Revista Newslab Edição 181
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R$ 25,00<br />
Ano 31 | <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
Editorial<br />
revista<br />
Ano 31 - <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> - Janeiro 2024<br />
Caros leitores,<br />
À medida que inauguramos este novo ano,<br />
a <strong>Revista</strong> NewsLab tem o prazer de anunciar<br />
um conjunto emocionante de artigos<br />
e eventos profissionais que esperamos que<br />
inspirem e impulsionem sua jornada no<br />
mundo científico.<br />
O ano de 2024 está repleto de promessas<br />
e oportunidades sem precedentes para<br />
aqueles envolvidos na área de laboratório<br />
e ciências afins. Nosso compromisso permanente<br />
com a excelência e a inovação<br />
nos leva a apresentar uma série de artigos<br />
cuidadosamente selecionados para oferecer<br />
insights valiosos, tendências emergentes<br />
e descobertas revolucionárias.<br />
Destaque dos Artigos:<br />
Avanços Tecnológicos em Análises Laboratoriais:<br />
Explore os desenvolvimentos<br />
mais recentes em tecnologias que estão<br />
redefinindo os padrões de precisão e eficiência<br />
nos laboratórios, oferecendo uma<br />
visão privilegiada do futuro do diagnóstico<br />
e análises clínicas. Nesta edição, inauguramos<br />
a seção Liquor em perspectiva<br />
– Análise e diagnóstico, comandada pela<br />
equipe de profissionais do Laboratório<br />
Senne Liquor.<br />
Trouxemos também, o primeiro artigo<br />
sobre Parasitologia Clínica, escrito pelo<br />
biomédico Rafael Euzébio, estreando sua<br />
coluna neste brilhante ano que se inicia.<br />
Ele nos ajudará a desvendar as últimas e<br />
empolgantes descobertas da parasitologia.<br />
Sustentabilidade e Inovação: Descubra<br />
como a ciência está se unindo à sustentabilidade,<br />
apresentando soluções inova-<br />
doras para reduzir o impacto ambiental dos<br />
processos laboratoriais e promover práticas<br />
mais ecológicas.<br />
Crescimento Profissional: Uma série de artigos<br />
focados no avanço profissional, desde<br />
dicas para aprimorar habilidades técnicas<br />
até conselhos para o desenvolvimento de<br />
liderança no ambiente laboratorial. Nesta<br />
edição, temos um artigo que aborda as cinco<br />
áreas de atuação do citometrista, escrito pela<br />
equipe Hemoflow.<br />
Além dos conteúdos enriquecedores, a<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab está comprometida em<br />
oferecer incentivos tangíveis para impulsionar<br />
suas ambições profissionais neste ano:<br />
NewsLab Webinars: Estamos estabelecendo<br />
novas parcerias para oferecer palestras e<br />
aulas exclusivas e oportunidades de treinamento<br />
para expandir seu conhecimento<br />
e experiência, através do nosso canal no<br />
YouTube, se você ainda não está inscrito,<br />
aproveite e inscreva-se!<br />
Eventos Profissionais: Fique de olho em nossa<br />
agenda e nas redes sociais. Participe de eventos<br />
exclusivos e fóruns de discussão que conectam<br />
profissionais do setor, proporcionando<br />
networking e compartilhamento de ideias.<br />
Mentoria e Aconselhamento Profissional:<br />
Uma iniciativa dedicada a fornecer orientação<br />
personalizada por meio de programas de<br />
mentoria, conectando mentores experientes<br />
com profissionais em ascensão.<br />
Estamos empolgados com as perspectivas<br />
que o ano de 2024 reserva para a comunidade<br />
científica e estamos comprometidos em<br />
Luciene Almeida<br />
Editora Chefe<br />
ser sua parceira de confiança nesta jornada.<br />
Prepare-se para mergulhar em um mundo de<br />
descobertas, aprendizado e oportunidades<br />
que a <strong>Revista</strong> NewsLab se orgulha de oferecer.<br />
Juntos, vamos explorar novos horizontes<br />
e impulsionar o progresso da ciência.<br />
Feliz 2024!<br />
Atenciosamente,<br />
Luciene Almeida<br />
Para novidades na área de diagnóstico e pesquisa,<br />
acessem nossas redes sociais:<br />
/revistanewslab<br />
/revistanewslab<br />
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@revista_newslab<br />
EXPEDIENTE<br />
Realização: FUTURLAB<br />
Jornalista Responsável: Luciene Almeida | redacao@futurlab.com.br<br />
Assinaturas: Daniela Faria (11) 98357-9843 | assinatura@futurlab.com.br<br />
Comercial: João Domingues (11) 98357-9852 | comercial@futurlab.com.br<br />
Comercial: Juliana Cristina da Silva (11) 97733-3312 | comercial2@futurlab.com.br<br />
Diagramação e Arte: FC Design | contato@fcdesign.com.br<br />
Impressão: Gráfica Hawaii | Periodiciade: Bimestral<br />
Ano 31 - Número <strong>181</strong> - Janeiro 2024<br />
ISSN 0104 - 8384<br />
<strong>Newslab</strong> - Tel.: (11) 98357-9843<br />
www.newslab.com.br - david.kernbaum@futurlab.com.br<br />
2
EXPLORANDO O FUTURO DA BIOINFORMÁTICA<br />
ZTRON, a Revolução nos Servidores de Processamento<br />
e Armazenamento da MGI<br />
Cloud<br />
Storage<br />
Local<br />
Storage<br />
ZTRON Pro<br />
A MGI Lança o ZTRON, servidor de processamento bioinformático e armazenamento de dados.<br />
Sua combinação de potência, eficiência e sustentabilidade coloca os cientistas da genômica<br />
na vanguarda da inovação, acelerando o progresso em direção a uma compreensão mais<br />
profunda do código genético e suas aplicações revolucionárias.<br />
ALTA PERFORMANCE<br />
Aumento exponencial<br />
da produção de dados<br />
biológicos, Velociadade<br />
de análise 60x mais<br />
rápida.<br />
ALTA SEGURANCA<br />
Implantação offline,<br />
Rede autônoma,<br />
Conformidade com<br />
GDPR.<br />
ALTA INTELIGÊNCIA<br />
Processo automatizado,<br />
Expansão flexível,<br />
Bioinformática com<br />
aprendizagem<br />
profunda.<br />
ALTA DISPONIBILIDADE<br />
Proteção redundante,<br />
Tolerância a falhas de<br />
software. Compatibilidade<br />
com ferramentas<br />
bioinformáticas líderes de<br />
mercado.<br />
RELAÇÃO CUSTO-BENEFÍCIO<br />
Economize espaço<br />
Reduza os custos de<br />
manutenção de TI,<br />
Reduza o armazenamento<br />
por compactação.<br />
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Liderando a Inovação em Ciências da Vida<br />
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nossos representantes
Normas de Publicação<br />
para artigos e informes de mercado<br />
revista<br />
A <strong>Revista</strong> <strong>Newslab</strong>, em busca constante de novidades em divulgação científica, disponibiliza abaixo as normas para<br />
publicação de artigos, aos autores interessados. Caso precise de informações adicionais, entre em contato com a redação.<br />
Ano 31 - <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> - Janeiro 2024<br />
Informações aos autores<br />
Bimestralmente, a <strong>Revista</strong> NewsLab<br />
publica editoriais, artigos originais, revisões,<br />
casos educacionais, resumos de<br />
teses etc. Os editores levarão em consideração<br />
para publicação toda e qualquer<br />
contribuição que possua correlação<br />
com a medicina diagnóstica.<br />
Todas as contribuições serão revisadas<br />
e analisadas pelos revisores. Os autores<br />
deverão informar todo e qualquer<br />
conflito de interesse existente, em particular<br />
aqueles de natureza financeira<br />
relativo a companhias interessadas ou<br />
envolvidas em produtos ou processos<br />
que estejam relacionados com a contribuição<br />
e o manuscrito apresentado.<br />
Acompanhando o artigo deve vir o termo<br />
de compromisso assinado por todos<br />
os autores, atestando a originalidade<br />
do artigo, bem como a participação de<br />
todos os envolvidos.<br />
Os manuscritos deverão ser escritos em<br />
português, mas com Abstract detalhado<br />
em inglês. O Resumo e o Abstract<br />
deverão conter as palavras-chave e<br />
keywords, respectivamente.<br />
As fotos e ilustrações devem preferencialmente<br />
ser enviadas na forma original,<br />
para uma perfeita reprodução.<br />
Se o autor preferir mandá-las por e-mail,<br />
pedimos que a resolução do escaneamento<br />
seja de 300 dpi’s, com extensão<br />
em TIF ou JPG.<br />
Os manuscritos deverão estar digitados<br />
e enviados por e-mail, ordenados em<br />
título, nome e sobrenomes completos<br />
dos autores e nome da instituição onde<br />
o estudo foi realizado. Além disso, o<br />
nome do autor correspondente, com<br />
endereço completo fone/fax e e-mail<br />
também deverão constar. Seguidos<br />
por resumo, palavras-chave, abstract,<br />
keywords, texto (Ex: Introdução, Materiais<br />
e Métodos, Parte Experimental,<br />
Resultados e Discussão, Conclusão)<br />
agradecimentos, referências bibliográficas,<br />
tabelas e legendas.<br />
As referências deverão constar no texto<br />
com o sobrenome do devido autor,<br />
seguido pelo ano da publicação, segundo<br />
norma ABNT 10520.<br />
As identificações completas de cada<br />
referência citadas no texto devem vir<br />
listadas no fim, com o sobrenome do<br />
autor em primeiro lugar seguido pela<br />
sigla do prenome. Ex.: sobrenome, siglas<br />
dos prenomes. Título: subtítulo do artigo.<br />
Título do livro/periódico, volume,<br />
fascículo, página inicial e ano.<br />
Evite utilizar abstracts como referências.<br />
Referências de contribuições ainda não<br />
publicadas deverão ser mencionadas<br />
como “no prelo” ou “in press”.<br />
Os trabalhos deverão ser enviados para:<br />
Luciene Almeida – Redação<br />
E-mail: redacao@futurlab.com.br<br />
Ano 31 | <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
Contato<br />
A sua opinião é muito importante para nós. Por isso, criamos<br />
vários canais de comunicação para você, nosso leitor.<br />
REDAÇÃO: Rua Doutor Guilherme Bannitz, 126, 8º Andar - Conj. 81<br />
CV: 10543 Itaim Bibi, São Paulo, SP, 04532-060.<br />
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Esta publicação é dirigida aos laboratórios, hemocentros e universidades de todo o país.<br />
Os artigos e informes assinados são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião da <strong>Newslab</strong>.<br />
Filiado à:<br />
4<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
Diagnósticos Especiais<br />
com Coleta Inteligente<br />
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CoproOne<br />
®<br />
Testes Coprológicos Especiais<br />
Amostra de Fezes<br />
1 tubo - 15mg<br />
18 parâmetros<br />
Calprotectina | Elastase | HB/HP | Anti-tTg<br />
Gliadina IgA | α1 Antitripsina Fecal | Albumina<br />
EDN | Lisozima | β-Defensina | Ácidos Biliares<br />
Zonulina | Serotonina | GABA | Triptofano<br />
Histamina | Lactoferrina<br />
Urina<br />
Papel de Filtro<br />
7 Neurotransmissores<br />
Serotonina | GABA<br />
Dopamina |Noradrenalina | Adrenalina<br />
Glutamato| Histamina<br />
SalivaCare<br />
®<br />
Saliva<br />
1 Tubo Coletor<br />
11 hormônios<br />
17-OH-Progesterona | Androstenediona<br />
Cortisol | DHEA | DHEA-S | Estradiol<br />
Estrona | IgA Secretora | Melatonina<br />
Progesterona | Testosterona<br />
DBS<br />
®<br />
Amostra de Sangue<br />
Papel de Filtro<br />
Dried Blood Spot®<br />
Depressão: Serotonina, Quinurenina, Triptofano, IDO<br />
Intolerância Histamínica: DAO, Histamina<br />
Hormônios: AMH, FSH, LH, Prolactina<br />
Inflamação: PCR Ultrassensível<br />
Intolerância Alimentar<br />
Vitamina D<br />
EasyCopro<br />
®<br />
Amostra de Fezes<br />
Papel de Filtro<br />
Adenovirus | Calprotectina<br />
Clostridium difficile (Toxina A+B / GDH)<br />
Sangue Oculto | Giardia | H. pylori<br />
Rotavírus | Transferrina<br />
biomecheck<br />
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(11) 94959-2950<br />
Amostra de Fezes<br />
Tubo Coletor<br />
Análise da Microbiota Intestinal<br />
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Índice remissivo de<br />
anunciantes<br />
ordem alfabética<br />
revista<br />
Ano 31 - <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> - Janeiro 2024<br />
ANUNCIANTE PÁG. ANUNCIANTE PÁG.<br />
ACADEMIA DAS ANÁLISES CLÍNICAS 173<br />
ACADEMIA DO LIQUOR 147<br />
ALFA PLAST 97<br />
ALTONA 123<br />
APPARAT CAPA | 89 | 165<br />
BIOCON 23<br />
BIOMEDICA 119<br />
BUNZL SAÚDE 16-17 | 51<br />
CELLAVISION 109<br />
DAILYTECH 101<br />
DATA INNOVATIONS 125<br />
DB APOIO<br />
4ª CAPA<br />
DIAGAM 177<br />
DIAGNO 21 | 171<br />
DYMIND 113<br />
EDAN INSTRUMENTS 39<br />
EUROIMMUN 78<br />
FASTTEST 05<br />
FIRSTLAB 69<br />
GREINER 55<br />
GRIFOLS 26-27<br />
GRUPO PRIME<br />
3ª CAPA<br />
GT GROUP- BIOSUL 129<br />
HAMILTON 13<br />
HERMES PARDINI 30-31<br />
HIMEDIA LABORATORIES 133<br />
HORIBA 2ª CAPA | 167<br />
IBMP 91<br />
LAB REDE 175<br />
LABOR LINE 80-81<br />
LABORATÓRIO MASTELLINI 62-63<br />
LIFOTRONIC 43<br />
LOCCUS 137<br />
MACCURA BIOTECHNOLOGY 34-35<br />
MEDIX 117<br />
MGI AMERICA 03<br />
MINDRAY 143<br />
NEOLAB BY NEOCOMPANY 19<br />
NEXCOPE 141<br />
NIHON KOHDEN 72-73 | 107<br />
OHC- OSANG HEALTH CARE 105<br />
PERFECTA 121<br />
PNCQ 59<br />
QUALLYX 115<br />
RENYLAB 151<br />
SARSTED 47<br />
SNIBE 95<br />
SYSMEX DO BRASIL 09<br />
TPP TECHNO PLASTICS PRODUCTS 11<br />
VEOLIA 07<br />
VIDA BIOTECNOLOGIA 155<br />
ZYBIO 163<br />
Conselho Editorial<br />
Prof. Humberto Façanha da Costa filho - Engenheiro, Mestre em Administração e Especialista em Análise de Sistemas | Dr. Dan Waitzberg - Associado do Departamento de Gastroenterologia da Fmusp. Diretor Ganep Nutrição<br />
humana | Prof. Angela Waitzberg - Professora doutora livre docente do departamento de patologia da UNIFESP | Fábia Regina Severiano Bezerra - Biomédica. Especialista em Gestão de Contratos pela Universidade Corporativa<br />
da Universidade de São Paulo. Auditora em Sistemas de Gestão da Qualidade: ISO 9001:15 e NBR ISO 14001:15, Organização Nacional de Acreditação (ONA). Auditora Interna da Divisão de Laboratórios do Hospital das Clínicas da<br />
Faculdade Medicina da Universidade de São Paulo | Luiz Euribel Prestes Carneiro – Farmacêutico-Bioquímico, Depto. de Imunologia e de Pós-Graduação da Universidade do Oeste Paulista, Mestre e Doutor em Imunologia pela<br />
USP/SP | Dr. Amadeo Saéz-Alquézar - Farmacêutico-Bioquímico | Prof. Dr. Antenor Henrique Pedrazzi – Prof. Titular e Vice-Diretor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP | Prof. Dr. José Carlos Barbério<br />
– Professor Emérito da USP | Dr. Silvano Wendel – Banco de Sangue do Hospital Sírio-Libanês | Dr. Paulo C. Cardoso De Almeida – Doutor em Patologia pela Faculdade de Medicina Da USP | Dr. Zan Mustacchi – Prof. Adjunto<br />
de Genética da Faculdade Objetivo/UNIP | Dr. José Pascoal Simonetti – Biomédico, Pesquisador Titular do Depto de Virologia do Instituto Oswaldo Cruz - Fiocruz - RJ | Dr. Sérgio Cimerman – Médico-Assistente do Instituto de<br />
Infectologia Emílio Ribas e Responsável Técnico pelo Laboratório Cimerman de Análises Clínicas.<br />
Colaboraram nesta <strong>Edição</strong>:<br />
Allyne Cristina Grando; Franciele da Rosa Sonemann; Humberto Façanha; Fábia Bezerra; Gleiciere Maia Silva; Jorge Luiz Silva Araújo-Filho; Brunno Câmara; Helena Varela de Araújo; Rafaele Loureiro; Bruna Garcia; Fabiano de<br />
Abreu Agrela Rodrigues; Délio J. Ciriaco de Oliveira; Anna Clara do Nascimento Jesus; Luiza de Souza Fernandes; Victória Oliveira Gonzaga; Daniela Santos Silva; Járede da Silva Lopes; Bianca Victoria Trevizã da Cunha Ferreira<br />
Silvério; Pâmela Caroline Costa Pereira; Alessandra Alves de Souza Abou Hamia; Waldirene Nicioli; Silvânia Ramalho; Andressa Fehlberg; Rachel Siqueira de Queiroz Simões; Joelma Lessa da Silva; Juliana Yuri; Juliana Gomes;<br />
Paulo Mafra; Bruna Massa Barbosa de Andrade; Marina Raposo Neves Baptista; Mirella Portella Serafini; Álvaro Nunes de Morais; Gabriel Valença de Siqueira Borges; Júlia Domingues Marinho.<br />
6<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
ÍNDICEAno 31 | <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
revista<br />
Ano 31 - <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> - Janeiro 2024<br />
84<br />
MATÉRIA DE CAPA<br />
Equip Diagnostica<br />
Cada vez mais abrangente<br />
e conectada<br />
10 - Agenda<br />
79 - Publieditorial I - Euroimmun<br />
80 - Publieditorial II - Laborline<br />
82 - Neurociência em Foco<br />
88 - Análises Clínicas<br />
92 - Auditoria e Qualidade<br />
94 - Papo de bancada<br />
98 - Liquor em Perspectiva Análise e Diagnóstico<br />
100 - Direito e Saúde<br />
106 - Medicina Genômica<br />
114 - Parasitologia<br />
128 - Minuto Laboratório<br />
132 - OFAC Brasil<br />
138 - Epidemiologia<br />
146 - Biossegurança<br />
158 - Citometria de Fluxo<br />
160 - Logística Laboratorial<br />
162 - Informes de Mercado<br />
12<br />
ARTIGO CIENTÍFICO I<br />
A RELAÇÃO ENTRE<br />
CHROMOANAGENESIS E O<br />
CÂNCER<br />
38<br />
ARTIGO CIENTÍFICO II<br />
ASSOCIAÇÃO ENTRE ANEMIA<br />
HEMOLÍTICA EM PACIENTES<br />
COM DOENÇAS AUTOIMUNES:<br />
UMA REVISÃO DA LITERATURA<br />
60<br />
ARTIGO CIENTÍFICO III<br />
RELAÇÃO EIXO<br />
MICROBIOTA-INTESTINO-<br />
CÉREBRO NA DEPRESSÃO EM<br />
JOVENS<br />
70<br />
GESTÃO LABORATORIAL<br />
COLEÇÃO: GESTÃO ECONÔMICA<br />
DE VANGUARDA PARA<br />
LABORATÓRIOS CLÍNICOS<br />
Autores: Dias, Mayara Rosa, Burssed, Bruna.<br />
Autores: Elisandra Oliveira Ribeiro, Lorenna<br />
Moreira Santos, Stéfani Campos de Oliveira,<br />
Sarah Crystina Borges Ribeiro, Maria Eduarda de<br />
Medeiros Bezerra, Luciana Aparecida Venancio,<br />
Luca Kiichi Suzuki Trancolin, Liara Freitas Cavalcanti.<br />
Autores: Odair Casado Virtos Júnior;<br />
Mitiko Sugiyama; André Ribeiro Virtos;<br />
Monica Marques Telles.<br />
Autor: Humberto Façanha da Costa Filho.<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
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AGENDA<br />
AGENDA<br />
de eventos 2024<br />
IMAGINE 2024 - XII CONGRESSO DE RADIOLOGIA E DIAGNÓSTICO POR IMAGEM<br />
DATA: 20 A 22 DE MARÇO DE 2024<br />
LOCAL: INRAD - INSTITUTO DE RADIOLOGIA DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS FMUSP<br />
PORTARIA 2 - SÃO PAULO - SP<br />
INFORMAÇÕES: https://congressoimagine.com.br/<br />
V CONGIPLAB – CONGRESSO BRASILEIRO DE LABORATÓRIOS<br />
DATA: 26 E 27 DE ABRIL DE 2024<br />
LOCAL: CAMPINAS – SP<br />
INFORMAÇÕES: www.Giplab.com.br<br />
JORNADA PAULISTA DE RADIOLOGIA JPR 2024<br />
DATA: 2 A 5 DE MAIO DE 2024<br />
LOCAL: TRANSAMÉRICA EXPO CENTER – SÃO PAULO/SP<br />
INFORMAÇÕES: https://g.co/kgs/zQsxJ7<br />
HOSPITALAR 2024<br />
DATA: 21 A 24 DE MAIO DE 2024<br />
SÃO PAULO EXPO – SÃO PAULO/SP<br />
INFORMAÇÕES: https://www.hospitalar.com/pt/home.html<br />
49º CBAC 2024 - CONGRESSO BRASILEIRO DE ANÁLISES CLÍNICAS<br />
DATA: 16 A 19 DE JUNHO DE 2024<br />
LOCAL: CENTRO DE CONVENÇÕES - NATAL/RN<br />
INFORMAÇÕES: https://www.sbac.org.br/cbac/<br />
56º CONGRESSO BRASILEIRO DE PATOLOGIA CLÍNICA MEDICINA LABORATORIAL<br />
DATA: 10 A 13 DE SETEMBRO DE 2024<br />
CENTRO DE CONVENÇÕES DE SALVADOR - SALVADOR/BA<br />
INFORMAÇÕES: https://www.sbpc.org.br/pt/<br />
CONGRESSO SUL MINEIRO DE LABORATÓRIOS CLÍNICOS - XI EDIÇÃO<br />
DATA: 19 A 21 DE SETEMBRO DE 2024<br />
LOCAL: CENTRO DE CONVENÇÕES DO HOTEL GUANABARA - SÃO LOURENÇO/MG<br />
INFORMAÇÕES: http://congressosulmineiro.com.br/<br />
53º CONGRESSO BRASILEIRO DE RADIOLOGIA E DIAGNÓSTICO POR IMAGEM (CBR24)<br />
DATA: 19 A 21 DE SETEMBRO DE 2024<br />
LOCAL: CENTRO DE CONVENÇÕES DE SALVADOR – SALVADOR/BA<br />
INFORMAÇÕES: https://cbr.org.br/calendario-de-eventos/53o-congresso-brasileiro-de-radiologia-e-diagnostico-por-imagem-cbr24/<br />
CONGRESSO BRASILEIRO DE HEMATOLOGIA, HEMOTERAPIA E TERAPIA CELULAR – HEMO 2024<br />
DATA: 23 A 26 DE OUTUBRO DE 2024<br />
LOCAL: TRANSAMERICA EXPO CENTER – SÃO PAULO – SP<br />
INFORMAÇÕES: https://abhh.org.br/evento/congresso-brasileiro-de-hematologia-hemoterapia-e-terapia-celular-hemo-2024/<br />
19° CONGRELAB – CONGRESSO GAÚCHO DE ANÁLISES CLÍNICAS<br />
DATA: 22 E 23 DE NOVEMBRO DE 2024<br />
LOCAL: CENTRO DE EVENTOS DA PUCRS – PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL - PORTO ALEGRE/RS<br />
INFORMAÇÕES: https://las.org.br/congrelab/o-congrelab/<br />
10<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
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<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
11
ARTIGO CIENTÍFICO I<br />
A RELAÇÃO ENTRE<br />
CHROMOANAGENESIS E O CÂNCER<br />
The relation between chromoanagenesis and cancer<br />
Autores:<br />
Dias, Mayara Rosa1,<br />
Burssed, Bruna2<br />
1 - Graduanda em Biomedicina pela Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU<br />
2 - Biomédica, Mestre e Doutoranda em Genética pela Universidade Federal de<br />
São Paulo - UNIFESP<br />
* Imagem ilustrativa<br />
Resumo<br />
Uma mutação genética pode dar início ao desenvolvimento<br />
de um tumor, causando um câncer. Uma única anomalia<br />
cromossômica pode levar à inativação de genes supressores<br />
de tumor e ativação de oncogenes, levando a uma<br />
proliferação celular anormal. Quebras e fusões genéticas<br />
podem gerar rearranjos cromossômicos, que podem ser<br />
mais simples como em deleções, translocações, inversões ou<br />
duplicações, ou mais complexo como quando são formados<br />
por mecanismos como chromothripsis, chromoplexy<br />
e chromoanasynthesis, os quais envolvem anomalias<br />
catastróficas num único cromossomo ou podendo envolver<br />
dois ou mais. Nesta revisão literária, estudamos como<br />
funcionam os rearranjos complexos da chromoanagenesis e<br />
qual a sua influência no câncer.<br />
Palavras-chaves: Câncer, chomoanagenesis, chromothripsis,<br />
chromoplexy, chromoanasynthesis.<br />
Abstract<br />
A genetic mutation can cause the development of a<br />
tumor, leading to cancer. A single chromosomic alteration<br />
can induce the inactivation of tumor suppressor genes<br />
and activation of oncogenes, causing abnormal cell<br />
proliferation. Breaks and gene fusions can produce<br />
chromosomal rearrangements, which can be simpler, such<br />
as deletions, translocations, inversions or duplications, or<br />
more complex, when they are formed by mechanisms as<br />
chromothripsis, chromoplexy and chromoanasynhtesis,<br />
which involve aberrations in a single chromosome, two<br />
chromosomes, or more. In this literature review, we study<br />
how the complex chromoanagenesis mechanisms work<br />
and how they influence cancer.<br />
Keywords: Cancer, chomoanagenesis, chromothripsis,<br />
chromoplexy, chromoanasynthesis.<br />
12 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
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Autores: Dias, Mayara Rosa e Burssed, Bruna.<br />
ARTIGO CIENTÍFICO I<br />
Introdução<br />
Câncer é uma proliferação<br />
anormal, contínua<br />
e desenfreada de células<br />
que se inicia com<br />
uma alteração genética<br />
e gera uma população<br />
de células com a mesma<br />
mutação que inibem<br />
os reguladores celulares<br />
naturais(VARGAS, 2015).<br />
As mutações cromossômicas,<br />
que geralmente<br />
ocorrem durante a fase<br />
de divisão celular, são<br />
características detectadas<br />
na carcinogênese e<br />
são reportadas em todos<br />
os principais tipos<br />
de câncer(HOLLAND;<br />
CLEVELAND, 2012a).<br />
Durante a mitose o centrossomo<br />
se organiza em<br />
microtúbulos que separam<br />
uma cromátide irmã<br />
para cada célula filha.<br />
Havendo uma falha nesse<br />
processo, podemos<br />
ter o desenvolvimento<br />
do câncer(PIHAN, 2013).<br />
A informação citogenética<br />
é importante para<br />
poder identificar genes<br />
com significância na carcinogênese,<br />
evidenciando<br />
a ocorrência de um<br />
rearranjo cromossômico<br />
ou uma desregulação<br />
que leva a uma mistura<br />
do material genético(-<br />
MITELMAN; MERTENS;<br />
JOHANSSON, 2005).<br />
Rearranjos cromossômicos<br />
são causados<br />
pela reparação incorreta<br />
da dupla fita de<br />
DNA e podem levar a<br />
duplicação, deleção,<br />
inversão ou translocação<br />
do conteúdo genético(VARGAS,<br />
2015).<br />
Rearranjos podem ser<br />
recorrentes ou não. Os<br />
recorrentes são aqueles<br />
que apresentam<br />
pontos de rupturas,<br />
tamanhos e conteúdo<br />
genético semelhante<br />
entre indivíduos não<br />
correlacionados. Enquanto<br />
os não-recorrentes<br />
são os que apresentam<br />
formas únicas<br />
e desconhecidas, onde<br />
cada indivíduo apresenta<br />
um ponto de<br />
ruptura, tamanho e<br />
conteúdo genético diferente.<br />
Eles podem<br />
ocorrer através de uma<br />
tentativa de reparação<br />
de double-strand break<br />
(DSB), que são quebras<br />
da dupla-fita de uma<br />
ou duas extremidades,<br />
onde diferentes recombinações<br />
ou mecanismos<br />
de reparo podem<br />
gerar um rearranjo cromossômico(BURSSED<br />
et al., 2022).<br />
Nesta revisão, apresentamos<br />
os mecanismos<br />
de formação de rearranjos<br />
complexos chamados<br />
chromoanagenesis, descrevendo-os,<br />
distinguindo-<br />
-os entre si e correlacionando<br />
cada um com o câncer.<br />
Chromoanagenesis<br />
A chromoanagenesis é<br />
um termo do grego que<br />
significa renascimento<br />
e engloba três mecanismos<br />
de formação de rearranjos<br />
cromossômicos,<br />
sendo eles chromothripsis,<br />
chromoplexy e chromoanasynthesis.<br />
Eles<br />
formam rearranjos complexos<br />
com diversas alterações<br />
em algumas regiões<br />
dos cromossomos,<br />
que ocorrem geralmente<br />
em um único ciclo celular.<br />
São rearranjos muito<br />
associado à instabilidade<br />
genômica, onde um<br />
14 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
defeito na segregação<br />
mitótica dos cromossomos<br />
pode gerar um<br />
evento que leva à chromoanagenesis.<br />
São<br />
ocorrências antes não<br />
facilmente detectadas,<br />
mas, com o avanço tecnológico,<br />
foi possível<br />
identificar diferentes<br />
rearranjos muito mais<br />
complexos(MANTERE et<br />
al., 2021a).<br />
Chromothripsis<br />
Do grego, a palavra<br />
“chromo” vem de cromossomo<br />
e “thripsis” de<br />
estilhaçar em pedaços<br />
(PLAISANCIÉ et al., 2014).<br />
A chromothripsis leva a<br />
rearranjos em um único<br />
cromossomo, inteiro<br />
ou somente em um<br />
braço, ocasionados por<br />
um estilhaçamento do<br />
cromossomo em pequenos<br />
fragmentos que são<br />
reorganizados posteriormente<br />
de forma aleatória<br />
e diferente da conformação<br />
original. Nesse<br />
processo pode haver deleções<br />
pela possível perda<br />
de fragmentos, inversões<br />
e translocações<br />
(BURSSED et al., 2022).<br />
A chromothripsis pode<br />
ocorrer durante um erro<br />
mitótico que gera a produção<br />
de micronúcleo<br />
(HOLLAND; CLEVELAND,<br />
2012b). O micronúcleo<br />
é um corpo citoplasmático<br />
que contém fragmentos<br />
de DNA que se<br />
formam quando um cromossomo,<br />
ou um fragmento<br />
de cromossomo,<br />
não é incorporado<br />
às células filhas após a<br />
anáfase. São estruturas<br />
semelhantes ao núcleo<br />
que isolam o nucleoplasma<br />
do citoplasma<br />
(PIAZZA; HEYER, 2019).<br />
Ele não contém uma resposta<br />
efetiva ao dano,<br />
tem uma replicação de<br />
DNA mais lenta e se o<br />
núcleo entra em mitose<br />
enquanto o micronúcleo<br />
está replicando o<br />
DNA, produz um grande<br />
DSB de DNA micronuclear<br />
(HOLLAND; CLEVE-<br />
LAND, 2012b). O rompimento<br />
da membrana do<br />
micronúcleo expõe os<br />
cromossomos micronucleados<br />
à endonucleases<br />
citoplasmáticas, gerando<br />
o estilhaçamento<br />
dos mesmos, sendo recomposto<br />
em seguida<br />
através de mecanismos<br />
de reparo (WILLIS; RASS;<br />
SCULLY, 2015).<br />
O principal meio de reparar<br />
DSBs seria através<br />
do mecanismo Junção<br />
de Extremidade Não-<br />
-Homóloga (NHEJ, do<br />
inglês Non-Homologous<br />
End-Joining), que ocorre<br />
durante o ciclo e não<br />
precisa de nenhuma homologia<br />
nos pontos de<br />
ruptura pois DSBs de<br />
duas extremidades quebradas<br />
de DNA são modificadas<br />
e ajuntadas.<br />
Por ser um mecanismo<br />
impreciso, há ganhos<br />
ou perdas de nucleotídeos.<br />
Para facilitar a ligação<br />
das extremidades<br />
quebradas, são acrescentados<br />
ou retirados<br />
nucleotídeos para imitar<br />
microhomologia, considerando<br />
que a maioria<br />
dos DSBs terminam com<br />
um fim brusco. Ligações<br />
de extremidades incorretas<br />
através do NHEJ<br />
podem ocasionar em<br />
translocações (BURSSED<br />
et al., 2022; HOLLAND;<br />
CLEVELAND, 2012b).<br />
ARTIGO CIENTÍFICO I<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
15
Autores: Dias, Mayara Rosa e Burssed, Bruna.<br />
ARTIGO CIENTÍFICO I<br />
Outros processos celulares<br />
que podem levar a<br />
chromothripsis seriam<br />
apoptose abortiva, atrito<br />
do telômero, erro mitótico,<br />
condensação cromossômica<br />
prematura, defeito<br />
na p53 ou integração<br />
viral (OSTAPIŃSKA; STYKA;<br />
LEJMAN, 2022).<br />
retando rearranjo entre<br />
cromossomos heterólogos,<br />
onde extremidades<br />
quebradas de deleções<br />
de DNA formam pontes<br />
que se estendem entre<br />
pontos de rupturas de<br />
duas fusões diferentes.<br />
As pontas finais de cada<br />
deleção se fundem com<br />
diferentes pares ao invés<br />
de entre si, gerando<br />
assim a chromoplexy, no<br />
lugar de uma simples deleção<br />
(BACA et al., 2013).<br />
A figura 1 mostra a diferença<br />
entre chromothripsis<br />
e chromoplexy.<br />
Chromoplexy<br />
A chromoplexy, do grego<br />
“chromo” de cromossomo<br />
e “pleko” de torcer<br />
ou envolver (ZEPEDA-<br />
-MENDOZA; MORTON,<br />
2019), é a reconstrução<br />
do cromossomo e<br />
envolve dois ou mais<br />
cromossomos simultaneamente.<br />
Neste mecanismo,<br />
há quebra dos<br />
fragmentos e rearranjos<br />
em cromossomos diferentes,<br />
ocasionando<br />
em translocações. Este<br />
mecanismo apresenta<br />
pouca perda ou ganho<br />
de material genético<br />
comparado aos outros<br />
(BURSSED et al., 2022;<br />
PIHAN, 2013). Foi originalmente<br />
descrito em<br />
câncer de próstata, acar-<br />
Figura 1 – Chromothripsis e chromoplexy (PIHAN, 2013)<br />
18 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
Autores: Dias, Mayara Rosa e Burssed, Bruna.<br />
ARTIGO CIENTÍFICO I<br />
Chromoanasynthesis<br />
Do grego, “chromo” para<br />
cromossomo e “anasynthesis”<br />
para reconstituição,<br />
a chromoanasynthesis<br />
é a reconstituição<br />
do cromossomo e envolve<br />
um lócus ou um cromossomo<br />
inteiro. O fragmento<br />
cromossômico<br />
é ressintetizado através<br />
de FoSTeS (Fork-Stalling<br />
and Template Switching)<br />
e MMBIR (Microhomology-Mediated<br />
Break-Induced<br />
Replication), podendo<br />
gerar duplicações ou<br />
até triplicações do mesmo<br />
segmento, e não envolve<br />
a formação de um<br />
micronúcleo. A chromoanasynthesis<br />
forma muitas<br />
cópias localizadas,<br />
incluindo deleções, inversões<br />
e até triplicações<br />
(BURSSED et al., 2022).<br />
ao encontrar uma DSB<br />
de extremidade única<br />
e promove replicação<br />
de DNA dependente de<br />
micro-homologia, pois a<br />
excisão da fita com extremidade<br />
5’ gera uma<br />
proeminência da fita<br />
simples com extremidade<br />
3’ livre, que pode<br />
invadir outra região genômica,<br />
reiniciando a<br />
síntese de DNA e causando<br />
diversas trocas de<br />
fita molde, resultando<br />
em rearranjos complexos<br />
ao redor da forquilha<br />
que foi colapsada.<br />
Em FoSTeS, o rearranjo<br />
provém como um resultado<br />
da pausa da<br />
forquilha de replicação,<br />
na qual a fita de DNA se<br />
desvincula da fita molde<br />
e, pela presença de micro-homologia,<br />
desvia<br />
para outro molde em<br />
outra forquilha ativa e<br />
recomeça a síntese do<br />
DNA. Na nova forquilha,<br />
o DNA é copiado e a fita<br />
pode se desvincular novamente<br />
e invadir outra<br />
forquilha ou retornar<br />
à original. Se for para<br />
