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Entrevista o crescimento da energia eólica por Elbia Gannoum, presidente da ABEEólica<br />
EXPERTISE EM<br />
BIOMASSA<br />
CONHECIMENTO AGREGADO NO<br />
DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS<br />
É UM DIFERENCIAL DE EMPRESA<br />
MULTINACIONAL<br />
BIOMASS EXPERTISE<br />
AGGREGATED KNOWLEDGE IN<br />
PROJECT DEVELOPMENT IS A<br />
DIFFERENTIATOR OF A<br />
MULTINATIONAL COMPANY<br />
EUCALIPTO<br />
PESQUISA VISA AUMENTAR OPÇÕES<br />
DE CLONES PARA PRODUÇÃO DE<br />
BIOMASSA NO MATO GROSSO<br />
ECONOMIA<br />
MERCADO LIVRE DE ENERGIA CRESCE<br />
COM ABERTURA PARA NOVA CATEGORIA<br />
DE CONSUMIDORES
SUMÁRIO<br />
08 | EDITORIAL<br />
Mercado promissor<br />
10 | CARTAS<br />
12 | NOTAS<br />
22 | ENTREVISTA<br />
32 | PRINCIPAL<br />
38 | BALANÇO<br />
Energia renovável<br />
42 | BIOMASSA<br />
Biomassa no Mato Grosso<br />
46 | ECONOMIA<br />
50 | ARTIGO<br />
56 | AGENDA<br />
58 | OPINIÃO<br />
O papel vital da energia solar<br />
na ascensão dos veículos<br />
elétricos no Brasil<br />
06 www.REVISTABIOMAIS.com.br
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completas à medida<br />
A Nazzareno desenvolve projetos<br />
à medida adaptando as soluções<br />
Padrão às específicas necessidades<br />
de cada cliente através do seu<br />
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engenheiros e técnicos peritos.<br />
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MERCADO<br />
BRASILEIRO<br />
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31030 Breda di Piave (TV) - ITALY<br />
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info@nazzareno.it<br />
nazzareno.it
EDITORIAL<br />
A capa desta edição destaca a<br />
planta produtora de pellets de<br />
biomassa da ANDRITZ<br />
MERCADO<br />
PROMISSOR<br />
A<br />
primeira edição da Revista REFERÊNCIA BIOMAIS de 2024 traz como destaque principal o trabalho da ANDRITZ, empresa<br />
multinacional, que atua no segmento de biomassa no Brasil desde 2005 e tem visto este mercado crescer. A expertise adquirida<br />
nos projetos desenvolvidos em várias partes do mundo é um dos diferenciais da empresa que atua com projetos<br />
personalizados. A presidente da ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias), Elbia Gannoum,<br />
é a entrevistada na edição, onde aponta os avanços e desafios do setor que tem aumentado sua presença no país. A edição ainda traz<br />
reportagens sobre o mercado livre de energia, o desenvolvimento de pesquisa para melhorar o rendimento da biomassa do eucalipto<br />
e, ainda, o crescimento na geração de energia no país por diferentes fontes, entre outros assuntos. Uma ótima leitura a todos!<br />
PROMISING MARKET<br />
T<br />
he first issue of REFERÊNCIA <strong>Biomais</strong> in 2024 highlights the work of ANDRITZ, a multinational company that has been operating in<br />
the biomass segment in Brazil since 2005 and has seen this market grow. The expertise acquired in the projects developed in various<br />
parts of the world is one of the highlights of the Company that works with customized projects. Elbia Gannoum, President of the<br />
Brazilian Association of Wind Energy and New Technologies (Abeeólica), is interviewed in this issue, where she points out the advances<br />
and challenges of the Sector that have increased its presence in the Country. The issue also features reports on the free energy market,<br />
the development of research to improve the yield of eucalyptus biomass, and the growth in energy generation in the country from different<br />
sources, among other subjects. A pleasant read, everyone!<br />
EXPEDIENTE<br />
ANO XI - EDIÇÃO 61 - FEVEREIRO 2024<br />
Diretor Comercial/Commercial Director:<br />
Fábio Alexandre Machado<br />
(fabiomachado@revistabiomais.com.br)<br />
Diretor Executivo/Executive Director:<br />
Pedro Bartoski Jr<br />
(bartoski@revistabiomais.com.br)<br />
Redação/Writing:<br />
Gisele Rossi<br />
(jornalismo@revistabiomais.com.br)<br />
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ASSINATURAS<br />
0800 600 2038<br />
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www.jotaeditora.com.br<br />
A REVISTA BIOMAIS - é uma publicação bimestral e independente,<br />
dirigida aos produtores e consumidores de energias limpas<br />
e alternativas, produtores de resíduos para geração e cogeração de<br />
energia, instituições de pesquisa, estudantes universitários, órgãos<br />
governamentais, ONG’s, entidades de classe e demais públicos,<br />
direta e/ou indiretamente ligados ao segmento. A REVISTA BIOMAIS<br />
não se responsabiliza por conceitos emitidos em matérias, artigos,<br />
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responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação,<br />
armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos<br />
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terminantemente proibídas sem autorização escrita dos titulares dos<br />
direitos autorais, exceto para fins didáticos.<br />
REVISTA BIOMAIS is a bimonthly and independent publication, directed<br />
at clean alternative energy producers and consumers, producers of residues<br />
used for energy generation and cogeneration, research institutions, university<br />
students, governmental agencies, NGO’s, class and other entities, directly and/<br />
or indirectly linked to the Segment. REVISTA BIOMAIS does not hold itself<br />
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without written authorization of the holder of the authorial rights, except for<br />
educational purposes.<br />
08 www.REVISTABIOMAIS.com.br
A ComBer possui uma linha completa<br />
de automatizadores e fornalhas a cavaco<br />
para melhorar ainda mais o rendimento de<br />
seu secador de cereais. A empresa trabalha<br />
com atendimentos personalizados a partir<br />
das necessidades dos clientes.<br />
É uma empresa de Rio Verde-GO, pioneira e<br />
líder nacional em seu segmento, que há mais<br />
de 10 anos fornece soluções em secagem de<br />
grãos para todo o Brasil.<br />
Os automatizadores ComBer CBI e LBI ganham destaque pela sua eficiência.<br />
Confira alguns benefícios:<br />
• Redução da mão de obra e seus passivos;<br />
• Estabilidade da temperatura de secagem<br />
e aumento da produtividade do secador;<br />
• Melhoria na qualidade do grão seco;<br />
• Redução dos gastos com manutenção<br />
de fornalhas.<br />
www.comber.com.br<br />
(64) 3018-2522
CARTAS<br />
PRÊMIO REFERÊNCIA MELHORES DO ANO<br />
Receber esse prêmio foi uma emoção muito grande, pois a Revista REFERÊNCIA BIOMAIS é<br />
consolidada no setor e por ser um prêmio nacional, é o sentimento de dever cumprido, porque<br />
buscamos o reconhecimento por trabalhar seguindo a lei, fazendo o certo.<br />
Por Wesley Giacomelli – Vera (MT)<br />
Foto: Emanoel Caldeira<br />
ENTREVISTA<br />
Excelentes reflexões do professor Thulio Cícero Guimarães Pereira sobre sustentabilidade, transição energética.<br />
Vale a leitura!<br />
Por Maria Patrícia Cordeiro – Irati (PR)<br />
INVESTIMENTO<br />
A usina de hidrogênio verde da UFSC é modelo de inovação, aliada à educação.<br />
Por Paulo André – Ascurra (SC)<br />
PRINCIPAL<br />
Muito bacana a história da Rocha Facas e a relação próxima com seus clientes.<br />
Por Valter Ferreira - Cacoal (RO)<br />
Foto: Emanoel Caldeira<br />
www.revistabiomais.com.br<br />
na<br />
mí<br />
energia<br />
biomassa<br />
dia informação<br />
@revistabiomais<br />
/revistabiomais<br />
Publicações Técnicas da JOTA EDITORA<br />
10 www.REVISTABIOMAIS.com.br
A Benecke é uma tradicional fabricante de<br />
caldeiras, máquinas para o segmento madeireiro<br />
e sistemas de secagem de grãos direto e indireto.<br />
Ao longo dos nossos 70 anos de mercado e<br />
presença em 21 países, com um parque fabril de<br />
18.500 metros quadrados, a Benecke estabeleceu<br />
uma sólida reputação, atendendo diversos<br />
mercados ao redor do mundo com mais de 5.400<br />
equipamentos vendidos.<br />
Com uma engenharia qualificada, aliada ao uso<br />
do software ANSYS e compromisso com a<br />
excelência e qualidade, nos posicionando como<br />
líder indiscutível no mercado.<br />
Projetamos e desenvolvemos toda a automação<br />
dos equipamentos, desta forma conseguimos o<br />
melhor rendimento e uma assistência técnica<br />
remota ágil.<br />
A unidade Caldeira é voltada para qualquer<br />
indústria que necessite de água quente, vapor<br />
saturado, superaquecido ou óleo térmico.<br />
Customizamos a caldeira de acordo com a<br />
necessidade da indústria, oferecendo soluções<br />
sustentáveis e com a garantia de qualidade,<br />
eficiência energética e confiabilidade de um<br />
produto robusto.<br />
Processos verticalizados em todas as áreas<br />
da indústria, garantindo mais qualidade no<br />
produto final entregue ao cliente.<br />
Caldeiras Flamotubulares e<br />
Aquatubulares, com capacidade<br />
produtiva de até 60ton/h e até 45 bar de<br />
pressão.<br />
Projetos customizados de acordo com a sua<br />
necessidade, garantindo qualidade e<br />
principalmente a confiabilidade em quem<br />
carrega 70 anos de experiência no mercado.
