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Revista Analytica Edição 130

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EDITORIAL<br />

<strong>Revista</strong><br />

Ano 22 - <strong>Edição</strong> <strong>130</strong> - Maio 2024<br />

Caros leitores,<br />

Neste mês de maio, enquanto celebramos o Dia das Mães, a <strong>Analytica</strong> traz uma edição<br />

repleta de conhecimento e avanços científicos que honram não apenas as mães,<br />

mas todos os que buscam o progresso e a excelência em suas áreas de atuação. É com<br />

imenso prazer que apresentamos a <strong>Edição</strong> <strong>130</strong>, com artigos e colunas que refletem o<br />

compromisso da revista com a disseminação do saber e a promoção do desenvolvimento<br />

em diversas áreas.<br />

Destacamos dois artigos científicos que trazem contribuições significativas para a indústria<br />

farmacêutica: "Desenvolvimento e Implementação de uma Ferramenta Facilitadora<br />

para Determinação dos Limites de Resíduo de Ativo Utilizados na Validação de Limpeza<br />

das Plantas Produtivas de uma Indústria Farmacêutica" e "Pseudomonas Aeruginosa na<br />

Indústria Farmacêutica". Esses estudos evidenciam o comprometimento com a qualidade<br />

e a segurança dos processos industriais, essenciais para uma produção confiável.<br />

Além disso, não podemos deixar de mencionar as colunas regulares que enriquecem<br />

nossa revista. No "Blog dos Cientistas", por Ingrid Costa, encontramos explicações instigantes<br />

sobre o mundo científico. Em "Espectrometria de Massas", por Daniele Rocha,<br />

mergulhamos nos avanços tecnológicos dessa técnica analítica fundamental. E em<br />

"Química no Meio Ambiente", por Rogério Ap. Machado, exploramos questões cruciais<br />

para a sustentabilidade e preservação do nosso planeta.<br />

A <strong>Analytica</strong> também reconhece a importância da inovação e tecnologia oferecida por<br />

nossos anunciantes, que contribuem para o avanço contínuo da ciência e da indústria.<br />

Agradecemos sinceramente a participação de todos os colaboradores desta edição,<br />

cujos conteúdos relevantes tornaram possível a elaboração desta publicação.<br />

Desejamos a todos os nossos leitores uma excelente leitura. Que os artigos e colunas<br />

aqui presentes inspirem novas ideias, promovam o debate construtivo e contribuam<br />

para o crescimento do conhecimento científico e tecnológico.<br />

Atenciosamente,<br />

Luciene Almeida<br />

Editora Chefe<br />

Esta publicação é dirigida a laboratórios analíticos e de controle de qualidade dos setores:<br />

FARMACÊUTICO | ALIMENTÍCIO | QUÍMICO | MINERAÇÃO | AMBIENTAL | COSMÉTICO | PETROQUÍMICO | TINTAS | MEIO AMBIENTE | BIOTECNOLOGIA | LIFE SCIENCE<br />

Os artigos assinados sâo de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente a opinião da Editora.<br />

Para novidades na área de instrumentação analítica, controle<br />

de qualidade e pesquisa, acessem nossas redes sociais:<br />

/<strong>Revista</strong><strong>Analytica</strong><br />

/revista-analytica<br />

/revistaanalytica<br />

EXPEDIENTE<br />

Realização: Futurlab<br />

Editora Responsável: Luciene Almeida | redacao@futurlab.com.br<br />

Para assinaturas / renovação: Daniela Faria | 11 98357-9843 | assinatura@futurlab.com.br<br />

Coordenação de Arte: FC DESIGN - contato@fcdesign.com.br<br />

Impressão: Gráfica Hawaii | Periodicidade: Bimestral


<strong>Revista</strong><br />

Ano 22 - <strong>Edição</strong> <strong>130</strong> - Maio 2024<br />

ÍNDICE<br />

01 Editorial<br />

05 Agenda<br />

06<br />

Publique na <strong>Analytica</strong><br />

ARTIGO 1 08<br />

Maria Mayara Saraiva de Sousa, Maurício Ferreira da Rosa<br />

DESENVOLVIMENTO E IMPLEMENTAÇÃO DE UMA<br />

FERRAMENTA FACILITADORA PARA DETERMINAÇÃO<br />

DOS LIMITES DE RESÍDUO DE ATIVO UTILIZADOS NA<br />

VALIDAÇÃO DE LIMPEZA DAS PLANTAS PRODUTIVAS DE<br />

UMA INDÚSTRIA FARMACÊUTICATETOS.<br />

ARTIGO 2 28<br />

Junior Romeo Deoti<br />

PSEUDOMONAS AERUGINOSA NA INDÚSTRIA<br />

FARMACÊUTICA<br />

32<br />

Espectrometria de Massas<br />

Química no Meio Ambiente 38<br />

2<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Maio 2024<br />

Em Foco 46<br />

40<br />

Blog dos Cientistas


LANÇAMENTO<br />

LANÇAMENTO<br />

Máquina de lavar e desinfetar de<br />

grande capacidade para laboratórios<br />

Máquina de lavar e desinfetar de<br />

grande capacidade para laboratórios<br />

PLW 7111 [S-1027]<br />

PLW Máquina 7111 [S-1027] de lavar e desinfetar SlimLine com aquecimento<br />

elétrico e secagem por ar quente<br />

Máquina Bomba de esgoto, de lavar condensador e desinfetar e sensor SlimLine de condutividade. com aquecimento<br />

elétrico e secagem por ar quente<br />

Bomba Rendimento/carga de esgoto, condensador 192 vidros e sensor de colo condutividade. estreito ou 98<br />

pipetas: 241 l de volume útil<br />

Rendimento/carga Flexível e simples: de EasyLoad 192 vidros c/ posicionamento de colo estreito flexível ou 98<br />

pipetas: em níveis241 l de volume útil<br />

Flexível Eficiente: e grande simples: potência EasyLoad com c/ a posicionamento bomba de rotação flexível<br />

em variável níveis<br />

Eficiente: Grande capacidade grande potência - reprocessamento com a bomba de de frascos rotação de<br />

variável laboratório até 50 l<br />

Grande capacidade - reprocessamento de frascos de<br />

laboratório até 50 l<br />

Detalhes do produto<br />

Detalhes do produto<br />

Design antigo<br />

Design novo<br />

Suportes de carga modulares<br />

Conforme necessidade/utilização, os<br />

suportes de carga podem ser adaptados<br />

à louça de forma flexível.<br />

Suportes de carga modulares<br />

Conforme necessidade/utilização, os<br />

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à louça de forma flexível.<br />

Atualizações rápidas e seguras<br />

Acesso facilitado ao apoio ao cliente: as<br />

rápidas atualizações de firmware podem<br />

ser efetuadas Atualizações por pen rápidas USB. e seguras<br />

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ser efetuadas por pen USB.<br />

Sistema EasyLoad<br />

O novo Design sistema antigo EasyLoad simplifica Design o novo<br />

carregamento dos cestos e protege o vidro<br />

de laboratório durante o reprocessamento.<br />

Sistema EasyLoad<br />

O novo sistema EasyLoad simplifica o<br />

carregamento dos cestos e protege o vidro<br />

de laboratório durante o reprocessamento.


<strong>Revista</strong><br />

Ano 22 - <strong>Edição</strong> <strong>130</strong> - Maio 2024<br />

ÍNDICE REMISSIVO DE ANUNCIANTES<br />

ordem alfabética<br />

Anunciante pág. Anunciante pág.<br />

ALFA 47<br />

BCQ<br />

4ª CAPA<br />

CRAL 15<br />

FCE PHARMA 31<br />

GREINER 23<br />

KASVI 07<br />

NEWSLAB 37<br />

NOVA ANALITICA 03<br />

TPP TECHNO<br />

2ª CAPA<br />

GRUPO PRIME<br />

3ª CAPA<br />

VEOLIA 11<br />

Esta publicação é dirigida a laboratórios analíticos e de controle de qualidade dos setores:<br />

FARMACÊUTICO | ALIMENTÍCIO | QUÍMICO | MINERAÇÃO | AMBIENTAL | COSMÉTICO | PETROQUÍMICO | TINTAS | MEIO AMBIANTE | LIFE SCIENCE<br />

Os artigos assinados sâo de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente a opinião da Editora.<br />

4<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Maio 2024<br />

Conselho Editorial<br />

Carla Utecher, Pesquisadora Científica e chefe da seção de controle Microbiológico do serviço de controle de Qualidade do I.Butantan - Chefia Gonçalvez Mothé, Prof ª Titular da Escola de Química da Escola de<br />

Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro - Elisabeth de Oliveira, Profª. Titular IQ-USP - Fernando Mauro Lanças, Profª. Titular da Universidade de São Paulo e Fundador do Grupo de Cromatografia (CROMA)<br />

do Instituto de Química de São Carlos - Helena Godoy, FEA / Unicamp - Marcos E berlin, Profª de Química da Unicamp, Vice-Presidente das Sociedade Brasileira de Espectrometria de Massas e Sociedade Internacional<br />

de Especteometria de Massas - Margarete Okazaki, Pesquisadora Cientifica do Centro de Ciências e Qualidade de Alimentos do Ital - Margareth Marques, U.S Pharmacopeia - Maria Aparecida Carvalho de<br />

Medeiros, Profª. Depto. de Saneamento Ambiental-CESET/UNICAMP - Maria Tavares, Profª do Instituto de Química da Universidade de São Paulo - Shirley Abrantes Pesquisadora titular em Saúde Pública do INCQS<br />

da Fundação Oswaldo Cruz - Ubaldinho Dantas, Diretor Presidente de OSCIP Biotema, Ciência e Tecnologia, e Secretário Executivo da Associação Brasileira de Agribusiness.<br />

Colaboraram nesta <strong>Edição</strong>:<br />

Maria Mayara Saraiva de Sousa, Maurício Ferreira da Rosa, Junior Romeo Deoti, Daniele Fernanda de Oliveira Rocha, Rogerio Aparecido Machado, Ingrid Ferreira Costa.


agenda<br />

IV WEB ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA QUÍMICA<br />

DATA: 08 E 12 DE JULHO DE 2024<br />

Local: Evento Online<br />

Informações: https://www.even3.com.br/wendeq2024/<br />

I CONGRESSO BRASILEIRO DE BIOTECNOLOGIA INDUSTRIAL<br />

DATA: 25 A 28 DE AGOSTO DE 2024<br />

Local: Costão do Santinho, Florianópolis-SC<br />

Informações: https://cobbind.com.br/cobbind2024<br />

EXPO & CONGRESSO BRASILEIRO DE MINERAÇÃO (EXPOSIBRAM)<br />

DATA: 09 A 12 DE SETEMBRO DE 2024<br />

Local: Expominas, Belo Horizonte – MG<br />

Informações: https://exposibram2024.ibram.org.br/<br />

21º ENCONTRO NACIONAL DE QUÍMICA ANALÍTICA (ENQA) E 9º CONGRESSO IBERO<br />

AMERICANO DE QUÍMICA ANALÍTICA (CIAQA)<br />

DATA: 15 A 18 DE SETEMBRO DE 2024<br />

Local: Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, Belém - PA<br />

Informações: www.enqa2024.com.br/<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Maio 2024<br />

5


<strong>Revista</strong><br />

Ano 22 - <strong>Edição</strong> <strong>130</strong> - Maio 2024<br />

PUBLIQUE NA ANALYTICA<br />

Normas de publicação<br />

A <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong>, em busca de novidades em divulgação científica, disponibiliza abaixo as normas<br />

para publicação de artigos aos autores interessados.<br />

Bimestralmente, a <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> publica<br />

editoriais, artigos originais, revisões, casos<br />

educacionais, resumos de teses etc. Os editores<br />

levarão em consideração para publicação toda<br />

e qualquer contribuição que possua correlação<br />

com as análises industriais, instrumentação e o<br />

controle de qualidade.<br />

Os manuscritos deverão ser escritos em<br />

português (ortografia oficial), com Abstract<br />

detalhado em inglês. O Resumo e o<br />

Abstract deverão conter as palavras-chave<br />

e keywords, respectivamente.<br />

Todas as fotos, ilustrações, gráficos, desenhos<br />

e fórmulas que comporem o artigo, devem ser<br />

enviados separadamente, em alta resolução<br />

e com os devidos créditos, para uma perfeita<br />

reprodução. Todas deverão estar devidamente<br />

identificadas e com a indicação no texto de<br />

onde deverão ser colocadas.<br />

Os trabalhos deverão ser enviados por e-mail,<br />

ordenados em título, nome e sobrenomes<br />

completos dos autores e nome da instituição<br />

onde o estudo foi realizado. Além disso, o<br />

nome do autor correspondente, com endereço<br />

completo, telefone e e-mail. Seguidos por<br />

Resumo, Palavras-chave, Abstract, Keywords,<br />

Introdução, Materiais e Métodos, Parte<br />

Experimental, Resultados, Discussão, Conclusão,<br />

Agradecimentos e Referências bibliográficas.<br />

As referências deverão constar no texto de<br />

acordo com as normas ABNT.<br />

Evite utilizar abstracts como referências.<br />

Referências de contribuições ainda não<br />

publicadas deverão ser mencionadas como<br />

"no prelo" ou "in press".<br />

Todas as contribuições serão revisadas e<br />

analisadas pelo comitê editorial. Os autores<br />

deverão informar todo e qualquer conflito<br />

de interesse existente, em particular aqueles<br />

de natureza financeira relativo a companhias<br />

interessadas ou envolvidas em produtos ou<br />

processos que estejam relacionados com a<br />

contribuição e o manuscrito apresentado.<br />

Após a aprovação do artigo, os autores<br />

deverão preencher e assinar o termo de<br />

compromisso enviado pela redação, atestando<br />

a originalidade do artigo, bem como a<br />

participação de todos os envolvidos.<br />

Observação: É importante frisar que a <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> não informa a previsão sobre quando o artigo será publicado. Isso se deve ao fato<br />

que, tendo em vista a revista também possuir um perfil comercial – além do técnico cientifico -, a decisão sobre a publicação dos artigos pesa<br />

nesse sentido. Além disso, por questões estratégicas, a revista é bimestral, o que incorre a possibilidade de menos artigos serem publicados –<br />

levando em conta uma média de três artigos por edição. Por esse motivo, não exigimos artigos inéditos – dando a liberdade para os autores<br />

disponibilizarem seu material em outras publicações.<br />

6<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Maio 2024<br />

ENVIE SEU TRABALHO<br />

Luciene Almeida – Redação<br />

redacao@futurlab.com.br<br />

CASO PRECISE DE INFORMAÇÕES ADICIONAIS, ENVIE UM E-MAIL PARA A REDAÇÃO.