uma forquilha localizada<br />
abaixo na fita, resulta<br />
em deleção. Se for para<br />
uma forquilha acima na<br />
fita, duplicação. Se for<br />
para outro cromossomo,<br />
translocação(BURSSED<br />
et al., 2022; HOLLAND;<br />
CLEVELAND, 2012b).<br />
A figura 2 representa os<br />
3 tipos de chromoanagenesis.<br />
Figura 2 – Os três tipos de chromoanagenesis (OSTAPIŃSKA; STYKA; LEJMAN, 2022)<br />
MMBIR e FoSTes são<br />
mecanismos baseados<br />
em replicação de DNA.<br />
MMBIR pode acontecer<br />
quando a forquilha<br />
de replicação colapsa<br />
20 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
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Autores: Dias, Mayara Rosa e Burssed, Bruna.<br />
ARTIGO CIENTÍFICO I<br />
A genética do câncer<br />
Câncer é um crescimento<br />
celular de tecidos<br />
normais que deixa de<br />
responder aos controles<br />
homeostáticos de crescimento,<br />
por conta de<br />
um dano no DNA e se<br />
expande além dos limites<br />
anatômicos(ROCHA,<br />
2011). Uma célula que<br />
sofre inúmeras rupturas<br />
em seu DNA em um<br />
único evento entraria<br />
em apoptose. O fato de<br />
que esta célula pode<br />
sobreviver e progredir<br />
indica que a remodelação<br />
desse genoma pode<br />
trazer vantagem seletiva<br />
ao clone, promovendo<br />
a evolução ao câncer(S-<br />
TEPHENS et al., 2011).<br />
Apoptose é um processo<br />
homeostático denominado<br />
morte celular programada.<br />
Vários fatores<br />
podem sinalizar a apoptose,<br />
como por exemplo<br />
o DNA danificado. Esses<br />
sinais ativam vias que<br />
resultam na liberação<br />
de citocromo C na mitocôndria<br />
e as proteases<br />
intracelulares destroem<br />
as organelas e degradam<br />
o DNA(ROCHA, 2011). A<br />
regulação desse processo<br />
é feita por fatores inibidores<br />
e ativadores da<br />
cascata apoptótica, proteínas<br />
pró e anti-apoptóticas.<br />
As proteínas anti-<br />
-apoptóticas estabilizam<br />
a membrana externa da<br />
mitocôndria impedindo<br />
a liberação de seu conteúdo<br />
e evitando os eventos<br />
desencadeadores. A<br />
proteínas pró-apoptóticas<br />
inibem as proteínas<br />
anti-apoptóticas, desestabilizando<br />
a membrana<br />
mitocondrial e liberando<br />
fatores apoptogênicos<br />
como o citocromo C,<br />
iniciando assim a morte<br />
celular. A apoptose também<br />
pode ser resultante<br />
da ativação do gene supressor<br />
de tumor p53,<br />
onde participam as moléculas<br />
reguladoras(GAS-<br />
PAROTTO, 2009).<br />
Durante a mitose normal,<br />
o conteúdo genético replicado<br />
é dividido igualmente<br />
entre dois núcleos<br />
filhos para que cada<br />
um receba uma cópia do<br />
cromossomo duplicado.<br />
Erros na segregação dos<br />
cromossomos durante a<br />
mitose, que geram uma<br />
produção de micronúcleos,<br />
resultam em células<br />
aneuploides, que podem<br />
ter grande papel na carcinogênese(HOLLAND;<br />
CLEVELAND, 2012b).<br />
Numa célula normal temos<br />
os proto-oncogenes<br />
que controlam a proliferação<br />
celular e o desenvolvimento<br />
tumoral, enquanto<br />
os genes supressores de<br />
tumor inibem o desenvolvimento<br />
do câncer(VAR-<br />
GAS, 2015).<br />
Os proto-oncogenes<br />
estão envolvidos na regulação<br />
da proliferação<br />
celular normal e, se alterados,<br />
são chamados<br />
de oncogenes. Os oncogenes<br />
podem estimular<br />
o crescimento celular e<br />
ativar a alta proliferação.<br />
Já os genes supressores<br />
de tumor, se mutados ou<br />
perdidos, não controlam<br />
os pontos de checagem<br />
do ciclo celular, impedindo<br />
que células que<br />
tenham o DNA modifi-<br />
22 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
Autores: Dias, Mayara Rosa e Burssed, Bruna.<br />
ARTIGO CIENTÍFICO I<br />
cado sofram apoptose.<br />
As alterações epigenéticas<br />
também são grandes<br />
atuantes na biologia<br />
tumoral. Elas são alterações<br />
herdadas na expressão<br />
gênica nas células<br />
somáticas sem que haja<br />
alteração na sequência<br />
de DNA. Um exemplo é<br />
a metilação do DNA, que<br />
é uma adição do grupo<br />
metil na citosina que expressa<br />
os genes em células<br />
normais, porém a<br />
falta ou excesso de metilação<br />
ativa os oncogenes(ROCHA,<br />
2011).<br />
Alterações cromossômicas<br />
estruturais são consideradas<br />
complexas<br />
quando os rearranjos<br />
envolvem mais de dois<br />
pontos de ruptura(PLAI-<br />
SANCIÉ et al., 2014). São<br />
mutações que podem<br />
gerar oncogenes que estimulam<br />
a proliferação<br />
celular anormal, dando<br />
início, assim, a um câncer.<br />
Os rearranjos são contribuintes<br />
para amplificação<br />
dos oncogenes e<br />
inibição de genes supressores<br />
tumorais(MITEL-<br />
MAN; JOHANSSON; MER-<br />
TENS, 2007; STEPHENS et<br />
al., 2011), levando à alta<br />
proliferação celular, ultrapassando<br />
os limites do<br />
tecido e à falha na apoptose<br />
programada(VAR-<br />
GAS, 2015).<br />
As mutações acumuladas<br />
com o passar dos<br />
anos nas células cancerígenas<br />
resultam numa<br />
progressão da malignidade<br />
da doença(MITEL-<br />
MAN; JOHANSSON; MER-<br />
TENS, 2007; STEPHENS et<br />
al., 2011) e no amadurecimento<br />
do câncer metastático,<br />
que se adapta<br />
a ambientes hostis invadindo<br />
tecidos(WILLIS;<br />
RASS; SCULLY, 2015).<br />
A chromoanagenesis e o<br />
câncer<br />
Anormalidades no cariótipo<br />
que comprometem<br />
número e estrutura<br />
dos cromossomos é<br />
uma característica que<br />
define o genoma de<br />
uma célula cancerígena.<br />
Sequenciadores de<br />
DNA mais recentes detectaram<br />
em tumores<br />
humanos o processo<br />
chamado chromoanagenesis.<br />
Nesses tumores,<br />
os pontos de rupturas<br />
dos cromossomos se<br />
aglomeram muito mais<br />
do que esperado quando<br />
comparados com<br />
rearranjos independentes.<br />
São rearranjos que<br />
acontecem em um único<br />
evento catastrófico<br />
advindo de pulverização<br />
cromossômica e seguida<br />
por ajuntamento<br />
de fragmentos em ordem<br />
aleatória. A montagem<br />
aleatória pela<br />
NHEJ de muitos fragmentos<br />
simultâneos<br />
pode ser a explicação<br />
da maioria das translocações<br />
criadas durante<br />
a chromoanagenesis<br />
em células cancerígenas(HOLLAND;<br />
CLEVE-<br />
LAND, 2012b).<br />
24 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
Um fator muito proeminente<br />
em que o estilhaçamento<br />
e religamento<br />
pela NHEJ dos<br />
cromossomos pode promover<br />
proliferação celular<br />
desenfreada é pela<br />
facilitação da ampliação<br />
dos oncogenes através<br />
da criação de fragmentos<br />
extracromossomais<br />
circulares (double-minute<br />
chromossomes) que<br />
não apresentam centrômeros<br />
e telômeros e que<br />
frequentemente carregam<br />
oncogenes. Outro<br />
fator seria a criação de<br />
mutações que ocasionam<br />
na perda ou no interrompimento<br />
de genes<br />
supressores de tumor<br />
(HOLLAND; CLEVELAND,<br />
2012b). A chromothripsis<br />
é muito associada com<br />
a formação de double-<br />
-minute chromossomes,<br />
fragmentos circulares de<br />
DNA com tamanho de<br />
poucos megabases (Mb)<br />
que tem um papel grande<br />
na amplificação de<br />
oncogenes(WILLIS; RASS;<br />
SCULLY, 2015) A chromothripsis<br />
é o principal mecanismo<br />
de maior parte<br />
dos rearranjos identificados<br />
em câncer (MITEL-<br />
MAN; JOHANSSON;<br />
MERTENS, 2007) e está<br />
associada com cânceres<br />
agressivos e de mal prognóstico<br />
(OSTAPIŃSKA;<br />
STYKA; LEJMAN, 2022).<br />
A chromothripsis é um<br />
fenômeno comumente<br />
encontrado em tumores,<br />
visto em pelo menos de<br />
2 a 3% de todos os cânceres<br />
e presente principalmente<br />
em 25% dos<br />
casos de câncer ósseo.<br />
Dez pacientes com leucemia<br />
linfoide crônica foram<br />
examinados e um foi<br />
identificado com 42 rearranjos<br />
genômicos somáticos<br />
envolvendo o braço<br />
longo do cromossomo 4.<br />
Uma análise por todo o<br />
cromossomo mostra diversas<br />
regiões com alterações,<br />
alternando entre<br />
uma ou duas cópias, além<br />
de apresentar segmentos<br />
com perda da heterozigosidade.<br />
Essa perda,<br />
porém, não ocorreu por<br />
simples deleção, mas em<br />
inversões da orientação.<br />
Foi observado também<br />
que as localizações dos<br />
fragmentos unidos em<br />
cada ponto de ruptura<br />
não são geograficamente<br />
próximas(STEPHENS et<br />
al., 2011).<br />
No mesmo estudo, foram<br />
analisadas amostras de<br />
20 pacientes com câncer<br />
ósseo, onde 5 destes<br />
pacientes apresentaram<br />
grandes números de rearranjos<br />
por chromothripsis.<br />
Foram identificados<br />
147 rearranjos envolvendo<br />
os cromossomos 3, 4,<br />
7, 8 e 9, sendo 49 destes<br />
intracromossômicos. Os<br />
rearranjos ligam várias<br />
regiões rompidas, implicando<br />
que a estrutura<br />
genômica resultante é<br />
uma mistura de fragmentos<br />
de diferentes cromossomos<br />
misturados(STE-<br />
PHENS et al., 2011).<br />
ARTIGO CIENTÍFICO I<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
25
Autores: Dias, Mayara Rosa e Burssed, Bruna.<br />
ARTIGO CIENTÍFICO I<br />
Usando o sequenciamento<br />
de genômico<br />
humano, foi possível<br />
detectar chromothripsis<br />
em 2658 cânceres humanos.<br />
A chromothripsis<br />
apresenta um grande<br />
papel em formar a arquitetura<br />
de diferentes<br />
cânceres genômicos. É<br />
frequente em mais de<br />
40% dos gliobastomas<br />
e adenocarcinomas pulmonares,<br />
assim também<br />
como em 100% dos liposarcomas<br />
estudados<br />
e 77% dos osteossarcomas.<br />
Adenocarcinomas<br />
ovarianos, adenocarcinomas<br />
de mama, melanomas<br />
e adenocarcinoma<br />
esofágico também<br />
mostram evidências de<br />
chromothripsis em mais<br />
de 50% dos casos(OS-<br />
TAPIŃSKA; STYKA; LE-<br />
JMAN, 2022).<br />
Um potencial mecanismo<br />
em que a chromothripsis<br />
pode gerar um câncer<br />
é através da perda ou<br />
modificação de um gene<br />
supressor de tumor. No<br />
câncer ósseo de um paciente<br />
estudado, o gene<br />
CDKN2A perdeu uma das<br />
cópias. Juntamente, houve<br />
um rearranjo que interrompeu<br />
o gene WRN, que<br />
é associado à Síndrome<br />
Werner, uma condição associada<br />
a tumores ósseos,<br />
quando afetado por<br />
mutações germinativas,<br />
e a câncer renal, quando<br />
é inativado por mutações<br />
somáticas. No mesmo paciente,<br />
houve perda também<br />
de uma cópia do<br />
gene FBXW7 no cromossomo<br />
4q, que se encontra<br />
inativado em cerca de 6%<br />
de diversos tipos de cânceres.<br />
No caso deste paciente,<br />
um único evento<br />
catastrófico resultou na<br />
interrupção de 3 genes<br />
supressores de tumor(S-<br />
TEPHENS et al., 2011).<br />
Ao analisar pacientes<br />
com mieloma múltiplo, a<br />
chromothripsis foi detectada<br />
em 24% dos casos,<br />
fazendo o mieloma múltiplo<br />
o câncer hematológico<br />
com maior prevalência<br />
de chromothripsis.<br />
Pacientes com leucemia<br />
linfoide crônica (LLC)<br />
também apresentam<br />
diversos rearranjos genômicos<br />
(chromothripsis)<br />
envolvendo o braço<br />
longo do cromossomo<br />
4, assim também como<br />
deleções no 11q ou 17p.<br />
Pacientes com LLC que<br />
apresentam chromothripsis<br />
mostraram resultado<br />
inferior em relação<br />
à resposta ao tratamento,<br />
progressão e sobrevivência<br />
de forma geral.<br />
Já na leucemia mieloide<br />
aguda (LMA), a perda de<br />
um alelo TP53 é frequentemente<br />
observada. A<br />
chromothripsis na LMA é<br />
observada de forma distribuída,<br />
mas com prevalência<br />
nos cromossomos<br />
3, 7 e 12. Cerca de 300<br />
pacientes com síndrome<br />
mielodisplásica foram estudados<br />
e foi constatado<br />
chromothripsis envolvendo<br />
o cromossomo 13<br />
e afetando os genes cancerígenos<br />
FLT3, BRCA2 e<br />
RB1(OSTAPIŃSKA; STYKA;<br />
LEJMAN, 2022).<br />
A chromothripsis, dos três<br />
mecanismos que compõem<br />
a chromoanagene-<br />
28 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
sis, é a que mais se apresenta<br />
em diferentes tipos<br />
de câncer. A frequência<br />
varia para cada tipo, assim<br />
como se pode observar<br />
na figura 3 (CORTÉS-CI-<br />
RIANO et al., 2020):<br />
Ao analisar 57 casos de<br />
tumores prostáticos, um<br />
estudo identificou chromoplexy<br />
como um processo<br />
comum entre eles,<br />
alterando mais de um<br />
oncogene e apresentando<br />
padrões diferentes<br />
entre si. Deleções se acumulam<br />
no desenvolvimento<br />
da carcinogênese<br />
prostática e inativam<br />
genes supressores de<br />
tumor como PTEN, TP53<br />
e CDKN1B. Por volta de<br />
metade dos adenocarcinomas<br />
expressam muitas<br />
vezes o oncogene<br />
ERG, fator de transcrição<br />
ETS essencial para<br />
homeostase endotelial<br />
que reprime genes pró-<br />
-inflamatórios (SASHIDA<br />
et al., 2010). Analises de<br />
genomas em câncer de<br />
próstata mostram rearranjos<br />
complexos que<br />
resultam em extremidades<br />
quebradas de DNA<br />
que se ligam de forma<br />
aleatória umas as outras<br />
formando novas configurações.<br />
Foram observados<br />
5596 rearranjos<br />
que não eram encontrados<br />
no DNA normal, sendo<br />
113 deles validados<br />
por ressequenciamento<br />
e amplificação por PCR<br />
de DNA normal e tumoral.<br />
Genes como PTEN,<br />
RB1, GSK3B e FOXO1 sofreram<br />
rearranjos com<br />
potencial consequência<br />
biológica. Correntes com<br />
cinco ou mais rearranjos,<br />
contendo mais de dez<br />
pontos de quebra, formados<br />
por chromoplexy<br />
foram encontrados<br />
em 50 dos 57 tumores<br />
enquanto 36 desses 57<br />
continham duas ou mais<br />
dessas correntes (BACA<br />
et al., 2013).<br />
Ao analisar amostras de<br />
mieloma múltiplo, foram<br />
encontrados 752<br />
casos de rearranjos<br />
complexos, sendo 19%<br />
destes chromoplexy,<br />
com maior prevalência<br />
em pacientes com mutações<br />
nos genes FGRF3,<br />
DSCAML1 e HYDIN. Em<br />
23% dos pacientes que<br />
apresentam chromoplexy<br />
não foram detectados<br />
eventos de inativação<br />
dos genes RB1 e TP53<br />
(ASHBY et al., 2022).<br />
Em um estudo, 18 casos<br />
de câncer de mama<br />
HER2+ foram mapea-<br />
Figura 3 – Frequência de chromothripsis em diversos tipos de câncer(CORTÉS-CI-<br />
RIANO et al., 2020)<br />
ARTIGO CIENTÍFICO I<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
29
ARTIGO CIENTÍFICO I<br />
dos e foi evidenciado<br />
que, em 15 deles, houve<br />
grande quantidade<br />
de chromoanasynthesis<br />
no cromossomo 17, amplificando<br />
o oncogene<br />
ERBB2. Neste estudo,<br />
somente 3 desses 18<br />
casos mostram chromoanasynthesis<br />
somente<br />
no cromossomo 17, sem<br />
envolver outro cromossomo.<br />
Dos outros 12<br />
casos, foram envolvidos<br />
outros cromossomos<br />
juntamente ao 17, com<br />
frequência os cromossomos<br />
7 e 8. Assim como<br />
mostra a figura 4 (VAS-<br />
MATZIS et al., 2018):<br />
Um estudo de caso<br />
de um raro leiomiossarcoma<br />
renal encontrou<br />
chromoanasynthesis<br />
em três regiões:<br />
6q21-q27, uma região<br />
que apresenta 13 oncogenes,<br />
7p22.3-p21.1,<br />
região que apresenta<br />
10 oncogenes e 12q13.<br />
11-q21.2, região com 9<br />
Figura 4 – Os eventos de chromoanasynthesis detectados nos 18 casos, mostrando<br />
quantos destes eventos envolvem os respectivos cromossomos.(VASMATZIS et al., 2018)<br />
oncogenes. Uma análise<br />
dos pontos de ruptura<br />
em chromoanasynthesis<br />
revela um total<br />
de 60 genes, incluindo<br />
2 oncogenes e 6 genes<br />
supressores de tumor.<br />
Neste caso foi percebido<br />
que a chromoanasynthesis<br />
na região<br />
12q afeta os oncogenes<br />
MDM2 e CDK4 que tem<br />
papeis essenciais no ciclo<br />
celular (ANOSHKIN<br />
et al., 2020).<br />
Técnicas citogenéticaspara<br />
o estudo de chromoanagenesis<br />
Diversas técnicas podem<br />
ser utilizadas para a caracterização<br />
dos rearranjos e<br />
detecção de chromoanagenesis.<br />
A cariotipagem<br />
sob bandeamento G é<br />
uma técnica muito útil<br />
para identificação de alterações<br />
equilibradas e<br />
não-equilibradas. Entretanto,<br />
ela possui uma baixa<br />
taxa de diagnóstico de<br />
32 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
aproximadamente 10%<br />
e tem a limitação de detectar<br />
apenas alterações<br />
nores, como pequenas<br />
deleções e duplicações<br />
que não são vistas pelo<br />
sequenciamento com<br />
short-reads possui menor<br />
custo, porém é li-<br />
ARTIGO CIENTÍFICO I<br />
genômicas<br />
envolven-<br />
cariótipo. O diagnóstico<br />
mitado ao tamanho da<br />
do mais de 5-10 Mb(S-<br />
de rearranjos mais com-<br />
read e à presença de<br />
TANKIEWICZ;<br />
PURSLEY;<br />
plexos é uma importante<br />
regiões repetitivas, que<br />
CHEUNG, 2010). Além<br />
aplicação dessa técnica e<br />
tem papel importante na<br />
disso, em rearranjos com-<br />
pode ser realizado com o<br />
formação de rearranjos<br />
plexos, como é o caso dos<br />
uso de diferentes fluoro-<br />
complexos(MANTERE et<br />
formados por chromoa-<br />
cromos para que ocorra<br />
al., 2021b). O sequencia-<br />
nagenesis,<br />
depende-se<br />
a detecção simultânea<br />
mento com long-reads,<br />
da expertise de citogene-<br />
de mais de uma região<br />
por outro lado, usa rea-<br />
ticistas, o que pode levar<br />
genômica<br />
complemen-<br />
ds mais longas que são<br />
a diferenças de interpre-<br />
tar às sondas utilizadas. É<br />
capazes de se alinhar a<br />
tação entre amostras e<br />
importante ressaltar que<br />
essas regiões repetiti-<br />
laboratórios(MANTERE et<br />
a FISH tem como limita-<br />
vas (MANTERE; KERSTEN;<br />
al., 2021b; STANKIEWICZ;<br />
ção a necessidade de que<br />
HOISCHEN, 2019). A téc-<br />
PURSLEY; CHEUNG, 2010).<br />
a região analisada seja<br />
nica de mapeamento óp-<br />
A técnica de hibridização<br />
conhecia a priori (NEVE-<br />
tico do genoma (OGM,<br />
in situ fluorescente (FISH,<br />
LING et al., 2021; WECK-<br />
do inglês, optical geno-<br />
do inglês, fluorescent in<br />
SELBLATT; RUDD, 2015).<br />
me mapping) vem recen-<br />
situ hybridization) utili-<br />
temente sendo utilizada<br />
za sondas fluorescentes<br />
O sequenciamento do<br />
para a detecção de va-<br />
de DNA específicas para<br />
genoma completo per-<br />
riantes estruturais devi-<br />
certas regiões dos cro-<br />
mite a detecção tanto<br />
do à sua alta quantidade<br />
mossomos com o ob-<br />
de variante nucleotídeo<br />
de dados, baixos custos e<br />
jetivo de identificar al-<br />
único (SNV, do inglês sin-<br />
melhor resolução quan-<br />
terações equilibradas e<br />
gle nucleotide variants)<br />
do comparada às técnicas<br />
não equilibradas, sendo<br />
quanto de variantes<br />
descritas anteriormente<br />
capaz de detectar altera-<br />
estruturais<br />
(WECKSEL-<br />
(NEVELING et al., 2021). A<br />
ções cromossômicas me-<br />
BLATT; RUDD, 2015). O<br />
técnica utiliza moléculas<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
33
ARTIGO CIENTÍFICO I<br />
linearizadas de DNA de<br />
alto peso molecular que<br />
cas anteriores com o sequenciamento<br />
de San-<br />
chromoanasynthesis,<br />
chromoanagenesis and<br />
são marcadas em pontos<br />
ger, que é utilizado para<br />
cancer,<br />
chromoanasyn-<br />
específicos ao longo do<br />
confirmação dos pon-<br />
thesis and cancer, genéti-<br />
genoma para reconstruir<br />
tos de quebra ao nível<br />
ca humana.<br />
e então mapear comple-<br />
de nucleotídeos (JAN-<br />
tamente o genoma de<br />
CUSKOVA et al., 2013;<br />
Considerações finais<br />
interesse (DREMSEK et<br />
SCHLUTH-BOLARD et al.,<br />
Câncer é uma doença<br />
al., 2021; NEVELING et<br />
2013). Dessa forma, po-<br />
que atinge muitas pes-<br />
al., 2021). Neveling et al.<br />
de-se detectar rearran-<br />
soas atualmente e que<br />
(2021) acreditam que o<br />
jos formados por chro-<br />
está em constante estu-<br />
OGM poderá substituir<br />
moanagenesis.<br />
do. É uma doença agres-<br />
o uso de uma combina-<br />
siva e que apresenta di-<br />
ção das metodologias<br />
Metodologia<br />
versas facetas, portanto<br />
anteriores, uma vez que,<br />
Realizou-se uma revisão li-<br />
identificar a causa raiz<br />
em amostras de cânce-<br />
terária utilizando as bases<br />
de todo o fenômeno<br />
res hematológicos com<br />
de dados PubMed, SciELO<br />
pode trazer muitas res-<br />
essa metodologia, foi<br />
e plataforma Biblioteca<br />
postas.<br />
Chromoanage-<br />
possível a detecção de<br />
Virtual Pearson para en-<br />
nesis forma rearranjos<br />
deleções, inserções, in-<br />
contrar livros, artigos e<br />
muito complexos difí-<br />
versões, aneuploidias e<br />
estudos sobre o assunto.<br />
ceis de serem detecta-<br />
translocações.<br />
A pesquisa foi realizada<br />
dos e que são encon-<br />
no período entre março e<br />
trados em câncer, como<br />
Para um melhor enten-<br />
novembro de 2023.<br />
estudado nessa revisão,<br />
dimento do mecanismo<br />
logo sua detecção pode<br />
de formação do rearran-<br />
As<br />
palavras-chaves<br />
ser muito útil para mon-<br />
jo, é indispensável, na<br />
utilizadas foram: chro-<br />
tar tratamentos e medi-<br />
maioria dos casos, o uso<br />
moanagenesis, chromo-<br />
camentos que possam<br />
combinado das técni-<br />
trypsis,<br />
chromoplexy,<br />
agir nesse mecanismo.<br />
36 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
A quantidade de estudos<br />
relacionando o câncer<br />
com chromothripsis<br />
é grande, porém a<br />
quantidade envolvendo<br />
chromoplexy e chromoanasynthesis<br />
é bastante<br />
limitada. É necessário<br />
um estudo maior e mais<br />
focado nesses rearranjos<br />
para entender melhor<br />
seu papel no desenvolvimento<br />
do câncer.<br />
A técnica de OGM é uma<br />
técnica recente que<br />
ajudou a detectar anomalias<br />
cromossômicas.<br />
Enquanto as técnicas<br />
atualmente utilizadas na<br />
rotina clínica possuem<br />
limitações para detectar<br />
variações estruturais<br />
complexas e indicar sua<br />
localização e orientação,<br />
o uso do OGM em células<br />
cancerígenas pode<br />
ajudar na detecção da<br />
mutação presente na<br />
doença e onde está localizada,<br />
assim auxiliando<br />
em trazer um melhor<br />
diagnóstico e tratamento<br />
ao paciente. O câncer<br />
não é uma doença de<br />
tratamento simples, entender<br />
como surgiu e se<br />
originou pode nortear<br />
o melhor caminho a seguir<br />
para um bom prognóstico<br />
do paciente.<br />
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ARTIGO CIENTÍFICO I<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
37
ARTIGO CIENTÍFICO II<br />
ASSOCIAÇÃO ENTRE ANEMIA HEMOLÍTICA<br />
EM PACIENTES COM DOENÇAS AUTOIMUNES: UMA<br />
REVISÃO DA LITERATURA<br />
Autores:<br />
Elisandra Oliveira Ribeiro¹,<br />
Lorenna Moreira Santos²,<br />
Stéfani Campos de Oliveira³,<br />
Sarah Chrystina Borges Ribeiro 2 ,<br />
Maria Eduarda de Medeiros Bezerra⁴,<br />
Luciana Aparecida Venancio⁵,<br />
Luca Kiichi Suzuki Trancolin⁶,<br />
Liara Freitas Cavalcanti⁶.<br />
1 - Faculdade Uniprojeção. Brasília, GO. Brasil.<br />
2 - Universidade Unigranrio | Afya. Rio de Janeiro, RJ. Brasil.<br />
3 - Universidade Cesumar – UniCesumar. Ipatinga, MG. Brasil.<br />
4 - Unp-universidade potiguar. Natal, RN. Brasil.<br />
5 - Universidade Cruzeiro do Sul<br />
6 - Instituto Cursau Educação, Londrina, PR, Brasil.<br />
* Imagem ilustrativa<br />
Resumo<br />
A anemia hemolítica autoimune (AHAI) é um tipo de<br />
anemia caracterizada pela destruição das hemácias<br />
devido a presença de autoanticorpos. Pode ou não estar<br />
associada a quadros sintomáticos. A AHAI pode estar<br />
presente em associação a outras doenças autoimunes,<br />
podendo ser uma causa ou uma consequência da<br />
mesma. O objetivo deste trabalho foi buscar relatos na<br />
literatura que mostrassem uma possível relação entre<br />
AHAI e doenças autoimunes de caráter não hematológico.<br />
O presente trabalho observou que a AHAI pode<br />
estar presente em doenças autoimunes de caráter não<br />
hematológico, mas que essas associações são raramente<br />
relatadas. Quando a AHAI não está presente, outros<br />
tipos de anemia podem ser encontrados. Além disso,<br />
constatou-se que a AHAI pode levar ao surgimento de<br />
doenças autoimunes de caráter não hematológico devido<br />
a sua fisiopatologia e falta de tratamento adequado.<br />
Nossos achados mostraram ainda que essas associações<br />
podem surgir devido ao uso de medicamentos ou por<br />
causas desconhecidas. Conclui-se que mais estudos são<br />
necessários para elucidar os mecanismos pelos quais a<br />
AHAI e as doenças autoimunes de caráter não hematológico<br />
podem se associar.<br />
Palavras-chaves: autoanticorpos, eritrócitos, anemia<br />
hemolítica autoimune, fisiopatologia.<br />
Abstract<br />
Autoimmune hemolytic anemia (AHAI) is a type of<br />
anemia characterized by destruction of red blood<br />
cells due to the presence of autoantibodies. It may<br />
or may not be associated with symptomatic conditions.<br />
AHAI may be present in association with<br />
other autoimmune diseases and may be a cause or<br />
consequence of it. The objective of this study was<br />
to search for reports in the literature that showed<br />
a possible relationship between AHAI and non-hematological<br />
autoimmune diseases. The present<br />
study observed that AHAI may be present in non-<br />
-hematological autoimmune diseases, but that<br />
these associations are rarely reported. When AHAI<br />
is not present, other types of anemia can be found.<br />
In addition, it was found that AHAI can lead to the<br />
emergence of autoimmune diseases of non-hematological<br />
character due to its pathophysiology<br />
and lack of adequate treatment. Our findings also<br />
showed that these associations may arise due to the<br />
use of medications or for unknown causes. It is concluded<br />
that more studies are needed to elucidate the<br />
mechanisms by which AHAI and non-hematological<br />
autoimmune diseases can be associated.<br />
Keywords: autoantibodies, erythrocytes, autoimmune<br />
hemolytic anemia, pathophysiology.<br />
38 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
ARTIGO CIENTÍFICO II<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
39
ARTIGO CIENTÍFICO II<br />
Introdução<br />
A anemia hemolítica<br />
autoimune (AHAI) é uma<br />
ferativas, autoimunes e<br />
infecciosas, imunodeficiências,<br />
tumores sólidos,<br />
elevada de reticulócitos,<br />
bilirrubina não conjugada<br />
elevada, haptoglobi-<br />
doença caracterizada por<br />
transplantes e drogas<br />
na reduzida e esfregaço<br />
uma maior destruição<br />
(BARCELLINI et al., 2020).<br />
de sangue com policro-<br />
das hemácias, poden-<br />
Quando associada a<br />
masia ou características<br />
do gerar desde qua-<br />
doenças autoimunes, os<br />
mais específicas, como<br />
dros assintomáticos até<br />
mecanismos<br />
imunoló-<br />
esferócitos ou aglutina-<br />
hemólise grave, poten-<br />
gicos combinam-se de<br />
ção. No entanto, nenhum<br />
cialmente fatal (CHEN et<br />
forma variável. Existem<br />
deles são totalmente sen-<br />
al., 2020; BARCELLINI et<br />
vários relatos de casos<br />
síveis ou específicos para<br />
al., 2020). Essa destruição<br />
de associação de AHIA<br />
a hemólise (HILL &HILL,<br />
se dá por autoanticorpos<br />
com esclerose sistêmica,<br />
2018). Posteriormente,<br />
com ou sem ativação do<br />
lúpus eritematoso sistê-<br />
parte-se para investi-<br />
sistema<br />
complemento<br />
mico (LES), síndrome de<br />
gações mais profundas<br />
(BARCELLINI et al, 2020).<br />
Sjögren (SS), doenças<br />
para saber se a causa da<br />
Cerca de 75% a 80% dos<br />
autoimunes do fígado,<br />
hemólise é imune ou<br />
casos são mediados por<br />
doenças<br />
inflamatórias<br />
não. O teste mais comu-<br />
autoanticorpos do tipo<br />
intestinais e doença de<br />
mente utilizado é o DAT<br />
IgG, e os demais, por<br />
Kawasaki<br />
(KUPELIAN;<br />
(teste direto de antiglo-<br />
IgM, ou por anticorpos<br />
SATHI; SINGH, 2021 e<br />
bulina) (DAT), capaz de<br />
mistos.<br />
A AHAI pode<br />
SBR, 2022).<br />
demonstrar se a imuno-<br />
ser classificada em pri-<br />
globulina (IgG, IgM ou<br />
mária, quando não tem<br />
Em relação ao diagnósti-<br />
IgA) e/ou complemento<br />
relação com doenças sis-<br />
co da AHAI, após a cons-<br />
está ligada à hemácia.<br />
têmicas ou secundária,<br />
tatação da hemólise, é<br />
O DAT pode ser positi-<br />
sendo a manifestação<br />
necessário que se inicie<br />
vo por consequência da<br />
de outra doença (CON-<br />
uma abordagem gradual.<br />
deposição passiva de<br />
TENTE et al., 2020). Pode<br />
Os testes iniciais podem<br />
anticorpos ou complexos<br />
também ter associação<br />
indicar anemia normo/<br />
imunes em doença hepá-<br />
com doenças linfoproli-<br />
macrocítica,<br />
contagem<br />
tica, infecção crônica, dis-<br />
40 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
túrbios renais e outros<br />
(HILL & HILL, 2018). Para<br />
escolher a melhor condu-<br />
adaptativo se desregula e<br />
passa a responder contra<br />
antígenos próprios. Antí-<br />
mente a anemia hemolítica,<br />
e doenças autoimunes<br />
não hematológicas.<br />
ARTIGO CIENTÍFICO II<br />
ta terapêutica e saber o<br />
genos microbianos e cito-<br />
Foi utilizado as bases de<br />
prognóstico, é necessário<br />
cinas podem induzir tam-<br />
dados PUBMED, ScIELO<br />
definir o tipo dos auto-<br />
bém a hiperativação de<br />
e Google Acadêmico. Os<br />
anticorpos associados a<br />
linfócitos T e B auto reati-<br />
idiomas utilizados para a<br />
hemácias. Os casos tipi-<br />
vos, alterando a duração<br />
busca foram português,<br />
camente graves, embora<br />
e qualidade da respos-<br />
inglês e espanhol, priori-<br />
mais raros, estão associa-<br />
ta imune (STAFFORD, et<br />
zando artigos entre 2006<br />
dos a anticorpos do tipo<br />
al,2020). Portanto, neste<br />
e 2023. A busca foi limi-<br />
IgM que reagem com<br />
trabalho iremos abordar<br />
tada em campos, como:<br />
as hemácias e ativam o<br />
a associação de doen-<br />
palavra-chave e resu-<br />
complemento,<br />
muitas<br />
ças autoimunes com a<br />
mo. Foram usados os<br />
vezes causando hemólise<br />
AHAI ou outros tipos de<br />
seguintes descritores na<br />
intravascular (BIANCO, et.<br />
anemias, discutindo os<br />
busca: “anemia hemolíti-<br />
al, 2020).<br />
mecanismos<br />
imunoló-<br />
ca autoimune”, “anemia<br />
gicos envolvidos para<br />
hemolítica síndrome de<br />
A autoimunidade na<br />
compreender a razão da<br />
sjogren”, “anemia hemo-<br />
AHAI ou em outras doen-<br />
associação entre essas<br />
lítica artrite reumatoide”,<br />
ças autoimunes pode ser<br />
doenças, além de trazer<br />
“anemia hemolítica hipo-<br />
originada, por exemplo,<br />
alguns relatos de casos<br />
tireoidismo”,<br />
“anemia<br />
devido a modificação dos<br />
para que se possa apro-<br />
hemolítica e hipertireoi-<br />
antígenos das hemácias<br />
fundar o conhecimento<br />
dismo”, “lúpus eritemato-<br />
por drogas ou agentes<br />
acerca desse assunto.<br />
so e anemia hemolítica”.<br />
infecciosos (BARCELLINI,<br />
Artigos que não aborda-<br />
et al, 2020). Pode ocorrer<br />
