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Entrevista José Carlos Haas Junior revela sobre a produção de pellets de eucalipto<br />
TECNOLOGIA<br />
PARA PELLETS<br />
EMPRESA MULTINACIONAL<br />
DESENVOLVEU EQUIPAMENTO<br />
PARA PELLETS DE MADEIRA QUE<br />
GARANTE MELHOR RENDIMENTO<br />
PELLET TECHNOLOGY<br />
MULTINATIONAL COMPANY HAS<br />
DEVELOPED WOOD PELLET<br />
PRODUCTION EQUIPMENT THAT<br />
GUARANTEES BETTER YIELDS<br />
ENERGIA<br />
GERAÇÃO DE ENERGIA BATEU<br />
RECORDE EM 2023 E TENDÊNCIA<br />
É SEGUIR EM ALTA<br />
MERCADO<br />
ASSOCIAÇÃO INCENTIVA PRODUÇÃO DE<br />
BIOMASSA FLORESTAL EM GOIÁS
ITECNOLOGIA EXCLUSIVA<br />
PAT EN T E<br />
MTAB
SUMÁRIO<br />
06 | EDITORIAL<br />
Inovação para<br />
biomassa<br />
08 | CARTAS<br />
10 | NOTAS<br />
24 | ENTREVISTA<br />
36 | PRINCIPAL<br />
42 | BIOMASSA<br />
Recorde de geração de<br />
energia<br />
48 | PRODUÇÃO<br />
Biomassa em Goiás<br />
54 | CRESCIMENTO<br />
58 | ARTIGO<br />
64 | AGENDA<br />
66 | OPINIÃO<br />
Gerenciamento de equipes:<br />
como melhorar os resultados<br />
dos times?<br />
04 www.REVISTABIOMAIS.com.br
EDITORIAL<br />
A tecnologia para<br />
peletizadoras Twin Track,<br />
exclusiva da CPM, é o<br />
destaque da capa desta<br />
nova edição da <strong>Biomais</strong>.<br />
INOVAÇÃO PARA<br />
BIOMASSA<br />
A<br />
nova edição da Revista REFERÊNCIA BIOMAIS traz como destaque principal a tecnologia Twim Track, da multinacional de<br />
origem norte-americana CPM. A empresa, que foi pioneira na fabricação de peletizadora, desenvolveu a tecnologia que<br />
garante mais rentabilidade e menor consumo de energia para fabricação de pellets de madeira. Na editoria de Entrevista,<br />
conversamos com o diretor executivo da Haas Madeira, José Carlos Haas Junior. A empresa lançou recentemente o pellet de<br />
eucalipto, após 8 anos de pesquisa sobre a matéria-prima que era considerada inapropriada para produção de pellets. O mercado de<br />
biomassa no Estado de Goiás, e o crescimento do uso da biomassa para geração de energia no Brasil, são temas de outras reportagens<br />
publicadas nesta edição. Ainda temos notícias com informações sobre ações para redução da emissão de carbono, ações de incentivo<br />
para redução no consumo de energia, entre outros demais temas. Desejamos uma leitura proveitosa!<br />
IN THE SEARCH FOR INNOVATION<br />
T<br />
he latest issue of the REFERÊNCIA Madeira Industrial highlights Gaidzinski Máquinas, a company that manufactures finishing equipment<br />
for the housing and decorative woodworking industry. Recognized by its customers as a reliable company committed to presenting<br />
the best solutions, Gaidzinski completes 45 years with its trajectory marked by the incessant search for industrial innovation.<br />
Today, the Company, which is headquartered in the South of the State of Santa Catarina, is present in the four corners of the world. In<br />
the Interview Section, we spoke with Fernando Nunes Gouveia, Coordinator of the Forest Products Laboratory (LPF), who told us about the developments<br />
already presented by the LPF team. The issue also features an article about the Napi Wood Tech technical mission to Germany, the<br />
preparations for the 10th Formóbile, and the projection that the machinery and equipment market is growing. In addition, the issue features<br />
news about the economy, exports, and wood products. Pleasant reading!<br />
EXPEDIENTE<br />
ANO XI - EDIÇÃO 62 - ABRIL 2024<br />
Diretor Comercial/Commercial Director:<br />
Fábio Alexandre Machado<br />
(fabiomachado@revistabiomais.com.br)<br />
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Gisele Rossi<br />
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www.jotaeditora.com.br<br />
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dirigida aos produtores e consumidores de energias limpas<br />
e alternativas, produtores de resíduos para geração e cogeração de<br />
energia, instituições de pesquisa, estudantes universitários, órgãos<br />
governamentais, ONG’s, entidades de classe e demais públicos,<br />
direta e/ou indiretamente ligados ao segmento. A REVISTA BIOMAIS<br />
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direitos autorais, exceto para fins didáticos.<br />
REVISTA BIOMAIS is a bimonthly and independent publication, directed<br />
at clean alternative energy producers and consumers, producers of residues<br />
used for energy generation and cogeneration, research institutions, university<br />
students, governmental agencies, NGO’s, class and other entities, directly and/<br />
or indirectly linked to the Segment. REVISTA BIOMAIS does not hold itself<br />
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and other intellectual property of REVISTA BIOMAIS are strictly forbidden<br />
without written authorization of the holder of the authorial rights, except for<br />
educational purposes.<br />
06 www.REVISTABIOMAIS.com.br
A Benecke é uma tradicional fabricante de<br />
caldeiras, máquinas para o segmento madeireiro<br />
e sistemas de secagem de grãos direto e indireto.<br />
Ao longo dos nossos 70 anos de mercado e<br />
presença em 21 países, com um parque fabril de<br />
18.500 metros quadrados, a Benecke estabeleceu<br />
uma sólida reputação, atendendo diversos<br />
mercados ao redor do mundo com mais de 5.400<br />
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dos equipamentos, desta forma conseguimos o<br />
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indústria que necessite de água quente, vapor<br />
saturado, superaquecido ou óleo térmico.<br />
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necessidade da indústria, oferecendo soluções<br />
sustentáveis e com a garantia de qualidade,<br />
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da indústria, garantindo mais qualidade no<br />
produto final entregue ao cliente.<br />
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Aquatubulares, com capacidade<br />
produtiva de até 60ton/h e até 45 bar de<br />
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Projetos customizados de acordo com a sua<br />
necessidade, garantindo qualidade e<br />
principalmente a confiabilidade em quem<br />
carrega 70 anos de experiência no mercado.