NOTAS<br />
Fotos: Desenvolve SP<br />
USINA SOLAR FLUTUANTE<br />
Com financiamento da Desenvolve SP, agência de fomento do governo do Estado de São Paulo, o Grupo AB Areias<br />
ergueu um empreendimento inédito, o de uma usina solar flutuante em um lago de mineração de areia já exaurido na<br />
cidade de Roseira (SP), no Vale do Paraíba. Inaugurada no final de novembro de 2023, a usina já abastece totalmente a<br />
unidade da empresa na cidade.<br />
Para implantar o projeto a empresa contou com o trabalho de empresas especializadas em usinas solares fotovoltaicas<br />
flutuantes. A usina solar ocupa um dos 20 ha (hectares) do lago - equivalente a 10 mil m2 (metros quadrados) dos 200 mil<br />
m2 disponíveis -. Foram instaladas 1.180 placas fotovoltaicas sobre flutuadores no espelho d’água. Elas são sustentadas<br />
em estruturas de alumínio e ficam suspensas com auxílio de boias. Para evitar que elas se desloquem, foram instaladas 20<br />
poitas (espécie de âncoras), cada uma pesando duas toneladas. Só para se ter uma ideia, se o destino dessa energia gerada<br />
fosse para residências, seria suficiente para abastecer 6 mil casas.<br />
O diretor de Negócios e Fomento da agência Desenvolve SP, Gustavo Melo, destacou a inovação do projeto. “Temos<br />
muito orgulho de falar que somos a ferramenta de viabilidade de projetos como esse. Isso é desenvolvimento sustentável,<br />
e são ações como essa que geram emprego, renda e desenvolvimento para o Estado. Queremos ser cada vez mais apoiadores<br />
de projetos que trazem evolução e inovação”, afirmou o diretor.<br />
O projeto capitaneado pela AB Sol Energias Renováveis, uma das empresas da AB Areias, teve investimento total de R$<br />
5,3 milhões, dos quais R$ 4,2 milhões foram financiados pela Desenvolve SP (80% do total). “Tivemos total acolhida da Desenvolve<br />
SP neste processo”, afirma Sandra Maia de Oliveira, diretora de Meio Ambiente e Mineração do Grupo AB Areias.<br />
12 www.REVISTABIOMAIS.com.br
CPM, o seu parceiro em produtividade,<br />
reduzindo custos com operação!<br />
Vida útil<br />
prolongada<br />
Otimização no controle de processo<br />
Expressiva redução de custos<br />
Otimização no<br />
controle de processo<br />
Rolos Lubrificados a Óleo<br />
Vida útil prolongada<br />
dos rolamentos;<br />
Menor custo com<br />
manutenção;<br />
Maior disponibilidade<br />
de equipamento;<br />
Redução expressiva no<br />
consumo de lubrificante;<br />
Temperatura nos rolos<br />
135 o C<br />
Temperatura média dos rolos<br />
Redução de temperatura<br />
35°C<br />
de redução de<br />
temperatura<br />
135 o C<br />
NOTAS<br />
SERGIPE LIDERA REGULAMENTAÇÃO<br />
DE GÁS NATURAL<br />
O Estado de Sergipe assumiu a liderança do<br />
RELIVRE (Ranking do Mercado Livre de Gás) na<br />
atualização divulgada em dezembro de 2023,<br />
em evento realizado na sede do IBP (Instituto<br />
Brasileiro de Petróleo e Gás). Roberto Ardenghy,<br />
presidente do IBP, lembrou que o lançamento do<br />
RELIVRE, em março de 2023, foi um importante<br />
marco para a abertura do mercado livre de gás<br />
nos Estados com foco no amadurecimento e na<br />
modernização das regulações estaduais, com<br />
aderência aos princípios da nova lei federal do<br />
gás natural. “O RELIVRE nos proporcionou um<br />
canal de diálogo com os Estados para apoiar<br />
o aprimoramento das normas locais sobre gás<br />
natural”, avalia Ardenghy. Até outubro deste ano,<br />
dos 19 Estados com algum tipo de norma sobre<br />
o mercado livre de gás natural, apenas metade<br />
tinha uma pontuação acima de 40% no ranking.<br />
Ao longo de 2023, vários Estados introduziram<br />
novas regulações, estreando no ranking ou<br />
ampliando sua pontuação. Ele acrescenta que a<br />
trajetória do Estado de Sergipe tornou-se uma<br />
referência e visa ampliar a competitividade e<br />
atratividade do gás com benefícios para a economia<br />
do Estado e benefícios para os consumidores.<br />
O RELIVRE, resultado de uma parceria do IBP<br />
com a ABRACE (Associação dos Grandes Consumidores<br />
Industriais de Energia e de Consumidores<br />
Livres) e a ABPIP (Associação Brasileira de<br />
Produtores Independentes de Petróleo e Gás), é<br />
uma ferramenta que permite o acompanhamento<br />
e a análise das normas estaduais referentes<br />
à abertura do mercado livre de gás natural,<br />
destacando as melhores práticas regulatórias em<br />
cada Estado e apontando seus potenciais pontos<br />
de aprimoramento.<br />
Foto: Ascom Agrese/Presidente IBP, Roberto Ardenghy Foto: Ascom Agrese/Evento Atualização do Relivre Foto: Ascom Agrese/Evento Atualização do Relivre<br />
14 www.REVISTABIOMAIS.com.br
SISTEMA DE PRODUÇÃO DE BIOMASSA<br />
BRUNO - EFICIÊNCIA EXCEPCIONAL<br />
Na vanguarda da transformação, a Bruno revoluciona o sistema de produção de biorobustez,<br />
otimizando a produção, desde a recepção de toras, até a entrega de biomassa de<br />
qualidade excepcional.<br />
Em nosso sistema de produção de biomassa, cada etapa é cuidadosamente integrada<br />
,<br />
conversão em biomassa de alta qualidade, cada processo é otimizado para assegurar<br />
Escolha a excelência da Bruno e esteja à frente da revolução na produção de biomassa.<br />
+55 (49) 3541-3100<br />
@brunoindustrial
NOTAS<br />
USINA HÍBRIDA EÓLICA E SOLAR<br />
A ACCIONA Energía concluiu a sua primeira planta de geração renovável híbrida com a construção de uma usina fotovoltaica<br />
de 29,4 MW (Megawatts) no mesmo local de seu parque eólico Escepar (36 MW), entre os municípios de Villalba<br />
del Rey e Tinajas (Cuenca), na Espanha.<br />
Composta por 54.208 módulos fotovoltaicos, a planta solar Escepar gerará 48.170 MWh (Megawatts por hora) de<br />
eletricidade limpa por ano, quantidade equivalente ao consumo de cerca de 13.800 residências. Essa potência se soma<br />
aos 57.500 MWh anuais já produzidos pelo parque eólico homônimo. Em conjunto, as duas instalações que compõem a<br />
hibridização irão gerar eletricidade suficiente para abastecer mais de 30 mil residências, evitando a emissão de mais de 46<br />
mil toneladas de CO2 (gás carbônico) por ano, o equivalente a plantar 2,5 milhões de árvores ou retirar de circulação mais<br />
de 17.750 carros.<br />
A hibridização de Escepar gerou até 130 empregos durante o pico da sua construção. A usina de Escepar é a primeira<br />
hibridização da empresa, uma fórmula na qual duas ou mais tecnologias renováveis utilizam o mesmo ponto de conexão,<br />
otimizando assim o uso da rede. Ao combinar tecnologias capazes de se alternar, como a eólica e a solar, reduz-se a dependência<br />
das condições ambientais e obtém-se uma produção renovável mais constante e estável. Outro destaque é que, ao<br />
compartilhar infraestruturas, evita-se a construção de novas linhas elétricas, subestações, instalações e estradas, reduzindo<br />
o impacto ambiental que dois projetos independentes teriam.<br />
Foto: divulgação Acciona Energia<br />
16 www.REVISTABIOMAIS.com.br
Empresa pertencente ao Grupo Gaboardi, especializada na fabricação de<br />
máquinas e equipamentos para produção de biomassa (pellet) e ração<br />
animal desde 1968, atendendo também demandas e necessidades no reparo<br />
e fabricação de peças de reposição do setor.<br />
www.gell.ind.br<br />
BR116-KM 180 | São Cristóvão do Sul - SC<br />
Fone: +55 (49) 3253-1100<br />
Fone: +55 (49) 9 9927-5926<br />
E-mail: comercial.gell@gaboardi.com.br
NOTAS<br />
BRASILEIROS ADOTAM HÁBITOS SUSTENTÁVEIS<br />
Os brasileiros têm adotado ações relacionadas à conservação do meio ambiente no dia a dia, embora ainda haja<br />
espaço para expansão do consumo sustentável. Pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) revela que<br />
81% adotam hábitos sustentáveis sempre ou na maioria das vezes. Em 2022, eram 74%.<br />
Conforme a pesquisa nos últimos seis meses: 73% evitaram desperdício de água sempre e 17% na maioria das<br />
vezes, somando 90%; 69% evitaram desperdício de energia sempre e 20% na maioria das vezes, somando 89%; 50%<br />
reduziram a produção de lixo sempre e 28% na maioria das vezes, somando 78%; 52% reutilizaram água sempre e<br />
22% na maioria das vezes, somando 74%; 47% separaram lixo para reciclagem sempre e 18% na maioria das vezes,<br />
somando 65%; 45% reutilizaram ou reaproveitaram embalagens de produtos sempre e 25% na maioria das vezes,<br />
somando 60%; 43% reutilizaram o uso de embalagens sempre e 27% na maioria das vezes, somando 70%. Por outro<br />
lado, 62% consideram difícil encontrar produtos sustentáveis em lojas e 45% não verificam se o produto que vão<br />
comprar foi produzido de forma ambientalmente sustentável. Os principais entraves para práticas sustentáveis apontados<br />
foram falta de campanhas de conscientização (19%), hábitos ruins (15%) e desconhecimento (15%).<br />
“Todos temos de fazer a nossa parte: governo, sociedade e setor produtivo juntos, no que cabe a cada um para<br />
viabilizar a descarbonização da economia. Temos de entrar em um ciclo virtuoso para impulsionar o país para uma<br />
economia mais sustentável e alinhada à conservação do planeta e à promoção do bem-estar social”, afirma o presidente<br />
da CNI, Ricardo Alban.<br />
Foto: divulgação<br />
18 www.REVISTABIOMAIS.com.br
Projetos<br />
Totalmente<br />
Personalizados<br />
em conformidade com a sua<br />
necessidade, desde o layout até as<br />
características de desempenho da<br />
caldeira e de cada equipamento.
