />

07 Bruno<br />

17 Carrocerias Bachiega<br />

85 D’Antonio Equipamentos<br />

41 Denis Cimaf<br />

02 Dinagro<br />

33 DRV Ferramentas<br />

43 Engeforest<br />

92 Envimat<br />

15 Envimat/CBI<br />

69 Envimat/Compostagem<br />

05 Envu<br />

45 Equilíbrio <strong>Florestal</strong><br />

21 Fex<br />

57 Francio Soluções Florestais<br />

37 Hennings<br />

47 Himev<br />

35 J de Souza<br />

75 Lignum Forest<br />

25 Lion Equipamentos<br />

65 Mill Indústrias<br />

13 MSC Cargo<br />

63 Potenza<br />

89 Prêmio REFERÊNCIA<br />

83 Recimaq<br />

79 Remsoft<br />

39 Rocha Facas<br />

11 Rotary-Ax<br />

27 Rotor Equipamentos<br />

90 Sparta Brasil<br />

23 Tecmater<br />

31 Unibrás<br />

29 Vantec


Floresta<br />

Juntos,<br />

construímos um legado.<br />

Agora,<br />

vamos construir o futuro.<br />

Somos Envu, uma nova empresa<br />

com 50 anos de experiência<br />

Envu é uma nova visão para uma empresa com meio século de história no segmento<br />

de saúde ambiental, que detém um sólido portfólio de produtos comprovados e<br />

reconhecidos.<br />

Em cada uma de suas linhas de negócio, a Envu concentra seu trabalho na química e<br />

além, colaborando com os clientes para criar soluções que funcionarão hoje e no<br />

futuro.<br />

Saiba mais sobre as inovações em Florestas em<br />

www.br.envu.com<br />

Envu ®


EDITORIAL<br />

O novo, de novo<br />

Fazer parte do segmento florestal é também um ato de coragem.<br />

Estar nesse meio é saber que o trabalho de hoje dará frutos apenas<br />

em anos, que a demanda de ontem já é diferente da de hoje e que o<br />

amanhã prepara toda sorte de surpresas. As práticas da silvicultura de<br />

30, 40, 50 anos atrás não cabem mais na realidade de hoje, pois tanto<br />

soluções para as questões de outrora foram apresentadas, quanto<br />

novos desafios apareceram. São novas técnicas, novas ideias, novas<br />

metas e tudo isso baseado em produzir mais, com maior velocidade e<br />

consequente qualidade. A Revista REFERÊNCIA FLORESTAL trabalha para<br />

trazer o que há de mais novo, moderno e relevante para que o Leitor<br />

possa estar pronto para o porvir. Nessa edição, o lançamento da linha<br />

de trituradores florestais SHPH+ da HIMEV, ideal para o preparo de um<br />

novo plantio, a capacidade dos sistemas agrossilvipastoris na absorção<br />

de carbono, o uso da araucária no reflorestamento de áreas degradadas<br />

e uma entrevista exclusiva com Adriana Maugeri, presidente executiva<br />

da AMIF (Associação Mineira da Indústria <strong>Florestal</strong>), que conta sobre as<br />

grandes conquistas da entidade e o que vem por aí. Excelente leitura!<br />

2<br />

1<br />

Na capa dessa edição a<br />

linha Biotritus da HIMEV,<br />

lançamento da empresa<br />

especialista em trituração<br />

florestal<br />

A Revista da Indústria <strong>Florestal</strong> / The Magazine for the Forest Product<br />

www.referenciaflorestal.com.br<br />

Ano XXVI • Nº264 • Julho 2024<br />

ENTREVISTA<br />

Adriana Maugeri apresenta resultados e planos da indústria florestal em Minas Gerais<br />

FORÇA NO CAMPO<br />

NOVO TRITURADOR FLORESTAL<br />

UNE POTÊNCIA, RESISTÊNCIA E<br />

PRODUTIVIDADE NA LIMPEZA<br />

DE ÁREA<br />

<br />

STRENGTH IN THE FIELD<br />

NEW FOREST MULCHER COMBINES POWER,<br />

RESISTANCE, AND PRODUCTIVITY IN LAND CLEARING<br />

THE NEW, AGAIN<br />

Being part of the Forest Sector is also an act of courage. Being in this<br />

environment means knowing that today’s work only bears fruit in a few<br />

years, that yesterday’s needs are different from today’s, and that tomorrow<br />

holds all kinds of surprises. The forestry practices of 30, 40, and 50<br />

years ago no longer fit today’s reality because while there are solutions<br />

to yesterday’s problems, new challenges are emerging. There are new<br />

techniques, new ideas, and new objectives, and all of this is based on<br />

producing more, faster, and with higher quality. REFERÊNCIA <strong>Florestal</strong><br />

works to bring you the latest, most modern, and relevant information so<br />

that readers can be ready for the future. In this issue, there is information<br />

about the launch of HIMEV’s SHPH+ line of forest mulchers - ideal<br />

for preparing a new plantation, the ability of agroforestry systems to absorb<br />

carbon, the use of araucaria in the reforestation of degraded areas,<br />

and an exclusive interview with Adriana Maugeri, Executive President of<br />

the Minas Gerais Association of the Forest-based Industry (Amif), who<br />

talks about the organization’s great achievements and what is to come.<br />

Pleasant reading!<br />

Entrevista com<br />

Adriana Maugeri,<br />

presidente executiva<br />

da AMIF<br />

Paraná contra o fogo<br />

3<br />

EXPEDIENTE<br />

ANO XXVI - EDIÇÃO 264 - JULHO 2024<br />

Diretor Comercial / Commercial Director<br />

Fábio Alexandre Machado<br />

fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />

Diretor Executivo / Executive Director<br />

Pedro Bartoski Jr<br />

bartoski@revistareferencia.com.br<br />

Redação / Writing<br />

Vinicius Santos<br />

jornalismo@revistareferencia.com.br<br />

Colunista<br />

Cipem<br />

Gabriel Dalla Costa Berger<br />

Depto. de Criação / Graphic Design<br />

Fabiana Tokarski - Supervisão<br />

Julia Harumi<br />

criacao@revistareferencia.com.br<br />

Tradução / Translation<br />

John Wood Moore<br />

Depto. Comercial / Sales Departament<br />

Gerson Penkal<br />

comercial@revistareferencia.com.br<br />

fone: +55 (41) 3333-1023<br />

Depto. de Assinaturas / Subscription<br />

Jhonathan Santana<br />

assinatura@revistareferencia.com.br<br />

0800 600 2038<br />

ASSINATURAS<br />

0800 600 2038<br />

Periodicidade Advertising<br />

GARANTIDA GARANTEED<br />

Veículo filiado a:<br />

A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente,<br />

dirigida aos produtores e consumidores de bens e serviços em madeira,<br />

instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos governamentais,<br />

ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente<br />

ligados ao segmento de base florestal. A Revista REFERÊNCIA do Setor<br />

Industrial Madeireiro não se responsabiliza por conceitos emitidos em<br />

matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais<br />

de responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação,<br />

armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos<br />

textos, fotos e outras criações intelectuais da Revista REFERÊNCIA são<br />

terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos<br />

direitos autorais, exceto para fins didáticos.<br />

Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication<br />

directed at the producers and consumers of the good and services of the<br />

lumberz industry, research institutions, university students, governmental<br />

agencies, NGO’s, class and other entities directly and/or indirectly linked<br />

to the forest based segment. Revista REFERÊNCIA does not hold itself<br />

responsible for the concepts contained in the material, articles or columns<br />

signed by others. These are the exclusive responsibility of the authors,<br />

themselves. The use, reproduction, appropriation and databank storage<br />

under any form or means of the texts, photographs and other intellectual<br />

property in each publication of Revista REFERÊNCIA is expressly prohibited<br />

without the written authorization of the holders of the authorial rights.<br />

06 www.referenciaflorestal.com.br


SEU PARCEIRO INDISPENSÁVEL PARA<br />

TODAS AS NECESSIDADES FLORESTAIS!<br />

Seja na picagem de madeira nativa, eucalipto, tocos ou resíduos, o TITAN está sempre<br />

pronto para o trabalho pesado, garantindo a melhor qualidade do cavaco em qualquer<br />

tipo de madeira.<br />

Como solução de grande porte, ele é igualmente prestativo, versátil e potente. E chegou<br />

ao mercado para revolucionar a forma que se faz a picagem florestal. Sabe como<br />

ele alcançou tudo isso? Porque como um amigo, ele entendeu a sua necessidade. Ele<br />

acompanhou o mercado e decifrou a fórmula que juntou alto desempenho + baixo<br />

consumo = alta produtividade.<br />

O Titan é visionário e sempre pronto para apoiar seus processos. Ele possui um<br />

sistema de movimentação por esteira autopropelida, acionada hidraulicamente. Ele<br />

também conta com uma estrutura reforçada e dimensionada para aplicações severas<br />

de madeiras duras com alta densidade. Não perca tempo nem dinheiro. Escolha a<br />

excelência. Escolha Bruno.<br />

+55 (49) 3541-3100<br />

@brunoindustrial


CARTAS<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Capa da Edição 263 da<br />

Revista REFERÊNCIA FLORESTAL,<br />

mês de junho de 2024<br />

<br />

A Revista da Indústria <strong>Florestal</strong> / The Magazine for the Forest Product<br />

www.referenciaflorestal.com.br<br />

ENTREVISTA<br />

Novo chefe-geral da Embrapa Florestas apresenta sua visão sobre a empresa e futuro<br />

Ano XXVI • Nº263 • Junho 2024<br />

PRONTA PARA O COMBATE<br />

NOVAS TECNOLOGIAS E PROXIMIDADE COM<br />

CLIENTE PROMOVEM MAIOR PROTEÇÃO<br />

FLORESTAL CONTRA INCÊNDIOS<br />

READY FOR COMBAT<br />

NEW TECHNOLOGIES AND CUSTOMER<br />

PROXIMITY IMPROVE FOREST<br />

FIRE PROTECTION<br />

PRINCIPAL<br />

Por Sergio Almeida, Palmas (PR)<br />

Um trabalho muito importante para o Brasil o feito pela Equilíbrio. Temos um<br />

período de secas muito grande e ter meios de combater o fogo faz toda a diferença.<br />

ENTREVISTA<br />

Foto: divulgação<br />

Por Carlos Vieira, Contagem (MG)<br />

A Embrapa é um exemplo de um Brasil que dá certo. Muito sucesso<br />

para o novo chefe-geral.<br />

MERCADO<br />

Por André Costa Oliveira, São Paulo (SP)<br />

Essa decisão é de suma importância para todo o segmento. É uma oportunidade<br />

aberta para o crescimento do florestal do Brasil.<br />

Foto: divulgacão<br />

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08 www.referenciaflorestal.com.br<br />

Revista Referência <strong>Florestal</strong><br />

@referenciaflorestal<br />

@revistareferencia9702<br />

E-mails, críticas e sugestões podem ser<br />

enviados também para redação<br />

jornalismo@revistareferencia.com.br<br />

Mande sua opinião sobre a Revista REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

ou a respeito de reportagem produzida pelo veículo.


BASTIDORES<br />

Revista<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

PODCAST REFERÊNCIA<br />

Recebemos na JOTA EDITORA, os diretores da Águia<br />

<strong>Florestal</strong>, Álvaro Scheffer e Álvaro Scheffer Junior, para<br />

o PodCast REFERÊNCIA. Na foto, os diretores da Revista<br />

REFERÊNCIA FLORESTAL, Fábio Machado e Pedro<br />

Bartoski Júnior, receberam os convidados. Em breve, o<br />

Leitor poderá assistir o episódio no Canal do YouTube da<br />

REVISTA REFERÊNCIA.<br />

PODCAST REFERÊNCIA I<br />

A presidente da APEF (Associação Paranaense de<br />

Engenheiros Florestais), Lella Bettega (esq.), juntamente<br />

com a engenheira florestal Iolanda Soresini (dir.), estiveram<br />

presentes na sede da JOTA EDITORA, para o PodCast<br />

REFERÊNCIA, apresentado pelo diretor comercial da<br />

REFERÊNCIA FLORESTAL, Fábio Machado.<br />

ALTA<br />

INVESTIMENTO FORTE<br />

O setor florestal no Brasil deve investir cerca de R$<br />

90 bilhões até 2028, de acordo com a IBÁ (Indústria<br />

Brasileira de Árvores). O número é maior em relação<br />

à projeção oficial anterior da entidade, que esperava<br />

aportes de R$ 62 bilhões considerando igual intervalo.<br />

Segundo Paulo Hartung, presidente da IBÁ, o<br />

segmento vive fase de crescimento, com a realização<br />

de diversos anúncios recentes de projetos de expansão<br />

e inauguração de novas fábricas pelo país. O<br />

diferencial do segmento, segundo Paulo, foi o entendimento<br />

por parte das empresas de que a produção<br />

brasileira deveria ser dedicada à exportação, isso<br />

fez com que o mercado no país se tornasse mais<br />

competitivo na comparação com outros setores.<br />

JULHO 2024<br />

PANTANAL EM CHAMAS<br />

Com chuvas abaixo das médias históricas desde o<br />

fim do ano passado, o Pantanal já teve 880 focos<br />

de queimadas em 2024 - um aumento de 898%<br />

em comparação ao mesmo período de 2023 (90<br />

focos), ou de 253% em relação à média dos três<br />

anos anteriores (2021 a 2023) nesse período<br />

(255 focos em média). O número acumulado nos<br />

primeiros cinco meses deste ano é o segundo<br />

maior dos registros nos últimos 15 anos, ficando<br />

somente atrás de 2020, quando foram registrados<br />

2.128 focos. Os dados são do Programa<br />

Queimadas do INPE (Instituto Nacional de<br />

Pesquisas Espaciais).<br />

BAIXA<br />

10 www.referenciaflorestal.com.br


DO BRASIL<br />

PARA O MUNDO<br />

rotaryax<br />

rotaryaxoficial


NOTAS<br />

Podcast REFERÊNCIA<br />

O podcast REFERÊNCIA não para e nesse mês o entrevistado foi Marcelo Schmid, CEO do Grupo Index. Marcelo é curitibano,<br />

engenheiro florestal formado pela UFPR (Universidade Federal do Paraná), advogado formado pela UTP (Universidade Tuiuti do<br />

Paraná) e mestre em economia e política florestal pela UFPR. Trabalha na área de consultoria desde o início da faculdade e há<br />

14 anos está no Grupo INDEX, onde é sócio.<br />

Marcelo relatou que sua escolha pela faculdade de engenharia florestal gerou uma frustração no início, pois suas expectativas<br />

com o curso eram de algo muito mais voltado à natureza, um trabalho mais de campo e quando o curso começou não<br />

era bem assim. “Começou o curso, por ser uma engenharia, apareceram matérias de matemática, física, química e assim me<br />

surpreendi negativamente. Química era algo que desde o ensino médio eu não gostava e no curso de engenharia tive quatro<br />

matérias relacionadas”, contou Marcelo sobre esse primeiro impacto.<br />

Um dos destaques da entrevista de Marcelo<br />

foi o uso da tecnologia dentro da operação florestal.<br />

Na visão do CEO a produção de eucalipto para<br />

suprir a cadeia da produção de celulose deveria<br />

ser de 10 milhões de hectares plantados e hoje<br />

tempos apenas 7 milhões e além da melhoria da<br />

produtividade das florestas que deve evoluir, melhorar<br />

a cadeia produtiva precisa ser uma prioridade.<br />

“Para melhorar a cadeia produtiva percebo<br />

que a tokeninzação (representação digital) da<br />

floresta, através do sistema de blockchain, meio<br />

digital de segurança dos processos, servirá como<br />

segurança para quem produz, para quem compra<br />

e impulsionará o volume de plantios, pois dará a<br />

possibilidade para quem planta de receber hoje<br />

por uma floresta que será cortada daqui 7 anos”,<br />

vislumbrou Marcelo.<br />

Na visão de Marcelo, uma das principais<br />

criticas a silvicultura brasileira, a falta de espaço<br />

para crescer, é infundada e não deveria ser um<br />

impedimento para o crescimento para o segmento.<br />

“Isso é um erro grave, pois em um país continental<br />

não se pode dizer que o setor não cresce,<br />

pois não temos área. Acredito que falta inovação,<br />

falta ter coragem de fazer o que o agro tem feito,<br />

de inovar e melhorar processos. Hoje estamos<br />

perdendo de lavada para o agro, não apenas porque<br />

eles produzem mais, mas nós da silvicultura<br />

produzimos menos”, alertou Marcelo.<br />

A edição do Podcast REFERÊNCIA completa<br />

com Marcelo Schmid foi lançada no canal<br />

do Youtube da Revista REFERÊNCIA e pode<br />

ser acessado através do QR Code:<br />

Fotos: REFERÊNCIA<br />

12 www.referenciaflorestal.com.br


NOTAS<br />

Investimento na Amazônia<br />

O SFB (Serviço <strong>Florestal</strong> Brasileiro) firmou um Acordo de Cooperação Técnica com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento)<br />

e o Bndes (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para apoiar a estruturação de projetos de<br />

PPP (parcerias público-privadas) para o manejo sustentável e a restauração de ativos ambientais subnacionais na Amazônia<br />

brasileira.<br />

A cooperação técnica não-reembolsável tem o valor de US$ 1 milhão e é financiada pelo GCF (Fundo Verde para o Clima,<br />

em inglês), por meio do programa Amazônia Sempre, do BID. O programa se concentrará na estruturação de projetos de PPP<br />

subnacionais para conservação florestal e recuperação de áreas degradadas, incluindo perfis, estudos de pré-viabilidade e viabilidade,<br />

bem como a elaboração e estruturação de documentos de licitação e contratos. “Essa cooperação técnica continuará<br />

a estreita colaboração entre as três entidades, aproveitando as lições aprendidas na estruturação de projetos para restaurar e<br />

manter áreas-chave, como a Floresta Nacional do Bom Futuro”, destacou Renato Rosenberg, Diretor de Concessões e Monitoramento<br />

do SFB.<br />

Gastón Astesiano, chefe da Janela Única de PPP do BID, disse que a mudança legal de 2023 na Lei de Gestão de Florestas<br />