CARTAS<br />
PRINCIPAL<br />
Muito bacana a reportagem sobre a Andritz. Uma empresa com atuação global que vê<br />
oportunidade no nosso Brasil.<br />
Antônio Fontana – Farroupilha (RS)<br />
Foto: divulgação<br />
BIOMASSA<br />
Importante estabelecer parcerias com unidades de pesquisa, como a da reportagem que cita a Embrapa e Arefloresta,<br />
para podermos conhecer melhor nossos produtos e reduzir riscos.<br />
Teodoro Fanceli – Campo Grande (MS)<br />
ENTREVISTA<br />
A transição energética é uma pauta mundial e é bom ver que a geração de energia eólica<br />
também tem crescido no Brasil.<br />
Gláucia Blum – Campos de Goytacazes (RJ)<br />
ECONOMIA<br />
Espero que o mercado livre de energia contribua efetivamente para redução da conta.<br />
Os valores andam muito altos.<br />
Idalina Camargo – São Paulo (SP)<br />
Foto: divulgação<br />
www.revistabiomais.com.br<br />
na<br />
mí<br />
energia<br />
biomassa<br />
dia informação<br />
@revistabiomais<br />
/revistabiomais<br />
Publicações Técnicas da JOTA EDITORA<br />
08 www.REVISTABIOMAIS.com.br
NOTAS<br />
SENAI NA AMAZÔNIA<br />
A construção de um instituto multi institucional no Brasil, para o desenvolvimento de soluções voltadas<br />
à transição energética e à biodiversidade a partir das riquezas da Amazônia, foi discutida no Senado,<br />
em Brasília (DF). O Imeb (Instituto da Margem Equatorial Brasileira), como foi batizado o futuro complexo,<br />
será implantado no Estado do Amapá pelo Instituto SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial)<br />
de inovação em energias renováveis, sediado no Rio Grande do Norte e principal referência do SENAI no<br />
Brasil para pesquisa, desenvolvimento e inovação em energia eólica, solar e sustentabilidade, incluindo<br />
novas tecnologias em hidrogênio e combustíveis avançados. O Imeb “deverá adotar um modelo de operação<br />
multi institucional, agregando universidades, institutos de pesquisa, institutos de inovação do SENAI<br />
e empresas que tenham interesse no investimento e no resultado voltados à sociedade, a partir da riqueza<br />
amazônica”, explica o diretor do SENAI-RN e do<br />
ISI-ER, Rodrigo Mello. “Certamente ali nascerá<br />
um instituto que impactará muito positivamente<br />
o meio ambiente, para uma transição<br />
energética justa, respeitando a biodiversidade<br />
do Brasil”, garante Rodrigo.<br />
Foto: SENAI (RN)<br />
Foto: divulgação<br />
10 www.REVISTABIOMAIS.com.br
A ComBer possui uma linha completa<br />
de automatizadores e fornalhas a cavaco<br />
para melhorar ainda mais o rendimento de<br />
seu secador de cereais. A empresa trabalha<br />
com atendimentos personalizados a partir<br />
das necessidades dos clientes.<br />
É uma empresa de Rio Verde-GO, pioneira e<br />
líder nacional em seu segmento, que há mais<br />
de 10 anos fornece soluções em secagem de<br />
grãos para todo o Brasil.<br />
Os automatizadores ComBer CBI e LBI ganham destaque pela sua eficiência.<br />
Confira alguns benefícios:<br />
• Redução da mão de obra e seus passivos;<br />
• Estabilidade da temperatura de secagem<br />
e aumento da produtividade do secador;<br />
• Melhoria na qualidade do grão seco;<br />
• Redução dos gastos com manutenção<br />
de fornalhas.<br />
www.comber.com.br<br />
(64) 3018-2522
NOTAS<br />
USINA TERMELÉTRICA NO PARANÁ DEVE<br />
CONTINUAR OPERANDO<br />
O governo federal está em busca de alternativas para a manutenção da UTE (usina termelétrica) de Figueira.<br />
Localizada no norte do Paraná, a unidade foi desativada pela Copel (Companhia Paranaense de Energia), que<br />
devolveu a concessão à União. Segundo o deputado estadual Luiz Claudio Romanelli (PSD), o MME (Ministério de<br />
Minas e Energia) pretende que a usina, instalada na década de 1960, continue operando. O parlamentar esteve<br />
em Brasília (DF) para participar de uma audiência com o secretário nacional de energia elétrica, Gentil Nogueira<br />
de Sá Júnior. “O secretário foi muito propositivo e pretende que a usina continue operando”, afirmou Romanelli.<br />
“Encontramos um ambiente de resolução no governo federal e saímos da reunião esperançosos da manutenção<br />
do funcionamento da termelétrica de Figueira”, emendou o deputado. Ainda segundo ele, a viabilidade do uso<br />
do carvão como combustível da usina depende da aprovação pelo senado do projeto de lei número 11.247/2018,<br />
que já passou pela câmara dos deputados. Isso porque um dos artigos da lei prevê a extensão do prazo para o<br />
fornecimento da energia gerada por usinas movidas a carvão até 2050. A medida atende as térmicas de Candiota<br />
(RS) e Figueira (PR), que têm contratos em vigor somente até 2028. A Copel, por sua vez, sustenta que a devolução<br />
da concessão faz parte da estratégia de descarbonização das operações da companhia, que já havia sido<br />
anunciada em 2023, e também segue diretrizes do setor energético nacional para mitigar emissões de gases que<br />
provocam o efeito estufa, para atender os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), da ONU.<br />
Foto: Prefeitura de Figueira (PR)<br />
12 www.REVISTABIOMAIS.com.br
NOTAS<br />
USO DE ETANOL ALAVANCA ENERGIA LIMPA<br />
Ter atenção com o uso de energia limpa, a fim de reduzir os efeitos do aquecimento global e a<br />
poluição, é mais do que fundamental. Por isso, o Sistema Fiems (Federação das Indústrias do Estado de<br />
Mato Grosso do Sul) está apostando no etanol, biocombustível mais limpo do mundo, para abastecer<br />
sua frota de veículos flex, e garantir uma redução de 207 toneladas de carbono emitidas por ano na<br />
