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FREELA<br />
FRAUDES<br />
Um problema que deve ser combatido no<br />
mercado de seguros e na sociedade<br />
A INSURTECH HOLANDESA FRISS REUNIU ESPECIALISTAS PARA DEBATER SOBRE O IMPACTO DAS FRAUDES<br />
NO SETOR E COMO A IA PODE AJUDAR AS COMPANHIAS<br />
Nicole Fraga<br />
De acordo com dados da CNseg<br />
(Confederação Nacional das Seguradoras),<br />
as fraudes em seguros<br />
somaram quase R$ 825 milhões em<br />
2022, representando 16% do total de sinistros<br />
pagos naquele ano. Para debater<br />
sobre como evitar fraudes e as suas conseqüências<br />
para o mercado de seguros,<br />
a insurtech holandesa FRISS promoveu,<br />
em parceria com a Freela, o evento “Fraudes:<br />
uma preocupação para a sociedade”,<br />
realizado em maio na sede da ENS (Escola<br />
de Negócios e Seguros), em São Paulo. O<br />
debate foi mediado pela jornalista Kelly<br />
Lubiato, diretora da Revista Apólice.<br />
A empresa reuniu seguradores,<br />
corretores, advogados e especialistas em<br />
tecnologia para apresentarem insights<br />
sobre os problemas estruturais enfrentados<br />
pelo Brasil, destacando a importância<br />
da conscientização contra fraudes no<br />
ecossistema dos setores e da sociedade<br />
em geral. “As fraudes estão em todos os<br />
níveis e segmentos, pois o próprio ser humano<br />
cria esse tipo de situação e prejudica<br />
o próximo. No mercado de seguros,<br />
este crime traz prejuízo não apenas para<br />
as seguradoras, mas para toda a cadeia<br />
envolvida nesta indústria”, afirmou Iván<br />
Ballón, gerente de Desenvolvimento da<br />
FRISS para América Latina e Península<br />
Ibérica.<br />
Segundo Ballón, pesquisas apontaram<br />
que quase 95% dos brasileiros<br />
sentem medo de serem vítimas de uma<br />
fraude. Na América Latina, as fraudes<br />
estão minimamente ligadas à inflação e<br />
catástrofes naturais, enquanto na Europa<br />
a percepção deste risco é menor, pois<br />
há mais confiança no sistema financeiro.<br />
“Com o avanço da tecnologia, processos<br />
e dos meios de comunicação, abrimos es-<br />
Joel Oliveira, Marcelo Baccarini, João Marcelo dos Santos, Kelly Lubiato e Iván Ballón<br />
paço para os fraudadores agirem. Quando falamos de seguros, falta<br />
conhecimento da população sobre o setor e há ainda uma baixa penetração<br />
do mercado no Brasil, aumentando a chance das fraudes<br />
acontecerem. Como profissionais deste segmento, é nosso dever instruir<br />
as pessoas sobre este tema e comunicar as suas conseqüências”.<br />
Márcio Jordão, superintendente de Sinistro Auto e RE da Bradesco<br />
Seguros, reforçou durante a sua apresentação que apesar dos<br />
meios digitais terem impulsionado a fraude, ela não surgiu com a<br />
tecnologia. O executivo também comentou sobre os condicionantes<br />
deste tipo de crime e sua progressão em diferentes áreas. “A fraude<br />
onera segurados honestos, que acabam arcando com os custos<br />
adicionais em suas apólices. Entretanto, a detecção e prevenção de<br />
fraudes no mercado de seguros demanda estratégias complexas e<br />
recursos especializados”.<br />
Jordão afirmou que para diminuir o número de fraudes no<br />
segmento, são necessárias leis e regulamentos mais rigorosos, campanhas<br />
de educação e sensibilização e sistemas avançados de análises<br />
de dados. “Algoritmos de Inteligência Artificial podem analisar e<br />
identificar atividades suspeitas em tempo real, trazendo uma melhoria<br />
operacional e mais assertividade para as seguradoras. Além disso,<br />
o uso de Blockchain torna as transações mais seguras e rastreáveis, e<br />
o Big Data ajuda na detecção de fraudes complexas e sofisticadas”.<br />
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