Revista Dr Plinio 311

fevereiro de 2024 fevereiro de 2024

23.01.2024 Views

Editorial Um noviciado do Céu Na Ladainha de todos os Santos existe uma invocação que diz: Ut mentes nostras ad cælestia desideria erigas, te rogamus audi nos – “Para que eleveis as nossas almas aos desejos das coisas celestes, nós vos rogamos, ouvi-nos.” O que é esse desejo? Fundamentalmente é o anseio de ir para o Céu. Mas, por mais nobre e santo que seja esse anseio, não basta para definir por inteiro o conceito contido nessa invocação. Na Terra nós temos coisas que são figuras das celestes, e é preciso amar essas figuras para, de fato, dizermos que temos apetência das coisas do Céu, pois as terrenas nos foram dadas para aprendermos a amar as celestiais. Entretanto, o desejo das coisas celestes tem como corolário necessário o ódio implacável, militante, contínuo, meticuloso, inflexível contra tudo aquilo que, na Terra, seja contrário às realidades celestes. Sem um ódio ao Inferno não existe verdadeiro amor ao Céu, portanto, sem um ódio às coisas que na Terra são à maneira do Inferno, não existe verdadeiro amor às criaturas terrenas conformes ao Céu. Quais são as coisas à maneira do Céu? Eu indico uma que engloba todas: o Reino de Maria. E à maneira do Inferno? A Revolução. A Contra-Revolução é o movimento que nos deve levar a derrotar a Revolução e a estabelecer na Terra o Reino de Maria, o qual é a imagem do Céu na Terra. Na medida em que o conjunto dos povos se deixe embeber pela ação santificadora da Igreja, ele constitui a cidade de Deus, que é um noviciado do Céu. A condição fundamental para a Terra ser esse seminário do Céu e, em consequência, as coisas terrenas serem utilizadas habitualmente para a salvação das almas, é a excelência das condições em que esteja a Igreja Católica, de maneira a estar ela na sua plena saúde. Contudo, isso não basta. É preciso haver também uma boa ordem da sociedade temporal, inspirada, suscitada e guiada pela Igreja, pois, estando em ordem a sociedade espiritual, a temporal é conformada de molde a levar as almas para o Céu. Então a vida terrena torna-se uma imagem do Céu. As ordens espiritual e temporal organizadas segundo a Doutrina Católica constituem a ordenação perfeita deste mundo. Quando falamos do Reino de Maria, é a isso que nos referimos. Assim sendo, o que devemos pedir a Nossa Senhora? Que eleve as nossas almas, obtendo para elas uma operação do Espírito Santo por meio da qual nós amemos muito e cada vez mais o ideal do Reino de Maria e desejemos a implantação desse Reino. E para que esse desejo seja vivo, tenhamos ódio à atual ordem revolucionária das coisas. Esse é o verdadeiro sintoma de que as nossas almas foram elevadas ao desejo das coisas celestes e que, portanto, caminham para o Céu, Reino Eterno, perfeito, imperecedouro, de Nossa Senhora, o qual nós aprendemos a amar amando o Reino de Maria na Terra. * * Cf. Conferências de 30/12/1965 e 5/1/1993. Declaração: Conformando-nos com os decretos do Sumo Pontífice Urbano VIII, de 13 de março de 1625 e de 5 de junho de 1631, declaramos não querer antecipar o juízo da Santa Igreja no emprego de palavras ou na apreciação dos fatos edificantes publicados nesta revista. Em nossa intenção, os títulos elogiosos não têm outro sentido senão o ordinário, e em tudo nos submetemos, com filial amor, às decisões da Santa Igreja. 4

Piedade pliniana Pedindo a Flávio Lourenço confiança nas intervenções de Maria Ó Mãe do Bom Sucesso, dai-me a graça de aproveitar, no cumprimento de minha missão, todos os recursos naturais, toda a experiência e todas as graças que me obtivestes. Dai-me, sobretudo, a convicção de que, de modo geral, a nenhum homem nada disso basta para o cumprimento de suas missões mais importantes, se não for a vossa intervenção direta e extraordinária nos fatos. Fazei-me crer nisto, desejar e pedir essas intervenções, para nelas confiar durante os dias mais duros; pedi-las e obtê-las para o esmagamento de Satanás e a vitória de vossa realeza. Amém. (Composta em 16/4/1974) A Virgem com o Menino Igreja de São Tiago, Regensburg 5