Metodologia<br />
vam os tópicos de inte-<br />
ainda como resultado da<br />
Esta revisão da literatu-<br />
resse foram excluídos.<br />
perda da auto tolerân-<br />
ra teve como objetivo<br />
No total, foram encon-<br />
cia, que ocorre quando<br />
apresentar a associação<br />
trados 95 artigos, sendo<br />
o sistema imune inato e<br />
entre anemia, principal-<br />
selecionados 35.<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
41
Autores: Elisandra Oliveira Ribeiro, Lorenna Moreira Santos, Stéfani Campos de Oliveira,<br />
Sarah Crystina Borges Ribeiro, Maria Eduarda de Medeiros Bezerra, Luciana Aparecida<br />
Venancio, Luca Kiichi Suzuki Trancolin, Liara Freitas Cavalcanti.<br />
ARTIGO CIENTÍFICO II<br />
Hipertireoidismo<br />
A glândula tireoide é responsável<br />
pela produção<br />
da tireoide (TSH) através<br />
da ligação dos anticorpos<br />
do tipo IgG as células<br />
reoidismo e tireoidite”. Já<br />
HENRY & RICHARD,1975<br />
dizem que “a anemia<br />
de hormônios T3 (triio-<br />
da tireoide, constituindo<br />
não é uma característi-<br />
dotironina) e T4 (tiroxi-<br />
um aumento na ativida-<br />
ca comum do hiperti-<br />
na) que participam da<br />
de metabólica da glân-<br />
reoidismo, mesmo em<br />
regulação do metabolis-<br />
dula (CHIANG, PACKER,<br />
pacientes mais velhos (...).<br />
mo (ROTINIA, LAZZARIA,<br />
2009). A DG é relacio-<br />
Quando a anemia ocorre<br />
SPADAA, 2019). Disfun-<br />
nada a outras doenças<br />
no hipertireoidismo, ela<br />
ções na produção desses<br />
autoimunes, sendo uma<br />
pode se apresentar com<br />
hormônios pode resultar<br />
de suas manifestações<br />
os mesmos tipos morfo-<br />
em doenças como hipoti-<br />
clínicas incomuns, dife-<br />
lógicos gerais do hipoti-<br />
reoidismo e o hipertireoi-<br />
rentes tipos de anemia,<br />
reoidismo:<br />
normocítica,<br />
dismo (KRAVEST, 2016).<br />
como a anemia perni-<br />
hipocrômica, microcítica<br />
A doença de Graves (DG)<br />
ciosa, por deficiência de<br />
e macrocítica.”<br />
é a causa mais comum<br />
ferro, e AHAI, sendo essa<br />
de hipertireoidismo e<br />
última rara (KANDINA-<br />
No trabalho de CHEE,<br />
pode apresentar mani-<br />
TA, SOELISTIJO, AMRITA,<br />
GILL, POH, 1978, foi<br />
festações clínicas como<br />
2021). Alguns trabalhos<br />
relatado o caso de uma<br />
anemia, vômitos, icterí-<br />
mostram que existe uma<br />
mulher de 39 anos, chi-<br />
cia, insuficiência cardía-<br />
possível relação entre<br />
nesa, que após aproxi-<br />
ca direita, pancitopenia,<br />
hipertireoidismo e AHAI,<br />
madamente seis meses<br />
leucopenia/tromboci-<br />
contudo, os dados ainda<br />
do diagnóstico de AHAI,<br />
topenia, eritema anular<br />
são escassos (CHIANG,<br />
desenvolveu o hiperti-<br />
centrífugo, bloqueio car-<br />
PACKER, 2009).<br />
reoidismo. Isso ocorreu<br />
díaco, infarto do mio-<br />
devido à ausência de<br />
cárdio, angioedema e<br />
Segundo CHEE, GILL,<br />
tratamento da AHAI,<br />
hipertensão pulmonar<br />
(HEGAZI, AHMED, 2012).<br />
Na DG, ocorre a ativação<br />
do hormônio estimulante<br />
POH, 1978 “a anemia<br />
perniciosa tem sido fortemente<br />
associada ao<br />
hipotireoidismo, hiperti-<br />
resultando em crises<br />
hemolíticas que exigiam<br />
altas doses de esteroides.<br />
Após o diagnósti-<br />
42 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
Autores: Elisandra Oliveira Ribeiro, Lorenna Moreira Santos, Stéfani Campos de Oliveira,<br />
Sarah Crystina Borges Ribeiro, Maria Eduarda de Medeiros Bezerra, Luciana Aparecida<br />
Venancio, Luca Kiichi Suzuki Trancolin, Liara Freitas Cavalcanti.<br />
ARTIGO CIENTÍFICO II<br />
co do hipertireoidismo,<br />
houve uma redução da<br />
dosagem do medica-<br />
volveu icterícia mucocutânea,<br />
hipertireoidismo<br />
e nódulo no lobo<br />
Os exames detectaram<br />
anemia normocítica normocrômica<br />
e hipertireoi-<br />
mento.<br />
Posteriormen-<br />
esquerdo. Em relação aos<br />
dismo. O uso da medica-<br />
te, constatou-se que o<br />
hipertireoidismo era de<br />
caráter autoimune (DG).<br />
É incerto que a paciente<br />
tenha anemia perniciosa<br />
pois apresentava<br />
níveis séricos de vitamina<br />
B12 normais, mas foi<br />
documentada a pancitopenia<br />
e AHAI.<br />
Também foi relatado o<br />
caso de dois pacientes<br />
que realizaram tratamento<br />
prolongado com<br />
amiodarona (fármaco<br />
utilizado para o tratamento<br />
de arritmias cardíacas),<br />
resultando em<br />
hipertireoidismo e AHAI.<br />
exames, obteve-se, teste<br />
de Coombs positivo, haptoglobina<br />
inferior a 0,4<br />
g/l (valor de referência de<br />
0,8 a 2) e taxa de iodo de<br />
16,4 µg/100 ml (valor de<br />
referência de 3 a 10). Suspendeu-se<br />
então o uso do<br />
medicamento. Para controlar<br />
o hipertireoidismo<br />
foi necessário o tratamento<br />
com carbimazol 30 mg/<br />
dia com posterior aumento<br />
da dose para 60 mg/<br />
dia, e por fim, redução<br />
para 50 mg/dia. O outro<br />
paciente é um homem de<br />
84 anos, que apresentava<br />
arritmia completa por<br />
fibrilação auricular e por<br />
ção foi suspenso e ainda<br />
assim o paciente apresentava<br />
hipertireoidismo<br />
persistente e suspeita de<br />
AHAI. Primeiramente foi<br />
feito o tratamento com<br />
carbimazol 80 mg/dia e<br />
posteriormente adicionou-se<br />
ao tratamento o<br />
carbonato de lítio 700mg/<br />
dia. Nesses dois relatos de<br />
caso o hipertireoidismo e<br />
a AHAI ocorreram devido<br />
ao uso do amiodarona,<br />
sendo o primeiro o acúmulo<br />
do medicamento e<br />
o segundo a indução de<br />
um mecanismo imunológico<br />
por esse fármaco<br />
(ARPIN et al., 1991).<br />
Uma mulher de 73 anos,<br />
que fazia uso de amiodarona<br />
200 mg/dia, sem<br />
precedentes tireóideos<br />
isso fazia uso de amiodarona<br />
200 mg/dia. Não<br />
tinha precedentes hematológicos<br />
e era portador<br />
Além disso, foi relatado<br />
o caso de um paciente<br />
japonês de 29 anos, internado<br />
devido a paralisia<br />
e hematológicos, desen-<br />
de bócio intratorácico.<br />
periódica. Perdeu 7,5 kg<br />
44 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
em dois meses, começou<br />
a sentir distúrbio transitório<br />
do movimento e<br />
ve a inibição da hemólise<br />
pela terapia anti-hipertireoidiana,<br />
sendo neces-<br />
microcítica, normocítica<br />
e macrocítica. A anemia<br />
ocorre em cerca de<br />
ARTIGO CIENTÍFICO II<br />
palpitações. Constatou-<br />
sário a transfusão de san-<br />
20% a 60% dos pacien-<br />
-se anemia, bócio difuso<br />
gue ou administração<br />
tes com hipotireoidismo<br />
bilateral de superfície<br />
de esteróide ou ambos<br />
(ILKKILIC, AYAS, ALGUN,<br />
lisa, icterícia, sopro sis-<br />
(OGIHARA et al., 1987).<br />
2022) e caracteriza-se<br />
tólico e tremor no dedo<br />
pelo número insuficien-<br />
em repouso. Ao realizar<br />
Hipotireoidismo<br />
te de glóbulos verme-<br />
os exames laboratoriais<br />
O hipotireoidismo é o<br />
lhos, sendo mais comum<br />
foi relatado DG e AHAI. O<br />
outro tipo de doença que<br />
em crianças de 0 a 5 anos<br />
tratamento consistiu em<br />
pode afetar a glândula<br />
(DE BENOIST et al., 2008).<br />
empropiltiouracil,<br />
um<br />
tireoide. É caracterizada<br />
anti-hipotireoidiano,<br />
o<br />
pela produção e secre-<br />
A prevalência do hipoti-<br />
que resultou na inibição<br />
ção insuficiente de hor-<br />
reoidismo varia, de acor-<br />
da hemólise e melhora<br />
mônios T3 e T4, afetando<br />
do com a idade, sexo,<br />
da anemia, não sendo<br />
muitos órgãos e siste-<br />
raça e região geográfica.<br />
necessário a transfusão<br />
mas, incluindo o sistema<br />
O hipotireoidismo clíni-<br />
de sangue. Há também<br />
hematopoiético (OLIVEI-<br />
co possui uma prevalên-<br />
três casos na literatura<br />
RA, MALDONADO, 2014).<br />
cia de 2% a 5% global-<br />
inglesa de hipertireoi-<br />
A doença pode se apre-<br />
mente, e o subclínico de<br />
dismo relacionados a<br />
sentar de forma primária,<br />
4% a 8,5%. Em mulheres<br />
AHAI e cinco na litera-<br />
onde ocorre a diminui-<br />
acima dos 60 anos, ocor-<br />
tura japonesa. Dentre<br />
ção gradual da produ-<br />
re com frequência devi-<br />
esses casos, cinco eram<br />
ção de hormônios, ou de<br />
do a desaceleração no<br />
japoneses, um era nipo-<br />
forma congênita, central<br />
metabolismo.<br />
Estudos<br />
-americano e o outro era<br />
e subclínica (SOARES, et<br />
apontam que a anemia<br />
do Sri Lanka. Porém em<br />
al., 2017). A deficiência<br />
mais frequente no hipo-<br />
nenhum desses pacien-<br />
de hormônios tireoidia-<br />
tireoidismo é a anemia<br />
tes relatados com hiper-<br />
nos pode levar ao desen-<br />
normocítica<br />
normocrô-<br />
tireoidismo e AHAI hou-<br />
volvimento de anemia<br />
mica, devido a<br />
desa-<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
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Autores: Elisandra Oliveira Ribeiro, Lorenna Moreira Santos, Stéfani Campos de Oliveira,<br />
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ARTIGO CIENTÍFICO II<br />
celeração metabólica<br />
observada na menopausa,<br />
diminuindo a<br />
demanda de oxigênio.<br />
A anemia normocítica<br />
se caracteriza por reticulopenia,<br />
hipoplasia<br />
da linhagem eritróide,<br />
diminuição do nível<br />
de eritropoetina e da<br />
sobrevida regular dos<br />
eritrócitos. A ausência<br />
de estimulação do<br />
desenvolvimento de<br />
linhagens eritróides<br />
pelos hormônios tireoidianos,<br />
a redução na<br />
distribuição de oxigênio<br />
para os tecidos e a<br />
diminuição do nível de<br />
eritropoetina na ausência<br />
de hormônios tireoidianos<br />
podem levar a<br />
anemia normocítica<br />
(SOLIMAN, DE SANCTIS,<br />
YASSIN ET AL. 2017). A<br />
anemia macrocítica no<br />
hipotireoidismo pode<br />
também se desenvolver<br />
devido à má absorção<br />
de vitamina B12 ou<br />
ácido fólico (ILKKILIC,<br />
AYAS, ALGUN, 2022).<br />
Um estudo realizado no<br />
ambulatório de endocrinologia<br />
da Faculdade<br />
de Medicina revela que<br />
o tipo de anemia mais<br />
comum nos grupos de<br />
hipotireoidismo clínico<br />
e subclínico é a anemia<br />
decorrente de doença<br />
crônica (50%, 48,3%, e<br />
52%), e sendo o segundo<br />
por deficiência de ferro<br />
(41,7%, 41,4%, e 44%,<br />
respectivamente) (ILKKI-<br />
LIC, AYAS, ALGUN, 2022).<br />
Outro caso relatado é<br />
de uma paciente de 25<br />
anos, onde foi detectada<br />
anemia pela primeira vez<br />
após um exame de rotina.<br />
Ela negava quaisquer sintomas<br />
seis meses antes,<br />
porém, os exames mostraram<br />
que a hemoglobina<br />
era de 6,7g/100ml, e<br />
reticulócitos 10%. Além<br />
disso, apresentava hiperplasia<br />
meroblástica na<br />
medula óssea. Foi administrado<br />
5 mg de ácido<br />
fólico por dia, via oral,<br />
por uma semana antes<br />
da admissão e foi continuado<br />
por mais 10 dias,<br />
não havendo alteração<br />
significativa no nível de<br />
hemoglobina. Seu hipotireoidismo<br />
foi tratado<br />
com Cytomel 10 mg diariamente,<br />
tendo a dose<br />
aumentada para 65 mg<br />
por 7 dias. O tratamento<br />
foi mantido com 180 mg<br />
de Proloid diariamente.<br />
Após os tratamentos foi<br />
identificado que a paciente<br />
tinha hipotireoidismo<br />
com anemia hemolítica.<br />
Embora a anemia seja<br />
uma complicação frequente<br />
do hipotireoidismo,<br />
geralmente é do tipo<br />
macrocítica, devido à anemia<br />
perniciosa associada,<br />
hipocrômica como resultado<br />
da deficiência de ferro<br />
ou normocítica devido<br />
ao aumento do volume<br />
plasmático da retenção<br />
de líquidos. Não foi identificado<br />
associação de anemia<br />
hemolítica esferocítica<br />
com hipotireoidismo<br />
(LEONE, NARASIMHAN,<br />
WATSON-WILLIANS, 1971)<br />
46 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
Autores: Elisandra Oliveira Ribeiro, Lorenna Moreira Santos, Stéfani Campos de Oliveira,<br />
Sarah Crystina Borges Ribeiro, Maria Eduarda de Medeiros Bezerra, Luciana Aparecida<br />
Venancio, Luca Kiichi Suzuki Trancolin, Liara Freitas Cavalcanti.<br />
ARTIGO CIENTÍFICO II<br />
Em outro relato, uma<br />
mulher de 57 anos<br />
começou um tratamen-<br />
ra e dor nas costas. Os<br />
exames apresentaram<br />
hemoglobina e triio-<br />
recidiva alguns meses<br />
depois e ela recebeu<br />
tratamento por 12<br />
to com interferon-a2b<br />
dotironina livre abaixo<br />
semanas com ledipasvir<br />
peguilhado (PEG-IFN) na<br />
do valor de referência.<br />
e sofosbuvir. Sua tireoi-<br />
dose de 80 lg semanais<br />
Também<br />
apresentava<br />
de estava com a função<br />
mais ribavirina (RBV)<br />
reticulócitos,<br />
bilirrubi-<br />
e seus níveis mantidos<br />
na dose de 900 mg/dia<br />
na total, aspartato ami-<br />
durante o tratamento<br />
para hepatite C crônica<br />
notransferase e tiroxina<br />
com terapia substituti-<br />
(CHC). A paciente não<br />
livre acima do valor de<br />
va de levotiroxina.<br />
tinha doenças autoimu-<br />
referência. Os testes de<br />
nes ou alergia. Depois<br />
Coombs direto e indire-<br />
Artrite reumatoide<br />
de quase 2 meses ini-<br />
to foram positivos para<br />
A Artrite reumatoi-<br />
ciou tratamento com<br />
IgG e C3d. O exame de<br />
de (AR) é uma doença<br />
Levotiroxina (50 g/dia)<br />
medula óssea apresen-<br />
autoimune, de caráter<br />
para<br />
hipotireoidismo,<br />
tou<br />
hiperproliferativi-<br />
inflamatório e crônico<br />
tendo como suspeita<br />
dade, anemia e hiper-<br />
que afeta as articula-<br />
uma causa autoimune<br />
plasia. Então a paciente<br />
ções. Além disso, causa<br />
durante o tratamen-<br />
foi diagnosticada com<br />
outras<br />
manifestações,<br />
to. Após 28 semanas<br />
AIHA devido ao uso do<br />
sendo os distúrbios<br />
de tratamento houve a<br />
PEG-IFN visto que as<br />
hematológicos os mais<br />
redução do RBV devido<br />
demais causas foram<br />
comuns, principalmen-<br />
a anemia e foi retirado<br />
excluídas.<br />
Também<br />
te a anemia. Outros dis-<br />
após 4 semanas pois os<br />
houve um mecanismo<br />
túrbios hematológicos<br />
níveis de hemoglobinas<br />
de contribuição para o<br />
também<br />
encontrados<br />
haviam diminuído mais.<br />
medicamento<br />
causar<br />
na AR é a síndrome de<br />
Com 35 semanas de tra-<br />
AIHA pois ele é injetado<br />
felty, leucocitose e dis-<br />
tamento<br />
interrompeu<br />
diretamente na medula.<br />
túrbios<br />
linfoprolifera-<br />
o uso do PEG-IFN pois<br />
A paciente teve melho-<br />
tivos (GANNA, 2014;<br />
ela apresentava fadi-<br />
ra após a esplenecto-<br />
SOUZA et al., 2003; SPA-<br />
ga, tontura, urina escu-<br />
mia. Porém houve uma<br />
SOVSKI et al., 2022)<br />
48 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
Embora possam existir<br />
complicações hematológicas<br />
na AR, são raros<br />
a hemoglobina foram<br />
de 4,2 g%, hematócrito<br />
13% e Coombs direto<br />
to sinovial. Exames realizados<br />
revelaram uma<br />
intensa anemia com um<br />
ARTIGO CIENTÍFICO II<br />
os casos de associações<br />
positivo. O tratamento foi<br />
nível de reticulócitos alto<br />
a AHAI relatados na lite-<br />
realizado com predniso-<br />
e anticorpos do tipo IgG<br />
ratura. Dentre as ocor-<br />
na (1mg/kg/dia). Apenas<br />
com proteína C3 presen-<br />
rências, grande parte se<br />
no primeiro caso hou-<br />
te, confirmando a AHAI<br />
dá devido à autoanticor-<br />
ve melhora no quadro<br />
por anticorpos quentes.<br />
pos do tipo IgG. (SOUZA<br />
hematológico. O segun-<br />
Embora o caso obser-<br />
et al., 2003; ESPINOSA-<br />
do paciente precisou ser<br />
vado, ressalta-se que a<br />
-ORANTES et al., 2020).<br />
tratado com metilpredni-<br />
AHAI ocorre com frequ-<br />
solona 1g/dia via endo-<br />
ência em pacientes com<br />
SOUZA et al., 2003, relata-<br />
venosa durante 3 dias.<br />
LES, porém é uma mani-<br />
ram dois casos de pacien-<br />
festação rara em pessoas<br />
tes diagnosticados com<br />
Outra associação entre<br />
com AR, sendo mais raro<br />
AR que apresentaram<br />
AR e AHAI foi encontrada<br />
ainda em pacientes com<br />
AHAI confirmados por<br />
na síndrome de Rhupus.<br />
síndrome de Rhupus.<br />
exames laboratoriais. O<br />
Segundo Antonini et al.,<br />
primeiro se trata de uma<br />
2020, Rhupus é uma rara<br />
Em outro relato feito por<br />
mulher de 69 anos e o<br />
síndrome<br />
caracterizada<br />
Estrada, Lyons, Terebelo,<br />
segundo, de um homem<br />
pela manifestação da AR<br />
1990, uma senhora de<br />
de 21 anos. Sintomas<br />
e dos lúpus eritematoso<br />
83 anos portadora de AR<br />
como dispneia, febre ves-<br />
sistêmico (LES) no mes-<br />
manifestou AHAI, tendo<br />
pertina, cefaleia e muco-<br />
mo paciente. Um relato<br />
sintomas como tontura<br />
sas descoradas foram<br />
feito por Espinosa-Oran-<br />
e síncope. Ela fazia uso<br />
relatados em ambos os<br />
tes et al., 2020 descreve<br />
de medicamentos como<br />
casos. O primeiro pacien-<br />
essa condição em uma<br />
captopril,<br />
sulindaco,<br />
te apresentou hemoglo-<br />
paciente de 29 anos,<br />
hidroclorotiazida e trian-<br />
bina de 5,9 g%, hemató-<br />
que manifestou AHAI,<br />
tereno para tratar pie-<br />
crito de 17% e Coombs<br />
apresentando<br />
sintomas<br />
lonefrite e hipertensão.<br />
direto +++. Já o segundo,<br />
como dispneia, dor e cis-<br />
Os exames realizados<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
49
Autores: Elisandra Oliveira Ribeiro, Lorenna Moreira Santos, Stéfani Campos de Oliveira,<br />
Sarah Crystina Borges Ribeiro, Maria Eduarda de Medeiros Bezerra, Luciana Aparecida<br />
Venancio, Luca Kiichi Suzuki Trancolin, Liara Freitas Cavalcanti.<br />
ARTIGO CIENTÍFICO II<br />
na paciente indicaram<br />
resultados de hemoglobina<br />
de 7,1 mg/dl, conta-<br />
nuição da meia vida dos<br />
eritrócitos, alterações no<br />
metabolismo do ferro e<br />
necrose tumoral alfa<br />
(TNFα) e interleucina-1<br />
beta (IL-1β). Nos resul-<br />
gem de reticulócitos de<br />
deficiência na eritropoie-<br />
tados obtidos, foi cons-<br />
18,1%, bilirrubina total<br />
se. O processo se dá atra-<br />
tatada anemia em 57<br />
de 2,6 mg/dl, esfregaço<br />
vés da ação das citocinas<br />
pacientes. Ao ser fei-<br />
sanguíneo com esferóci-<br />
inflamatórias,<br />
especial-<br />
ta a comparação entre<br />
tos, hemácias nucleadas<br />
mente a IL-6 que aumen-<br />
pacientes<br />
anêmicos/<br />
e auto aglutinação, LDH<br />
ta a síntese do hormô-<br />
não anêmicos, pôde ser<br />
de 406 mg/dl e teste de<br />
nio hepcidina, que age<br />
observado que os parâ-<br />
Coombs direto e indire-<br />
inibindo a saída do ferro<br />
metros avaliados esta-<br />
to positivo. O tratamento<br />
nas células, diminuindo<br />
vam aumentados nos<br />
com prednisona melho-<br />
seus níveis na corrente<br />
pacientes com anemia.<br />
rou o quadro da anemia,<br />
sanguínea (Masson C,<br />
tendo o nível de hemo-<br />
2011; Ganna S, 2014).<br />
Síndrome de Sojgren<br />
globina aumentado para<br />
Um estudo feito por<br />
A síndrome de Sjogren<br />
12,7 mg/dl cinco sema-<br />
Ganna, 2014 analisou<br />
(SS) é uma doença crôni-<br />
nas após o seu início.<br />
a predominância da<br />
ca autoimune e genera-<br />
anemia em pacientes<br />
lizada, caracterizada por<br />
Outro tipo de anemia<br />
diagnosticados<br />
com<br />
infiltração linfocítica nas<br />
que ocorre em cerca de<br />
AR. Foram avaliados<br />
glândulas exócrinas, tan-<br />
65% dos casos de pacien-<br />
89 pacientes que rea-<br />
to salivares quanto lacri-<br />
te com AR, é a anemia<br />
lizaram os seguintes<br />
mais. Tal infiltração está<br />
reumatoide<br />
(ESTRADA,<br />
exames: velocidade de<br />
relacionada ao aumento<br />
LYONS, TEREBELO, 1990;<br />
hemossedimentação<br />
de autoanticorpos e pos-<br />
MASSON, 2011). A pato-<br />
(VHS), níveis de hemhe-<br />
sui como consequência a<br />
gênese da anemia reu-<br />
moglobina,<br />
proteína-<br />
substituição das glându-<br />
matoide envolve a dimi-<br />
reativa (PCR), fator de<br />
las por tecido conjunti-<br />
50 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
ARTIGO CIENTÍFICO II<br />
vo, ocasionando na incapacidade<br />
secretora das<br />
mesmas. Apesar da cau-<br />
Os critérios de diagnóstico<br />
da doença foram<br />
modificados pelo Grupo<br />
dessa doença é de difícil<br />
realização e majoritariamente<br />
tardio, uma vez<br />
sa da doença continuar<br />
de Consenso Americano-<br />
que só há manifestação<br />
desconhecida,<br />
sabe-se<br />
-Europeu em 2002, mas<br />
clínica dos sintomas<br />
que o desenvolvimento<br />
resumem-se em: xerof-<br />
após a lesão irreversível<br />
é marcado pela relação<br />
talmia, exame oftalmoló-<br />
do órgão. Além disso,<br />
de fatores intrínsecos e<br />
gico anormal, presença<br />
por ser uma doença de<br />
extrínsecos bem como<br />
de anticorpos nos exa-<br />
base multifatorial, há a<br />
ambientais,<br />
genéticos,<br />
mes hematológicos, sen-<br />
influência de diversos<br />
imunológicos e hormo-<br />
sação de boca seca por<br />
fatores, bem como a<br />
nais (SANTOS et al., 2013).<br />
um período superior a 3<br />
predisposição<br />
genéti-<br />
meses, biópsias de glân-<br />
ca e fatores ambientais<br />
Na SS, há a destruição dos<br />
dulas salivares e teste de<br />
(SANTOS, 2013).<br />
tecidos pelo infiltrado lin-<br />
Saxon (SANTOS, 2013).<br />
focítico de células B e T. As<br />
A AHAI, por ser também<br />
células B são responsáveis<br />
De acordo com Martí-<br />
uma doença autoimu-<br />
pela produção de imu-<br />
nez (2017), a SS pode se<br />
ne, pode se associar<br />
noglobulinas locais e de<br />
apresentar de duas for-<br />
à outras doenças de<br />
autoanticorpos. Os auto-<br />
mas: primária ou secun-<br />
mesma classificação. A<br />
anticorpos estão presen-<br />
dária. A primária ocorre<br />
associação entre SS e<br />
tes em 60% dos pacientes<br />
quando não há nenhu-<br />
AHAI costuma ser rara,<br />
com SS e incluem anticor-<br />
ma outra doença asso-<br />
inespecífica e com sin-<br />
pos contra os complexos<br />
ciada. Já a secundária,<br />
tomatologia diversa.<br />
Ro/SS-A e La/SS-B7,10,<br />
está associada a outras<br />
fator reumatoide (FR) e<br />
doenças<br />
autoimunes<br />
Martinez, 2017 relata o<br />
fator antinuclear (FAN)<br />
como o LES e AR. Entre-<br />
caso de uma mulher de<br />
(BALARINI,2015).<br />
tanto, o diagnóstico<br />
50 anos com um qua-<br />
52 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
dro de hemorragia uterina<br />
anormal persistente,<br />
síndrome anêmica<br />
dulador com corticosteroides,<br />
azatioprina, ciclofosfamida<br />
e metotrexato.<br />
56,1% de anormalidades<br />
hematológicas. Em<br />
dois dos casos de ane-<br />
ARTIGO CIENTÍFICO II<br />
secundária,<br />
diminuição<br />
O tratamento em ques-<br />
mia observou-se altera-<br />
da força física e fraque-<br />
tão provou-se eficaz,<br />
ções da medula óssea,<br />
za muscular. Apesar de<br />
causando um aumento<br />
concluindo que pacien-<br />
não apresentar AHAI, foi<br />
gradual da hemoglobina<br />
tes com SS primária e<br />
observado um quadro<br />
e das plaquetas.<br />
com anemia podem<br />
de anemia normocítica,<br />
produzir hemácias dani-<br />
normocrômica e trom-<br />
Zhou, 2010 realizou um<br />
ficadas e alterações<br />
bocitopenia. Ao realizar<br />
estudo com o objeti-<br />
hematopoiéticas,<br />
além<br />
os exames de perfil imu-<br />
vo de analisar a preva-<br />
da destruição de célu-<br />
nológico, observou-se a<br />
lência e as causas de<br />
las sanguíneas periféri-<br />
presença de anticorpos<br />
anemia na SS primária.<br />
cas maduras. Ademais,<br />
antinucleares e do fator<br />
Cento e trinta e dois<br />
é válido ressaltar que<br />
reumatoide<br />
positivo,<br />
pacientes foram incluí-<br />
a AHAI se apresentou<br />
considerando a positi-<br />
dos, dos quais 11 eram<br />
mais grave nos casos de<br />
vidade para SS, com a<br />
homens e 121 mulheres.<br />
SS primária e 6,1% dos<br />
confirmação após bióp-<br />
Observou-se que a ane-<br />
pacientes apresentaram<br />
sia da glândula salivar.<br />
mia atingia 34,1% dos<br />
complicações.<br />
Em casos semelhantes a<br />
pacientes,<br />
possuindo<br />
este, com a presença de<br />
diversas causas, dentre<br />
Wen, 2015 acompanhou<br />
alterações<br />
hematológi-<br />
elas: anemia de doen-<br />
565 pacientes com SS,<br />
cas, deve-se adicionar<br />
ça crônica (69%), AHAI<br />
dos quais 16 foram diag-<br />
suplementação de fer-<br />
(18%), anemia por defi-<br />
nosticados com AHAI.<br />
ro, ácido fólico, cianoco-<br />
ciência de ferro (9%)<br />
O estudo observou que<br />
balamina, EPO, além do<br />
e outras (4%), além de<br />
esses pacientes são mais<br />
tratamento<br />
imunomo-<br />
uma prevalência de<br />
propensos a sofrerem<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
53
ARTIGO CIENTÍFICO II<br />
danos hepáticos, febre<br />
e edema do que aqueles<br />
sem anemia, além de<br />
hematológicos característicos.<br />
Portanto, enfatiza-se<br />
a importância de a<br />
linhagens. O diagnóstico<br />
precoce possibilita<br />
estratégias de tratamen-<br />
estarem mais vulnerá-<br />
SS ser considerada para<br />
tos diferentes. Um estu-<br />
veis à trombocitopenia,<br />
o diagnóstico diferen-<br />
do relatou que a incidên-<br />
leucopenia, urina escura,<br />
cial de AHAI.<br />
cia de anemia no LES é<br />
icterícia, palidez e outras<br />
relativamente alta e que<br />
anormalidades hemato-<br />
Lúpus<br />
os mecanismos incluem<br />
lógicas. Todos os dados<br />
O LES é uma doença<br />
principalmente<br />
fato-<br />
apontam para a neces-<br />
autoimune<br />
complexa<br />
res imunológicos e não<br />
sidade de a SS ser consi-<br />
com características clí-<br />
imunológicos dos quais<br />
derada para o diagnós-<br />
nicas variáveis (LU, MEI,<br />
a AIHA é o fator imuno-<br />
tico diferencial de AHAI,<br />
HUANG, 2022). AHAI e<br />
lógico mais comum (MO<br />
mesmo com a ausência<br />
LES compartilham fato-<br />
et al., 2021).<br />
de sintomas.<br />
res de risco genéticos<br />
e ambientais e meca-<br />
De acordo com a lite-<br />
A SS, assim como a AHAI,<br />
nismos fisiopatológicos<br />
ratura, as anormalida-<br />
são doenças autoimu-<br />
(MO et al., 2021). LES é<br />
des hematológicas são<br />
nes que, segundo a lite-<br />
caracterizada pela pre-<br />
comuns em crianças<br />
ratura, possuem poucos<br />
sença de autoanticor-<br />
com LES, com incidência<br />
casos de associação. Ain-<br />
pos, resultando na for-<br />
de 34% a 82,7%. Em um<br />
da assim, quando há a<br />
mação e deposição de<br />
estudo realizado com<br />
presença simultânea de<br />
imunocomplexos<br />
(LU,<br />
duas crianças que apre-<br />
ambas as doenças, con-<br />
MEI, HUANG, 2022). O<br />
sentavam AHAI associa-<br />
segue-se perceber que<br />
LES pode afetar o sis-<br />
do a LES, observou-se<br />
a gravidade é elevada,<br />
tema<br />
hematopoiético,<br />
teste de Coombs posi-<br />
bem como a presença<br />
levando a hemocito-<br />
tivo, anemia e aumento<br />
de sintomas e achados<br />
penia em uma ou mais<br />
de esferócitos no esfre-<br />
54 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
ARTIGO CIENTÍFICO II<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
55
ARTIGO CIENTÍFICO II<br />
gaço sanguíneo. Ambos<br />
os pacientes iniciaram a<br />
terapia imunossupres-<br />
anticoncepcional oral<br />
há vários anos. A paciente<br />
recorreu ao pronto<br />
mentou tromboembolismo<br />
pulmonar agudo<br />
ao nível da artéria lobar<br />
sora combinada e os<br />
socorro por quadro de<br />
inferior direita e dos seus<br />
sintomas clínicos foram<br />
astenia progressiva, dor<br />
ramos segmentares, com<br />
minimizados. A síndro-<br />
torácica de característi-<br />
área de densificação<br />
me de hipoprotrombi-<br />
cas pleuríticas à direita e<br />
homolateral<br />
sugestiva<br />
nemia<br />
anticoagulante<br />
tosse a cerca de 1 sema-<br />
de infarto pulmonar de<br />
lúpica (LAHPS) é uma<br />
na. Foi destacado ane-<br />
baixo risco. Após os tra-<br />
causa de sangramento<br />
mia macrocítica, teste de<br />
tamentos com medica-<br />
raramente identificada<br />
Coombs IgG C3- positiva<br />
ção, foi observado pos-<br />
em pacientes com LES,<br />
(4+) e Coombs indireta<br />
teriormente subida dos<br />
mas deve ser conside-<br />
positiva (4+). A paciente<br />
níveis de hemoglobina,<br />
rada ao avaliar crianças<br />
foi internada para escla-<br />
acompanhada de des-<br />
com resultado positivo<br />
recimento<br />
etiológico<br />
cida dos parâmetros de<br />
de anticoagulante lúpi-<br />
da AHAI e cuidados de<br />
hemólise (desidrogena-<br />
co (LU & HUANG, 2022).<br />
suporte, sendo tratada<br />
se do lactato e da bilir-<br />
com medicação e suple-<br />
rubina indireta). Foi esta-<br />
Um caso clínico de uma<br />
mentação de vitamina<br />
belecido o diagnóstico<br />
mulher de 35 anos rela-<br />
B12 e ácido fólico. Foram<br />
de LES de acordo com<br />
tou hipotiroidismo de<br />
exploradas causas para-<br />
os critérios da Systemic<br />
etiologia não estuda-<br />
neoplásicas,<br />
infeccio-<br />
Lupus<br />
Erythematosus<br />
da previamente, rini-<br />
sas e imunes. A pacien-<br />
International Collabora-<br />
te alérgica e patologia<br />
te realizou tomografia<br />
ting Clinics (SLICC), com<br />
otorrinolaringológica<br />
computorizada<br />
toraco-<br />
AHAI, associado à prová-<br />
benigna. A mesma esta-<br />
-abdomino pélvica onde<br />
vel Síndrome Antifosfoli-<br />
va medicada com levo-<br />
não revelou evidência<br />
pídico (DIAS, MENDON-<br />
tiroxina 0,1 mg/dia e<br />
de neoplasia, mas docu-<br />
ÇA, RIBEIRO 2022).<br />
56 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
Além disso, BUILES et<br />
al., 2010, descreveram<br />
um caso de uma<br />
tado agradável direcionado<br />
ao quadro de<br />
hemólise. Para o trata-<br />
apresentou febre, síndrome<br />
da borboleta, hipertireoidismo,<br />
leucopenia e<br />
ARTIGO CIENTÍFICO II<br />
mulher de 55 anos, que<br />
mento da anemia e da<br />
AIHA. Ambos os pacien-<br />
apresentava<br />
sintomas<br />
baixa de hemoglobina<br />
tes iniciaram tratamento<br />
como astenia, icterícia,<br />
foi realizada uma trans-<br />
imunossupressor<br />
com-<br />
fraqueza muscular e<br />
fusão de hemácias.<br />
binado e os sintomas clí-<br />
diaforese. Nos exames<br />
nicos de ambos foram<br />
laboratoriais indicaram<br />
Por fim, Lu & Huang, 2022<br />
finalmente<br />
resolvidos.<br />
valores para hemoglo-<br />
relataram os casos de<br />
Uma revisão da literatura<br />
bina: 6,72 g/dl; VCM:<br />
duas crianças com AIHA<br />
sobre LES infantil mos-<br />
99,10 fL; Coombs dire-<br />
como primeira manifes-<br />
trou que AIHA é comum<br />
to: negativo e Vitamina<br />
tação de LES. Ambos os<br />
em pacientes com LES.<br />
B12: 95,2pg/ml, indi-<br />
pacientes apresentaram<br />
Os LAHPs são uma causa<br />
cando uma eritropoiese<br />
teste de Coombs posi-<br />
de sangramento espon-<br />
ineficiente, sendo feito<br />
tivo, anemia e aumento<br />
tâneo identificado em<br />
o tratamento com ácido<br />
do número de esferócitos<br />
pacientes com eles e<br />
fólico e vitamina B12. O<br />
no sangue sanguíneo. O<br />
devem ser levados em<br />
diagnóstico de LES foi<br />
paciente do caso 1 apre-<br />
consideração ao avaliar<br />
confirmado com FAN<br />