Públicas Brasileiras para a Produção Sustentável permite o pagamento por serviços ambientais em concessões florestais. “Isso<br />

representa uma oportunidade única para incentivar a participação do setor privado em projetos de restauração florestal”,<br />

apontou Gastón.<br />

Esse modelo de concessão florestal pode gerar investimentos de até R$ 60 bilhões (aproximadamente US$ 12 bilhões) nos<br />

próximos anos, desenvolvendo uma nova cadeia produtiva para o cuidado e a regeneração de áreas degradadas no país. O foco<br />

subnacional desse projeto permitirá a recuperação da vegetação em áreas degradadas da Amazônia, a melhoria do manejo do<br />

solo e o desenvolvimento de práticas florestais sustentáveis e inovadoras. Além disso, visa promover os bionegócios e serviços<br />

ambientais alinhados com o programa Amazônia Sempre, do BID, enfatizando o desenvolvimento sustentável e inclusivo na<br />

região.<br />

Foto: divulgação<br />

14 www.referenciaflorestal.com.br


NOTAS<br />

Preservação catarinense<br />

Foto: divulgação<br />

O Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica é uma colaboração entre a Fundação SOS Mata Atlântica e o<br />

INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) que monitora a vegetação nativa do bioma desde 1989. De acordo com o<br />

último levantamento do Atlas da Mata Atlântica, o desmatamento do bioma em Santa Catarina apresentou queda de 86%,<br />

percentual mais expressivo do que o registrado em todo o Brasil, que foi de 27%. Segundo a pesquisa, Santa Catarina foi<br />

o Estado que mais reduziu o desmatamento da Mata Atlântica entre 2022 e 2023, seguido pelo Paraná com 78% e Minas<br />

Gerais com 57%.<br />

Para a presidente do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina, Sheila Meirelles, os bons números conquistados<br />

no Estado estão diretamente ligados à intensificação das fiscalizações e no investimento estratégico em tecnologias de alto<br />

padrão como o Simad (Sistema Integrado de Monitoramento e Alertas de Desmatamento), desenvolvido pelos técnicos do<br />

instituto para auxiliar no serviço de fiscalização. “O fato da fiscalização estar mais efetiva em Santa Catarina contribui para<br />

esse resultado expressivo em relação a preservação da Mata Atlântica em nosso território, e o Simad, um dos programas<br />

mais inovadores do país, tem contribuído através dos seus alertas para que o serviço de fiscalização possa combater de<br />

forma efetiva os crimes de desmatamento ilegal no Estado”, enfatiza Sheila.<br />

O setor de base florestal plantada também tem significativa parcela na preservação de áreas nativas. São aproximadamente<br />

1,0 milhão de ha (hectares) com plantações florestais em território catarinense. Ao se levar em conta uma taxa de<br />

utilização média de 60% da propriedade, em que o restante permanece como área protegida (florestas nativas), a projeção é<br />

que a silvicultura do estado preserve a vegetação natural em mais de 680 mil ha.<br />

Segundo o IMA-SC (Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina), o estado conserva o total geral de 2,2 milhões de ha<br />

de áreas de florestas remanescentes. Levando em consideração que o setor de florestas plantadas preserva 680 mil ha de<br />

florestas nativas, então este é responsável por pouco mais de 30% de toda a cobertura nativa do Estado de Santa Catarina.<br />

16 www.referenciaflorestal.com.br


NOTAS<br />

Versatilidade que conquista<br />

Desde que foi lançado, o Titan, maior picador da América Latina, produzido pela Bruno, tem colecionado<br />

recordes e elogios relacionados ao desempenho em campo. Mas, o que de fato tem deixado o<br />

mercado surpreso, é a capacidade da equipe da Bruno em resumir perfeitamente em uma única solução<br />

o conceito de versatilidade.<br />

Mas a pergunta que muitos já fizeram em relação ao picador é: como ele alcançou tudo isso? Para<br />

o diretor da empresa, Angelo Henz, isso só foi possível porque a Bruno entendeu a necessidade do<br />

mercado e a traduziu num equipamento potente, robusto e extremamente versátil. “Ele acompanhou o<br />

mercado e decifrou a fórmula que juntou alto desempenho + baixo consumo = alta produtividade. Seja<br />

na picagem de madeira nativa, eucalipto, tocos ou resíduos, o Titan revolucionou a forma que se faz a<br />

picagem florestal”, destacou Angelo.<br />

Produtividade, eficiência energética, facilidade na troca de facas e na manutenção e o melhor cavaco<br />

produzido em qualquer tipo de material é com ele, Titan. Entre as características, é importante ressaltar<br />

que ele possui um sistema de movimentação por esteira autopropelida, acionada hidraulicamente.<br />

Também conta com uma estrutura reforçada e dimensionada para aplicações severas de madeiras duras<br />

com alta densidade. Se você está em dúvida sobre como essa solução pode revolucionar a sua empresa,<br />

os especialistas da Bruno estão prontos a explicar e te convencer sobre o Titan e como ele é uma solução<br />

visionária e pronta para apoiar todos os processos.<br />

Foto: divulgação<br />

18 www.referenciaflorestal.com.br


Qualidade<br />

Sistema de Gestão de Qualidade<br />

certificado pela ISO 9001: 2015,<br />

em desenvolvimento, produção,<br />

comercialização e serviços pós-venda.<br />

Eficiência<br />

Resultados de controle comprovado em<br />

campo e por ensaios técnicos de universidades.<br />

Precisão


NOTAS<br />

Pantanal em chamas<br />

Foto: fotos públicas<br />

O mês de junho teve este ano a maior média de área queimada no Pantanal de Mato Grosso e Mato Grosso do<br />

Sul registrada - desde 2012 - pela série histórica do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais do Departamento<br />

de Meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em apenas 30 dias, o fogo consumiu mais de 411<br />

mil hectares do bioma, quando, na média histórica, o Pantanal costuma queimar pouco mais de oito mil hectares.<br />

A área atingida ficou acima, inclusive, da média histórica de setembro, quando o bioma queima uma média de<br />

406 mil hectares. No acumulado de 2024, a área atingida chegou a 712.075 hectares, o que corresponde a 4,72% do<br />

bioma.<br />

A ministra Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, indicou sem provar, que uma confluência de<br />

ações humanas é a causa do problema, com focos de fogo gerados por essa ação humana e áreas desmatadas que<br />

favorecem a propagação. De acordo com a ministra, a Policia Federal investiga a autoria de pelo menos 18 focos<br />

de incêndio. Os dados sinalizam, ainda, que 85,22% da área queimada ficam em propriedades privadas, enquanto<br />

7,07% em terras indígenas, 4,56 em UC (Unidades de conservação) federal, 1,65% em UC estadual, 1,48% em Reserva<br />

Particular do Patrimônio Natural e apenas 0,02% em UC municipal.<br />

20 www.referenciaflorestal.com.br


42 98854-0601<br />

www.fex.net.br<br />

Não entorta


NOTAS<br />

Paraná que<br />

restaura<br />

No Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de<br />

junho, instituído pela ONU (Organização das<br />

Nações Unidas) em 1972, o IAT (Instituto Água<br />

e Terra) celebra uma marca importante: são 9,8<br />

milhões de mudas de espécies nativas distribuídas<br />

desde 2019 em todo o Paraná. O objetivo do<br />

órgão ambiental, finalizando uma das diretrizes<br />

do plano de gestão implementado pelo governador<br />

Carlos Massa Ratinho Junior, é entregar<br />

simbolicamente a planta de número 10 milhões<br />

em setembro, durante a comemoração do Dia da<br />

Árvore.<br />

Everton Souza, o secretário estadual do<br />

Desenvolvimento Sustentável, destacou que o<br />

Paraná tem exercido um papel fundamental para<br />

ações de sustentabilidade e boas práticas. Temos<br />

esse grande cenário verde e estamos lutando<br />

para mantê-lo, seja ampliando a fiscalização<br />

contra o desmatamento ilegal. “Com a redução<br />

significativa deste tipo de crime, ou apoiando e<br />

distribuindo milhões de mudas para recuperar o<br />

nosso bioma”, ressaltou Everton.<br />

Paralelamente à regeneração do ecossistema,<br />

a proposta ajuda a salvar uma grande variedade<br />

de espécies ameaçadas de extinção, como a<br />

araucária, cedro-rosa, imbuia, canela-sassafrás,<br />

jatobá e palmito-jussara, que lideram o ranking<br />

das plantas mais procuradas pela população.<br />

Ao todo, os 19 viveiros e os dois laboratórios de<br />

sementes administrados pelo IAT produzem uma<br />

variedade de 163 espécies nativas, 26 delas (cerca<br />

de 16%) ameaçadas de extinção. “Depois de<br />

cultivadas, essas mudas de espécies ameaçadas<br />

são disponibilizadas para a população que deseja<br />

recuperar áreas degradadas ou enriquecer fragmentos<br />

florestais, o que garante a sobrevivência<br />

futura dessas plantas”, explica a bióloga do órgão<br />

ambiental, Roberta Scheidt Gibertoni.<br />

Os viveiros do IAT fazem parte do programa<br />

Paraná Mais Verde, lançado em 2019 pelo Governo<br />

do Estado. O objetivo da ação é despertar a<br />

consciência ambiental e aliar o desenvolvimento<br />

ambiental, econômico e social, por meio da<br />

produção e plantio de árvores nativas nas áreas<br />

urbanas e rurais. “Dentro do programa, nós temos<br />

uma linha de ação específica para incentivar<br />

a produção de espécies ameaçadas de extinção”,<br />

complementa a bióloga.<br />

Foto: divulgação<br />

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NOTAS<br />

Vespas no alvo<br />

Foto: divulgação<br />

A Embrapa Florestas (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) publicou<br />

o Manual para o Controle da Vespa-da-Madeira em Plantios de Pinus:<br />

2024. O documento, de autoria dos pesquisadores Susete do Rocio Chiarello<br />

Penteado, Edson Tadeu Iede, pesquisador aposentado, e Wilson Reis Filho da Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e<br />

Extensão Rural de Santa Catarina) é um guia essencial para produtores florestais e gestores. O manual oferece um arsenal<br />

de estratégias para combater a vespa, incluindo Informações detalhadas sobre o inseto: sua biologia, ciclo de vida, danos<br />

causados, métodos de identificação, estratégias eficazes de manejo integrado e orientações práticas para implementação,<br />

desde a instalação de armadilhas para árvores até a aplicação de controle biológico.<br />

A vespa-da-madeira (Sirex noctilio) se tornou uma praga de importância global, devastando florestas de pínus em diversos<br />

países e causando prejuízos milionários. No Brasil, a presença da praga acendeu um alerta e impulsionou mudanças<br />

significativas na silvicultura do pínus, já que a vespa prefere atacar árvores estressadas ou danificadas.<br />

A vespa-da-madeira é também um exemplo da importância da vigilância constante em relação à introdução de espécies<br />

exóticas em nossos ecossistemas. A rápida resposta a sua presença no Brasil, com a criação de programas de manejo e a<br />

pesquisa de métodos de controle, foi fundamental para minimizar os impactos da praga nas florestas brasileiras.<br />

O Manual para o Controle da Vespa-da-Madeira em Plantios de Pinus: 2024 oferece um arsenal de estratégias para combater<br />

a vespa e destaca a importância do monitoramento constante, para detectar precocemente a presença da praga. “O<br />

combate à vespa-da-madeira é uma tarefa contínua. O monitoramento e o manejo integrado, conforme as orientações do<br />

manual, são essenciais para garantir a sanidade das florestas de pinus e proteger este importante recurso natural”, afirma a<br />

pesquisadora Susete Chiarello Penteado, da Embrapa Florestas. O manual pode ser acessado pelo QR Code ao lado.<br />

24 www.referenciaflorestal.com.br


NOTAS<br />

Representando o setor<br />

Para marcar a Semana do Meio Ambiente, o IMA (Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina) e a SEMAE (Secretaria<br />

de Estado do Meio Ambiente e Economia Verde), organizaram um ciclo de palestras para os servidores com o objetivo<br />

de debater temas que envolvem o desenvolvimento florestal no Estado; licenciamento ambiental florestal; restauração de<br />

áreas degradadas; mudanças climáticas e outras pautas relacionadas à agenda ambiental da atualidade.<br />

O evento aconteceu no inicio do mês passado, no auditório da sede dos órgãos ambientais, em Florianópolis (SC). A<br />

abertura foi conduzida pelo coordenador de Procuradoria Jurídica do IMA, Claudio Soares da Silveira, que representou a<br />

presidente do IMA, Sheila Meirelles. “Está é uma oportunidade importante de envolver, não somente a equipe técnica,<br />

mas também, professores e pesquisadores com o objetivo de aprimorar o conhecimento através da troca de informações<br />

entre a academia, os institutos de pesquisa e os servidores, que atuam diariamente na elaboração e execução de políticas<br />

públicas para a área ambiental no Estado de Santa Catarina”, enalteceu Claudio.<br />

O diretor-executivo da ACR e engenheiro florestal, Mauro Murara Jr, foi um dos palestrantes e apresentou informações<br />

do setor de florestas plantadas no estado. Em Santa Catarina, o setor de florestas plantadas ocupa uma área próxima<br />

de um milhão de ha (hectares) ao mesmo tempo em que preserva 680 mil ha de florestas nativas. O setor é responsável<br />

pela conservação de pouco mais de 30% de toda a cobertura nativa do Estado. O estoque de carbono total, de florestas<br />

plantadas mais áreas preservadas, é estimado em 220 milhões de toneladas de CO2, o principal GEE (gás do efeito estufa).<br />

Foto: divulgação<br />

26 www.referenciaflorestal.com.br


COLUNA<br />

Dia na Floresta<br />

2024<br />

“Queremos<br />

avançar mais, no<br />

mercado interno<br />

e internacional.<br />

O setor de<br />

base florestal<br />

é importante<br />

para economia<br />

estadual, sendo o<br />

principal gerador<br />

de receita em<br />

vários municípios”<br />

Edinei Blasius,<br />

presidente do CIPEM<br />

https://cipem.org.br<br />

28 www.referenciaflorestal.com.br<br />

Evento inédito de negócios com importadores internacionais de<br />

madeira é realizado na Amazônia mato-grossense<br />

E<br />

xatos dez compradores internacionais de 7 países e 30 empresas brasileiras participam<br />

de rodadas de negócios envolvendo madeira nativa produzida em 5,2 milhões<br />

de ha (hectares) de manejo florestal sustentável em Mato Grosso. As tratativas comerciais<br />

ocorrem na Amazônia mato-grossense, no município de Alta Floresta (MT),<br />

a 803 km (quilômetros) ao norte de Cuiabá (MT). As negociações com compradores<br />

da África do Sul, Alemanha, Bélgica, França, México, Polônia e Uruguai estão sendo realizadas<br />

nesta semana, de 17 a 20 de junho, no âmbito da programação da 5ª edição do Dia na Floresta.<br />

A rodada de negócios é uma ação promovida pelo Exporta Mais Brasil: manejo florestal sustentável,<br />

programa da ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos)<br />

em parceria com o CIPEM (Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do<br />

Estado de Mato Grosso), bem como do FNBF (Fórum Nacional das Atividades de Base <strong>Florestal</strong>) e<br />

FIEMT (Federação das Indústrias de Mato Grosso).<br />

Foram mobilizados pela ApexBrasil importadores que irão tomar as decisões de compra baseadas<br />

nas condições de preços, prazos de entrega e ofertas de produtos, conforme lista fornecida<br />

pelos exportadores, explica o gerente de Agronegócio da ApexBrasil, André Laudemir Muller.<br />

“É a primeira vez que realizamos uma atividade como essa, de trazer compradores de madeira<br />

(de outros países) para Alta Floresta. Nosso objetivo é gerar negócios, exportar e manter a floresta<br />

em pé por meio do manejo florestal sustentável. O CIPEM é um grande parceiro nosso nessa<br />

atividade inédita nesta região”, destacou André.<br />

Além dos encontros de negócios são realizadas visitas técnicas às áreas de manejo florestal<br />

e às indústrias da região. “Os dez compradores internacionais conheceram efetivamente como<br />

se faz o manejo florestal sustentável. Estiveram em talhões onde foram realizadas colheitas das<br />

árvores e em outros onde (a colheita) ainda não ocorreu. Viram como é o processo de rastreabilidade<br />

da madeira e industrialização, visitando fábricas modernas de laminados e pisos, com altíssimo<br />

valor agregado e que vendem para os EUA (Estados Unidos da América)”, explicou André.<br />

“Vimos todo o processo e testemunhamos como tudo é registrado. Estamos impressionados<br />

com a meticulosidade e vimos que as práticas corretas estão sendo seguidas. Temos segurança<br />

de que é uma operação sustentável”, afirmou o importador sul-africano Brad Anderson. “Esta<br />

é a primeira vez que visito o Brasil e fiquei muito surpreso com a recepção. O primeiro dia foi<br />

incrível, começamos desde o início até a colheita. Estou ansioso pelos próximos dias”, expôs o<br />

importador belga Franky Heirman.<br />

Sessenta e um países são compradores de produtos florestais de Mato Grosso. Neste ano, o<br />

comércio internacional de madeira nativa mato-grossense movimentou US$ 47,3 milhões, acumulados<br />

de janeiro a maio, quando foram embarcadas 82,5 mil toneladas de madeira beneficiada,<br />

em bruto e serrada. Comparado com igual período do ano passado, o volume de embarques<br />

cresceu 10,8%, apesar do saldo comercial ser menor (-9,5) devido ao recuo nas cotações no<br />

mercado internacional. Em 2023, de janeiro a maio, foram embarcadas 74,4 mil (t) de produtos<br />

madeireiros por US$ 52,2 milhões, informa a Secex (Secretaria de Comércio Exterior).<br />