NOTAS<br />
GERAÇÃO DE ENERGIA AUMENTOU NO BRASIL<br />
Impulsionada pela energia eólica e solar, a geração de energia elétrica terminou 2023 com crescimento<br />
de 10.324,2 MW (Megawatts). Os dados foram divulgados pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).<br />
Apenas em dezembro passado, foram acrescidos 1,9 mil MW, com a entrada em operação comercial de 51<br />
unidades geradoras em todo o país.<br />
O acréscimo anual superou a meta de 10.302,4 MW estabelecida pela Aneel para o ano passado. Esse<br />
foi o maior incremento na matriz elétrica brasileira desde 2016, quando foram incorporados 9.527,8 MW à<br />
geração de energia. Ao todo, 291 empreendimentos de energia entraram em operação no ano passado em<br />
19 Estados. Os estados com maior acréscimo foram a Bahia (2.614 MW), o Rio Grande do Norte (2.278,5 MW)<br />
e Minas Gerais (2.025,7 MW).<br />
A principal contribuição para o aumento veio da energia eólica. Com 140 unidades inauguradas no ano<br />
passado, a modalidade registrou aumento de 4.919 MW, o equivalente a 47,65% do incremento total. Em<br />
segundo lugar, está a energia solar, cuja geração aumentou 4.070,9 MW com a entrada em operação de 104<br />
centrais fotovoltaicas, 39,51% do acréscimo. Completam a lista 1.214,9 MW gerados por 33 termelétricas, 158<br />
MW de 11 novas pequenas centrais hidrelétricas e 11,4 MW de três novas centrais geradoras hidrelétricas.<br />
Foto: divulgação<br />
20 www.REVISTABIOMAIS.com.br
A AFIAÇÃO CHEGOU<br />
EM UM OUTRO NÍVEL!<br />
Nova Afiadora de facas Energy:<br />
alta performance com um<br />
simples toque na tela.<br />
Máquina totalmente automática<br />
com sistema de comando CNC,<br />
SIEMENS TOUCH SCREEN, e<br />
com o novo Sistema de<br />
separação de resíduos, que<br />
garante uma afiação livre de<br />
resíduos ferrosos.<br />
SIEMENS TOUCH SCREEN<br />
SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS
ENTREVISTA<br />
Foto: Flavia Valsani<br />
ENERGIA<br />
ENTREVISTA<br />
DO VENTO<br />
ELBIA<br />
GANNOUM<br />
ENERGY FROM THE WIND<br />
Formação: Ciências Econômicas pela UFU (Universidade<br />
Federal de Uberlândia); mestre em Economia pela UFSC<br />
(Universidade Federal de Santa Catarina); doutora em<br />
Engenharia de Produção pela UFSC<br />
Education: Economic Sciences from the Federal University of<br />
Uberlândia (UFU); MSc in Economics from the Federal University of<br />
Santa Catarina (Ufsc); PhD in Production Engineering from Ufsc<br />
Cargo: Presidente-executiva da Abeeólica<br />
Function: Executive President of the Brazilian Association of Wind<br />
Energy and New Technologies<br />
F<br />
ilha caçula de uma família mineira de oito irmãos, Elbia<br />
Gannoum, almejava se tornar professora universitária.<br />
Com formação em Ciências Econômicas, foi no<br />
curso de mestrado que se interessou pela indústria<br />
de energia e começou a pesquisar na área. Desde 2011 é<br />
presidente-executiva da Abeeólica (Associação Brasileira de<br />
Energia Eólica e Novas Tecnologias), onde iniciou quando o<br />
setor tinha apenas 1 GW (gigawatts) de capacidade instalada.<br />
Passados 12 anos, a energia eólica tem mais de 30 GW de<br />
capacidade instalada no Brasil. Em sua trajetória profissional<br />
Elbia foi professora da UFSC (Universidade Federal de Santa<br />
Catarina), integrou a CCEE (Câmara de Comercialização de<br />
Energia Elétrica), foi economista-chefe do MME (Ministério<br />
de Minas e Energia), coordenadora de Política Institucional<br />
do Ministério da Fazenda e assessora na Aneel (Agência<br />
Nacional de Energia Elétrica). Em entrevista para Revista a<br />
REFERÊNCIA BIOMAIS, Elbia Gannoum falou dos avanços e<br />
expectativas do setor.<br />
T<br />
he youngest daughter in a family of eight siblings<br />
from the State of Minas Gerais, Elbia Gannoum aspired<br />
to become a University Professor. With a degree<br />
in Economic Sciences, it was during her studies for<br />
her Master’s degree that she became interested in the energy<br />
industry and began research in the area. Since 2011, she has<br />
been Executive President of the Brazilian Association of Wind<br />
Energy and New Technologies (Abeeólica), where she started<br />
when the Sector had only 1 GW of installed capacity. After 12<br />
years, wind energy has more than 30 GW of installed capacity<br />
in Brazil. In her professional career, Gannoum has been a<br />
Professor at the Federal University of Santa Catarina (Ufsc),<br />
a member of the Electric Energy Trading Chamber (Ccee),<br />
Chief Economist at the Ministry of Mines and Energy (MME),<br />
Coordinator of Institutional Policy at the Ministry of Finance<br />
and advisor at National Electric Energy Agency (Aneel). In an<br />
interview with REFERÊNCIA <strong>Biomais</strong>, Elbia Gannoum talks<br />
about the advances and expectations of the Sector.<br />
22 www.REVISTABIOMAIS.com.br
IMPORTAÇÃO DE MATRIZES,<br />
ANÉIS E CAPAS DE ROLOS PARA<br />
BIOMASSA, FERTILIZANTES E RAÇÃO<br />
Atendemos o mercado gerador<br />
de energia limpa em nível<br />
mundial em busca de eficiência.<br />
Somos especialistas na<br />
comercialização e instalação de<br />
equipamentos e máquinas para<br />
área de Biomassa de Madeira.
ENTREVISTA<br />
Conte de forma resumida sua trajetória até chegar<br />
na presidência da Abeeólica.<br />
Nasci em Ituiutaba (MG). Me formei em economia e<br />
comecei a construir uma carreira acadêmica com o objetivo<br />
de me tornar professora universitária, foi quando decidi<br />
fazer mestrado e depois doutorado. Durante o mestrado,<br />
fiquei muito interessada na indústria de energia e comecei<br />
a pesquisar nessa área. Fui uma das primeiras economistas<br />
a escrever sobre essa indústria, que passava por reformas,<br />
no final da década de 1990. Quando estava começando o<br />
doutorado e já lecionando temporariamente na universidade,<br />
recebi um convite para trabalhar na recém-inaugurada<br />
agência reguladora no Brasil. A partir desse período,<br />
desenvolvi uma carreira na área de energia. Comecei a<br />
trabalhar no governo federal em 2000, o que me proporcionou<br />
uma grande experiência. Hoje, tenho uma carreira<br />
de 24 anos. Desses, 11 anos dos quais trabalhei no governo<br />
e em instituições relacionadas. Com toda essa bagagem,<br />
tornei-me presidente da Abeeólica em 2011, onde estou<br />
há 12 anos. A associação tem sido fundamental para o<br />
desenvolvimento da área, que é muito importante no Brasil.<br />
É a segunda maior fonte de geração de energia, com mais<br />
de mil parques em operação no país. Desde 2020, também<br />
sou vice-presidente do GWEC (Conselho Global de Energia<br />
Eólica). E percebo que essa situação pode ajudar o Brasil a<br />
se posicionar melhor nas questões de mudanças climáticas<br />
e transição energética.<br />
Como surgiu a Abeeólica?<br />
Surgiu para representar uma indústria que estava<br />
começando e precisava se consolidar. Sendo assim, em<br />
2002 é fundada a Abeeólica, uma instituição sem fins<br />
lucrativos que reúne e representa a indústria de energia<br />
eólica no país, incluindo empresas em toda a cadeia de<br />
produção. Nos últimos 10 anos, a entidade tem contribuído<br />
efetivamente para o desenvolvimento e reconhecimento<br />
da energia eólica como uma fonte limpa, renovável, de<br />
baixo impacto ambiental, competitiva e estratégica para a<br />
composição da matriz energética nacional. Nos primeiros<br />
anos, a associação contava com 20 membros, e agora temos<br />
mais de 150 membros. Passamos de 20,5 MW em 2002, para<br />
30 GW de capacidade instalada, posicionando-se como<br />
a segunda fonte na matriz elétrica do país, ficando atrás<br />
apenas da energia hidrelétrica.<br />
Quais os benefícios para os associados?<br />
São muitos os benefícios. Quando se tem uma indústria<br />
da magnitude da energia eólica, ter uma associação<br />
que defenda com ética e transparência os interesses do<br />
Can you briefly tell us about your until you became<br />
Executive President of Abeeólica?<br />
I was born in Ituiutaba (MG). I graduated in economics<br />
and started to build an academic career to become<br />
a University Professor, so I decided to do a Master’s<br />
degree and then a Doctorate. During my studies for my<br />
Master’s degree, I became very interested in the energy<br />
industry and started to research this area. I was one of the<br />
first economists to write about this industry, which was<br />
undergoing reforms in the late 1990s. When I was starting<br />
my Doctorate and already teaching temporarily at the<br />
university, I received an invitation to work at the newly<br />
created regulatory agency in Brazil. From that time on, I<br />
developed a career in the energy field. I started working for<br />
the Federal Government in 2000, which gave me a great<br />
deal of experience. Today, I have a career spanning 24<br />
years. Of those, I spent 11 years in government and related<br />
institutions. With all this baggage, I became President of<br />
Abeeólica in 2011, where I have been for the past 12 years.<br />
The Association has been fundamental for the development<br />
of the area, which is very important in Brazil. Today,<br />
it is the second largest source of energy generation, with<br />
more than a thousand wind farms in operation in the Country.<br />
Since 2020, I have also been Vice Chair of the Global<br />
Wind Energy Council (Gwec). And I realize that this can<br />
help Brazil to better position itself on the issues of climate<br />
change and energy transition.<br />
How did Abeeólica come about?<br />
It emerged to represent an industry that was in its infancy<br />
and needed to consolidate. Thus, in 2002, Abeeólica<br />
was founded, a non-profit institution that brings together<br />
and represents the wind energy industry in the Country,<br />