ESTEREOMICROSCÓPIO<br />

Trinocular com Zoom 7x-45x<br />

Clareza e versatilidade<br />

para seu laboratório<br />

◙ Cabeçote: Trinocular<br />

◙ Inclinação: 45°<br />

◙ Proporção do Zoom: 1:64<br />

◙ Rotação: 360°<br />

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iluminação transmitida por LED 3W<br />

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Artigo 1<br />

DESENVOLVIMENTO E IMPLEMENTAÇÃO<br />

DE UMA FERRAMENTA FACILITADORA<br />

PARA DETERMINAÇÃO DOS LIMITES DE RESÍDUO<br />

DE ATIVO UTILIZADOS NA VALIDAÇÃO DE LIMPEZA<br />

DAS PLANTAS PRODUTIVAS DE UMA INDÚSTRIA<br />

FARMACÊUTICATETOS.<br />

Maria Mayara Saraiva de Sousa1, Maurício Ferreira da Rosa2<br />

1Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR. Barueri. São Paulo.<br />

2 UNIOESTE. Toledo, Paraná.<br />

8<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Maio 2024<br />

Resumo:<br />

Dentro da indústria farmacêutica<br />

existem as boas<br />

práticas de fabricação<br />

(BPF) que fazem parte da<br />

Garantia da Qualidade que<br />

assegura que os produtos<br />

são consistentemente<br />

produzidos e avaliados,<br />

garantindo os padrões de<br />

qualidade apropriados<br />

para o uso pretendido e<br />

requerido pelo registro.<br />

A validação da limpeza<br />

é um parâmetro de fundamental<br />

importância<br />

nos processos produtivos<br />

industriais. O objetivo<br />

principal do trabalho é o<br />

desenvolvimento e implementação<br />

de uma ferramenta<br />

facilitadora a ser<br />

utilizada na determinação<br />

dos limites de aceitação de<br />

ativo utilizados na validação<br />

de limpeza das plantas<br />

produtivas de uma Indústria<br />

Farmacêutica. Com a<br />

utilização de uma ferramenta<br />

padronizada para<br />

determinação dos limites<br />

de aceitação é presumível<br />

minimizar os riscos associados<br />

a elaboração dos<br />

critérios. Com a determinação<br />

correta dos critérios<br />

de aceitação dos produtos<br />

pior-caso de cada linha<br />

produtiva é possível minimizar<br />

o risco de contaminação<br />

cruzada e consequentemente<br />

aumentar a<br />

confiabilidade, segurança<br />

e eficácia dos produtos<br />

fornecidos pelas indústrias<br />

farmacêuticas. O presente<br />

trabalho teve uma grande<br />

relevância, visto que, além<br />

de revisar os cálculos de<br />

residual de ativo praticados,<br />

trouxe uma fundamentação<br />

técnico-científico,<br />

alimentando uma<br />

base de dados confiável


por meio de referências.<br />

O resultado foi a criação<br />

e efetivação de uma ferramenta<br />

facilitadora para<br />

execução da atividade de<br />

cálculos de limites de aceitação,<br />

o que garantiu que<br />

se diminuísse o risco de<br />

erros associados a faltas de<br />

referências e padronização<br />

pelos diferentes analistas.<br />

Foi possível ainda acrescentar<br />

referencial teórico<br />

que pode ser aplicado por<br />

outras indústrias farmacêuticas<br />

nas atividades de<br />

Validação de Limpeza.<br />

Palavras-chave: Boas<br />

práticas de fabricação;<br />

Contaminação cruzada.<br />

ABSTRACT:<br />

Within the pharmaceutical<br />

industry there are good<br />

manufacturing practices<br />

(GMP) that are part of<br />

Quality Assurance that<br />

ensures that products are<br />

consistently produced and<br />

evaluated, guaranteeing<br />

the appropriate quality<br />

standards for the intended<br />

use and required by<br />

registration. Cleaning<br />

validation is a parameter of<br />

fundamental importance<br />

in industrial production<br />

processes, as it is essential<br />

to avoid the occurrence<br />

of cross- contamination<br />

between batches of different<br />

assets, detergent residues<br />

and microbiological<br />

contamination. The main<br />

objective of the work is<br />

the development and<br />

implementation of a<br />

facilitating tool to be used<br />

in determining the asset<br />

acceptance limits used in<br />

the cleaning validation<br />

of production plants in a<br />

Pharmaceutical Industry.<br />

The acceptance limit, a real<br />

numerical value whose<br />

calculation takes into<br />

account the batch size, dose<br />

of the researched active<br />

ingredient, subsequent<br />

product, toxicological<br />

data, solubility and contact<br />

area of the product with<br />

the equipment, the limit<br />

is one of the essential<br />

criteria of the protocol<br />

cleaning validation. Using<br />

a standardized tool to<br />

determine acceptance limits<br />

is expected to minimize<br />

the risks associated with<br />

the creation of the criteria.<br />

By correctly determining<br />

the acceptance criteria for<br />

worst-case products from<br />

each production line, it is<br />

possible to minimize the<br />

risk of cross- contamination<br />

and consequently increase<br />

the reliability, safety and<br />

effectiveness of products<br />

supplied by pharmaceutical<br />

industries. The present work<br />

had great relevance, since,<br />

in addition to reviewing the<br />

asset residual calculations<br />

carried out, it provided a<br />

technical-scientific basis,<br />

feeding a reliable database<br />

through references. The<br />

result was the creation<br />

and implementation<br />

of a facilitating tool for<br />

carrying out the activity<br />

of calculating acceptance<br />

limits, which ensured that<br />

the risk of errors associated<br />

with lack of references and<br />

standardization by different<br />

analysts was reduced. It<br />

was also possible to add<br />

theoretical references that<br />

can be applied by other<br />

pharmaceutical industries<br />

in Cleaning Validation<br />

activities.<br />

Keywords:<br />

Good<br />

manufacturing practices;<br />

Cross contamination.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Maio 2024<br />

9


Artigo 1<br />

10<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Maio 2024<br />

INTRODUÇÃO:<br />

Atualmente na indústria<br />

farmacêutica são aplicadas<br />

as boas práticas de fabricação<br />

(BPF) que fazem parte<br />

da Garantia da Qualidade a<br />

qual garante que os produtos<br />

são consistentemente<br />

produzidos e avaliados,<br />

garantindo os padrões de<br />

qualidade apropriados<br />

para o uso pretendido e<br />

requerido pelo registro<br />

(MINGORANCE, 2005). As<br />

boas práticas de fabricação<br />

(BPF), diariamente aplicadas<br />

nas áreas da indústria<br />

farmacêutica, visam que<br />

o produto chegue ao<br />

paciente com a qualidade<br />

e a eficácia garantidas.<br />

Para isso, existem diversas<br />

áreas específicas e estudos<br />

são realizados, como os<br />

estudos de validação, que<br />

englobam validações de<br />

sistemas computadorizados,<br />

qualificações de sistemas<br />

de água e de ar, qualificação<br />

de equipamentos,<br />

assim como as validações<br />

de processos, holding<br />

time, revisão periódica de<br />

produtos e, dentre eles,<br />

o estudo de validação<br />

de limpeza o qual atesta,<br />

documentalmente, que os<br />

procedimentos de limpeza<br />

aplicados nos equipamentos<br />

e utensílios utilizados<br />

na fabricação dos produtos<br />

pertencentes ao portfólio<br />

da empresa são seguros,<br />

robustos, reprodutíveis e<br />

adequados para não ocorrer<br />

contaminação cruzada<br />

de produtos, visando a<br />

segurança do consumidor<br />

final do medicamento<br />

(ANVISA, 2010).<br />

A principal implicação de<br />

não possuir uma validação<br />

de limpeza nas linhas<br />

produtivas de medicamentos<br />

é ocorrência de<br />

contaminação cruzada.<br />

A contaminação cruzada<br />

pode ser vista como um<br />

problema de saúde pública,<br />

ao qual toda sociedade<br />

pode estar exposta.<br />

Um caso clássico, que<br />

evidencia o quão danoso<br />

pode ser uma contaminação<br />

cruzada, foi notificada<br />

em 1958 nos EUA, onde<br />

ocorreu uma intoxicação<br />

em massa de crianças<br />

entre cinco e dez anos<br />

que estavam recebendo<br />

tratamento com produto<br />

vitamínico para melhorar<br />

seu desenvolvimento.<br />

Houve aparecimento de<br />

mamas e outras modificações<br />

relacionadas a<br />

presença de estrógenos.<br />

A investigação chegou à<br />

conclusão que as cápsulas<br />

estavam contaminadas<br />

com estrógenos, já que<br />

nesta planta fabril eram<br />

produzidos produtos hormonais<br />

e vitamínicos e a<br />

limpeza não foi eficiente<br />

(RAMIREZ et.al., 2014).<br />

Dessa maneira, a fim de<br />

prevenir a contaminação<br />

cruzada de produtos ao<br />

qual compartilham a<br />

mesma linha produtiva,<br />

destaca-se, a importância<br />

da validação de limpeza<br />

nos processos produtivos<br />

industriais, uma vez que<br />

são essenciais para evitar<br />

esse tipo de ocorrência<br />

entre lotes de ativos<br />

diferentes, além de contaminações<br />

por resíduos<br />

de detergente ou contaminação<br />

microbiológica<br />

(ALENCAR, 2006).


Artigo 1<br />

12<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Maio 2024<br />

Dentro do elevado e variado<br />

portfólio de produtos<br />

da indústria farmacêutica,<br />

dificilmente se consegue<br />

dedicação de uma unidade<br />

de fabricação ou conjunto<br />

de equipamentos no processo<br />

produtivo a um único<br />

produto. Deste modo<br />

deve-se assegurar que o<br />

lote/produto subsequente<br />

não receba resíduo, tanto<br />

do produto anterior quanto<br />

dos produtos utilizados<br />

no processo de limpeza<br />

dos equipamentos. Como<br />

estratégia para executar<br />

a validação de limpeza,<br />

iniciou-se a utilização de<br />

escolha de um produto<br />

pior caso por equipamento/rota,<br />

avaliando tecnicamente<br />

as características<br />

de cada um dos produtos<br />

que utilizam a determinada<br />

rota e equipamento,<br />

levando em consideração<br />

diversos fatores para concluir<br />

esse denominador. O<br />

pior caso na validação de<br />

limpeza seria o produto<br />

o qual possui uma menor<br />

solubilidade, maior toxicidade<br />

e maior dificuldade<br />

de limpeza sendo o representativo<br />

de situação mais<br />

crítica de limpeza o que<br />

automaticamente estará<br />

assumindo que todos<br />

os produtos fabricados<br />

naquele equipamento têm<br />

seu processo de limpeza<br />

validado e limpeza menos<br />

crítica do que comparado<br />

ao caso crítico.<br />

Após a escolha do produto<br />

pior-caso determinado<br />

a partir de um<br />

cálculo pré- definido, é<br />

possível avaliar e testar<br />

o procedimento de limpeza<br />

utilizado no equipamento<br />

a ser estudado<br />

e concluir se o mesmo é<br />

adequado para uma limpeza<br />

eficiente e segura.<br />

Do mesmo modo, que<br />

os equipamentos, também<br />

os utensílios devem<br />

ser limpos, mantidos e<br />

sanitizados, à intervalos<br />

apropriados para evitar<br />

avarias ou contaminações<br />

que possam alterar<br />

a segurança, identidade,<br />

força, qualidade e pureza<br />

do medicamento subsequente<br />

(LEBLANC, 1998).<br />

MATERIAIS E MÉTODOS:<br />

O estudo para determinação<br />

dos limites de<br />

resíduo de ativo utilizados<br />

na validação de<br />

limpeza foi aplicado nas<br />

dependências da empresa<br />

Prati-Donaduzzi. A<br />

execução da proposta<br />

ocorreu na área de produção<br />

de medicamentos<br />

da forma farmacêutica<br />

sólidos orais. Foi levado<br />

em consideração todos<br />

os produtos que são produzidos<br />

na planta produtiva<br />

de sólidos orais.<br />

A metodologia utilizada<br />

para atingir o objetivo<br />

geral e objetivos específicos<br />

expostos neste<br />

trabalho foi elaborada<br />

através de uma revisão<br />

bibliográfica abrangendo<br />

as principais legislações<br />

vigentes que se<br />

referem às Boas práticas<br />

de fabricação como, a<br />

RDC 301 que Dispõe<br />

sobre as Boas Práticas<br />

de Fabricação de Medicamentos,<br />

IN 47 da RDC<br />

301 que Dispõe sobre as<br />

Boas Práticas de Fabricação<br />

complementares<br />

às atividades de qualificação<br />

e validação, RDC<br />

249 que fala do Regulamento<br />

Técnico das Boas<br />

Práticas de Fabricação de<br />

Produtos Intermediários<br />

e Insumos Farmacêuticos<br />

Ativos, Farmacopéia


Brasileira 6a edição,<br />

Guia de Validação de<br />

limpeza para Famoquímicas<br />

da ANVISA, Guia<br />

relacionados à garantia<br />

de qualidade da ANVI-<br />

SA, Guia de inspeção de<br />

limpeza FDA; guia sobre<br />

validação do ICH, e artigos,<br />

sendo pesquisados,<br />

basicamente através de<br />

banco de dados e endereços<br />

eletrônicos da Web<br />

através do uso da ferramenta<br />

de busca do Google<br />

acadêmico, Scientific<br />

Electronic Library Online<br />

(Scielo) e na Coordenação<br />

de Aperfeiçoamento<br />

de Pessoal de Nível<br />

Superior (CAPES). As leituras<br />

dos artigos tiveram<br />

caráter seletivo, considerando<br />

o assunto tema<br />

escolhido considerando<br />

a experiência da autora<br />

na área de validação em<br />

indústria farmacêutica.<br />

O estudo foi desenvolvido<br />

para buscar uma melhoria<br />

na atividade de Validação<br />

de Limpeza, a fim de<br />

possibilitar uma condição<br />

de maior produtividade,<br />

reprodutibilidade e<br />

robustez da atividade de<br />

determinação dos limites<br />

de aceitação de ativo para<br />

os estudos de Validação<br />

de Limpeza. Com a aplicação<br />

do trabalho e seu<br />

levantamento bibliográfico,<br />

foi possível determinar<br />

e padronizar, os critérios<br />

a serem seguidos para a<br />

determinação do limite<br />

de ativo do produto pior<br />

caso da rota produtiva.<br />

Na indústria farmacêutica<br />

alvo do estudo existem<br />

implementados cálculos<br />

de determinação dos<br />

limites de aceitação do<br />

produto pior-caso das<br />

linhas produtivas de acordo<br />

com o procedimento<br />

operacional padrão (POP)<br />

interno, porém, com a<br />

execução do trabalho foi<br />

possível revisitar os cálculos<br />

existentes com embasamento<br />

técnico-científico<br />

padronizado, robusto<br />

e rastreável, levando em<br />

consideração a utilização<br />

do PDE no atributo de<br />

toxicidade, visto que tal<br />

atributo foi incorporado<br />

após a implementação<br />

da Instrução Normativa<br />

IN Nº 47/2019 (ANVISA,<br />

2019). O critério de toxicidade<br />

anteriormente era<br />

determinado por meio<br />

da dose DL050 (Dose<br />

letal expressa em mg/kg),<br />

assim sendo, os limites até<br />

então calculados utilizam<br />

este critério, por isso dá<br />

importância de se ter uma<br />

revisitação nestes.<br />

Para a revisão dos cálculos<br />

existentes na empresa<br />

para determinação dos<br />

limites de aceitação do<br />

produto pior caso da<br />

validação de limpeza foi<br />

realizada coleta de dados<br />

do setor de Validação de<br />

Limpeza da empresa em<br />

questão, com os produtos<br />

envolvidos, referência e<br />

valores atualmente utilizados,<br />

avaliando tecnicamente<br />

e cientificamente<br />

os dados, instrumentos<br />

e métodos utilizados,<br />

respeitando sempre as<br />

restrições impostas pela<br />

empresa-alvo do estudo<br />

no que tange às informações<br />

confidenciais.<br />

Inicialmente foram realizadas<br />

buscas bibliográficas<br />

a cerca das principais<br />

referências e metodologias<br />

a serem empregadas<br />

para a realização do<br />

cálculo de determinação<br />

do limite de resíduo de<br />

IFA a ser contemplado<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Maio 2024<br />