Entre os principais destinos da produção florestal mato-grossense em 2024 estão a Índia<br />

(US$ 18,5 milhões), França (US$ 6,5 milhões), EUA (US$ 6,1 milhões), China (US$ 3,9 milhões)<br />

e Bélgica (US$ 3,2 milhões). Os portos de Paranaguá (PR) e Santos (SP) concentraram 53,9% e<br />

43,6% dos embarques de madeira, respectivamente.<br />

Para suprir a demanda do mercado interno e internacional são comercializadas 46 espécies<br />

de madeiras nativas que constituem a diversidade de produtos florestais de Mato Grosso. A colorimetria<br />

da madeira tropical mato-grossense identifica grande variabilidade de tons, desde os<br />

mais claros aos mais escuros. Ao todo, são cerca de 25 tonalidades, variando entre matizes de<br />

branco, bege, amarelo, marrom, vermelho, rosa e verde-oliva. Outros atributos das espécies arbóreas<br />

comerciais são variados valores de massa, desde os leves aos pesados. São comercializadas<br />

madeira das espécies Andira sp.; Dinizia sp.; Vatairea sp.; Pithecellobium sp.; Hymenolobium<br />

sp. (angelim), Hymenolobium sp.; (angelim-pedra), Vochysia sp. Qualea sp. (cambara), Cedrelinga<br />

catenaeformis D. Ducke. (cedrão), Erisma uncinatum Warm (cedrinho) Parkia sp. (faveiro), Apuleia<br />

sp. (garapeira), Tabebuia sp. (ipê), Mesilaurus itauba (Meissn). (itaúba), Hymenaea courbaril<br />

L. (jatobá), entre outras.


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FRASES<br />

Foto: SEMA (MT)<br />

O Sisflora 2.0 está em<br />

operação há um ano e<br />

promove uma resposta sobre<br />

a rastreabilidade dos produtos<br />

florestais trazendo essa<br />

noção perante a legalidade<br />

na exportação junto aos<br />

sistemas estadual e federal<br />

desde a sua origem<br />

Mauren Lazzaretti, secretária de meio<br />

ambiente do Mato Grosso, durante a feira<br />

de Carrefour de Bois, na França<br />

“A proposta vai gerar prejuízos<br />

aos setores florestal, serrarias,<br />

moveleiro e indústria de<br />

celulose e papel. No Estado,<br />

97% da madeira destinada à<br />

celulose e papel é de pinus e<br />

80% de toda a produção da<br />

indústria de madeira sólida e<br />

painéis provém de florestas<br />

de pinus. Só o setor moveleiro<br />

arrecada mais de R$ 200<br />

milhões em tributos”<br />

Lucas Neves (Podemos), Deputado Estadual de<br />

Santa Catarina, sobre uma proposta de proibição<br />

de reflorestamento de pinus em uma região do<br />

Estado<br />

Existe uma visão de que<br />

preservar a natureza é um<br />

empecilho para o bemestar,<br />

a prosperidade e o<br />

enriquecimento, o que é<br />

uma narrativa totalmente<br />

equivocada e sem base<br />

científica, contra a<br />

narrativa da ciência de<br />

que há interdependência<br />

entre a natureza e a<br />

humanidade<br />

Luis Fernando Guedes Pinto, diretor executivo<br />

da ONG SOS Amazônia, em matéria publicada na<br />

Folha de São Paulo, sobre compromisso ambiental<br />

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ENTREVISTA<br />

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Foto: divulgação<br />

ENTREVISTA<br />

O<br />

associativismo tem grande importância para<br />

o segmento florestal brasileiro. As entidades<br />

representam e lutam por mudanças que beneficiam<br />

e protegem seus associados, buscando<br />

um espaço mais seguro e promissor para a indústria de base<br />

florestal. Adriana Maugeri é presidente executiva da AMIF<br />

(Associação Mineira da Indústria <strong>Florestal</strong>) desde 2018 e relata<br />

com exclusividade para a Revista REFERÊNCIA FLORESTAL as<br />

conquistas e resultados obtidos durante sua gestão.<br />

A<br />

ssociations are very important in the Brazilian<br />

Forest-based Sector. Organizations represent and<br />

fight for changes that benefit and protect their<br />

members, seeking a more secure and promising<br />

space for the forest-based industry. Adriana Maugeri has been<br />

Executive President of the State of Minas Gerais Association of<br />

the Forest-based Industry (Amif) since 2018 and spoke exclusively<br />

with REFERÊNCIA <strong>Florestal</strong> about the achievements and<br />

results obtained during her tenure.<br />

Adriana Maugeri<br />

ATIVIDADE/ ACTIVITY:<br />

Formada em Direito e Comunicação Social pela PUC-MG (Pontificia<br />

Universidade Católica de Minas Gerais), com pós-graduação<br />

em Gestão Empresarial e em Gestão para a Sustentabilidade pela<br />

FDC (Fundação Dom Cabral). É presidente executiva da AMIF<br />

(Associação Mineira da Indústria <strong>Florestal</strong>), Membro do Conselho<br />

Deliberativo da IBÁ (Industria Brasileira de Árvores) e atual<br />

presidente da Câmara Setorial de Florestas Plantadas do MAPA<br />

(Ministério da Agricultura e Pecuária) e da Comissão Técnica<br />

de Florestas Plantadas na FAEMG (Federação de Agricultura e<br />

Pecuária de Minas Gerais).<br />

Degree in Law and Social Communication from the Pontifical<br />

Catholic University of Minas Gerais (PUC-MG) and postgraduate<br />

degrees in Business Administration and Management for Sustainability<br />

from Dom Cabral Foundation (FDC). She is the Executive<br />

President of the State of Minas Gerais Association of the Forest-based<br />

Industry (Amif), a member of the Board of the Brazilian<br />

Tree Industry (IBÁ), and the current President of the Planted Forests<br />

Sector Chamber of the Ministry of Agriculture and Livestock<br />

(Mapa) and of the Technical Commission for Planted Forests at the<br />

Minas Gerais Federation of Agriculture and Livestock (Faemg).<br />

32 www.referenciaflorestal.com.br


Quando muitos querem te copiar, é um sinal<br />

de que você é referência no mercado.<br />

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ENTREVISTA<br />

>> Como avalia seu período à frente da AMIF?<br />

Cheguei na AMIF em 2018 com o objetivo da reformulação.<br />

Meu primeiro ano foi basicamente reformular toda a estrutura<br />

que tínhamos com a AMS (Associação Mineira de Silvicultura) e<br />

a partir dali erguer a AMIF. Era necessário reconstruir a imagem<br />

do florestal mineiro, fortalecê-lo e apresentar melhorias para<br />

quem já era associado e quem poderia ver no nosso Estado um<br />

local para novas oportunidades. Passamos assim a fortalecer<br />

o diálogo entre associados, entidades, criando assim uma percepção<br />

sobre a silvicultura mineira, focada em assertividade,<br />

rastreabilidade e técnicas de relacionamento e comunicação.<br />

Os primeiros resultados foram apresentados a partir de 2020.<br />

Tivemos uma grande aproximação e fortalecimento de parcerias<br />

entre nossos associados, mostrando que a nova associação<br />

não era apenas um novo nome, mas uma estrutura reformulada<br />

por completo. Embora seja uma associação, temos o porte e<br />

a representatividade de federação estadual, o que abre muitas<br />

oportunidades. Passamos a ser tratados como referência em<br />

vários temas e outras entidades passaram a nos ver como<br />

exemplo de fazer corretamente. Temos em Minas Gerais 90%<br />

da produção de carvão vegetal nacional, o que nos coloca como<br />

um representante, quase que total, desse setor produtivo. Esse<br />

trabalho bem executado abriu as portas para que o ministro<br />

Fávaro, do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento)<br />

me convidasse para assumir a câmara técnica de florestas<br />

plantadas da entidade. Brinco que sempre quis colocar a<br />

silvicultura no MAPA e o trabalho de todos possibilitou que isso<br />

acontecesse.<br />

>> Quais as principais conquistas da associação durante sua<br />

gestão?<br />

Vou tratar de temas que ouvi diretamente dos associados e que<br />

para mim são realmente de suma importância para o nosso<br />

crescimento. A primeira conquista é a diminuição da burocracia<br />

ruim. Os processos para se plantar uma floresta e mantê-las<br />

era um dos mais travados do país e hoje graças ao trabalho da<br />

associação foi facilitado para todos os produtores no que tange<br />

o licenciamento florestal. A segunda foi aproximar e ter um<br />

relacionamento assertivo com públicos que outrora eram antagônicos<br />

ao trabalho que realizamos, gerando pontos de convergência<br />

para as duas partes e não apenas de convencimento.<br />

Nosso relacionamento com o ministério público é convergente<br />

e através de muito esforço e tempo investido pudemos gerar<br />

facilidades entre as entidades. O que tínhamos, por parte de<br />

membros do poder público, era uma visão antagônica, que<br />

só enxergava coisas ruins na atividade e com muito trabalho<br />

construímos uma relação positiva e de colaboração entre as<br />

partes. O pioneirismo do ministério público de compreender o<br />

que realmente é o papel das florestas dentro de Minas Gerais,<br />

de compreenderem toda essa agenda que passávamos, com<br />

dados corretos, com metodologia, foi assim que puderam ver<br />

e comprovar que as florestas plantadas têm um papel singular<br />

no combate ao desmatamento. Por último trazer para AMIF e<br />

para o setor florestal um status que vimos que era merecido de<br />

um dos maiores produtores nacionais de florestas plantadas do<br />

país.<br />

How would you rate your time at Amif’s helm?<br />

I came to Amif in 2018 with the goal of reformulating it. My<br />

first year basically consisted of reformulating the whole structure<br />

we had with the Minas Gerais Forest-based Association<br />

(AMS) and building Amif from there. We had to rebuild the<br />

image of forestry in Minas Gerais, strengthen it, and present<br />

improvements to those who were already members and to<br />

those who could see our State as a place of new opportunities.<br />

We began to strengthen the dialogue between members<br />

and organizations, thus creating a perception of forestry in<br />

Minas Gerais, focusing on assertiveness, traceability, and<br />

relationship and communication techniques. The first results<br />

were seen starting in 2020. We had a great rapprochement<br />

and strengthening of partnerships among our members,<br />

showing that the new association was not just a new name<br />

but a completely reformulated structure. Although it is an<br />

association, we have the size and representativeness of<br />

national associations, which opens up many opportunities.<br />

We began to be treated as a reference on various issues, and<br />

other organizations began to see us as an example of how<br />

to do things right. We have 90% of the Country’s charcoal<br />

production in Minas Gerais, which makes us almost totally<br />

representative of this Productive Sector. This work opened<br />

the door for Minister Fávaro of the Ministry of Agriculture,<br />

Livestock and Supply (Mapa) to invite me to head the Technical<br />

Chamber of Planted Forests of the Ministry. I often joke<br />

that I always wanted to put Forestry on the Map[a] (Ministry<br />

of Agriculture, Livestock and Supply), and everyone’s work<br />

made this possible.<br />

What have been the main achievements of the Association<br />

during your term of office?<br />

I am going to cover issues that I have heard directly from<br />

members that I think are really important to our growth. The<br />

first achievement is the reduction of over-zealous bureaucracy.<br />

The licensing processes for the planting and maintaining<br />

of a forest used to be one of the most cumbersome in the<br />

Country, and today, thanks to the work of the Association,<br />

it has been made easier for all producers when it comes to<br />

obtaining forestry licenses. The second was to bring together<br />

and have an assertive relationship with audiences that were<br />

once antagonistic to our work, creating points of convergence<br />

for both parties, not just persuasion. Our relationship with<br />

the Public Prosecutor’s Office is convergent, and through a lot<br />

of effort and time, we have been able to generate facilities<br />

between the entities. What we had on the part of members<br />

of the public authorities was an antagonistic view, which saw<br />

only bad things in the activity. With much work, we have built<br />

a positive and cooperative relationship between the parties.<br />

The pioneering spirit of the Public Prosecutor’s Office, in understanding<br />

what the role of forests really is in Minas Gerais,<br />

in understanding this whole agenda that we were presenting,<br />

with correct data, with methodology, that is how they were<br />

able to see and prove that planted forests play a unique role<br />

in combating deforestation. Finally, we want to give Amif and<br />

the Forest-based Sector the status that we felt it deserved as<br />

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ENTREVISTA<br />

>> Quais as maiores dificuldades enfrentadas dentro do segmento<br />

florestal?<br />

O preconceito com a atividade. Temos grupos que são ideologicamente<br />

contrários a produção florestal, que expressam suas<br />

razões, que respeito, mas demonstram desconhecimento direto<br />

sobre as práticas florestais. Quem não conhece um reflorestamento<br />

e vê uma atividade de colheita, não entende que aquilo<br />

é um ciclo que deve terminar daquela maneira. Ele acha que<br />

é desmatamento. Acredito que isso é também uma falha do<br />

setor, que precisa se comunicar melhor sobre o tema, ajudando<br />

assim na mudança da percepção do grande público sobre a silvicultura.<br />

Outra dificuldade é a falta de união entre empresas. E<br />

não é algo exclusivo do setor florestal, pois temos um pezinho<br />

no agro e outro na indústria e vemos que falta uma sinergia<br />

maior das demandas do setor entre as partes para lutar por<br />

melhorias. Existem movimentos já nesse sentido, mas são<br />

muito tímidos. Se pensarmos nas associações mesmo, uma boa<br />

parte dos produtores não estão associados, seja nas associações<br />

estaduais ou nas nacionais como IBÁ (Industria Brasileira<br />

de Árvores) e Abimci (Associação Brasileira da Indústria de Madeira<br />

Processada Mecanicamente), isso porque alguns empresários<br />

não enxergam as vantagens de lutar juntos por uma causa.<br />

O custo para estar em uma associação é, na média, o custo<br />

de um funcionário médio, mas quem pode lutar por mudanças<br />

legislativas, de tributação ou trabalhistas, são as entidades, pois<br />

por maior que uma empresa seja, lutar sozinha por uma causa<br />

é muito mais difícil. Em muitos países, como França, Alemanha,<br />

China e EUA (Estados Unidos da América), essa percepção já foi<br />

construída e lutamos por algo nesse sentido no Brasil.<br />

>> Qual a importância da mudança de legislação da retirada<br />

da silvicultura do rol de atividades poluidoras?<br />

Isso foi fruto de muito trabalho e é uma vitória. Foram 10 anos<br />

entre a proposição dessa mudança e sua realização. Para mim<br />

tem uma ligação importante, pois foi quando saí do setor elétrico<br />

e voltei para o florestal na época da proposição, o que me<br />

marcou bastante. Nessa retomada do tema que culminou em<br />

sua aprovação foi necessário que o congresso, o ministério do<br />

meio ambiente e até mesmo o presidente compreendessem<br />

que para o Brasil atingir as suas metas de descarbonização, as<br />

one of the largest national producers of planted forests in the<br />

Country.<br />

What are the biggest difficulties faced by the Forest-based<br />

Sector?<br />

Prejudice against the activity. There are several groups ideologically<br />

opposed to forestry, and they express their reasons,<br />

which I respect, but they show a direct lack of knowledge<br />

about forestry practices. Those who do not know about<br />

reforestation do not understand that it is part of the forest<br />

harvesting activity that ends a cycle. They think forestry is<br />

deforestation. I think this is also a failure on the part of the<br />

Sector, which needs to do a better job of communicating<br />

the issue and helping to change the public’s perception of<br />

forestry.<br />

Another difficulty is the lack of unity between companies.<br />

This is not exclusive to the Forest-based Sector because we<br />

have one foot in agriculture and the other in industry, and<br />

we see that there is a lack of greater synergy between the<br />

demands of the Sector to fight for improvements. There are<br />

already movements in this direction, but they are very timid.<br />

If we think about the associations themselves, many producers<br />

are not members of either the state associations or national<br />

ones, such as the Brazilian Tree Industry (IBÁ) and the<br />

Brazilian Association of the Mechanically Processed Wood<br />

Industry (Abimci), because many entrepreneurs do not see<br />

the advantages of fighting together for a cause. The cost of<br />

joining an association is, on average, the cost of an average<br />

employee. Still, it is the associations that can fight for legislative,<br />

fiscal, or labor changes because no matter how big a<br />

company is, fighting alone for a cause is much more difficult.<br />

In many countries, such as France, Germany, China, and the<br />

United States, this perception has already been built up, and<br />

we are fighting for something along these lines in Brazil.<br />

How important was the change in the law to remove forestry<br />

from the list of polluting activities?<br />

It was the result of much work, and it was a victory. It took<br />

10 years to propose and implement this change. For me,<br />

it has an important connection because it was when I left<br />

Não falo isso porque represento o setor, falo pois todos<br />

os estudos mostram que a natureza funciona assim. A<br />

silvicultura tem uma capacidade de absorção e remoção do<br />

gás carbônico que nenhuma outra cultura apresenta<br />

36 www.referenciaflorestal.com.br


MANGUEIRAS<br />

HIDRÁULICAS<br />

As mangueiras Manuli da família Infinity & Rockmaster 2SC e as mangueiras isobáricas Foremaster &<br />

Goldeniso desempenham papéis fundamentais no setor florestal, oferecendo soluções confiáveis e de alta<br />

qualidade. Com resistência, flexibilidade e capacidade para lidar com altas pressões, essas mangueiras são<br />

escolhas ideais para diversas atividades na indústria madeireira, garantindo eficiência e segurança.<br />