sentou febre, eritema<br />
crianças positivas.<br />
negativo e anti-Ro posi-<br />
urticário, paresia facial,<br />
tivo, o tratamento foi<br />
AIHA e leucopenia. Após<br />
Conclusão<br />
feito com metilpredni-<br />
exames realizados, cons-<br />
De forma geral, as ane-<br />
solona 500mg/dia por 3<br />
tatou-se o diagnóstico<br />
mias são complicações<br />
dias, prednisona, sendo<br />
de síndrome de hipo-<br />
secundárias que estão<br />
necessário também o<br />
protrombinemia antico-<br />
associadas ao hiperti-<br />
uso de ciclofosfamida<br />
agulante lúpica (LAHPS),<br />
reoidismo,<br />
hipotireoi-<br />
750 mg para um resul-<br />
além de LES. O paciente 2<br />
dismo e artrite reuma-<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
57
ARTIGO CIENTÍFICO II<br />
toide. Contudo, a AHAI<br />
mostrou-se rara nesses<br />
casos, sendo desencadeada<br />
por medicamentos<br />
ou mecanismos<br />
ainda não muito<br />
bem elucidados. Apesar<br />
de poucos os casos, a<br />
associação entre AHAI<br />
e SS mostrou trazer<br />
consequências<br />
graves<br />
para o paciente, sendo<br />
indispensável o tratamento.<br />
Com isso, mais<br />
estudos acerca dessas<br />
associações são necessários<br />
para um melhor<br />
manejo dos casos.<br />
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58 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
ARTIGO CIENTÍFICO II<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
59
ARTIGO CIENTÍFICO III<br />
RELAÇÃO EIXO<br />
MICROBIOTA-INTESTINO-CÉREBRO<br />
NA DEPRESSÃO EM JOVENS<br />
Autores:<br />
Odair Casado Virtos Júnior 1;<br />
Mitiko Sugiyama 2;<br />
André Ribeiro Virtos 2;<br />
Monica Marques Telles 1, 3<br />
1 NUTRAFIS Educação - UNIFESP<br />
2 Fasttest Brasil<br />
3 Departamento de Fisiologia da UNIFESP-campus SÃO PAULO<br />
* Imagem ilustrativa<br />
Resumo<br />
A depressão é um transtorno de saúde mental complexo<br />
e altamente prevalente, que afeta mais de 300 milhões<br />
de pessoas em todo o mundo. Por desencadear uma série<br />
de sintomas debilitantes que diminuem drasticamente<br />
a qualidade de vida, podendo inclusive culminar em<br />
suicídio, a depressão requer um olhar diferenciado e<br />
com atenção a todos os aspectos associados ao seu<br />
desenvolvimento. Nos últimos anos, surgiram evidências<br />
relevantes de que a disfunção da microbiota no trato<br />
gastrointestinal humano parece desempenhar um papel<br />
fundamental na fisiopatologia da depressão maior, por<br />
meio de uma rede de comunicação bidirecional conhecida<br />
como eixo microbiota-intestino-cérebro. A comparação da<br />
composição da microbiota intestinal (MI) em indivíduos<br />
com depressão versus indivíduos saudáveis revelou que,<br />
em geral, a depressão está associada ao desenvolvimento<br />
de disbiose intestinal, resultando em reduções na<br />
diversidade e abundância bacteriana. Desta forma, a<br />
modulação da microbiota intestinal por meio do uso de<br />
pré-bióticos e probióticos passou a ter um grande interesse<br />
como potencial terapia complementar ao tratamento<br />
convencional da depressão. Contudo, mais estudos são<br />
necessários para melhor compreender os potenciais<br />
benefícios da modulação da MI.<br />
Palavras-chaves: Depressão em jovens, microbiota<br />
intestinal, eixo microbiota-intestino-cérebro, disbiose.<br />
Abstract<br />
Depression is a complex and highly prevalent mental<br />
health disorder, affecting more than 300 million people<br />
worldwide. Because it triggers a series of debilitating<br />
symptoms that drastically reduce the quality of life,<br />
and can even culminate in suicide, depression requires<br />
a different look and attention to all aspects associated<br />
with its development. In recent years, relevant evidence<br />
has emerged that microbiota dysfunction in the human<br />
gastrointestinal tract appears to play a fundamental role<br />
in the pathophysiology of major depression, through a<br />
bidirectional communication network known as the gutbrain<br />
axis. Comparison of gut microbiota (GM) composition<br />
in individuals with depression versus healthy individuals<br />
revealed that, in general, depression is associated with<br />
the development of gut dysbiosis, resulting in reductions<br />
in bacterial diversity and abundance. In this context, the<br />
modulation of the intestinal microbiota through the use of<br />
prebiotics and probiotics has become of great interest as a<br />
potential complementary therapy to conventional therapy<br />
for depression. However, more studies are needed to better<br />
understand the potential benefits of MI modulation.<br />
Keywords: Depression in young people, gut microbiota, gutbrain<br />
axis, dysbiosis.<br />
60 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
Depressão<br />
A depressão caracteriza-se<br />
por um estado de<br />
No Brasil, a prevalência<br />
da depressão é de 10,9%<br />
para Mulheres e 3,9%<br />
mas cognitivos, afetivos<br />
e físicos. Caracteriza-se<br />
por curso clínico crônico<br />
ARTIGO CIENTÍFICO III<br />
melancolia profunda,<br />
que resulta em perda<br />
de interesse e prazer<br />
por atividades em geral,<br />
incluindo aquelas que<br />
em outros momentos<br />
estavam associadas à<br />
sensação de bem-estar,<br />
podendo levar ao<br />
suicídio nos casos mais<br />
graves. Estima-se que<br />
aproximadamente 300<br />
milhões de pessoas<br />
no mundo sofram de<br />
depressão 1,2,3 , sendo que<br />
aproximadamente 40%<br />
das pessoas com depressão<br />
manifestam seu 1º<br />
episódio antes dos 20<br />
anos 3 . Estudo com quase<br />
10.000 americanos,<br />
estabeleceu que 75%<br />
dos Transtornos mentais<br />
começam aos 24 anos 4 , o<br />
que ilustra a importância<br />
para Homens, representando<br />
23% dos atendimentos<br />
ambulatoriais e<br />
hospitalares em Saúde<br />
Mental no SUS 4 . Estes<br />
dados são especialmente<br />
alarmantes, se levarmos<br />
em conta o conjunto<br />
de comorbidades associadas<br />
à depressão, que<br />
podem prejudicar aspectos<br />
importantes da vida<br />
pessoal e profissional.<br />
Dentre os diferentes<br />
padrões de transtornos<br />
de humor, os tipos de<br />
maior prevalência em<br />
indivíduos jovens são: I.<br />
Transtorno depressivo<br />
recorrente, no qual há<br />
a ocorrência de pelo<br />
menos dois episódios<br />
depressivos; faz parte<br />
da doença, com relatos<br />
de episódios depressivos<br />
recorrentes em mais de<br />
50% dos indivíduos acometidos;<br />
II. Transtorno<br />
bipolar, caracterizado por<br />
episódios depressivos se<br />
alternam com períodos<br />
de sintomas maníacos,<br />
que incluem euforia ou<br />
irritabilidade, aumento<br />
de atividade ou energia<br />
e outros sintomas, como<br />
aumento da loquacidade,<br />
pensamentos acelerados,<br />
aumento da autoestima,<br />
diminuição da necessidade<br />
de sono, distração<br />
e comportamento<br />
impulsivo e imprudente 6 .<br />
De uma forma geral,<br />
pacientes em quadro<br />
de depressão relatam<br />
dificuldades significati-<br />
da avaliação do desen-<br />
deste grupo o Transtorno<br />
vas no funcionamento<br />
volvimento<br />
precoce,<br />
Depressivo Maior (TDM),<br />
pessoal, familiar, social,<br />
com ênfase na aborda-<br />
principal causa de invali-<br />
educacional,<br />
ocupacio-<br />
gem terapêutica.<br />
dez, com relatos de sinto-<br />
nal e/ou em outras áreas<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
61
Autores: Odair Casado Virtos Júnior, Mitiko Sugiyama, André Ribeiro Virtos,<br />
Monica Marques Telles.<br />
ARTIGO CIENTÍFICO III<br />
importantes.<br />
Ademais,<br />
um episódio depressivo<br />
pode ser categorizado<br />
como leve, moderado ou<br />
grave dependendo do<br />
número e da gravidade<br />
dos sintomas, bem como<br />
do impacto no funcionamento<br />
do indivíduo 3 .<br />
Um aspecto relevante<br />
reside no fato de que<br />
44% dos pacientes não<br />
respondem a dois tratamentos<br />
convencionais<br />
consecutivos, sendo que<br />
30% dos pacientes com<br />
Depressão resistente<br />
tentam o suicídio7. É<br />
digno de nota que o suicídio<br />
é a quarta principal<br />
causa de morte entre<br />
jovens de 15 a 29 anos 2 .<br />
Neste cenário, novas<br />
abordagens diagnósticas<br />
e terapêuticas tem<br />
sido propostas; dentre<br />
elas, destaca-se o “eixo<br />
microbiota-intestino-cerebro”<br />
(EMIC), o qual tem<br />
sido associado a diferentes<br />
transtornos neuropsiquiátricos<br />
8 , dentre eles,<br />
a depressão.<br />
Eixo Microbiota-Intestino-Cérebro<br />
(EMIC) e a<br />
Depressão<br />
O EMIC tem sido proposto<br />
como uma conexão<br />
bidirecional entre o<br />
microbioma intestinal e o<br />
Sistema Nervoso Central<br />
(SNC). Desta forma, alterações<br />
na abundância<br />
e/ou na composição do<br />
microbioma são capazes<br />
de modular a função<br />
central mediante as vias<br />
neurais vagal, toracolombar<br />
ou lombossacral,<br />
ou mediadores solúveis<br />
como hormônios,<br />
neurotransmissores e<br />
citocinas 9 . Por sua vez,<br />
o cérebro se comunica<br />
com o trato digestivo<br />
de duas formas: Sistema<br />
Nervoso Autônomo (simpático<br />
e parassimpático)<br />
sobre o Sistema Nervoso<br />
Entérico (SNE) e, indiretamente,<br />
pelo Eixo Hipotalamo-hipófise<br />
adrenal<br />
(HPA) 8 . Tanto a fisiologia<br />
nervosa como a intestinal<br />
dependem dessa<br />
comunicação e, como<br />
resultado, há a regulação<br />
de funções fisiológicas<br />
como a saciedade e o<br />
comportamento diante<br />
de estímulos adversos.<br />
Por outro lado, alterações<br />
no SNC podem repercutir<br />
no funcionamento do<br />
TGI, de forma que transtornos<br />
neurais podem se<br />
refletir em enfermidades<br />
gastrintestinais 9 .<br />
Um dos fatores chave<br />
na regulação do EMIC<br />
é o neurotransmissor<br />
monoaminérgico Serotonina,<br />
que atua tanto<br />
no SNC quanto no sistema<br />
nervoso entérico<br />
(SNE) e sofre interferência<br />
direta do microbioma<br />
intestinal, desde<br />
que o triptofano, seu<br />
aminoácido precursor é<br />
utilizado no metabolismo<br />
de muitas espécies<br />
bacterianas 10 . Deficiência<br />
nos níveis deste<br />
neurotransmissor estão<br />
associadas à depressão,<br />
razão pela qual a terapia<br />
convencional utiliza,<br />
dentre outros fármacos,<br />
os inibidores seletivos<br />
da receptação de serotonina<br />
(do inglês: SSRIs).<br />
64 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
No contexto da MI, os<br />
principais mecanismos<br />
pelos quais as bactérias<br />
intestinais se comunicam<br />
com o SNC e regulam<br />
a neuroquímica do<br />
SNC e o comportamento<br />
emocional estão descritos<br />
a seguir 7,11 :<br />
I. Produção de neurometabólitos:<br />
Síntese ou<br />
mimetização de Acetilcolina,<br />
Catecolaminas,<br />
GABA, Histamina, Melatonina<br />
e Serotonina pela<br />
Microbiota Intestinal.<br />
II. Estimulação de mediadores<br />
imunológicos e<br />
inflamatórios: Um desequilíbrio<br />
na distribuição<br />
e na diversidade das<br />
bactérias do intestino<br />
(Disbiose) aumenta a permeabilidade<br />
intestinal<br />
(Leaky Gut) e promove a<br />
neuroinflamação, afetando<br />
a função cerebral e<br />
comportamento.<br />
III. Sinalização direta para<br />
o SNC a partir das bactérias<br />
da microbiota intestinal,<br />
via nervo vago.<br />
IV. Produção de Neurotoxinas:<br />
Algumas Bactérias<br />
intestinais (ex: Alguns<br />
gêneros de Clostridium<br />
sp.) produzem neurotoxinas<br />
que alcançam o<br />
SNC provocando danos<br />
cerebrais.<br />
Emeran Mayer (2018),<br />
em seu Livro “The Mind-Gut<br />
Connection” cita<br />
3 estudos controlados<br />
realizados com pacientes<br />
com diagnóstico de TDM<br />
que implicam claramente<br />
um papel dos microorganismos<br />
intestinais<br />
alterados nos sintomas<br />
da Depressão. Neste contexto,<br />
tem sido proposto<br />
que os pacientes podem<br />
ser diagnosticados como<br />
sofrendo de depressão<br />
por meio da observação<br />
da composição de sua<br />
MI 12 . De fato, o diagnóstico<br />
de depressão se<br />
associou com a maior<br />
prevalência de bactétias<br />
do filo Bacteroides, cuja<br />
a presença está relacionada<br />
a doenças inflamatórias<br />
intestinais como<br />
a Doença de Crohn8.<br />
Ademais, estudos sobre<br />
o uso de probióticos em<br />
pacientes deprimidos<br />
tem demonstrado uma<br />
melhora significativa no<br />
sofrimento psicológico<br />
associado à depressão 12 .<br />
Um outro aspecto<br />
importante a ser considerado<br />
no tratamento<br />
da depressão refere-se<br />
à abordagem multidisciplinar.<br />
Um estudo randomizado<br />
e controlado<br />
realizado por Felice Jacka<br />
(2019) na Austrália, em<br />
pacientes com depressão<br />
moderada à grave,<br />
demonstrou que o apoio<br />
social associado ao aconselhamento<br />
nutricional<br />
baseado no padrão da<br />
dieta mediterrânea, rica<br />
em fibras e gorduras de<br />
boa qualidade, além do<br />
tratamento psicológico<br />
e farmacológico tradicional,<br />
contribuiu de<br />
forma importante para a<br />
melhora dos sintomas 13 .<br />
A neuroinflamação tem<br />
sido proposta como<br />
um dos fenômenos que<br />
compõem a patogenia<br />
da depressão 11 . Tem sido<br />
ARTIGO CIENTÍFICO III<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
65
Autores: Odair Casado Virtos Júnior, Mitiko Sugiyama, André Ribeiro Virtos,<br />
Monica Marques Telles.<br />
ARTIGO CIENTÍFICO III<br />
proposto que alterações<br />
no eixo hipotálamo-hipófise-adrenal<br />
(HPA), que<br />
resultem tanto em hipercortisolemia<br />
quanto em<br />
alterações na regulação do<br />
eixo via feedback negativo,<br />
estariam associados aos<br />
efeitos do estresse sobre<br />
a composição da MI 14,15 .<br />
Tem sido proposto ainda<br />
que alterações nos receptores<br />
de glicocorticoides<br />
estariam associadas ao<br />
estresse crônico, levando<br />
à disfunção do Eixo HPA<br />
e aumento da resposta<br />
de despertar cortical em<br />
pacientes com TDM 16,17 .<br />
A resposta inflamatória<br />
cerebral pode modificar a<br />
síntese de neurotransmissores,<br />
tais como Glutamato,<br />
Serotonina, Dopamina<br />
e Noradrenalina, através<br />
da influência sobre a<br />
via da quinurenina 8 . Por<br />
outro lado, a composição<br />
da Microbiota intestinal é<br />
capaz de modular tanto a<br />
produção de serotonina e<br />
melatonina, como a relação<br />
GABA/Glutamato8.<br />
Vale destacar que mais<br />
de 90% da Serotonina<br />
é produzida no epitélio<br />
intestinal 9 .<br />
Diagnóstico e tratamento<br />
A microbiota de indivíduos<br />
saudáveis é colonizada<br />
principalmente<br />
por bactérias dos filos<br />
Bacteroidetes e Firmicutes,<br />
seguida por outras<br />
variedades. Em pacientes<br />
com TDM, encontrou-se<br />
maior número do<br />
gênero Prevotella, bem<br />
como número elevado<br />
de Bacteroidetes e baixo<br />
de Lachnospiraceae 18 .<br />
Uma das características<br />
das doenças do sistema<br />
gastrintestinal é a ocorrência<br />
de ansiedade e<br />
depressão, tais como verifica-se<br />
em Doença Celíaca,<br />
Doença de Crohn e<br />
Colite Ulcerativa 9,18 . Neste<br />
contexto, vale destacar<br />
que os medicamentos<br />
antidepressivos constituem<br />
o tratamento mais<br />
comum para episódios de<br />
depressão e, assim, são os<br />
mais prescritos no mundo<br />
inteiro, sendo que aproximadamente<br />
25% dos<br />
indivíduos que tomam<br />
antidepressivos o fazem<br />
há mais de uma década 16 .<br />
Os antidepressivos constituem<br />
a principal ferramenta<br />
farmacológica<br />
para o tratamento da<br />
depressão. Contudo, possuem<br />
um efeito sútil em<br />
pacientes com depressão<br />
leve a moderada e um<br />
efeito um pouco mais<br />
relevante em pacientes<br />
com depressão severa 19 .<br />
De fato, menos de 50%<br />
dos indivíduos relatam<br />
estar livres dos sintomas<br />
de depressão após o<br />
tratamento. Além disso,<br />
aqueles que atingem a<br />
remissão muitas vezes<br />
não obtêm recuperação<br />
funcional completa 19 .<br />
Neste cenário, fica clara<br />
a necessidade de novas<br />
abordagens terapêuticas.<br />
A maioria dos profissionais<br />
de saúde raramente<br />
prescreve exames laboratoriais<br />
específicos, tais<br />
como dosagem de neurotransmissores,<br />
como<br />
acompanhamento do<br />
sucesso da terapia medicamentosa<br />
adotada, nem<br />
tampouco investigam<br />
66 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
a saúde intestinal do<br />
paciente deprimido. Um<br />
laboratório especializa-<br />
tos como biomarcadores<br />
preditivos e correlativos<br />
da função do Sistema<br />
mentar como estratégia<br />
para atenuar sintomas e<br />
reduzir o risco de doen-<br />
ARTIGO CIENTÍFICO III<br />
do em medir os níveis<br />
Nervoso 21 . Abaixo, estão<br />
ças associadas. De fato,<br />
de<br />
neurotransmissores<br />
descritos<br />
marcadores<br />
o consumo de fibras<br />
mostrou que aproxi-<br />
laboratoriais de grande<br />
alimentares, prebióticos,<br />
madamente 70% da<br />
interesse para o diagnós-<br />
probióticos,<br />
polifenóis<br />
população apresenta um<br />
tico da Disbiose 16 :<br />
e componentes alimen-<br />
desequilíbrio dos neu-<br />
tares<br />
anti-inflamatórios<br />
rotransmissores 20 .<br />
Con-<br />
• Indigestão (Mal absor-<br />
devem ser considera-<br />
tudo, tem sido proposto<br />
ção): Calprotectina e Alfa<br />
dos quando se trata de<br />
que a resposta diferencial<br />
1 Antitripsina fecal<br />
saúde mental 7 . Neste<br />
de um tratamento pode<br />
• Indigestão (Má diges-<br />
cenário, a alimentação<br />
ser testada por meio de<br />
tão): Elastase Pancreática<br />
saudável é a forma mais<br />
Biomarcadores16. Assim,<br />
e Acidos Biliares<br />
barata, agradável e fácil<br />
um biomarcador de<br />
• Imunidade da Mucosa<br />
de modificar e melhorar<br />
diagnóstico (presença ou<br />
Intestinal: IgA secretora<br />
as interações intestino-<br />
ausência de uma doença)<br />
• Permeabilidade da<br />
-cérebro. A alimentação<br />
ou um biomarcador de<br />
Mucosa Intestinal: (Leaky<br />
tipo mediterrânea, rica<br />
tratamento, que ajuda a<br />
Gut) – Zonulina<br />
em fibras e gorduras de<br />
determinar a resposta do<br />
• Marcadores Inflamató-<br />
boa qualidade, é a mais<br />
tratamento, podem ser<br />
rios: Calprotectina, Lacto-<br />
estudada e indicada<br />
úteis para remodelar as<br />
ferrina, Alfa 1 Antitripsina<br />
para a Depressão 12,13,22 .<br />
abordagens terapêuticas<br />
Fecal, Lisozima<br />
Adicionalmente, a ati-<br />
e a tomada de decisões<br />
vidade física também<br />
de tratamento 16 .<br />
Um outro aspecto<br />
é reconhecida como<br />
importante a ser consi-<br />
fundamental para perda<br />
Apesar da ausência histó-<br />
derado na modulação<br />
de peso, minimizando<br />
rica de Biomarcadores em<br />
da microbiota intestinal,<br />
a síndrome metabólica<br />
Psiquiatria, os Neurotrans-<br />
em especial no contexto<br />
que está intimamente<br />
missores urinários tem<br />
da depressão, envolve a<br />
associada à inflamação<br />
sido atualmente propos-<br />
melhora do padrão ali-<br />
do cérebro e do corpo 22 .<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
67
Autores: Odair Casado Virtos Júnior, Mitiko Sugiyama, André Ribeiro Virtos,<br />
Monica Marques Telles.<br />
ARTIGO CIENTÍFICO III<br />
Conclusão<br />
A importância do EMIC<br />
e o papel da MI na<br />
modulação morfológica<br />
e da função cerebral do<br />
nascimento à velhice,<br />
passando pela juventude<br />
já estão bem estabelecidos<br />
na literatura.<br />
Alterações psiquiátricas<br />
são iniciadas e/ou tem<br />
seu tratamento dificultado<br />
por alterações da<br />
MI e inflamação crônica<br />
ao nível do intestino e<br />
do SNC. Desta forma, a<br />
modulação da MI passou<br />
a ter um grande interesse<br />
como potencial<br />
terapia complementar.<br />
Contudo, os efeitos dos<br />
Probióticos no “Microbioma<br />
Depressivo” precisam<br />
de maiores ensaios<br />
clínicos terapêuticos.<br />
Neste cenário, a alimentação<br />
saudável ainda é a<br />
forma mais barata, agradável<br />
e fácil de modificar<br />
e melhorar as interações<br />
intestino-cérebro.<br />
O Diagnóstico da microbiota<br />
por meio de um<br />
teste coprológico funcional<br />
pesquisando a disbiose<br />
do jovem deprimido,<br />
bem como a utilização<br />
de Biomarcadores, tais<br />
como a dosagem de neurotransmissores<br />
na urina,<br />
são ferramentas interessantes<br />
para uma terapêutica<br />
assertiva associada<br />
à Neurosuplementação,<br />
por meio de Nutracêuticos<br />
específicos, além da<br />
Farmacoterapia convencional<br />
baseada no uso de<br />
antidepressivos.<br />
Um outro aspecto de<br />
grande relevância no<br />
manejo da depressão,<br />
especialmente<br />
em jovens, envolve o<br />
desenvolvimento de<br />
estratégias preventivas,<br />
bem como tratamentos<br />
que atenuem rapidamente<br />
a sintomatologia<br />
da depressão. Assim, a<br />
capacidade de identificar<br />
mecanismos e biomarcadores<br />
que minimizem<br />
comorbidades secundárias<br />
tais como cognição<br />
prejudicada, anedonia e<br />
DCV, bem como reduzam<br />
ideações suicidas e limitem<br />
o número de efeitos<br />
adversos à saúde é de<br />
grande relevância clínica<br />
e de saúde pública.<br />
Referências Bibliográficas:<br />
1. “INSTITUTE OF HEALTH METRICS AND EVALUA-<br />
TION” Global Health Data Exchange (GHDx).<br />
Disponível em: . Acesso<br />
em: 1 de maio 2021.<br />
2. EVANS-LACKO, S. et al. Socio-economic variations<br />
in the mental health treatment gap for people with<br />
anxiety, mood, and substance use disorders: results<br />
from the WHO World Mental Health (WMH) surveys.<br />
“Psychol Med,” v. 48, n. 9, p. 1560-1571, 2018.<br />
3. OPAS/OMS. Depressão. Disponível em: < https://<br />
www.paho.org/pt/topicos/depressao>. Acesso em:<br />
18 de dezembro de 2023.<br />
4. Kessler, R.C., et al. “Lifetime prevalence and<br />
age-of-onsetdistributions of DSM-IV disordersin<br />
the National Comorbidity Survey Replication”. Arch<br />
Gen Psychiatry 62 (6):593-602, 2015.<br />
5. . Acesso em 18 de<br />
dezembro de 2023.<br />
6. AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. “DSM-5 –<br />
TR TM.” American Psychiatric association. 5ª edição.<br />
2022.<br />
7. KACHANI, Adriana T.; CORDÁS, Táki Athanássios.<br />
“Nutrição em Psiquiatria.” Editora Manole. 2ª edição.<br />
2021.<br />
8. WAITZBERG, Daniel L.; ROCHA, Rafael Malagoli;<br />
ALMEIDA, Alan Hiltner. “Microbiota Gastrointestinal<br />
– Da disbiose ao tratamento.” Editora Atheneu. 1ª<br />
edição. 2021.<br />
9. FAINTUCH, Joel. “Microbioma, Disbiose, probióticos<br />
e bacterioterapia.” Editora Manole. 3ª edição,<br />
2020<br />
10. DUNKER, Christian. “Uma Biografia da Depressão.”<br />
Editora Paidós. 4ª edição. 2021.<br />
11. CHRISTOFOLETTI, Giulia S.F.; PAIVA, Nayara L.C.;<br />
PINHEIRO, G. J.; FERREIRA, Túlio C. O microbioma<br />
intestinal e a interconexão com os neurotransmissores<br />
associados a ansiedade e depressão. Brazilian<br />
Journal of Health Review. v.5, n.1, p. 3382-3408.<br />
2022.<br />
12. MAYER, Emeran, MD. “The Mind-Gut Connection.”<br />
Harper Wave, 1ª <strong>Edição</strong>. 2018.<br />
13. JACKA, Felice. “Brain Changer.” Pan Macmillan<br />
Australia, 1ª <strong>Edição</strong>. 2019.<br />
14. LEMOS, Dr. Artur. “Gastroenterologia Funcional.”<br />
Editora do próprio autor, 1ª edição. 2023.<br />
15. LEMOS, Dr. Artur. “Psiquiatria – Evidências Biológicas<br />
e Tratamento Multi-Integrado.” Editora do<br />
próprio autor, 1ª edição. 2019.<br />
16. POMPILI, Maurizio et al. “Novas Tendências em<br />
Psiquiatria – Reflexões e Desafios.” Editora Artmed,<br />
1ª edição, 2023<br />
17. JURUENA Mario F, CLEAREA Anthony J.; PARIAN-<br />
TE Carmine M. O eixo hipotálamo-pituitária-adrenal,<br />
a função dos<br />
receptores de glicocorticóides e sua importância<br />
na depressão. <strong>Revista</strong> Brasileira de Pisquiatria. v 26,<br />
n.3, p.189-201. 2004.<br />
18. MACHADO, A. B. Ferreira et al. “Microbiota Gastrointestinal<br />
- Evidências de sua influência na saúde<br />
e na Doença.” Editora Rubio. 2ª edição. 2021.<br />
19. ELISABETSKY, Elaine. “Descomplicando a psicofarmacologia<br />
– Psicofármacos de uso clínico e<br />
recreacional.” Editora Blucher, 1ª edição. 2021.<br />
20. OLSZEWER, Efrain. “Neurotransmissores.” Editora<br />
Fapes Book. 2ªedição. 2022<br />
21. MARC, David T. et al. “Neurotransmitters<br />
excreted in the urine as biomarkers of nervous<br />
system activity: Validity and clinical applicability”<br />
Neuroscience & Biobehavioral Reviews, v. 35, n. 3,<br />
p. 635-644. 2011.<br />
22. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NUTROLOGIA<br />
(ABRAN). “Congresso Brasileiro de Nutrologia.” São<br />
Paulo. Anais XXVII, Número 27, Volume 1. 2023.<br />
68 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
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GESTÃO LABORATORIAL<br />
COLEÇÃO: GESTÃO ECONÔMICA DE VANGUARDA<br />
PARA LABORATÓRIOS CLÍNICOS<br />
VOLUME 2: MERCADO: ASPECTOS DA SITUAÇÃO – PROBLEMA PARA OS<br />
INVESTIMENTOS EM LABORATÓRIOS CLÍNICOS. PRIMEIRA DISRUPÇÃO<br />
Por Humberto Façanha da Costa Filho<br />
Introdução geral<br />
Em 2024, a Unidos Consultoria<br />
e Treinamento<br />
completou 24 anos de<br />
existência, cumprindo<br />
fielmente a sua razão<br />
de existir: fazer o possível<br />
para socializar tudo<br />
que conhecemos sobre<br />
gestão de laboratórios<br />
clínicos, pois acreditamos<br />
firmemente que a<br />
divisão do conhecimento<br />
é na verdade, a multiplicação<br />
das oportunidades<br />
para todos, resultando<br />
em uma sociedade mais<br />
justa e um País melhor.<br />
Criamos o PROGELAB<br />
– Programa Nacional<br />
para Profissionalização<br />
da Gestão Laboratorial,<br />
cujo macro OBJETIVO é<br />
disponibilizar uma solução<br />
prática em gestão<br />
econômica profissional,<br />
com fundamento científico<br />
e em exemplos reais<br />
advindos da rotina do<br />
dia a dia dos laboratórios<br />
clínicos, para os gestores<br />
cuja formação não<br />
é administração, acessível<br />
não somente aos<br />
grandes, mas também<br />
aos pequenos e médios<br />
laboratórios. A VISÃO do<br />
PROGELAB é aumentar a<br />
competitividade e reduzir<br />
o risco de insolvência dos<br />
laboratórios clínicos do<br />
País, proporcionando a<br />
manutenção dos empregos<br />
e uma justa remuneração<br />
aos seus acionistas.<br />
70 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
Volume 2: MERCADO:<br />
aspectos da situação –<br />
problema para os investimentos<br />
em laboratórios<br />
clínicos. Primeira<br />
sador grego (540 AC). Isto<br />
nos leva ao conceito de<br />
disrupção: inovações que<br />
oferecem produtos acessíveis<br />
e criam um novo<br />
atuação e as perspectivas<br />
para todos no setor. São<br />
elas: tecnológica; econômica;<br />
socioeconômica e<br />
demográfica.<br />
GESTÃO LABORATORIAL<br />
DISRUPÇÃO<br />
• Resumo dos volumes<br />
anteriores da Coleção<br />
Foram identificados os<br />
fatores determinantes<br />
para o sucesso dos investimentos<br />
em laboratórios<br />
clínicos. Destes vamos<br />
estudar de forma permanente<br />
o fator que dá o<br />
título para a Coleção: Gestão<br />
de Econômica de Vanguarda<br />
para Laboratórios<br />
Clínicos. No presente<br />
volume iniciaremos a análise<br />
do “Mercado”, identificado<br />
como um fator<br />
decisivo para o sucesso<br />
mercado de consumidores,<br />
desestabilizando<br />
as empresas que eram<br />
líderes no setor. Este processo<br />
ocorre ao longo de<br />
um intervalo de tempo.<br />
A disrupção pressupõe<br />
a quebra do paradigma<br />
vigente, seja qual for a<br />
área dos negócios. Estamos<br />
na era da “Indústria<br />
4.0”, ou quarta revolução<br />
industrial, que utiliza conceitos<br />
de sistemas ciber-físicos,<br />
internet das coisas e<br />
computação em nuvem,<br />
visando a execução de<br />
fábricas inteligentes. O<br />
setor de saúde no Brasil<br />
• Impacto nos laboratórios<br />
clínicos<br />
Pode ser sintetizado nos<br />
cenários a seguir.<br />
NO PASSADO<br />
• Processos técnicos<br />
manuais<br />
• Equipamentos não automatizados<br />
• Laudos datilografados<br />
entregues em mãos<br />
• Clientes particulares<br />
• Capacidade de produção<br />
reduzida frente à<br />
demanda<br />
• Preços impostos pelo<br />
laboratório clínico<br />
• Alta lucratividade<br />
• Gestão empírica baseada<br />
na intuição<br />
• Época de “ouro” para os<br />
dos<br />
empreendimentos<br />
está vivendo o impacto<br />
laboratórios clínicos<br />
nas análises clínicas.<br />
de quatro revoluções,<br />
cujas mudanças provoca-<br />
• Generalidades<br />
das deverão ser radicais<br />
“Nada é permanente,<br />
e irreversíveis, transfor-<br />
exceto a mudança” –<br />
mando<br />
completamente<br />
Heráclito de Éfeso – Pen-<br />
o negócio, a forma de<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
71
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GESTÃO LABORATORIAL<br />
NO PRESENTE<br />
PRIMEIRA DISRUPÇÃO<br />
• Processos técnicos e<br />
equipamentos automáticos<br />
interfaceados – Produção<br />
industrial de infor-<br />
necessidade de gestão<br />
profissional. Trata-se do<br />
requisito mínimo, atributo<br />
mandatório para permanecer<br />
no mercado<br />
Situação – problema;<br />
2. ESTRUTURAIS, dentre as<br />
quais as principais foram<br />
a PRODUÇÃO INDUS-<br />
TRIAL DE EXAMES e a<br />
CARÊNCIA DE GESTÃO<br />
PROFISSIONAL.<br />
mações<br />
• Laudos digitais: via internet...<br />
• Clientes oriundos de convênios:<br />
a carteira de clientes<br />
passa a ser de terceiros<br />
• Verticalização do mercado<br />
• Excesso de capacidade<br />
instalada frente à demanda<br />
• Preços impostos pelos<br />
Causas e impacto na<br />
decisão de investir em<br />
laboratórios clínicos<br />
Os cenários mostrados<br />
evidenciam um conjunto<br />
de motivos que levaram<br />
ao que convencionei chamar<br />
de “PRIMEIRA DIS-<br />
RUPÇÃO” nos negócios<br />
das análises clínicas. Ela<br />
CATACLISMA” NO MER-<br />
CADO PELA RUPTURA<br />
DO EQUILÍBRIO ENTRE<br />
DEMANDA E OFERTA DE<br />
EXAMES NA ÁREA DAS<br />
ANÁLISES CLÍNICAS, CAU-<br />
SANDO A PRECIPITAÇÃO<br />
GERAL NOS PREÇOS DOS<br />
PRODUTOS (Exames).<br />
clientes<br />
NO FUTURO<br />
SEGUNDA DISRUPÇÃO<br />
• Crise política/econômica:<br />
transição abrupta?<br />
gera o problema chave<br />
dos laboratórios, conforme<br />
quadros a seguir.<br />
CAUSAS SÍNTESE DA<br />
DISRUPÇÃO<br />
O ambiente de negócios<br />
A situação problema<br />
DE UMA FORMA GERAL,<br />
ESSES FATOS ALIADOS Á<br />
CARÊNCIA DE GESTÃO<br />
PROFISSIONAL É QUE<br />
LEVAM AO PROBLEMA<br />
CHAVE DA PRIMEIRA DIS-<br />
RUPÇÃO NO SETOR DOS<br />
LABORATÓRIOS CLÍNICOS:<br />
• Fim de uma era ou de<br />
negócios?<br />
• A sobrevivência e a competitividade<br />
dos laboratórios<br />
clínicos exigirão a<br />
1. CONJUNTURAIS, dentre<br />
as quais a principal<br />
foi a SOCIALIZAÇÃO DA<br />
MEDICINA.<br />
RISCO CRESCENTE DE<br />
INSOLVÊNCIA DOS LABO-<br />
RATÓRIOS CLÍNICOS<br />
DECORRENTE DA QUEDA<br />
NA COMPETITIVIDADE.<br />
74 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
Qual dessas causas é a<br />
única que está ao alcance<br />
das decisões dos gestores<br />
remotas; a crescente<br />
conscientização da saúde<br />
pessoal deverá criar um<br />
GESTÃO LABORATORIAL<br />