atmosfera, equivalente a 35,44% do consumo (em 2023). A medida, além de proteger o meio ambiente,<br />
também irá contribuir para o desenvolvimento da indústria no Estado, como aponta o chefe de<br />
gabinete da presidência da Fiems, Robson Del Casale. “A transição considera pontos bem importantes,<br />
afinal, parte deste etanol é produzido no Estado, gerando emprego e fortalecendo a indústria”.<br />
Complementando a fala, o presidente do conselho da Biosul (Associação dos Produtores de Bioenergia<br />
do Mato Grosso do Sul), Amaury Pekelman, afirmou que esse compromisso valoriza a produção local,<br />
podendo ser um importante agente de sustentabilidade e substituição dos combustíveis fósseis.<br />
Foto: divulgação<br />
14 www.REVISTABIOMAIS.com.br
Empresa pertencente ao Grupo Gaboardi, especializada na fabricação de<br />
máquinas e equipamentos para produção de biomassa (pellet) e ração<br />
animal desde 1968, atendendo também demandas e necessidades no reparo<br />
e fabricação de peças de reposição do setor.<br />
www.gell.ind.br<br />
BR116-KM 180 | São Cristóvão do Sul - SC<br />
Fone: +55 (49) 3253-1100<br />
Fone: +55 (49) 9 9927-5926<br />
E-mail: comercial.gell@gaboardi.com.br
NOTAS<br />
PESQUISA E INOVAÇÃO EM BIOMASSA<br />
Para incentivar a área de ciência e pesquisa no ramo das indústrias de energia, a ISI Biomassa (Instituto<br />
Senai de Inovação em Biomassa) sediou recentemente, em Três Lagoas (MS), a CT&I (Conferência<br />
Livre de Ciência, Tecnologia e Informação), onde foram feitos importantes debates sobre o papel<br />
das empresas no futuro da geração de energia sustentável no país. O evento foi realizado como um<br />
preparatório para a V Conferência Nacional, a ser sediada em Brasília entre os dias 4 e 6 de junho deste<br />
ano, com o tema: CT&I para um Brasil Justo, Sustentável e Desenvolvido. Dando jus a esta temática, o<br />
diretor da ISI Biomassa, João Gabriel Marini, afirmou no evento que a geração de energia a partir de<br />
resíduos agroflorestais tem um potencial que vai além da energia, e esse potencial pode ser estudado<br />
pelas empresas. “Temos estudado muitas tecnologias de descarbonização da indústria e recebendo<br />
investimentos muito grandes para encontrar o aproveitamento das biomassas geradas na produção”,<br />
explica Marini. Diversas empresas e importantes representantes de órgãos governamentais do Mato<br />
Grosso do Sul também compareceram ao evento, e destacaram as importantes frentes que a indústria<br />
deve tomar para a produção, inovação e consumo de ciência no país.<br />
Foto: divulgação<br />
16 www.REVISTABIOMAIS.com.br
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NOTAS<br />
ENERGIA EM EDIFÍCIOS<br />
Buscar alternativas sustentáveis ao consumo e geração de energia é uma das principais pautas na<br />
gestão de cidades, visto que, cada vez mais, casas dão lugares a prédios e edifícios, que utilizam muito<br />
mais energia. O setor de edificações é responsável por 50% do consumo de energia elétrica no Brasil,<br />
segundo dados do MME (Ministério de Minas e Energia), e, tendo isso em mente, o Procel (Programa<br />
Nacional de Conservação de Energia Elétrica) oferece o Selo Procel Edifica, que incentiva e atesta o uso<br />
de práticas e tecnologias que melhoram a eficiência energética sustentável, tanto para a etapa de projeção<br />
e construção, como para a etapa de operação e manutenção do edifício. A edificação deve atender<br />
às regulamentações do Procel, que estabelece normas de sistemas eficientes de iluminação, climatização,<br />
isolamento térmico, monitoramento do consumo de energia, dentre outros aspectos. A utilização<br />
sustentável de energia é essencial, e incentivos como este impulsionam ainda mais sua prática: No<br />
último ano, 26 selos Procel Edifica foram concedidos no país, o maior desde o período pré-pandêmico.<br />
Foto: Emanoel Caldeira<br />
18 www.REVISTABIOMAIS.com.br
NOTAS<br />
INVESTIMENTOS NA REDE<br />
A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) realizou no final de março, na B3 (bolsa<br />
de valores brasileira), em São Paulo (SP), um leilão para definir as empresas responsáveis<br />
pela construção e manutenção de 6,4 mil km (quilômetros) de linhas de transmissão em 14<br />
Estados. A previsão é que sejam investidos R$ 18,2 bilhões em 69 empreendimentos, com a<br />
geração de 34,9 mil empregos diretos. Os Estados com obras previstas no leilão são Alagoas,<br />
Bahia, Ceará, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio<br />
de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. Segundo a Aneel, dos<br />
15 lotes propostos, seis têm investimento previsto superior a R$ 1 bilhão. O prazo para operação<br />
comercial dos empreendimentos varia de 36 a 72 meses, para concessões por 30 anos,<br />
contados a partir da celebração dos contratos. Foram concedidos à iniciativa privada 15 lotes<br />
de linhas de transmissão em 14 Estados. As obras visam à expansão da rede básica, além de<br />
ampliar as margens para conexão de novos empreendimentos de geração de energia.<br />
Foto: divulgação<br />
20 www.REVISTABIOMAIS.com.br
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ITECNOLOGIA EXCLUSIVA<br />
PAT EN T E<br />
MTAB
ENTREVISTA<br />
Foto: divulgação<br />
ENTREVISTA<br />
JOSÉ CARLOS<br />
HAAS JUNIOR<br />
Formação: Engenharia de Produção na Unisc (Universidade Federal de<br />
Santa Cruz do Sul); MBA em Gestão Empresarial pela FGV (Fundação<br />
Getúlio Vargas); pós em Economia Circular em TU Delft - Technology,<br />
Policy and Management, na Holanda, entre outros.<br />