Grupo<br />

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catálogo<br />

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ENTREVISTA<br />

florestas não são uma opção, são uma necessidade. Em escala,<br />

apenas as florestas têm potencial de tirar o carbono da atmosfera<br />

e devolver para o solo. Não falo isso porque represento o<br />

setor, digo pelos estudos que mostram como funciona a natureza.<br />

A silvicultura tem uma capacidade de absorção e remoção<br />

do gás carbônico que nenhuma outra cultura apresenta. Reforço<br />

que independente do governo que esteja no comando, o<br />

Brasil sempre teve uma dificuldade muito grande de combater<br />

o desmatamento ilegal e a escassez de madeira aumenta essa<br />

preocupação, em contrapartida, quando abrimos a possibilidade<br />

de aumentar a oferta de madeira por meio da facilitação<br />

dos plantios, inevitavelmente vamos diminuir o desmatamento.<br />

Parece uma conta simples quando explicamos assim, mas foi<br />

necessário um empenho muito grande para que o governo se<br />

apropriasse dessa demanda. Tem uma mentira que foi espalhada<br />

sobre essa nova legislação de que fora retirada a necessidade<br />

de licenciamento para os cultivos de espécies exóticas<br />

e isso não é verdade. A mudança legal entregou na mão do<br />

poder público em nível estadual algo que antes se resolvia na<br />

esfera federal, trazendo segurança jurídica para quem já operava<br />

dessa forma. Não se mudou uma vírgula do licenciamento<br />

ambiental, o que foi alterado foi apenas a alçada de poder de<br />

quem poderia realizar o licenciamento. Entendo essa mudança<br />

como uma correção histórica, que já deveria ter sido feita uma<br />

benesse muito grande para o setor.<br />

>> Pode tratar das principais atividades das comissões da<br />

AMIF?<br />

A AMIF possui sete comissões técnicas internas para debater<br />

assuntos pertinentes ao setor florestal mineiro, promover e<br />

fomentar o crescimento e a competitividade das atividades<br />

relacionadas à indústria de base florestal plantada de suas associadas,<br />

defender e transformar interesses e necessidades em<br />

resultados. Temos as comissões de manejo sustentável, energia,<br />

segurança patrimonial, comunicação setorial, ESG (Ambiental,<br />

Social e Governança, em inglês), meio ambiente e assuntos<br />

jurídicos. Cada uma delas atua de acordo com suas demandas e<br />

há uma grande união entre nossos colaboradores para facilitar<br />

o trabalho de todas e auxiliar nossos associados. No site da<br />

AMIF há uma página dedicada as comissões, onde quem tiver<br />

interesse pode se aprofundar mais sobre elas diretamente.<br />

>> Como o mercado brasileiro pode competir com players internacionais<br />

no segmento de base florestal?<br />

Temos demandas em nível internacional que extrapolam os<br />

produtos da indústria florestal. O que faremos no Brasil também<br />

é feito em outros países e não temos como evitar isso,<br />

mas podemos melhorar nossa competição. Por exemplo, o<br />

Brasil é o segundo maior produtor mundial de celulose, mas o<br />

maior exportador. Os EUA lideram em produção, devido ao seu<br />

grande consumo interno de papel e celulose. A competitividade<br />

pode ser impactada pela certificação e rastreabilidade da<br />

celulose brasileira, que garante uma origem certificada e sem<br />

desmatamento ou danos ao meio ambiente, e competimos<br />

com países que podem não cumprir todos os critérios que nós<br />

temos, o que pode levar a uma competição desleal. Um exem-<br />

the Electricity Sector and returned to forestry that it was<br />

proposed, which was very important to me. In this revival of<br />

the issue, which culminated in its approval, it was necessary<br />

for Congress, the Ministry of the Environment, and even<br />

the President to understand that for Brazil to achieve its<br />

decarbonization goals, forests are not an option but rather a<br />

necessity. On a large scale, forests alone have the potential<br />

to remove carbon from the atmosphere and return it to the<br />

soil. I am not saying this because I represent the Sector; I am<br />

saying it because of the studies that show how nature works.<br />

Trees have a capacity to absorb and remove carbon dioxide<br />

that no other plant has. I want to emphasize that, regardless<br />

of which Government is in power, Brazil has always had<br />

great difficulty in combating illegal deforestation, and the<br />

scarcity of wood increases this concern. On the other hand,<br />

if we open up the possibility of increasing the supply of wood<br />

by facilitating plantations, we will inevitably reduce deforestation.<br />

It seems like a simple calculation when we explain<br />

it this way, but it has taken much effort for the Government<br />

to accept this demand. There is a misconception that this<br />

new legislation has removed the need for licenses to grow<br />

exotic species, and this is not true. The change in the law<br />

has transferred to the state authorities something that was<br />

previously regulated at the federal level, providing legal certainty<br />

to those who were already doing so. Not a comma has<br />

been changed in environmental licensing. Only the scope of<br />

authority of those who can issue permits has been changed.<br />

I see this change as a historical correction that should be of<br />

great benefit to the Sector.<br />

Could you tell us about the main activities of the Amif<br />

committees?<br />

Amif has seven internal technical committees to discuss<br />

issues relevant to the Forest-based Sector in Minas Gerais, to<br />

promote and support the growth and competitiveness of its<br />

members’ activities related to the forest plantation segment,<br />

to defend interests and needs and to translate them into<br />

results. We have committees for Sustainable Management,<br />

Energy, Asset Security, Sector Communication, Environmental,<br />

Social, and Governance (ESG), Environmental, and Legal<br />

Affairs. Each acts according to its own needs, and there is a<br />

great unity among our staff to facilitate their work and help<br />

our members. There is a page dedicated to each committee<br />

on the Amif website, where anyone interested can find out<br />

more about them.<br />

How can the Brazilian market compete with international<br />

players in the Forest-based Sector?<br />

We have demands at the international level that go beyond<br />

forest products. What we do in Brazil is also done in other<br />

countries, and we cannot avoid that, but we can improve<br />

our competitiveness. For example, Brazil is the second<br />

largest pulp producer in the world but the largest exporter.<br />

The U.S. leads in production because of its large domestic<br />

consumption of pulp and paper. Competitiveness can be<br />

affected by the certification and traceability of Brazilian pulp,<br />

38 www.referenciaflorestal.com.br


ENTREVISTA<br />

plo que está bem claro para mim, que até contribui com uma<br />

matéria jornalística recentemente, é do aço chinês que chega<br />

ao Brasil. Existem duas maneiras tradicionais de se alimentar as<br />

caldeiras na produção do aço: carvão mineral ou carvão vegetal.<br />

O carvão mineral tem um custo infinitamente menor, pois<br />

depende apenas de sua extração e transporte, enquanto o vegetal<br />

tem tempo da cultura, corte, transporte, carbonização e<br />

depois o uso. Isso implica em um custo maior do aço nacional,<br />

mas o nosso aço é muito mais verde que o chinês. O que foi<br />

colocado em pauta foi uma mudança da forma de tributação,<br />

uma vez que o aço chinês tem essa pegada de carbono maior<br />

e assim deveria ser visto de forma diferente. Claro, ressaltemos<br />

que quando isso é sugerido há uma visão macro do tema,<br />

pois tratar um produto de um parceiro comercial do Brasil de<br />

forma diferente pode afetar a economia mundial. É um jogo<br />

de xadrez, onde cada movimento tem consequências de curto,<br />

médio e longo prazo, por isso precisa ser analisado de maneira<br />

minuciosa.<br />

>> Quais as vantagens para os associados da AMIF?<br />

Estar em associação te fortalece, reduz sua exposição e seu<br />

risco e amplia o seu valor. O associado tem uma força muito<br />

maior do que lutando sozinho, os resultados que são logrados<br />

trazem desenvolvimento e valorização do negócio e da imagem<br />

para a própria empresa. Estar associada a uma entidade que<br />

trabalha com excelência serve até mesmo como um atestado<br />

de qualidade para a empresa representada e uma valorização<br />

comercial. Um dos fatores importantes está no saber. Um<br />

exemplo fácil é quando se apresenta uma demanda por um<br />

associado. Possivelmente essa dificuldade já ocorreu com outro<br />

associado e, assim, já temos respostas para auxiliar. Outro bom<br />

exemplo que podemos dar é quando levamos uma demanda<br />

ao poder público, eles sabem que 30% do PIB estadual está naquela<br />

demanda e isso tem um peso completamente diferente<br />

do que um pedido solitário. Além disso, fortalecemos muito a<br />

interação entre os funcionários da AMIF. Trabalhamos com o<br />

fortalecimento do networking de todas as comissões internas,<br />

isso faz com que todos possam ajudar na colaboração e no<br />

crescimento das pessoas envolvidas nas atividades.<br />

>> Quais ações da associação para a prevenção de incêndios<br />

which guarantees a certified origin and no deforestation or<br />

environmental damage. We compete with countries that may<br />

not meet all the criteria we have, which can lead to unfair<br />

competition. An example that is very clear to me, and which I<br />

even contributed to a recent news article, is the arrival of Chinese<br />

steel in Brazil. There are two traditional ways of feeding<br />

the furnaces in steelmaking: using coke or charcoal. Coke<br />

has an infinitely lower cost because it only depends on its<br />

extraction and transportation, while charcoal must be grown,<br />

cut, transported, transformed, and then used. This means a<br />

higher cost for national steel, but our steel is much greener<br />

than Chinese steel. What has been put on the agenda is a<br />

change in the form of taxation because Chinese steel has a<br />

higher carbon footprint and, therefore, should be viewed<br />

differently. Of course, it is important to emphasize that when<br />

this is proposed, it is a macro view of the issue because treating<br />

a product from one of Brazil’s trading partners differently<br />

can affect the global economy. It is a game of chess, where<br />

each move has short-, medium-, and long-term consequences,<br />

which is why it needs to be analyzed in detail.<br />

What are the benefits for Amif members?<br />

Being a member makes you stronger, reduces your exposure<br />

and risk, and increases your value. Members have much<br />

greater strength than if they fought alone, and the results<br />

they achieve bring development and value to the business<br />

and the image of the company itself. Being associated with<br />

an organization that works with excellence even serves as a<br />

certificate of quality for the company represented and a commercial<br />

enhancement. One of the most important factors is<br />

knowledge. A simple example is when a member needs help.<br />

This difficulty may have already arisen with another member,<br />

so we already have answers for help. Another good example<br />

we can give is that when we bring a request to the Government,<br />

they know that 30% of the State’s GDP is making that<br />

request, and that has a completely different weight than a<br />

single request. In addition, we have greatly strengthened<br />

the interaction between Amif employees. We are working to<br />

strengthen the networking of all internal committees so that<br />

everyone can contribute to the cooperation and growth of<br />

the people involved in the activities.<br />

Entendo que o mercado florestal não é para qualquer um, o<br />

mercado de carbono também não é. Trata-se apenas uma<br />

possibilidade dentro de outros benefícios verdes que os<br />

produtores podem usufruir em suas operações<br />

40 www.referenciaflorestal.com.br


ENTREVISTA<br />

florestais?<br />

Temos um clima muito bem definido em Minas Gerais, com<br />

seis meses de chuva e seis meses de seca. Isso nos ajuda a direcionar<br />

as ações que serão tomadas. A campanha: Queimar te<br />

queima; é o carro-chefe nessa luta, onde temos uma série de<br />

informações no combate a incêndios que é disponibilizada para<br />

que as empresas façam a divulgação local e conscientizem seus<br />

funcionários. Realizamos uma parceria com o corpo de bombeiros<br />

do Estado para treinar brigadistas e deixar colaboradores<br />

das empresas prontos para agir em caso de incêndios. Reforço<br />

que todas as artes dessa campanha são disponibilizadas no site<br />

de maneira que as empresas possam personalizar e se aproximar<br />

da realidade local sobre o combate ao fogo. Uma das situações<br />

que percebemos é que a burocracia queima, a dificuldade<br />

no acesso a informações, a treinamentos e meios de combate<br />

ao fogo ou mesmo de que as queimadas para aceleração de<br />

limpeza de área são práticas do passado, mas que não têm a<br />

atenção devida. Trabalhamos intensamente com o governo de<br />

Minas Gerais, que em breve lançará publicamente uma sala de<br />

monitoramento em tempo real da vegetação nativa do Estado.<br />

O governo estadual implementou esse sistema, integrado a<br />

uma rede de prevenção de incêndios, que envolve empresas,<br />

entidades e diversos agentes, permitindo uma resposta rápida<br />

para evitar grandes incêndios. Essa abordagem se mostra muito<br />

eficaz, proporcionando monitoramento quase em tempo real<br />

da cobertura vegetal do Estado. Também houve uma troca de<br />

experiências com o corpo de bombeiros, onde fornecemos brigadas<br />

e equipamentos para auxiliar no combate aos incêndios<br />

em áreas remotas.<br />

>> Qual a importância do mercado de carbono para o desenvolvimento<br />

da silvicultura em Minas Gerais?<br />

Tenho apresentado por onde passo que quem vai ter mais sucesso<br />

no segmento florestal é quem realizar o manejo florestal<br />

climático. Um dos fatores que entram nesse manejo está no<br />

mercado de carbono. Gosto de desmistificar que o mercado de<br />

carbono pode ser solução de todos os problemas e acessível<br />

a todos os produtores florestais, mas não é assim. A geração<br />

e manutenção desses créditos exigem um processo caro, dispendioso<br />

e trabalhoso. Projetos de créditos de carbono são<br />

para empresas bem estruturadas, com escala ampliada e que<br />

podem fazer esse acompanhamento contínuo. Não basta ter<br />

floresta para se ter créditos de carbono, esse mito precisa cair.<br />

Entender esse mercado que se divide em várias prateleiras<br />

diferentes, com muito potencial, é o primeiro passo para quem<br />

quer entrar. É um mundo novo, que ainda não tem regulamentação<br />

no Brasil, que não tem o Estado intervindo e definindo<br />

como será negociado. Há muito que se aprender e compreender<br />

antes de se jogar nessa novidade. O que defendo é: abram<br />

suas mentes para outras possibilidades de finanças verdes, que<br />

estejam de acordo com seu apetite, seu aporte financeiro e<br />

manutenção de plantio florestal. Entendo que o mercado florestal<br />

não é para qualquer um, o mercado de carbono também<br />

não é. Trata-se apenas de uma possibilidade dentro de outros<br />

benefícios verdes, que os produtores podem usufruir em suas<br />

operações.<br />

What does the Association do to help prevent forest fires?<br />

We have a very well-defined climate in Minas Gerais, with<br />

six months of rain and six months of drought. This helps us to<br />

target our actions. The campaign, Queimar te queima (you<br />

burn, you get burnt), is the flagship of this fight, where we<br />

provide a series of information on firefighting that we make<br />

available to companies to distribute locally and to help make<br />

their employees aware of the importance of fire prevention.<br />

We have partnered with the State Fire Service to train<br />

firefighters and prepare company employees to act in the<br />

event of a fire. I want to emphasize that all the posters for<br />

this campaign are available on the website so that companies<br />

can personalize them and get closer to the local reality<br />

of firefighting. One of the situations we have noticed is that<br />

bureaucracy burns, the difficulty of access to information,<br />

training, and means of fighting fires, or even that burning to<br />

speed up the clearing of areas is a practice of the past, but<br />

that it does not get enough attention. We are working closely<br />

with the Government of Minas Gerais, which will soon unveil<br />

a real-time monitoring room for the State’s native vegetation.<br />

The State government has implemented this system, which is<br />

integrated into a fire prevention network that includes companies,<br />

institutions, and various agents, allowing a rapid response<br />

to prevent major fires. This approach is proving to be<br />

very effective, providing almost real-time monitoring of the<br />

State’s vegetation cover. We have also exchanged experience<br />

with the fire brigades and have been able to provide brigades<br />

and equipment to help fight fires in remote areas.<br />

How important is the carbon market for the development of<br />

the Forest-based Sector in Minas Gerais?<br />

Wherever I go, I have shown that the most successful people<br />

in the Forest-based Sector will be those who carry out<br />

climate forest management. One of the factors involved in<br />

this management is the carbon market. I like to demystify<br />

the idea that the carbon market can be the solution to all<br />

problems and be accessible to all forest producers, but that is<br />

not the case. Generating and maintaining these credits is an<br />

expensive, costly, and labor-intensive process. Carbon credit<br />

projects are for companies that are well structured, have<br />

a large scale, and can conduct continuous monitoring. It is<br />

not enough to have a forest to get carbon credits - this myth<br />

needs to be dispelled. Understanding this market, which is<br />

divided into several different shelves with much potential, is<br />

the first step for those who want to enter. It is a new world,<br />

one that has yet to be regulated in Brazil, one where the<br />

Government does not step in and define how it is negotiated.<br />

There is a lot to learn and understand before jumping into<br />

this new world. What I am advocating is to open your mind<br />

to other possibilities of green finance that are in line with<br />

your appetite, your financial contribution, and the maintenance<br />

of forest plantations. I understand that the forestry<br />

market is not for everyone, nor is the carbon market. It is just<br />

one option among other green benefits that producers can<br />

enjoy in their operations.<br />

42 www.referenciaflorestal.com.br


ENTREVISTA<br />

>> O mercado de bioenergia é muito importante para o Estado.<br />

Quais ações da associação no fortalecimento desse<br />

segmento?<br />

Uma das mudanças que nos auxiliaram foi que a silvicultura,<br />

que antes estava diretamente ligada à secretária de meio ambiente<br />

do Estado, agora também responde a secretaria de agricultura,<br />

o que nos auxilia no fomento de pequenos produtores,<br />

que são uma parcela muto importante da cadeia produtiva.<br />

Fizemos uma parceria com o ministério público do trabalho<br />

que nos motivou a mostrar que quem pratica irregularidades,<br />

infelizmente historicamente ligadas muitas vezes à produção<br />

