apolice298 pageflip
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
TRAGÉDIA<br />
CHUVAS NO RS<br />
diz respeito aos impactos das mudanças climáticas no Brasil. “Eu<br />
não acredito que nós devemos cobrar isso apenas do setor público,<br />
pois é preciso que o setor privado também participe destas soluções<br />
com iniciativas objetivas que gerem mudanças importantes.<br />
O setor de seguros tem essa habilidade de gerenciar riscos. Nesse<br />
sentido, é preciso estruturar sistemas de prevenção, de melhoria<br />
da resiliência das infraestruturas e de atenção às vítimas, é preciso<br />
atuar nesses três pilares, para criar uma sociedade mais capaz de<br />
diminuir os impactos dos eventos climáticos e que tenha a capacidade<br />
de reconstruir o que for necessário”, sinaliza Dyogo Oliveira.<br />
ISABEL BLAZQUEZ SOLANO,<br />
da Aon Re Brasil<br />
empresas de pagarem as indenizações<br />
dos seguros de automóveis em prazos<br />
de até 48h, reduzindo seus processos<br />
internos para fazer o pagamento de<br />
forma ágil. Mas é possível destacar<br />
também o reforço das equipes de assistência,<br />
tanto residencial quanto de automóvel,<br />
o adiamento de vencimentos,<br />
entre outros”, frisa o presidente da CNseg,<br />
que acrescenta: “Individualmente,<br />
as empresas do setor também têm<br />
tomado ações, como contribuições<br />
beneficentes com instituições não governamentais<br />
do estado, no sentido de<br />
auxílio às vítimas.”<br />
Recuperar o estado é missão das<br />
mais árduas e complexas. No total, o<br />
Governo federal destinou, até o dia 30<br />
de maio, R$ 62,5 bilhões ao Rio Grande<br />
do Sul. Entre as ações do Planalto,<br />
além da liberação de recursos, estão a<br />
antecipação de benefícios e a prorrogação<br />
do pagamento de tributos. Entre<br />
as ações, estão o Auxílio Reconstrução,<br />
que contempla R$ 174 milhões para o<br />
pagamento de R$ 5,1 mil a cada família,<br />
em parcela única, para aquisição de<br />
itens perdidos nas enchentes e o adiantamento<br />
de R$ 793 milhões.do Bolsa Família<br />
para 619.741 famílias beneficiadas<br />
pelo programa federal.<br />
Quanto ao seguro, o setor tem se<br />
colocado à disposição para participar<br />
dos mais diversos movimentos no sentido<br />
de organizar uma solução no que<br />
A QUEM CABE A ORIENTAÇÃO SOCIAL?<br />
A pergunta é pertinente quando o tema “prevenção à crise<br />
climática” vem à tona, sobretudo se considerar o fato indiscutível<br />
de que o que está verdadeiramente segurado, em várias frentes, no<br />
Rio Grande Sul é pouco, e isso ocorre em todo o país, onde a cultura<br />
do seguro ainda não engrenou, ou, ao menos, ainda se encontra<br />
aquém do desejável. Paralelamente a esse contexto, há apólices<br />
que não cobrem danos provocados por enchentes ou deslizamentos<br />
de terra. Seguradoras, Susep e CNseg discutem a questão, mas<br />
ainda sem uma resolução prática de que ambas coberturas deverão<br />
ou não constar de uma apólice básica.<br />
O fato é que, independentemente dessa questão envolvendo<br />
danos decorrentes de queda de barreiras, deslizamento de terras<br />
ou enchentes, o setor de seguros — e isso é notório — ainda<br />
enfrenta severas dificuldades para que seja inserido em uma realidade<br />
e pauta nacionais de proteção financeira, atingindo, sobretudo,<br />
a massa populacional menos favorecida. Na prancheta dos técnicos<br />
atuariais e dos homens da gestão e do marketing securitários<br />
são estudadas estratégias para redefinir essa realidade.<br />
A discussão não começou agora. O verão de 2022, por exemplo,<br />
foi impiedoso, com temporais que atingiram os estados do sudeste,<br />
principalmente Minas Gerais e Rio de Janeiro, provocando<br />
centenas de mortes. Petrópolis, na região serrana, foi severamente<br />
atingida, com 4 mil desabrigados e 241 mortes. Mesmo diante de<br />
intensa catástrofe, o número de pedidos de indenizações foi muito<br />
baixo. Dias após a tragédia, foram registrados somente cerca de 700<br />
solicitações, como, na época, registrou o Sindicato das Seguradoras<br />
do Rio de Janeiro e Espírito Santo.<br />
Em evento realizado no dia 17 de abril, ou seja, um mês antes<br />
de a tragédia acontecer no Rio Grande do Sul, CNseg, as resseguradoras<br />
IRB, Swiss Re e Aon Re Brasil e a ONG Iclei — Governos Locais<br />
pela Sustentabilidade defenderam soluções do setor privado para<br />
a emergência climática no Brasil em audiência pública realizada na<br />
Câmara dos Deputados pela Comissão Especial sobre Prevenção e<br />
Auxílio a Desastres e Calamidades Naturai. Dyogo Oliveira esteve<br />
presente. Também lá esteve a CEO da Aon Re Brasil, Isabel Blazquez<br />
Solano, que alertou para um percentual baixíssimo e não menos<br />
preocupante. Hoje, o mercado segurador cobre, disse ela na audiência<br />
pública, cerca de 5% (percentual esse muito concentrado na<br />
produção rural) do que economicamente se perde com desastres<br />
climáticos. Em face de tragédias naturais como a do Rio Grande do<br />
Sul, a de Petrópolis, em 2022, a da região serrana do Rio de Janeiro,<br />
20