Education: Production Engineering at the Federal University of Santa<br />
Cruz do Sul (Unisc); MBA in Business Management from the Getúlio Vargas<br />
Foundation (FGV); and postgraduate studies in Circular Economy and<br />
Technology, Policy, and Management at the Delft University of Technology -<br />
in the Netherlands, among others.<br />
Cargo: Diretor executivo da Haas Madeira / Coordenador do Comitê de<br />
Paletes e Embalagens da Abimci (Associação Brasileira da Indústria de<br />
Madeira Processada Mecanicamente).<br />
Function: Executive Director of Haas Madeira and Coordinator of the Pallets<br />
and Packaging Committee of the Brazilian Association of the Mechanically<br />
Processed Wood Industry (Abimci).<br />
PELLETS DE<br />
EUCALIPTO<br />
EUCALYPTUS PELLETS<br />
C<br />
om mais de 50 anos de atividade no mercado,<br />
a Haas Madeira é uma empresa familiar sediada<br />
em Venâncio Aires (RS), especialista em paletes.<br />
Recentemente, a empresa começou a produzir<br />
pellets de eucalipto, após 8 anos de pesquisas. A empresa<br />
transpôs barreiras, pesquisou as propriedades do eucalipto,<br />
desenvolveu o produto e colocou no mercado. Em entrevista<br />
para a Revista REFERÊNCIA BIOMAIS, o diretor executivo José<br />
Carlos Haas Junior, que também é coordenador do Comitê<br />
de Paletes e Embalagens da Abimci (Associação Brasileira da<br />
Indústria de Madeira Processada Mecanicamente) conta sua<br />
trajetória na empresa e como foi o processo para desenvolver<br />
os pellets de eucalipto, aproveitando resíduos produzidos na<br />
própria empresa, além de abordar a importância do comitê<br />
para padronização dos produtos.<br />
W<br />
ith over 50 years in the market, Haas Madeira<br />
is a family-owned company located in Venâncio<br />
Aires (RS), specializing in the manufacture<br />
of pallets. After eight years of research, the<br />
Company began producing eucalyptus pellets. The Company<br />
overcame obstacles, researched the properties of eucalyptus,<br />
developed the product, and brought it to market. In an<br />
interview with REFERÊNCIA <strong>Biomais</strong>, José Carlos Haas Junior,<br />
Executive Director, who is also the Coordinator of the Pallets<br />
and Packaging Committee of the Brazilian Association of<br />
the Mechanically Processed Wood Industry (Abimci), tells<br />
us about his career at the Company and how the process of<br />
developing eucalyptus pellets using waste produced in-house<br />
came about, as well as the importance of the Committee in<br />
standardizing products.<br />
24 www.REVISTABIOMAIS.com.br
PELETIZAÇÃO<br />
DE EUCALIPTO<br />
E MADEIRA<br />
DURA<br />
A maior capacidade instalada<br />
para produção de pellets<br />
no país é KAHL<br />
Distribuidor e representante exclusivo<br />
Kahl Brasil
ENTREVISTA<br />
A sua experiência como executivo empresarial ajudou<br />
a te alçar ao cargo de coordenador do Comitê de Paletes e<br />
Embalagens da Abimci?<br />
A Haas Madeiras é uma empresa familiar que recentemente<br />
fez 50 anos. Quando nasci, a empresa já existia e sempre<br />
acompanhei meu pai na sua trajetória profissional. Em 2007,<br />
comecei a trabalhar na empresa. Conciliei meus estudos<br />
com os compromissos profissionais, trabalhei em diferentes<br />
setores para conhecer o negócio e dar continuidade. A Haas<br />
faz paletes de madeira desde o início dos anos 1980. Vivi<br />
essa trajetória, as várias etapas do palete no Brasil, a criação<br />
da primeira associação, depois veio a Anapem (Associação<br />
Nacional dos Produtores de Paletes e Embalagens de Madeira).<br />
As associações nacionais sempre tiveram alguma dificuldade<br />
para desempenhar seu papel e faz alguns anos que trabalhamos<br />
com a Abimci. E enquanto fazia esse trabalho na Abimci,<br />
chegou um momento de repensar o que a Anapem fazia e veio<br />
a sugestão de abrir um comitê dentro da Abimci, compartilhar<br />
a mesma estrutura, o que acabou sendo mais representativo<br />
pela força que a associação tem.<br />
Quais os desafios do trabalho do Comitê dentro da<br />
Abimci?<br />
No comitê, os desafios geram oportunidades. O Brasil é um<br />
país continental, que depende muito da logística e o palete<br />
está diretamente relacionado a isso e ao armazenamento.<br />
A grande questão é que no palete, assim como em outras<br />
frentes, o Brasil não é muito bom de formalização e padronização,<br />
não costuma seguir normas, o que faz o setor ser, de certa<br />
forma, precário, bastante informal, sem um regramento explícito<br />
para operação. O nosso grande desafio é criar uma norma<br />
nacional, que está em desenvolvimento e será o ponto base<br />
para, a partir daí, trabalharmos a padronização. Ter uma regulamentação<br />
para que se alinhe o discurso entre o consumidor de<br />
palete, o transportador, o armazenador, o fabricante de palete,<br />
o fabricante da madeira serrada, para que todos falem a mesma<br />
língua e com isso traga ganhos para toda sociedade. Desde<br />
ganhos econômicos de produtividade, de competitividade, de<br />
segurança, um ganho real para todos.<br />
Did your experience as a business manager help you<br />
become the Coordinator of Abimci’s Pallets and Packaging<br />
Committee?<br />
Haas Madeiras is a family business that recently celebrated<br />
50 years in operation. When I was born, the Company<br />
already existed, and I followed my father in his professional<br />
career. I started working for the Company in 2007. I combined<br />
my studies with my professional commitments and<br />
