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O Novo Direito Imobiliário

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desenvolvimento do mercado imobiliário nos últimos<br />

anos, em especial na vertente da criação de fogos hab-<br />

itacionais acessíveis para aquisição ou arrendamento por<br />

famílias portuguesas, forçou o legislador a lançar o programa<br />

“mais habitação”, que incluiu medidas positivas de reforço da promoção<br />

da oferta (aumento da habitação pública, arrendamento<br />

com benefícios fiscais e simplificação dos licenciamentos) e medidas<br />

negativas visando a normalização da procura e consequente<br />

redução dos preços (fim dos “golden visa”, condicionamento do<br />

alojamento local e arrendamento forçado).<br />

O objecto “imóvel edificado”, como direito real previsto no Código<br />

Civil, passou a ser identificado como o alvo vital das intervenções<br />

legislativas, fazendo renascer a problemática doutrinária<br />

sobre o “direito fundamental à habitação”, assim como os<br />

limites do direito de propriedade no confronto com o direito<br />

ao arrendamento, incluindo o direito de gozo e uso de imóveis<br />

habitacionais.<br />

Depois de um intenso debate e contestação às medidas mais<br />

agressivas proposta pelo Governo, como o arrendamento forçado,<br />

o fim a prazo do alojamento local, as limitações à celebração<br />

de contratos de arrendamento, foi aprovado o diploma designado<br />

por “Simplex Urbanístico”, que determinará uma mudança<br />

relevante na organização, avaliação e formalização de operações<br />

ou contratos imobiliários.<br />

Nesta revista já constam alguns excelentes artigos sobre novos<br />

temas e preocupações, como “Os desafios e o futuro dos contratos”,<br />

“Contratos Urbanísticos, em especial os contratos de planeamento”,<br />

“Outras formas contratuais de gozo e exploração de<br />

imóveis” e “O aguardado Simplex Urbanístico”.<br />

Uma mutação no “<strong>Direito</strong> <strong>Imobiliário</strong>”, que há mais de 15 anos<br />

sistematizámos em 6 Volumes do Guia do <strong>Direito</strong> <strong>Imobiliário</strong>,<br />

mas que hoje terá de merecer uma abordagem dos advogados<br />

mais transversal ou interdisciplinar, que permita percorrer, em<br />

benefício dos intervenientes nas operações imobiliárias, as diversas<br />

fases da criação do bem (imóvel construído): urbanismo,<br />

licenciamento, edificação, contratos, registos, condomínios, etc.<br />

Um desafio e uma oportunidade, que exigirá formação, competência<br />

e confiança na representação de interesses, em especial<br />

ao nível do compliance (auditoria, avaliação e segurança jurídica).<br />

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