including companies throughout the production chain.<br />
In the last ten years, the entity has effectively contributed<br />
to the development and recognition of wind energy as a<br />
clean, renewable, low environmental impact, competitive,<br />
and strategic source for the composition of the national<br />
energy matrix. In the early years, the Association had 20<br />
members, and now we have more than 150 members. We<br />
went from 20.5 MW in 2002 to 30 GW of installed capacity,<br />
positioning itself as the second largest source in the Country’s<br />
electricity matrix, behind only hydroelectric power.<br />
What are the benefits for members?<br />
There are many benefits. When you have an industry of<br />
the magnitude of wind energy, having an association that<br />
defends the interests of the development of this industry<br />
with ethics and transparency is fundamental. Even more<br />
24 www.REVISTABIOMAIS.com.br
Indústria e comércio ltda.<br />
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ENTREVISTA<br />
desenvolvimento dessa indústria é fundamental. Ainda<br />
mais porque essa atuação é pautada pelos conceitos de<br />
transição energética justa, as empresas inseridas na cadeia<br />
de valor da energia eólica entendem a necessidade de<br />
fazer parte. Nossos atuais associados entendem a Abeeólica<br />
como um investimento, uma vez que nossas ações e<br />
resultados em questões estratégicas trazem um retorno<br />
que seria impossível em atuações individuais das empresas.<br />
Além de promover eventos, relações governamentais,<br />
grupos de trabalhos, geração de dados, debates técnicos e<br />
um importante papel consultivo.<br />
Quais as vantagens para a sociedade com a geração<br />
de energia eólica?<br />
O mundo inteiro hoje discute a transição energética.<br />
Que é passar de ser uma sociedade que se utiliza de energia<br />
de origem fóssil e, portanto, poluente, e se tornar uma<br />
sociedade de base de energia renovável. A energia eólica<br />
é parte fundamental para que essa transição ocorra, pois<br />
é, junto com a energia solar, uma das fontes mais competitivas<br />
e com menor impacto socioambiental. Não dá para<br />
fazer a transição energética e mitigar os efeitos do aquecimento<br />
global sem considerar a energia eólica.<br />
Quais fatores que levam o Brasil a ter registrado<br />
crescimento rápido nos últimos 10 anos na geração de<br />
energia eólica?<br />
O grande potencial dos ventos, a criação de programas<br />
de incentivo como o Proinfa (Programa de Incentivo às<br />
Fontes Alternativas de Energia Elétrica), a segurança jurídica<br />
para investimento no país, além de todo esse esforço global<br />
para a transição energética.<br />
Atualmente qual a capacidade instalada de geração<br />
onshore?<br />
Temos 30 GW de capacidade instalada em eólica onshoso<br />
because this action is guided by the concepts of a just<br />
energy transition, companies inserted in the wind energy<br />
value chain understand the need to be part of it. Our<br />
current members understand Abeeólica as an investment<br />
since our actions and results in strategic matters provide<br />
a return that would be impossible for individual company<br />
actions. In addition, benefits include events, government<br />
relations, work groups, data generation, technical debates,<br />
and an important advisory role.<br />
What are the advantages for society with wind<br />
power generation?<br />
The whole world is now discussing the energy transition,<br />
which is to go from being a society that uses the<br />
energy of fossil origin and, therefore, polluting to becoming<br />
a society based on renewable energy. Wind energy<br />
is a fundamental part of this transition, as it is, along with<br />
solar energy, one of the most competitive sources with the<br />
most negligible socio-environmental impact. It is not possible<br />
to make the energy transition and mitigate the effects<br />
of global warming without considering wind energy.<br />
What are the factors that led Brazil to have registered<br />
rapid growth in wind power generation over the<br />
last ten years?<br />
The considerable wind potential, the creation of incentive<br />
programs such as the Incentive Program for Alternative<br />
Sources of Electric Energy (Proinfa), legal certainty for<br />
investment in the Country, and the global effort for the<br />
energy transition.<br />
Currently, what is the installed capacity of onshore<br />
generation?<br />
We have 30 GW of installed onshore wind capacity in<br />
Brazil, representing 14% of the Brazilian electricity matrix.<br />
The Northeast Region concentrates more than 90% of the<br />
Nos últimos 10 anos, a Abeeólica tem contribuído<br />
efetivamente para o desenvolvimento e reconhecimento<br />
da energia eólica como uma fonte limpa, renovável, de<br />
baixo impacto ambiental, competitiva e estratégica para a<br />
composição da matriz energética nacional<br />
26 www.REVISTABIOMAIS.com.br
ENTREVISTA<br />
re no Brasil, representando 14% na matriz elétrica brasileira.<br />
A região nordeste concentra mais de 90% dos parques no<br />
Brasil devido as ótimas condições dos ventos. Para mais<br />
detalhes, o Leitor pode acessar o nosso infovento, no site<br />
da Abeeólica.<br />
Por outro lado, como anda a geração offshore?<br />
A energia eólica offshore ainda não tem parques instalados.<br />
No entanto existe um potencial muito grande de<br />
energia offshore. De acordo com dados da EPE (Empresa de<br />
Pesquisa Energética), são 700 GW de capacidade. Há mais<br />
de 182 GW em projetos em análise pelo IBAMA (Instituto<br />
Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis).<br />
Porém, é preciso que haja demanda para produção de<br />
energia e no caso de offshore, isso vai acontecer a partir da<br />
regulamentação de sessão de uso do mar e dos estudos de<br />
viabilidade. Se tudo ocorrer como esperamos, a previsão é<br />
2030. Fazer qualquer projeção diferente disso é um pouco<br />
precipitado.<br />
No ano passado a Câmara dos Deputados aprovou<br />
o marco regulatório para geração de energia eólica<br />
offshore. Qual avaliação da Abeeólica sobre esta proposta?<br />
No que diz respeito a energia offshore, foi um passo<br />
muito importante para o desenvolvimento do setor. Era<br />
algo esperado e os investidores precisavam dessa sinalização<br />
para darem início aos projetos.<br />
Quais os desafios para o crescimento do setor no<br />
Brasil?<br />
Viabilizar a reindustrialização verde (neoindustrialização)<br />
e garantir que os investimentos globais fiquem no<br />
país e para tanto precisamos avançar na regulamentação<br />
das eólicas offshore, hidrogênio renovável e no mercado de<br />
carbono. O caminho está definido, mas é necessário impulsionar<br />
e acelerar o processo.<br />
parks in Brazil due to the excellent wind conditions. For<br />
more details, you can access infovento on our Abeeólica<br />
website.<br />
On the other hand, how is offshore generation<br />
going?<br />
Offshore wind energy does not yet have any wind<br />
farms installed. However, there is a vast potential for offshore<br />
energy. According to data from the Energy Research<br />
Company (EPE), there is a 700 GW capacity. There are more<br />
than 182 GW in projects under analysis by the Brazilian<br />
Institute of Environment and Renewable Natural Resources<br />
(Ibama). However, there needs to be demand for energy<br />
production, and in the case of offshore, this happens from<br />
the regulation for granting the use of the sea and feasibility<br />
studies. If everything goes as we expect, the forecast is<br />
for 2030. To make any projection other than that is a bit<br />
hasty.<br />
Last year, the Chamber of Deputies approved<br />
the regulatory framework for offshore wind power<br />
generation. What is Abeeólica’s assessment of this<br />
proposal?<br />
As far as offshore energy is concerned, it was a critical<br />
step for the development of the Sector. It was something<br />
expected, and investors needed this signal to initiate their<br />
projects.<br />
What are the challenges for the growth of the<br />
Sector in Brazil?<br />
Enable green reindustrialization (neo-industrialization)<br />
and ensure that global investments stay in the<br />
Country. For that, we need to advance in the regulation<br />
of offshore wind, renewable hydrogen, and the carbon<br />
market. The path is defined, but it is necessary to stimulate<br />
and accelerate the process.<br />
A energia eólica é parte fundamental para que a transição<br />
energética ocorra, pois é, junto com a energia solar, uma<br />
das fontes mais competitivas e com menor impacto<br />
socioambiental<br />
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ENTREVISTA<br />
Qual expectativa de crescimento para o setor nos<br />
próximos 10 anos?<br />
Em 2023 houve um esforço do Congresso em aprovar<br />
os marcos legais, agora temos que partir para as regulamentações<br />
e iniciar os processos para investimentos. Os<br />
próximos anos serão fundamentais para a criação de mais<br />
demanda de energia e o crescimento da indústria eólica<br />
deve continuar crescendo na ordem de 4 GW ao ano. Serão<br />
anos virtuosos.<br />
A Abeeólica esteve presente na COP 28. Qual avaliação<br />
sobre o evento em relação a geração de energia<br />
eólica no cenário mundial?<br />
A energia eólica foi muito bem posicionada nas discussões<br />
da COP (Conferência das Nações Unidas para Mudança<br />
do Clima), até pela natureza da fonte, que é renovável. Mas,<br />
para atender a transição energética, é preciso que haja um<br />
crescimento mais acelerado das renováveis como um todo<br />
no mundo de forma que consigamos atingir as metas do clima<br />
e evitar crises climáticas severas. Na minha opinião essa<br />
foi a COP mais importante até agora no sentido de alcançar<br />