worked in different areas to get to know the Company and<br />
keep it going. Haas has been manufacturing wooden pallets<br />
since the early 1980s. I have seen this evolution, the different<br />
stages of the pallet in Brazil, the creation of the first association,<br />
and later the creation of the National Association<br />
of Producers of Wooden Pallets and Packaging (Anapem).<br />
National associations have always had some difficulties<br />
in performing their role, and we have been working with<br />
Abimci for a few years now. While I was doing this work with<br />
Abimci, the time came to rethink what Anapem was doing,<br />
and the suggestion came to open a committee within Abimci<br />
to share the same structure, which ended up being more<br />
representative given the strength of Abimci.<br />
What are the challenges in the work of the Abimci<br />
Pallets and Packaging Committee?<br />
At the Committee, challenges create opportunities.<br />
Brazil is a continental country that relies heavily on logistics,<br />
and pallets are directly related to this as well as to storage.<br />
The big problem is that in the Pallet Sector, as in other areas,<br />
Brazil is not very good at formalization and standardization;<br />
it does not usually follow norms, which means that<br />
the Sector is somewhat precarious and quite informal, with<br />
no explicit rules of operation. Our big challenge is to create<br />
a national standard, which is under development and will<br />
be the base from which we can work on standardization.<br />
A standard is needed to align the discourse between the<br />
pallet consumer, the transporter, the warehouser, the pallet<br />
manufacturer, and the sawmill so that everyone is speaking<br />
the same language, bringing benefits to society as a whole,<br />
from economic gains in productivity, competitiveness, and<br />
safety to real benefits for everyone.<br />
Temos a cadeia total e na produção da madeira se gera<br />
biomassa, cavaco e serragem. Optamos por entrar no mercado<br />
de pellet de madeira para ter mais segurança na nossa operação<br />
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135 o C<br />
Temperatura média dos rolos<br />
Redução de temperatura<br />
35°C<br />
de redução de<br />
temperatura<br />
135 o C<br />
PRINCIPAL<br />
QUALIDADE<br />
EM PELLETS<br />
EMPRESA PIONEIRA<br />
NA FABRICAÇÃO<br />
DE PELETIZADORA<br />
CONTINUA INOVANDO<br />
COM A TECNOLOGIA<br />
TWIN TRACK<br />
FOTOS DIVULGAÇÃO<br />
36 www.REVISTABIOMAIS.com.br
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
37
PRINCIPAL<br />
D<br />
e origem norte-americana, a CPM iniciou<br />
sua história como fabricante de prensas manuais<br />
voltadas para o mercado de vinhos, e<br />
hoje, desenvolve equipamento para pellets<br />
de madeira e outras aplicações do mercado que garante<br />
melhor rendimento com tecnologias inovadoras no<br />
setor. Presente no Brasil, com uma unidade para atender<br />
a América do Sul, a empresa é reconhecida pelos<br />
produtos que atendem as demandas de todas as aplicações<br />
possíveis da indústria de processamento com<br />
máquinas resistentes e confiáveis. Com sede em Waterloo,<br />
Iowa - EUA (Estados Unidos da América), a CPM<br />
projeta e fabrica uma ampla variedade de peletizadoras,<br />
equipamentos de processamento de sementes<br />
oleaginosas, extrusoras de dupla rosca e equipamentos<br />
térmicos em escala industrial.<br />
Pioneira na fabricação de equipamentos e com<br />
mais de 80 anos de mercado, a CPM foi responsável<br />
pela fabricação da primeira peletizadora comercial do<br />
mundo, em 1931 e desde então, vem liderando projetos<br />
e fabricando peletizadoras de qualidade mundial<br />
com os menores custos operacionais e o maior valor<br />
agregado a longo prazo. Para a área de pellets de madeira,<br />
um dos diferenciais da empresa é o Twin Track,<br />
um equipamento da linha Pellet Mill que apresenta<br />
uma tecnologia que transforma o processo de produção,<br />
garantindo redução no consumo de energia,<br />
qualidade do pellet e aumento da capacidade da peletizadora.<br />
QUALITY IN<br />
PELLETS<br />
PIONEERING PELLET MILL<br />
MANUFACTURER CONTINUES<br />
TO INNOVATE WITH TWIN<br />
TRACK TECHNOLOGY<br />
O<br />
f North American origin, CPM began its<br />
history as a manufacturer of manual presses<br />
aimed at the wine market, and today,<br />
it develops equipment for wood pellets<br />
and other market applications, guaranteeing better performance<br />
with innovative technologies in the industry.<br />
Present in Brazil, with a unit to serve South America, the<br />
Company is recognized for products that meet the demands<br />
of all possible applications in the processing industry<br />
with resistant and reliable machines. Headquartered<br />
in Waterloo, Iowa, CPM designs and manufactures<br />
a wide range of pellet mills, oilseed processing equipment,<br />
twin-screw extruders, and thermal equipment on<br />
an industrial scale.<br />
A pioneer in equipment manufacturing with more<br />
than 80 years in the marketplace, CPM was responsible<br />
for building the world’s first commercial pellet mill<br />
A Twin Track melhora a<br />
alimentação ao longo<br />
da largura da matriz, os<br />
pellets são distribuídos<br />
50% à esquerda e à direita,<br />
o que proporciona melhor<br />
distribuição, promovendo um<br />
desgaste mais uniforme<br />
Evandro Magnus, diretor da CPM<br />
na América do Sul<br />
38<br />
www.REVISTABIOMAIS.com.br
BIOMASSA<br />
RECORDE DE<br />
GERAÇÃO<br />
