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desafio socioeconômico para cidadãos e mercados. “Até pouco<br />
tempo, se lembrarmos, o Brasil era considerado um país livre de<br />
catástrofes. O cenário mudou. O país precisa começar a se preparar<br />
para esse momento. Precisamos, enquanto país, criar uma agenda<br />
de prevenção, preparação e reação aos incidentes climáticos, e o<br />
setor de seguros tem uma contribuição importante a dar. O Brasil<br />
ainda tem um nível de contratação de seguros baixa, e a ampliação<br />
desse cenário pode ajudar e muito na recuperação da população<br />
e das cidades após uma catástrofe como a que acabamos de<br />
assistir”, analisa.<br />
Em paralelo, como informa Oliveira, a CNseg tem desenvolvido<br />
ações e projetos que visam auxiliar as associadas no desenvolvimento<br />
de soluções para evoluir os processos já adotados<br />
atualmente. Ele cita como exemplo a ferramenta de Mapa de Calor<br />
que traz para as seguradoras uma representação geográfica para a<br />
identificação de níveis de impacto de 11 riscos climáticos, em diferentes<br />
regiões do Brasil.<br />
ROBERTO DE ANTONI,<br />
da Mapfre<br />
CARTEIRAS ATINGIDAS E CONTRATOS DOS SEGURADOS<br />
Além do campo automotivo, mencionado pela reportagem,<br />
a área habitacional foi severamente atingida, com a água invadindo<br />
milhares de casas de vários municípios e outras milhares na área rural.<br />
No primeiro levantamento da CNseg, avaliando os avisos de<br />
sinistros de 28 de abril até 22 de maio de 2024, os produtos com<br />
maior número de avisos foram o residencial e habitacional, com<br />
11.396 sinistros e, aproximadamente, R$ 240 milhões em pagamentos<br />
previstos. Depois, o seguro automóvel, com 8.216 avisos de sinistro<br />
e mais de R$ 557 milhões em indenizações, seguido do seguro<br />
agrícola que, no período, tinha 993 avisos de sinistros com expectativa<br />
de R$ 47 milhões em indenizações.<br />
Para resguardar os direitos dos segurados, a Susep reforçou<br />
às seguradoras que prorroguem coberturas dos contratos de seguros<br />
de todos os segmentos à população afetada, bem como dos<br />
prazos para pagamentos dos prêmios vencidos nesse período, sem<br />
prejuízo das coberturas contratadas. "Além disso, como forma de<br />
facilitar o pagamento das indenizações, a Susep tem atuado junto<br />
às seguradoras, recomendando que elas reforcem os canais de<br />
comunicação para atendimento e apoio aos segurados, principalmente<br />
quanto aos serviços de assistência<br />
e demais coberturas, bem como que<br />
envidem esforços para pronta liquidação<br />
dos sinistros, com reforço das equipes de<br />
regulação e disponibilização de lugares<br />
para eventualmente reunir os bens sinistrados,<br />
como no caso de automóveis e<br />
veículos rurais. Quanto ao acesso aos segurados,<br />
entendemos que as seguradoras<br />
devem disponibilizar todos os meios<br />
viáveis para atendê-los, inclusive com a<br />
utilização dos meios remotos atualmente<br />
disponíveis", diz Alessandro Octaviani,<br />
salientando, entretanto, que as seguradoras<br />
precisam observar os princípios<br />
de conduta disciplinados pela Resolução<br />
CNSP nº 382, de 04 de março de 2020, e<br />
que a Susep fiscaliza, além dos aspectos<br />
prudenciais das companhias, as práticas<br />
de negócio adotadas pela seguradora ao<br />
longo do ciclo de vida do produto que<br />
afetam ou estão associadas com o relacionamento<br />
e o tratamento adequado<br />
do cliente.<br />
Dyogo Oliveira garante que o<br />
setor de seguros tem tomado medidas<br />
efetivas e mostrado um grande comprometimento<br />
com os gaúchos. Ele<br />
lembra que, logo nos primeiros dias<br />
das enchentes, a CNseg recomendou<br />
que suas associadas fizessem o adiamento<br />
dos vencimentos dos contratos<br />
e dos pagamentos. “As seguradoras<br />
adotaram várias ações de assistência<br />
aos gaúchos. Destaco a decisão das<br />
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