de carvão, não é o setor que representamos, são práticas feitas<br />

por criminosos. Fizemos a primeira norma de emissões de carbono<br />

na produção de carvão vegetal do Brasil, ajudando, assim,<br />

a mudar toda a imagem de que a carbonização é um processo<br />

poluente. A fumaça assusta muito quando se fala nesse tema,<br />

mas boa parte daquela fumaça é vapor. Para provar isso nos<br />

comprometemos a manter olhos atentos nas comunidades próximas<br />

as carvoarias para monitorar se houve alguma mudança<br />

na qualidade do ar ou algo que afetasse a vida de quem está<br />

próximo e até o momento não tivemos que colocar nosso time<br />

em campo, pois tudo tem se mostrado transparente e seguro.<br />

>> Qual o maior legado de sua gestão?<br />

Entrego hoje, não que esteja saindo claro, o meu propósito<br />

desde o início que era de criar um ambiente propício para o<br />

desenvolvimento das florestas em Minas Gerais. Um ambiente<br />

amigável, transparente, sem a burocracia ruim que havia<br />

anteriormente. O que gostaria de ser lembrada é que Minas<br />

Gerais antes da Adriana é totalmente diferente do que tínhamos,<br />

onde hoje há possibilidade de novos investimentos e que<br />

a área de preservação florestal em Minas Gerais só cresce e é<br />

referência nacional. Gosto de dizer que consegui abrir o cadeado<br />

que bloqueava o nosso setor, retirando a burocracia ruim<br />

e colocando boas práticas e regras que fazem bem para todos<br />

aqueles que estão no entorno das empresas. Isso tudo só foi<br />

possível pela construção do respeito pela associação e pelas<br />

empresas do setor florestal mineiro. Desconstruímos a pecha<br />

de que fazíamos mal ao meio ambiente e hoje somos reconhecidos<br />

pelo bem que fazemos a ele. Os resultados positivos, que<br />

minha gestão tem, são frutos de uma cultura que conseguimos<br />

construir com muito trabalho e dedicação.<br />

The bioenergy market is very important for Minas Gerais.<br />

What has the Association done to strengthen this segment?<br />

One of the changes that has helped us is that forestry,<br />

which used to report directly to the Secretary of State for<br />

the Environment, now reports to the Secretary of State for<br />

Agriculture, which helps us to promote small producers, who<br />

are a very important part of the production chain. We formed<br />

a partnership with the Public Prosecutor’s Office, which motivated<br />

us to show that those who practice irregularities, which<br />

unfortunately historically have often been linked to charcoal<br />

production, are not the Sector we represent; they are practices<br />

carried out by criminals. We created the first standard for<br />

carbon emissions in charcoal production in Brazil, helping to<br />

change the whole image that charcoal production is a polluting<br />

process. The smoke is very scary when people talk about<br />

it, but a lot of it is water vapor. To prove this, we undertook<br />

to keep a close eye on the communities near the charcoal<br />

plants to see if there were any changes in air quality or anything<br />

that might affect the lives of the people living nearby.<br />

So far, we have not had to put our team on the ground<br />

because everything has been transparent and safe.<br />

What is the greatest legacy of your administration?<br />

Today, I am able to deliver, which is not very clear, my<br />

purpose from the beginning, which was to create an environment<br />

conducive to the development of forests in Minas<br />

Gerais. A friendly, transparent environment without the<br />

bad bureaucracy that existed before. What I would like to<br />

remember is that before Adriana Maugeri, what we have<br />

today is a completely different Minas Gerais, where there are<br />

opportunities for new investments, and the forest protection<br />

area in Minas Gerais is growing and is a national benchmark.<br />

I want to say that I have been able to open the padlock<br />

that was blocking our Sector, remove the bad bureaucracy,<br />

and implement good practices and rules that are good for<br />

everyone, including companies. All this was only possible by<br />

building respect for the Association and the companies in the<br />

Forest-based Sector in Minas Gerais. We deconstructed the<br />

idea that we were bad for the environment, and today, we<br />

are recognized for the good we do for it. The positive results<br />

that my administration has achieved are the fruit of a culture<br />

that we have managed to build through hard work and<br />

dedication.<br />

Gosto de dizer que consegui abrir o cadeado que bloqueava<br />

o nosso setor, retirando a burocracia ruim e colocando boas<br />

práticas e regras que fazem bem para todos aqueles que<br />

estão no entorno das empresas<br />

44 www.referenciaflorestal.com.br


COLUNA<br />

Segurança do<br />

manejo florestal na<br />

prática de desrama<br />

Gabriel Dalla Costa Berger<br />

Engenheiro <strong>Florestal</strong> e Segurança do Trabalho<br />

Mestre em Manejo <strong>Florestal</strong><br />

gabrielberger.com.br<br />

gabriel@gabrielberger.com.br<br />

Foto: divulgação<br />

Implementar medidas de segurança não só protege os trabalhadores florestais,<br />

mas também melhora a eficiência e a qualidade do trabalho de desrama<br />

Adesrama (ou poda) é uma prática importante no<br />

manejo florestal, especialmente para a produção<br />

de madeira de alta qualidade. Além de influenciar a<br />

qualidade do produto final, a desrama também tem<br />

implicações na segurança dos trabalhadores florestais.<br />

Aqui estão alguns pontos chave sobre segurança no manejo<br />

florestal durante a desrama:<br />

USO DE EPIS (EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO<br />

INDIVIDUAL)<br />

• Capacete de segurança: protege contra queda de galhos e<br />

outros objetos.<br />

• Protetor auricular tipo concha: previne na atenuação do ruído<br />

da máquina quando utilizada, exemplo motopoda;<br />

• Protetor facial: protege o rosto contra partículas volantes<br />

que são geradas durante o processo de corte dos galhos;<br />

• Óculos de proteção: protegem os olhos contra serragem e<br />

fragmentos de madeira.<br />

• Luvas de proteção: previnem cortes e escoriações nas mãos;<br />

• Botas de segurança: com biqueira de aço e/ou composite,<br />

com solado antiperfurante e antiderrapante, oferecendo proteção<br />

contra quedas e objetos pesados;<br />

• Calça e camisa anticorte: especialmente importantes ao usar<br />

motosserras, pois protegem contra cortes.<br />

FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS<br />

• Motosserras: devem estar em boas condições de manutenção,<br />

com a presença de todos os dispositivos de segurança. O operador<br />

deve ser treinado e seguir as recomendações do fabricante;<br />

• Serrotes manuais: indicado estarem bem afiados e em bom<br />

estado;<br />

• Escadas, cestos e plataformas: exige-se serem estáveis e<br />

adequadas para o tipo de trabalho realizado.<br />

PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA<br />

• Planejamento: antes de iniciar a desrama, deve-se planejar<br />

o trabalho, identificando os galhos a serem podados e as áreas de<br />

risco;<br />

• Distância segura: outras pessoas devem manter uma distância<br />

segura da área de trabalho;<br />

• Avaliação da árvore: verificar a estabilidade da árvore e a<br />

presença de galhos mortos ou doentes que possam representar<br />

um perigo;<br />

• Comunicação: manter uma comunicação clara entre os<br />

membros da equipe, especialmente em situações de emergência.<br />

TREINAMENTO<br />

• Treinamento regular: os trabalhadores devem receber treinamento<br />

regular sobre o uso seguro das máquinas, equipamentos<br />

e técnicas aplicadas a atividade de desrama;<br />

• Simulações de emergência: realizar simulações de situações<br />

de emergência, como queda de galhos ou acidentes com motosserra.<br />

MANUTENÇÃO DAS MÁQUINAS E DEMAIS<br />

EQUIPAMENTOS<br />

• Inspeção regular: máquinas, ferramentas e equipamentos<br />

devem ser inspecionados regularmente para garantir que estejam<br />

em boas condições de uso;<br />

• Substituição de máquinas, ferramentas e equipamentos<br />

danificados: qualquer máquina, ferramenta ou equipamento danificado<br />

deve ser substituído imediatamente para evitar acidentes.<br />

CONSIDERAÇÕES AMBIENTAIS<br />

• Proteção do solo e vegetação: evitar danos ao solo e à vegetação<br />

ao redor da árvore que está sendo podada, como por exemplo,<br />

derramamento de combustível e de óleo durante o processo<br />

de abastecimento;<br />

• Descarte de resíduos: galhos e resíduos verdes devem ser<br />

alocados e/ou descartados de maneira apropriada, minimizando o<br />

impacto ambiental e dano futuro para a área florestal.<br />

Implementar essas medidas de segurança não só protege os<br />

trabalhadores florestais, mas também melhora a eficiência e a<br />

qualidade do trabalho de desrama.<br />

Máquinas, ferramentas e<br />

equipamentos devem ser<br />

inspecionados regularmente<br />

para garantir que estejam em<br />

boas condições de uso<br />

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Rua Edgar Cubas, 173 - 89294-000 - Campo Alegre/SC - Brasil


PRINCIPAL<br />

TRITURAÇÃO<br />

Novidade na<br />

Fotos: divulgação<br />

48 www.referenciaflorestal.com.br


Novos modelos de trituradores<br />

florestais facilitam a limpeza<br />

de área para a preparação do<br />

novo plantio<br />

Julho 2024<br />

49


PRINCIPAL<br />

O<br />

s ciclos florestais diminuíram, a eficiência<br />

e produtividade aumentaram e manter um<br />

ritmo mais forte é essencial para o desenvolvimento<br />

da indústria de base florestal.<br />

Pensando nesse nível de demanda cada vez<br />

mais exigente, a HIMEV apresenta a nova linha de trituradores<br />

florestais Biotritus SHPH+, que une toda a expertise da empresa<br />

no segmento de trituração com todos os esforços da<br />

empresa para melhorar o que já era referência no mercado.<br />

A empresa, que conta com quase duas décadas de atuação<br />

no Brasil e mais de 50 anos de experiência na Europa,<br />

traz com essa nova linha a inovação, que faz parte de sua<br />

essência. A empresa, sediada em Santa Catarina, é uma das<br />

líderes do ramo e no intuito de acompanhar o crescimento<br />

do segmento florestal, um de seus principais mercados, traz<br />

a nova linha de trituradores.<br />

Rui Santos, supervisor comercial da HIMEV, explica que<br />

a linha Biotritus é uma resposta ao que a empresa ouviu e<br />

entendeu que seus clientes demandavam, oferecendo assim<br />

um equipamento ideal para cada operação. “A Biotritus SHPH+<br />

é a evolução do que oferecíamos para nossos clientes, com<br />

um sistema exclusivo e maior eficiência e durabilidade para<br />

a operação”, relata Rui. O supervisor aponta que a nova linha<br />

é para ampliar, ainda mais, o mercado da empresa no segmento<br />

florestal. “A linha Ecotritus, que precede a Biotritus,<br />

já representava 30% de nosso mercado e agora temos uma<br />

máquina que pode ampliar nossa participação em um setor<br />

que precisa cada vez mais de eficiência e produtividade”,<br />

complementa Rui.<br />

New mulchers<br />

New models of forestry mulchers make<br />

it easier to clear areas in preparation for<br />

replanting<br />

F<br />

orestry cycles have shortened, efficiency and<br />

productivity have increased, and maintaining a<br />

faster pace is essential for the development of<br />

the Forestry Sector. To meet these increasingly<br />

demanding requirements, HIMEV introduces<br />

the new Biotritus SHPH+ line of forestry mulchers, which<br />

combines the Company’s expertise in the land clearing<br />

segment and its efforts to improve what was already a<br />

benchmark in the market.<br />

The Company, which has been operating in Brazil for almost<br />

two decades and has more than 50 years of experience<br />

in Europe, brings the innovation that is part of its essence<br />

with this new line. The Company, based in Santa Catarina,<br />

is one of the leaders in the segment and is launching a new<br />

line of mulchers to keep up with the growth of the Forestry<br />

Sector, one of its main markets.<br />

Rui Santos, Sales Manager for HIMEV, explains that the<br />

Biotritus line is a response to what the company has heard<br />

and understood its customers are asking for, offering the<br />

ideal equipment for each operation. “Biotritus SHPH is the<br />

evolution of what we have been offering our customers, with<br />

an exclusive system and greater efficiency and durability for<br />

the operation,” says Santos. The Sales Manager points out<br />

50 www.referenciaflorestal.com.br


BIOTRITUS SHPH+<br />

Os trituradores da linha Biotritus SHPH+ são projetados<br />

para operar nas condições mais severas. Seus rotores possuem<br />

martelos de aço especial com pastilhas de carbeto de<br />

tungstênio exclusivos HIMEV, conferindo resistência extrema<br />

à abrasão e impactos. Estes trituradores oferecem uma durabilidade<br />

incomparável e alta eficiência em qualquer tipo<br />

de terreno. Márcio Molleta, engenheiro da HIMEV, destaca<br />

que a linha Biotritus SHPH+ representa um marco na jornada<br />

de inovação da empresa. “Trabalhamos arduamente para<br />

atender às necessidades dos nossos clientes, e esse equipamento<br />

é o resultado de muita pesquisa e desenvolvimento”,<br />

aponta Márcio.<br />

A linha Biotritus SHPH+ foi desenvolvida com base em<br />

feedbacks de clientes, que pediram por equipamentos mais<br />

robustos e versáteis. A resposta da HIMEV é uma linha de<br />

trituradores que não apenas atende, mas supera essas expectativas.<br />

“A linha SHPH+ tem a capacidade de trabalhar de<br />

arrasto ou de ré, os trituradores se adaptam perfeitamente às<br />

necessidades específicas de cada cliente”, exalta Márcio. Os<br />

martelos de aço especial com pastilhas de carbeto de tungstênio<br />

são um diferencial que garante durabilidade e eficiência<br />

excepcionais. Além disso, os martelos são construídos com<br />

pastilhas em ambos os lados trazendo o dobro de vida útil e<br />

reduzindo drasticamente o custo com consumíveis.<br />

Márcio expõe que visualmente a máquina é muito semelhante<br />

aos equipamentos que a empresa já produz, mas com<br />

o grande diferencial na força de trabalho da máquina. O rotor<br />

e os implementos para corte e trituração foram desenvolvidos<br />

that the new line will further expand the Company’s market<br />

in the Forestry Sector. “The Ecotritus line, which preceded<br />

Biotritus, already accounted for 30% of our market, and<br />

now we have a machine that can increase our share in a<br />

sector that increasingly needs efficiency and productivity,”<br />

adds Santos.<br />

BIOTRITUS SHPH+<br />

The Biotritus SHPH+ range of mulchers is designed to<br />

work in the harshest conditions. Their rotors have special<br />

steel hammers with exclusive HIMEV tungsten carbide inserts<br />

for extreme resistance to abrasion and impact. These<br />

mulchers offer unmatched durability and high efficiency on<br />

any terrain. Márcio Molleta, an engineer at HIMEV, points<br />

out that the Biotritus SHPH+ range represents a milestone in<br />

the Company’s innovation journey. “We work hard to meet<br />

our customers’ needs, and this equipment is the result of a<br />

lot of research and development,” says Molleta.<br />

The Biotritus SHPH+ line was developed based on<br />

feedback from customers who asked for more robust and<br />

versatile equipment. HIMEV’s response is a line of mulchers<br />

that not only meets but exceeds these expectations.<br />

“The SHPH+ line can work in front- or rear-mount, and<br />

the crushers adapt perfectly to the specific needs of each<br />

customer,” says Molleta. The special steel hammers with<br />

tungsten carbide inserts are a difference and guarantee<br />

exceptional durability and efficiency. In addition, the hammers<br />

are built with inserts on both sides, which doubles<br />

their life and drastically reduces the cost of consumables.<br />

Julho 2024<br />

51


PRINCIPAL<br />

para que os resultados no campo possam surpreender os<br />

clientes. “Esse lançamento é uma nova era da HIMEV, que<br />

apresentará aos clientes um desempenho muito além do que<br />

nossos clientes já conhecem”, valoriza Márcio.<br />

SUSTENTABILIDADE E SOLUÇÕES ECOLÓGICAS<br />

A HIMEV está comprometida com práticas agrícolas e<br />

florestais sustentáveis. Os trituradores Biotritus SHPH+ foram<br />

projetados, também, pensando em minimizar o impacto<br />

ambiental. A substituição do trabalho manual de até 20 pessoas<br />

por um triturador promove a redução de queimadas e<br />

a conservação da matéria orgânica no solo. Esta abordagem,<br />

além de proteger o meio ambiente, melhora a qualidade do<br />

solo a longo prazo. Os trituradores Biotritus SHPH+ são ideais<br />

para limpeza de áreas, renovação de cultura e eliminação de<br />

queimadas. O material triturado pode ser utilizado para conservar<br />

a matéria orgânica e a umidade do solo, promovendo<br />

práticas agrícolas mais sustentáveis.<br />

Além disso, a utilização de materiais triturados como<br />

cobertura morta ajuda a preservar a umidade do solo e<br />

fornece nutrientes essenciais, promovendo um ecossistema<br />

agrícola mais equilibrado e produtivo. A empresa acredita<br />

que a sustentabilidade e a inovação andam de mãos dadas,<br />

e por isso investe continuamente em tecnologias que beneficiam<br />

tanto os clientes quanto o meio ambiente. Com a<br />

nova linha Biotritus SHPH+, a HIMEV continua entre as líderes<br />

do mercado de trituradores florestais no Brasil, oferecendo<br />

equipamentos que garantem produtividade, durabilidade e<br />

respeito ao meio ambiente.<br />

A Biotritus SHPH+ é<br />

a evolução do que<br />

oferecíamos para nossos<br />

clientes, com um sistema<br />

exclusivo e maior<br />

eficiência e durabilidade<br />

para a operação<br />

Rui Santos, supervisor comercial<br />

da HIMEV<br />

Molleta says the machine looks very similar to the<br />

equipment the Company already produces, but the big<br />

difference is in the machine’s working force. The rotor and<br />

the cutting and mulching attachments have been designed<br />

so that the results in the field can surprise customers. “This<br />

launch represents a new era for HIMEV, which presents<br />

customers with performance that goes far beyond what<br />

our customers already know,” says Molleta.<br />

52 www.referenciaflorestal.com.br<br />

SUSTAINABILITY AND GREEN SOLUTIONS<br />

HIMEV is committed to sustainable agricultural and<br />

forestry practices. The Biotritus SHPH+ mulchers are also<br />

designed to minimize environmental impact. Replacing<br />

the manual labor of up to 20 people with a mulcher reduces<br />

burning and preserves organic matter in the soil.<br />

This approach not only protects the environment but also<br />

improves soil quality in the long term. The Biotritus SHPH+<br />

mulchers are ideal for clearing areas, renewing crops, and<br />

eliminating burnings. The material from the mulcher can<br />

be used to conserve organic matter in the soil, promoting<br />

more sustainable agricultural practices.<br />

In addition, using the resulting material as mulch helps<br />

conserve soil moisture and provides essential nutrients,<br />

promoting a more balanced and productive agricultural<br />

ecosystem. The Company believes that sustainability and<br />

innovation go hand in hand, which is why it continues to<br />

invest in technologies that benefit both customers and the<br />

environment. With the new Biotritus SHPH+ range, HIMEV<br />

continues to be a leader in the Brazilian forestry mulcher<br />

market, offering equipment that guarantees productivity,<br />

durability, and respect for the environment.