esses objetivos, com decisão de criar um fundo de risco<br />
para ajudar países em desenvolvimento e, ainda que de<br />
forma tímida, um começo para resoluções que culminem<br />
na redução do uso de fóssil na matriz energética.<br />
Qual legado que pretende deixar da sua gestão?<br />
Estou muito orgulhosa da minha jornada profissional,<br />
porque realmente passei por vários momentos e situações<br />
importantes no setor elétrico. Mas, de longe, meu maior<br />
orgulho foi ingressar na Abeeólica em 2011, com 1 GW de<br />
capacidade instalada, e a energia eólica quase não tinha<br />
participação na matriz, nem mesmo mencionada no gráfico<br />
da mesma. Agora ela tem mais de 30 GW de capacidade<br />
instalada, sendo a energia eólica a segunda fonte na matriz<br />
do país. Isso, sem dúvida, é a maior conquista da minha<br />
carreira.<br />
What is the expectation of growth for the Sector in<br />
the next ten years?<br />
In 2023, through much effort, Congress approved<br />
the legal frameworks, and now, we must move on to the<br />
regulations and start the investment processes. The next<br />
few years are vital in creating more energy demand, and<br />
the wind energy industry is expected to continue growing<br />
in the order of 4 GW per year. These are virtuous years.<br />
Abeeólica was present at COP 28. What is your<br />
assessment of the event in relation to wind power<br />
generation on the world stage?<br />
Wind energy was very well positioned in the COP 28 -<br />
United Nations Climate Change Conference (Conference<br />
of the Parties) - discussions, not least because of the nature<br />
of the source, which is renewable. But to meet the energy<br />
transition, there needs to be a faster growth of renewables<br />
as a whole in the world so that we can achieve climate<br />
goals and avoid severe climate crises. In my opinion,<br />
this was the most important COP so far in order to reach<br />
these goals, with the decision to create a risk fund to help<br />
developing countries and, albeit timidly, a start towards<br />
resolutions that culminate in the reduction of the use of<br />
fossil fuels in the energy matrix.<br />
What is the legacy that you intend to leave behind<br />
from your administration?<br />
I am very proud of my professional journey because I<br />
have really gone through several important moments and<br />
situations in the Electricity Sector. But, by far, my greatest<br />
pride was joining Abeeólica in 2011, with 1 GW of installed<br />
capacity, and wind energy had almost no participation<br />
in the matrix, not even mentioned in its graph. It now has<br />
more than 30 GW of installed capacity, with wind energy<br />
being the second electric energy source in the Country’s<br />
matrix. This, without a doubt, is the most outstanding<br />
achievement of my career.<br />
Em 2023 houve um esforço do Congresso em aprovar<br />
os marcos legais, agora temos que partir para as<br />
regulamentações e iniciar os processos para investimentos<br />
30 www.REVISTABIOMAIS.com.br
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PRINCIPAL<br />
PROJETOS DE BIOMASSA<br />
DA ANDRITZ AGREGAM<br />
EXPERTISE DO GRUPO<br />
PROJEÇÃO DE MERCADO INDICA: 2024 É<br />
O MOMENTO PARA PREPARAR<br />
E RECEBER DEMANDA CRESCENTE POR<br />
FONTES DE ENERGIA RENOVÁVEL<br />
FOTOS DIVULGAÇÃO<br />
32 www.REVISTABIOMAIS.com.br
A<br />
questão energética vem ganhando a cada<br />
dia mais importância, além de se tornar<br />
uma necessidade para a indústria, é considerada<br />
igualmente estratégica para revisão<br />
de processos, exemplo disso é a crescente demanda da<br />
Europa, Japão e outros países desenvolvidos com prazos<br />
para redução drástica de emissões de GEE (gases<br />
do efeito estufa).<br />
Há vários anos o grupo ANDRITZ vem atuando globalmente<br />
em demandas do setor de pellets. No mercado<br />
brasileiro a produção iniciou em 2005 e a multinacional<br />
já é considerada a empresa mais preparada para<br />
a oferta de soluções completas para pequenas, médias<br />
e grandes plantas, assim como na cadeia de papel e<br />
celulose.<br />
A experiência do grupo se reflete em conhecimento<br />
agregado para originar os projetos para pellet de<br />
madeira, transformando em biomassa o que estava<br />
sendo descartado, ou comercializado com baixo valor<br />
agregado, tornando-se outra fonte de receita para o<br />
negócio.<br />
A ANDRITZ fornece desde o projeto, engenharia<br />
civil, equipamentos e tecnologias necessárias para colocar<br />
o sistema em operação. Referência na aplicação<br />
EPC (Engineering, Procurement and Construction),<br />
dispõe dessa expertise para executar os projetos com<br />
linhas para recepção de matérias-primas, secagem de<br />
biomassa, desde a moagem úmida, moagem fina e a<br />
peletização.<br />
A visão integral desses processos diminui prazos e<br />
garante entregas eficientes reduzindo o desperdício,<br />
sobretudo, nos casos que a biomassa é gerada de cascas<br />
e aparas de madeira.<br />
Para que as inúmeras vantagens do sistema possam<br />
ser aproveitadas por todos os interessados nesse<br />
mercado, a ANDRITZ recebe pedidos para projetos de<br />
diferentes portes. “A empresa atende sistemas para geração<br />
de até 6 ou 7 toneladas de pellets por hora, bem<br />
como está desenvolvendo projetos que geram até 57<br />
toneladas/hora, ou seja, pode executar todos os projetos,<br />
com a mesma eficiência”, ressalta Marinaldo Campos,<br />
Diretor ANDRITZ Feed & BioFuel.<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
33
PRINCIPAL<br />
REFERÊNCIA<br />
O grupo ANDRITZ desenvolveu o sistema para uma<br />
das maiores plantas do mundo, cuja empresa é referência<br />
entre os principais produtores de pellets de biomassa<br />
lenhosa na Carolina do Norte, nos EUA (Estados<br />
Unidos da América).<br />
O projeto inclui o fornecimento de equipamentos<br />
de armazenagem de madeira, engenharia e serviços<br />
de campo para duas usinas.<br />
Para obter altas taxas de produção, um dos destaques<br />
da ANDRITZ foi o picador HHQ30 com sistema<br />
TurnKnife, da ANDRITZ Iggesund Tools, que está no<br />
centro da linha de processamento de madeira. A combinação<br />
do picador e sistema de faca produz a maior<br />
porcentagem de cavacos aceitos e os mais finos do<br />
mercado.<br />
O sistema desenvolvido ainda transforma outros<br />
materiais residuais secos, como a serragem, essa biomassa<br />
pode substituir a geração de energia a carvão,<br />
reduzir as emissões de carbono e fornecer eletricidade<br />
renovável.<br />
CENÁRIO NO BRASIL<br />
A ANDRITZ vem prospectando avanços consideráveis<br />
para a área de pellets nos próximos anos, acompanhando<br />
a tendência mundial e visando a necessidade<br />
34<br />
www.REVISTABIOMAIS.com.br
de investir no setor. O cenário brasileiro é um dos mais<br />
promissores devido à sua grande capacidade de produção<br />
de biomassa. O que é descartado hoje, entra na<br />
linha de visão sustentável e geração de renda. “No Brasil,<br />
diante dos custos e condições propícias para a produção<br />
de biomassa, aliados à crescente demanda no mercado<br />
europeu, japonês e de outros países desenvolvidos por<br />
fontes de energia renovável, surge uma significativa<br />
oportunidade para as empresas estabelecerem canais<br />
de exportação. Esses países estão cada vez mais interessados<br />
em adquirir fontes sustentáveis de energia, o que<br />
torna o cenário favorável para a expansão das exportações<br />
brasileiras nesse setor”, avalia Marinaldo Campos.<br />
“O mercado tem demandado<br />
projetos de biomassa, por<br />
diversas razões. O grupo<br />
ANDRITZ conhece todo o<br />
processamento prévio da<br />
cadeia envolvida nas fábricas<br />
de papel e celulose, o que<br />
simplifica a execução desses<br />
projetos e nos dá ganho<br />
em eficiência para essa<br />
transformação. Além disso,<br />
como especialistas em EPC,<br />
podemos entregar o projeto,<br />
garantindo toda a excelência<br />
da experiência das nossas<br />
equipes atendendo essa<br />
necessidade da indústria de<br />
pellets, vislumbrando esse<br />
espaço"<br />
Luis Bordini, diretor presidente da<br />
ANDRITZ Brasil<br />
O diretor presidente da ANDRITZ Brasil, Luis Bordini,<br />
destaca que a oferta de soluções em pellets coloca<br />
os clientes do grupo ANDRITZ em vantagem, já<br />
que o grupo conhece como ninguém todo o processo<br />
envolvido nessa oportunidade de investimento. “O<br />
mercado tem demandado projetos de biomassa, por<br />
diversas razões. O grupo ANDRITZ conhece todo o processamento<br />
prévio da cadeia envolvida nas fábricas de<br />
papel e celulose, o que simplifica a execução desses<br />
projetos e nos dá ganho em eficiência para essa transformação.<br />
Além disso, como especialistas em EPC, podemos<br />
entregar o projeto, garantindo toda a excelência<br />
da experiência das nossas equipes atendendo essa<br />
necessidade da indústria de pellets, vislumbrando esse<br />
espaço”, resume Bordini.<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 35
PRINCIPAL<br />
VISÃO DE MERCADO NA ANÁLISE DO<br />
DIRETOR DA ANDRITZ FEED & BIOFUEL,<br />
MARINALDO CAMPOS<br />
QUAL SUA VISÃO DO MERCADO DE PELLETS NO BRASIL?<br />
“Não existe nenhum outro país do mundo que tenha capacidade de produzir<br />
biomassa como o Brasil. Essa biomassa hoje é um desperdício, em algumas<br />
indústrias, como a moveleira, e isso acaba sendo descartado quando ele<br />
poderia se tornar uma fonte de receita, através do pellet de madeira.”<br />
QUAL A PROJEÇÃO PARA ESSE MERCADO?<br />
“Existe uma demanda crescente na Europa por energia renovável, existem<br />
metas da comunidade europeia para diminuir drasticamente a emissão de<br />
carbono. Então, tudo onde há energia renovável é onde vai crescer e onde haverá<br />
investimento no mercado de energia. Com as condições que citei antes,<br />