laboratoriais?<br />
perfil de sociedade, com<br />
novas exigências e orien-<br />
Qual é a única que ele<br />
• Cenários<br />
tações dogmáticas em<br />
pode agir?<br />
Os laboratórios terão<br />
saúde; as soluções tecno-<br />
• Socialização da medicina<br />
pela frente, no mínimo<br />
lógicas irão exigir grande<br />
os seguintes cenários:<br />
capacidade para lidar<br />
• Produção industrial de<br />
exigência maior pelos<br />
com enorme volume de<br />
exames<br />
testes laboratoriais remo-<br />
dados aliada à velocida-<br />
tos (point of care): idem<br />
de de processamento, na<br />
• Carência de gestão pro-<br />
para a biologia molecu-<br />
área da saúde. Isto deverá<br />
fissional<br />
lar/genética;<br />
crescente<br />
proporcionar transformar<br />
exigência para serviços<br />
rapidamente<br />
registros<br />
Quem quiser investir em<br />
e dispositivos de moni-<br />
clínicos em informação<br />
laboratórios clínicos, deve<br />
toramento<br />
residencial;<br />
para a tomada de decisão<br />
levar em consideração<br />
foco em telemetria,<br />
em favor dos pacientes;<br />
estes fatores que delimi-<br />
dispositivos,<br />
artefatos,<br />
os laboratórios clínicos<br />
tam uma situação – pro-<br />
sensores e outros equi-<br />
deverão sair da sede físi-<br />
blema de proporções<br />
pamentos acoplados aos<br />
ca para chegar junto aos<br />
consideráveis em termos<br />
smartphones e voltados<br />
pacientes, médicos, for-<br />
de riscos. Fica evidente<br />
a personalização dos ser-<br />
necedores e pagadores<br />
que é imperiosa a prática<br />
viços de cuidado pessoal;<br />
dos serviços (convênios...),<br />
de uma gestão econô-<br />
interpolaridade crescente<br />
através da conectividade<br />
mica de vanguarda para<br />
entre os smartphones e<br />
eletrônica; deverá haver<br />
estes empreendimentos.<br />
as tecnologias vestíveis;<br />
demanda crescente pelos<br />
Reforça esta afirmação,<br />
as relações entre os diver-<br />
serviços de análises clíni-<br />
os cenários identificados<br />
sos atores do “cluster da<br />
cas; deverá haver necessi-<br />
a seguir, prenúncio da<br />
saúde” serão realizadas<br />
dade crescente de reduzir<br />
SEGUNDA DISRUPÇÃO.<br />
de forma cada vez mais<br />
o prazo de entrega dos<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
75
GESTÃO LABORATORIAL<br />
exames (menor tempo<br />
de resposta); necessidade<br />
crescente do diagnóstico<br />
precoce de doenças;<br />
deverá haver crescimento<br />
de subespecializações<br />
dentro das especialidades<br />
clínicas; novos “entrantes”<br />
na área de auxílio<br />
ao diagnóstico médico:<br />
equipamentos que utilizam<br />
pequenos volumes<br />
de amostra (uma gota...)<br />
para realizar centenas<br />
de exames; laboratórios<br />
portáteis, exames remotos<br />
e junto aos pacientes;<br />
união entre os serviços de<br />
diagnósticos por imagem<br />
com os laboratórios clínicos,<br />
junções, fusões, aquisições<br />
buscando soluções<br />
ecologicamente corretas;<br />
deverá haver demanda<br />
crescente para testes preventivos<br />
e de fatores de<br />
risco, particularmente nas<br />
áreas de oncologia, endocrinologia<br />
e ginecologia;<br />
idem para testes de toxicologia/abuso<br />
de drogas;<br />
pressão maior sobre os<br />
laboratórios hospitalares<br />
para recolher, interpretar<br />
e fornecer informações<br />
para os médicos e outros<br />
profissionais de saúde<br />
com a finalidade de<br />
monitorar a condição do<br />
paciente e de sua saúde<br />
em geral, visando reduzir<br />
o tempo de estadia; é<br />
esperado um aumento<br />
no número de laboratórios<br />
clínicos, em particular<br />
no setor independente,<br />
continuando a influenciar<br />
a indústria e colocando<br />
pressão nos laboratórios,<br />
num esforço para reduzir<br />
os custos; deverá haver<br />
uma contínua pressão<br />
descendente de preços;<br />
no entanto, o mercado<br />
vai ser compensado por<br />
um aumento no volume;<br />
entrada no mercado de<br />
“players” como o Google<br />
com altos investimentos<br />
em pesquisas, etc.<br />
• Conclusão<br />
Pelo exposto, fica claro<br />
que atualmente não basta<br />
simplesmente se formar e<br />
abrir um novo laboratório.<br />
Não existe mais espaço<br />
para a aventura, para<br />
o amadorismo na gestão<br />
destes negócios. Há sim,<br />
a imperiosa necessidade<br />
de gestões profissionais<br />
nos laboratórios. Se não<br />
formos competitivos,<br />
não sobreviveremos<br />
como empreendedores!<br />
É neste contexto que se<br />
insere a proposta desta<br />
Coleção: uma pequena<br />
colaboração para ajudar<br />
os gestores laboratoriais<br />
enfrentarem este grande<br />
desafio presente e futuro,<br />
não só da sobrevivência,<br />
mas de tornarem suas<br />
organizações competitivas<br />
e rentáveis! Esta é a<br />
nossa seara. No próximo<br />
eBook da Coleção, iremos<br />
continuar debatendo o<br />
tema do “MARCADO”.<br />
A Unidos Consultoria e<br />
Treinamento desenvolveu<br />
o PROGELAB – Programa<br />
Nacional para Profissionalização<br />
da Gestão Laboratorial,<br />
composto pelos<br />
segmentos de “CAPACI-<br />
76 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
TAÇÃO” e de “GESTÃO<br />
APLICADA”. Nestes são<br />
disponibilizados diversos<br />
algo único em termos<br />
de gestão econômica<br />
para laboratórios, inédito<br />
e elaborar informações<br />
contidas em uma base de<br />
dados, transformando-os<br />
GESTÃO LABORATORIAL<br />
cursos bem como vários<br />
mesmo mundialmente: o<br />
em vantagem competiti-<br />
produtos de tecnologia<br />
RANKING NACIONAL DA<br />
va, para decidir de forma<br />
da informação, dentre os<br />
COMPETÊNCIA GEREN-<br />
inteligente.<br />
Esperando<br />
quais, destacamos o Sis-<br />
CIAL! Tudo implantado<br />
termos contribuído para<br />
tema de Apoio à Deci-<br />
à distância, via internet,<br />
a gestão na área das aná-<br />
são – Ranking Nacional<br />
acessível aos laboratórios<br />
lises clínicas, nos despedi-<br />
da Competência Geren-<br />
de pequeno e médio por-<br />
mos até a próxima edição<br />
cial (SAD-RNCG). Nunca<br />
te. A utilização de um Sis-<br />
da revista NewsLab.<br />
o apoio às decisões foi tão<br />
tema de Apoio à Decisão<br />
simples, completo, cien-<br />
(SAD) decorre, fundamen-<br />
Boa sorte e sucesso!<br />
tífico e acessível: identificação<br />
de problemas<br />
(diagnóstico) e análise de<br />
causas, proporcionando<br />
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*Humberto Façanha da Costa Filho<br />
Professor e engenheiro, atualmente é articulista e consultor financeiro<br />
da SBAC, professor do Centro de Ensino e Pesquisa em Análises Clínicas<br />
(CEPAC) da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC) e professor<br />
do Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo (IESA),<br />
curso de Pós-Graduação em Análises Clínicas.<br />
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<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
77
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certa contribui de forma significativa<br />
para a nossa saúde e o nosso<br />
bem-estar. No entanto, a forma<br />
como certos alimentos afetam o<br />
organismo é altamente individual.<br />
Assim, mesmo um alimento<br />
supostamente saudável pode<br />
causar uma grande variedade de<br />
sintomas. Quando esses se devem<br />
a uma resposta imunológica anormal<br />
e ao aumento da formação de<br />
anticorpos IgG, estamos diante<br />
de uma sensibilidade alimentar.<br />
No entanto, como os efeitos da<br />
sensibilidade a um determinado<br />
alimento normalmente só são perceptíveis<br />
dias após a ingestão, é<br />
particularmente difícil estabelecer<br />
uma relação entre as duas coisas.<br />
individuais. Se a amostra do<br />
paciente contiver anticorpos IgG<br />
específicos, estes ligam-se aos<br />
antígenos contidos no extrato,<br />
podendo ser detectados de forma<br />
semiquantitativa, através de uma<br />
reação cromática na última fase<br />
do procedimento do teste.<br />
Os resultados formam a base para<br />
seu conceito nutricional personalizado,<br />
evidenciando de forma clara<br />
e compreensível a intensidade<br />
das respostas dos anticorpos IgG<br />
aos alimentos analisados nos testes,<br />
classificados por categorias:<br />
baixa, elevada e muito elevada,<br />
em um esquema de semáforo, nas<br />
cores verde, amarelo e vermelho,<br />
facilitando a compreensão.<br />
O processamento pode ser realizado<br />
de forma manual, semiautomatizada<br />
ou automatizada,<br />
através dos equipamentos EURO-<br />
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perfis, o novo teste myfoodprofile<br />
permite a identificação de uma possível<br />
sensibilidade alimentar.<br />
A reação exacerbada do sistema<br />
imunológico é caracterizada por<br />
um aumento da produção de<br />
anticorpos IgG, que normalmente<br />
protegem o corpo contra invasores.<br />
Se a barreira intestinal de uma<br />
pessoa afetada for danificada,<br />
mais constituintes dos alimentos<br />
entram no sangue, sendo produzido<br />
um número de anticorpos<br />
IgG acima da média contra eles.<br />
Ao longo de períodos maiores,<br />
isso pode promover processos<br />
inflamatórios crônicos que podem<br />
causar diversos sintomas.<br />
Confira os novos perfis disponíveis:<br />
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NP 7101-1601-1 G Myfoodprofile basic 1 54 alimentos + mixes Em processo de registro<br />
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NEUROCIÊNCIA EM FOCO<br />
É POSSÍVEL REGENERAR OS NEURÔNIOS?<br />
Você acreditava que os neurônios não podiam se regenerar? Novas descobertas na<br />
neurociência estão desafiando essa crença popular, revelando que o cérebro possui<br />
incríveis capacidades de recuperação após lesões cerebrais.<br />
Por Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues<br />
Neurogênese:<br />
A neurogênese, a capacidade<br />
de gerar novos<br />
neurônios em áreas específicas<br />
do cérebro adulto,<br />
como o hipocampo, revela<br />
um aspecto notável da<br />
regeneração neuronal. As<br />
descobertas mais recentes<br />
não apenas desafiam<br />
a visão anterior de que a<br />
formação de neurônios<br />
estava limitada ao desenvolvimento,<br />
mas também<br />
abrem portas para<br />
estratégias inovadoras de<br />
recuperação após danos<br />
cerebrais. O entendimento<br />
mais profundo da neurogênese<br />
destaca o potencial<br />
do cérebro em recriar<br />
suas próprias estruturas,<br />
desafiando noções antigas<br />
sobre a irreversibilidade<br />
das lesões cerebrais.<br />
Plasticidade Cerebral:<br />
A capacidade de reorganização<br />
do cérebro, ou<br />
plasticidade sináptica,<br />
vai além do que se imaginava<br />
inicialmente. Os<br />
neurônios remanescentes<br />
não apenas compensam<br />
parcialmente a perda de<br />
neurônios, mas também<br />
estabelecem novas conexões<br />
de maneira surpreendente.<br />
Este fenômeno<br />
não só desempenha um<br />
papel vital na recuperação<br />
funcional, mas redefine<br />
fundamentalmente<br />
nossa compreensão sobre<br />
como o cérebro se adapta<br />
a circunstâncias adversas,<br />
destacando sua notável<br />
resiliência e capacidade<br />
de autorregulação.<br />
Importância da Reabilitação:<br />
A reabilitação, por meio<br />
de terapias ocupacionais,<br />
fisioterapia e terapia da<br />
fala, emerge como um<br />
elemento essencial na<br />
jornada de recuperação.<br />
Estas terapias não apenas<br />
fortalecem as conexões<br />
neurais, mas também proporcionam<br />
um ambiente<br />
propício para a regeneração<br />
neuronal. O foco na<br />
reabilitação não é apenas<br />
restaurar funções, mas<br />
otimizar a capacidade<br />
adaptativa do cérebro,<br />
destacando a importância<br />
do papel ativo do paciente<br />
nesse processo.<br />
Redução do Inchaço e<br />
Atrofia Cerebral:<br />
A estratégia de redução<br />
do inchaço associado à<br />
atrofia cerebral não apenas<br />
se revela eficaz na<br />
melhoria da função cerebral,<br />
mas também lança<br />
luz sobre os intricados<br />
mecanismos subjacentes<br />
à regeneração neuronal.<br />
Essa abordagem não é<br />
apenas sintomática; ela<br />
ataca as causas fundamentais,<br />
proporcionando<br />
82 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
um ambiente propício<br />
para a recuperação neuronal.<br />
Ao compreender e<br />
modular o inchaço cerebral,<br />
os profissionais de<br />
saúde podem influenciar<br />
positivamente a regeneração<br />
neuronal e a recuperação<br />
funcional.<br />
Estimulação Cognitiva<br />
e Física:<br />
A estimulação cerebral,<br />
tanto cognitiva quanto<br />
física, ganha uma nova<br />
dimensão na promoção<br />
da recuperação cerebral.<br />
Ao ativar ativamente processos<br />
de restauração das<br />
funções cerebrais, essa<br />
abordagem não apenas<br />
amplia as possibilidades<br />
de reabilitação, mas representa<br />
um avanço crucial<br />
na aplicação prática dos<br />
princípios de regeneração<br />
neuronal. Esta abordagem<br />
holística destaca a importância<br />
de considerar tanto<br />
o aspecto cognitivo quanto<br />
o físico na busca por<br />
uma recuperação completa<br />
e sustentável.<br />
Tratamento de Condições<br />
Subjacentes:<br />
A abordagem de tratar<br />
condições subjacentes<br />
que contribuem para a<br />
atrofia cerebral assume<br />
um papel imperativo na<br />
maximização da regeneração<br />
neuronal. O foco<br />
em doenças vasculares,<br />
desnutrição ou distúrbios<br />
neurodegenerativos não<br />
apenas integra-se ao<br />
processo de recuperação,<br />
mas também representa<br />
uma estratégia proativa<br />
para potencializar a capacidade<br />
regenerativa do<br />
cérebro. Ao abordar as<br />
raízes dos problemas, os<br />
profissionais de saúde não<br />
apenas tratam os sintomas,<br />
mas criam condições<br />
ideais para a regeneração<br />
neuronal sustentada.<br />
Embora a recuperação<br />
completa após a atrofia<br />
cerebral seja um desafio,<br />
a compreensão aprofundada<br />
desses aspectos<br />
da regeneração neuronal<br />
oferece uma base<br />
sólida para abordagens<br />
inovadoras e personalizadas<br />
de tratamento.<br />
Muitas pessoas relatam<br />
melhorias significativas<br />
na função cerebral e qualidade<br />
de vida através da<br />
combinação cuidadosa<br />
de tratamentos médicos,<br />
terapias de reabilitação<br />
e apoio contínuo. A singularidade<br />
de cada caso<br />
destaca a necessidade de<br />
abordagens personalizadas<br />
na busca pela regeneração<br />
neuronal e pela<br />
recuperação funcional.<br />
NEUROCIÊNCIA EM FOCO<br />
Autor:<br />
Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues<br />
www.deabreu.pt - www.pressmf.global - Instagram @fabianodeabreuoficial<br />
Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues MRSB é Pós PhD em Neurociências eleito membro da Sigma Xi, membro da Society for Neuroscience nos Estados Unidos , membro da Royal Society of Biology<br />
no Reino Unido e da APA - American Philosophical Association também nos Estados Unidos. Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia e filosofia<br />
com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. Membro das sociedades de alto QI Mensa, Intertel, ISPE High IQ Society e Triple Nine Society. Autor de mais de<br />
200 artigos científicos e 15 livros.<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
83
MATÉRIA DE CAPA<br />
Cada vez<br />
mais conectada<br />
A Equip nasceu com o DNA de prestar um bom atendimento ao cliente. Com mais de duas décadas<br />
de experiência, desenvolveu uma competência técnica, logística e estratégica inigualável no setor de IVD. Isso<br />
se reflete em seu crescimento exponencial, resultado de investimentos significativos em sua expansão e no<br />
fortalecimento e valorização das parcerias com sua rede de distribuição, oferecendo ao setor produtos com<br />
tecnologia, qualidade, inovação e, principalmente, uma cultura de compreender as demandas com atenção<br />
especial aos pequenos e médios clientes.<br />
Inteligência<br />
Logística<br />
Presente em 26 estados<br />
do Brasil, a Equip está<br />
estrategicamente com uma<br />
operação em Extrema-Mg e<br />
Itatiba-SP viabilizando maior<br />
agilidade e o melhor custo e<br />
benefício para toda a cadeia<br />
1. Melhor custo e benefícios logístico<br />
do mercado para entregas em todo<br />
o Brasil.<br />
2. Estoque completo de reagentes,<br />
peças e acessórios.<br />
3. Garantimos excelente capilaridade<br />
em todo o território nacional, através<br />
da nossa rede de parceiros espalhada<br />
por grandes médias e pequenas<br />
cidades.<br />
84 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
Tecnicidade<br />
e conhecimento<br />
Desde o início a Equip tem se dedicado ao aprimoramento<br />
técnico, fornecendo, além de uma gama de produtos, também<br />
muito conhecimento para todos que optam por trabalhar junto à<br />
empresa. Com seu centro de treinamento preparado para receber<br />
em suas instalações técnicos e assessores de todo o país, capacita<br />
profissionais para fazer o atendimento nas mais distantes regiões<br />
do Brasil. Além disso, oferece, por meio da sua plataforma EAD,<br />
um processo contínuo de reciclagem e aprimoramento da equipe<br />
de atendimento técnico, podendo também fornecer aos usuários<br />
finais de seus produtos informações e treinamentos de forma<br />
simples, através de aulas gravadas com acesso à sua plataforma.<br />
Nacionalmente, a Equip é<br />
conhecida pelo seu<br />
know-how técnico e<br />
científico, bem como pelo<br />
bom relacionamento com<br />
os parceiros. Porém, sua<br />
audácia em sua tomada<br />
de posição e decisões<br />
estratégicas assertivas, com<br />
uma mentalidade avançada,<br />
fizeram com que a empresa<br />
buscasse soluções de<br />
melhor custo-benefício em<br />
todos os continentes para<br />
atender as mais diferentes<br />
características do<br />
mercado nacional.<br />
MATÉRIA DE CAPA<br />
Cultura e<br />
Posicionamento<br />
A empresa valoriza o crescimento e a sustentabilidade de toda a cadeia, aderindo a rígidos princípios<br />
éticos em suas ações de verticalização e expansão de mercado. Isso inclui respeitar limites geográficos,<br />
gerenciar portfólios e estabelecer parcerias estratégicas, sempre buscando aliados com valores alinhados<br />
e que agreguem valor.<br />
Tudo é pensado para o bom funcionamento sustentável da cadeia, ouvindo atentamente seus<br />
distribuidores parceiros e atentos às tendências e dinâmicas do mercado, estabelecendo uma cultura<br />
de inovação. Isso levou a empresa a ser nacionalmente reconhecida pela sua habilidade em resolver<br />
problemas do mercado de IVD, com a disponibilização de equipamentos de diagnóstico de ponta<br />
e entrega eficiente de reagentes, tendo o cuidado para que estes estejam sempre disponíveis para<br />
atender o cliente a qualquer momento. Além disso, a Equip se destaca pela expertise técnica que<br />
assegura desempenho superior com eficácia na entrega dos equipamentos, reagentes e na execução<br />
dos atendimentos para a manutenção preventiva e corretiva, assegurando que todos os equipamentos<br />
tenham todas as peças e acessórios necessários de forma simples e econômica para o bom<br />
funcionamento e sem interrupções de nenhuma ordem. A empresa também busca replicar esse modelo<br />
entre seus distribuidores e demais envolvidos.<br />
#equipdiagnostica<br />
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<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
85
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<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
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para Bioquímica<br />
ECR<br />
SERIES<br />
Coagulômetros<br />
ESR100<br />
Analisador<br />
Químico<br />
Semiautomático<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024 87
ANÁLISES CLÍNICAS<br />
CAPACIDADE TOTAL DE<br />
LIGAÇÃO AO FERRO<br />
Por Brunno Câmara<br />
A Capacidade Total de<br />
Ligação ao Ferro (CTLF<br />
ou, em inglês, TIBC) é um<br />
teste laboratorial para<br />
verificar a concentração<br />
máxima de ferro em que<br />
a transferrina consegue<br />
se ligar.<br />
Dosar a CTLF é uma forma<br />
indireta que verificar<br />
os níveis de transferrina<br />
sérica.<br />
Cada molécula de transferrina<br />
pode transportar<br />
até dois átomos de ferro.<br />
Normalmente, somente<br />
1/3 dos sítios de ligação<br />
da transferrina estão<br />
ocupados com ferro.<br />
Isso quer dizer que 2/3<br />
da capacidade de ligação<br />
da transferrina estão<br />
disponíveis (reserva para<br />
situações pontuais de<br />
maior demanda).<br />
Capacidade Latente de<br />
Ligação ao Ferro<br />
Daí, tem-se a Capacidade<br />
Latente de Ligação ao<br />
Ferro (CLLF ou, em inglês,<br />
UIBC), que é um teste<br />
laboratorial para determinar<br />
a parte da transferrina<br />
que não está ligada<br />
ao ferro (não saturada).<br />
Ou seja, latente (não<br />
saturada) quer dizer que<br />
é uma parte da transferrina<br />
que não está sendo<br />
usada, mas que a qualquer<br />
momento pode vir<br />
a ser utilizada.<br />
Dosagem laboratorial<br />
A determinação direta<br />
da CLLF é feita por meio<br />
da incubação do soro do<br />
paciente com um padrão<br />
de ferro - do kit - com<br />
concentração conhecida<br />
(ex.: 500 µg/dL).<br />
Essa incubação fará<br />
com que todos os sítios<br />
de ligação da transferrina<br />
fiquem ligados<br />
(saturados) com o ferro<br />
que foi adicionado.<br />
Após essa etapa, um<br />
reagente de cor (ex.:<br />
Ferrozine) é adicionado<br />
à reação, formando um<br />
complexo com o ferro<br />
não ligado (que sobrou)<br />
magenta brilhante, que<br />
pode ser quantificado.<br />
88 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
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ANÁLISES CLÍNICAS<br />
Resumindo, para achar<br />
o valor da CLLF usa-se<br />
a diferença entre o ferro<br />
que foi adicionado no<br />
início e o que sobrou no<br />
final da reação.<br />
Já a CTLF é obtida pode<br />
meio de um cálculo,<br />
sendo a soma da CLLF<br />
com o ferro sérico:<br />
CTLF (µg/dL) = CLLF +<br />
Fe sérico<br />
Quanto mais moléculas<br />
de transferrina no<br />
plasma, maior será a<br />
capacidade de ligação<br />
ao ferro. O inverso também<br />
é verdadeiro.<br />
Índice de Saturação da<br />
Transferrina<br />
Com esses dados, é possível<br />
também calcular o<br />
índice de saturação da<br />
transferrina (IST), com a<br />
seguinte fórmula:<br />
IST (%) = Fe sérico / CTLF<br />
x 100<br />
Os valores normais do<br />
IST variam entre 15 e<br />
50%. Ou seja, o normal é<br />
que a transferrina esteja<br />
com saturação de ferro<br />
entre 15 e 50%.<br />
Na deficiência de ferro,<br />
por exemplo, o IST está<br />
diminuído. Já na sobrecarga<br />
de ferro ele está<br />
aumentado.<br />
Em muitas situações, o<br />
resultado do IST tem a<br />
mesma aplicação clínica<br />
que a CLLF.<br />
Autor:<br />
Brunno Câmara<br />
Biomédico, CRBM-GO 5596, habilitado em patologia clínica e hematologia. Docente do Ensino Superior. Especialista em Hematologia e Hemoterapia pelo programa de<br />
Residência Multiprofissional do Hospital das Clínicas - UFG (HC-UFG). Mestre em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (imunologia, parasitologia e microbiologia /<br />
experiência com biologia molecular e virologia). Criador e administrador do blog Biomedicina Padrão. Criador e integrante do podcast Biomedcast.<br />
Contato: @biomedicinapadrao<br />
FONTE: BIOMEDICINA PADRÃO<br />
https://www.biomedicinapadrao.com.br/2023/03/como-saber-se-uma-anemia-e.html<br />
90 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
AUDITORIA E QUALIDADE<br />
COMO IMPLANTAR QUALIDADE?<br />
SGQ – SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE EM LABORATÓRIO<br />
Por Waldirene Nicioli<br />
Um dos grandes desafios,<br />
se não o maior, é<br />
implantar a cultura da<br />
qualidade em todos os<br />
níveis hierárquicos, e<br />
não só a padronização<br />
dos processos.<br />
Todo laboratório que<br />
visa o crescimento sustentado<br />
se preocupa<br />
com sua qualidade. E não<br />
é apenas uma vez, mas<br />
sim de maneira consistente,<br />
pois é necessário<br />
garantir os padrões.<br />
Quando pensada de<br />
maneira estratégica e<br />
com método, com intenção<br />
de geração de resultados<br />
em desempenho e<br />
confiabilidade, a qualidade<br />
se torna um Sistema<br />
de Gestão da Qualidade<br />
– SGQ. É uma ferramenta<br />
gerencial que envolve<br />
um conjunto de atividades,<br />
estabelece políticas,<br />
objetivos, estrutura e<br />
processos para gerar<br />
valor de maneira consistente,<br />
a fim de alcançar<br />
sua visão de futuro.<br />
Devemos sempre visar<br />
a priorização, a padronização<br />
e o alto nível dos<br />
serviços realizados, ou<br />
seja, o SGQ é uma forma<br />
de gestão voltada para<br />
a excelência em tudo! A<br />
estratégia engloba desde<br />
o atendimento ao cliente<br />
até a entrega do laudo<br />
laboratorial.<br />
Garantir a qualidade dos<br />
processos internos, faz ir<br />
além da necessidade dos<br />
clientes, mas também<br />
se organizar para superar<br />
expectativas. Sendo<br />
assim, um diferencial<br />
competitivo.<br />
Para implementar o SGQ,<br />
além das adequações às<br />
normas técnicas básicas,<br />
seguem três estratégias<br />
que podem ser usadas:<br />
Otimizar os processos<br />
Principalmente laboratórios<br />
novos, devem analisar<br />
e verificar todos os<br />
processos internos, a fim<br />
de identificar gargalos<br />
produtivos. Alguns procedimentos<br />
podem ser<br />
desnecessários, outros<br />
podem ser simplificados<br />
e/ou substituídos.<br />
Isso é completamente<br />
comum, já que todas as<br />
empresas, à medida que<br />
crescem, vão criando<br />
estratégias para lidar<br />
com os novos trabalhos.<br />
Então, o primeiro passo<br />
para garantir a qualidade<br />
dos serviços é identificar<br />
oportunidades de<br />
melhoria e otimização<br />
de processos.<br />
92 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
AUDITORIA E QUALIDADE<br />
Padronizar as técnicas<br />
do laboratório<br />
Todas as atividades e<br />
técnicas do laboratório<br />
devem ser padronizadas.<br />
Tudo deve ser definido,<br />
desde a forma como<br />
conversar com o cliente,<br />
orientar sobre a coleta<br />
de materiais, estratégias<br />
para rejeição de amostras,<br />
enfim, devem haver<br />
orientações ou manuais<br />
de como as atividades<br />
devem ser executadas.<br />
É importante pensar em<br />
todo o processo de atividades<br />
que o laboratório<br />
se envolve, indo desde<br />
a entrada do cliente no<br />
laboratório até a entrega<br />
de resultados.<br />
Realizar o controle de<br />
qualidade<br />
Após implementar todos<br />
os padrões e normas que<br />
devem ser seguidos, é<br />
hora de acompanhar a<br />
execução das atividades.<br />
É necessário fazer<br />
o controle de qualidade<br />
para garantir que nada<br />
foi mudado, ou se foi,<br />
entender o motivo.<br />
Tenha sempre em mente:<br />
a criação e manutenção<br />
de um processo de<br />
gestão da qualidade não<br />
deve ser estático, esteja<br />
sempre aberto a novas<br />
idéias e melhorias!<br />
A gestão da qualidade<br />
dos serviços é necessária<br />
para entregar ao cliente<br />
a melhor experiência, e<br />
garantir a excelência em<br />
todos os processos.<br />
Assim, conseguimos<br />
uma experiência de<br />
excelência em um laboratório<br />
alto padrão!<br />
Quer melhor diferencial<br />
competitivo que esse?<br />
Autora:<br />
Waldirene Nicioli<br />
Farmacêutica Bioquímica, Especialista em Farmacologia Clínica, Especialista em Análises Clínicas e Toxicológicas, Proprietária Examinare de Análises<br />
Clínicas, Auditora Líder do DICQ - Sistema Nacional de Acreditação, Membro da Central de Negócios do Grupo ACB - Análises Clínicas Brasil, Umas das<br />
fundadoras da OFAC Brasil - Organização Feminina de Análises Clínicas.<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
93
PAPO DE BANCADA<br />
O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E AS<br />
NOVAS OPORTUNIDADES DE UM NOVO ANO<br />
CRESCER É MOVIMENTO<br />
Por Silvânia Ramalho<br />
Enfim concluímos 2023,<br />
um ano de muitos desafios<br />
e marcado pelo desconforto<br />
e apreensão<br />
por mudanças na área<br />
de laboratórios clínicos.<br />
Algumas mudanças<br />
ainda não aconteceram,<br />
mas outras já estão em<br />
uma velocidade que<br />
precisamos acompanhar.<br />
E você o que planejou<br />
algo novo para<br />
2024? Ousou pensar de<br />
novo em planos e metas<br />
que ainda não tirou ou<br />
não colocou no papel?<br />
Tenho certeza que tem<br />
aí no seu laboratório clínico<br />
anseios que ainda<br />
não foram desenhados<br />
e quem sabe este é o<br />
ano para concretizar.<br />
Todo desafio é sempre<br />
chave de mudanças e<br />
de novas oportunidades.<br />
Aproveite que a<br />
equipe está vindo com<br />
a energia renovada das<br />
comemorações de final<br />
de ano e ouse convidar<br />
o seu elenco para mais<br />
um ano de construções<br />
incríveis. Afinal este<br />
sentimento que temos de<br />
que o ano que nos espera<br />
é a oportunidade de renovação<br />
é alimento impulsionador<br />
para concretizar.<br />
Avalie a participação<br />
nos dos diversos congressos<br />
e feitas que<br />
estarão disponíveis<br />
durante os próximos<br />
meses. Conhecer o que<br />
o mercado que as diversas<br />
empresas da área<br />
de análises clínicas têm<br />
para apresentar é uma<br />
das opções. E até mesmo<br />
verificar o que ainda<br />
está sendo recomendado.<br />
Atualização técnica<br />
e científica sempre<br />
será uma ferramenta<br />
diferencial na vivência,<br />
independente da sua<br />
região de atuação.<br />
Os congressos além<br />
de equipamentos e<br />
insumos, também promovem<br />
oportunidade<br />
de interação. Encontrar<br />
colegas de outras regiões<br />
que compartilhem<br />
suas experiências de<br />
sucesso ou os infortúnios<br />
nos proporciona<br />
atualização.<br />
Cada vez mais, empresas<br />
com solução em gestão<br />
tem comparecido para<br />
captação de clientes<br />
interessados em melhorar<br />
o olhar para o negócio<br />
laboratório. E a gestão<br />
tem sido a palavra<br />
94 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
PAPO DE BANCADA<br />
de ordem para a sobrevivência<br />
e permanecia<br />
neste mercado cada vez<br />
mais competitivo.<br />
Análise quantas e quais<br />
são as áreas que reclamam<br />
a sua atenção e<br />
das quais você ainda não<br />
pode se dedicar com<br />
maior envolvimento.<br />
Comece por área, elabore<br />
etapas e organize ao longo<br />
de 12 meses para uma<br />
conclusão mais eficaz.<br />
Pense através do processo<br />
em que caminha<br />
a amostra do paciente,<br />
por exemplo, assim você<br />
conseguirá avançar até<br />
o objetivo final do seu<br />
negócio. Pecamos muitas<br />
vezes porque começamos<br />
pela alta direção em<br />
processos mais complexos,<br />
sem identificar que a<br />
maioria das nossas intercorrências<br />
que tomam o<br />
nosso tempo no dia a dia,<br />
estão relacionadas com o<br />
operacional.<br />
Eu te convido a sentar<br />
na recepção, observar<br />
o atendimento, o fluxo<br />
de pacientes, a retirada<br />
de senhas e o tempo<br />
de espera, as principais<br />
solicitações dos clientes<br />
(realizar exame, retirada<br />
de resultado, orçamento,<br />
etc), o público que tem<br />