Editorial<br />

Um noviciado do Céu<br />

Na Ladainha de todos os Santos existe uma invocação que diz: Ut mentes nostras ad cælestia<br />

desideria erigas, te rogamus audi nos – “Para que eleveis as nossas almas aos desejos das<br />

coisas celestes, nós vos rogamos, ouvi-nos.”<br />

O que é esse desejo? Fundamentalmente é o anseio de ir para o Céu. Mas, por mais nobre e santo<br />

que seja esse anseio, não basta para definir por inteiro o conceito contido nessa invocação.<br />

Na Terra nós temos coisas que são figuras das celestes, e é preciso amar essas figuras para, de fato,<br />

dizermos que temos apetência das coisas do Céu, pois as terrenas nos foram dadas para aprendermos<br />

a amar as celestiais.<br />

Entretanto, o desejo das coisas celestes tem como corolário necessário o ódio implacável, militante,<br />

contínuo, meticuloso, inflexível contra tudo aquilo que, na Terra, seja contrário às realidades celestes.<br />

Sem um ódio ao Inferno não existe verdadeiro amor ao Céu, portanto, sem um ódio às coisas<br />

que na Terra são à maneira do Inferno, não existe verdadeiro amor às criaturas terrenas conformes<br />

ao Céu.<br />

Quais são as coisas à maneira do Céu? Eu indico uma que engloba todas: o Reino de Maria. E à<br />

maneira do Inferno? A Revolução. A Contra-Revolução é o movimento que nos deve levar a derrotar<br />

a Revolução e a estabelecer na Terra o Reino de Maria, o qual é a imagem do Céu na Terra.<br />

Na medida em que o conjunto dos povos se deixe embeber pela ação santificadora da Igreja, ele<br />

constitui a cidade de Deus, que é um noviciado do Céu. A condição fundamental para a Terra ser esse<br />

seminário do Céu e, em consequência, as coisas terrenas serem utilizadas habitualmente para a<br />

salvação das almas, é a excelência das condições em que esteja a Igreja Católica, de maneira a estar<br />

ela na sua plena saúde.<br />

Contudo, isso não basta. É preciso haver também uma boa ordem da sociedade temporal, inspirada,<br />

suscitada e guiada pela Igreja, pois, estando em ordem a sociedade espiritual, a temporal é conformada<br />

de molde a levar as almas para o Céu. Então a vida terrena torna-se uma imagem do Céu.<br />

As ordens espiritual e temporal organizadas segundo a Doutrina Católica constituem a ordenação<br />

perfeita deste mundo. Quando falamos do Reino de Maria, é a isso que nos referimos.<br />

Assim sendo, o que devemos pedir a Nossa Senhora? Que eleve as nossas almas, obtendo para elas<br />

uma operação do Espírito Santo por meio da qual nós amemos muito e cada vez mais o ideal do Reino<br />

de Maria e desejemos a implantação desse Reino. E para que esse desejo seja vivo, tenhamos ódio<br />

à atual ordem revolucionária das coisas.<br />

Esse é o verdadeiro sintoma de que as nossas almas foram elevadas ao desejo das coisas celestes e<br />

que, portanto, caminham para o Céu, Reino Eterno, perfeito, imperecedouro, de Nossa Senhora, o<br />

qual nós aprendemos a amar amando o Reino de Maria na Terra. *<br />

* Cf. Conferências de 30/12/1965 e 5/1/1993.<br />

Declaração: Conformando-nos com os decretos do Sumo Pontífice Urbano VIII, de 13 de março de 1625 e<br />

de 5 de junho de 1631, declaramos não querer antecipar o juízo da Santa Igreja no emprego de palavras ou<br />

na apreciação dos fatos edificantes publicados nesta revista. Em nossa intenção, os títulos elogiosos não têm<br />

outro sentido senão o ordinário, e em tudo nos submetemos, com filial amor, às decisões da Santa Igreja.<br />

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