DE ENERGIA<br />
EM 2023, A FONTE<br />
RENOVÁVEL E LIMPA<br />
CONTRIBUIU COM 3.218 MW<br />
MÉDIOS, COM DESTAQUE<br />
PARA O BAGAÇO DA<br />
CANA-DE-AÇÚCAR<br />
FOTOS DIVULGAÇÃO<br />
42 www.REVISTABIOMAIS.com.br
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
43
BIOMASSA<br />
A<br />
geração de energia a partir da biomassa<br />
bateu o recorde de contribuição ao SIN<br />
(Sistema Interligado Nacional) em 2023.<br />
Foram 3.218 MWm (megawatts médios),<br />
o que significou 4,6% de toda a demanda de energia<br />
consumida no ano passado. As informações são da<br />
CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica),<br />
vinculada ao MME (Ministério de Minas e Energia). O<br />
SIN é o sistema hidrotérmico para produção e transmissão<br />
de energia elétrica, coordenado e controlado<br />
pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico).<br />
“Estamos atuando em várias frentes, para seguir como<br />
referência de energia limpa em todo o mundo. Em<br />
2023, 93,6% da nossa eletricidade foi gerada a partir<br />
de fontes renováveis, o que reforça o Brasil como<br />
liderança mundial na transição energética”, destacou o<br />
ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.<br />
O recorde anterior foi registrado no ano de 2020,<br />
quando a geração média das usinas de biomassa<br />
ficou em 3.140 MWm. Em 2023, houve acréscimo na<br />
capacidade instalada de biomassa de 223 MW e, para<br />
2024, o incremento esperado é de 1.155 MW, o que representará<br />
o maior valor da série histórica. Em 2023, a<br />
contribuição da biomassa à geração de energia variou<br />
de 3,2% a 4,9% ao longo dos meses.<br />
EMPREENDIMENTOS DE BIOMASSA<br />
Conforme o levantamento, são 637 empreendimentos<br />
movidos a biomassa espalhados por todo o<br />
Brasil. A maioria deles (422) utiliza bagaço de cana-<br />
-de-açúcar, com uma potência total de 12.410 MW. O<br />
material é obtido após o esmagamento da cana para<br />
obtenção de álcool, como o etanol combustível e as<br />
bebidas alcóolicas, ou para a fabricação de açúcar.<br />
Sendo a cana-de-açúcar um componente importante<br />
para a geração de energia em duas etapas, tanto no<br />
transporte, quanto na geração de energia.<br />
Os resíduos florestais são o combustível de 76<br />
usinas, que geram 820 MW. A lenha, material utilizado<br />
na queima em termelétricas, que pode ter origem<br />
em florestas nativas ou de reflorestamento, move 13<br />
empreendimentos, contribuindo com uma potência<br />
de 263 MW. O biogás contribui com uma potência de<br />
201 MW.<br />
44 www.REVISTABIOMAIS.com.br
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MADEIRA NO ESTADO<br />
DO CENTRO-OESTE PARA<br />
ATENDER A DEMANDA<br />
FOTOS DIVULGAÇÃO<br />
BIOMASS IN THE<br />
STATE OF GOIÁS<br />
ASSOCIATION SEEKS TO<br />
STIMULATE WOOD BIOMASS<br />
PRODUCTION IN MIDWESTERN<br />
STATE TO MEET DEMAND<br />
48 www.REVISTABIOMAIS.com.br
A<br />
busca por fontes de energia renovável tem crescido<br />
e estimulado ações para reduzir as emissões<br />
de GEE (gases de efeito estufa) e aproveitar todo<br />
resíduo possível para geração de energia. O<br />
Estado de Goiás não tem tradição na silvicultura, mas é um<br />
importante produtor agroindustrial, cujas indústrias, em sua<br />
grande maioria, se utilizam da biomassa para geração de<br />
energia.<br />
Com a corrida para aumentar a geração de energia renovável,<br />
várias frentes estão sendo organizadas. O governo<br />
de Goiás anunciou que está com dois projetos de destaque<br />
na área de energia neste ano de 2024, que são os programas<br />
T<br />
he search for renewable energy sources has increased,<br />
stimulating actions to reduce greenhouse gas emissions<br />
(GHG) and use all possible wastes to generate<br />
energy. The State of Goiás does not have a forestry<br />
tradition, but it is an important agro-industrial producer, and<br />
most companies in the State use biomass to generate energy.<br />
Several fronts are being organized in the race to increase<br />
renewable energy production. The Government of Goiás<br />
has announced that it has two outstanding energy projects<br />
for 2024: the Energy Efficiency and the Energy Matrix<br />
Programs, under the responsibility of the General Secretariat<br />
of Government (SGG) through the Sub-Secretariat of Energy,<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
49
CRESCIMENTO<br />
GERAÇÃO DISTRIBUÍDA<br />
BATE RECORDE NO<br />
BRASIL<br />
FOTOS DIVULGAÇÃO<br />
54 www.REVISTABIOMAIS.com.br
POTÊNCIA INSTALADA<br />
CHEGOU A 28 GW, O<br />
QUE COMPROVA O<br />
AVANÇO CRESCENTE<br />
DO PAÍS NA GERAÇÃO<br />
DISTRIBUÍDA DE ENERGIA<br />
LIMPA E SUSTENTÁVEL<br />
A<br />
geração de energia limpa e sustentável é<br />
uma marca do Brasil e continua avançando.<br />
No último mês de março a GD (geração<br />
distribuída) de energia bateu novo recorde<br />
e alcançou 28 GW (gigawatts) de potência instalada, resultante<br />
de micro e minigerações distribuídas de energia<br />
solar. Em 2023, o país registrou 7,4 GW de acréscimo<br />
na capacidade instalada, segundo a Aneel (Agência Nacional<br />
de Energia Elétrica). Os dados da agência levam<br />
em consideração os sistemas próprios de produção de<br />
energia nas residências e empresas. Conforme dados da<br />
ABGD (Associação Brasileira de Geração Distribuída), a<br />
potência de 28 GW equivale à produção de duas usinas<br />
hidrelétricas de Itaipu.<br />
Este número representa um marco para o cenário<br />
energético e a tendência é aumentar ainda mais, visto<br />