procurado pelo seu laboratório,<br />
como você tem<br />
cuidado do seu público<br />
preferencial, a disposição<br />
dos assentos de espera.<br />
Anote, desenhe, planeje!<br />
Seja seu próprio cliente,<br />
avalie o seu laboratório<br />
com olhar de cliente.<br />
Visite a coleta e recepção<br />
de materiais biológicos.<br />
Mesmo que o seu<br />
fluxo já esteja desenhado<br />
e em funcionamento,<br />
visite pata verificar o<br />
que pode ser agregado<br />
como melhoria e os gargalos<br />
que estão dentro<br />
do processo. Durante<br />
a avaliação da coleta<br />
pense em segurança<br />
do paciente, pense nos<br />
desvios de processo que<br />
possam estar ocultos na<br />
atividade rotineira.<br />
Acompanhe a amostra.<br />
Autora:<br />
Silvânia Ramalho<br />
Bioquímica farmacêutica com especialização em Análise de Custos e Formação de Preço de Venda, Gestão Comercial em Vendas e membro do Grupo<br />
Técnico de Trabalhos de Analises Clinicas do CRF/MG.<br />
96 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
LIQUOR EM PERSPECTIVA<br />
ANÁLISE E DIAGNÓSTICO<br />
UTILIDADE CLÍNICA DO FILMARRAY®<br />
NO DIAGNÓSTICO DE INFECÇÕES DO<br />
SISTEMA NERVOSO<br />
Por Camila Spineli, Lais França Guerra, Marcio Vega, Daiane de Fatima Salomão, Laiz Vasconcelos dos Santos, Carlos Alberto S.Giafferi,<br />
Carlos Senne, Renan Barros Domingues<br />
Introdução e objetivos<br />
As infecções do sistema<br />
nervoso central (SNC)<br />
estão entre as condições<br />
infecciosas mais graves,<br />
pois são potencialmente<br />
fatais e associadas a<br />
sequelas neurológicas.<br />
O diagnóstico rápido é<br />
essencial para a introdução<br />
precoce do tratamento<br />
anti-infeccioso.<br />
No entanto, a definição<br />
etiológica não é fácil,<br />
dada a grande variedade<br />
de agentes associados a<br />
essas doenças, incluindo<br />
vírus, bactérias e fungos.<br />
Achados citológicos e<br />
bioquímicos do liquor<br />
(LCR), bem como métodos<br />
microbiológicos<br />
convencionais, incluindo<br />
métodos de coloração,<br />
detecção de antígeno e<br />
cultura, são de grande<br />
ajuda; no entanto, eles<br />
não são sensíveis o suficiente<br />
e podem levar<br />
muito tempo para um<br />
resultado final. O painel<br />
de meningite/encefalite<br />
(ME) FilmArray é uma reação<br />
em cadeia da polimerase<br />
(PCR) multiplex para<br />
identificação rápida de<br />
14 patógenos do líquido<br />
cefalorraquidiano: Streptococcus<br />
pneumoniae,<br />
Streptococcus agalactiae,<br />
Escherichia coli K1,<br />
Haemophylus influenza,<br />
Listeria monocytogenes,<br />
citomegalovírus,<br />
enterovírus, herpes simples<br />
1 e 2, herpesvírus<br />
humano 6, parechovírus<br />
humano, vírus varicela-<br />
-zoster e Cryptococcus<br />
neoformans/gattii. No<br />
presente estudo, descrevemos<br />
os resultados<br />
obtidos com o uso do<br />
painel FilmArray ME<br />
em casos de pacientes<br />
pediátricos com suspeita<br />
de infecção do SNC e<br />
discutimos o potencial<br />
impacto clínico de sua<br />
utilização.<br />
Métodos e resultados<br />
Avaliamos retrospectivamente<br />
dados de amostras<br />
de LCR de pacientes<br />
com suspeita de infecção<br />
do SNC, que foram<br />
classificadas como sendo<br />
LCR límpido e incolor.<br />
Essa categorização<br />
visual foi realizada pelo<br />
médico coletor e pela<br />
equipe biomédica do<br />
Senne Liquor Diagnóstico,<br />
com grande experiência<br />
em análise do LCR.<br />
Os parâmetros considerados<br />
normais foram:<br />
contagem de células do<br />
LCR até 3 células/mm3,<br />
a proteína abaixo de 45<br />
mg/dL, a glicose acima<br />
de 50 mg/dL e o lactato<br />
abaixo de 19,6 mg/dL.<br />
98 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
A proporção de resultados<br />
normais e anormais<br />
de LCR foi registrada. A<br />
celularidade das amostras<br />
de LCR límpido e<br />
incolor foi comparada<br />
com a de amostras de<br />
LCR com exame físico<br />
anormal.<br />
LIQUOR EM PERSPECTIVA<br />
ANÁLISE E DIAGNÓSTICO<br />
Avaliamos retrospectivamente<br />
os dados de 101<br />
pacientes com suspeita<br />
de infecção do SNC nos<br />
quais o LCR foi submetido<br />
ao FilmArray® e avaliamos<br />
sua utilidade diagnóstica.<br />
36 amostras de CSF<br />
(35,6%) tiveram um resultado<br />
FilmArray® positivo:<br />
• 26 (72,2%) casos foram<br />
positivos para enterovírus,<br />
• 6 (16,67%) foram positivos<br />
para HHV-6,<br />
• 2 foram positivos para<br />
Parechovirus (5,56%),<br />
• HSV-1, HSV-2, Haemophilus<br />
e Listeria = 1<br />
(2,78%).<br />
34 dessas 36 amostras<br />
de LCR (94,44%) apresentaram<br />
achados citobioquímicos<br />
alterados<br />
no LCR e 2 (5,56%) não<br />
apresentaram anormalidades<br />
no LCR. Nenhum<br />
desses agentes etiológicos<br />
foi identificado por<br />
outros métodos.<br />
Conclusões<br />
Os resultados descritos<br />
indicam que o painel<br />
FilmArray ME contribui<br />
com a avaliação clínica<br />
de pacientes com suspeita<br />
de SNC, corroborando<br />
decisões clínicas, pois:<br />
• Aumenta a sensibilidade<br />
do diagnóstico etiológico;<br />
• Confirma a etiologia<br />
viral, independentemente<br />
do resultado da análise<br />
geral do LCR;<br />
• Confirma a etiologia<br />
bacteriana;<br />
• Evitando a prescrição de<br />
antibióticos em pacientes<br />
sem meningite bacteriana.<br />
Referências:<br />
Domingues RB, Santos MVD, Leite FBVM, Senne C.<br />
Braz J Infect Dis. 2019;23(6):468-470.<br />
Barros Domingues R, Mendes-Correa MC, Vilela<br />
de Moura Leite FB, Vega Dos Santos M, Senne CA.<br />
Pediatr Emerg Care. 2022;38(2):58-61<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
99
DIREITO E SAÚDE<br />
ALINHAMENTO JURÍDICO PARA O ANO DE 2025<br />
INCLUINDO A IMPORTÂNCIA DA ASSESSORIA<br />
JURÍDICA NO RAMO EMPRESARIAL LABORATORIAL<br />
Por Délio J. Ciriaco de Oliveira<br />
Prezado(a) Leitor(a),<br />
seja bem, vindo(a) a<br />
esta análise jurídica!<br />
A cada novo ano que<br />
chega e entramos na fase<br />
das promessas, aquelas<br />
que são renovadas e as<br />
novas, sendo que a nossa<br />
análise jurídica desta<br />
edição para a NewsLab<br />
permeia justamente em<br />
uma promessa que você<br />
do ramo empresarial<br />
laboratorial tem que ter!<br />
A promessa de ter uma<br />
séria e confiável assessoria<br />
jurídica para seu<br />
laboratório.<br />
Além de ressaltar a importância<br />
da assessoria jurídica<br />
para a sua empresa,<br />
te ajudar com alguns<br />
pontos importantes para<br />
o seu ano de 2025 seja<br />
repleto de segurança<br />
jurídica, vejamos:<br />
01. Na área de atendimento<br />
ao paciente<br />
(cliente) do seu laboratório:<br />
• Reforce o treinamento<br />
da sua equipe de atendimento,<br />
ressaltando pontos<br />
como a importância<br />
em verificar documentos,<br />
coletar dados, pedir as<br />
informações sobre nome,<br />
nome social, sexo de nascimento,<br />
e dados cadastrais;<br />
• Reveja seus protocolos de<br />
exames, de liberação, autorizações,<br />
termos jurídicos<br />
para exames de alta chance<br />
de celeumas (sexagem<br />
fetal, DNA; Toxicológico);<br />
• Tenha seu protocolo de<br />
termos (físico ou eletrônicos<br />
da LGPD – Lei Geral de<br />
Proteção de Dados) em<br />
dia e colete a assinatura<br />
e ciência de seus pacientes,<br />
acerca desta operação<br />
(exigência inclusive<br />
imposta pela nova RDC<br />
786/2023 da Anvisa);<br />
02. Na área trabalhista,<br />
em relação aos colaboradores:<br />
• Revise as pastas físicas ou<br />
virtuais, tenha em mãos<br />
um roteiro de documentos<br />
necessários para que<br />
a manutenção da pasta<br />
do colaborador esteja em<br />
dia e para que as novas<br />
contratações sejam recepcionadas<br />
com todos os<br />
documentos em ordem;<br />
100 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
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DIREITO E SAÚDE<br />
• Programas advindo das<br />
normas regulamentadoras,<br />
como por exemplo<br />
– PGR – Programa de<br />
Gerenciamento de Riscos<br />
e PCMSO – Programa<br />
de Controle Médico<br />
de Saúde Ocupacional<br />
03. Setor Tributário e<br />
Fiscal:<br />
• Proceder e verificar o<br />
correto recolhimento de<br />
notas, sob a rubrica do<br />
imposto correspondente;<br />
• Verificar o enquadra-<br />
• Alinhar com os clientes<br />
/ fornecedores o valor<br />
das notas, para que não<br />
haja emissão duplicada,<br />
ou ainda, sua empresa<br />
emita a nota fiscal, pague<br />
o tributo e não receba de<br />
seu parceiro comercial.<br />
(NR´s15 e 16 do MTE);<br />
• Rever o seu controle de<br />
jornada e pagamento de<br />
horas extras! Caso você<br />
ainda pague e costuma<br />
arcar com os custos do<br />
pagamento de horas<br />
extras, pense como seria<br />
vaiável para as finanças do<br />
da sua empresa a introdução<br />
e implementação de<br />
banco de horas junto aos<br />
colaboradores;<br />
• Termos jurídico de confidencialidade,<br />
de não<br />
concorrência, de direito<br />
de imagem;<br />
mento de seu laboratório<br />
perante a Receita Federal<br />
e sistema Governamental<br />
para que continue no<br />
Simples (caso assim seja);<br />
• Estar atento a nova<br />
reforma tributária aprovada,<br />
poderá haver<br />
impactos no setor da<br />
saúde laboratorial no<br />
que tange aos insumos;<br />
• Verificar ainda as alíquotas<br />
de ISS - Imposto sobre<br />
Serviços dos Municípios<br />
vizinhos, pode ser que haja<br />
alguma vantagem fiscal<br />
em para a abertura de filial;<br />
Para um setor tão dinâmico<br />
e nevrálgico da sociedade,<br />
como é o seguimento<br />
laboratorial, uma séria,<br />
especializada e sobretudo,<br />
que lhe assessore, que<br />
participe junto com sua<br />
empresa nas decisões<br />
estratégicas necessárias a<br />
serem tomadas.<br />
Mas afinal, qual a função<br />
da assessoria jurídica<br />
empresarial?<br />
As funções de uma<br />
assessoria jurídica abrangem<br />
diferentes setores<br />
das empresas, desde a<br />
relação com clientes,<br />
fornecedores a recursos<br />
humanos.<br />
102 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
A prevenção de riscos é<br />
ção do Estado Brasileiro<br />
Benefícios da assessoria<br />
DIREITO E SAÚDE<br />
uma das funções mais<br />
e a quantidade de leis e<br />
jurídica<br />
importantes que uma<br />
normas que regem nosso<br />
São diversos os benefí-<br />
assessoria pode desem-<br />
ordenamento tornam-se<br />
cios da assessoria jurídica<br />
penhar dentro de uma<br />
um grande desafio para<br />
empresarial conforme o<br />
empresa.<br />
o empresário. Tomar<br />
segmento da empresa.<br />
conhecimento de todas<br />
Vamos destacar alguns:<br />
Sua atuação preventiva<br />
elas e suas aplicações<br />
evita que a empresa<br />
torna impossível a gestão<br />
Segurança Jurídica: a<br />
possa se envolver futu-<br />
do negócio.<br />
tomada de decisão de um<br />
ramente em processos<br />
gestor sobre determina-<br />
judiciais, sejam na esfera<br />
Oferecer o suporte<br />
da estratégia de atuação<br />
trabalhista,<br />
tributária,<br />
necessário para compre-<br />
da empresa pode trazer<br />
resultando em prejuízos<br />
ensão e entendimento<br />
problemas futuros se<br />
financeiros através do<br />
da legislação vigente é<br />
não observados aspectos<br />
pagamento de indeniza-<br />
uma das principais fun-<br />
legais que muitas vezes<br />
ções, multas, honorários.<br />
ções da assessoria jurí-<br />
passam<br />
despercebidos<br />
dica, facilitando assim a<br />
pelos gestores.<br />
Outra função importan-<br />
aplicação das estratégias<br />
te desempenhada pela<br />
do gestor. A confecção<br />
O serviço de assesso-<br />
assessoria jurídica consis-<br />
e gestão de contratos é<br />
ria jurídica entrega ao<br />
ta na interpretação legal<br />
outra função essencial<br />
gestor do laboratório<br />
do ordenamento jurídico.<br />
desempenhada no servi-<br />
a antecipação destes<br />
A excessiva burocratiza-<br />
ço de assessoramento.<br />
eventuais<br />
problemas,<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
103
DIREITO E SAÚDE<br />
auxiliando-os na revisão<br />
ca sana o problema em<br />
É o que tínhamos a apre-<br />
de estratégias e tomadas<br />
de decisões que<br />
possam trazer prejuízos<br />
de curto a longo prazo.<br />
Outra segurança proveniente<br />
do assessoramento<br />
jurídico é o acompanhamento<br />
negocial e de<br />
contratos que garante<br />
ao gestor negociações<br />
em conformidade com<br />
os parâmetros legais e<br />
contratuais;<br />
sua raiz, identificando<br />
e corrigindo eventuais<br />
vícios de procedimento<br />
e gerenciamento como<br />
exemplificado há pouco.<br />
Os custos de uma readequação<br />
das normas de<br />
proteção de seus colaboradores<br />
tornam-se muito<br />
menores que os custos<br />
pecuniários relativos a<br />
multas, indenizações e<br />
honorários provenientes<br />
sentar, nesta primeira<br />
edição de 2025.<br />
Se você ainda ficou com<br />
alguma dúvida, entre<br />
em contato conosco!<br />
Proteção jurídica ao<br />
seu Laboratório! Está é<br />
nossa missão e está no<br />
nosso DNA lhe assessorar<br />
nesta empreitada,<br />
conte conosco!<br />
• Diminuição de custos<br />
com honorários advoca-<br />
de sucessivos processos<br />
judiciais relativos a aci-<br />
Obrigado e um gran-<br />
tícios: a assessoria jurídi-<br />
dentes de trabalho.<br />
de abraço a todos!<br />
Autor:<br />
Délio J. Ciriaco de Oliveira<br />
Advogado em São Paulo, especialista em direito e processo do trabalho, especialista em direito contratual, especializando em advocacia consultiva, é sócio do<br />
escritório CIRIACO ADVOGADOS, localizado em São Paulo – Capital, é Professor de Pós Graduação em São Paulo- SP; São Luis do Maranhão-MA; Goiânia-GO e<br />
Palestrante, atuando na área da saúde, na ASSESSORIA JURÍDICA E DEFESA de Laboratório de Análises Clínicas, Clínicas médicas e empresas.<br />
@ciriacoadvogados<br />
104 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
Avanço no diagnóstico de arboviroses emergentes<br />
GeneFinder<br />
DENV/ZIKV/CHIKV<br />
RealAmp Kit<br />
As febres Dengue, Zika e Chikungunya representam preocupações contínuas de saúde pública,<br />
afetando milhões, especialmente em regiões tropicais e subtropicais onde o mosquito Aedes<br />
aegypti é prevalente. Para enfrentar esse desafio, surge o GeneFinder DENV/ZIKV/CHIKV<br />
RealAmp Kit.<br />
Este kit de PCR em tempo real de transcrição reversa em uma única etapa tem a capacidade de<br />
realizar até 100 testes por kit. Desenvolvido para profissionais capacitados, ele se destaca por<br />
identificar de forma distintiva os vírus DENV, ZIKV E CHIKV, oferecendo uma abordagem crucial<br />
para o diagnóstico diferenciado dessas arboviroses.<br />
GeneFinder DENV/ZIKV/CHIKV RealAmp Kit<br />
100 testes por kit<br />
PCR em tempo real<br />
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Resultados em 120 min<br />
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MEDICINA GENÔMICA<br />
DOENÇA DE FABRY:<br />
GENE GLA, ALFA-GALACTOSIDASE A E DIAGNÓSTICO<br />
Por Varsomics<br />
O que é a Doença de<br />
Fabry?<br />
A Doença de Fabry<br />
(DF) é um Erro Inato do<br />
Metabolismo, caracterizada<br />
pela deficiência<br />
ou ausência da enzima<br />
α-Galactosidase A (α-Gal<br />
A), codificada pelo gene<br />
GLA do cromossomo X<br />
(Xq22.1). Ou seja, esta é<br />
uma doença de caráter<br />
monogênico.<br />
Esta enzima é responsável<br />
pelo catabolismo<br />
de glicoesfingolipídeos,<br />
que são as gorduras<br />
mais abundantes na<br />
membrana celular. De<br />
maneira específica, a<br />
α-Gal A controla o metabolismo<br />
das Globotriaosilceramidas<br />
(Gb3).<br />
A presença de variantes<br />
patogênicas no gene<br />
GLA resulta no acúmulo<br />
patológico do substrato<br />
enzimático (Gb3) em dife-<br />
rentes órgãos, como rins,<br />
coração, cérebro e olhos,<br />
causando-os danos progressivos<br />
que culminam<br />
em sua falência.<br />
Estas variantes estão<br />
associadas, em sua<br />
maioria, à mutações do<br />
tipo missense no gene<br />
GLA, ainda que mutações<br />
nonsense, deleções<br />
e inserções também<br />
possam ser observadas<br />
nos casos de DF.<br />
Embora tais variantes<br />
possam ser adquiridas<br />
em casos raros, elas são<br />
majoritariamente herdadas<br />
por um padrão<br />
de herança recessivo<br />
ligado ao cromossomo<br />
sexual X.<br />
Em função disso, homens<br />
geralmente são afetados<br />
mais severamente<br />
quando em comparação<br />
com mulheres, uma vez<br />
que estes podem herdar<br />
a mutação em homozigose.<br />
Nestes casos, os<br />
homens desenvolvem<br />
sintomas e complicações<br />
mais cedo na vida.<br />
106 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
Feliz<br />
“Não faz mal que seja pouco.<br />
O que importa é que o avanço de hoje,<br />
Seja maior do que o de ontem.<br />
Que nossos passos de amanhã,<br />
sejam mais largos do que os de hoje.”<br />
Daisaku Ikeda.<br />
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MEDICINA GENÔMICA<br />
Fenótipos e sintomas<br />
da Doença de Fabry<br />
A Doença de Fabry pode<br />
ser classificada em dois<br />
fenótipos: tipo 1, chamado<br />
de “clássico”, e o<br />
tipo 2, chamado de “de<br />
início tardio”. Ambos os<br />
tipos causam insuficiência<br />
renal, doença cardíaca<br />
e morte prematura.<br />
Estima-se que a doença<br />
de Fabry tipo 1 afete<br />
aproximadamente 1<br />
em 40.000 pessoas,<br />
enquanto o fenótipo<br />
tipo 2 é mais frequente,<br />
afetando cerca de 1 em<br />
1.500 – 4000 pessoas, a<br />
depender da população.<br />
Doença de Fabry Tipo 1:<br />
Clássico<br />
Homens tipo 1 têm<br />
pouca ou nenhuma<br />
atividade enzimática<br />
α-Gal A funcional e<br />
acúmulo acentuado de<br />
GL-3/Gb3 e glicolipídios<br />
relacionados nos<br />
capilares e pequenos<br />
vasos sanguíneos que<br />
causam os principais<br />
sintomas na infância<br />
ou adolescência.<br />
Os principais sintomas<br />
da Doença de Fabry<br />
tipo 1 são:<br />
• Dor intensa e queimação<br />
nas mãos e nos pés<br />
(acroparestesia);<br />
• Erupções cutâneas<br />
avermelhadas ou azuis;<br />
• Sudorese ausente ou<br />
diminuída;<br />
• Dor, cólicas abdominais<br />
e movimentos intestinais<br />
frequentes;<br />
• Distrofia característica<br />
nas córneas;<br />
108 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
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MEDICINA GENÔMICA<br />
Com o aumento da idade,<br />
a deposição sistêmica<br />
de GL-3/Gb3, particular-<br />
Não há distinção fenotípica<br />
em mulheres. A<br />
classificação é baseada<br />
são diagnosticados pela<br />
triagem de pacientes em<br />
clínicas de hemodiálise,<br />
mente no coração, causa<br />
em mutações, história<br />
e em episódios de doen-<br />
arritmias, hipertrofia ven-<br />
familiar,<br />
características<br />
ças cardíacas e de AVC.<br />
tricular esquerda e car-<br />
clínicas e bioquímicas. O<br />
diomiopatia hipertrófica.<br />
curso da doença costuma<br />
Em homens com sus-<br />
ser diversificado e sua<br />
peita da doença, a ati-<br />
Nos rins, causa proteinúria<br />
severidade é variável.<br />
vidade de α-Gal A deve<br />
e insuficiência renal. Tam-<br />
ser medida. A atividade<br />
bém pode causar doenças<br />
Diagnóstico<br />
de α-Gal A < 1% é alta-<br />
cerebrovasculares, como<br />
O diagnóstico clínico do<br />
mente sugestiva para o<br />
episódios<br />
isquêmicos<br />
fenótipo tipo 1 envolve<br />
diagnóstico da doença<br />
transitórios e acidentes<br />
a avaliação do histórico<br />
de Fabry clássica.<br />
vasculares cerebrais.<br />
familiar, exame físico,<br />
achados clínicos e bio-<br />
Em mulheres, o diag-<br />
Doença de Fabry tipo<br />
químicos, testes genéti-<br />
nóstico é realizado com<br />
2: Início Tardio<br />
cos e exames de imagem.<br />
precisão apenas pela<br />
Em contraste, homens<br />
detecção da mutação<br />
com o fenótipo Tipo 2,<br />
Nas pessoas com Doença<br />
específica do gene GLA.<br />
têm atividade α-Gal A<br />
de Fabry tipo 2, o diag-<br />
No entanto, mesmo na<br />
residual e não apresen-<br />
nóstico muitas vezes<br />
presença de sinais clíni-<br />
tam os mesmos sinto-<br />
é realizado na idade<br />
cos, a atividade de α-Gal<br />
mas que pacientes do<br />
adulta, quando a doença<br />
A é variável e pode estar<br />
Tipo 1. Eles têm uma<br />
cardíaca e/ou renal se<br />
dentro da faixa normal.<br />
infância e adolescência<br />
manifesta, com exame<br />
essencialmente normais<br />
genético para detectar a<br />
Já o diagnóstico pré-na-<br />
e geralmente são diag-<br />
mutação no GLA.<br />
tal pode ser feito com 15<br />
nosticados com doença<br />
semanas de gravidez por<br />
renal e/ou cardíaca entre<br />
Muitos homens com o<br />
análises da enzima α-Gal<br />
os 30 e 70 anos.<br />
fenótipo de início tardio<br />
A e mutação GLA obtidas<br />
110 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
através por amniocentese<br />
ou também pode ser<br />
triado de maneira não<br />
invasiva, por NIPT, quando<br />
a mutação familiar é<br />
conhecida.<br />
Após o diagnóstico,<br />
deve ser realizada<br />
uma avaliação inicial<br />
do envolvimento de<br />
que visam normalizar o<br />
acúmulo de substrato<br />
enzimático, bem como<br />
medicamentos adjuvantes<br />
que abordam o<br />
comprometimento do<br />
órgão-alvo.<br />
A doença de Fabry pode<br />
ser tratada com a Terapia<br />
de Reposição Enzi-<br />
O início precoce da terapia<br />
enzimática recombinante<br />
é especialmente<br />
crítico em homens com<br />
o fenótipo tipo 1. Atualmente,<br />
a TRE é sugerida<br />
para homens clássicos<br />
do tipo 1 com sinais clínicos<br />
em qualquer idade<br />
ou, se assintomáticos,<br />
aos 15 anos de idade.<br />
MEDICINA GENÔMICA<br />
órgãos, seguida de<br />
monitoramento anual<br />
em homens e a cada<br />
2-3 anos em mulheres.<br />
Em homens com fenótipo<br />
de início tardio,<br />
os procedimentos de<br />
monitoramento devem<br />
mática (TRE), na qual<br />
uma enzima sintética<br />
é administrada por via<br />
intravenosa. O TRE substitui<br />
a enzima defeituosa<br />
e reduz o acúmulo de<br />
glicolipídios nas células<br />
de todo o corpo.<br />
Duas formas da enzima<br />
recombinante estão disponíveis:<br />
agalsidase alfa<br />
e agalsidase beta e várias<br />
formulações diferentes<br />
de enzimas recombinantes<br />
estão sendo testadas<br />
em humanos.<br />
ser focados nos órgãos<br />
afetados e o período de<br />
avaliação deve ser determinado<br />
caso a caso.<br />
Tratamento<br />
Pacientes com doença<br />
de Fabry necessitam de<br />
um plano de tratamento<br />
abrangente e multidisciplinar<br />
que inclua medicamentos<br />
específicos<br />
A TRE alivia a dor neuropática<br />
ao retardar ou<br />
prevenir o declínio da<br />
função renal, especialmente<br />
quando iniciada<br />
antes de uma lesão<br />
renal extensa. O acúmulo<br />
de GL-3/Gb3 no rim<br />
é removido por vários<br />
tipos celulares nesse<br />
tratamento.<br />
Uma alternativa, é a terapia<br />
oral com migalastat<br />
para adultos com doença<br />
de Fabry, aprovada na<br />
União Europeia (2017)<br />
e nos Estados Unidos<br />
(2018). Migalastat é uma<br />
chaperona que pode se<br />
ligar a mutações específicas,<br />
estabilizá-las e<br />
aumentar sua atividade<br />
enzimática residual.<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
111
MEDICINA GENÔMICA<br />
Terapias adjuvantes<br />
A terapia adjuvante para<br />
a acroparestesia inclui<br />
doses diárias baixas<br />
de difenilhidantoína,<br />
carbamazepina ou neurontina.<br />
A hemodiálise<br />
e o transplante renal<br />
podem ser necessários<br />
em pacientes com comprometimento<br />
renal.<br />
Por fim, é importante<br />
ressaltar que o aconselhamento<br />
genético é<br />
altamente recomendado<br />
tanto para indivíduos<br />
afetados quanto para<br />
aqueles com histórico<br />
familiar para a doença,<br />
especialmente mulheres,<br />
que podem ser<br />
assintomáticas durante<br />
a idade reprodutiva.<br />
Conclusão<br />
A doença de Fabry leva a<br />
uma variedade de manifestações<br />
clínicas com<br />
complicações potencialmente<br />
fatais, além de<br />
um impacto considerável<br />
na qualidade de vida<br />
do paciente. Mulheres<br />
geralmente têm doença<br />
mais leve com início tardio,<br />
mas em alguns casos<br />
podem desenvolver a<br />
doença na sua forma grave,<br />
semelhante a homens<br />
com fenótipo tipo 1.<br />
O diagnóstico precoce<br />
e o manejo correto da<br />
doença representam<br />
uma estratégia promissora<br />
para reduzir danos<br />
aos órgãos, morbidade e<br />
mortalidade prematura<br />
na idade adulta.<br />
Embora passos importantes<br />
tenham sido<br />
dados para melhorar o<br />
tratamento da doença<br />
de Fabry, a cura ainda<br />
não é uma realidade. O<br />
tratamento com chaperonas<br />
pode ser uma<br />
abordagem<br />
em alguns casos.<br />
adequada<br />
A terapia de reposição<br />
enzimática também é<br />
recomendada, mas os<br />
altos custos das terapias<br />
individuais atualmente<br />
constituem uma barreira<br />
importante para essa<br />
abordagem.<br />
Referências<br />
Fabry Disease. NIH. Disponível em: https://www.<br />
ninds.nih.gov/health-information/disorders/fabry-<br />
-disease. Acesso em: 23 de abril de 2023.<br />
Fabry Disease. NORD. Disponível em: https://rarediseases.org/rare-diseases/fabry-disease/.<br />
Acesso<br />
em: 23 de abril de 2023.<br />
van der Veen SJ, Hollak CE, van Kuilenburg AB,<br />
et al. Developments in the treatment of Fabry<br />
disease. Journal of inherited metabolic disease.<br />
2020;43(5):908-921. Doi: 10.1002/jimd.12228.<br />
Vardarli I, Rischpler C, Herrmann K, et al. Diagnosis<br />
and screening of patients with Fabry disease.<br />
Therapeutics and clinical risk management.<br />
2020;551-558.<br />
Germain DP, Fouilhoux A, Decramer S, et al. Consensus<br />
recommendations for diagnosis, management<br />
and treatment of Fabry disease in paediatric<br />
patients. Clinical Genetics. 2019;96(2):107-117.<br />
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PARASITOLOGIA<br />
DESVENDANDO OS MISTÉRIOS PARASITOLÓGICOS<br />
PARA UMA SAÚDE GLOBAL<br />
Por Rafael Euzébio<br />
Bem-vindos à Coluna<br />
Parasitologia Clínica,<br />
onde mergulharemos<br />
nas fascinantes interações<br />
entre organismos<br />
parasitas e seus hospedeiros,<br />
explorando<br />
desde os intrigantes<br />
protozoários até os<br />
desafiadores helmintos.<br />
Este espaço é dedicado<br />
a desvendar as últimas<br />
e empolgantes descobertas<br />
da Parasitologia,<br />
destacando seu papel<br />
crucial na compreensão<br />
das doenças parasitárias<br />
que transcendem humanos,<br />
animais e plantas.<br />
Nesta jornada, buscaremos<br />
inspirar uma apreciação<br />
mais profunda da<br />
importância crítica da<br />
Parasitologia em nosso<br />
mundo interconectado.<br />
Preparem-se para explorar<br />
as complexidades<br />
desse campo dinâmico,<br />
onde cada descoberta<br />
molda não apenas nossa<br />
compreensão científica,<br />
mas também a promoção<br />
da saúde global.<br />
Iremos imergir no universo<br />
parasitológico<br />
laboratorial, onde desvendaremos<br />
os mistérios<br />
do mundo microscópico<br />
que impactam diretamente<br />
a análise clínica<br />
e a saúde em nosso<br />
ambiente.<br />
Parasitas: Mestres da<br />
Sobrevivência<br />
Os parasitas, nesse intricado<br />
jogo da vida a nível<br />
microscópico, destacam-<br />
-se como verdadeiros<br />
mestres da adaptação,<br />
revelando estratégias<br />
evolutivas sofisticadas<br />
para assegurar sua<br />
sobrevivência. Esses<br />
organismos parasitários,<br />
ao longo dos milênios,<br />
aprimoraram mecanismos<br />
intrincados para<br />
explorar seus hospedeiros<br />
e eludir as complexas<br />
defesas do sistema<br />
imunológico, marcando<br />
assim a sua habilidade<br />
ímpar na coexistência<br />
parasita-hospedeiro. A<br />
compreensão profunda<br />
desses mecanismos de<br />
evasão imunológica<br />
emerge como uma peça<br />
fundamental para desvendar<br />
os segredos das<br />
doenças parasitárias e<br />
forjar terapias inovadoras<br />
e eficazes.<br />
Adaptação Estratégica<br />
Os parasitas não apenas<br />
sobrevivem, mas prosperam<br />
em ambientes<br />
muitas vezes hostis, mostrando<br />
uma habilidade<br />
excepcional de adaptação.<br />
Desde protozoários<br />
até helmintos, esses<br />
organismos desenvolve-<br />
114 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
PARASITOLOGIA<br />
ram uma variedade de<br />
estratégias para explorar<br />
nichos específicos dentro<br />
de seus hospedeiros,<br />
aproveitando-se de<br />
recursos essenciais para<br />
sua própria sobrevivência<br />
e reprodução.<br />
Mecanismos de Evasão<br />
Imunológica<br />
A complexidade dos<br />
mecanismos de evasão<br />
imunológica dos parasitas<br />
é notável. Esses<br />
organismos aprenderam<br />
a driblar as defesas<br />
naturais do sistema imunológico,<br />
muitas vezes<br />
manipulando respostas<br />
imunológicas específicas<br />
para garantir a sua<br />
persistência. Estratégias<br />
como a variação antigênica<br />
e a supressão da<br />
resposta imunológica do<br />
hospedeiro são apenas<br />
algumas das artimanhas<br />
desenvolvidas ao longo<br />
da coevolução parasita-<br />
-hospedeiro.<br />
Implicações para a Saúde<br />
Humana<br />
A compreensão desses<br />
intricados mecanismos<br />
não é meramente acadêmica;<br />
ela é crucial para<br />
avanços significativos na<br />
saúde humana. Doenças<br />
parasitárias como<br />
malária, leishmaniose e<br />
esquistossomose continuam<br />
a afligir populações<br />
em todo o mundo.<br />
A identificação e compreensão<br />
dos mecanismos<br />
de evasão imunológica<br />
desses parasitas são<br />
passos essenciais para<br />
o desenvolvimento de<br />
estratégias terapêuticas<br />
eficazes e, potencialmente,<br />
para a prevenção<br />
de infecções.<br />
Protozoários: Pequenos<br />
Vilões com Grandes<br />
Impactos<br />
Os protozoários, microrganismos<br />
unicelulares<br />
aparentemente discretos,<br />
revelam-se como pequenos<br />
vilões com impactos<br />
notáveis na saúde humana<br />
e animal. Responsáveis<br />
por uma variedade de<br />
doenças, esses organismos<br />
têm sido alvo de<br />
uma pesquisa intensiva,<br />
resultando em descobertas<br />
recentes que ampliam<br />
nossa compreensão sobre<br />
sua diversidade, evolução<br />
e mecanismos de interação<br />
com seus hospedeiros.<br />
Este artigo destaca<br />
os avanços mais recentes,<br />
destacando como a<br />
genômica parasitária tem<br />
desempenhado um papel<br />
crucial em desvendar os<br />
intricados segredos desses<br />
microrganismos.<br />
Diversidade Protozoária<br />
Sob Novo Olhar<br />
O mundo microscópico<br />
dos protozoários está<br />
longe de ser homogêneo.<br />
Recentemente,<br />
pesquisadores, por meio<br />
de técnicas avançadas<br />
de identificação, revelaram<br />
novas espécies<br />
e variantes genéticas,<br />
ampliando consideravelmente<br />
nossa compreensão<br />
sobre a diversidade<br />
desses microrganismos.<br />
Essa riqueza genética<br />
apresenta desafios e<br />
oportunidades únicas,<br />
não apenas na pesquisa<br />
básica, mas também na<br />
compreensão das bases<br />
moleculares das doenças<br />
por eles causadas.<br />
116 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
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PARASITOLOGIA<br />
Genômica Parasitária:<br />