de custo favorável e condições para produzir biomassa junto com a crescente<br />
demanda da Europa, Japão e outros países desenvolvidos por energia renovável,<br />
existe uma grande oportunidade para as empresas brasileiras abrirem<br />
formas de exportação para esses países, que vão exigir fontes de energia renovável.”<br />
A ANDRITZ JÁ É REFERÊNCIA PARA PROJETOS DE PELLETS<br />
NO BRASIL?<br />
“A ANDRITZ está pronta para atender qualquer demanda e capacidade.<br />
Não tem hoje no mercado de madeira ou de biomassa peletizada nenhuma<br />
empresa como a ANDRITZ para entregar uma solução completa. Desde a engenharia<br />
civil, solução em equipamentos, até a entrega do produto final. Essa<br />
competência é exclusividade da ANDRITZ no Brasil e nos demais países em<br />
que está executando projetos de biomassa. Além disso, podemos escalonar,<br />
temos soluções sob medida de acordo com o tamanho do negócio. Se o cliente<br />
precisa de uma solução mais simples e enxuta, a ANDRITZ tem, se precisa<br />
de uma solução completa: uma fábrica inteira – com toda a engenharia civil,<br />
uma planta turnkey, nós também temos.”<br />
36 www.REVISTABIOMAIS.com.br
SEGURANÇA E EXPERTISE ANDRITZ<br />
Fornecedor líder global de plantas, equipamentos<br />
e serviços para a indústria de papel e celulose, indústrias<br />
metalomecânicas e siderúrgicas e separação sólido/líquido<br />
nos setores municipal e industrial, o Grupo<br />
ANDRITZ opera com mais de 250 unidades de produção,<br />
assim como empresas de serviços e vendas em<br />
todo o mundo.<br />
Todo projeto exige segurança e eficiência, para isso<br />
considera-se a experiência ANDRITZ, a partir de um<br />
extenso portfólio; o uso da mais avançada tecnologia;<br />
profissionais habilitados, e em constante atualização;<br />
premiações da área, além de características únicas que<br />
agregam valor ao mercado, como a necessidade constante<br />
por desafios e inovação.<br />
Com essas premissas iniciais, pode-se mensurar o<br />
enredo que a ANDRITZ dedica a cada novo projeto e<br />
área de atuação.<br />
“A empresa atende sistemas<br />
para geração de até 6 ou<br />
7 toneladas de pellets<br />
por hora, bem como está<br />
desenvolvendo projetos que<br />
geram até 57 toneladas por<br />
hora, ou seja, pode executar<br />
todos os projetos, com a<br />
mesma eficiência<br />
Marinaldo Campos, diretor<br />
ANDRITZ Feed & BioFuel<br />
ENGINEERED SUCCESS<br />
ANDRITZ Brasil Ltda. ⁄ Av. Vicente Machado, 589 ⁄ 80420-010 Curitiba - PR ⁄ Brasil ⁄ andritz.com<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
37
BALANÇO<br />
ENERGIA<br />
RENOVÁVEL<br />
FINANCIAMENTO PARA<br />
TRANSIÇÃO ENERGÉTICA<br />
AUMENTOU EM 2023<br />
FOTOS DIVULGAÇÃO<br />
38 www.REVISTABIOMAIS.com.br
O<br />
s financiamentos para projetos em<br />
energia limpa e renovável tiveram um<br />
importante aumento no ano passado.<br />
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento<br />
Econômico e Social) aumentou em 62% os<br />
investimentos em energia limpa durante 2023, em<br />
comparação com o valor investido em 2022, segundo<br />
levantamento divulgado pela instituição. O total<br />
aportado em 2023 foi de R$ 19,6 bilhões no segmento<br />
de energias renováveis.<br />
Ao todo, foram 51 operações aprovadas pelo<br />
BNDES com foco em transição energética e mudança<br />
climática, o que representa um terço dos investimentos<br />
realizados pela instituição financeira no ano passado.<br />
A título de comparação, o banco fechou 2023 com<br />
R$ 37,5 bilhões em projetos de transportes, logística,<br />
mobilidade e saneamento.<br />
Um dos empreendimentos financiado pelo banco<br />
é o Complexo Eólico Babilônia Centro, localizado<br />
na Bahia. O financiamento foi de R$ 3,16 bilhões, o<br />
maior aporte já aprovado pelo BNDES para geração<br />
renovável. A usina terá capacidade instalada de 553,5<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
39
BALANÇO<br />
MW (Megawatts). A estimativa é que o complexo de<br />
energia eólica evite a emissão de 950 mil toneladas de<br />
CO2 (gás carbônico).<br />
RECORDE NA GERAÇÃO<br />
O Brasil fechou 2023 com o recorde anual de<br />
expansão da geração de energia elétrica. Foram adicionados<br />
10,3 GW (Gigawatts) de capacidade instalada<br />
em território nacional, sendo 87% oriundos de usinas<br />
fotovoltaicas e solares. Ao total, 291 empreendimentos<br />
entraram em funcionamento no ano passado.<br />
Na área de transmissão de energia, os dois leilões<br />
realizados em 2023 contrataram a construção de<br />
10.655 km (quilômetros) de linhas. Os investimentos<br />
totalizam R$ 37,4 bilhões e a expectativa é que sejam<br />
gerados 97 mil empregos diretos e indiretos na construção<br />
dessas linhas.<br />
As obras leiloadas em anos anteriores tiveram<br />
andamentos importantes em 2023. A extensão registrada<br />
no ano passado foi de 5,3 mil km de novas linhas<br />
de transmissão. Com esse acréscimo na infraestrutura,<br />
o SIN (Sistema Interligado Nacional) terá condições de<br />
escoar energia limpa e renovável excedente, gerada a<br />
partir das regiões norte e nordeste para o restante do<br />
país.<br />
Na área de transmissão<br />
de energia, os dois leilões<br />
realizados em 2023<br />
contrataram a construção<br />
de 10.655 km de linhas<br />
40 www.REVISTABIOMAIS.com.br
BIOMASSA<br />
BIOMASSA NO<br />
MATO GROSSO<br />
PROJETO DE PESQUISA ENTRE EMBRAPA<br />
E AREFLORESTA VAI AVALIAR CLONES<br />
DE EUCALIPTO PARA BIOMASSA<br />
FOTOS DIVULGAÇÃO<br />
BIOMASS IN THE STATE<br />
OF MATO GROSSO<br />
A JOINT RESEARCH PROJECT WITH<br />
EMBRAPA AND AREFLORESTA<br />
EVALUATES EUCALYPTUS CLONES<br />
FOR BIOMASS<br />
42 www.REVISTABIOMAIS.com.br
O<br />
Conselho Gestor do Desenvolve Floresta do<br />
Estado de Mato Grosso aprovou o financiamento<br />
de um projeto de pesquisa liderado pela<br />
Embrapa Agrossilvipastoril, sediada em Sinop<br />
(MT) e Arefloresta (Associação dos Reflorestadores de Mato<br />
Grosso) para a avaliação de clones de eucalipto.<br />
O projeto testará 60 clones de eucalipto desenvolvidos<br />
pela Embrapa visando atender à crescente demanda<br />
por madeira para energia. O objetivo é o de recomendar<br />
materiais mais adaptados e produtivos para as condições de<br />
clima e solo do Estado. Com isso, espera-se reduzir os riscos<br />
na atividade florestal.<br />
T<br />
he State of Mato Grosso Forest Development Council<br />
Management approved the funding for a research<br />
project led by Embrapa Agrosilvopastoril, based<br />
in Sinop (MT), and with the State of Mato Grosso<br />
Planted Forest Association (Arefloresta) for the evaluation of<br />
eucalyptus clones.<br />
The project plans to test 60 eucalyptus clones developed<br />
by Embrapa to meet the growing demand for wood for energy.<br />
The objective is to recommend better-adapted and more<br />
productive materials for the climate and soil conditions within<br />
the State. With this, it expects to reduce the risks in forestry<br />
activity.<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
43
PELO MUNDO<br />
“Hoje basicamente a silvicultura de eucalipto em Mato<br />
Grosso é pautada em três materiais. O H13, o VM01 e o I144.<br />
Tem um ou outro que vai bem em determinada região, mas<br />
esses três são os que se desenvolvem bem em todas as regiões.<br />
Então é um risco muito alto, caso surja alguma praga<br />
ou doença a qual esses materiais sejam suscetíveis. Então o<br />
foco do trabalho é aumentar o leque de opções de materiais<br />
para minimizar esse risco que existe”, explica o pesquisador<br />
da Embrapa Agrossilvipastoril e líder do projeto, Maurel<br />
Behling.<br />
PESQUISA NO ESTADO<br />
Serão instalados experimentos em cinco regiões de<br />
Mato Grosso, onde os clones serão testados em parcelas<br />
de 100 plantas (10×10). Os testes clonais ampliados (TCA)<br />
serão conduzidos pela Embrapa e por empresas associadas<br />
à Arefloresta. “A ideia é plantar em locais representativos de<br />
onde será cultivado o eucalipto em Mato Grosso. Então são<br />
áreas marginais para a agricultura. Geralmente são áreas de<br />
solo mais arenosos”, explica Behling.<br />
“Today, eucalyptus forestry in Mato Grosso is based on<br />
three materials - the H13, the VM0, and the I144. Others do<br />
well in a certain region, but these three are the ones that<br />
grow well in all regions. So, there is a very high risk that these<br />
other materials may be susceptible to losses if there is a pest<br />
or disease. So, the focus of the work is to increase the range of<br />
material options to minimize risks,” explains Maurel Behling,<br />
Embrapa Agrosilvopastoral Scientist and Project Leader.<br />
IN STATE RESEARCH<br />
The experiments are to be carried out in five regions of<br />
Mato Grosso, and the clones tested in plots with 100 plants<br />
(10×10). The extended clonal tests (TCA) will be conducted by<br />
Embrapa and companies associated with Arefloresta. “The<br />
idea is to plant in representative places where eucalyptus will<br />
be grown in Mato Grosso. These are usually marginal areas for<br />
agriculture and, generally, have sandier soil,” Behling explains.<br />
There will also be a trial for monitoring and preservation<br />
of genetic materials in the Embrapa Agrosilvopastoril experimental<br />
area, where the soil is of medium texture and clayey.<br />
44 www.REVISTABIOMAIS.com.br
O foco do trabalho é<br />
aumentar o leque de<br />
opções de materiais para<br />
minimizar o risco que<br />
existe<br />
No campo experimental da Embrapa Agrossilvipastoril,<br />
onde o solo é de textura média e argilosa, também haverá<br />
um ensaio para acompanhamento e preservação dos materiais<br />
genéticos.<br />
Maurel Behling, pesquisador<br />
da Embrapa Agrossilvipastoril e<br />
líder do projeto<br />
MELHOR GENÉTICA<br />