13


Artigo 1<br />

14<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Maio 2024<br />

nos estudos de Validação<br />

de Limpeza. Posteriormente<br />

foram escolhidos<br />

e mapeados quais as<br />

metodologias de cálculos<br />

a serem utilizadas como<br />

padrão, sendo realizada a<br />

elaboração de uma base<br />

de dados com as referências<br />

a serem utilizadas<br />

em todas as revisões dos<br />

cálculos existentes nas<br />

atividades, assim como a<br />

criação de uma ferramenta<br />

eletrônica com a compilação<br />

de todos os cálculos<br />

e fórmulas automáticas<br />

previamente determinadas<br />

com suas respectivas<br />

referências e critérios a<br />

serem avaliados.<br />

Como a empresa detém<br />

de uma planta produtiva<br />

multipropósito, em um<br />

mesmo equipamento são<br />

produzidos diferentes<br />

produtos. Para a definição<br />

do produto a fazer<br />

parte do estudo, calculou-se<br />

o WCI (Worst Case<br />

Index) de cada um dos<br />

produtos que utilizam a<br />

rota produtiva de sólidos<br />

irais e o produto de escolha<br />

(pior caso) foi aquele<br />

que apresentou o maior<br />

índice WCI.<br />

A estratégia para escolha do pior caso para validação<br />

de limpeza adotada neste trabalho, seguiu a<br />

metodologia empregada pela indústria farmacêutica<br />

onde foi executado a proposta deste estudo. Para<br />

exemplificar, serão demonstrados os passos utilizados<br />

na determinação do produto alvo do estudo. A<br />

Equação (1) representa o cálculo do WCI, que será<br />

expresso em valor numérico, quanto maior o valor,<br />

será indicado o produto considerado o pior caso,<br />

dada pela Equação 1:<br />

Tabela 1 - Critérios e pontuação para determinação do Fator de Toxicidade<br />

(fT) em função do PDE.<br />

PDE (mg/dia) Classificação Pontos<br />

≤ 0,001 Grupo 5 5<br />

> 0,001 - ≤ 0,009 Grupo 4 4<br />

> 0,01 - ≤ 0,099 Grupo 3 3<br />

> 0,1 - ≤ 0,5 Grupo 2 2<br />

> 0,5 Grupo 1 1<br />

Fonte: ANVISA (2013); KLAASSEN (2008).<br />

WCI = fT x fD (1)<br />

fS<br />

Onde: fT: Fator de Toxidade; fD: Fator de Dificuldade<br />

de Limpeza e fS: Fator de solubilidade.<br />

A determinação do Fator de Toxidade (fT), foi<br />

obtida pela comparação da toxicidade do medicamento<br />

comparada com o valor do PDE (Exposição<br />

Diária Permitida). Os valores de PDE são dados<br />

extraídos de literaturas e estudos científicos referentes<br />

à administração via oral do medicamento<br />

em ratos ou camundongos. Na Tabela 1, seguem<br />

os critérios para o fator de toxicidade:<br />

O fator de dificuldade de limpeza (fD) é fornecido pelos<br />

operadores envolvidos nos processos de limpeza dos<br />

equipamentos, expondo a experiência na execução<br />

das atividades de limpeza. Na Tabela 2, demonstra os<br />

critérios utilizados com suas respectivas pontuações:


Artigo 1<br />

A Tabela 3, apresenta<br />

os itens para o fator de<br />

Solubilidade (fS), utilizado<br />

como critério que se<br />

baseia na capacidade de<br />

uma determinada substância<br />

ser dissolvida em<br />

um solvente conhecido<br />

ou que será utilizado no<br />

processo de limpeza.<br />

Para a avaliação deve ser<br />

realizado frente ao produto<br />

ativo, dissolvido em<br />

água, conforme literatura<br />

disponível.<br />

Tabela 2 - Critérios e pontuação para determinação do Fator de Dificuldade<br />

de Limpeza (fD).<br />

Nível de Dificuldade de Limpeza<br />

Fonte: ANVISA (2013).<br />

Tabela 3 - Critérios e pontuação para determinação do Fator de Solubilidade<br />

(fS).<br />

Nível da Solubilidade<br />

Solubilidade (ppm) Solvente:<br />

água<br />

Pontos<br />

Muito Solúvel menos de 1 parte 7<br />

Facilmente Solúvel de 1 a 10 partes 6<br />

Solúvel de 10 a 30 partes 5<br />

Ligeiramente Solúvel de 30 a 100 partes 4<br />

Pouco Solúvel de 100 a 1.000 partes 3<br />

Muito Pouco Solúvel de 1.000 a 10.000 partes 2<br />

Praticamente Insolúvel ou<br />

Insolúvel<br />

Fonte: ANVISA (2013); USP 32 (2021).<br />

Pontos<br />

Muito difícil de limpar 3<br />

Difícil de limpar 2<br />

Fácil de limpar 1<br />

mais de 10.000 partes 1<br />

16<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Maio 2024<br />

Em decorrência da busca<br />

literária a cerca dos métodos<br />

de determinação do<br />

limite de ativo para os<br />

estudos de Validação de<br />

Limpeza, foram encontradas<br />

diversas metodologias<br />

a serem empregadas para<br />

a atividade, sendo as mesmas<br />

discutidas a seguir.<br />

Utilizado para as linhas<br />

produtivas ou equipamentos,<br />

cujos medicamentos/IFA<br />

produzidos<br />

apresentem doses terapêuticas<br />

definidas, os<br />

cálculos para obtenção<br />

dos limites de resíduos<br />

ativos podem ser realizados<br />

da seguinte forma:<br />

Limite no Produto Subsequente<br />

(L1 / LPS):<br />

Para calcular o limite da<br />

substância ativa de cada<br />

produto subsequente a<br />

ser fabricado, as informações<br />

necessárias são: a<br />

dose mínima diária (dose<br />

terapêutica mínima) da<br />

substância que está sendo<br />

limpa (Produto Pior Caso)<br />

e a dose máxima diária<br />

do próximo produto subsequente<br />

a ser fabricado<br />

(produto B). A fórmula está<br />

descrita na Equação 2:<br />

Equação 2:<br />

L1 ( LPS) = (0,001) x Dose mínima diária do ativo no produto A (µg/dia)*<br />

Dose máxima diária do produto B (g/dia ou mL/dia)<br />

Fonte: LE BLANC (2000)<br />

Onde:<br />

L1(LPS) = Limite no Produto<br />

Subsequente<br />

0,001 = Fator de Segurança<br />

para produtos<br />

orais: que corresponde à<br />

milésima parte, 0,1% ou<br />

1/1000.<br />

Dose mínima do produto<br />

A expressa em µg=<br />

É a dose mínima diária<br />

para efeito terapêutico<br />

definida na bula do produto<br />

crítico.<br />

L1: será obtido em (µg/g; µg/mL ou ppm)


DMDS = Máxima dose diária<br />

do produto subsequente<br />

em (g ou mL), extraído<br />

da bula do produto.<br />

Tabela 4: Fator de Segurança segundo rota de administração<br />

Rota de Administração<br />

Rota de Administração<br />

Produtos Tópicos 10 – 100<br />

Produtos Orais 100 - 1000<br />

Parenterais 1000-10000<br />

A Tabela 4 evidência o fator<br />

de segurança para cada<br />

rota de administração.<br />

O valor encontrado no<br />

LPS (L1) deve ser comparado<br />

ao valor padrão<br />

de 10 ppm, devendo ser<br />

utilizado como limite o<br />

menor destes valores.<br />

Caso o valor calculado<br />

seja superior a 10 ppm,<br />

utilizar 10 ppm como<br />

limite no produto subsequente<br />

e seguir com os<br />

outros cálculos.<br />

Limite por Área Superficial<br />

(L2 / LAS): É o limite<br />

de resíduos em termos<br />

de nível de contaminação<br />

da substância ativa pela<br />

soma da área superficial<br />

dos equipamentos utilizados<br />

para a produção<br />

do caso crítico. Esse limite<br />

(em µg/cm2) depende<br />

do valor do LPS (L1), do<br />

tamanho do lote do produto<br />

subsequente (TLPS),<br />

da soma das áreas superficiais<br />

dos equipamentos<br />

(ASE, em cm2) e é dado<br />

por meio da Equação 3<br />

demonstrada a seguir:<br />

Fonte: APIC (2021)<br />

Equação 3:<br />

L2 ( LAS ) = L1(LPS) x TLPS(kg ou L) x 1000<br />

ASE<br />

Fonte: LE BLANC (2000)<br />

Onde:<br />

L2 (LAS) = Limite por Área Superficial<br />

L1 (LPS) = Limite no Produto Subsequente<br />

TLPS = Tamanho do menor lote do produto subsequente,<br />

em Kg ou L. O tamanho do lote a ser utilizado na base de<br />

cálculo deve ser correspondente a 90% do lote industrial.<br />

ASE = Soma das áreas superficiais dos equipamentos<br />

em cm².<br />

1000 = Fator de conversão em ppm (para TLPS).<br />

Limite na Amostra Analisada (L3 / LAA): Os limites<br />

LPS (L1) e LAS (L2) não são medidos diretamente pelo<br />

procedimento analítico. Este procedimento normalmente<br />

avalia o agente ativo amostrado por swab,<br />

seguido da extração por um solvente estabelecido na<br />

metodologia analítica específica. Na amostragem por<br />

swab assume-se que uma área fixa de superfície do<br />

equipamento é amostrada, sendo o swab posteriormente<br />

imerso em uma quantidade fixa de solvente.<br />

Para o cálculo por de Swab o mesmo está demonstrado<br />

na Equação 4 abaixo:<br />

Equação 4:<br />

L3 (LAA) = L2 (LAS) x área amostrada(cm)<br />

Total de solvente (mL)<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Maio 2024<br />

17


Artigo 1<br />

Para a técnica de rinsagem (enxague) no L3, o volume<br />

de amostragem do solvente contido no frasco para<br />

o swab é substituído pelo volume da rinsagem (divisor).<br />

No entanto na prática, é impossível amostrar o<br />

volume todo de rinsagem do último enxágue. Neste<br />

caso, a área de 100 cm (10 cm²) é substituída pela área<br />

do equipamento compartilhada com o produto (área<br />

contato), conforme demonstrado na Equação 5.<br />

Equação 5:<br />

L3 (LAA) = L2 (LAS) x área do equipamento ou peça (cm)<br />

volume total utilizado no enxágue (mL)<br />

O L3 para Swab e Enxágue será obtido em (µg/g; µg/mL ou ppm)<br />

Fonte: LE BLANC (2000)<br />

Onde:<br />

L3 (LAA) = Limite na Amostra Analisada L2 (LAS) = Limite<br />

por Área Superficial<br />

Total de solvente = estabelecido 10 mL como padrão,<br />

podendo haver necessidade de variação.<br />

Área amostrada = estabelecido 100 cm (10 cm²) como<br />

padrão<br />

O L3 (LAA) é o limite máximo de resíduo de ativo que<br />

poderá estar presente nos resultados da Validação de<br />

Limpeza, sendo obtido em µg/dia; µg/mL; ppm).<br />

Caso o empate permaneça,<br />

escolher o produto<br />

que apresentar a maior<br />

concentração de ativo por<br />

dose (mg).<br />

O processo de inclusão<br />

da Exposição Diária Permitida<br />

(PDE) nos cálculos<br />

de Validação de Limpeza<br />

tem a finalidade de<br />

determinar o limite permitido<br />

que representa<br />

uma dose de uma substância<br />

específica que é<br />

improvável que cause<br />

um evento, pelo tempo<br />

de vida de um indivíduo,<br />

se estiver exposto a essa<br />

dose ou abaixo dessa<br />

dose por dia.<br />

A determinação do PDE<br />

envolve:<br />

18<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Maio 2024<br />

Estes cálculos serão realizados para todos os medicamentos<br />

subsequentes aos casos críticos das linhas produtivas<br />

ou dos equipamentos individuais. O menor valor encontrado<br />

dentre os subsequentes, será o critério de aceitação<br />

calculado. Em caso de empate entre dois ou mais produtos<br />

subsequentes, será eleito o subsequente que apresentar<br />

a menor razão entre o menor tamanho do lote e a maior<br />

dose terapêutica, determinado conforme Equação 6:<br />

Equação 6:<br />

Melhor subsequente = Menor Tamanho de Lote<br />

Menor Dose Terapêutica<br />

Fonte: ALENCAR, JR. B; CLEMENTINO, M. R. A; NETO, P. R. N., 2006<br />

1. A identificação do risco,<br />

através da revisão de todos<br />

os dados relevantes;<br />

2. Identificação de "efeitos<br />

críticos";<br />

3. Determinação do<br />

nível sem efeito adverso<br />

observado (NO(A)EL) dos<br />

que são considerados<br />

efeitos críticos;