Um Portal para os<br />
Mecanismos Intricados<br />
Os avanços na genômica<br />
parasitária representam<br />
um marco na desmistificação<br />
dos protozoários.<br />
Ao decifrar os intricados<br />
códigos genéticos<br />
desses microrganismos,<br />
os cientistas ganharam<br />
insights valiosos sobre<br />
os mecanismos de patogenicidade<br />
que possibilitam<br />
sua sobrevivência<br />
e reprodução no interior<br />
de seus hospedeiros.<br />
Essas descobertas são<br />
particularmente relevantes<br />
para o desenvolvimento<br />
de estratégias<br />
terapêuticas inovadoras<br />
e para o entendimento<br />
da resistência a medicamentos,<br />
uma questão de<br />
crescente preocupação<br />
global.<br />
Helmintos: Dos Vermes<br />
Intestinais aos Grandes<br />
Desafios de Saúde<br />
Os helmintos, vermes<br />
parasitas multicelulares,<br />
persistem como desafios<br />
formidáveis na arena da<br />
saúde global. Este segmento<br />
do artigo propõe<br />
uma incursão nas mais<br />
recentes descobertas<br />
que permeiam a biologia,<br />
epidemiologia e métodos<br />
de controle desses<br />
parasitas. Além disso,<br />
destacaremos estratégias<br />
inovadoras que visam<br />
não apenas compreender<br />
melhor esses helmintos,<br />
mas também desenvolver<br />
abordagens terapêuticas<br />
mais eficazes, incluindo<br />
vacinas e medicamentos<br />
antiparasitários.<br />
Desafios Contínuos<br />
Apresentados pelos<br />
Helmintos<br />
Os helmintos, ao infestar<br />
humanos e animais,<br />
contribuem significativamente<br />
para a carga<br />
global de doenças parasitárias.<br />
Suas complexas<br />
interações com o hospedeiro<br />
e a habilidade<br />
de persistir no ambiente<br />
desencadeiam uma série<br />
de desafios que afetam<br />
milhões em todo o mundo.<br />
Compreender esses<br />
desafios é fundamental<br />
para a concepção de<br />
estratégias eficazes de<br />
prevenção e controle.<br />
Biologia e Epidemiologia<br />
em Evolução Constante<br />
Recentes avanços na<br />
pesquisa helmintológica<br />
proporcionam<br />
insights valiosos sobre<br />
a biologia desses parasitas.<br />
A exploração aprofundada<br />
de seus ciclos<br />
de vida, mecanismos de<br />
infecção e adaptações<br />
evolutivas abre novas<br />
perspectivas para abordagens<br />
terapêuticas<br />
mais direcionadas. Além<br />
disso, investigações epidemiológicas<br />
refinadas<br />
oferecem uma visão<br />
mais clara da prevalência<br />
e distribuição global<br />
dessas infecções, fornecendo<br />
dados cruciais<br />
para a formulação de<br />
estratégias de controle.<br />
118 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
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Permite a detecção qualitativa da deleção no<br />
gene SMN1 e análise quantitativa dos marcadores<br />
TREC e KREC, associados aos distúrbios<br />
dos componentes das células T e B do<br />
sistema imunológico.<br />
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QUANTITATIVA DE<br />
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Controle de Helmintos:<br />
Estratégias Inovadoras<br />
e Desafios Emergentes<br />
Este segmento examina<br />
não apenas as estratégias<br />
de controle de helmintos<br />
existentes, mas também<br />
os avanços inovadores<br />
que estão moldando o<br />
futuro da parasitologia.<br />
A discussão se estende a<br />
novos métodos de diagnóstico,<br />
terapias baseadas<br />
em alvos específicos e<br />
abordagens sustentáveis<br />
para interromper os ciclos<br />
de vida dos helmintos.<br />
A convergência dessas<br />
estratégias promissoras<br />
busca não apenas mitigar<br />
a morbidade associada a<br />
essas infecções, mas também<br />
interromper a transmissão<br />
em comunidades<br />
afetadas.<br />
Vacinas e Medicamentos<br />
Antiparasitários:<br />
Um Olhar para o Futuro<br />
O desenvolvimento de<br />
vacinas e medicamentos<br />
antiparasitários mais<br />
eficazes é uma prioridade<br />
crítica na busca<br />
por soluções duradouras.<br />
Destacaremos as<br />
abordagens inovadoras<br />
em andamento, desde<br />
vacinas que visam imunizar<br />
contra infecções<br />
helmínticas até terapias<br />
medicamentosas que<br />
buscam superar desafios<br />
de resistência. Essas<br />
estratégias representam<br />
a vanguarda da pesquisa,<br />
promovendo esperanças<br />
renovadas na luta contra<br />
os helmintos.<br />
Avanços Tecnológicos:<br />
Ferramentas de Ponta<br />
na Parasitologia<br />
A pesquisa em Parasitologia<br />
experimenta uma<br />
verdadeira revolução<br />
impulsionada pelos<br />
avanços tecnológicos,<br />
e, em laboratórios de<br />
análises clínicas, técnicas<br />
de precisão, incluindo<br />
a microscopia óptica,<br />
complementam essas<br />
inovações. Ferramentas<br />
de última geração, como<br />
microscopia de fluorescência,<br />
espectrometria<br />
de massa e análise genômica<br />
avançada, aliadas<br />
a métodos laboratoriais,<br />
emergem como pilares<br />
fundamentais na investigação<br />
dos parasitas, proporcionando<br />
uma visão<br />
sem precedentes em<br />
níveis molecular e celular.<br />
Este artigo destaca o<br />
impacto transformador<br />
dessas ferramentas de<br />
ponta, bem como as técnicas<br />
específicas, como a<br />
microscopia óptica, utilizadas<br />
em laboratórios<br />
de análises clínicas, não<br />
apenas na aceleração<br />
da descoberta científica,<br />
mas também no reforço<br />
da vigilância e controle<br />
de doenças parasitárias.<br />
Microscopia Óptica:<br />
Revelando Detalhes<br />
Inestimáveis no Mundo<br />
Parasitário<br />
A microscopia óptica,<br />
uma ferramenta essencial<br />
nos laboratórios clínicos,<br />
desempenha um papel<br />
insubstituível na pesquisa<br />
parasitológica, proporcionando<br />
uma visão<br />
aprofundada do universo<br />
120 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
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PARASITOLOGIA<br />
parasitário. Sua notável<br />
capacidade de revelar<br />
estruturas celulares e a<br />
complexa morfologia dos<br />
parasitas em amostras<br />
clínicas estabelece um<br />
padrão de excelência<br />
na identificação direta,<br />
tornando-se um pilar<br />
crucial na investigação<br />
e diagnóstico preciso de<br />
doenças parasitárias.<br />
No contexto dinâmico<br />
do laboratório clínico, a<br />
evolução constante das<br />
técnicas de microscopia,<br />
incluindo a microscopia<br />
de contraste de fase e a<br />
microscopia de campo<br />
escuro, amplifica substancialmente<br />
a acuidade<br />
diagnóstica. Estas técnicas<br />
refinadas não apenas<br />
permitem uma análise<br />
meticulosa de amostras,<br />
mas também realçam<br />
o papel essencial da<br />
microscopia óptica na<br />
rápida e confiável identificação<br />
de parasitas.<br />
Ao fazê-lo, fortalecem<br />
os protocolos laboratoriais,<br />
contribuindo para<br />
diagnósticos precisos,<br />
orientando eficazmente<br />
planos de tratamento<br />
e promovendo a saúde<br />
pública.<br />
A integração da microscopia<br />
óptica nos laboratórios<br />
clínicos não só<br />
sustenta a excelência<br />
diagnóstica, mas também<br />
desempenha um<br />
papel vital na formação<br />
de profissionais<br />
de saúde e cientistas,<br />
capacitando-os com as<br />
habilidades necessárias<br />
para enfrentar os desafios<br />
complexos apresentados<br />
pelas doenças<br />
parasitárias. Assim, a<br />
microscopia óptica não<br />
é apenas uma técnica,<br />
mas uma aliada imprescindível<br />
na batalha<br />
contra as doenças parasitárias,<br />
destacando sua<br />
importância e relevância<br />
contínuas na busca pela<br />
excelência na prática<br />
clínica e pesquisa biomédica.<br />
Microscopia de Fluorescência:<br />
Iluminando<br />
o Mundo Microscópico<br />
com Precisão Laboratorial<br />
A microscopia de fluorescência,<br />
aliada à<br />
microscopia óptica,<br />
revoluciona a visualização<br />
de parasitas. Permite<br />
a observação de estruturas<br />
celulares e moléculas<br />
específicas com incrível<br />
precisão, facilitando a<br />
identificação e classificação<br />
precisa dos parasitas<br />
presentes em amostras<br />
clínicas. A integração<br />
dessas técnicas proporciona<br />
uma abordagem<br />
abrangente e confiável<br />
para a identificação de<br />
parasitas, fundamentando<br />
estratégias terapêuticas<br />
direcionadas.<br />
Espectrometria de<br />
Massa: Análise Detalhada<br />
com Precisão<br />
Laboratorial<br />
A espectrometria de<br />
massa, aplicada em<br />
laboratórios de análises<br />
clínicas, possibilita a<br />
122 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
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PARASITOLOGIA<br />
análise detalhada das<br />
assinaturas moleculares<br />
dos parasitas. A identificação<br />
e quantificação de<br />
compostos específicos<br />
presentes nas amostras<br />
clínicas permitem uma<br />
compreensão mais profunda<br />
dos processos<br />
biológicos, orientando<br />
estratégias terapêuticas.<br />
A integração de técnicas<br />
laboratoriais de preparação<br />
de amostras aprimora<br />
a sensibilidade e a especificidade<br />
dessa poderosa<br />
ferramenta analítica.<br />
Análise Genômica de<br />
Última Geração: Navegando<br />
pelos Genomas<br />
Parasitários com Métodos<br />
Laboratoriais de<br />
Sequenciamento<br />
A análise genômica de<br />
última geração, complementada<br />
por métodos<br />
laboratoriais de sequenciamento<br />
de DNA, permite<br />
uma análise abrangente<br />
dos genomas<br />
parasitários. A identificação<br />
de variações genéticas,<br />
expressão gênica e<br />
evolução molecular, obtida<br />
por meio de técnicas<br />
laboratoriais avançadas,<br />
destaca a colaboração<br />
essencial entre a tecnologia<br />
e a execução precisa<br />
no laboratório para aprofundar<br />
nossa compreensão<br />
dos parasitas.<br />
Impacto na Descoberta<br />
de Alvos Terapêuticos:<br />
Acelerando Inovações<br />
com Técnicas Laboratoriais<br />
de Triagem<br />
Além de ferramentas de<br />
última geração, técnicas<br />
laboratoriais de triagem<br />
são fundamentais na<br />
descoberta de alvos terapêuticos.<br />
Ensaios de triagem,<br />
imunodiagnósticos<br />
e ensaios moleculares,<br />
realizados em laboratórios<br />
de análises clínicas,<br />
oferecem uma abordagem<br />
prática e eficaz na<br />
identificação de novos<br />
alvos e na validação de<br />
estratégias terapêuticas<br />
inovadoras.<br />
Vigilância e Controle<br />
Aprimorados com Técnicas<br />
Laboratoriais e<br />
Microscopia Óptica:<br />
Defendendo a Saúde<br />
Pública com Precisão<br />
A aplicação de técnicas<br />
laboratoriais avançadas,<br />
incluindo a microscopia<br />
óptica, fortalece a<br />
vigilância e o controle<br />
de doenças parasitárias.<br />
Métodos laboratoriais<br />
de diagnóstico, como<br />
PCR (Reação em Cadeia<br />
da Polimerase) e ELISA<br />
(Ensaio Imunoenzimático),<br />
aliados à microscopia<br />
óptica, são essenciais<br />
para a identificação precisa<br />
de parasitas, monitoramento<br />
da resistência<br />
a medicamentos e otimização<br />
de estratégias de<br />
controle, contribuindo<br />
assim para esforços mais<br />
eficazes na gestão da<br />
saúde pública.<br />
Desafios Futuros e<br />
Perspectivas<br />
Apesar dos avanços significativos<br />
alcançados<br />
na Parasitologia, a disciplina<br />
enfrenta desafios<br />
persistentes que demandam<br />
abordagens inovadoras<br />
e colaborações<br />
interdisciplinares para<br />
impulsionar a pesquisa e<br />
avançar na compreensão<br />
das doenças parasitárias.<br />
124 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
Conectividade<br />
Desempenho e<br />
Confiabilidade<br />
Produtividade<br />
Suporte, Consultoria<br />
e Treinamento<br />
Análises e<br />
Inteligência<br />
Qualidade
PARASITOLOGIA<br />
Este segmento do artigo<br />
explora os desafios<br />
futuros e delineia perspectivas<br />
promissoras,<br />
reforçando a necessidade<br />
contínua de enfrentar<br />
questões prementes<br />
para a saúde global.<br />
Resistência a Medicamentos:<br />
Uma Batalha<br />
em Evolução<br />
A resistência a medicamentos<br />
persiste como<br />
um desafio premente<br />
em Parasitologia. Parasitas<br />
adaptáveis desenvolvem<br />
resistência a<br />
tratamentos padrão,<br />
minando a eficácia de<br />
terapias estabelecidas.<br />
Enfrentar esse desafio<br />
exige não apenas a busca<br />
por novos compostos<br />
terapêuticos, mas<br />
também estratégias<br />
sustentáveis de uso de<br />
medicamentos e uma<br />
compreensão profunda<br />
dos mecanismos subjacentes<br />
à resistência.<br />
Complexidade das Interações<br />
Parasita-Hospedeiro:<br />
Desvendando a<br />
Teia Biológica<br />
A intricada dança entre<br />
parasitas e seus hospedeiros<br />
representa<br />
um terreno desafiador<br />
para a Parasitologia. A<br />
complexidade das interações<br />
parasita-hospedeiro<br />
abrange desde<br />
estratégias evolutivas<br />
de escape imunológico<br />
até modificações moleculares<br />
que favorecem a<br />
sobrevivência do parasita.<br />
Desvendar essa<br />
teia biológica exige<br />
uma abordagem multifacetada,<br />
integrando<br />
genômica, imunologia<br />
e biologia molecular<br />
para compreender os<br />
intricados mecanismos<br />
envolvidos.<br />
Desafios Diagnósticos<br />
e Estratégias de Controle:<br />
Precisão e Sustentabilidade<br />
Os desafios diagnósticos<br />
continuam a ser uma<br />
barreira significativa,<br />
especialmente em regiões<br />
carentes de recursos. A<br />
busca por métodos de<br />
diagnóstico mais acessíveis<br />
e precisos é crucial<br />
para o manejo eficaz das<br />
doenças parasitárias.<br />
Além disso, estratégias de<br />
controle sustentáveis, que<br />
levem em consideração<br />
as condições socioeconômicas<br />
e ambientais, são<br />
essenciais para interromper<br />
ciclos de transmissão<br />
e reduzir a carga global de<br />
parasitoses.<br />
Perspectivas Promissoras:<br />
Rumo a Soluções<br />
Inovadoras<br />
O futuro da Parasitologia<br />
se desenha com promissoras<br />
perspectivas.<br />
A aplicação de tecnologias<br />
emergentes, como<br />
inteligência artificial e<br />
nanotecnologia, oferece<br />
novas ferramentas para<br />
diagnósticos avançados<br />
e desenvolvimento de<br />
terapias específicas. Abordagens<br />
baseadas em vacinas<br />
e estratégias de controle<br />
integradas ganham<br />
126 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
destaque, indicando um<br />
caminho promissor na<br />
prevenção e manejo das<br />
doenças parasitárias.<br />
Colaborações Interdisciplinares:<br />
Fortalecendo<br />
a Abordagem<br />
Holística<br />
Enfrentar os desafios<br />
futuros em Parasitologia<br />
requer uma abordagem<br />
holística e colaborações<br />
interdisciplinares. A<br />
integração de expertise<br />
de diversas disciplinas,<br />
como biologia, medicina,<br />
engenharia e ciência<br />
da computação, é essencial<br />
para abordar questões<br />
complexas e criar<br />
soluções inovadoras. A<br />
criação de consórcios<br />
de pesquisa e parcerias<br />
entre instituições pode<br />
impulsionar a sinergia<br />
necessária para avanços<br />
significativos.<br />
Concluindo<br />
Ao fecharmos este<br />
capítulo fascinante da<br />
Parasitologia, somos<br />
testemunhas de avanços<br />
reveladores, desvelando<br />
os intricados relacionamentos<br />
entre parasitas<br />
e hospedeiros, desde os<br />
mestres da sobrevivência<br />
até os pequenos vilões,<br />
protozoários. Cada<br />
descoberta representa<br />
um passo significativo<br />
em direção a terapias<br />
inovadoras e ao entendimento<br />
mais profundo do<br />
mundo parasitário.<br />
A genômica parasitária<br />
lança luz sobre a diversidade<br />
genética dos<br />
protozoários, enquanto<br />
estratégias inovadoras,<br />
como vacinas, prometem<br />
transformar o cenário<br />
dos desafiadores<br />
helmintos. Nos laboratórios<br />
clínicos, os avanços<br />
tecnológicos, como<br />
a microscopia óptica,<br />
amplificaram nossa<br />
visão sobre o mundo<br />
parasitário, fortalecendo<br />
a pesquisa e os diagnósticos<br />
precisos.<br />
Ao nos despedirmos,<br />
subentendemos a continuidade<br />
dessa jornada,<br />
destacando a importância<br />
das colaborações<br />
interdisciplinares diante<br />
de desafios iminentes,<br />
como a resistência<br />
a medicamentos. O<br />
futuro promissor da<br />
Parasitologia, impulsionado<br />
por tecnologias<br />
emergentes, nos levará<br />
a soluções inovadoras,<br />
e convidamos você a se<br />
juntar a nós na próxima<br />
edição, quando continuaremos<br />
a explorar os<br />
mistérios que moldam a<br />
saúde global. Até breve!<br />
PARASITOLOGIA<br />
Autor:<br />
Rafael Euzébio<br />
Biomédico habilitado em Análises Clínicas e Citologia Oncótica Mestrando em Ensino em Ciências da Saúde MBA em Auditoria,<br />
Acreditação e Qualidade dos Serviços de Saúde Especialista em Análises Clínicas Fundador e Diretor da Raeusi Biomed<br />
Consultorias e Treinamentos (@raeusibiomed)<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
127
MINUTO LABORATÓRIO<br />
VIGILÂNCIA SANITÁRIA:<br />
ATÉ ONDE VAI SEU PODER?<br />
Por Fábia Bezerra<br />
No Brasil, a Agência<br />
de Vigilância Sanitária<br />
(Anvisa) cumpre o mesmo<br />
papel desempenhado<br />
pelas agências reguladoras<br />
norte-americana<br />
(Food and Drug Administration<br />
– FDA), europeia<br />
(European Medicines<br />
Agency – EMA), japonesa<br />
(Pharmaceuticals and<br />
Medical Devices Agency<br />
– PMDA) e australiana<br />
(Therapeutic Goods<br />
Administration – TGA),<br />
ou seja, sua importância<br />
é extremamente respeitada<br />
e inclusive tem<br />
poder de Polícia.<br />
Para dar conta do trabalho<br />
de vigilância sanitária<br />
em um país com a<br />
dimensão e a divisão territorial<br />
do Brasil, além de<br />
sua diversidade geográfica,<br />
populacional e econômica,<br />
existe uma rede<br />
nacional de atuação, que<br />
abrange o nível central<br />
(Anvisa) e as unidades<br />
nos estados, municípios<br />
e Distrito Federal (DF),<br />
conhecidas como as Vigilâncias<br />
Sanitárias (Visas)<br />
estaduais, municipais e do<br />
DF. Esse conjunto forma o<br />
Sistema Nacional de Vigilância<br />
Sanitária (SNVS),<br />
coordenado pela ANVISA.<br />
Reconhecemos seu indiscutível<br />
valor, mas, por<br />
que algumas VISAS (Vigilâncias<br />
locais) exigem<br />
coisas diferentes sobre<br />
um mesmo tema em cada<br />
estado/município?<br />
Em meus mais de 25 anos<br />
de laboratório, estive em<br />
incontáveis visitas de<br />
Visas e em algumas delas,<br />
a impressão que tive é<br />
que o fiscal fazia seu próprio<br />
entendimento das<br />
regras, dificultando nossas<br />
ações - mesmo que a<br />
gente evidenciasse processos<br />
que jamais feririam<br />
a Lei. Por exemplo: um<br />
cliente meu, para não deixar<br />
de atender uma população<br />
distante, coletava as<br />
amostras de hemograma<br />
e enviava para fazer em<br />
sua área técnica a algumas<br />
horas de distância.<br />
Foi feito todo um estudo<br />
de estabilidade com validação<br />
da comparabilidade<br />
clínica, regras de Qualidade<br />
Analítica, testes<br />
para a definição da quantidade<br />
de gelos, caixa de<br />
transporte e temperatura.<br />
Enfim, mesmo assim, essa<br />
Visa local não aceitou a<br />
validação se baseando<br />
em um artigo do início<br />
dos anos 2000 que recomendava<br />
a leitura em<br />
menos tempo possível<br />
e simplesmente indeferiu<br />
o que foi apresentado.<br />
Situação essa que<br />
obrigou o laboratório<br />
na época a fechar o local<br />
por não ter volume suficiente<br />
de amostras para<br />
justificar a aquisição de<br />
um equipamento. Já em<br />
outras Visas, os fiscais<br />
aceitavam esta manobra<br />
porque entendiam o que<br />
era uma validação, com<br />
todas as nossas análises<br />
de Erro Total e desvio<br />
padrão por exemplo.<br />
128 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
MINUTO LABORATÓRIO<br />
E aí pergunto: o que<br />
fazer em uma situação<br />
dessas? Fica muito difícil<br />
administrar a mesma<br />
Lei com interpretações<br />
tão distintas, sem um<br />
padrão. Gostaria muito<br />
que existisse um Manual<br />
igual ao do Programa de<br />
Acreditação para Laboratórios<br />
Clínicos (PALC)<br />
para que os fiscais e fiscalizados<br />
conseguissem<br />
falar a mesma língua e<br />
não termos desencontros<br />
de entendimento.<br />
Segundo Gilberto de<br />
Jesus da Rocha Bento<br />
Júnior, Advogado e<br />
contabilista expert em<br />
advocacia empresarial<br />
e Doutor em Direito<br />
Constitucional, para<br />
combater os abusos da<br />
fiscalização, é preciso<br />
conhecer quais os limites<br />
e poderes autorizados<br />
ao agente fiscal, e<br />
isso está no Código Tributário<br />
Nacional, especificamente<br />
nos artigos<br />
195 e 196, e na Constituição<br />
Federal em seus<br />
artigos 5, 37 e 150.<br />
A falta de conhecimento<br />
do contribuinte muitas<br />
vezes dá espaço<br />
para condutas irregulares<br />
da autoridade fiscal,<br />
o contribuinte com certa<br />
frequência é vítima<br />
de abuso de poder, de<br />
ameaças, de confisco<br />
de bens ou documentos,<br />
de invasão do estabelecimento.<br />
O fiscal não pode entrar<br />
se não for convidado, o<br />
fiscal não pode ameaçar<br />
você ou sua empresa e<br />
não pode reter documentos<br />
ou bens sem<br />
ordem judicial, o fiscal<br />
não pode mexer em<br />
nada da sua empresa,<br />
isso seria um ato criminoso<br />
e abuso de poder.<br />
O procedimento apropriado<br />
é receber o fiscal<br />
com a educação que<br />
todo cidadão merece,<br />
acomodá-lo em local<br />
para conversar e receber<br />
as solicitações por<br />
escrito que deverão conter<br />
prazo coerente para<br />
atendimento.<br />
Vamos dar exemplos do<br />
que qualquer fiscal não<br />
pode fazer:<br />
1. invadir sua empresa<br />
e pegar bens, ameaçar<br />
ou intimidar. Só pode<br />
fazer se tiver autorização<br />
judicial, se não tiver<br />
está infringindo direito<br />
à liberdade e dignidade.<br />
2. Não pode fazer assédio<br />
moral para obter<br />
informações.<br />
3. Só pode fazer exigências<br />
de obrigações previstas<br />
em lei.<br />
4. Não pode atentar contra<br />
a honra, imagem ou intimidade<br />
do contribuinte e<br />
seus representantes.<br />
5. Não pode criar dificuldades<br />
para o normal<br />
funcionamento do estabelecimento,<br />
como por<br />
exemplo, impedir entrada<br />
ou saída de pessoas ou<br />
funcionários.<br />
6. Não pode destratar ou<br />
discriminar o contribuinte<br />
chamando de sonegador,<br />
também não pode<br />
tratar de forma discriminatória<br />
e difamatória.<br />
130 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
7. Não pode exigir documentos<br />
internos da<br />
empresa, como controles,<br />
relatórios, pois esses<br />
documentos não são<br />
obrigados por lei.<br />
8. Não pode induzir o<br />
contribuinte a erro.<br />
9. Não pode utilizar<br />
qualquer meio abusivo<br />
ou vexatório para obter<br />
documentos.<br />
Qualquer abuso praticado<br />
pelo agente fiscal<br />
deve ser denunciado por<br />
escrito aos órgãos competentes,<br />
e os órgãos<br />
competentes são a própria<br />
entidade, órgão<br />
público ao qual o agente<br />
fiscal faz parte, de preferência<br />
à corregedoria, e<br />
às autoridades criminais.<br />
Em Julho desde ano, a<br />
ANVISA atualizou seu<br />
canal de Ouvidoria – que<br />
é um caminho específico<br />
não apenas para receber<br />
nossas manifestações<br />
como para sugerirmos<br />
ideias a fim de desburocratizar<br />
os serviços prestados<br />
a nós. A plataforma<br />
Fala.BR é uma ferramenta<br />
de recebimento e tratamento<br />
de manifestações.<br />
Por meio dela, o cidadão<br />
poderá registrar sugestões,<br />
elogios, reclamações<br />
e denúncias, solicitação<br />
de providências para<br />
qualquer órgão governamental<br />
integrado à plataforma,<br />
além de poder<br />
fazer o acompanhamento<br />
de sua demanda e<br />
receber resposta: O sistema<br />
permite acompanhar<br />
o cumprimento dos<br />
prazos; consultar as respostas<br />
recebidas; entre<br />
outras ações.<br />
Para registrar qualquer<br />
manifestação é necessário<br />
realizar o cadastro no Portal<br />
Fala.BR, no endereço<br />
https://falabr.cgu.gov.br.<br />
Referências:<br />
https://www.gov.br/anvisa/pt-br/canais_atendimento/ouvidoria/orientacoes/orientacoes<br />
https://www.vigilanciasanitaria.sc.gov.br/index.<br />
php/component/content/article/a-importancia-<br />
-da-vigilancia-sanitaria-na-preservacao-da-saude-da-populacao.html?catid=9&Itemid=109<br />
https://www.jusbrasil.com.br/ artigos /como-<br />
-combater-os-abusos-da-fiscalizacao / 677886321<br />
#:~: text =N %C 3 % A 3 o % 2 0 p o d e %20destratar%20ou%20discri<br />
minar,n%C 3%A3o%20<br />
s%C3%A3 o%20obri gados%20por%20lei.<br />
https://www.bentojradvocacia.com.br/como-<br />
-combater-os-abusos-da-fiscalizacao/<br />
MINUTO LABORATÓRIO<br />
Autora:<br />
Fábia Bezerra<br />
Biomédica, Auditora; Gerente da Qualidade Corporativa na Hapvida /Diagnósticos.<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
131
OFAC BRASIL<br />
GESTÃO FAMILIAR SUSTENTÁVEL:<br />
A INTEGRAÇÃO DE GERAÇÕES NA LABORCLIN<br />
Por Gerly Carlos de Souza Júnior<br />
Eu sou Gerly, natural<br />
de Juiz de Fora/MG, me<br />
formei em Farmácia e<br />
Bioquímica em 1985 pela<br />
Universidade Federal de<br />
Juiz de Fora e me especializei<br />
em Análises Clínicas,<br />
desde então, a minha<br />
história se confunde com<br />
a do Laboratório Laborclin,<br />
que iniciou a sua trajetória<br />
dentro da extinta<br />
e saudosa Clínica Nossa<br />
Senhora de Guadalupe,<br />
na cidade de Lagoa da<br />
Prata no interior de Minas<br />
Gerais, que na época contava<br />
com pouco mais de<br />
25 mil habitantes.<br />
Assim que me formei,<br />
recebi um convite para<br />
ser responsável pelo<br />
laboratório da Clínica<br />
Nossa Senhora de<br />
Guadalupe em Lagoa<br />
da Prata, cidade que<br />
fica a 380 quilômetros<br />
da minha cidade natal.<br />
Aceitei o desafio e me<br />
mudei juntamente com<br />
minha esposa, Rovênia,<br />
também formada em<br />
farmácia e bioquímica<br />
pela UFJF. Juntos, em<br />
uma cidade que até<br />
então, não conhecíamos<br />
ninguém, enfrentamos<br />
diversos desafios, mas<br />
que, com fé e persistência<br />
foram superados e<br />
passaram a fazer parte<br />
de nossa trajetória.<br />
132 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
Mesmos Simtomas, 6 Possibilidades?<br />
HiGenoMB® tem a resposta!<br />
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Descrição do Produto : 4-plex assay<br />
1. Swine flu H1N1 virus<br />
2. Influenza A (seasonal H3N2 & seasonal H1N1)<br />
3. Influenza B<br />
4. Human endogenous IC<br />
Limite da Detecção :<br />
Swine flu H1N1 – 2 copies/µl<br />
Influenza B – 2 copies/µl<br />
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OFAC BRASIL<br />
Fomos muito bem acolhidos<br />
nessa cidade<br />
que nos proporcionou<br />
alcançar nossos sonhos<br />
e objetivos, por aqui<br />
construímos<br />
grandes<br />
amizades e foi o local<br />
escolhido para o nascimento<br />
dos nossos dois<br />
filhos, Álvaro e Carolina.<br />
Passado um tempo,<br />
decidimos estender o<br />
sucesso do Laborclin<br />
para fora da Clínica e<br />
inauguramos nossa<br />
sede independente em<br />
1997, e formamos nossa<br />
equipe com uma recepcionista<br />
e uma técnica<br />
para realizar as coletas.<br />
Desde então, iniciamos<br />
o processo de solidificação<br />
da marca própria,<br />
até que, em 2004, inauguramos<br />
nossa sede<br />
própria, onde estamos<br />
até o presente momento,<br />
mas com diversos<br />
projetos de expansão!<br />
Atualmente, a gestão<br />
do Laborclin já mescla a<br />
primeira com a segunda<br />
geração, visto que nossos<br />
filhos já assumiram<br />
posições estratégicas na<br />
organização. Álvaro, que<br />
é graduado em Engenharia<br />
de Produção, é<br />
focado na parte administrativa/financeira<br />
do negócio e contribui<br />
imensamente na gestão<br />
e crescimento da empresa.<br />
Enquanto a Carolina,<br />
graduada em Farmácia,<br />
gerencia a parte técnica<br />
buscando atualização<br />
no setor das análises<br />
clínicas e contribui na<br />
gestão do pessoal.<br />
134 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
O sucesso que o Labor-<br />
OFAC, essa grande orga-<br />
concedidos ao nosso<br />
OFAC BRASIL<br />
clin colhe até hoje se<br />
nização presidida pela<br />
laboratório. Fazer parte<br />
deve muito à base que<br />
querida Dra. Marbenha<br />
deste time é uma honra<br />
foi construída nos pri-<br />
que nos abriu portas,<br />
e nos estimula cada vez<br />
mórdios da clínica N.<br />
proporcionou<br />
encon-<br />
mais a buscar o melhor<br />
Sra. De Guadalupe, vis-<br />
tros especiais com<br />
para nossos clientes e<br />
to que o nosso propó-<br />
grandes profissionais e<br />
colaboradoras.<br />
sito sempre foi o de um<br />
deu espaço para que a<br />
tratamento bem próxi-<br />
Carol, ainda cursando<br />
Essa união entre labo-<br />
mo ao nosso paciente,<br />
Farmácia na faculdade,<br />
ratórios de todo o país,<br />
com um viés de acolhi-<br />
pudesse ter crescimen-<br />
contribui para que o<br />
mento e atenção que<br />
to acadêmico e, poste-<br />
setor seja cada vez mais<br />
passamos até os dias<br />
riormente, profissional.<br />
valorizado, nos ajuda<br />
atuais à nossa equipe,<br />
a enxergar um futuro<br />
que hoje conta com 12<br />
A OFAC nos ajudou a<br />
para as análises clínicas,<br />
colaboradoras.<br />
incentivar a nossa equi-<br />
faz com que a caminha-<br />
pe com os cursos minis-<br />
da, as vezes com muitos<br />
Todo nosso crescimento<br />
trados semanalmente,<br />
obstáculos, seja mais<br />
na gestão da empresa e<br />
e, por isso, seremos<br />
suave, já que podemos<br />
a busca incessante por<br />
eternamente gratos a<br />
compartilhar com todos<br />
atualização da nossa<br />
Dra. Marbenha e sua<br />
nossas alegrias, con-<br />
equipe são resultados<br />
equipe maravilhosa por<br />
quistas, e, também, as<br />
da nossa parceria com a<br />
inúmeros<br />
benefícios<br />
nossas preocupações.<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
135
OFAC BRASIL<br />
Acreditamos, que, ao<br />
longo desses quase<br />
38 anos, a nossa qualidade,<br />
eficácia, ética e<br />
investimento em tecnologias<br />
foi o que nos<br />
proporcionou destaque<br />
e excelência em nossa<br />
cidade e região. Por<br />
aqui, priorizamos uma<br />
experiência de excelência,<br />
desde o atendimento<br />
na recepção até o<br />
momento que o médico<br />
recebe o resultado.<br />
A nós, cabe apenas<br />
agradecer a todos<br />
aqueles que confiam<br />
em nosso árduo trabalho,<br />
a todos os parceiros<br />
que conquistamos<br />
ao longo dos anos, a<br />
OFAC que acreditou em<br />
nosso potencial. Vamos<br />
sempre em frente, com<br />
muitos sonhos e planos<br />
que, com muita perseverança,<br />
em breve<br />
serão concretizados.<br />
Autor:<br />
Gerly Carlos de Souza Júnior - CRF-MG 6004<br />
Formado pela UFJF Farmacêutico Bioquímico especializado em análises clínicas<br />
Sócio proprietário do Laborclin<br />
Lagoa da Prata/MG<br />
136 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
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no laboratório durante o<br />
período da sua assinatura, assim<br />
que encerrada ele deve ser<br />
devolvido à Loccus.