A NOVA LINHA BIOTRITUS SHPH+ ESTÁ DISPONÍVEL EM QUATRO MODELOS DIFERENTES, QUE FORAM<br />

DESENVOLVIDOS PARA ATENDER AS DEMANDAS DE ÁREA DE OPERAÇÃO E CAPACIDADE DA MÁQUINA<br />

THE NEW BIOTRITUS SHPH+ LINE IS AVAILABLE IN FOUR DIFFERENT MODELS DESIGNED TO MEET THE<br />

REQUIREMENTS OF THE WORKING AREA AND CAPACITY OF THE MACHINE<br />

HIMEV BIOTRITUS SHPH 270 +<br />

• Trator Recomendado: 150 a 250 CV<br />

Recommended tractor: 150 to 250 hp<br />

• Diâmetro de Corte: 30 cm<br />

Cutting Diameter: 30 cm<br />

• Largura de Corte: 2,35m<br />

Cutting width: 2.35m<br />

• Largura Total: 2,70m<br />

Total width: 2.70m<br />

• Número de Correias: 12<br />

Number of belts: 12<br />

• Número de Martelos: 48<br />

Number of hammers: 48<br />

• Peso: 1930 Kg<br />

Weight: 1930 kg<br />

HIMEV BIOTRITUS SHPH 240 +<br />

• Trator Recomendado: 130 a 250 CV<br />

Recommended tractor: 130 to 250 hp<br />

• Diâmetro de Corte: 30 cm<br />

Cutting Diameter: 30 cm<br />

• Largura de Corte: 2,05m<br />

Cutting width: 2.05m<br />

• Largura Total: 2,40m<br />

Total width: 2.40m<br />

• Número de Martelos: 42<br />

Number of hammers: 42<br />

• Número de Correias: 12<br />

Number of belts: 12<br />

• Peso: 1880 kg<br />

Weight: 1880 kg<br />

HIMEV BIOTRITUS SHPH 210 +<br />

• Trator Recomendado: 120 a 250 CV<br />

Recommended tractor: 120 to 250 hp<br />

• Diâmetro de Corte: 30 cm<br />

Cutting Diameter: 30 cm<br />

• Largura de Corte: 1,80m<br />

Cutting width: 1.80m<br />

• Largura Total: 2,10m<br />

Total width: 2.10m<br />

• Número de Correias: 12<br />

Number of belts: 12<br />

• Número de Martelos: 36<br />

Number of hammers: 36<br />

• Peso: 1620 Kg<br />

Weight: 1620 kg<br />

HIMEV BIOTRITUS SHPH 190 +<br />

• Trator Recomendado: 110 a 250 CV<br />

Recommended tractor: 110 to 250 hp<br />

• Diâmetro de Corte: 30 cm<br />

Cutting Diameter: 30 cm<br />

• Largura de Corte: 1,55m<br />

Cutting width: 1.55m<br />

• Largura Total: 1,90m<br />

Total width: 1.90m<br />

• Número de Correias: 10<br />

Number of belts: 10<br />

• Número de Martelos: 30<br />

Number of hammers: 30<br />

• Peso: 1550 Kg<br />

Weight: 1550 kg<br />

Julho 2024<br />

53


INCÊNDIO<br />

PARANÁ<br />

contra o fogo<br />

Com novo slogan e novo mascote,<br />

campanha de combate a incêndios é<br />

lançada na capital paranaense<br />

Fotos: divulgação<br />

54 www.referenciaflorestal.com.br


Julho 2024 55


INCÊNDIO<br />

R<br />

epresentantes de diversas instituições participaram<br />

do lançamento da Campanha Estadual<br />

de Prevenção e Combate a Incêndios<br />

Florestais 2024, na sede do IDR-PR (Instituto<br />

de Desenvolvimento Rural do Paraná), em<br />

Curitiba (PR). Neste ano, a entidade prevê distribuição de<br />

material gráfico e digital para disseminar informações e<br />

conscientizar as pessoas sobre os danos causados por um incêndio<br />

florestal. Também são indicadas as ações que podem<br />

provocar um incêndio e o que deve ser feito quando uma<br />

pessoa avistar um foco.<br />

O slogan: Unidos na prevenção aos incêndios florestais-Somos<br />

guardiões da floresta; reforça a mensagem que<br />

esse assunto é um problema de todos e, por isso, precisa ser<br />

trabalhado em conjunto. De acordo com o Corpo de Bombeiros,<br />

no ano passado, foram identificados e controlados<br />

5.597 focos de incêndio no Estado. A campanha pretende<br />

atuar na conscientização da população, sobretudo porque<br />

existe a previsão de um inverno mais seco este ano, aumentando<br />

os riscos de incêndio.<br />

Além do novo slogan, neste ano a campanha tem uma<br />

nova mascote, a Curi, uma curicaca vigilante do ecossistema<br />

que, como guardiã na natureza, vai ajudar a trazer dicas<br />

vitais para a prevenção de incêndios florestais. Ela se junta a<br />

outros mascotes: Labareda, o tamanduá brigadista florestal<br />

do Ibama/Prevfogo (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e<br />

dos Recursos Naturais Renováveis/Centro Nacional de Pre-<br />

venção e Combate aos Incêndios Florestais); Quati João, do<br />

Corpo de Bombeiros Militar; e Mandinha, a abelha mandaçaia.<br />

Eles formam a Turma dos Guardiões da Floresta.<br />

Uma cartilha educativa foi criada especialmente para as<br />

crianças e adolescentes, com o objetivo de investir também<br />

na conscientização desse público e para que eles ajudem<br />

sendo os Guardiões da Floresta.<br />

O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento,<br />

Natalino Avance de Souza, ressaltou a importância do<br />

esforço conjunto de diversas instituições nessa campanha.<br />

Segundo o secretário, a capacidade de união faz o Paraná<br />

ser diferenciado. “Nós praticamos, talvez, a melhor agricultura<br />

do país graças a essa capacidade de unir forças. Nessa<br />

campanha, são 16 instituições atuando juntas. Essa união<br />

é pela defesa do nosso patrimônio, de uma atividade econômica<br />

importante para o Estado. É pela defesa da vida”,<br />

apontou Natalino.<br />

O diretor-presidente do IDR-Paraná, Richard Golba,<br />

destacou que a campanha de prevenção faz muito sentido,<br />

sobretudo com a proximidade do inverno, pois esse esforço<br />

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INCÊNDIO<br />

que o Paraná faz é importante, porque há uma previsão de<br />

que este ano o clima seja mais seco, aumentando o risco de<br />

ocorrência de incêndios florestais. “Vivemos um período já<br />

conhecido como antropocêntrico, em que a ação do homem<br />

determina mudanças no ambiente. Temos que aprender a<br />

gerenciar o impacto da ação humana para que as próximas<br />

gerações tenham uma vida melhor”, observou Richard.<br />

Neste ano, o IDR-Paraná passa a contar também com um<br />

conjunto de dados fornecidos pela Nasa (Agência Espacial<br />

Americana), em tempo real, que mostram o risco de incêndios<br />

no Estado. Esses dados devem contribuir para elaborar<br />

ações de prevenção mais eficientes e ficarão disponíveis no<br />

site do Instituto. O IDR-Paraná também é alimentado por<br />

previsões do Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento<br />

Ambiental do Paraná).<br />

Aílson Loper, diretor-executivo da APRE (Associação<br />

Paranaense de Empresas de Base <strong>Florestal</strong>), que organiza a<br />

campanha, lembrou que os prejuízos dos incêndios não se<br />

limitam às áreas florestais. “O fogo degrada o solo, diminui<br />

a produtividade, chega às cidades e causa diversas doenças<br />

respiratórias entre a população. Nosso objetivo é levar informação,<br />

cada vez mais longe, para proteger a população e a<br />

natureza”, alertou Ailson.<br />

Ailson acrescentou, ainda, que há cerca de 2 anos vem<br />

sendo feito um trabalho de prevenção mais intenso nas<br />

áreas vizinhas das florestas, estabelecendo parcerias e uma<br />

rede de informações sobre o risco de incêndios. “É preciso<br />

avisar os vizinhos para que um foco não se transforme em<br />

um sinistro maior, além de alertar sobre os prejuízos dos<br />

incêndios”, ressaltou Ailson.<br />

O subcomandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar<br />

do Paraná, coronel Antonio Geraldo Hiller Lino, informou<br />

que, entre 2019 e 2023, foram registrados mais de 50 mil<br />

atendimentos no Paraná. Segundo ele, o maior número<br />

de ocorrências é registrado nas regiões norte, noroeste e<br />

central. “Muitas vezes, o fogo é usado em alguma prática na<br />

propriedade, mas foge do controle. Há também os casos de<br />

restos de fogo em acampamentos, que dão início a um incêndio.<br />

De cada dez incêndios florestais, nove são causados<br />

pela ação humana”, complementou Antonio.<br />

A campanha é uma ação da APRE, Abimci (Associação<br />

Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente),<br />

Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Embrapa Florestas<br />

(Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Faep<br />

(Federação da Agricultura do Estado do Paraná) e Senar-PR<br />

(Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Paraná), Fupef<br />

(Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná), Ibama/<br />

Prevfogo, IAT (Instituto Água e Terra), IDR-PR, RNBV (Rede<br />

Nacional de Brigadas Voluntárias), Secretaria de Agricultura<br />

e Abastecimento do Paraná, Secretaria de Desenvolvimento<br />

Sustentável do Paraná, Simepar e Ufpr (Universidade Federal<br />

do Paraná).<br />

58 www.referenciaflorestal.com.br


INTEGRAÇÃO<br />

INTEGRAÇÃO<br />

que funciona<br />

Sistemas agroflorestais promovem<br />

estoque de carbono no solo 30%<br />

maior do que o da vegetação<br />

natural<br />

Fotos: divulgação<br />

60 www.referenciaflorestal.com.br


A<br />

adoção de práticas de manejo conservacionistas<br />

no bioma caatinga, a exemplo de sistemas<br />

agroflorestais, não apenas ajuda a manter<br />

estoque de carbono no solo, mas, a longo<br />

prazo, promove seu aumento em comparação<br />

ao observado na vegetação natural, contribuindo para a mitigação<br />

da emissão de GEE (gases de efeito estufa). Essa é a<br />

principal conclusão de estudo realizado na Embrapa (Empresa<br />

Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Caprinos e Ovinos, cujos<br />