Os 60 clones utilizados são oriundos de trabalhos de<br />
seleção e melhoramento genético realizados pela Embrapa<br />
Florestas em Goiás e Mato Grosso do Sul, sob coordenação<br />
do pesquisador Estefano Paludzyszyn Filho. Anteriormente,<br />
uma outra etapa da pesquisa havia sido realizada em Sinop<br />
(MT), com auxílio da Flora Sinop, para testar a produção de<br />
mudas e o enraizamento dos materiais.<br />
O orçamento aprovado para o novo projeto é de R$ 2,4<br />
milhões, distribuídos ao longo de 6 anos de execução. O<br />
valor é oriundo do Fundo de Desenvolvimento Florestal do<br />
Estado de Mato Grosso, subordinado à Sedec (Secretaria de<br />
Estado de Desenvolvimento Econômico).<br />
BETTER GENETICS<br />
The 60 clones to be used come from the selection and<br />
genetic improvement work carried out by Embrapa Forests in<br />
the States of Goiás and Mato Grosso do Sul, under the coordination<br />
of scientist Estefano Paludzyszyn Filho. Previously,<br />
another stage of the research had been carried out in Sinop<br />
(MT), with the help of Flora Sinop, to test the production of<br />
seedlings and the rooting of the materials.<br />
The approved budget for the new project is R$ 2.4 million,<br />
distributed over six years. The resources come from the State<br />
of Mato Grosso Forest Development Fund, subordinated to the<br />
State Secretary for Economic Development (Sedec).<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
45
ECONOMIA<br />
MERCADO LIVRE<br />
DE ENERGIA<br />
FOTOS DIVULGAÇÃO<br />
46 www.REVISTABIOMAIS.com.br
MAIS DE 3 MIL<br />
CONSUMIDORES<br />
JÁ ENCERRARAM<br />
CONTRATOS COM<br />
DISTRIBUIDORAS DE<br />
ENERGIA ELÉTRICA<br />
PARA ENTRAR NO<br />
NOVO MERCADO<br />
O<br />
ano mal começou e desde o início mais<br />
de 3 mil consumidores já notificaram o<br />
encerramento dos contratos com distribuidoras<br />
de energia elétrica para migrar<br />
para o mercado livre de energia. Janeiro de 2024 foi o<br />
primeiro mês de vigência da abertura desse modelo<br />
para consumidores do grupo A, de média e alta tensão,<br />
que passaram a ter essa opção, já disponível para<br />
as grandes indústrias.<br />
A mudança pode baratear as contas de energia<br />
dessas empresas em torno de 20%. Marcelo Loureiro,<br />
conselheiro da CCEE (Câmara de Comercialização de<br />
Energia Elétrica), que integra geradores, distribuidores,<br />
comercializadores e consumidores de energia elétrica<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
47
ECONOMIA<br />
no país, afirma que o potencial de novos negócios que<br />
podem se beneficiar do mercado livre de energia é<br />
enorme.<br />
"Mais de 12 mil pequenas empresas e médias<br />
empresas já demonstraram interesse de ingressar no<br />
ambiente livre para todos os meses de 2024. Estimamos<br />
que, ao todo, teremos algo entre 20 e 24 mil<br />
empresas aderindo. Para ter noção do que representa<br />
tal volume, atualmente temos 38 mil unidades consumidoras<br />
que já estão no segmento livre. Isso significa<br />
que a quantidade de aderentes possa aumentar esse<br />
número em até 50% só neste ano", disse Marcelo.<br />
COMO ADERIR<br />
De acordo com portaria do MME (Ministério de<br />
Minas e Energia), os consumidores deverão escolher<br />
um comercializador varejista habilitado na CCEE. Mais<br />
de 100 agentes varejistas já estão habilitados.<br />
Ao ingressar no mercado livre de energia, os<br />
consumidores continuam vinculados às distribuidoras,<br />
Mais de 12 mil pequenas<br />
empresas e médias<br />
empresas já demonstraram<br />
interesse de ingressar no<br />
ambiente livre para todos<br />
os meses de 2024<br />
Marcelo Loureiro,<br />
conselheiro da CCEE<br />
48 www.REVISTABIOMAIS.com.br
que é quem dispõe da rede por onde a energia passa.<br />
Mas podem escolher o fornecedor, assim como tempo<br />
de contrato, preço, tipo de energia, optando, por<br />
exemplo, por fontes e energias renováveis.<br />
Dante Beneveni, Ceo da Urca Trading, empresa<br />
do Grupo Urca Energia, uma das empresas comercializadoras<br />
habilitadas para atuar no mercado livre de<br />
energia diz que a redução de custos pode chegar a<br />
três faturas por ano. E cita outros benefícios.<br />
"Poder de escolha, possibilidade de ter mais<br />
opções de fornecedor de energia e não ficar restrito<br />
àquela distribuidora onde está conectado. E produtos,<br />
com a possibilidade de diversificação, seja falando só<br />
em energia, produto com desconto garantido ou com<br />
preço fixo, ele (consumidor) podendo escolher entre<br />
custo e benefícios, com a popularização da energia<br />
do mercado livre, iniciando com o atacarejo e depois<br />
indo para o varejo de fato. Assim como aconteceu lá<br />
fora, a tendência é que esse produto de energia venha<br />
para o mercado com novos produtos", destaca Dante<br />
Beneveni.<br />
MERCADO DE ENERGIA<br />
A nova regra em vigor, portaria normativa número<br />
50, emitida pelo MME, permite a todos os consumidores<br />
conectados em tensão acima de 2,3 kV (kilovolts),<br />
conhecidos como grupo A, escolher seu fornecedor de<br />
eletricidade, aderindo ao chamado mercado livre de<br />
energia. Todos os consumidores com essa classificação<br />
poderão migrar, independentemente do setor e do<br />
volume de demanda contratada.<br />
A medida deve beneficiar indústrias e serviços de<br />
pequeno e médio porte. São supermercados, padarias,<br />
redes de postos de combustíveis e outros negócios<br />
que estejam no grupo A de consumo. Essa informação<br />
pode ser conferida na conta de energia.<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 49
ARTIGO<br />
MANEJO DA<br />
BIOMASSA E<br />
SUSTENTABILIDADE<br />
NUTRICIONAL EM POVOAMENTOS<br />
DE EUCALYPTUS SPP. EM<br />
PEQUENAS PROPRIEDADES RURAIS<br />
FOTOS DIVULGAÇÃO<br />
50 www.REVISTABIOMAIS.com.br
MAURO VALDIR SCHUMACHER<br />
UFSM (Universidade Federal de Santa Maria)<br />
RUDI WITSCHORECK<br />
UFSM (Universidade Federal de Santa Maria)<br />
FRANCINE NEVES CALIL<br />
UFG (Universidade Federal de Goiás)<br />
VICENTE GUILHERME LOPES<br />
Unipampa (Universidade Federal do Pampa)<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
51
ARTIGO<br />
RESUMO<br />
O<br />
estudo foi realizado com o objetivo de<br />
subsidiar práticas de manejo nutricional<br />
de povoamentos de Eucalyptus spp. em<br />
pequenas propriedades rurais no Estado do<br />
Rio Grande do Sul. Foram avaliados povoamentos de 2,<br />
4, 6 e 8 anos de idade, com amostragem de 24 árvores<br />
e determinação da biomassa e nutrientes nos componentes:<br />
folha, galho vivo, galho morto, madeira e casca<br />
do tronco e raiz. Também foi estimada a biomassa e o<br />
conteúdo de nutrientes no sub-bosque e na serapilheira.<br />
A biomassa e o estoque de nutrientes no eucalipto<br />
foram estimados por meio do produto dos valores médios<br />
por componente, classe diamétrica e número de<br />
árvores por hectare, e no sub-bosque e serapilheira, por<br />
extrapolação com base na área das unidades amostrais.<br />
A eficiência de utilização dos nutrientes no eucalipto<br />
foi estimada através do CUB (coeficiente de utilização<br />
biológico). Considerando-se o estoque total de nutrientes<br />
no eucalipto, em média, a partição, por nutriente,<br />
obedeceu a seguinte ordem: Ca (40,0%), N (25,6%), K<br />
(22,6%), Mg (5,9%), S (3,1%), P (2,8%); e por componente:<br />
casca do tronco (27,5%), folha (25,1%), madeira do<br />
tronco (22,5%), galho vivo (14,4%), raiz (9,4%) e galho<br />
morto (1,1%). A serapilheira e o sub-bosque desempenham<br />
importante função na manutenção dos nutrien-<br />
tes no ecossistema florestal, e acumularam em média,<br />
em relação ao estoque total no eucalipto, para N, P,<br />
K, Ca, Mg e S, respectivamente, 47,1%, 34,0%, 33,6%,<br />
32,8%, 35,3% e 36,6%. A colheita florestal realizada em<br />
povoamentos jovens acarreta perda no rendimento<br />
de madeira do tronco e maior exportação relativa de<br />
nutrientes (menor CUB). A colheita total da biomassa<br />
de eucalipto acima do solo, quando comparada com<br />
a colheita apenas da madeira do tronco, aumentou a<br />
exportação de N, P, K, Ca, Mg e S, respectivamente, em<br />
83%, 152%, 193%, 445%, 305% e 49%, ao passo que a<br />
remoção de biomassa aumentou apenas 20%.<br />
INTRODUÇÃO<br />
O eucalipto é a essência mais utilizada em plantios<br />
florestais no Brasil, em 2015, dos 7,8 milhões de ha<br />
(hectares) de área total, 5,6 milhões de ha ou 71,8%<br />
eram ocupados com espécies desse gênero, dos quais,<br />
6% pertenciam ao Rio Grande do Sul (IBÁ - Indústria<br />
Brasileira de Árvores, 2016).<br />
O desenvolvimento rural sustentável implica no<br />
planejamento adequado do processo de produção<br />
agrícola e florestal, identificando e protegendo adequadamente<br />
as áreas de proteção para que se preserve<br />
água, biodiversidade e outros serviços ambientais, de<br />
52 www.REVISTABIOMAIS.com.br
forma a possibilitar o uso racional dos espaços produtivos<br />
da paisagem. No caso de plantações florestais, por<br />
exemplo, o setor evoluiu bastante neste sentido, com a<br />
adoção de práticas sustentáveis de manejo florestal.<br />
Na área do presente estudo, os plantios de eucalipto<br />
apresentam vários aspectos positivos. Economicamente,<br />
as florestas proporcionam biomassa barata<br />
que viabiliza atividades que necessitam dessa fonte de<br />
energia. Ecologicamente, além de amenizar a pressão<br />
sobre os parcos remanescentes de florestas naturais, os<br />
plantios de eucalipto possibilitam a melhor utilização<br />
da área das propriedades, permitindo a reintegração de<br />
áreas marginais, mal drenadas ou de topografia mais<br />
acidentada, nas quais desempenham importante papel<br />
na preservação do solo e dos recursos hídricos.<br />
Economicamente, as<br />
florestas proporcionam<br />
biomassa barata que<br />