4. Uso de vários fatores<br />

de ajuste para o cálculo,<br />

devido às incertezas.<br />

O cálculo do PDE é uma<br />

avaliação toxicológica<br />

da substância ativa de<br />

um medicamento, o<br />

qual não leva em consideração<br />

as informações<br />

relativas ao processo<br />

produtivo dos produtos<br />

relacionados neste<br />

estudo, tais como:<br />

• Rota produtiva;<br />

• Área de superfície interna<br />

dos equipamentos da<br />

rota produtiva em contato<br />

com produto;<br />

• Dose mínima diária<br />

administrada;<br />

• Dose máxima dos produtos<br />

• Subsequentes;<br />

• Tamanho de lote dos<br />

produtos subsequentes;<br />

• Área de amostragem /<br />

Volume amostrado;<br />

• Quantidade de solvente.<br />

Do ponto de vista técnico-científico,<br />

em termos<br />

de definição do limite<br />

de resíduos de um produto<br />

que pode ser carreado<br />

(para unidades/<br />

lotes) para um produto<br />

subsequente, a utilização<br />

do parâmetro PDE,<br />

em comparação com a<br />

abordagem tradicional<br />

(que utiliza os fatores<br />

de segurança como<br />

1/1000 da mínima dose<br />

diária do produto A na<br />

máxima dose diária do<br />

produto B ou 10 ppm)<br />

é robusta, tecnicamente<br />

justificada, efetiva e<br />

segura para:<br />

• construir a qualidade e<br />

segurança nos produtos<br />

ainda durante o processo;<br />

• proteger a saúde dos<br />

usuários, eliminando a<br />

exposição desnecessária<br />

dos mesmo a limites<br />

residuais não aceitáveis,<br />

provenientes da contaminação<br />

cruzada entre<br />

diferentes produtos.<br />

Assim sendo, conduzidas<br />

as comparações dos limites<br />

residuais máximos<br />

(de produtos) entre PDE<br />

versus 1/1000 e/ou 10<br />

ppm, do ponto de vista<br />

técnico sugere-se utilizar<br />

o valor mais conservador<br />

para (re)condução da(s)<br />

validações dos procedimentos<br />

de limpeza.<br />

Na equação 7 está descrita<br />

como é realizada a<br />

determinação do PDE/<br />

LEBS:<br />

Equação 7:<br />

PDE/LEBS = NOAEL x Peso Padrão<br />

F1 x F2 x F3 x F4 x F5<br />

Onde:<br />

NOAEL: Parâmetro toxicológico<br />

(NOEL, NOAEL,<br />

LOEL e LOAEL) estabelecido.<br />

PESO PADRÃO: Weight<br />

adjustment um corpo<br />

padrão com 50 kg deve<br />

ser usado para medicamentos<br />

F- Fator de<br />

incerteza (ajuste), de<br />

acordo com os parâmetros<br />

indicados no<br />

GQ.03.22.<br />

Limite por PDE/LEBS: Utilizar<br />

o valor obtido para<br />

PDE, em substituição ao<br />

L1 / LPS conforme descrito<br />

na Equação 8 a seguir:<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Maio 2024<br />

19


Artigo 1<br />

20<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Maio 2024<br />

Onde:<br />

1000: fator de conversão<br />

de unidade (mg para µg)<br />

DMDS: dose máxima diária<br />

do subsequente em g/<br />

dia ou mL/dia<br />

O valor encontrado no<br />

PDE/LEBS deve ser comparado<br />

ao valor padrão<br />

de 10 ppm, devendo ser<br />

utilizado como limite o<br />

menor destes valores.<br />

Caso o valor calculado seja<br />

superior a 10 ppm, utilizar<br />

10 ppm como limite no<br />

produto subsequente e<br />

seguir com os outros cálculos.<br />

Os cálculos de L2 /<br />

LAS e L3 / LAA deve seguir<br />

normalmente conforme<br />

itens mencionados acima<br />

nas equações 7 e 8.<br />

RESULTADOS E DISCUS-<br />

SÕES:<br />

De acordo com as metodologias<br />

disponíveis na<br />

literatura e discutidas<br />

anteriormente no item<br />

de revisão bibliográfica<br />

deste documento, as<br />

mesmas foram avaliadas<br />

e escolhidas para<br />

utilização com intuito<br />

de determinar os limites<br />

Equação 8:<br />

Limite Calculado (L1/LPS) = PDE x (1000)<br />

DMDS (g/dia ou mL/dia)<br />

Fonte: FDA (2014)<br />

de aceitação de ativo<br />

utilizados na validação<br />

de limpeza das plantas<br />

produtivas da empresa<br />

em estudo. As fórmulas<br />

dos cálculos elencados<br />

como padrão foram inseridas<br />

em uma ferramenta<br />

no software Excel® a qual<br />

contêm todas as informações<br />

necessárias a serem<br />

utilizadas no cálculo para<br />

determinação dos limites<br />

de aceitação de ativo de<br />

cada produto pior caso.<br />

Com base nas referências<br />

supracitadas, avaliação<br />

do programa de validação<br />

de limpeza e procedimentos<br />

operacionais<br />

internos da atividade<br />

de validação de limpeza<br />

foi escolhido o cálculo<br />

mais adequado para o<br />

uso pretendido. Com a<br />

finalização da ferramenta<br />

eletrônica com as respectivas<br />

referências de<br />

cálculo, fórmulas, base de<br />

dados e critérios a serem<br />

adotados, todos os cálculos<br />

para resíduo de IFA<br />

dos estudos de Validação<br />

de Limpeza para a área de<br />

Sólidos Orais da empresa<br />

hospedeira do trabalho<br />

foram revisitados.<br />

Com os critérios de fT,<br />

fD e fS disponibilizados,<br />

foi construída a matriz<br />

contendo todos os<br />

medicamentos que são<br />

produzidos na linha produtiva<br />

que utiliza o equipamento<br />

emblistadeira<br />

de comprimidos, alvo do<br />

trabalho, para obter o<br />

índice do pior caso.<br />

Na Tabela 5, como exemplo,<br />

estão demonstrados<br />

os dados utilizados para<br />

montar uma matriz para<br />

determinação do caso<br />

crítico. Para cada um dos<br />

medicamentos que utilizam<br />

o equipamento alvo<br />

do estudo como rota produtiva<br />

foram tabulados<br />

os dados de referências<br />

para os fatores de Toxicidade,<br />

Dificuldade de<br />

Limpeza e Solubilidade.


Mediante aos dados, foi<br />

aplicado a Equação 9,<br />

assim, obter ao índice<br />

do WCI.<br />

Equação 9:<br />

WCI = fT x fD (1)<br />

fS<br />

Onde: fT: Fator de Toxidade;<br />

fD: Fator de Dificuldade<br />

de Limpeza e fS: Fator<br />

de solubilidade.<br />

Tabela 5 - Exemplo de aplicação do cálculo do índice do WCI, aplicado<br />

aos produtos que fazem parte da linha produtiva, que utilizam os<br />

equipamentos de emblistamento de comprimidos.<br />

Produtos<br />

Toxicidade<br />

(mg/Kg)<br />

Dificuldade de<br />

Limpeza<br />

Medicamento 1 2001 Fácil de limpar<br />

Solubilidade fT fD fS WCI<br />

Ligeiramente<br />

Solúvel<br />

1 1 4 0,25<br />

Medicamento 2 2000 Fácil de limpar Solúvel 2 1 5 0,40<br />

*Medicamento 3 638<br />

Muito difícil de<br />

limpar<br />

Praticamente<br />

Insolúvel ou<br />

Insolúvel<br />

3 3 1 9,00<br />

Medicamento 4 900 Fácil de limpar Solúvel 3 1 5 0,60<br />

Medicamento 5 1100 Difícil de limpar<br />

Ligeiramente<br />

Solúvel<br />

2 2 4 1,00<br />

Medicamento 6 500 Difícil de limpar Pouco Solúvel 3 2 3 2,00<br />

Medicamento n n n n n n n n<br />

O índice WCI, que<br />

demonstrar o maior valor,<br />

determinou qual seria o<br />

medicamento utilizado<br />

na Validação de Limpeza.<br />

Para determinar o medicamento<br />

como pior caso,<br />

foram utilizados os dados<br />

de fT, fD e fS, de cerca de<br />

120 medicamentos da<br />

forma farmacêutica de<br />

Sólidos Orais, neste caso<br />

o equipamento alvo. Ao<br />

empregar a o cálculo<br />

conforme a equação (8), o<br />

resultado obtido do índice<br />

do WCI foi o número 9.<br />

Ao ser comparado com a<br />

matriz que indica todos<br />

os medicamentos com<br />

seus respectivos índices,<br />

n - representa que deve ser utilizado na matriz todos os medicamentos que são<br />

produzidos na linha produtiva;<br />

* Medicamento que deve ser escolhido com o alvo no estudo.<br />

Fonte: Autoria própria (2022).<br />

foi possível determinar<br />

qual será o medicamento<br />

que será empregado no<br />

estudo. Para esse trabalho<br />

iremos codificar o medicamento<br />

alvo com a sigla<br />

FGD (Medicamento 3 da<br />

tabela 5). De acordo com<br />

os critérios definidos como<br />

adequados e base de<br />

PRODUTO<br />

MEDICAMENTOS<br />

Solubilidade<br />

dados discutido no item<br />

5.2 deste trabalho a ferramenta<br />

no software Excel®<br />

foi elaborada com intuito<br />

de padronização dos critérios<br />

a serem adotados,<br />

assim como reprodutibilidade<br />

na atividade. A ferramenta<br />

está demonstrada<br />

nas Figura 01 e 02:<br />

Figura 01 – Ferramenta retirada por meio de captura no software<br />

Excel® para determinação do produto pior-caso<br />

Toxicidade<br />

(mg/kg)<br />

Dificuldade de<br />

limpeza<br />

fS fT fD WCI<br />

Medicamento A Facilmente Solúvel 2650 Fácil de limpar 6 1 1 0,17<br />

Medicamento B Facilmente Solúvel 2650 Fácil de limpar 6 1 1 0,17<br />

Medicamento C Facilmente Solúvel 2650 Fácil de limpar 6 1 1 0,17<br />

Medicamento D Pouco Solúvel 20000 Muito difícil de limpar 3 1 3 1,00<br />

Fonte: Autoria própria (2022).


Artigo 1<br />

Após avaliação das metodologias<br />

existentes e<br />

discutidas previamente,<br />

optou-se por utilizar ambas<br />

as fórmulas, sendo elas do<br />

Critério Dose Terapêutica e<br />

Critério de PDE, visto que<br />

de acordo com as legislações<br />

sanitárias vigentes<br />

ambas as ferramentas são<br />

aceitas e necessárias.<br />

Figura 02 – Base de Dados da ferramenta retirada por meio de captura<br />

no software<br />

Excel® para determinação do produto pior-caso<br />

Fator So lubilidade em Água (fS)<br />

Termo Descritivo Solubilidade em água Pontos - fS<br />

Muito Solúvel<br />

Very soluble<br />

Facilmente Solúvel<br />

Freely soluble<br />

Solúvel<br />

Soluble<br />

Ligeiramente Solúvel<br />

Moderamente Solúvel<br />

Sparingly soluble<br />

Pouco Solúvel<br />

Slightly soluble<br />

Muito Pouco Solúvel<br />

Very slightly soluble<br />

Praticamente insolúvel ou Insolúvel<br />

Practically insolubre, or insolub<br />

Menos que 1<br />

Less than1<br />

De 1 a 10<br />

From 1 to 10<br />

De 10 a 30<br />

From 10 to 30<br />

De 30 a 100<br />

From 30 to 100<br />

De 100 a 1000<br />

From 100 to 1000<br />

De 1000 a 10000<br />

From 1000 to 10,000<br />

Maior ou igual a 10000<br />

10,000 and over<br />

Fator Toxicidade (fT) em função da DL50<br />

DL50 (oral-ratos) - mg/kg Classificação Pontos - fT<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