resultados foram publicados pelo Journal of Environmental<br />

Management, da editora Elsevier. Os resultados indicam que<br />

os estoques de carbono no solo nos sistemas agroflorestais<br />

chegam a aumentar até 30,9% no manejo rotativo, comparados<br />

à vegetação natural.<br />

Com base em dados de um experimento de longa duração<br />

(25 anos) implantado em Sobral (CE), no semiárido brasileiro,<br />

e na adoção do modelo Century, software que simula a<br />

dinâmica da matéria orgânica no solo, o estudo comparou<br />

práticas agrícolas tradicionalmente utilizadas na região — uso<br />

itinerante da terra, desmatamento e queima — aos sistemas<br />

agroflorestais, observando diferentes períodos de pousio —<br />

zero, 7, 15, 30, 50 e 100 anos.<br />

Anaclaudia Alves Primo, doutora em Ecologia e Recursos<br />

Naturais, que conduziu o trabalho de pesquisa na Embrapa,<br />

explica que os sistemas agroflorestais são alternativas sustentáveis<br />

para recuperar e aumentar os estoques de carbono<br />

do solo de forma mais rápida e sem a necessidade de longos<br />

períodos de pousio. “No bioma caatinga, o sistema de corte e<br />

queima sem pousio reduz em 50% os estoques de carbono do<br />

solo nos primeiros 10 anos de cultivo, e sua recuperação aos<br />

níveis iniciais só é possível após cinquenta anos de descanso<br />

da terra. A rotação de diferentes tipos de sistemas agroflorestais<br />

parece também ser uma boa alternativa para proporcionar<br />

maior sequestro de carbono no solo”, afirma Anaclaudia.<br />

De acordo com relatórios do IPCC (Painel Intergovernamental<br />

sobre Mudanças Climáticas), mudanças no uso da terra<br />

podem promover o armazenamento de maiores índices de<br />

carbono no solo. Por isso, são importantes os estudos sobre<br />

diferentes práticas de manejo e a forma como afetam essa<br />

dinâmica.<br />

COMPONENTE VITAL<br />

O carbono é um componente vital para os solos, pois<br />

desempenha um papel fundamental no funcionamento dos<br />

ecossistemas terrestres. Ele está disponível na atmosfera<br />

como CO2 (dióxido de carbono), um dos principais gases emitidos<br />

durante as ações antrópicas (atividades realizadas pelo<br />

ser humano), e sua elevação na atmosfera contribui para o<br />

aumento do efeito estufa e para o aquecimento global.<br />

Quando é realizado um manejo em que há corte e queima<br />

da vegetação, todo o carbono que faz parte da estrutura das<br />

plantas e mais aquele retido no solo são emitidos na forma<br />

de CO2. Mas quando são aplicadas práticas de cultivo alternativas,<br />

a exemplo dos sistemas agroflorestais, que não desmatam<br />

totalmente a vegetação e nem utilizam fogo, ou ainda<br />

quando é adotado o pousio entre os cultivos, o carbono é<br />

preservado. “Dessa forma, os estudos relacionados à adoção<br />

Julho 2024<br />

61


INTEGRAÇÃO<br />

de práticas de manejo que busquem a conservação e preservação<br />

do carbono no solo contribuem para a mitigação das<br />

mudanças climáticas globais”, assegura Anaclaudia.<br />

METODOLOGIA<br />

A pesquisa utilizou o modelo de simulação Century, para<br />

prever e comparar a dinâmica temporal do carbono orgânico<br />

no solo em sistema de manejo tradicional de corte e queima e<br />

em diferentes tipos de sistemas agroflorestais, no Semiárido,<br />

até o ano de 2100. O local de realização do estudo foi a Fazenda<br />

Crioula, na Embrapa Caprinos e Ovinos, com dados de um<br />

experimento instalado em 1997, formado originalmente por<br />

três modelos de sistemas.<br />

O primeiro é o manejo tradicional, que promove corte e<br />

queima da vegetação nativa e o plantio de culturas anuais durante<br />

dois anos e posterior mudança para uma nova parcela<br />

de terra onde as mesmas práticas serão adotadas. O outro<br />

sistema é o agrossilvipastoril, no qual o milho e o sorgo são<br />

plantados em corredores formados por leucena e gliricídia,<br />

que não pertencem originalmente à vegetação da caatinga,<br />

mas estão bem adaptadas e servem de alimento para os animais,<br />

que também fazem parte do modelo. O terceiro sistema<br />

é o silvipastoril, que consiste em uma área de caatinga raleada<br />

e rebaixada utilizada para o pastejo de caprinos e ovinos.<br />

Uma área de vegetação natural da caatinga não manejada foi<br />

utilizada como referência.<br />

Primo explica que, para a adoção do modelo Century,<br />

inicialmente foram utilizados arquivos calibrados para a vegetação<br />

da caatinga e disponibilizados por pesquisadores da<br />

UFPE (Universidade Federal de Pernambuco). Eles já haviam<br />

feito essa calibração para esse bioma. E, a partir daí, foram<br />

inseridos os dados da região do experimento, etapa de parametrização<br />

do modelo. Anaclaudia relata que foram preparados<br />

arquivos de entrada: um contendo dados de solo (textura,<br />

densidade, pH) e clima (precipitação, temperaturas máxima<br />

e mínima); e o outro, os diferentes tipos de manejo (cultivo<br />

tradicional intensivo, cultivo tradicional de corte e queima<br />

com diferentes tempos de pousio e os sistemas agroflorestais<br />

fixo e rotativo). “Após a inserção dos arquivos, rodamos cada<br />

cenário separadamente, para observarmos o que acontece<br />

com o estoque de carbono em cada prática de manejo diferente,<br />

ao longo de cem anos. Depois de cada simulação dos<br />

cenários, comparamos as informações simuladas pelo modelo<br />

Century com aquelas obtidas a campo”, descreveu a pesquisadora.<br />

PRINCIPAIS RESULTADOS<br />

A pesquisa simulou cenários para os sistemas agroflorestais,<br />

com adoção de dois tipos de manejo: permanente (manejo<br />

contínuo) e rotativo (alternando entre agrossilvipastoril,<br />

silvipastoril e vegetação natural); e para a área com prática de<br />

corte e queima, com diferentes períodos de pousio, fazendo<br />

projeções para os próximos cem anos. Os resultados apontam<br />

que no cultivo com corte e queima as perdas de carbono no<br />

solo diminuíram de 74,7% (com manejo sem pousio) para<br />

28,7%, em 7 anos de pousio da terra após o cultivo.<br />

No cenário de corte e queima da vegetação, a adoção de<br />

maiores períodos de pousio aumenta o estoque de carbono<br />

no solo, mas somente após trinta anos de descanso o percentual<br />

se iguala aos valores da vegetação natural; e cinquenta<br />

anos de pousio levam a um aumento de 4% dos estoques de<br />

carbono, comparados à vegetação natural em equilíbrio. Segundo<br />

o estudo, o período de vinte anos de pousio da terra,<br />

sugerido pelo IPCC como o tempo necessário para a recuperação<br />

dos estoques de carbono após qualquer mudança de uso<br />

da terra, pode não ser o tempo suficiente para recuperar os<br />

estoques de carbono dos solos do Semiárido brasileiro.<br />

62 www.referenciaflorestal.com.br


INTEGRAÇÃO<br />

Nos sistemas agroflorestais, foram feitas simulações tanto<br />

no manejo permanente quanto no rotativo, comparando com<br />

a vegetação natural em equilíbrio e com o sistema de corte e<br />

queima, adotando o pousio por sete anos. Os resultados indicam<br />

que os estoques de carbono nos sistemas agroflorestais<br />

aumentam em até 18,6%,no manejo permanente e 30,9% no<br />

manejo rotativo, comparando-os com a vegetação natural.<br />

“Quando comparamos apenas os manejos permanente e rotativo<br />

dos sistemas agroflorestais, mesmo tendo iniciado com<br />

valores de estoque de carbono iguais, com o passar do tempo,<br />

o sistema rotativo apresentou valores superiores (10,5%)<br />

em relação ao sistema permanente”, valorizou Anaclaudia.<br />

No manejo agrossilvipastoril, ocorre remoção de carbono<br />

quando da colheita de milho ou feijão plantado na área,<br />

mas essa retirada é compensada pela adição de esterco dos<br />

animais e restos das plantas cultivadas, além da vegetação<br />

permanente e serapilheira (camada de folhas secas, galhos,<br />

restos de frutas, flores e animais mortos que estão na superfície<br />

do solo). No silvipastoril, o carbono no solo aumenta<br />

em virtude da deposição no solo de materiais vegetais (restos<br />

de árvores e folhas, esterco de animais). O desbaste de 60%<br />

das árvores do sistema aumenta a luminosidade e favorece o<br />

desenvolvimento da vegetação mais próxima ao solo e maior<br />

acúmulo de serapilheira, o que ajuda no aumento do percentual<br />

de carbono.<br />

Anaclaudia Primo, afirma que o desenvolvimento social<br />

da região é afetado pela destruição ambiental porque compromete<br />

a produção de alimentos e a geração de energia,<br />

deixando as populações locais em situação de vulnerabilidade.<br />

“Os sistemas agroflorestais podem ser utilizados como<br />

sumidouros de carbono (locais em que as absorções de CO₂<br />

são maiores do que as emissões) na região semiárida, que<br />

apresenta níveis avançados de degradação, principalmente<br />

em virtude da atividade humana”, conclui Anaclaudia.<br />

Os sistemas agroflorestais podem<br />

ser utilizados como sumidouros<br />

de carbono (locais em que as<br />

absorções de CO 2<br />

são maiores<br />

do que as emissões) na região<br />

semiárida, que apresenta níveis<br />

avançados de degradação,<br />

principalmente em virtude da<br />

atividade humana<br />

Anaclaudia Alves Primo,<br />

pesquisadora da Embrapa<br />

64 www.referenciaflorestal.com.br


COMPOSTAGEM<br />

Trabalho<br />

EM CONJUNTO<br />

Por José Luiz Tomita, consultor ambiental<br />

As soluções do mercado agrícola a<br />

partir dos resíduos da Silvicultura<br />

Fotos: divulgação<br />

66 www.referenciaflorestal.com.br


S<br />

egundo a previsão da encarregada nacional<br />

do ONU – Habitat (Programa da<br />

Organização das Nações Unidas para os<br />

Assentamentos Humanos) no Brasil, Rayane<br />

Ferretti, em 2030 mais de 90% da<br />

população brasileira viverá em cidades urbanas (2016).<br />

Nas décadas de 70 e 80 o êxodo rural criou um<br />

verdadeiro caos urbano de difícil resolução, com surgimento<br />

de grandes áreas de habitação precária e sem<br />

acesso aos serviços públicos. O êxodo rural é um movimento<br />

de pessoas que vivem no campo e se mudam<br />

para áreas urbanas em busca de emprego e melhores<br />

oportunidades de vida. É um processo migratório, que<br />

reduz a força do trabalho agrícola, provocando uma<br />

superlotação urbana. Apesar do crescimento urbano e<br />

do êxodo rural, conforme mencionado anteriormente,<br />

a população brasileira vem crescendo e os impactos<br />

ambientais com resíduos orgânicos, tanto na área urbana,<br />

como na área rural, podem gerar graves problemas<br />

ambientais. O crescimento urbano oferece na agricultura,<br />

através das suas atividades de fornecimento de alimentos<br />

e matérias-primas, apesar da importância dessa<br />

atividade, o manejo inadequado dos insumos e da terra<br />

pode resultar em problemas ambientais como o desmatamento,<br />

a poluição dos solos e dos corpos hídricos,<br />

além do esgotamento dos nutrientes do substrato.<br />

A pecuária por sua vez é considerada uma atividade<br />

produtiva de criação de animais que tem como propósito<br />

a produção de alimento como carnes, ovos e leites,<br />

ou de matérias-primas, como, peles, couros e lãs destinadas<br />

a confecção, além de outros artigos.<br />

Na possibilidade de fazer a<br />

compostagem, o setor da<br />

silvicultura com os seus<br />

resíduos pode ser apontado<br />

como a fonte da qualidade<br />

deste processo fornecendo<br />

para o segmento a matériaprima<br />

de controle de oxigênio<br />

e excesso de água<br />

Julho 2024<br />

67


COMPOSTAGEM<br />

Nas áreas urbanas, sem entrar nos problemas sociais,<br />

mas considerando os problemas com o lixo, principalmente<br />

da parcela orgânica que pode chegar a quase<br />

50% do total de lixo gerado, e do lodo das estações de<br />

esgoto sanitários, podemos afirmar que são grandes<br />

impactos das superpopulações com dificuldades de altos<br />

custos para as soluções destes resíduos.<br />

Todos estes setores que têm o resíduo orgânico<br />

como problema, buscam soluções de baixo custo e até<br />

sem custos, para serem subprodutos com valores que<br />

geram receitas e soluções para outros setores. Uma<br />

destas alternativas é a transformação destes resíduos<br />

em compostos ou adubos orgânicos para fins agrícolas<br />

ou paisagísticos.<br />

Essa alternativa de transformação em adubos orgânicos<br />

é a solução tecnicamente mais barata para deixar<br />

de ser problema e virar uma oportunidade. Em geral<br />

todos estes resíduos apontados como orgânicos são<br />

úmidos e podem gerar odores indesejáveis e atrair vetores.<br />

Na possibilidade de fazer a compostagem o setor<br />

da silvicultura com os seus resíduos pode ser apontado<br />

como a fonte da qualidade deste processo fornecendo<br />

para o segmento a matéria-prima de controle de oxigênio<br />

e excesso de água.<br />

Em muitas regiões do Brasil a falta do carbono<br />

disponibilizado nos resíduos de podas e supressão da<br />

silvicultura são escassos e necessários para a qualidade<br />

do processo da compostagem, bem como, da qualidade<br />

do composto. Para ampliar este conhecimento técnico<br />

e poder checar o grande mercado do composto nos<br />

dias 20 a 22 de agosto, em São Carlos-SP, vai ocorrer o II<br />

ETE´s (Encontro Técnico de Compostagem Lodos Industriais,<br />

Resíduos Orgânicos e Compost Barn), realizado<br />

pela empresa Envimat no qual serei um dos palestrantes.<br />

O evento contará ainda com palestrantes da área<br />

da pesquisa, de grandes empresas comerciais geradoras<br />

e tratadoras de resíduos, dos setores públicos como<br />

MMA (Ministério do Meio Ambiente) e a Cetesb. Além<br />

dos renomados palestrantes, o evento proporcionará<br />

contatos com convidados especialistas no assunto gerando<br />

grande oportunidade de novos negócios e atualização<br />

de conhecimento.<br />

Neste momento, o mercado busca soluções para<br />

um provável problema ambiental, transformando os<br />

resíduos orgânicos em uma grande oportunidade de<br />

negócio. Estas soluções já estão no mercado como novos<br />

produtos agrícolas e paisagísticos.<br />

Pergunte ao Tomita<br />

Tem alguma dúvida sobre<br />

compostagem?<br />

Então envie sua pergunta para<br />

jornalismo@revistareferencia.com.br<br />

que o nosso especialista fará questão<br />

de te responder.<br />

68 www.referenciaflorestal.com.br


REFLORESTAMENTO<br />

Reflorestar e<br />

RESTAURAR<br />

Livro orienta sobre como<br />

restaurar áreas de Reserva<br />

Legal com araucária<br />

Fotos: divulgação<br />

70 www.referenciaflorestal.com.br


Julho 2024 71


REFLORESTAMENTO<br />

I<br />

nteressados em conhecer modelos de restauração<br />

de RL (Reserva Legal) com araucária consorciada<br />

com outras espécies nativas passam<br />

a contar com o livro “Modelos de restauração<br />

de Reserva Legal com araucária”. A publicação<br />

está disponível para download gratuita e apresenta três<br />

modelos técnicos elaborados por uma equipe multidisciplinar,<br />

além de capítulos sobre criação de abelhas jataí,<br />

técnicas silviculturais e orientações sobre questões de<br />

legislação ambiental. Os modelos apresentados visam<br />

principalmente a produção de madeira e pinhão a partir<br />

de 12 a 15 anos de idade, quando a floresta atinge sua<br />

maturidade.<br />

Além disso, há possibilidade de geração de renda na<br />

propriedade rural no curto prazo, a partir da produção<br />

de lenha, mel, folhas de erva-mate, entre outros produtos.<br />

Segundo o pesquisador e editor técnico da obra,<br />

Sérgio Ricardo Silva, da Embrapa Florestas (Empresa<br />

Brasileira de Pesquisa Agropecuária), os três modelos de<br />

restauração de RL apresentam potencial de serem bem-<br />

-sucedidos em relação ao plantio de espécies nativas florestais<br />

de valor ambiental e econômico, representando<br />

uma alternativa ao proprietário rural que precisa adequar<br />

seu imóvel à legislação ambiental. “Esses modelos<br />

conciliam a preservação do meio ambiente com a geração<br />

de renda. Sem dúvidas, esta possibilidade de obtenção<br />

de renda adicional com a RL é um grande estímulo à<br />

sua restauração e preservação”, exalta Sérgio.<br />

A publicação foi editada pela Embrapa Florestas, em<br />

parceria com o IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento<br />

Rural do Paraná), IAT-PR (Instituto Água e Terra do Paraná)<br />

, com apoio da empresa Gralha Azul Transmissão<br />

de Energia S.A, operada pela Engie Brasil Energia.<br />

MODELOS DE RESTAURAÇÃO FLORESTAL E<br />

SUAS FINALIDADES<br />

O primeiro modelo de restauração propõe o plantio<br />

consorciado de araucária, bracatinga-comum e bracatinga-de-arapoti,<br />

cuja implantação é destinada a áreas<br />

abertas, como pastos degradados ou recém-abandonados,<br />

cujas terras possuem baixa vocação agrícola. A regeneração<br />

natural no sub-bosque é preservada ao longo<br />

do tempo, para permitir o enriquecimento da biodiversidade<br />

de espécies. O foco deste modelo é o manejo da<br />

RL para produção de lenha, mel e madeira.<br />

O segundo modelo proposto apresenta uma proposta<br />

de restauração de RL com geração de renda, o<br />

que é viabilizado por meio do plantio consorciado de<br />

72 www.referenciaflorestal.com.br


araucária, erva-mate e bracatinga-comum. O diferencial<br />

deste modelo é a opção por mudas enxertadas de araucária,<br />

possibilitando o início da produção de pinhões em<br />

árvores mais jovens, entre seis a dez anos, comparado<br />

com a produção de árvores provenientes de sementes,<br />

que levam de 12 a 15 anos para começar a produzir. A<br />

erva-mate é plantada com alta densidade de mudas,<br />

visando uma significativa colheita de folhas a partir do<br />

terceiro ano de cultivo, sendo a principal fonte de renda<br />

na primeira década pós-implantação do sistema consorciado.<br />

Posteriormente, aos 20–25 anos após o plantio,<br />

inicia-se o manejo florestal para retirada de madeira de<br />

araucária.<br />

O terceiro modelo de restauração de RL consiste na<br />

implantação de um sistema consorciado com erva-mate,<br />

espécies de suporte, como açoita-cavalo, araucária, bracatinga-comum,<br />

canela-branca, louro-pardo, mandiocão,<br />

pessegueiro-bravo e pinheiro-bravo, aliado a plantas<br />

medicinais, como espinheira-santa, cataia e pau-de-andrade.<br />

Nas primeiras décadas, o erval é manejado de<br />

modo similar ao convencional, sendo a principal fonte<br />

de renda, juntamente com a produção de mel. A cataia<br />

gera rendimentos econômicos a partir do quarto ano,<br />

seguida, bem mais tarde, pelas demais espécies, com<br />

produção de madeira, pinhão e tecidos medicinais.<br />

Em todos os modelos é possível aliar a criação de<br />

abelhas sem ferrão ou meliponíneos. Segundo Guilherme<br />

Schühli, pesquisador da Embrapa Florestas e um dos<br />

autores deste capítulo, “a criação de abelhas é um serviço<br />

ambiental, tanto ao produtor quanto ao meio ambiente,<br />

mas também uma possibilidade de diversificação<br />

de renda, permitindo o aproveitamento dos recursos<br />

florestais disponíveis na RL”.<br />

Há um capítulo específico com orientações de técnicas<br />

silviculturais para a implantação e manutenção de<br />

modelos de RL com araucária, com informações práticas<br />

sobre amostragem de solo; controle preventivo de formigas<br />

cortadeiras; limpeza da área e controle de plantas<br />

indesejáveis em pré-plantio; calagem; alinhamento de<br />

plantio; preparo do solo; adubação de base; qualidade<br />

Julho 2024<br />

73


REFLORESTAMENTO<br />

de mudas; plantio, irrigação e replantios; proteção de<br />

mudas de erva-mate; controle sistemático de formigas<br />

cortadeiras em pós-plantio; controle de plantas indesejáveis<br />

em pós-plantio; e adubação de manutenção em<br />

pós-plantio.<br />

A publicação aborda, também, a legislação ambiental<br />

atual relacionada às ações e atividades a serem<br />

realizadas previamente, durante e após o processo de<br />

implantação dos modelos de restauração de RL, de<br />

modo que o agricultor esteja em conformidade com as<br />

prerrogativas estabelecidas pelos órgãos competentes.<br />

Para Amauri Ferreira, gerente estadual do IDR-Paraná,<br />

a publicação deve servir como base para os técnicos<br />

do Instituto que trabalham diretamente com os produtores,<br />

pois ainda não tínhamos encontrado referência<br />

bibliográfica sobre o assunto. “As informações contidas<br />

nesta edição vão dar subsídio aos técnicos do Instituto<br />

que atendem os produtores nas Unidades de Referência,<br />

fortalecendo a intenção de aliar proteção ambiental com<br />

lucratividade na produção de araucárias, que é a árvore<br />

símbolo do nosso Estado”, afirma Amauri.<br />

Esses modelos conciliam a<br />

preservação do meio ambiente<br />

com a geração de renda. Sem<br />

dúvidas, esta possibilidade de<br />

obtenção de renda adicional<br />

com a RL é um grande estímulo à<br />

sua restauração e preservação<br />

Sérgio Ricardo Silva, da Embrapa<br />

Florestas<br />

74 www.referenciaflorestal.com.br


3<br />

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MANEJO<br />

Novidade no<br />

MANEJO<br />

Normativa aprovada pelo governo federal<br />

permite a exploração de manejo florestal<br />

sustentável na região de caatinga<br />

Fotos: divulgação<br />

76 www.referenciaflorestal.com.br


Julho 2024 77


MANEJO<br />

A<br />

proposta de resolução encaminhada<br />

pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio<br />

Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis)<br />

ao Conama (Conselho Nacional do<br />

Meio Ambiente) sobre Manejo <strong>Florestal</strong><br />

Sustentável da Caatinga foi aprovada na 142ª Reunião<br />

Ordinária do Conselho, realizada no início de junho. A<br />

normativa, acolhida por unanimidade pelas câmaras<br />

técnicas, reflete mais de três décadas de pesquisa no<br />

bioma, ao estabelecer parâmetros que garantem a<br />

sustentabilidade da exploração florestal, respeitando a<br />

capacidade de regeneração dos ecossistemas nativos.<br />

O texto foi apresentado na plenária do Conama pelo<br />

analista ambiental Gustavo Bediaga e pelo pesquisador<br />

da Associação de Plantas do Nordeste, Frans Pareyn. A<br />

proposta foi construída em um amplo processo participativo,<br />

a partir de três etapas, e teve o apoio da FAO<br />

(Organização das Nações Unidas para a Alimentação<br />

e a Agricultura, em inglês) por meio do projeto TCP-R-<br />

LA-3726. “O ciclo de corte, antes com parâmetro único<br />

para todo o bioma, passa a ser calculado de acordo com<br />

a produtividade local, que, segundo as pesquisas mais<br />

recentes, tem grande correlação com a pluviosidade. As-<br />

sim, é estabelecida uma tabela de referência a partir das<br />

curvas pluviométricas do bioma.”, explicou Gustavo.<br />

Quanto à influência das chuvas na exploração sustentável<br />

da caatinga. A resolução traz, ainda, o resultado<br />

de pesquisas da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa<br />

Agropecuária) sobre a criação animal em áreas<br />

manejadas: é definida uma capacidade suporte para<br />

cada tipo de animal nos diferentes estágios vegetacionais<br />

do bioma, de forma a não prejudicar a regeneração<br />

da vegetação. “A resolução prevê, também, a simplificação<br />

de procedimentos administrativos para pequenos<br />

proprietários, de forma a garantir que os custos da<br />

regularização da atividade sejam acessíveis para todos”,<br />

complementou Gustavo.<br />

Durante as duas primeiras etapas de elaboração do<br />

texto da resolução, participaram do processo pesquisadores<br />

da Rede de Manejo <strong>Florestal</strong> da Caatinga, docentes<br />

de universidades, institutos federais, representantes<br />

do SFB (Serviço <strong>Florestal</strong> Brasileiro), analistas do Ibama,<br />