que a instalação de usinas próprias vem crescendo<br />
entre consumidores individuais e entre empresas que<br />
constroem fazendas solares, fornecendo energia mais<br />
barata ao consumidor final. Os números comprovam o<br />
crescimento e a popularização da GD no país. Atualmente,<br />
dos 5.570 municípios do Brasil, 5.547 possuem<br />
instalação de geração distribuída e a quantidade de<br />
sistemas instalados é de 2.466.416, que no conjunto<br />
geraram 28 GW de potência no último mês de março.<br />
São dados que destacam a adoção de fontes de energia<br />
limpa, promovendo a sustentabilidade ambiental.<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
55
ARTIGO<br />
ESTOQUE DE CARBONO<br />
E DE BIOMASSA<br />
EM VEGETAÇÃO COM<br />
DIFERENTES ESTÁGIOS DE<br />
REGENERAÇÃO E ALTERAÇÕES<br />
ANTRÓPICAS EM ÁREA URBANA<br />
FOTOS DIVULGAÇÃO<br />
58 www.REVISTABIOMAIS.com.br
YURI ROMMEL VIEIRA ARAÚJO<br />
UFPB (Universidade Federal da Paraíba)<br />
ZHAYNE CHRISTINA GONÇALVES MOREIRA<br />
UFPB (Universidade Federal da Paraíba)<br />
ARINALDO INÁCIO DAS NEVES<br />
Secretaria Municipal do Meio Ambiente de João Pessoa (PB)<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
59
ARTIGO<br />
RESUMO<br />
O<br />
estudo teve como objetivo quantificar<br />
o estoque de carbono e biomassa em<br />
vegetação com diferentes estágios de<br />
regeneração e alterações antrópicas em<br />
área urbana. Para a obtenção dos resultados foi realizado<br />
o inventário florestal de seis áreas com diferentes<br />
características fitofisionômicas, grau de antropização e<br />
estágio de regeneração. Para a quantificação de estoque<br />
de carbono e biomassa foram utilizadas equações<br />
alóctones adaptadas para floresta estacional semidecidual.<br />
Das seis áreas, duas foram classificadas como<br />
estágio médio de regeneração, uma em estágio médio<br />
inicial e três em estágio inicial. O estoque de biomassa<br />
abaixo do solo encontrado variou entre 28,66 t/ha e<br />
0,12 t/ha e acima do solo entre 155,75 t/ha e 0,67 t/<br />
ha, dependendo do estágio de regeneração e grau de<br />
antropização. O estoque de carbono total variou entre<br />
88,51 tC/ha e 0,38 tC/ha, conforme a fitofisionomia da<br />
área. A vegetação em estágio médio inicial apresentou<br />
maior média de biomassa arbórea e carbono estocado<br />
em comparação aos demais estágios de regeneração.<br />
O fuste apresentou o maior estoque médio de carbono,<br />
seguida pelos galhos e raízes. Com os resultados, foi<br />
possível concluir que as áreas que apresentaram vegetação<br />
com características mais próximas dos remanescentes<br />
florestais, apresentam maior capacidade de<br />
estoque de biomassa e carbono. As áreas em estágio<br />
médio inicial absorvem maior quantidade de carbono<br />
e biomassa por hectares, e em estágio inicial, pouca<br />
capacidade. À medida que um remanescente florestal<br />
passa por um processo de antropização e de degradação,<br />
reduz sua função de sequestrar e estocar.<br />
60 www.REVISTABIOMAIS.com.br
INTRODUÇÃO<br />
O aumento da concentração de CO2 (gás carbônico)<br />
na atmosfera, a partir da Revolução Industrial, seus<br />
respectivos efeitos sobre a população e o ambiente<br />
vêm se tornando cada vez mais relevante e preocupante,<br />
sendo um desafio para a sociedade mitigá-los<br />
(Freitas Júnior, 2017). O acréscimo entre 1ºC e 3ºC<br />
(graus Celsius) na temperatura média global, acima dos<br />
valores registrados na década de 1990, poderá beneficiar<br />
algumas regiões do planeta, no entanto, trará custos<br />
econômicos e sociais em outras partes (IPCC, 2019).<br />
Uma das ações antrópicas que contribuem para<br />
a emissão de CO2 na atmosfera são as alterações da<br />
cobertura vegetal, mais especificamente o desmatamento<br />
e as queimadas, onde as mudanças provocadas<br />
pela fragmentação florestal e redução de áreas nativas,<br />
resultam na perda de funções ecológicas, incluindo<br />
a produção de oxigênio, estoque e captura de CO2<br />
(Dantas et al., 2017).
Os locais com uma<br />
cobertura vegetal<br />
em estágio médio<br />
ou inicial/médio<br />
apresentaram os<br />
maiores resultados de<br />
estoque de carbono<br />
e de biomassa por<br />
hectare, cumprindo<br />
com a sua função<br />
ecológica<br />
por um processo antrópico e degradatório, perdendo<br />
suas características naturais, a função ecossistêmica de<br />
sequestro de carbono e acúmulo de biomassa se reduz.<br />
A estrutura vegetal que absorve maior quantidade<br />
de carbono foi o fuste. A quantidade de carbono<br />
estocado total médio por indivíduos foram maiores nas<br />
áreas A5 e A6, tratando-se de locais antropizados.<br />
Uma estratégia que o município de João Pessoa<br />
tem para contribuir com a redução do aquecimento e<br />
sequestro dos GEE (gases de efeito estufa) é mediante<br />
a criação de parques e UC de áreas que apresentem<br />
cobertura florestal nativa e realizando o reflorestamento<br />
de áreas degradadas.<br />
Para acessar esse conteúdo na<br />
íntegra acesse o QRcode ao lado:<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
63
AGENDA<br />
MAIO 2024<br />
DESTAQUE<br />
CIBIO 2024 – CONGRESSO INTERNACIONAL<br />
DE BIOMASSA<br />
Data: 29 e 30<br />
Local: FIEP – Curitiba (PR)<br />
Informações:<br />
https://www.congressobiomassa.com/site/<br />
CBENS - CONGRESSO BRASILEIRO DE<br />
ENERGIA SOLAR<br />
Data: 27 a 30<br />
Local: Natal (RN)<br />
Informações:<br />
https://www.abens.org.br/evento.php?evento=3<br />
JUNHO 2024<br />