DL50 ≤ 200 Alta Toxicidade 4<br />

22<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Maio 2024<br />

Dessa forma, todos os<br />

cálculos existentes de<br />

determinação do resíduo<br />

de ativo para os estudos<br />

de Validação de Limpeza<br />

foram elaborados com as<br />

seguintes metodologias,<br />

descritas nas equações<br />

10, 11, 12, 13, 14 e 15 discutidas<br />

a seguir:<br />

De acordo com as equações<br />

definidas a ferramenta<br />

no software Excel® foi<br />

elaborada com a inclusão<br />

da fonte de referência de<br />

cada item da fórmula a<br />

ser avaliado e levado em<br />

consideração, gerando<br />

uma ação de reprodutibilidade<br />

e rastreabilidade dos<br />

dados a cada elaboração<br />

e/ou revisão de cálculo. O<br />

layout da ferramenta está<br />

demonstrado na Figura 03:<br />

200 < DL50 ≤ 1000 Moderada Toxicidade 3<br />

1000 < DL50 ≤ 2000 Pouca Toxicidade 2<br />

DL50 > 2000 Baixa Toxicidade 1<br />

PDE<br />

Fonte: Autoria própria (2022).<br />

Toxicidade (fT) em função da PDE<br />

PDE (mg/dia) Classificação Pontos - fT<br />

Fator Dificuldade de Limpeza (fD)<br />

Dificuldade de Limpar<br />

≤ 0,001 Grupo 5 5<br />

> 0,001 - ≤ 0,009 Grupo 4 4<br />

> 0,01 - ≤ 0,099 Grupo 3 3<br />

> 0,1 - ≤ 0,5 Grupo 2 2<br />

> 0,5 Grupo 1 1<br />

Pontos - fD<br />

Muito difícil de limpar 3<br />

Difícil de limpar 2<br />

Fácil de limpar 1<br />

Critério Dose Terapêutica:<br />

Equação 10:<br />

L1(LPP)= (0,001) x (Min. Dose Diária do Ativo no Produto A)<br />

(Máx.Dose Diária do Produto B)<br />

Equação 11:<br />

L2(LAS)= (L1 ou 10 ppm)x(Menor Lote do Produto Subsequente)x<br />

Fonte: LE BLANC (2000)<br />

Critérios de PDE:<br />

(1000)<br />

Área Superficial dos Equipamentos<br />

Equação 12:<br />

L3(LAA)= (L2) x (Área da Superfície Swabada)<br />

Volume de Solvente de Amostragem<br />

Equação 13:<br />

L1 (LPP)= PDE x (1000)<br />

Máx. Dose Diária do Produto B


Artigo 1<br />

Para os fatores de determinação<br />

de dose mínima<br />

diária de ativo no produto<br />

A existem na literatura<br />

científica poucas bases<br />

de referência padrão,<br />

dessa forma, foi aplicado<br />

para este item que a dose<br />

mínima diária de ativo no<br />

produto A fosse obtida<br />

multiplicando a concentração<br />

de ativo no produto<br />

A (ex. 400 mg/dose)<br />

pelo menor número de<br />

doses diária (ex. 1 dose/<br />

dia) de acordo com o proposto<br />

pela APIC (2021),<br />

conforme demonstrado<br />

na Equação 16:<br />

Equação 15:<br />

L3(LAA)= (L2) x (Área da Superfície Swabada)<br />

Volume de Solvente de Amostragem<br />

Fonte: LE BLANC (2000)<br />

Equação 14:<br />

L2(LAS)= (L1 ou 10 ppm) x (Menor Lote do Produto Subsequente) x (1000)<br />

Área Superficial dos Equipamentos<br />

Figura 03 – Ferramenta retirada por meio de captura software Excel®<br />

para determinação do limite de residual de ativo.<br />

Dose mínima diária sólida<br />

= (400 mg/dose) X (1<br />

dose/dia) = 400 mg/dia<br />

(400,000 µg/dia), mínima<br />

dose diária indicada na<br />

bula do medicamento.<br />

24<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Maio 2024<br />

Tal situação de escassez de<br />

referencial teórico ocorre<br />

também para o item de<br />

dose máxima diária do<br />

produto B (subsequente),<br />

dessa forma, foi proposto<br />

o cálculo da mesma multiplicando<br />

a dose diária<br />

(ex. 1 comprimido/dose)<br />

pelo número máximo<br />

de doses por dia (ex.<br />

10 dose/dia), conforme<br />

Equação 17 e demonstrado<br />

pela APIC (2021):<br />

Fonte: APIC (2021)<br />

Fonte: APIC (2021)<br />

Equação 16:<br />

Dose Mínima de Ativo = (mg) (dose)<br />

dose dia<br />

Equação 17:<br />

Dose Mínima de Ativo = (comp) (dose)<br />

dose dia


A dose máxima será o<br />

onde como subsequente<br />

de Sólidos Orais conforme<br />

número de doses a serem<br />

será considerado apenas<br />

cronograma interno da<br />

administradas no dia, multiplicada<br />

pelo Peso Médio<br />

(g) da unidade, conforme<br />

exemplo a seguir:<br />

Dose máxima diária sólida<br />

os produtos que de fato<br />

fazem parte da rota do<br />

equipamento avaliado.<br />

Para a determinação do<br />

limite de resíduo de IFA<br />

empresa hospedeira que<br />

será regido em Procedimento<br />

Operacional Padrão<br />

(POP) interno da atividade<br />

e da organização.<br />

= (1 comprimido/dose X<br />

10 dose/dia) = 10 comprimidos/dia<br />

x peso médio<br />

de 0,17 g = 1,700 g/dia<br />

(DMDS = Dose máxima<br />

diária do produto subsequente<br />

B).<br />

um dos critérios propostos<br />

e adotados para o trabalho<br />

foi o de inclusão do PDE<br />

no atributo de toxicidade,<br />

conforme demonstrado<br />

na Equação 12 do item<br />

4.5.2. Mediante a aplica-<br />

Como ferramenta de<br />

entrega da realização<br />

dos cálculos de limite<br />

de IFA com o novo critério<br />

proposto de PDE foi<br />

elaborado um Relatório<br />

ção da fórmula, todos os<br />

Comparativo com os<br />

Para o item de Áreas<br />

cálculos de resíduo de<br />

resultados encontrados<br />

Superficiais dos Equipa-<br />

limite de IFA foram refeitos<br />

e impactos ocorridos nos<br />

mentos<br />

determinou-se<br />

adotando uma estratégia<br />

estudos de Validação de<br />

que a área utilizada nos<br />

cálculos deve ser a soma<br />

das áreas de todos os<br />

equipamentos da rota do<br />

produto selecionado pior<br />

caso. Os produtos subse-<br />

comparativa entre o Critério<br />

de Dose Terapêutica e o<br />

Critério de PDE. Para a linha<br />

de Sólidos Orais ocorreu a<br />

alteração do limite de residual<br />

de IFA, havendo uma<br />

Limpeza. O relatório passou<br />

por aprovação e disponibilizado<br />

para gestão<br />

conduzir os efeitos e cronograma<br />

estabelecido.<br />

quentes a serem considerados<br />

pode ser o pior subsequente<br />

de toda rota, o<br />

que gera um único limite<br />

de resíduos para toda a<br />

rota, como também pode<br />

ser adotada a estratégia<br />

de realizar o cálculo de<br />

limite por equipamento,<br />

redução do mesmo com<br />

a aplicação do Critério de<br />

PDE. Devido o impacto<br />

em um novo estudo de<br />

Validação de Limpeza com<br />

o novo limite de residual<br />

a estratégia comparativa<br />

será conduzida de forma<br />

gradual na linha produtiva<br />

Os documentos internos<br />

de programa de validação<br />

de limpeza e procedimentos<br />

operacionais<br />

padrão impactados pelo<br />

projeto sofreram revisão<br />

e alteração mediante os<br />

resultados encontrados.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Maio 2024<br />

25


Artigo 1<br />

26<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Maio 2024<br />

CONCLUSÃO:<br />

O processo de Validação<br />

de Limpeza foi de extrema<br />

importância, para<br />

atestar que variações nos<br />

processos produtivos ao<br />

serem avaliados podem<br />

trazer resultados satisfatórios,<br />

corroborando na<br />

eliminação de possíveis<br />

contaminações cruzadas<br />

e garantindo que os<br />

consumidores dos medicamentos<br />

estão livres de<br />

possíveis implicações na<br />

saúde por problemas do<br />

processo de fabricação.<br />

A aplicação do trabalho se<br />

apresentou relevante para<br />

os seguintes fatores:<br />

- Selecionar por meio de<br />

levantamento bibliográfico,<br />

os critérios de Dose<br />

Terapêutica e PDE para a<br />

determinação do limite de<br />

ativo do produto pior caso<br />

da rota produtiva de Sólidos<br />

Orais, fazendo com<br />

que tal seja implementado<br />

em POP e reproduzido<br />

em todas as elaborações<br />

e/ou revisões de cálculos<br />

de determinação de limite<br />

de IFA para os estudos<br />

de Validação de Limpeza;<br />

- Determinar no atributo<br />

de toxicidade dentro do<br />

cálculo de determinação<br />

do limite de aceitação,<br />

a utilização atributo do<br />

PDE (Exposição Diária<br />

Permitida), sendo possível<br />

a avaliação de alterações<br />

nos atuais limites<br />

aplicados nos estudos<br />

de Validação de Limpeza,<br />

assim como o impacto e<br />

cronograma para incorporação<br />

destes novos<br />

resultados encontrados;<br />

- Implementar a ferramenta<br />

no software Excel® com<br />

base de dados, fórmulas<br />

e fontes para os Cálculos<br />

escolhidos com base na<br />

Dose Terapêutica e PDE,<br />

tal ação determina uma<br />

robustez e reprodutibilidade<br />

na atividade, além<br />

de servir como arsenal<br />

técnico- científico para<br />

elaboração do cálculo. A<br />

implementação da ferramenta<br />

proporciona uma<br />

estratégia de trabalho a<br />

ser seguida, diminuindo<br />

erros que ocorriam na<br />

elaboração dos cálculos<br />

e que prejudicavam o<br />

andamento das demais<br />

atividades do setor de Validação<br />

de Limpeza, assim<br />

como os demais setores<br />

da empresa que fazem uso<br />

da informação.<br />

Desta forma, este trabalho<br />

demonstra um ganho na<br />

decisão técnico científica<br />

de um dos pontos avaliados<br />

na atividade e estudos<br />

de Validação de Limpeza,<br />

com possibilidade da<br />

realização de novas propostas<br />

e para evidenciar<br />

os possíveis ganhos produtivos.<br />

Devido a baixa<br />

disponibilidade de autores<br />

e referências bibliográficas<br />

no tema de determinação<br />

dos resíduos de IFA<br />

a serem utilizados nos<br />

estudos de Validação de<br />

Limpeza, o trabalho representa<br />

um grande ganho<br />

entre academia e indústria<br />

em gerar um referencial<br />

teórico para as demais<br />

empresas e indústrias Farmacêuticas<br />

que possuem<br />

a mesma necessidade de<br />

um racional científico para<br />

embasamento nas atividades<br />

executadas.


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ANVISA - AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANI-<br />

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fevereiro 2021.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Maio 2024<br />

27


Artigo 2<br />

PSEUDOMONAS AERUGINOSA NA<br />

INDÚSTRIA FARMACÊUTICA<br />

PSEUDOMONAS AERU-<br />

GINOSA SÃO UMA<br />

AMEAÇA À INDÚSTRIA<br />

FARMACÊUTICA?<br />

Pseudomonas aeruginosa<br />

é uma bactéria Gram-<br />

-negativa<br />

comumente<br />

encontrada em água,<br />

solo e outras fontes<br />

ambientais. Na indústria<br />

farmacêutica, o risco de<br />

contaminação com Pseudomonas<br />

aeruginosa é<br />

uma preocupação séria,<br />

pois pode comprometer<br />

a segurança e eficácia dos<br />

medicamentos. Embora<br />

seja tipicamente inofensiva<br />

para pessoas saudáveis,<br />

ela pode representar<br />

um risco significativo<br />

para populações vulneráveis.<br />

Particularmente<br />

pacientes com sistemas<br />

médicas subjacentes são<br />

mais frágeis a esse tipo<br />

de contaminação.<br />

Se um medicamento contendo<br />

essa bactéria for<br />

administrado a um paciente<br />

vulnerável, ele pode<br />

resultar em infecções graves.<br />

Os sintomas da infecção<br />

por Pseudomonas aeruginosa<br />

podem incluir febre,<br />

calafrios, tosse, dificuldade<br />

Em casos graves, a infecção<br />

pode levar à sepse, uma<br />

condição em que a resposta<br />

imunológica do corpo<br />

fica sobrecarregada.<br />

IMPACTO NA INDÚSTRIA<br />

FARMACÊUTICA<br />

A contaminação de produtos<br />

farmacêuticos com<br />

Pseudomonas aeruginosa<br />

pode ocorrer em várias etapas<br />

do processo de fabri-<br />

28<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Maio 2024<br />

imunológicos enfraquecidos<br />

ou condições<br />

para respirar e infecções<br />

de pele ou tecidos moles.<br />

cação. Etapas como obtenção<br />

de matérias-primas,


formulação, embalagem e<br />

COMO PREVENIR RIS-<br />

taminação<br />

bacteriana<br />

armazenamento<br />

podem<br />

COS DE PSEUDOMONAS<br />

envolvem a cultura de<br />

ser preocupantes. Além<br />

disso, essa bactéria é particularmente<br />

problemática<br />

porque é resistente a muitos<br />

antibióticos comumente<br />

usados, o que dificulta<br />

o tratamento de infecções<br />

que surgem como resultado<br />

da exposição.<br />

No ano de 2019 foram<br />

levantados os dados globais<br />

de mortes provocadas<br />

por infecções bacterianas,<br />

e, entre as espécies descritas,<br />

Pseudomonas aeruginosa<br />

ficou no ranking<br />

entre as 5 bactérias mais<br />

letais, respondendo por<br />

cerca de 559 mil mortes.<br />

Recentemente, nos<br />

Estados Unidos, foram<br />

registradas 3 mortes até<br />

o momento e inúmeros<br />

casos de cegueira devido<br />

a presença de uma cepa<br />

super resistente à antibi-<br />

AERUGINOSA?<br />

Para minimizar o risco<br />

de contaminação com<br />

Pseudomonas aeruginosa,<br />

os fabricantes de<br />

medicamentos devem<br />

implementar medidas<br />

rigorosas de controle de<br />

qualidade durante todo<br />

o processo de fabricação.<br />

Isso inclui testes regulares<br />

de matérias-primas,<br />

água e produtos acabados<br />

para garantir que<br />

estejam livres de contaminação.<br />

Além disso, as<br />

instalações devem ser<br />

projetadas e mantidas<br />

de maneira a minimizar<br />

o risco de contaminação<br />

ambiental. Protocolos<br />

rigorosos para limpeza e<br />

higienização devem ser<br />

seguidos para minimizar<br />

esses riscos.<br />

amostras em laboratório,<br />

o que pode levar vários<br />

dias para produzir resultados.<br />

No entanto, com<br />

o advento da tecnologia<br />

de sequenciamento de<br />

nova geração (NGS), agora<br />

é possível identificar<br />

rapidamente contaminantes<br />

microbianos em<br />

produtos farmacêuticos.<br />

A tecnologia NGS envolve<br />

o sequenciamento<br />

do DNA ou RNA de uma<br />

amostra, permitindo a<br />

detecção de todas as espécies<br />

microbianas presentes<br />

na amostra, incluindo<br />

aquelas que podem ser<br />

difíceis de cultivar. Este<br />

conhecimento pode fornecer<br />

informações valiosas<br />

sobre a diversidade e<br />

as quantidades de bacté-<br />

óticos de Pseudomonas<br />

aeruginosa em colírios.<br />

Os métodos tradicionais<br />

de detecção de con-<br />

rias presentes, bem como<br />

suas fontes potenciais.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Maio 2024<br />

29


Artigo 2<br />

O sequenciamento de<br />

nova geração também<br />

pode ser usado para<br />

monitorar as comunidades<br />

microbianas das<br />

instalações de produção<br />

farmacêutica, ajudando<br />

a identificar fontes<br />

potenciais de formação<br />

de biofilme antes que se<br />

tornem um problema.<br />

Fato importante na identificação<br />

da causa raiz<br />

de contaminações, que<br />

podem ser difíceis de<br />

detectar usando métodos<br />

tradicionais.<br />

COMO A NEOPROSPEC-<br />

TA IDENTIFICA PSEUDO-<br />

MONAS AERUGINOSA?<br />

Para fazer a identificação<br />

precisa de Pseudomonas<br />

aeruginosa e diversos<br />

outros microrganismos<br />

presentes nos ambientes<br />

farmacêuticos, contamos<br />

com um método<br />

de leitura de cadeias<br />

longas de DNA. Devido<br />

a isso, conseguimos<br />

identificar com robustez<br />

e precisão – a nível de<br />

espécie – tanto isolados<br />

bacterianos quanto isolados<br />

fúngicos.<br />

A precisão desse método<br />

o elegeu como o<br />

método do ano de 2022,<br />

de acordo com a revista<br />

Nature. Confira em detalhes<br />

em nosso artigo<br />

“Sequenciamento de<br />

leitura longa é a tecnologia<br />

do futuro”<br />

REFERÊNCIAS<br />

CDC (Centers of Disease Control and Prevention),<br />

2023. Outbreak of Extensively Drug-resistant<br />

Pseudomonas aeruginosa Associated with Artificial<br />

Tears. Acesso em: https://www.cdc.gov/hai/outbreaks/crpa-artificial-tears.html<br />

CDC(Centers of Disease Control and Prevention),<br />

2029. Pseudomonas aeruginosa (P. aeruginosa)<br />

causes many types of healthcare-associated<br />

infections, including pneumonia, bloodstream<br />

infections, urinary tract infections, and surgical<br />

site infections. Acesso em: https://www.cdc.gov/<br />

drugresistance/pdf/threats-report/pseudomonas-<br />

-aeruginosa-508.pdf<br />

GBD 2019 Antimicrobial Resistance Collaborators.<br />

Global mortality associated with 33 bacterial<br />

pathogens in 2019: a systematic analysis for the<br />

Global Burden of Disease Study 2019. Vol. 400,<br />

Pg. 2221-2248, 2022. DOI:https://doi.org/10.1016/<br />

S0140-6736(22)02185-7<br />

Reynolds, D., Kollef, M. The Epidemiology and Pathogenesis<br />

and Treatment of Pseudomonas aeruginosa<br />

Infections: An Update. Drugs 81, 2117–2131 (2021).<br />

https://doi.org/10.1007/s40265-021-01635-6<br />

Junior Romeo Deoti<br />

30<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Maio 2024<br />

Mestre em bioquímica pela Universidade Federal de Santa Catarina. Tem experiência nas áreas de Microbiologia, Biologia Molecular e Bioquímica de Processos Fermentativos.<br />

Atualmente é Especialista em produtos na Neoprospecta.