representantes de órgãos ambientais estaduais da caatinga<br />

e demais pesquisadores do bioma. As discussões<br />

tiveram apoio da Abema (Associação Brasileira de Entidades<br />

Estaduais de Meio Ambiente).<br />

78 www.referenciaflorestal.com.br


A resolução prevê, também, a<br />

simplificação de procedimentos<br />

administrativos para pequenos<br />

proprietários, de forma a<br />

garantir que os custos da<br />

regularização da atividade<br />

sejam acessíveis para todos<br />

Gustavo Bediaga, analista<br />

ambiental do Conama<br />

A última etapa consistiu em Audiência Pública, com<br />

participação de mais de 50 instituições, entre sociedade<br />

civil, setor produtivo e órgãos e instituições públicas. Na<br />

ocasião, discutiu-se o texto elaborado nas etapas anteriores.<br />

O evento foi transmitido ao vivo pelo youtube e<br />

pela TV Caatinga, disponibilizada pela Univasf (Universidade<br />

Federal do Vale do São Francisco). Foi aberta,<br />

ainda, consulta pública para recepcionar contribuições<br />

ao texto. “Buscamos elaborar um texto que aliasse as<br />

últimas pesquisas científicas sobre Manejo <strong>Florestal</strong><br />

Sustentável da Caatinga com a experiência prática dos<br />

órgãos ambientais, sociedade civil e setor produtivo.<br />

Para isso foi fundamental a participação de todos estes<br />

setores”, conclui Gustavo.<br />

O presidente da Reserva da Biosfera da Caatinga,<br />

Francisco Campello, ressalta a importância da aprovação<br />

desta resolução para o bioma: “O Manejo <strong>Florestal</strong><br />

Sustentável da Caatinga é uma das principais técnicas<br />

para garantir a sustentabilidade dos recursos florestais<br />

do bioma. A nova resolução padroniza e institucionaliza<br />

o licenciamento ambiental para o uso sustentável<br />

das florestas secas, trazendo segurança jurídica, com<br />

impacto positivo para a conservação dos ecossistemas<br />

florestais da Caatinga”, complementou Francisco.<br />

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Julho 2024<br />

79


PESQUISA<br />

Custo, tempo e<br />

PRECISÃO<br />

Uma otimização do inventário<br />

florestal pré-corte em um<br />

povoamento de eucalipto<br />

Fotos: divulgação<br />

Foto: divulgação<br />

80 www.referenciaflorestal.com.br


LUIZ OTÁVIO RODRIGUES PINTO<br />

UFLA (UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS)<br />

DANIEL DANTAS<br />

UFLA<br />

MARCELA DE CASTRO NUNES SANTOS TERRA<br />

UFLA<br />

JOSÉ MÁRCIO DE MELLO<br />

UFLA<br />

CHRISTIAN DIAS CABACINHA<br />

UFMG (UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS)<br />

Julho 2024<br />

81


PESQUISA<br />

RESUMO<br />

O<br />

inventário florestal constitui uma prática<br />

fundamental para quantificar e<br />

qualificar o potencial de uma floresta.<br />

Intensidade de amostragem, tamanho e<br />

forma das parcelas são pontos relevantes<br />

no planejamento dessa atividade, pois afetam diretamente<br />

os custos e tempo de coleta de dados, além de<br />

influenciar na sua precisão. Este estudo teve como objetivo<br />

avaliar, em termos de precisão, custos e tempo, a<br />

utilização de diferentes tamanhos, formas e arranjos de<br />

parcelas amostrais na realização do inventário florestal<br />

pré-corte de Eucalyptus spp. A pesquisa foi realizada<br />

em uma fazenda no norte de Minas Gerais, onde foram<br />

realizados o censo florestal e a cubagem rigorosa.<br />

Foram considerados 16 cenários: dois processos de<br />

amostragem (amostragem sistemática e amostragem<br />

casual simples), quatro tamanhos de parcela (200, 300,<br />

400 e 500 m²) e duas formas (circular e retangular).<br />

A intensidade amostral foi fixada em 5 parcelas para<br />

todos os cenários. Realizou-se 10 mil simulações pelo<br />

método de Monte Carlo, verificando-se a probabilidade<br />

de os valores estarem próximos à média. A análise combinada<br />

entre erro, custos e tempo de medição apontou<br />

que, para um plantio de eucalipto aos 8 anos de idade,<br />

a amostragem casual com parcelas circulares de 300 m²<br />

representa o cenário amostral ótimo<br />

INTRODUÇÃO<br />

Os procedimentos de mensuração florestal são elementos<br />

fundamentais e merecem atenção, por serem<br />

a base para a determinação do volume de madeira<br />

em uma determinada área (Gregoire et al., 2016). A<br />

informação do volume em um povoamento florestal é<br />

imprescindível para o manejo de florestas, levando em<br />

conta que grande parte dos processos produtivos em<br />

uma empresa é dependente dos dados de produtividade<br />

que são obtidos por meio do inventário (Dantas<br />

et al., 2020a; Terra et al., 2022). O volume para árvore<br />

individual serve como ponto de partida para decisões<br />

relacionadas a tratos silviculturais, colheita e transporte<br />

da produção volumétrica da madeira. Sendo assim, é<br />

fundamental que a obtenção do volume total ou em<br />

82 www.referenciaflorestal.com.br


determinadas partes do tronco de árvores seja realizada<br />

corretamente, representando bem a população<br />

amostrada (Dantas et al., 2020b).<br />

A obtenção de estimativas de volume pode ser<br />

feita por inventário florestal contínuo ou temporário,<br />

que consiste, basicamente, na definição de um sistema<br />

de amostragem, alocação de parcelas na área e<br />

obtenção das variáveis de interesse. A enumeração<br />

total ou censo, embora realizada sem a ocorrência de<br />

erros amostrais, só é praticável em áreas pequenas e<br />

de grande importância econômica, devido ao alto custo<br />

que esta operação apresenta (Cesaro et al., 1994). No<br />

entanto, os procedimentos de amostragem disponíveis<br />

permitem conhecer as estimativas de uma determinada<br />

população com alta precisão.<br />

Em um inventário florestal, a alocação de parcelas<br />

e medição das árvores em campo possuem custo elevado,<br />

devido ao tempo necessário para os levantamentos,<br />

marcação das parcelas e medição de um grande número<br />

de árvores (Binoti et al., 2013; Dantas et al., 2020c).<br />

Uma dificuldade operacional verificada no inventário<br />

está relacionada à determinação do tamanho e forma<br />

A obtenção de estimativas<br />

de volume pode ser feita por<br />

inventário florestal contínuo<br />

ou temporário, que consiste,<br />

basicamente, na definição de<br />

um sistema de amostragem,<br />

alocação de parcelas na área<br />

e obtenção das variáveis de<br />

interesse<br />

Julho 2024<br />

83


PESQUISA<br />

das parcelas necessárias para que se tenha uma boa<br />

representatividade da população (Pascual et al., 2019).<br />

Esses fatores, além de interferirem na exatidão das<br />

medições, afetam de forma significativa o custo dos<br />

inventários florestais.<br />

De acordo com Husch (1971), para qualquer forma<br />

e tamanho da unidade amostral, é possível calcular o<br />

volume de madeira da floresta sem erros sistemáticos;<br />

porém, dadas certas características florestais, a extensão<br />

e a forma ótima das unidades amostrais variam.<br />

Assim, para a realização do inventário florestal, deve ser<br />

planejado o tamanho, a forma e o processo de amostragem<br />

ideais para a população, buscando identificar<br />

a combinação que proporcione um nível de precisão<br />

aceitável com o mínimo de custo.<br />

Nota-se que, mesmo em diferentes regiões, o processo<br />

de amostragem pode ser repetido. Entretanto,<br />

os tamanhos das parcelas utilizadas nos trabalhos de<br />

inventário florestal variam substancialmente (Pascual et<br />

al., 2019). Em trabalhos encontrados na literatura existem<br />

explicações para os diferentes tipos de amostragem,<br />

mas não para os diferentes tamanhos de parcelas<br />

(Zhang et al., 2014).<br />

Assim, para a realização do<br />

inventário florestal, deve ser<br />

planejado o tamanho, a forma<br />

e o processo de amostragem<br />

ideais para a população,<br />

buscando identificar a<br />

combinação que proporcione<br />

um nível de precisão aceitável<br />

com o mínimo de custo<br />

84 www.referenciaflorestal.com.br


Destaca-se, portanto, a existência da demanda por<br />

um tamanho e forma de unidade amostral, associados<br />

a um tipo de amostragem, capaz de proporcionar uma<br />

boa representatividade da população ao mesmo tempo<br />

em que permite uma redução do número de árvores a<br />

serem medidas por parcelas, sem que isso interfira de<br />

forma expressiva na qualidade dos resultados, e possibilite<br />

a redução do tempo e do custo das medições.<br />

São necessários estudos que forneçam subsídios para<br />

a tomada de decisões, por parte do manejador, na<br />

condução do inventário florestal. Nesse contexto, o objetivo<br />

deste trabalho foi avaliar, em termos de precisão,<br />

custos e tempo, a utilização de diferentes tamanhos,<br />

formas e arranjos de unidades amostrais no inventário<br />

florestal pré-corte em plantio de Eucalyptus spp.<br />

Essa é uma versão parcial desse<br />

estudo, o material completo pode ser<br />

acessado através do QR Code: https://<br />

pfb.cnpf.embrapa.br/pfb/index.php/<br />

pfb/article/view/2251/1715<br />

Disco de corte para Feller<br />

Usinagem<br />

• Disco de Corte para Feller<br />

conforme modelo ou amostra,<br />

fabricado em aço de alta<br />

qualidade;<br />

• Discos com encaixe para<br />

utilização de até 20<br />

ferramentas, conforme<br />

diâmetro externo do disco;<br />

Caldeiraria<br />

• Diâmetro externo e encaixe<br />

central de acordo com<br />

padrão do cabeçote;<br />

•Discos especiais;<br />

Detalhe de encaixe para<br />

ferramentas de 4 lados<br />

Soldagem<br />

Prestamos serviços de usinagem, caldeiraria e soldagem em peças e equipamentos conforme<br />

desenho ou amostra. Fabricação e manutenção em pistões hidráulicos.<br />

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Julho 2024<br />

85


AGENDA<br />

AGENDA 2024<br />

AGOSTO<br />

2024<br />

Imagem: reprodução<br />

Florestas 360°<br />

Data: 20 e 21<br />

Local: Campo Grande (MS)<br />

Informações:<br />

https://www.florestas360.com.br/<br />

AGOSTO<br />

2024<br />

AGO<br />

2024<br />

FLORESTAS 360º<br />

Em agosto de 2024, a capital de Mato Grosso do Sul,<br />

Campo Grande, receberá o Florestas 360o - Centro-<br />

Oeste. O eventoirá reunir diferentes atores de esferas<br />

públicas e privadas para debater o setor em alto nível.<br />

Ao longo de dois dias, os conteúdos pretendem discutir<br />

os desafios e colaborar para a busca por soluções para<br />

o segmento de florestas plantadas na Região Centro-<br />

Oeste. Além disso, será uma ótima oportunidade para<br />

networking qualificado.<br />

Internationale Holzmesse<br />

Data: 28 a 31<br />

Local: Klagenfurt (Austria)<br />

Informações: https://www.kaerntnermessen.<br />

at/veranstaltungen/international-woodfair/?lang=en<br />

Imagem: reprodução<br />

Lignum<br />

Data: 17 a 19<br />

Local: Curitiba (PR)<br />

Informações:<br />

https://lignumlatinamerica.com/<br />

SETEMBRO<br />

2024<br />

SET<br />

2024<br />

LIGNUM<br />

A Lignum Latin America é uma feira focada na<br />

transformação, beneficiamento, preservação, energia,<br />

biomassa, uso da madeira e manejo florestal. A cada<br />

edição apresenta soluções, lançamentos e tendências<br />

para o setor industrial madeireiro e florestal de forma<br />

estática e dinâmica. Na quarta edição, realizada em<br />

2022, a Lignum Latin America reuniu 120 expositores e<br />

8.298 visitantes altamente qualificados, gerando vendas<br />

e prospecções.<br />

86 www.referenciaflorestal.com.br


AGENDA 2024<br />

SETEMBRO<br />

2024<br />

Forest Rise<br />

Data: 18 a 20<br />

Local: Tokyo (Japão)<br />

Infromações: https://www.forestrise.<br />

jp/2024/index_e.html<br />

SETEMBRO<br />

2024<br />

ASSINE AS PRINCIPAIS<br />

REVISTAS DO SETOR<br />

E FIQUE POR DENTRO<br />

DAS NOVIDADES!<br />

Demo International<br />

Data: 19 a 21<br />

Local: Ottawa (Canadá)<br />

Infromações:<br />

https://demointernational.com/<br />

INFORMAÇÃO<br />

A ALMA DO NEGÓCIO!<br />

FLORESTAL<br />

INDUSTRIAL<br />

PRODUTOS<br />

BIOMAIS<br />

OUTUBRO<br />

2024<br />

CELULOSE<br />

Forest Rise<br />

Workshop do Mogno Africano<br />

Data: 19<br />

Local: São Paulo (São Paulo)<br />

Informações:<br />

https://workshopmognoafricano.org.br<br />

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Julho 2024<br />

87


ESPAÇO ABERTO<br />

Atransformação digital tem revolucionado o cenário empresarial<br />

nos últimos anos. Segundo a CNI (Confederação Nacional<br />

da Indústria), sete em cada dez empresas brasileiras já utilizam<br />

ferramentas digitais em seus processos produtivos. Na<br />

indústria, essa tendência também já é realidade. Um estudo<br />

da McKinsey estima que, até 2025, os processos relacionados à Indústria<br />

4.0 poderão aumentar a eficiência do trabalho entre 10% e 25%.<br />

Nesse contexto, a transformação digital na indústria tem se expandido<br />

rapidamente, tornando-se essencial para empresas que desejam se destacar<br />

no mercado. Esta digitalização permite elevar a operação industrial<br />

a outro patamar, onde os processos não apenas fluem de maneira mais<br />

ágil, mas também geram informações importantes para uma tomada de<br />

decisão mais analítica e assertiva. Isso resulta em ganhos significativos de<br />

produtividade, qualidade, redução de custos e maior precisão nos prazos<br />

de fornecimento.<br />

Foto: divulgação<br />

Conexão<br />

MAIS FORTE<br />

Por Walter Sanches, formado em<br />

engenharia mecânica pela FEI<br />

(Fundação Educacional Inaciana), tem<br />

especializações pela FGV (Fundação<br />

Getúlio Vargas) e MIT (Massachussets<br />

Institute of Technology). Atua como<br />

diretor de TI e planejamento da<br />

Termomecânica<br />

Transformação digital na<br />

indústria: o que significa e<br />

quais são os efeitos para<br />

o setor<br />

DESAFIOS DA TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NA INDÚSTRIA<br />

A transformação digital é um processo complexo, que exige atenção<br />

em quatro pilares fundamentais. O primeiro deles está relacionado ao alinhamento<br />

de negócio, no qual é essencial compreender a fundo como a<br />

tecnologia pode ampliar os resultados da indústria e adaptar os objetivos<br />

comerciais para explorar ao máximo novas oportunidades. Nesse sentido, é<br />

importante que as lideranças estejam comprometidas não apenas em adotar<br />

novas tecnologias, mas também em transformá-las em um diferencial<br />

competitivo alinhado a visão de longo prazo da empresa.<br />

O segundo pilar contempla as pessoas, tendo em vista que a capacitação<br />

e o engajamento dos colaboradores são cruciais para uma operação<br />

fortalecida. Desta forma, é necessário investir em treinamento e desenvolvimento<br />

para que as equipes estejam aptas a lidar com novas tecnologias e<br />

métodos de trabalho.<br />

Os processos constituem o terceiro pilar e envolvem a adaptação das<br />

operações da empresa para que se tornem mais eficientes, promovendo<br />

ganhos significativos de produtividade. Neste sentido, um dos passos chave<br />

para uma implementação eficaz da digitalização é o conhecimento detalhado<br />

dos processos e a capacidade de percepção analítica, que propicia identificar<br />

padrões de erros e buscar soluções mais assertivas para a resolução<br />

de problemas.<br />

O quarto pilar é a própria tecnologia, que deve ser selecionada com<br />

base nas necessidades específicas de cada indústria. Neste caso, destacam-<br />

-se os investimentos em recursos tecnológicos emergentes como Inteligência<br />

Artificial, IoT (Internet das Coisas, em inglês) e análise de dados.<br />

O PODER DA IA NO PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO DIGITAL<br />

À medida que novas tecnologias emergem, é fundamental que as indústrias<br />

fiquem atentas aos processos inovativos para manterem suas operações<br />

alinhadas ao que há de mais atual no mercado. Apostar em inovação<br />

significa potencializar a capacidade analítica e, a partir disso, desenvolver<br />

estratégias de aprimoramentos e busca por resultados positivos. Com a<br />

evolução das tecnologias baseadas em IA, por exemplo, as decisões nos<br />

processos produtivos serão cada vez menos intuitivas e mais baseadas em<br />

dados precisos, reduzindo significativamente o risco de erros, antecipando<br />

falhas e prolongando a vida útil de maquinários, o que se traduz em economia<br />

de custos e aumento de produtividade.<br />

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