viabiliza atividades que<br />
necessitam dessa fonte<br />
de energia<br />
MATERIAL E MÉTODO<br />
O estudo foi realizado em pequenas propriedades<br />
rurais no município de Vera Cruz (RS), em povoamentos<br />
de 2, 4, 6 e 8 anos de idade. Segundo Köppen, a área<br />
compreende o tipo climático Cfa2, que corresponde<br />
A maior capacidade instalada para produção de pellets no país é KAHL<br />
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ARTIGO<br />
ao clima subtropical (Moreno, 1961). A precipitação<br />
pluviométrica da região fica em torno de 1.650 mm<br />
(milímetros) anuais. Os solos pertencem ao Grupo São<br />
Bento, tendo com material de origem arenitos, siltitos e<br />
argilitos da Formação Rosário do Sul - Santa Maria (RS),<br />
originados de deposições sedimentares de natureza<br />
flúvio-lacustre do período Triássico (Vieira, 1984).<br />
tes posições ao longo do fuste: dap, a 50% e a 75% da<br />
altura total da árvore. No laboratório, as amostras foram<br />
secas a 70ºC (graus Celsius), em estufa com circulação<br />
e renovação de ar, até estabilização do peso. Após a<br />
secagem, as amostras foram pesadas novamente para<br />
determinação da massa seca. As amostras foram moídas<br />
em moinho de lâminas do tipo Wiley com peneira de 20<br />
AMOSTRAGEM DE BIOMASSA<br />
Os povoamentos foram selecionados de modo que<br />
representassem as condições de cultivo da espécie<br />
florestal em área de primeiro corte na região do estudo.<br />
O inventário florestal consistiu na distribuição aleatória<br />
de quatro parcelas de 12m x 20m (metros), em cada<br />
um dos povoamentos, foram medidos todos os DAPs<br />
(diâmetros das árvores a altura do peito), com auxílio de<br />
uma fita diamétrica, e 20% da altura total das árvores<br />
mais altas, com hipsômetro de precisão.<br />
ESTIMATIVA DE BIOMASSA E NUTRIENTES<br />
Para determinação do teor de umidade e a concentração<br />
de nutrientes em cada árvore-amostra foi<br />
coletada uma amostra de folha, galho vivo, galho morto<br />
e raiz, e três amostras de casca e madeira, nas seguin-<br />
O aumento da biomassa<br />
relativa em função da<br />
idade contribui para<br />
um maior rendimento<br />
de madeira nos<br />
povoamentos após os 6<br />
anos de idade<br />
54 www.REVISTABIOMAIS.com.br
mesh. As determinações analíticas de N, P, K, Ca, Mg e S,<br />
foram realizadas segundo a metodologia sugerida por<br />
Miyazawa et al. (1999). O nitrogênio foi determinado<br />
pelo método Kjeldhal, no extrato de digestão sulfúrica,<br />
e os demais elementos, no extrato de digestão nítrico-perclórica,<br />
sendo cálcio e magnésio por espectrofotometria<br />
de absorção atômica, fósforo por espectrofotometria<br />
(VIS), potássio por fotometria de chama e<br />
enxofre por turbidimetria.<br />
CONCLUSÕES<br />
Os fundamentos da ciclagem de nutrientes devem<br />
ser aplicados ao manejo da biomassa para manter a<br />
fertilidade do solo e diminuir a necessidade de adubação.<br />
Nesse sentido, o sub-bosque e a serapilheira são<br />
importantes compartimentos para a manutenção dos<br />
nutrientes no sistema. A ciclagem interna de nutrientes<br />
aumenta a eficiência de utilização dos nutrientes<br />
(CUB) ao longo da idade do povoamento, reduzindo a<br />
exportação relativa de nutrientes pela colheita florestal.<br />
O aumento da biomassa relativa em função da idade<br />
contribui para um maior rendimento de madeira nos<br />
povoamentos após os 6 anos de idade.<br />
A restrição da exportação de biomassa somente à<br />
madeira do tronco, mantendo casca do tronco, raiz e<br />
os demais componentes da copa como resíduo sobre<br />
o solo, é a medida mais importante para a redução do<br />
impacto nutricional da colheita florestal. A observância<br />
à idade de colheita florestal e à intensidade de remoção<br />
da biomassa associadas ao manejo correto dos resíduos<br />
pós-colheita, são medidas efetivas à sustentabilidade<br />
nutricional de plantios de eucalipto.<br />
Para acessar esse conteúdo na<br />
íntegra acesse o QRcode ao lado:<br />
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AGENDA<br />
MARÇO 2024<br />
DESTAQUE<br />
BRASIL OFFSHORE WIND SUMMIT<br />
Data: 26 e 27 de março 2024<br />
Local: Rio de Janeiro (RJ)<br />
Informações:<br />
https://abeeolica.org.br/eventos-abeeolica/<br />
ABRIL 2024<br />
IFAT BRASIL - FEIRA INTERNACIONAL PARA<br />
ÁGUA, ESGOTO, DRENAGEM E SOLUÇÕES<br />
EM RECUPERAÇÃO DE RESÍDUOS<br />
Data: 24 a 26 de abril 2024<br />
Local: São Paulo Expo (SP)<br />
Informações: https://ifatbrasil.com.br/<br />
MAIO 2024<br />
VI FÓRUM SUL BRASILEIRO<br />
DE BIOGÁS E BIOMETANO<br />
Data: 16 a 18 de abril 2024<br />
Local: Chapecó (SC)<br />
Informações:<br />
https://biogasebiometano.com.br/<br />
CIBIO 2024 – CONGRESSO INTERNACIONAL<br />
DE BIOMASSA<br />
Data: 29 e 30<br />
Local: FIEP – Curitiba (PR)<br />
Informações: https://www.congressobiomassa.com/site/<br />
CBENS - CONGRESSO BRASILEIRO DE<br />
ENERGIA SOLAR<br />
Data: 27 a 30<br />
Local: Natal (RN)<br />
Informações:<br />
https://www.abens.org.br/evento.php?evento=3<br />
Esta é a segunda vez que Chapecó<br />
recebe o Fórum Sul Brasileiro de Biogás e<br />
Biometano. O Centro de Cultura e Eventos<br />
Plínio Arlindo de Nes, será sede da VI edição<br />
do fórum organizado pela Sbera (Sociedade<br />
Brasileira dos Especialistas em Resíduos das<br />
Produções Agropecuária e Agroindustrial). A<br />
programação prevê painéis, além de visitas<br />
técnicas e espaço de negócios. Além dos painéis<br />
principais, o fórum reserva espaço para<br />
eventos paralelos como encontros, reuniões e<br />
workshops.<br />
56 www.REVISTABIOMAIS.com.br
OPINIÃO<br />
Foto: divulgação<br />
O PAPEL VITAL DA ENERGIA<br />
SOLAR NA ASCENSÃO DOS<br />
VEÍCULOS ELÉTRICOS NO<br />
BRASIL<br />
E<br />
m um mundo cada vez mais comprometido com<br />
a diminuição da emissão de GEE (gases de efeito<br />
estufa), a mobilidade elétrica urbana é um tema<br />
central para acelerar essas reduções. A boa notícia<br />
é que o veículo elétrico já é realidade, inclusive no Brasil. E<br />
esse segmento, que vem crescendo a passos largos no país,<br />
traz diversas oportunidades para o mundo da energia solar.<br />
O veículo elétrico está se popularizando à medida que as<br />
baterias, que pode ser considerado o calcanhar de Aquiles<br />
dos modelos por vários motivos, estão cada vez mais eficientes<br />
e com custos em queda acelerada.<br />
Segundo um estudo recente da Goldman Sachs, o custo<br />
de um kWh (quilowatts por hora) de capacidade da bateria<br />
era de US$ 155 em 2022; e, até 2025, deverá sofrer uma redução<br />
de cerca de 36%, atingindo US$ 99 – anteriormente, o<br />
banco estimava uma queda de 33%. A previsão dos analistas<br />
é que os preços das baterias caiam 11% ao ano de 2023 a<br />
2030, quando deverão custar cerca de US$ 70 por kWh.<br />
Além de estarem mais baratas, as baterias estão mais<br />
densas, uma vez que a indústria está conseguindo colocar<br />
mais energia por quilo de bateria. Segundo dados da IEA<br />
(International Energy Agency), a relação está entre 200-250<br />
Kwh por quilo de bateria; em 2030, deverá chegar a 400 Kwh<br />
– isso equivale dizer que os veículos de transporte de longa<br />
distância, como as carretas, já poderão ser 100% elétricos.<br />
Em 2040, ainda conforme a IEA, a capacidade da bateria<br />
deverá alcançar 600 Kwh e então os aviões elétricos também<br />
serão uma realidade – a Embraer já tem seu projeto pronto<br />
esperando que a bateria chegue ao peso necessário.<br />
Enquanto esse futuro não chega, no presente estamos<br />
vendo a transformação da frota automotiva brasileira. Em<br />
2022, 50 mil novos veículos elétricos passaram a rodar pelas<br />
ruas e estradas do país. Neste ano, esse número deve dobrar<br />
e, em 2032, alcançar 350 mil unidades. Os dados são da EPE<br />
(Empresa de Pesquisa Energética).<br />
A cidade de São Paulo (SP) concentra o maior número de<br />
veículos elétricos do país (eles não entram no rodízio veicular<br />
que vigora por lá) em seguida, estão capitais como Brasília<br />
(DF), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG) e Curitiba<br />
(PR). Apesar da concentração em grandes centros, essa onda<br />
não vai demorar a se espalhar pelas cidades do interior.<br />
E toda essa frota vai precisar de infraestrutura de recarga,<br />
devidamente equipada para que o motorista desses veículos<br />
tenha tranquilidade para seguir viagem. Essa infraestrutura<br />
ainda é deficitária no Brasil, ainda mais nas rodovias. Os centros<br />
urbanos contam cada vez mais com pontos de recargas<br />
em shoppings, supermercados e condomínios, além de<br />
postos de combustíveis. E esse é um negócio que gera grandes<br />
oportunidades para a cadeia solar: o carregador veicular<br />
pode ser oferecido junto com o sistema fotovoltaico.<br />
Podemos supor que um motorista que tem hoje um<br />
veículo com uma bateria de 50 kwh, o que dá uma autonomia<br />
de mais ou menos 400 km, vai ter de carregar esse<br />
veículo uma vez por semana na sua própria casa. Nessa<br />
conta, estamos falando de uma residência que vai ter no mínimo<br />
200 kwh mês a mais no consumo e de um cliente que<br />
certamente vai ficar feliz em economizar na sua conta, tendo<br />
ele uma usina de energia solar instalada em casa. Ou seja, a<br />
instalação do sistema fotovoltaico passa a ser uma necessidade.<br />
O carregador veicular pode ser colocado dentro do kit<br />
gerador e com isso terá todas as isenções de imposto que o<br />
kit permite.<br />
C<br />
M<br />
Y<br />
CM<br />
MY<br />
CY<br />
CMY<br />
K<br />
Por Bruno Catta Preta<br />
Diretor de relações institucionais da Genyx e coordenador da Absolar, em Minas Gerais<br />
Foto: divulgação<br />
58 www.REVISTABIOMAIS.com.br
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