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Espectrometria de Massas<br />

ORBITRAPS NA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA:<br />

ANÁLISE DE NITROSAMINAS<br />

32<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Maio 2024<br />

A análise de misturas<br />

complexas é desafiadora:<br />

a presença de compostos<br />

de tempo de retenção e<br />

massa muito parecidos<br />

podem prejudicar a seletividade<br />

do método. Por um<br />

lado, a quantificação de<br />

um determinado analito<br />

pode incluir interferentes,<br />

gerando resultados falso<br />

positivos. Por outro lado,<br />

os interferentes podem<br />

suprimir a detecção de<br />

analitos em concentração<br />

muito baixa, gerando<br />

um falso negativo. Ao<br />

escolher um método para<br />

misturas com muitos<br />

componentes é preciso<br />

pensar em um método de<br />

detecção que seja seletivo<br />

e sensível para contornar<br />

estes problemas. Nesta<br />

edição iremos entender<br />

como os espectrômetros<br />

de alta resolução e exatidão<br />

de massa aumentam<br />

a confiabilidade da determinação<br />

de nitrosaminas<br />

em medicamentos e insumos<br />

farmacêuticos.<br />

Palavras-chave: LC-MS,<br />

Orbitrap, impurezas farmacêuticas,<br />

pequenas<br />

moléculas, alta resolução<br />

e exatidão de massa<br />

(HRAM).<br />

No artigo anterior vimos<br />

as diversas opções de<br />

experimentos MS/MS disponíveis<br />

em instrumentos<br />

Triplo Quadrupolo<br />

(QQQ) e como é importante<br />

utilizar a m/z do<br />

precursor e do fragmento<br />

para aumentar a confiabilidade<br />

do resultado.<br />

Uma outra combinação<br />

do analisador quadrupolo<br />

é com analisadores de<br />

alta resolução e exatidão<br />

de massa – HRAM (do<br />

inglês, high resolution<br />

accurate mass) que proporciona<br />

resultados com<br />

ainda mais seletividade<br />

(é capaz de separar seu<br />

analito dos interferentes)<br />

e confiabilidade (a identificação<br />

fica ainda precisa<br />

com a determinação da<br />

fórmula molecular). Nesta<br />

edição veremos um<br />

exemplo de metodologia<br />

desenvolvida com a<br />

linha Thermo Scientific<br />

Orbitrap ExplorisTM, discutindo<br />

resultados para a<br />

determinação de nitrosaminas<br />

em comprimidos<br />

de ranitidina.1<br />

Desde 2018 a investigação<br />

de nitrosaminas está<br />

em evidência na área farmacêutica,<br />

quando houve<br />

um alerta de sua presença<br />

em medicamentos<br />

do grupo sartanas<br />

gerando recolhimento<br />

de produtos de diversos<br />

fabricante. Desde então,<br />

as agências de regulação<br />

do mundo todo têm inspecionado<br />

estes e outros<br />

medicamentos, estabelecendo<br />

metodologias analíticas,<br />

limites aceitáveis e<br />

métodos de previsão de<br />

sua presença na cadeia


Espectrometria de Massas<br />

produtiva. As normas<br />

estão em constante<br />

desenvolvimento nesta<br />

área, exigindo métodos<br />

com alta sensibilidade<br />

para detectar concentrações<br />

muito baixas destes<br />

compostos em toda a<br />

cadeia produtiva dos<br />

medicamentos.<br />

No caso da ranitidina,<br />

a formação de nitrosaminas<br />

é proveniente da<br />

degradação do próprio<br />

insumo farmacêutico ativo<br />

(IFA). É importante ressaltar<br />

que, na sua forma<br />

farmacêutica final, o IFA<br />

e outros componentes<br />

da formulação estarão<br />

de interferentes. É claro<br />

que, além de sensíveis,<br />

os métodos precisam ter<br />

grande exatidão e reprodutibilidade<br />

para análises<br />

de rotina, garantido a<br />

segurança dos medicamentos<br />

consumidos<br />

pelos pacientes.<br />

O hardware de espectrometria<br />

de massas empregado<br />

nesta análise possui<br />

dois analisadores: um<br />

quadruplo e um Orbitrap.<br />

De modo bem suscinto, o<br />

quadrupolo separa as m/z<br />

pela estabilidade na trajetória<br />

entre 4 barras paralelas<br />

quando submetidos<br />

a diferentes condições de<br />

rf/dc (radio frequência e<br />

corrente contínua). Já o<br />

Orbitrap é uma armadilha<br />

de íons que separa as m/z<br />

pelas frequências de oscilação<br />

dos íons ao redor de<br />

um eletrodo em formato<br />

de fuso envolvido por<br />

um eletrodo externo em<br />

formato de sino. Para que<br />

haja a fragmentação do<br />

precursor, o ion-routing<br />

multipole funciona como<br />

célula de colisão em experimentos<br />

MS/MS. Lembra<br />

daquela comparação com<br />

o brinquedo de blocos? A<br />

figura 1 mostra o layout<br />

dos instrumentos da linha<br />

Orbitrap Exploris TM por<br />

este raciocínio.<br />

em concentração muito<br />

mais alta do que o analito<br />

de interesse, no caso, a<br />

impureza<br />

nitrosamina.<br />

Ou seja, esta aplicação<br />

exige, além da separação<br />

cromatográfica,<br />

uma detecção que seja<br />

sensível e seletiva para<br />

detectar pequenas quantidades<br />

em meio a uma<br />

concentração enorme<br />

Figura 1. Layout dos espectrômetros da linha Thermo Scientific Orbitrap Exploris TM . Os<br />

íons passam primeiramente pelo quadrupolo, podendo ser direcionados para o Orbitrap<br />

(experimentos full scan ou SIM) ou para ion-routing multipole para sofrer fragmentação e<br />

então para o Orbitrap (experimentos MS/MS). Figura adaptada da referência 2.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Maio 2024<br />

33


Espectrometria de Massas<br />

Agora falando sobre<br />

a aquisição de dados,<br />

vamos comparar com o<br />

SRM (do inglês, selected<br />

reaction monitoring), um<br />

dos experimentos mais<br />

utilizados para quantificação,<br />

que monitora um<br />

íon precursor e um ou<br />

mais fragmentos específicos.<br />

A figura 2 mos-<br />

Figura 2. Representação dos experimentos A) t-SIM e B) t-MS 2 .<br />

tra uma opção similar<br />

para quantificação no<br />

Orbitrap Exploris TM . Os<br />

experimentos MS tSIM<br />

(target SIM) monitoram<br />

um único íon. Já o tMS2<br />

(targeted tandem MS),<br />

conhecido previamente<br />

como PRM, seleciona<br />

um determinado precursor<br />

e faz a varredura<br />

veis a serem utilizados<br />

como quantificadores e<br />

qualificadores. A figura<br />

3 mostra os resultados<br />

para 9 nitrosaminas em<br />

único método. As janelas<br />

de aquisição permitem<br />

maior sensibilidade<br />

com dedicação total à<br />

detecção de analitos<br />

eluídos naquela faixa<br />

de tempo de retenção.<br />

Também são otimizadas<br />

as energias de colisão<br />

mais adequadas para a<br />

geração dos íons quantificador<br />

e qualificador<br />

com alta intensidade<br />

sem comprometer a<br />

reprodutibilidade.<br />

de todos os fragmentos<br />

gerados em uma determinada<br />

faixa de m/z.<br />

Para a otimização de um<br />

método tMS2 é necessário<br />

conhecer o padrão<br />

de fragmentação da<br />

molécula e otimizar<br />

34<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Maio 2024<br />

as condições de análise<br />

para priorizar íons<br />

intensos e reprodutí-<br />

Figura 3. Cromatograma de íons extraídos de nitrosaminas em solução padrão 0,5<br />

ng.mL -1 com tolerância de massa 3 ppm.


Espectrometria de Massas<br />

Analisadores quadrupolo<br />

são amplamente utilizados<br />

em quantificações<br />

por sua alta seletividade<br />

e sensibilidade. Quando<br />

aliados ao Orbitrap,<br />

aumenta-se ainda estas<br />

características<br />

proporcionando<br />

dados de alta<br />

resolução e exatidão de<br />

Figura 4. Espectro de massas no tempo de retenção correspondente ao máximo do<br />

pico da NDMA. É possível discriminar três compostos com massa unitária idêntica:<br />

NDMA e dois isótopos da DMF.<br />

massa de ambos precursor<br />

e fragmento. Desta<br />

forma é possível determinar<br />

a fórmula molecular,<br />

auxiliando na identificação,<br />

e discriminar compostos<br />

de massa nominal<br />

idêntica. A figura 4 mostra<br />

o espectro de massas<br />

no tempo de retenção<br />

da dimetilnitrosamina<br />

(NDMA, do inglês N-Nitrosodimethylamine)<br />

obtido<br />

em resolução de 120,000<br />

(em m/z 200) e exatidão<br />

aquisição de dados com<br />

baixa resolução não permite<br />

esta discriminação.<br />

O tratamento dos dados<br />

também interfere na<br />

quantificação. Ao utilizar<br />

uma tolerância >20 ppm,<br />

a quantificação de NDMA<br />

fica 13% maior do que utilizando<br />

tolerância 3 ppm<br />

(figura 5). A escolha dos<br />

parâmetros é fundamental<br />

para evitar um resul-<br />

de 45,000 na aquisição<br />

dos dados e no máximo<br />

15 ppm de tolerância no<br />

processamento de dados.<br />

É importante ressaltar<br />

que, além de alta resolução<br />

e exatidão de massa,<br />

é necessário que o instrumento<br />

tenha alta velocidade<br />

de escaneamento<br />

para que não haja perda<br />

de sensibilidade.<br />

sub-ppm, possibilitando<br />

tado falso positivo com<br />

Em outras palavras, se o<br />

discriminar mais dois isó-<br />

a presença de DMF. Para<br />

analisador é lento, pode<br />

topos da DMF (dimetil-<br />

a separação de NDMA e<br />

haver perda de alguns<br />

formamida). A diferença<br />

entre NDMA e DMF 15 N é<br />

apenas 21 ppm, logo, a<br />

DMF é necessário utilizar<br />

um instrumento que permita<br />

resolução mínima<br />

íons enquanto ele está<br />

“ocupado”<br />

analisando<br />

um pacote específico de<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Maio 2024<br />

35


Espectrometria de Massas<br />

íons. Quando o Orbitrap<br />

trabalha em alta resolução,<br />

a aquisição fica mais<br />

lenta para proporcionar<br />

a melhor separação das<br />

m/z. Os resultados citados<br />

aqui foram obtidos<br />

na resolução mais alta<br />

do Orbitrap Exploris 120<br />

(120.000 em m/z 200) e<br />

mesmo assim atingem<br />

limite de quantificação<br />

(LLOQ) até 0,1 ng.mL -1 ,<br />

mostrando que o método<br />

atende os padrões regulatórios<br />

da FDA.3 Também<br />

foram verificadas outras<br />

figuras de mérito, como<br />

exatidão, reprodutibilidade<br />

e recuperação.<br />

Gostou de conhecer essa<br />

opção para quantificação<br />

com confirmação de<br />

identidade?<br />

Figura 5. Pico cromatográfico correspondente à NDMA em comprimido de ranitidina e a<br />

influência da tolerância de massa no processamento dos dados para quantificação de NDMA.<br />

Na próxima edição veremos<br />

como os analisadores<br />

de alta resolução<br />

ajudam na busca de<br />

compostos desconhecidos<br />

(untargeted) em<br />

experimentos dependentes<br />

de dados (DDA).<br />

1 Thermo Scientific APPLICATION NOTE 73814<br />

HRAM LC-MS method for the determination of<br />

nitrosamine impurities in drugs.<br />

2 Thermo Scientific Orbitrap Exploris Series<br />

Operating Manual. BRE0014471 Revision E<br />

October 2021.<br />

2 US FDA regulatory acceptance limits - September<br />

2020<br />

36<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Maio 2024<br />

Daniele Fernanda de Oliveira Rocha<br />

Bacharela em Química Tecnológica pela PUC-Campinas (2005), Mestra (2008) e Doutora (2013) em Química Orgânica, e pós-doutorado em Espectrometria<br />

de Massas (2018) pela Unicamp. Pós-doutorado em proteômica pelo The Scripps Research Institute - La Jolla, California (2016). Atualmente é Química de<br />

Aplicação Sênior na Nova Analítica (revendedor autorizado Thermo Scientific) e Coordenadora da Especialização em Análise Instrumental da PUC-Campinas.


Química no Meio Ambiente<br />

AGROTÓXICOS – A REALIDADE BRASILEIRA<br />

38<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Maio 2024<br />

O material chamado vidro<br />

é um dos únicos conhecido<br />

por completo em qualquer<br />

parte do planeta.<br />

Sua composição simples,<br />

fez dele uma material<br />

conhecido a milênios.<br />

Plínio, historiador romano<br />

(23 – 79 d.C) atribuiu<br />

aos fenícios a primeira<br />

elaboração de uma peça<br />

de vidro, isto 2700 a.C.<br />

Em termos técnicos<br />

define-se vidro uma<br />

substância inorgânica,<br />

estruturalmente amorfa e<br />

fisicamente homogênea,<br />

obtida por resfriamento de<br />

uma massa fundida que<br />

pelo aumento contínuo de<br />

viscosidade atinge a condição<br />

de rigidez, mas sem<br />

sofrer cristalização, o que<br />

gera a discussão, o vidro é<br />

um sólido ou um líquido,<br />

pois não é cristalizado.<br />

Existem vários tipos de<br />

vidro como: sílica vítrea,<br />

silicatos alcalinos, vidro<br />

sodo-cálcico, vidro ao<br />

chumbo, borossilicato e<br />

alumino-borossilicatos.<br />

Os vidros sodo-cálcicos,<br />

são os mais utilizados em<br />

embalagens.<br />

No século XX, até perto<br />

do seu final, as embalagens<br />

de vidro ainda eram<br />

razoavelmente encontradas<br />

em mercados.<br />

Hoje, muitos produtos<br />

tiveram sua embalagem de<br />

vidro substituída por material<br />

polimérico, como o PET.<br />

Antigamente, se assim<br />

podemos dizer, os caminhões<br />

que levavam bebidas<br />

eram imensos, pois as<br />

embalagens de refrigerantes,<br />

leite, água, bebidas<br />

alcoólicas e outras, quando<br />

tinham volume de um<br />

litro ou mais, o frasco de<br />

vidro era muito pesado,<br />

daí a necessidade de<br />

caminhões com grande<br />

porte para o transporte.<br />

As geladeiras internamente<br />

eram fabricadas já com<br />

intuito de suportar tais garrafas<br />

pesadas antigamente.<br />

Atualmente, a mudança<br />

foi grande, pois além das<br />

garrafas em PET, temos<br />

a avalanche das latinhas<br />

de alumínio e também as<br />

embalagens longa vida.<br />

O avanço foi grande na<br />

mobilidade para entrega<br />

de tais produtos, pois contando<br />

apenas com a massa<br />

do líquido, sem o peso<br />

do vidro, praticamente um<br />

pequeno automóvel, sem<br />

as dimensões dos grandes<br />

caminhões, conseguem<br />

levar a mesma quantidade<br />

de produto que um caminhão<br />

levava quando os<br />

recipientes eram praticamente<br />

só de vidro.<br />

Pois bem, podemos afirmar<br />

que o conhecimento<br />

tecnológico fez a humanidade<br />

avançar muito<br />

neste sentido de logística.<br />

Mas, o que fazer com esta<br />

quantidade gigantesca de<br />

microplástico invadindo<br />

os mares e os rios oriundos<br />

das embalagens?<br />

Voltar para frascos de vidro?<br />

Vejamos a realidade do<br />

vidro no século XXI.<br />

A reciclagem do vidro, seja<br />

no Brasil ou no mundo é<br />

algo que engatinha ainda.