HYDROGEN AMÉRICAS<br />
Data: 11 a 12<br />
Local: Washington D.C., EUA (Estados Unidos da América)<br />
Informações:<br />
https://www.hydrogen-americas-summit.com/<br />
EUBCE – EUROPEAN BIOMASS<br />
CONFERENCE & EXHIBITION<br />
Data: 24 a 27<br />
Local: Marselha (França)<br />
Informações: https://www.eubce.com/<br />
BIOTECH FAIR E<br />
CONGRESSO<br />
DE BIOENERGIA+<br />
Data: 4 a 6 de junho de 2024<br />
Local: Porto Alegre (RS)<br />
Informações:<br />
https://congressodebioenergia.com.br/<br />
O Congresso Internacional de Bioenergia<br />
acontece juntamente com BIOTECHFAIR - Feira<br />
Internacional de Tecnologia em Bioenergia e<br />
Biocombustíveis -, ocupando mais de 10 mil m2<br />
(metros quadrados) do Centro de Eventos da<br />
Fiergs (Federação das Indústrias do Estado do<br />
Rio Grande do Sul), em Porto Alegre (RS). O evento<br />
é consolidado como um importante fórum de<br />
discussões sobre energias renováveis do Brasil e<br />
América Latina.<br />
64 www.REVISTABIOMAIS.com.br
VEM AÍ!<br />
02 DE DEZEMBRO - CURITIBA (PR)<br />
PATROCINADORES:<br />
ASSOCIAÇÃO DO COMÉRCIO E INDÚSTRIA DE<br />
MADEIRAS E DERIVADOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO<br />
SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS<br />
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comercial@revistareferencia.com.br
OPINIÃO<br />
Foto: divulgação<br />
GERENCIAMENTO DE<br />
EQUIPES: COMO MELHORAR<br />
OS RESULTADOS DOS TIMES?<br />
À<br />
medida que os modelos de locais de trabalho<br />
evoluem, também se aperfeiçoam os termos e<br />
práticas utilizados pelas empresas. Nos últimos<br />
anos, o trabalho híbrido disparou. A missão dos<br />
líderes e esforço de gestão mais dinâmica dos times para<br />
potencializar os resultados vem se tornando cada vez mais<br />
desafiadores.<br />
As organizações estão começando a entender que uma<br />
equipe de sucesso não é apenas o resultado de compartilhar<br />
um espaço físico ou de indivíduos trabalhando isoladamente<br />
de forma eficiente. Para proteger e reter os melhores<br />
talentos, a implementação de práticas ágeis está se tornando<br />
rotina em todas as áreas.<br />
Com a crescente demanda por flexibilidade, transparência<br />
e engajamento entre os funcionários, o gerenciamento<br />
de trabalho colaborativo tornou- se uma prática essencial<br />
para o sucesso das organizações.<br />
A gestão colaborativa do trabalho, também conhecido<br />
como CWM (Collaborative Work Management), é a prática<br />
de gerenciar uma equipe de maneira a promover a comunicação<br />
e o trabalho em colaboração. É uma abordagem que<br />
enfatiza a importância de trabalhar em conjunto – mesmo<br />
que os membros da equipe estejam em locais separados<br />
usando dispositivos diferentes – para um objetivo comum,<br />
em vez de trabalhar em silos ou abordagens individualistas.<br />
O gerenciamento de trabalho colaborativo envolve a<br />
criação de um ambiente em que todos da equipe possam<br />
compartilhar ideias, recursos e feedbacks e trabalhar juntos<br />
para atingir um bom desempenho coletivo dentro de uma<br />
empresa. No entanto, sendo um conceito da era digital, não<br />
se manifestou por meio de materiais como papel e canetas.<br />
O CWM surgiu pelo domínio de plataforma de softwares.<br />
O gerenciamento eficaz do trabalho colaborativo requer<br />
uma compreensão clara da dinâmica da equipe, pontos fortes<br />
e fracos individuais e a capacidade de criar uma cultura<br />
de confiança e respeito. Essa abordagem também requer o<br />
uso de ferramentas e tecnologias que permitam que todos<br />
se comuniquem e colaborem de forma eficaz, independentemente<br />
de sua localização ou fuso horário. As principais<br />
características do gerenciamento de trabalho colaborativo<br />
passsam por: comunicação aberta e transparente, colaboração<br />
e trabalho em equipe, compartilhamento de recursos,<br />
tecnologia colaborativa, flexibilidade e adaptabilidade.<br />
Com tantas características construtivas disponíveis, já<br />
é de se imaginar a infinidade de benefícios que CWM pode<br />
trazer. Em primeiro lugar, incentiva o trabalho em equipe e a<br />
comunicação, cruciais para o sucesso de qualquer organização.<br />
Quando as pessoas trabalham juntas, elas podem<br />
compartilhar ideias, debater e resolver problemas com mais<br />
eficiência. Isso, por sua vez, leva ao aumento da produtividade<br />
e a melhores resultados.<br />
Em segundo lugar, essa gestão promove a responsabilidade<br />
e a transparência. Quando os colaboradores trabalham<br />
de forma colaborativa, é mais provável que eles assumam<br />
suas tarefas e responsabilidades. Em terceiro lugar, a gestão<br />
do trabalho colaborativo pode melhorar o envolvimento dos<br />
funcionários e a satisfação no trabalho. Os resultados de um<br />
estudo de Stanford mostraram que sentir que você faz parte<br />
de uma equipe de pessoas trabalhando em uma tarefa,<br />
torna as pessoas mais motivadas ao enfrentar desafios.<br />
E como último e possivelmente um dos maiores benefícios,<br />
o CWM aumenta a produtividade da equipe. Com uma<br />
gestão mais eficiente, as equipes podem trabalhar de forma<br />
mais produtiva, otimizando o tempo e cumprindo os prazos,<br />
e atingindo os resultados estabelecidos.<br />
C<br />
M<br />
Y<br />
CM<br />
MY<br />
CY<br />
CMY<br />
K<br />
Por Hermínio Gonçalves<br />
CEO da SoftExpert Brasil<br />
Foto: divulgação<br />
66 www.REVISTABIOMAIS.com.br
A FACA<br />
GIGANTE<br />
DO AGRO<br />
SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS