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GESTÃO DE FUNDOS<br />

CONSUMIDOR<br />

JOSÉ VARANDA,<br />

professor da ENS<br />

casado com esse compromisso que você<br />

assumiu com o cliente. Então, na hora<br />

que a gente vai tomar a decisão, não<br />

posso comprar um título que vence em<br />

2050, porque se o carro bater amanhã, se<br />

tiver um sinistro ou se o cliente foi roubado,<br />

eu, segurador, preciso pagar ao segurado<br />

dentro de um ano. É um exemplo<br />

muito trivial, mas isso é amplamente utilizado<br />

na companhia. Aqui na Mapfre temos<br />

as apólices de auto, temos a carteira<br />

de curtíssimo prazo, que seria de um<br />

ano, e temos os passivos de previdência<br />

com duração de 20, 30 anos. Precisamos<br />

compor os ativos com a taxa suficiente<br />

para honrar esses contratos.”<br />

CARLOS EDUARDO EICHHORN,<br />

da Mapfre<br />

A Mapfre Investimentos administra, atualmente, cerca de R$<br />

16 bilhões, dos quais R$ 6 bilhões são recursos de terceiros, explica<br />

Eichhorn. “Além da reserva técnica das companhias de seguros,<br />

fazemos a gestão de, aproximadamente, uns R$ 2,6 bilhões para a<br />

entidade de previdência da Mapfre, que são recursos de terceiros, os<br />

PGBL e os VGBL”, resume o executivo. A Mapfre Investimentos faz, inclusive,<br />

a gestão de recursos para fundos de pensão. A capilaridade<br />

da atuação da seguradora atrai clientes para a gestão de recursos.<br />

“Temos um fundo de renda fixa, que é natural — mais de 90% das<br />

nossas reservas e demais fundos são de renda fixa — e temos fundos<br />

multimercados, como os de previdência e abertos. Além deles, temos<br />

fundos de crédito privado conforme a nossa gestão, com a nossa<br />

análise e tudo mais. Isso acaba sendo valorizado pelos clientes, ou<br />

seja, essa característica de ser um gestor grande”, destaca Eichhorn.<br />

Por serem acumuladoras de capital, para fazer frente ao<br />

pagamento e gestão das reservas, as seguradoras acabam constituindo<br />

um ambiente propício para o crescimento da atividade de<br />

gestão de recursos de terceiros. Isso você pode ser observado nos<br />

Estados Unidos, na Europa e no Brasil. “A Mapfre Investimentos,<br />

por exemplo, já tem 20 anos de mercado, e a gestora só cresce.<br />

Fazemos uma gestão cuja característica é basicamente a proteção<br />

patrimonial ao longo do tempo para a seguradora e para os<br />

clientes que estão ali, juntos da própria seguradora. Enxergamos<br />

essa característica comum tanto nas seguradoras locais, quanto<br />

nas seguradoras internacionais, que são gigantes, e as gestoras<br />

de recursos associadas a essas seguradoras, também muito grandes”,<br />

resume o diretor da Mapfre Investimentos.<br />

Na última década, houve uma expansão significativa de plataformas<br />

de investimentos que impulsionaram o mercado de asset<br />

management. Dados da Associação Brasileira das Entidades dos<br />

Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) apontam que, no período<br />

de 2010 a 2021, o número destes fundos cresceu 131%, ou seja,<br />

para quase 24 mil.<br />

Segundo Matos, a penetração das plataformas de investimentos<br />

no setor de seguros tem sido significativa, refletindo uma<br />

tendência crescente de integração entre as áreas de seguros e gestão<br />

de ativos. Esta convergência, diz ele, é impulsionada pela busca<br />

de maior eficiência e diversificação dos serviços oferecidos aos<br />

clientes. Entretanto, pondera o vice-presidente da Fenacor, ainda<br />

existe certa resistência em alguns segmentos, principalmente devido<br />

à complexidade regulatória e à necessidade de adaptação de<br />

processos internos. “A tendência, no entanto, aponta para uma crescente<br />

adoção dessas plataformas à medida que mais seguradoras<br />

reconhecem os benefícios de ter uma gestão integrada e eficiente<br />

de ativos”, visualiza Matos.<br />

Varanda também reconhece que a ampla utilização das plataformas<br />

de investimentos na indústria securitária tem sido significativa<br />

nos últimos anos, refletindo uma tendência crescente de<br />

digitalização e modernização no setor financeiro em geral. “A redução<br />

dos custos e o uso da tecnologia colaboram para este processo<br />

nas últimas décadas. Esta tendência ainda dever permanecer nos<br />

próximos anos, com seus reguladores ajustando o arcabouço legal<br />

em função deste cenário”, prevê o professor da ENS.<br />

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