No Brasil o custo do quilo<br />

de vidro para reciclagem<br />

é de apenas R$ 0,12,<br />

enquanto o alumínio passa<br />

de R$ 5,00.<br />

O desestimulo começa<br />

pelo valor, e a resposta é<br />

simples, as matérias primas<br />

do vidro são abundantes<br />

e de baixo valor,<br />

portanto, montar um<br />

sistema para reciclagem<br />

de vidro sai mais caro do<br />

que montar uma fabrica<br />

de pequeno porte de<br />

embalagem de vidro com<br />

matéria prima nova.<br />

Faz-se necessário os incentivos<br />

fiscais governamentais<br />

para o devido estímulo<br />

desta reciclagem.<br />

Principalmente que o vidro<br />

é um dos únicos materiais<br />

que pode ser reciclado<br />

100%, o que é uma vantagem<br />

gigantesca.<br />

Uma pergunta que surge:<br />

As novas embalagens,<br />

sejam de PET ou alumínio,<br />

por exemplo, trouxeram<br />

qualidade agregada ao<br />

produto, ou seja, líquido?<br />

Na maioria arrasadora dos<br />

casos, não, pois o vidro pela<br />

sua característica inerte,<br />

proporciona ao produto o<br />

seu real sabor, considerado<br />

por muitos a melhor embalagem<br />

neste sentido.<br />

Várias bebidas envasadas<br />

em lata de alumínio, não<br />

podem ter contato com<br />

o metal, por isso internamente<br />

várias latas são<br />

pintadas/envernizadas se<br />

assim podemos dizer, com<br />

material que não agride<br />

ao ser humano, mas em<br />

alguns casos chega depois<br />

de um tempo envazado<br />

a alterar seu sabor levemente,<br />

sendo que pessoas<br />

com paladar mais apurado<br />

sentem a diferença.<br />

Sem contar o bisfenol, substância<br />

nociva ao ser humano,<br />

que é encontrada em<br />

frascos de determinados<br />

materiais plásticos (exemplo,<br />

garrafão de água) e<br />

embalagens envernizados.<br />

Química no Meio Ambiente<br />

No Brasil, cabe salientar<br />

que em Manaus, existe<br />

um estímulo para a<br />

reciclagem do vidro no<br />

intuito de gerar renda, o<br />

que é algo muito salutar,<br />

mesmo que ainda em<br />

pequeno porte, mas que<br />

pode crescer muito ainda.<br />

A logística reversa seria<br />

uma das mais plausíveis<br />

saídas para voltarmos aos<br />

frascos de vidro, porém<br />

depende do governo e<br />

das indústrias, o que nem<br />

sempre é algo fácil, nem<br />

mesmo com a Política<br />

Nacional de Resíduos Sólidos<br />

que foi ampliada para<br />

melhorar o nível (reduzir)<br />

de poluição por resíduos,<br />

como os microplásticos.<br />

Enquanto a poluição por<br />

resíduos, principalmente<br />

de plásticos aumenta,<br />

temos a milênios algo<br />

que poderia ajudar muito<br />

agora, mas depende do<br />

ser humano querer, e as<br />

vezes mesmo precisando<br />

ele não quer, seja por um<br />

motivo ou outro.<br />

Rogerio Aparecido Machado<br />

Bacharel em Química com atribuições tecnológicas - (1987), latu sensu em Qualidade na área de Engenharia (1991), mestrado em<br />

Saneamento Ambiental pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (1999) e doutorado em Saúde Pública pela Universidade de São<br />

Paulo (2003). Atualmente é professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie e da Faculdade São Bernardo do Campo além de Químico<br />

Responsável do Instituto Presbiteriano Mackenzie.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Maio 2024<br />

39


Blog dos Cientistas<br />

ESPECTROSCOPIA RAMAN<br />

A espectroscopia Raman é uma técnica fotônica de alta resolução amplamente<br />

empregada para a identificação, caracterização e análise molecular de materiais,<br />

oferecendo insights valiosos sobre sua composição química e estrutural.<br />

Em 1928, o físico indiano<br />

Chandrasekhara<br />

Venkata Raman notou<br />

um fenômeno intrigante<br />

durante uma pesquisa<br />

na Índia – o efeito<br />

Raman. Sua curiosidade<br />

científica o levou a<br />

explorar esse fenômeno<br />

mais a fundo, resultando<br />

no desenvolvimento da<br />

espectroscopia<br />

Raman,<br />

40<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Maio 2024<br />

uma técnica fotônica<br />

de alta precisão que se<br />

tornou uma ferramenta<br />

indispensável em laboratórios<br />

para análises qualitativas<br />

e quantitativas.<br />

Essa técnica revolucionária<br />

permite a observação<br />

detalhada da<br />

informação química e<br />

estrutural de uma vasta<br />

gama de materiais,<br />

sejam eles orgânicos ou<br />

inorgânicos. Através de<br />

uma análise minuciosa<br />

baseada na interação da<br />

luz com as moléculas da<br />

amostra, é possível obter<br />

insights profundos sobre<br />

as reações químicas subjacentes<br />

e a organização<br />

molecular dos materiais<br />

investigados. Em essência,<br />

a espectroscopia<br />

Raman oferece uma<br />

janela única para a compreensão<br />

e exploração<br />

do mundo molecular,<br />

ampliando significativamente<br />

nosso conhecimento<br />

e compreensão<br />

das complexidades do<br />

universo químico.


Blog dos Cientistas<br />

O que é e como funciona<br />

espectro<br />

característico<br />

alguma informação sobre<br />

a espectroscopia Raman?<br />

que contém informa-<br />

o material em estudo.<br />

“Por meio de um equipa-<br />

ções valiosas sobre as<br />

mento de espectroscopia<br />

vibrações moleculares e,<br />

Enquanto isso, o equipa-<br />

Raman, é possível adquirir<br />

portanto, sobre a estru-<br />

mento da espectrosco-<br />

maior conhecimento sobre<br />

tura e composição da<br />

pia Raman fornece mais<br />

as vibrações moleculares<br />

amostra.<br />

informações sobre o<br />

dos elementos.”<br />

material individual: estru-<br />

A princípio, o efeito Raman<br />

tura, simetria, ambiente<br />

A espectroscopia Raman<br />

ocorre quando o estado de<br />

eletrônico e ligação da<br />

é uma técnica que apro-<br />

vibração molecular é altera-<br />

molécula. Por isso, você<br />

veita o espalhamento<br />

do, dessa forma, promove<br />

pode realizar uma análise<br />

inelástico de luz para<br />

a transferência de energia<br />

quantitativa e qualitativa<br />

fornecer<br />

informações<br />

do fóton para a molécula<br />

dos compostos.<br />

sobre a estrutura mole-<br />

e vice-versa. Ou seja, isso<br />

cular de uma substância.<br />

se trata de um processo<br />

A princípio, o equipa-<br />

Quando uma amostra é<br />

inelástico da luz.<br />

mento de espectroscopia<br />

irradiada com luz mono-<br />

Raman possui uma luz<br />

cromática, uma peque-<br />

Em síntese, o espalha-<br />

dispersa que interage<br />

na fração da luz espa-<br />

mento Raman é dife-<br />

com as moléculas de<br />

lhada sofre um desvio<br />

rente do efeito Rayleigh,<br />

um gás, líquido ou sóli-<br />

na frequência, devido às<br />

onde a maior parte dos<br />

do. Enquanto no efeito<br />

interações com as vibra-<br />

fótons é dispersado com<br />

Rayleigh, a maioria dos<br />

ções moleculares. Esse<br />

a mesma energia que os<br />

fótons (partículas que<br />

desvio de frequência,<br />

fótons incidentes. Portan-<br />

compõem a luz) é disper-<br />

conhecido como “efei-<br />

to, nessa difusão elástica,<br />

sada com a mesma ener-<br />

to Raman“, fornece um<br />

se torna difícil de revelar<br />

gia dos fótons incidentes.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Maio 2024<br />

41


Blog dos Cientistas<br />

O efeito Raman ocorre<br />

devido às mudanças<br />

temporárias na polarizabilidade<br />

do material<br />

quando as ligações<br />

moleculares são esticadas,<br />

torcidas ou comprimidas<br />

durante as vibrações.<br />

Sendo assim, essas<br />

mudanças resultam em<br />

um desvio para frequências<br />

menores (efeito<br />

Stokes) ou maiores<br />

(efeito anti-Stokes) em<br />

relação à frequência da<br />

luz incidente. O espectro<br />

Raman consiste em picos<br />

de intensidade versus frequência,<br />

onde cada pico<br />

está associado a uma<br />

transição vibracional<br />

específica na molécula.<br />

No processo de difusão<br />

Raman, os fótons interagem<br />

com uma molécula,<br />

que pode evoluir para um<br />

estado de maior energia.<br />

Sendo assim, através dessa<br />

maior energia, pode<br />

ocorrer o relaxamento da<br />

molécula para uma energia<br />

vibracional diferente<br />

do seu estado inicial.<br />

Em resumo, é produzido<br />

um fóton de energia<br />

diferente também.<br />

Dessa forma, por causa<br />

dessa diferença de energia,<br />

proporcionada pela<br />

distorção momentânea<br />

dos elétrons em torno de<br />

uma ligação molecular, é<br />

possível realizar a identi-<br />

luz e um detector. O laser<br />

é geralmente de alta<br />

potência e monocromático,<br />

enquanto o sistema<br />

de dispersão separa a luz<br />

espalhada em diferentes<br />

comprimentos de onda.<br />

Enquanto o detector<br />

registra a intensidade da<br />

luz espalhada em função<br />

da frequência. Dependendo<br />

das necessidades<br />

da aplicação, podem<br />

ser utilizados diferentes<br />

tipos de lasers e configurações<br />

experimentais.<br />

Quais são as características<br />

básicas da técnica?<br />

O equipamento de espectroscopia<br />

Raman é geralmente<br />

composto por uma<br />

42<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Maio 2024<br />

Em contrapartida, uma<br />

parte dos fótons – 1<br />

fóton em 10 milhões<br />

– acaba se propagando<br />

numa frequência diferente<br />

da dos fótons em<br />

que a luz incidiu. Esse é o<br />

efeito Raman.<br />

ficação de moléculas.<br />

Equipamentos e Técnicas<br />

Os espectrômetros<br />

Raman modernos consistem<br />

em um sistema<br />

de excitação a laser, um<br />

sistema de dispersão de<br />

fonte de luz, normalmente<br />

laser, um monocromador,<br />

um suporte de amostras<br />

e um detector. Por isso, a<br />

luz de baixa potência do<br />

equipamento é empregada<br />

para iluminar pequenas<br />

áreas do objeto estudado.


Blog dos Cientistas<br />

Todavia, ao incidir sobre<br />

a área, a luz se espalha<br />

em todas as direções –<br />

numa pequena parte<br />

dessa radiação, a luz é<br />

espalhada inelasticamente.<br />

Portanto, esse espalhamento<br />

Raman ainda<br />

pode ser subdividido em<br />

dois tipos: efeito Stokes e<br />

anti-Stokes.<br />

No primeiro, as moléculas<br />

acabam recebendo<br />

a energia em seu estado<br />

fundamental, ou seja,<br />

normal. No segundo, a<br />

molécula já se encontra<br />

em estado excitado<br />

quando recebe a energia.<br />

E quais são os fatores que<br />

impactam na análise? Os<br />

principais são a alta relação<br />

entre sinal e ruído, a<br />

estabilidade do equipamento<br />

e a qualidade de<br />

resolução da imagem.<br />

Aplicações da Espectroscopia<br />

Raman<br />

Diversas áreas, incluindo<br />

química, física, biologia,<br />

ciência dos materiais,<br />

farmacologia, geologia,<br />

forense, e outras, amplamente<br />

utilizam a espectroscopia<br />

Raman. Suas<br />

aplicações incluem:<br />

1. Identificação e Caracterização<br />

de Materiais<br />

A espectroscopia Raman<br />

é uma ferramenta poderosa<br />

para a identificação<br />

de compostos orgânicos<br />

e inorgânicos. Cada substância<br />

possui um espectro<br />

Raman único, permitindo<br />

a sua identificação<br />

precisa, mesmo em misturas<br />

complexas. Além<br />

disso, a técnica pode ser<br />

usada para determinar<br />

a estrutura cristalina, a<br />

orientação molecular e<br />

a presença de impurezas<br />

em materiais sólidos.<br />

2. Análise Molecular<br />

A análise de espectros<br />

Raman fornece informações<br />

detalhadas sobre<br />

as ligações químicas,<br />

grupos funcionais e<br />

conformações moleculares<br />

presentes em uma<br />

amostra. Sendo assim,<br />

é essencial para a compreensão<br />

da estrutura e<br />

da dinâmica molecular<br />

em sistemas biológicos,<br />

polímeros, catalisadores,<br />

entre outros.<br />

3. Quantificação de Compostos<br />

A intensidade dos picos no<br />

espectro Raman é proporcional<br />

à concentração dos<br />

componentes presentes<br />

na amostra, permitindo<br />

a quantificação de substâncias<br />

em solução ou em<br />

fase sólida. Portanto, essa<br />

capacidade torna a espectroscopia<br />

Raman uma<br />

ferramenta valiosa para<br />

análises quantitativas em<br />

diferentes áreas, como análise<br />

ambiental e controle de<br />

qualidade industrial.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Maio 2024<br />

43


Blog dos Cientistas<br />

4. Espectroscopia Raman<br />

aplicações<br />

biomédicas,<br />

Além disso, é uma técnica<br />

Portátil<br />

detecção de toxinas e aná-<br />

não invasiva, que pode<br />

Avanços recentes na<br />

lise de vestígios químicos.<br />

ser aplicada em objetos<br />

miniaturização de equi-<br />

raros e/ou valiosos de<br />

pamentos permitiram<br />

o desenvolvimento de<br />

espectrômetros Raman<br />

portáteis. Os cientistas<br />

usam esses dispositivos<br />

em campo para realizar<br />

análises in situ de<br />

6. Espectroscopia<br />

Raman de Superfície<br />

A espectroscopia Raman<br />

de superfície é empregada<br />

para estudar as<br />

propriedades químicas e<br />

estruturais de materiais<br />

maneira direta. A análise<br />

é realizável ao ar livre e<br />

a presença de água não<br />

interfere nos resultados –<br />

isso permite que analise<br />

soluções aquosas.<br />

materiais em ambientes<br />

remotos ou em situações<br />

onde o transporte de<br />

amostras é impraticável.<br />

5. Espectroscopia Raman<br />

SERS<br />

A espectroscopia Raman<br />

de superfície aprimorada<br />

na interface sólido-líquido<br />

ou sólido-gás. Isso<br />

inclui a caracterização de<br />

filmes finos, nanopartículas,<br />

interfaces biológicas<br />

e materiais adsorvidos<br />

em superfícies sólidas.<br />

Quais são as vanta-<br />

A espectroscopia Raman<br />

também é capaz de<br />

estudar pequenas partículas<br />

em amostras<br />

heterogêneas. Isso<br />

possibilita o estudo de<br />

problemas de interface e<br />

inclusões no laboratório.<br />

44<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Maio 2024<br />

(SERS) é uma técnica que<br />

aumenta a intensidade<br />

do sinal Raman através<br />

da adsorção de moléculas<br />

em substratos metálicos<br />

nanoestruturados. Isso<br />

permite a detecção de<br />

moléculas em concentrações<br />

extremamente<br />

baixas, tornando-a útil em<br />

gens da espectroscopia<br />

Raman?<br />

A principal vantagem das<br />

aplicações da espectroscopia<br />

Raman é que não<br />

precisa realizar a preparação<br />

de amostras.<br />

Isso acaba sendo tanto<br />

uma economia de custos,<br />

quanto de tempo.<br />

Fora isso, a espectroscopia<br />

permite que identifique<br />

tanto compostos orgânicos,<br />

como inorgânicos.<br />

Por fim, ela apresenta um<br />

tempo de análise curto,<br />

o que lhe garante respostas<br />

rápidas na identificação<br />

de moléculas.


Blog dos Cientistas<br />

Vantagens e Desvantagens<br />

A espectroscopia Raman<br />

apresenta várias vantagens,<br />

como a capacidade<br />

de análise não destrutiva,<br />

a não necessidade de<br />

preparação de amostras<br />

complexas, a alta seletividade<br />

e sensibilidade<br />

molecular, e a possibilidade<br />

de análise em condições<br />

ambientes. No<br />

entanto, também possui<br />

algumas limitações,<br />

incluindo a fluorescência<br />

de algumas amostras,<br />

o espalhamento<br />

de Rayleigh dominante<br />

em amostras transparentes,<br />

e a dependência<br />

da intensidade do sinal<br />

com a orientação molecular<br />

e a polarização da<br />

luz incidente.<br />

Espectroscopia Raman<br />

Conclusão<br />

Nos últimos anos, tem<br />

havido avanços significativos<br />

na tecnologia Raman,<br />

incluindo o desenvolvimento<br />

de lasers mais<br />

potentes e estáveis, detectores<br />

de alta sensibilidade,<br />

e novas estratégias para<br />

reduzir os efeitos de fluorescência<br />

e espalhamento<br />

de Rayleigh. Além disso, a<br />

combinação da espectroscopia<br />

Raman com outras<br />

técnicas, como microscopia,<br />

espectroscopia de<br />

infravermelho e espectrometria<br />

de massa, está<br />

expandindo ainda mais<br />

suas capacidades analíticas.<br />

Espera-se que esses<br />

avanços impulsionem o<br />

uso da espectroscopia<br />

Raman em uma variedade<br />

de novas aplicações e<br />

campos de pesquisa.<br />

Ingrid Ferreira Costa<br />

Founder & CEO da Biochemie. Bacharel em Química. Bacharel em Química com Atribuições Tecnológicas. Mestrado em Ciências Farmacêuticas. Especialista<br />

em Growth Hacking. MBA em Marketing Estratégico Digital. Auditora Interna na ABNT ISO/IEC 17025:2017. Auditora Externa na ABNT ISO/IEC 17025:2017.<br />

Auditora Interna na ABNT ISO/IEC ISO 9001:2015. Auditora Líder na ABNT ISO/IEC 17025:2017, ABNT ISO/IEC 15189:2015 e ABNT ISO/IEC 17043:2011. Se você<br />

tiver interesse em cursos, treinamentos in company ou dúvidas sobre esse tema, entre em contato pelo e-mail: contato@biochemie.com.br.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Maio 2024<br />

45


Em Foco<br />

LANÇAMENTO: MIELE LANÇA NOVO MODELO<br />

PLW 7111 DA LINHA SLIMLINE DE LAVADORA DE<br />

VIDRARIAS PARA LABORATÓRIOS<br />

A Analitica apresenta o novo<br />

modelo PLW 7111 de lavadora de<br />

O sistema EasyLoad está agora<br />

também disponível nos aparelhos<br />

rentes. Desta forma podem ser<br />

realizadas diversas combinações<br />

vidrarias da Miele. As novas máqui-<br />

SlimLine e facilita a carga e auxilia o<br />

de alturas de carga.<br />

nas de lavar e desinfetar para labo-<br />

utilizador a posicionar corretamente<br />

ratório SlimLine da série PLW 7111<br />

estabelecem um novo padrão no<br />

que se refere ao desempenho e à<br />

facilidade de utilização. O sistema<br />

de lavagem recentemente desenvolvido<br />

possui significativamente<br />

mais potência em comparação<br />

com a série anterior e pode, além<br />

disso, adaptar a potência e o consumo<br />

de água à carga através da<br />

bomba de rotações variáveis.<br />

Esse novo modelo possui visor<br />

tátil a cores, de elevada qualidade,<br />

a vidraria de laboratório. Graças ao Este sistema foi ainda melhorado<br />

Thermo Scientific para que todos Orbitrap os cestos possam Exploris ser<br />

BioPharma Platform<br />

aproveitamento inteligente da cuba<br />

do sistema EasyLoad, a capacidade,<br />

comparação com a série anterior.<br />

Confidently characterize<br />

without compromise<br />

agora utilizados em todos os níveis. A<br />

por ex. para frascos de 100 ml, pode distinção entre cestos que são estendidos<br />

ser aumentada em mais de 50% em<br />

na porta e os que deslizam<br />

sobre calhas telescópicas é eliminada.<br />

Agora existem calhas telescópicas<br />

Inteligente, completa e compacta. em todos os níveis, o que aumenta a<br />

• Peptide Mapping<br />

A nova geração de • Intact máquinas Protein de Analysis flexibilidade na carga.<br />

• Aggregate analysis<br />

lavar e desinfetar • Charge para laboratório<br />

SlimLine foi ainda • RNA melhorada and Oligonucleotide Para mais Analysis informações sobre esta<br />

Variant Analysis<br />

• Glycan Analysis<br />

• Gene Therapy Analysis<br />

em termos de • manuseamento<br />

Host Cell Protein Analysis nova configuração não hesite em<br />

• Multi-Attribute Method<br />

e aproveitamento • Antibody da cuba. Drug O Conjugate nos contatar! Analysis<br />

em conjunto com a inovadora<br />

comprovado sistema SmartLoad<br />

iluminação policromática da cuba,<br />

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possibilita uma carga intuitiva e<br />

cestos extraíveis que podem ser<br />

uma perspectiva geral simples de<br />

flexivelmente ligados ao circuito<br />

46<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Maio 2024<br />

todo o processo.<br />

de lavagem em quatro níveis dife-


Em Foco<br />

ELGA VEOLIA FORNECE SOLUÇÃO COMPLETA<br />

DE ÁGUA ULTRAPURA PARA LABORATÓRIOS.<br />

Complete fornece uma solução completa desde o abastecimento de água potável da torneira<br />

até água ultrapura.<br />

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uma solução completa da<br />

alimentação por água potável até a<br />

água ultrapura e é ideal para laboratórios<br />

que precisam de até 480<br />

litros de água ultrapura de 18,2 MΩ.<br />

cm com baixíssimo TOC. Com seu<br />

design ergonômico e fácil de usar,<br />

a água ultrapura pode ser medida<br />

e dispensada com confiança diretamente<br />

do sistema ou de uma escolha<br />

de até três dispensadores (halo)<br />

adicionais e remotos.<br />

que requeiram água em 18,2MΩ.<br />

cm com baixíssimo TOC. Podendo<br />

Econômico<br />

Remoção opcional de CO2 da água<br />

Conheça as principais características<br />

do sistema:<br />

atender à GMP ou GLP<br />

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purificada (pós OR) aumentando a<br />

vida útil dos consumíveis.<br />

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pureza da água em 18,2 MΩ.cm<br />

Captura de dados via USB para validação<br />

de desempenho do sistema<br />

e atualizações de software.<br />

Tempos de manutenção reduzidos<br />

Substituição rápida e fácil de con-<br />

O sistema é ideal para aplicações,<br />

como:<br />

• Espectrometria de massa<br />

• Biologia molecular<br />

• Eletroquímica<br />

• Espectrocopia atômica<br />

Biofiltro ELGA (opcional)<br />

Quando instalado, PURELAB Chorus 1<br />

Complete produz água livre de impurezas<br />

microbiologicamente ativas.<br />

sumíveis, bem como higienização<br />

completa e semiautomática para<br />

reduzir os tempos de manutenção.<br />

Design compacto<br />

• Cromatografia líquida<br />

• Cromatografia em fase gasosa<br />

• Imunoquímica<br />

• Espectrofometria<br />

• Labatório Geral<br />

Solução de sistema único<br />

Projetado para ser modular e empi-<br />

48<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Maio 2024<br />

Solução integrada e validável de<br />

sistema único perfeita para aplicações<br />

analíticas e de ciências da vida<br />

lhável para economizar espaço,<br />

seja montado na parede ou embaixo<br />

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Em Foco<br />

NOVOS PRODUTOS PARA EXAMES DE<br />

ANATOMIA PATOLÓGICA NA PERFECTA!<br />

O exame anatomopatológico é feito<br />

com fragmentos de tecido obtidos<br />

por biópsia, punch, endoscopia,<br />

punção por agulha grossa e ainda<br />

com peças cirúrgicas. Após a análise<br />

macroscópica, fragmentos selecionados<br />

são incluídos em parafina<br />

para realização de cortes finos. Em<br />

seguida, são corados em cuba e<br />

examinados ao microscópio com<br />

o objetivo de identificar alterações<br />

teciduais e correlacioná-las com<br />

informações clínicas e de outros<br />

exames, como endoscopia, citogenética,<br />

e os métodos de imagem.<br />

Em muitos casos, é o exame<br />

anatomopatológico que define<br />

o diagnóstico de uma condição<br />

patológica, como neoplasia, processo<br />

inflamatório ou infeccioso<br />

específico, dentre outros.<br />

Dada a delicadeza das amostras,<br />

complexidade dos métodos de<br />

coleta do material a ser analisado<br />

e relevância do diagnóstico, a qualidade<br />

dos materiais utilizados nas<br />

diversas etapas desse processo é<br />

de enorme importância.<br />

Com a finalidade de manter os tecidos<br />

seguros quando submetidos<br />

às histotécnicas, os laboratórios de<br />

anatomia patológica utilizam cassetes<br />

plásticos, feitos de termoplástico<br />

resistente (POM – polióxido de<br />

metileno), coloridos e perfurados<br />

para facilitar as trocas de soluções<br />

durante os processos. Esses cassetes<br />

possuem uma área lisa para<br />

identificação da amostra que pode<br />

ser feita manualmente ou com<br />

uso de impressoras dedicadas que<br />

imprimem em ângulos de 30° ou<br />

45°. As cores variadas são importantes<br />

para criar uma sistematização<br />

dentro do laboratório, seja pelo tipo<br />

de amostra, procedimento, data de<br />

entrada do material etc.<br />

A Pefecta conta agora com uma linha<br />

de cassetes premium disponíveis em<br />

10 cores diferentes, tampa removível<br />

e ângulos de impressão em 45°.<br />

Após a etapa realizada nos cassetes,<br />

são feitos cortes de 5 a 15 µm no<br />

tecido com o auxílio de um micrótomo,<br />

. Estes cortes são montados<br />

em lâminas de vidro para posterior<br />

coloração em cubas de vidro.<br />

Além das clássicas lâminas de vidro,<br />

disponíveis em várias versões, a<br />

Perfecta agora oferece também<br />

as Lâminas Silanizadas com Carga<br />

Positiva. Essas são ideais para os<br />

exames anatomopatológicos, pois<br />

possuem dupla capacidade de<br />

adesão das amostras, através de<br />

uma camada de silano e de uma<br />

carga positiva, que atraem eletrostaticamente<br />

os cortes de tecido,<br />

evitando perdas durante o processo<br />

de coloração.<br />

Após a coloração lamínulas podem<br />

ser colocadas sobre os cortes corados<br />

para melhorar a visualização<br />

ao microscópio e preservação o<br />

material. A Perfecta conta com<br />

uma gama completa de lamínulas<br />

para esta etapa do processo.<br />

A Perfecta possui tradição em produtos<br />

para microscopia e uma linha<br />

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<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Maio 2024<br />

49


Em Foco<br />

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49º CONGRESSO BRASILEIRO DE ANÁLISES<br />

CLÍNICAS 2024<br />

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nosso convidado especial no 49º<br />

Congresso Brasileiro de Análises<br />

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da área que buscam se manter à<br />

frente do conhecimento científico<br />

em constante evolução.<br />

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50<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Maio 2024


Em Foco<br />

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ANÁLISES DE GRANDE ESCALA!<br />

As microplacas de poço profundo<br />

são ferramentas indispensáveis nos<br />

laboratórios para análises bioquímicas<br />

e biológicas em larga escala.<br />

Com uma capacidade volumétrica<br />

que pode variar de centenas<br />

a milhares de microlitros, essas<br />

microplacas são fundamentais para<br />

o processamento eficiente de múltiplas<br />

amostras e o armazenamento<br />

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amostras em larga escala, as microplacas<br />

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<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Maio 2024<br />

51


Em Foco<br />

TPP - TECHNO PLASTIC PRODUCTS<br />

TPP é a marca suíça de produtos descartáveis plásticos de alta qualidade para cultura de tecidos e tecnologia laboratorial.<br />

A marca possui duas fábricas (Suiça e Alemanha), e agora conta com uma subsidiária em São Paulo, Brasil.<br />

Tubo Biorreator TuboSpin ®<br />

Os Tubos Biorreatores TubeSpin® TPP<br />

são ideiais para processos de triagem<br />

e otimização em larga escala de<br />

células em suspensão. A otimização<br />

dos parâmetros, importantes para a<br />

escala de produção, pode ser avaliada<br />

com pequenas quantidades maximizando<br />

o número de experimentos<br />

paralelos ao mesmo tempo.<br />

Patente internacional de design<br />

TubeSpin® 87600 registrado na OMPI.<br />

Características<br />

• Tampa rosqueável com filtro com 5<br />

aberturas (A, B, C, D, E) diferentes permeáveis<br />

ao gás, filtro de PTFE estéril<br />

• Troca de gás esteril é garantida<br />

pela membrana de filtro de 0,22 µm<br />

• Tubos encaixam em um rotor de<br />

centrífuga padrão<br />

Aplicações<br />

• O biorreator TubeSpin® é adequado<br />

para processos de triagem, cultivo e<br />

otimização de células de suspensão<br />

procarióticas (bactérias aeróbicas)<br />

e eucariótica(leveduras, algas, HEK,<br />

CHO, Sf-9) de alto rendimento.<br />

Variações<br />

Os biorreatores possuem uma tampa<br />

rosqueável com filtro PTFE de poro<br />

0,22 µm que permite a troca de gás de<br />

maneira estéril.<br />

Os biorreatores encaixam em um rotor<br />

de centrífuga padrão. Com limites de<br />

rotação de 15.500g ou 3.500g.<br />

52<br />

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