EPIDEMIOLOGIA<br />
TRANSIÇÃO EPIDEMIOLOGICA<br />
MUDANÇAS NO ASPECTO POPULACIONAL QUE CAUSARAM O<br />
AUMENTO DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS<br />
Por Paulo Mafra e Meuze Alex Junior<br />
Queridos leitores nesta<br />
sétima coluna sobre<br />
epidemiologia trago o<br />
Meuze Alex Junior – acadêmico<br />
de medicina na<br />
Universidade Tiradentes<br />
(UNIT).<br />
Nesse ano de 2024 nossa<br />
perspectiva é trazer<br />
para vocês leitores da<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab sejam<br />
profissionais da saúde,<br />
donos de laboratórios,<br />
pacientes ou colaboradores,<br />
uma série onde<br />
os temas abordados da<br />
coluna Epidemiologia<br />
serão Doenças Crônicas<br />
Não Transmissíveis<br />
as mais conhecidas<br />
como DCNTs, em cada<br />
edição iremos falar a<br />
fundo sobre uma de<br />
forma aprofundada.<br />
O nosso propósito vai<br />
além de entendermos<br />
como essas doenças<br />
atingem determinada<br />
população. Nós iremos<br />
falar sobre os processos<br />
fisiológicos anormais<br />
e disfuncionais que<br />
ocorrem no corpo como<br />
resultado dessas doenças,<br />
também chamado<br />
de fisiopatologia.<br />
Quando uma pessoa<br />
está saudável, os sistemas<br />
do corpo funcionam<br />
de maneira equilibrada<br />
para manter o estado<br />
de homeostase, que<br />
é o equilíbrio interno<br />
essencial para o funcionamento<br />
adequado do<br />
organismo. No entanto,<br />
quando uma doença<br />
está presente, ocorrem<br />
mudanças nessas funções<br />
normais, levando<br />
o corpo a mostrar sintomas<br />
e sinais específicos<br />
daquela determinada<br />
doença. Iremos abordar<br />
sobre: Hipertensão<br />
Arterial Sistêmica (HAS);<br />
Doença Renal Crônica<br />
(DRC); Doença Pulmonar<br />
Obstrutiva Crônica<br />
(DPOC); Osteoporose<br />
(OP); Insuficiência Cárdica<br />
Congestiva (ICC).<br />
Compreende-se que a<br />
transição epidemiológica,<br />
as modificações ou<br />
transformações sucedidas<br />
no tempo, nos<br />
padrões de mortalidade,<br />
de morbidade e invalidez<br />
que correspondem<br />
a uma população especifica<br />
e que sucedem em<br />
138 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
associação com outros<br />
fatores: demográfico,<br />
social e econômico.<br />
Figura 1 - Evolução da mortalidade proporcional (%) segundo causas, Brasil –<br />
1930 a 2003<br />
EPIDEMIOLOGIA<br />
O cenário epidemiológico<br />
brasileiro é complexo<br />
e esse processo de<br />
transição envolve três<br />
mudanças: substituição<br />
de Doenças Infecciosas<br />
e Parasitarias (DIP) para<br />
Doenças Crônicas Não<br />
Transmissíveis (DCNTs),<br />
deslocamento de carga<br />
de morbi-mortalidade<br />
dos mais jovens aos mais<br />
idosos e a mudança de<br />
predomínio da mortalidade<br />
para morbidade.<br />
No ano de 1930 as DIP<br />
possuíam mortalidade<br />
de 46% nas capitais<br />
brasileiras, com o passar<br />
dos anos observou-se a<br />
diminuição progressiva<br />
onde no ano de 2003<br />
a mortalidade destas<br />
doenças corresponderá<br />
a 5% nas capitais do<br />
Fonte: Barbosa et al, 2003, in Epidemilogia & Saúde, Rouquayrol, MZ e Almeida F, N.<br />
Brasil, com isso outro<br />
cenário foi observado,<br />
a qual no ano de 1930<br />
as DCNTs apresentaram<br />
apenas 12% da mortalidade<br />
e atualmente são<br />
as principais causas de<br />
morte em todos os estados<br />
brasileiros (Figura 1).<br />
A transição no perfil de<br />
saúde populacional onde<br />
as doenças crônicas e<br />
suas complicações acarreta<br />
em modificações no<br />
modelo de uso dos serviços<br />
de saúde e aumento<br />
de gastos, levando em<br />
conta a indispensabilidade<br />
da integração de<br />
tecnologias para o diagnóstico<br />
e tratamento das<br />
mesmas com precisão a<br />
fim de acarretar problemas<br />
secundários.<br />
As DCNTs estão entre os<br />
problemas de saúde mais<br />
relevantes no mundo e<br />
no Brasil. No ano de 2019<br />
segundo a Organização<br />
Mundial da Saúde (OMS)<br />
70% das mortes foram<br />
causadas por esse conjunto<br />
de patologias. Em<br />
solo brasileiro no mesmo<br />
ano foram 41,8% do total<br />
de mortes ocorridas prematuramente<br />
(entre 30 e<br />
69 anos de idade).<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
139
EPIDEMIOLOGIA<br />
Os fatores de risco para<br />
esse quadro vem sendo<br />
dia após dia monitorado<br />
de forma aprimorada e<br />
operacionalizada pela<br />
Vigilância de Fatores de<br />
Risco e Proteção para<br />
Doenças Crônicas por<br />
Inquérito Telefônico<br />
(VIGITEL), implementada<br />
no ano de 2006<br />
e que no ano de 2021<br />
monitorou aproximadamente<br />
800 mil pessoas<br />
acima de 18 anos, para<br />
conhecer a disposição,<br />
relevância e propensão<br />
para as DCNTs, assim<br />
como suas causas externas,<br />
fatores de risco e<br />
proteção para essas<br />
condições (Figura 2).<br />
Hipertensão Arterial<br />
Sistêmica e Insuficiência<br />
Cárdica Congestiva<br />
As principais causas de<br />
internação e óbito são<br />
as Doenças Vardiovasculares<br />
(DCVs), no ano<br />
de 2016 foram a óbito<br />
Figura 2 - Principais fatores de risco para DCNTs.<br />
Fonte: Brasil, 2023.<br />
aproximadamente 17,9<br />
milhões de pessoas<br />
mundialmente. Dentre<br />
essas doenças tem-se a<br />
HAS e ICC.<br />
A HAS é um estado clinico<br />
multifatorial que se apresenta<br />
por uma elevação<br />
persistente da pressão<br />
arterial (PA), está correlacionada<br />
a modificações<br />
de estrutura ou função<br />
dos órgãos-alvo e alterações<br />
do metabolismo.<br />
Possui uma prevalência<br />
alta, com taxas baixas de<br />
controle e é considerado<br />
o principal problema<br />
de saúde pública. Essa<br />
patologia tem apresentado<br />
um aumento em<br />
países desenvolvidos<br />
e em desenvolvimento,<br />
devido a sua forma<br />
silenciosa, inicialmente<br />
assintomática e devido<br />
à falta de informação<br />
sobre seu controle. A<br />
HAS afeta aproximadamente<br />
30% da população<br />
adulta, no ano de<br />
2013 essa patologia foi<br />
responsável por 24.230<br />
óbitos, em 2017 foi o<br />
causador de 55.891<br />
internações.<br />
A ICC é um distúrbio<br />
onde o musculo cardíaco<br />
não mantém sua<br />
funcionalidade correta,<br />
causando assim uma<br />
diminuição no fluxo sanguíneo,<br />
levando a debilidade<br />
e enrijecimento<br />
das veias e coração.<br />
140 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
NE 620
EPIDEMIOLOGIA<br />
Essa patologia é conside-<br />
De acordo com a Socie-<br />
É uma patologia comum<br />
rada a principal causa de<br />
dade Brasileira de Nefro-<br />
em idosos acima de 65<br />
morbidade e mortalidade<br />
no mundo. A estimativa<br />
é que a ICC atinge<br />
26 milhões de pessoas.<br />
No Brasil a prevalência<br />
é de aproximadamente<br />
2 milhões de pacientes<br />
e sua incidência de<br />
240.000/ano.<br />
logia (SBN), mundialmente<br />
a prevalência da DRC é<br />
de 7,2% em indivíduos<br />
acima de 30 anos e 28% a<br />
46% em indivíduos acima<br />
de 64 anos. A estimativa<br />
em solo brasileiro é que<br />
há mais de 10 milhões de<br />
indivíduos com a patologia,<br />
onde menos de 10%<br />
anos, sua prevalência<br />
mundial combinada é<br />
de 15,7% em homens<br />
e em mulheres 9,93%,<br />
em estudos realizados a<br />
prevalência de DPOC no<br />
Brasil foi de 19% (IC95%:<br />
14,0 – 24,0; I2 = 95,66%)<br />
entre adultos maiores<br />
de 40 anos.<br />
(90 mil) realizam a diálise.<br />
Doença Renal Crônica<br />
Osteoporose<br />
A redução lenta e progressiva<br />
da capacidade<br />
de filtração dos metabolitos<br />
do sangue pelos<br />
rins, resulta na DRC,<br />
essa condição fisiológica<br />
danosa possui duas principais<br />
patologias casuais,<br />
PA elevada e Diabetes,<br />
gerando assim um dese-<br />
Doença Pulmonar Obstrutiva<br />
Crônica<br />
É causada pela diminuição<br />
do fluxo de ar<br />
dos pulmões quando<br />
o paciente expira, essa<br />
condição é uma resposta<br />
inflamatória a toxinas<br />
inalatórias que são ocasionadas<br />
por agentes<br />
ou fatores externos. A<br />
É uma patologia óssea<br />
metabólica progressiva<br />
que reduz a densidade de<br />
minerais ósseos que seria<br />
diminuir a massa óssea,<br />
com o desgaste da estrutura<br />
óssea. Contudo a<br />
fragilidade do esqueleto<br />
causa a susceptibilidade<br />
de fraturas com traumas<br />
secundários ou imper-<br />
quilíbrio<br />
ácido-base,<br />
DPOC envolve a Bron-<br />
ceptíveis, principalmente<br />
anemia, espasmos mus-<br />
quite Obstrutiva Crônica<br />
na coluna lombar, toráci-<br />
culares dentre outros.<br />
e Enfisema Pulmonar.<br />
ca, punho ou quadril.<br />
142 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
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EPIDEMIOLOGIA<br />
Segundo estudos, a<br />
Na fisiopatologia de uma<br />
o diagnóstico, tratamento<br />
prevalência de osteo-<br />
doença cardiovascular -<br />
e prevenção eficazes.<br />
porose é de 10 milhões<br />
de pessoas, onde apenas<br />
20% sabem possuir<br />
a doença, que provoca<br />
mais de 200 mil mortes<br />
por ano no país.<br />
assunto que iremos tratar<br />
em uma das nossas próximas<br />
colunas -, pode-se<br />
estudar as mudanças nos<br />
vasos sanguíneos, a formação<br />
de placas ateroscleróticas<br />
e a sua relação<br />
E por que estamos<br />
falando sobre fisiopatologia<br />
em uma<br />
coluna destinada à<br />
epidemiologia?<br />
Não sei se já percebeu<br />
A fisiopatologia pode<br />
incluir uma grande<br />
variedade de processos.<br />
com várias patologias,<br />
a resposta inflamatória<br />
e os efeitos no fluxo<br />
sanguíneo, entre outras.<br />
durante essa breve explicação,<br />
mas a fisiopatologia<br />
e a epidemiologia<br />
desempenham papéis<br />
Desses, podemos citar<br />
Já na fisiopatologia de<br />
cruciais no entendimento<br />
os mais comuns, que<br />
uma doença infecciosa,<br />
abrangente das doenças<br />
são: Inflamação, lesões<br />
celulares, disfunções de<br />
órgãos e alterações nos<br />
processos metabólicos. O<br />
estudo desses processos<br />
é crucial para entender<br />
como a doença se desenvolve,<br />
progride e afeta o<br />
corpo - o que, por sua vez,<br />
ajuda na identificação de<br />
estratégias de tratamen-<br />
pode-se examinar como<br />
o organismo responde à<br />
infecção, como funciona<br />
a cascata de ativação do<br />
sistema imunológico e os<br />
danos causados ao tecido.<br />
Resumindo, a fisiopatologia<br />
é um campo<br />
fundamental para compreender<br />
os mecanismos<br />
subjacentes das doenças,<br />
e na promoção da saúde.<br />
A fisiopatologia fornece<br />
a base molecular e<br />
celular para compreender<br />
como uma doença<br />
se desenvolve no nível<br />
individual. Examina os<br />
processos patológicos,<br />
as mudanças nos tecidos<br />
e os desequilíbrios<br />
nas funções orgânicas<br />
to e prevenção.<br />
o que se torna crucial para<br />
que caracterizam uma<br />
144 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
condição específica. Esse<br />
A epidemiologia é valio-<br />
pica, enquanto a epide-<br />
EPIDEMIOLOGIA<br />
conhecimento é vital<br />
sa para a prevenção e<br />
miologia fornece a lente<br />
para diagnóstico, trata-<br />
controle de doenças em<br />
macroscópica, unindo os<br />
mento e desenvolvimen-<br />
nível populacional.<br />
aspectos individuais ao<br />
to de intervenções tera-<br />
panorama mais abran-<br />
pêuticas. Aprofundar-se<br />
A interseção entre fisiopa-<br />
gente da saúde pública.<br />
na fisiopatologia ajuda<br />
tologia e epidemiologia<br />
a desvendar os segredos<br />
é crucial para uma abor-<br />
E é essa visão holística e<br />
do corpo humano quan-<br />
dagem holística à saúde.<br />
ampliada que queremos<br />
do confrontado com<br />
Compreender os proces-<br />
trazer aos nossos leito-<br />
desafios à sua saúde.<br />
sos fisiológicos de uma<br />
res durante todo o ano<br />
doença é essencial, mas<br />
de 2024. O entendimen-<br />
Por outro lado, a epi-<br />
também é vital entender<br />
to do micro ao macro de<br />
demiologia amplia a<br />
como ela se manifesta em<br />
5 das principais Doenças<br />
visão,<br />
investigando<br />
comunidades, quem está<br />
Crônicas Não Transmis-<br />
como as doenças se dis-<br />
mais suscetível e o por-<br />
síveis que impactam sig-<br />
tribuem em diferentes<br />
quê. A fisiopatologia nos<br />
nificativamente a saúde<br />
populações e identifi-<br />
fornece a lente microscó-<br />
do nosso país.<br />
cando fatores de risco,<br />
padrões geográficos e<br />
tendências temporais.<br />
Autores:<br />
Ela busca entender não<br />
apenas a natureza intrínseca<br />
das doenças, mas<br />
também os contextos<br />
sociais, ambientais e<br />
comportamentais que<br />
podem influenciar sua<br />
incidência e prevalência.<br />
Paulo Mafra<br />
Biomédico no Hospital Regional do Alto Sertão. Docente do<br />
Centro Educacional Vale do Ipanema - CEVI com as disciplinas<br />
de Epidemiologia, Microbiologia e Parasitologia; Professor<br />
tutor na Faculdade Venda Nova do Imigrante - FAVENI.<br />
CRBM2 - 14461; Especialista em Epidemiologia e Vigilância<br />
em Saúde. Atuante na área laboratorial desde 2018.<br />
Meuze Alex Vieira Santana Júnior<br />
Estudante de Medicina<br />
Diretor Administrativo do DipironaCast<br />
Organizador do Curso de Emergência Clínico-Cirúrgicas<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
145
BIOSSEGURANÇA<br />
A BIOSSEGURANÇA NA ESTRUTURA<br />
HOSPITALAR COMO PILAR NA PREVENÇÃO DE INFECÇÕES<br />
Por: Leticia Oliveira Azevedo; Maria Helenna Valadares da Rocha; Maria Rayane Leandro Cordeiro; Jorge Luiz Silva Araujo Filho<br />
A Agência Nacional<br />
de Vigilância Sanitária<br />
(ANVISA) define a<br />
Biossegurança como:<br />
"condição de segurança<br />
alcançada por um<br />
conjunto de ações destinadas<br />
a prevenir, controlar,<br />
reduzir ou eliminar<br />
riscos inerentes às<br />
atividades que possam<br />
comprometer a saúde<br />
humana, animal e o<br />
meio ambiente". Apesar<br />
de a referência a riscos<br />
biológicos para determinadas<br />
profissões ter<br />
sido descrita em 1700,<br />
na obra "As doenças<br />
dos trabalhadores",<br />
do autor Bernardino<br />
Ramazzini, considerado<br />
pai da Medicina do<br />
Trabalho, a biossegurança<br />
propriamente<br />
dita surgiu no Século<br />
XX, voltada para a<br />
minimização de riscos<br />
advindos da prática de<br />
diferentes tecnologias.<br />
A partir desse contexto,<br />
é fundamental ressaltar<br />
que o conhecimento<br />
sobre esse assunto<br />
vem se expandindo e<br />
se desenvolvendo na<br />
medida em que a tecnologia<br />
avança e novas<br />
infecções são descobertas,<br />
tendo assim<br />
cada país o seu próprio<br />
conjunto de leis e regulamentos<br />
para a aplicação<br />
dessas técnicas.<br />
Assim, a biossegurança<br />
é um conjunto de<br />
medidas que tem como<br />
finalidade reduzir os<br />
riscos e os danos para<br />
a saúde dos profissionais<br />
e dos pacientes no<br />
ambiente hospitalar.<br />
Em face disso, a biossegurança<br />
apresenta uma<br />
grande importância no<br />
planejamento e na utilização<br />
adequada das<br />
estruturas hospitalares,<br />
dessa maneira ela contribui<br />
para prevenção e<br />
combate às infecções.<br />
As medidas de biossegurança<br />
são colocadas<br />
em prática desde do início<br />
do planejamento e<br />
na rotina diária dessas<br />
146 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
BIOSSEGURANÇA<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
147
BIOSSEGURANÇA<br />
instituições de saúde,<br />
ressem no momento da<br />
Brasil para a elaboração,<br />
englobando a utiliza-<br />
chegada desses pacien-<br />
a ampliação e a avalia-<br />
ção de EPI e EPC na lim-<br />
tes, mostrando assim,<br />
ção de projetos físicos,<br />
peza adequada desses<br />
como a biossegurança<br />
bem como o funciona-<br />
ambientes, nas normas<br />
é imprescindível para<br />
mento adequado de<br />
de segurança de traba-<br />
combater o contá-<br />
estabelecimentos<br />
hos-<br />
lho e no gerenciamen-<br />
gio das infecções nos<br />
pitalares. Dessa forma,<br />
to do fluxo de pessoas.<br />
ambientes hospitalares.<br />
a RDC-50 inclui regras<br />
De acordo com Hert-<br />
sobre projetos estru-<br />
zog (2020), no contexto<br />
Nessa perspectiva, os<br />
turais<br />
arquitetônicos,<br />
da pandemia do coro-<br />
profissionais de saúde<br />
hidráulicos e elétricos,<br />
navirus, foi de grande<br />
e os demais funcioná-<br />
até climatização e fun-<br />
importância o fato das<br />
rios precisam conhecer<br />
cionalidade. O descum-<br />
gestões das unidades<br />
as normas regulamen-<br />
primento da RDC- 50<br />
de saúde terem estabe-<br />
tadoras de segurança e<br />
pode acarretar desde<br />
lecidos fluxos padroni-<br />
a acessibilidade neces-<br />
multas até a interdição<br />
zados nos atendimen-<br />
sárias em um estabele-<br />
da instituição. Peque-<br />
tos desses pacientes e<br />
cimento assistencial de<br />
nos cuidados, como,<br />
é importante ressaltar<br />
saúde. Sob esse viés, foi<br />
por exemplo: corredo-<br />
também que o Ministé-<br />
criada, em 21 de feverei-<br />
res largos, devido ao<br />
rio da Saúde (MS) esta-<br />
ro de 2002, a Resolução<br />
grande fluxo de pesso-<br />
beleceu os fluxogramas<br />
da Diretoria Colegiada<br />
as e equipamentos, a<br />
de atendimentos que<br />
no 50 da ANVISA (RDC-<br />
necessidade da instala-<br />
priorizavam atendimen-<br />
50), que considerou a<br />
ção da mesa de radio-<br />
tos rápidos, em nível de<br />
necessidade de um ins-<br />
grafia, que deve ficar<br />
gravidade e que ocor-<br />
trumento norteador no<br />
no mínimo a 1 metro de<br />
148 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
distância das paredes,<br />
algumas salas especí-<br />
lização de vestimentas<br />
BIOSSEGURANÇA<br />
para evitar a falta de<br />
ficas deste ambiente<br />
de proteção adequadas,<br />
acessibilidade. Quando<br />
possuam um sistema de<br />
uma estrutura e uma cir-<br />
todas essas precauções<br />
controle próprio, como<br />
culação de ar eficiente. A<br />
são somadas, garantem<br />
a sala limpa, que “é um<br />
NBR ISO 14644 de 2004,<br />
a segurança no com-<br />
local com controle de<br />
é uma norma que está<br />
plexo hospitalar. Contu-<br />
partículas,<br />
temperatu-<br />
relacionada com as exi-<br />
do, a norma citada, que<br />
ra, umidade, pressão e<br />
gências para o projeto<br />
serviu de embasamento<br />
alguns outros fatores<br />
e para a construção de<br />
para planejamentos em<br />
que influenciam na pro-<br />
salas limpas, que prevê<br />
hospitais,<br />
encontra-se<br />
dução de determinado<br />
também uma lista dos<br />
desatualizada, por ter<br />
produto ou serviço”, e<br />
parâmetros do desem-<br />
sido regulamentada há<br />
como as salas de cirur-<br />
penho e guia para a<br />
mais de 20 anos. Nes-<br />
gias. (Martins, 2018,<br />
construção dessas salas<br />
se contexto, atualmen-<br />
p. 17). De acordo com<br />
(NBR/ISO 14644: 2004 -<br />
te, as normas passaram<br />
Martins (2018), as salas<br />
Parte 4).<br />
a ser específicas para<br />
limpas possuem uma<br />
cada ambiente respec-<br />
importância notória no<br />
Dentro do programa<br />
tivo, por exemplo: salas<br />
âmbito hospitalar, para<br />
de uma sala limpa exis-<br />
de parto, centros cirúr-<br />
o controle das infecções<br />
te uma antecâmara,<br />
gicos, entre outros.<br />
e contaminantes presen-<br />
ambiente que serve<br />
tes no ar, dessa maneira<br />
como uma barreira, evi-<br />
Em relação à importân-<br />
é possível realizar uma<br />
tando que o ar exter-<br />
cia da biossegurança<br />
limpeza mais especiali-<br />
no entre na sala. Sendo<br />
no ambiente hospitalar,<br />
zada do ambiente, uni-<br />
assim um ambiente que,<br />
é imprescindível que<br />
da também com a uti-<br />
de acordo com a RDC<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
149
BIOSSEGURANÇA<br />
50 (2002), precisa ter<br />
panhantes e funcioná-<br />
minado, além das parti-<br />
no mínimo 1,8 m2 de<br />
rios. O quarto deve ter<br />
cularidades de cada área<br />
área e um lavatório, suas<br />
pressão negativa quan-<br />
do hospital. Atualmen-<br />
portas precisam ter um<br />
do o paciente está trans-<br />
te, apesar de não ser um<br />
sistema de mecanismo<br />
mitindo alguma doença<br />
pré-requisito,<br />
existem<br />
intertravado garantindo<br />
e positiva quando ele<br />
no mercado profissio-<br />
que uma porta só abra<br />
está<br />
imunodeprimido.<br />
nais que possuem espe-<br />
quando a outra estiver<br />
Além disso, deve ter um<br />
cialização na área des-<br />
completamente<br />
fecha-<br />
ar condicionado de alta<br />
se tipo de construção,<br />
da. Quando as duas por-<br />
pressão, com a revisão<br />
como especialista em<br />
tas estiverem fechadas<br />
sempre em dia e um fil-<br />
arquitetura<br />
hospitalar,<br />
o ar insuflado nela dilui<br />
tro de alta eficácia.<br />
engenheiros<br />
especiali-<br />
a contaminação que<br />
zados em construção e<br />
entrou quando a porta<br />
Para projetar um<br />
manutenção hospitalar.<br />
externa estava aberta.<br />
ambiente de saúde é<br />
O profissional capaci-<br />
Tapetes especiais tam-<br />
necessário ter conhe-<br />
tado na área entende<br />
bém são colocados para<br />
cimento das normas<br />
que, além da estética<br />
descontaminar solas de<br />
técnicas e legislações<br />
do ambiente, a escolha<br />
sapatos e rodas de car-<br />
que regem esse tipo de<br />
dos materiais também<br />
rinhos. As antecâmaras<br />
construção. A estrutura<br />
depende do contro-<br />
estão presentes tam-<br />
de um hospital é consi-<br />
le de infecção e riscos<br />
bém nos quartos de iso-<br />
derada complexa, pois<br />
de acidentes. Além dos<br />
lamento, onde se cria<br />
envolve áreas assisten-<br />
profissionais da área de<br />
uma barreira asséptica<br />
ciais, sociais e de servi-<br />
construção civil, os fun-<br />
impedindo a infecção<br />
ço onde o fluxo de cada<br />
cionários também pre-<br />
entre pacientes, acom-<br />
setor precisa ser deter-<br />
cisam ser capacitados<br />
150 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
BIOSSEGURANÇA<br />
e ensinados quanto à<br />
(CCIH). Notoriedade essa,<br />
to Rossete, em seu livro:<br />
importância da biosse-<br />
que cresceu mais ainda<br />
Biossegurança, "As infec-<br />
gurança e como se tra-<br />
e ganhou visualização<br />
ções hospitalares são res-<br />
tar no ambiente hospi-<br />
em todo o mundo, pelos<br />
ponsáveis pelo aumento<br />
talar, principalmente os<br />
casos de infecção pelo<br />
da morbidade das pato-<br />
que trabalham direta-<br />
vírus da imunodeficiência<br />
logias, tempo de inter-<br />
mente em áreas críticas,<br />
humana (HIV). Seguindo<br />
nação e custos das insti-<br />
no andar de internação<br />
a linha temporal, na déca-<br />
tuições de saúde", tendo,<br />
e salas limpas.<br />
da de 2000 houve um<br />
em consequência disso,<br />
aumento significativo de<br />
redução na rotatividade<br />
A Epidemiologia Hospi-<br />
infecções relacionadas à<br />
dos leitos. No Brasil, um<br />
talar é a ciência respon-<br />
assistência à saúde (IRAS)<br />
estudo<br />
encomendado<br />
sável por analisar o pro-<br />
por inúmeros fatores,<br />
pelo Ministério da Saú-<br />
cesso saúde - doença em<br />
como a resistência bac-<br />
de (MS) identificou que a<br />
coletividade, no referido<br />
teriana aos antibióticos,<br />
taxa de infecção hospita-<br />
ambiente. Ela é deter-<br />
evolução silenciosa das<br />
lar varia de 13% a 15%, o<br />
minante para o controle<br />
patologias e a elevação<br />
que é alto se comparado<br />
de infecções e passou a<br />
no índice da expectativa<br />
a taxas médias em paí-<br />
ganhar maior notabilida-<br />
de vida, tornando, desde<br />
ses desenvolvidos, que<br />
de quando, em 1950, na<br />
então, as contaminações<br />
gira em torno de 8%".<br />
Inglaterra, após um surto<br />
em ambiente hospita-<br />
Entretanto, como tam-<br />
causado por uma bacté-<br />
lar uma verdadeira vilã a<br />
bém avaliado pelo epide-<br />
ria chamada staphylococ-<br />
nível de saúde pública.<br />
miologista Marco Fábio<br />
cus, foi criada a primeira<br />
Ao adentrar no cenário<br />
Maestroni, em sua obra<br />
Comissão de Controle<br />
nacional, como citado<br />
"Biossegurança Aplicada<br />
de Infecção Hospitalar<br />
pelo autor Celso Augus-<br />
a Laboratórios e Servi-<br />
152 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
ços de Saúde", o proble-<br />
toriedade dos hospitais<br />
transmissíveis, com des-<br />
BIOSSEGURANÇA<br />
ma assume proporções<br />
do país de manter um<br />
taque para pessoas com<br />
maiores do que as esta-<br />
programa de controle<br />
suspeita de tuberculose<br />
tísticas existentes, visto<br />
de infecções hospitala-<br />
ocupacional.<br />
que é difícil de obter uma<br />
res (BRASIL, 1997). Nes-<br />
real dimensão, devido à<br />
se sentido, os resulta-<br />
Pode-se destacar a valo-<br />
constante modificação e<br />
dos dos programas de<br />
rização da biosseguran-<br />
a evolução dos patóge-<br />
prevenção e controle de<br />
ça para a prevenção de<br />
nos, e consequente falta<br />
infecção adquirida após<br />
complicações ocasiona-<br />
de percepção do nexo<br />
a admissão do paciente<br />
das por infecções hospi-<br />
causal entre o contágio<br />
na unidade hospitalar<br />
talares em procedimen-<br />
direto ou indireto, tanto<br />
dependem do envolvi-<br />
tos como o transplante<br />
daqueles que se inserem<br />
mento, tanto dos profis-<br />
de medula óssea, reali-<br />
na prestação de serviços<br />
sionais da saúde, quan-<br />
zado para substituir as<br />
de saúde, quanto aos<br />
to das demais pessoas<br />
células da medula em<br />
pacientes. Tal questão é<br />
inseridas, (MOURA et al.,<br />
pacientes doentes por<br />
agravada pela escassez<br />
2007, p 417). Contudo,<br />
células saudáveis, cujo<br />
de informação dos tra-<br />
constata-se a falta de<br />
quadro clínico é ocasio-<br />
balhadores da área sobre<br />
mapas de risco aos agen-<br />
nado por leucemia, lin-<br />
riscos ocupacionais aos<br />
tes biológicos e sinaliza-<br />
foma etc. Os pacientes<br />
quais estão expostos dia-<br />
ções. Além disso, nota-se<br />
transplantados<br />
levam<br />
riamente.<br />
em diversos hospitais,<br />
meses para recuperarem<br />
principalmente<br />
públi-<br />
o seu sistema imunoló-<br />
Ademais, a Lei n. 9.431,<br />
cos, a inexistência de<br />
gico, pois os linfocitos<br />
de 6 de janeiro de 1997,<br />
infra-estrutura para iso-<br />
tendem a se restabele-<br />
regulamentou a obriga-<br />
lamentos para doenças<br />
cer de forma lenta, ou<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
153
BIOSSEGURANÇA<br />
seja, são mais vulneráveis<br />
às infecções, poden-<br />
tes. Ademais, deve ser<br />
priorizada a diminuição<br />
De acordo com as informações<br />
citadas previa-<br />
do ocasionar, assim,<br />
do tempo de interna-<br />
mente, o hospital é con-<br />
complicações graves no<br />
ção (Barbosa, 2022). É<br />
siderado uma estrutura<br />
seu quadro clínico. Pos-<br />
importante<br />
ressaltar<br />
complexa com vários flu-<br />
to isso, é indispensável<br />
também que as doen-<br />
xos internos. O enten-<br />
que eles sejam manti-<br />
ças fúngicas, as quais<br />
dimento de que cada<br />
dos em ambientes que<br />
são invasivas (DFIs),<br />
processo dentro dele, se<br />
estejam em conformida-<br />
correspondem a uma<br />
realizado de forma cor-<br />
de com a biosseguran-<br />
das causas mais fre-<br />
reta tem uma parcela<br />
ça, tais como: quartos<br />
quentes de pneumonia<br />
de ajuda no combate de<br />
individuais que possu-<br />
hospitalar em pacien-<br />
riscos e infecções dentro<br />
am filtração do ar, pois<br />
tes que sofreram trans-<br />
da instituição: desde um<br />
as unidades hospitala-<br />
plantes, sendo ocasio-<br />
produto que é recebido,<br />
res apresentam altos<br />
nada pela inalação de<br />
até o lixo descartado.<br />
níveis de patógenos<br />
fungos presentes no<br />
Desse modo, é neces-<br />
resistentes. Consequen-<br />
ambiente.<br />
(ANDRADE,<br />
sário o treinamento da<br />
temente, essas medi-<br />
2021). Reforça, assim, a<br />
equipe para que tudo<br />
das devem ser unidas<br />
importância da imple-<br />
ocorra de maneira apro-<br />
ao uso de luvas, capo-<br />
mentação das normas<br />
priada, minimizando ris-<br />
tes, isolamento protetor<br />
de biossegurança no<br />
cos de contaminações. O<br />
e pelo uso adequado<br />
âmbito hospitalar para<br />
sistema de ar condicio-<br />
dos outros EPIs, como<br />
a prevenção de compli-<br />
nado precisa de atenção<br />
uso de máscaras pelos<br />
cações, durante e após<br />
especial nos hospitais, o<br />
profissionais da unida-<br />
o transplante, no qua-<br />
ideal é ter uma equipe<br />
de, visitantes e pacien-<br />
dro clínico do paciente.<br />
específica para manu-<br />
154 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
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esse equipamento é um<br />
no ambiente hospitalar,<br />
quado das instituições<br />
grande colaborador no<br />
visto que é compreen-<br />
hospitalares. E também<br />
controle de infecções.<br />
dida como um conjunto<br />
a Lei n. 9.431, de 6 de<br />
Desse modo, para que o<br />
de medidas que visam<br />
janeiro de 1997 que foi<br />
sistema de climatização<br />
minimizar os riscos para<br />
responsável por regu-<br />
seja eficiente na limpeza<br />
a saúde de todos indi-<br />
lamentar a obrigatorie-<br />
do ar, é necessário rea-<br />
víduos presentes nesse<br />
dade nos hospitais do<br />
lizar uma manutenção<br />
ambiente, e que está<br />
país em manter um pro-<br />
periódica obrigatória do<br />
presente desde do início<br />
grama de controle de<br />
sistema de climatização<br />
do planejamento dessas<br />
infecções<br />
hospitalares,<br />
PMOC (Plano de Manu-<br />
instituições até no seu<br />
no qual esse controle é<br />
tenção e Controle de Sis-<br />
uso diário adequado,<br />
determinado pela Epi-<br />
temas de Climatização).<br />
dessa forma é um tema<br />
demiologia<br />
Hospitalar,<br />
Considerando assim, que<br />
que vem se expandin-<br />
a qual analisa o proces-<br />
para o hospital funcionar<br />
do. É válido ressaltar a<br />
so de saúde e doença<br />
de maneira correta, os<br />
importância quanto ao<br />
em coletividade, que<br />
equipamentos e equipes<br />
conhecimento<br />
acerca<br />
passou a ganhar maior<br />
precisam estar funcionan-<br />
das medidas dispostas<br />
notoriedade a partir de<br />
do de forma adequada,<br />
nas normas regulamen-<br />
casos infecções cau-<br />
com manutenção e trei-<br />
tadoras de segurança<br />
sados pelos: surtos da<br />
namento em dia.<br />
pelos profissionais da<br />
bactéria staphylococcus,<br />
saúde, tal como a RDC-<br />
pelo vírus da imunode-<br />
Com base nas informa-<br />
50, por estar relaciona-<br />
ficiência humana (HIV) e<br />
ções supracitadas, con-<br />
da com a avaliação dos<br />
pelas infecções relacio-<br />
clui-se que a biossegu-<br />
projetos estruturais e<br />
nadas à assistência à saú-<br />
156 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
de (IRAS). As salas limpas<br />
que estão transmitindo<br />
esteja integralmente em<br />
BIOSSEGURANÇA<br />
possuem um controle<br />
alguma doença infec-<br />
concordância com a bios-<br />
específico, o qual apre-<br />
ciosa, como, por exem-<br />
segurança.<br />
senta grande relevância,<br />
no âmbito hospitalar para<br />
o controle de contaminações<br />
e são projetadas de<br />
acordo com as exigências<br />
da norma NBR ISO 14644<br />
de 2004. Outra área presente<br />
na estrutura hospitalar,<br />
que possui um<br />
gerenciamento semelhante<br />
para o combate às<br />
infecções, são os quartos<br />
de isolamentos, ou seja, o<br />
local onde ficam pacientes<br />
imunodeprimidos ou<br />
plo, pacientes que realizaram<br />
transplante de<br />
medula óssea. Portanto,<br />
como citado anteriormente,<br />
o hospital possui<br />
uma estrutura complexa,<br />
na qual todas as áreas<br />
devem ter uma estrutura<br />
adequada, assim como<br />
treinamento apropriado<br />
para uma efetiva utilização<br />
da mesma. Só assim,<br />
haverá a possibilidade de<br />
que a instituição de saúde,<br />
de alta complexidade,<br />
Referências:<br />
ANDRADE, A.A et al. Cuidados transplantado de<br />
medula óssea: Uma abordagem para prevenção<br />
de doenças infecciosas. <strong>Revista</strong> Conexão UEPG,<br />
v.17, n.1, p.1, (2021).<br />
BARBOSA, C.M. et al. Infecções Relacionadas Ao<br />
Transplante De Medula Óssea. Tópicos Atuais Em<br />
Saúde I: Abordagens Sobre Saúde, Doença E Cuidado,<br />
1(1), 147-173, (2022).<br />
COSTA BORTOLUZZI, T.V., et al. Quartos De Isolamento<br />
Em Unidades De Urgência E Emergência:<br />
Sinergia Entre Legislação E Prática?. Arquitetura<br />
<strong>Revista</strong>, 16(1), 119-136 (2020).<br />
CAMELO, S.H.H. Controle e prevenção de infecção<br />
hospitalar. Editora Pearson (2018).<br />
MARTINS, Caio Rodrigues; PIDDE, Mariana<br />
Gomes. Sala Limpa: Aspectos Gerais, Orçamento<br />
E Montagem Dos Painéis Isotérmicos. TCC. Curso<br />
de Engenharia Civil. Unievangélica, Anápolis,<br />
GO. 81 p. (2018)<br />
MASTROENI, M.F., Biossegurança aplicada a<br />
laboratórios e serviços de saúde. Atheneu, 1a.<br />
edição. (2010).<br />
HERTZOG, N.R. Gestão da pandemia Coronavírus<br />
em um hospital: relato de experiência profissional.<br />
Journal of Nursing & Health, 10(4), (2020).<br />
PENTEADO, M.S. Infraestrutura de biossegurança<br />
para agentes biológicos em hospitais do sul do<br />
Estado da Bahia, Brasil in <strong>Revista</strong> Brasileira de Enfermagem,<br />
Volume: 76, Issue: 3, Published: (2023).<br />
ROSSETE, C.A. Biossegurança. São Paulo. Pearson.<br />
(2016).<br />
Autores:<br />
Jorge Luiz Silva Araújo-Filho<br />
(@dr.biossegurança)<br />
Biólogo, mestre em patologia, doutor em biotecnologia;<br />
palestrante e consultor em biossegurança.<br />
Contato: drbiosseguranca@gmail.com<br />
Leticia Oliveira Azevedo<br />
Arquiteta pela Universidade Católica de<br />
Pernambuco e especialista em Arquitetura<br />
Hospitalar pelo Hospital Albert Einstein<br />
Maria Helenna Valadares da Rocha<br />
Acadêmica de Medicina, UNINASSAU<br />
Maria Rayane Leandro Cordeiro<br />
Acadêmica de Medicina, UNINASSAU<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
157
CITOMETRIA DE FLUXO<br />
5 ÁREAS DE ATUAÇÃO DO CITOMETRISTA<br />
Por Helena Varela de Araújo, Rafaele Loureiro Azevedo, Fernanda Vitelli, Bruna Garcia Nogueira<br />
O profissional que trabalha<br />
com citometria<br />
de fluxo é chamado de<br />
citometrista. Geralmente<br />
com formação em biomedicina,<br />
farmácia ou<br />
ciências biológicas, esse<br />
profissional especializado<br />
pode trabalhar em<br />
diversas áreas, uma vez<br />
que a técnica é utilizada<br />
em abordagens diversas.<br />
Hoje mostraremos aqui<br />
algumas áreas onde<br />
encontramos citometristas,<br />
algumas delas<br />
pouco conhecidas!<br />
1. Pesquisa científica<br />
Talvez seja a área com<br />
maior número de profissionais<br />
envolvidos com<br />
citometria de fluxo.<br />
O citometrista desempenha<br />
um papel crucial<br />
na interpretação dos<br />
resultados, identificando<br />
e caracterizando diferentes<br />
subpopulações<br />
celulares com base em<br />
expressão de proteínas<br />
e outros parâmetros. Sua<br />
habilidade em analisar<br />
dados complexos permite<br />
a detecção de padrões<br />
significativos e a extração<br />
de informações valiosas<br />
para a compreensão de<br />
processos biológicos.<br />
Além disso, o citometrista<br />
frequentemente colabora<br />
com outros pesquisadores,<br />
contribuindo para<br />
estudos interdisciplinares<br />
e trazendo uma perspectiva<br />
especializada à<br />
equipe de pesquisa. Sua<br />
expertise não se limita<br />
apenas à operação de instrumentos,<br />
mas também<br />
inclui uma compreensão<br />
profunda das aplicações<br />
específicas da citometria<br />
de fluxo em diferentes<br />
contextos de pesquisa,<br />
como oncologia, imunologia,<br />
neurociência e<br />
outras áreas.<br />
Em suma, o citometrista<br />
desempenha um<br />
papel crucial na pesquisa<br />
científica, capacitando<br />
a comunidade<br />
científica a realizar descobertas<br />
inovadoras<br />
e a avançar no entendimento<br />
da biologia<br />
celular e molecular.<br />
2. Hematologia<br />
Na hematologia, o citometrista<br />
desempenha<br />
papel central na análise<br />
de amostras hematológicas,<br />
como sangue,<br />
medula óssea e linfonodos,<br />
permitindo a identificação<br />
e caracterização<br />
de diversas populações<br />
celulares presentes.<br />
Além disso, desempenha<br />
um papel crucial na<br />
detecção de distúrbios<br />
hematológicos, como<br />
leucemias e linfomas, ao<br />
avaliar a expressão de<br />
marcadores específicos<br />
158 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
em células sanguíneas.<br />
Essa abordagem possibilita<br />
um diagnóstico mais<br />
rápido e preciso, influenciando<br />
diretamente o<br />
plano de tratamento<br />
adotado para o paciente.<br />
3. Imunologia<br />
Na imunologia, o citometrista<br />
é responsável por<br />
realizar experimentos<br />
que permitam a identificação<br />
e caracterização<br />
de diferentes subpopulações<br />
de células imunes,<br />
como linfócitos T, linfócitos<br />
B, células NK e outros<br />
subtipos específicos. Isso<br />
envolve a escolha estratégica<br />
de marcadores de<br />
superfície e a configuração<br />
adequada dos parâmetros<br />
do equipamento<br />
de citometria de fluxo.<br />
Além disso, o citometrista<br />
contribui para a<br />
avaliação funcional das<br />
células do sistema imunológico,<br />
analisando<br />
marcadores associados<br />
à ativação, diferenciação<br />
e função efetora.<br />
Essa análise detalhada é<br />
crucial para entender as<br />
respostas imunológicas<br />
em diferentes contextos,<br />
como infecções, doenças<br />
autoimunes e processos<br />
inflamatórios.<br />
4. Reprodução humana<br />
Uma área não tão<br />
comum de atuação do<br />
citometrista é a reprodução<br />
humana. Principalmente<br />
na avaliação<br />
de amostras de sêmen,<br />
a citometria de fluxo é<br />
utilizada para analisar o<br />
potencial de fertilidade<br />
de espermatozoides.<br />
5. Indústria<br />
Por fim, o profissional de<br />
citometria de fluxo pode<br />
trabalhar na indústria, em<br />
empresas que fornecem<br />
equipamentos e reagentes<br />
destinados à experimentos<br />
na área. São conhecidos<br />
como assessores<br />
científicos e têm o papel<br />
de auxiliar clientes em<br />
questões técnicas, como<br />
escolha de reagentes,<br />
procedimentos técnicos,<br />
montagem de experimentos<br />
e dúvidas referentes a<br />
equipamentos.<br />
CITOMETRIA DE FLUXO<br />
Autoras:<br />
Helena Varela de Araújo<br />
Biomédica graduada pela UFRN e pela University of Kent<br />
(Inglaterra). Especialista em Hematologia pelo Hospital<br />
Albert Einstein. Tem MBA em Gestão de Saúde pelo Centro<br />
Universitário São Camilo. Aluna de cursos na área de Marketing<br />
na ESPM. Foi assistente técnica do laboratório de citometria de<br />
fluxo do Whitehead Institute, MIT. Atualmente é supervisora<br />
do laboratório de citometria clínica do Beth Israel Deaconess<br />
- Harvard Medical School. Fundadora do @HemoFlow, maior<br />
página de ensino em citometria de fluxo do Instagram.<br />
Rafaele Loureiro de Azevedo<br />
Bióloga graduada pela Universidade Estácio de Sá,<br />
CRBio/RJ 121828/02-D. Especialista em hematologia<br />
pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Mestre em<br />
Imunobiológicos por BioManguinhos/Fundação Oswaldo<br />
Cruz. Atualmente é analista de inovação e operações<br />
farmacêuticas da Fiocruz/RJ. Tem experiência em<br />
Controle de Qualidade, Citometria de Fluxo e expressão de<br />
anticorpos monoclonais in vitro. É criadora de conteúdo e<br />
professora do @HemoFlow.<br />
Bruna Garcia Nogueira<br />
Farmacêutica graduada pela UnB, CRF/SP 95286.<br />
Especialista em Hematologia pelo Hospital Albert<br />
Einstein, com aperfeiçoamento em Citometria de<br />
Fluxo pelo Hospital das Clínicas da FMUSP. Analista<br />
especializada em citometria de fluxo no Hospital<br />
Albert Einstein. Criadora de conteúdo e professora<br />
do @HemoFlow<br />
Fernanda Vitelli Lins<br />
Formada em Biomedicina pela Universidade<br />
Católica de Brasília, Mestre em Patologia Molecular<br />
pela Universidade de Brasília. Atualmente Flow<br />
Cytometry Senior Specialist no Children's Research<br />
Institute at UT Southwestern Medical Center.<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
159
LOGÍSTICA LABORATORIAL<br />
DOCUMENTOS PARA LOGÍSTICA DE<br />
PRODUTOS DE INTERESSE A SAÚDE.<br />
Pensando em armazenar<br />
produtos de interesse a<br />
saúde, o Operador Logístico<br />
necessita obter licenças<br />
regulatórias de acordo<br />
com as resoluções da AN-<br />
VISA, que são fiscalizadas<br />
pelas vigilâncias sanitárias<br />
de cada município.<br />
Na Prime Storage, onde<br />
em seu escopo, o seguimento<br />
para a prestação<br />
dos serviços logísticos<br />
em produtos de interesse<br />
a saúde possui grande<br />
relevância, o foco na<br />
vigência de suas licenças<br />
é primordial, pois para<br />
a renovação destas, um<br />
processo de inspeção sanitária<br />
é realizado por órgão<br />
fiscalizador garantindo<br />
assim as Boas Práticas<br />
de acordo com as resoluções:<br />
• RDC 430 de 08 de outubro<br />
de 2020, que dispõe<br />
sobre as Boas Práticas de<br />
Distribuição, Armazenagem<br />
e de Transporte de<br />
Medicamentos;<br />
• RDC 653 de 24 de março<br />
de 2022, que altera (complementa)<br />
a resolução<br />
colegiada – RDC 430 de<br />
08 de outubro de 2020;<br />
• RDC 665 de 30 de março<br />
de 2022, que dispõe sobre<br />
as Boas Práticas de Fabricação<br />
de Produtos Médicos e<br />
Produtos para Diagnóstico<br />
de Uso In Vitro;<br />
• Portaria/SVS 344 de 12<br />
de maio de 1998 que,<br />
aprova o Regulamento<br />
Técnico sobre substâncias<br />
e medicamentos sujeitos<br />
a controle especial;<br />
• RDC 504 de 27 de maio<br />
de 2021, que dispõe sobre<br />
as Boas Práticas para<br />
o transporte de material<br />
biológico humano.<br />
Com o resultado positivo<br />
destas inspeções, a Prime<br />
Storage também assegura<br />
o cumprimento dos requisitos<br />
de seus clientes<br />
neste seguimento. Dispondo<br />
de infraestrutura<br />
para o armazenamento<br />
dos materiais em área<br />
adequada que permita o<br />
monitoramento de temperatura<br />
e conservação<br />
deles, fatores estes relacionados<br />
diretamente a<br />
integridade dos produtos<br />
de interesse a saúde.<br />
Além das licenças mandatórias<br />
para a logística<br />
de produtos de interesse<br />
a saúde, a Prime Storage<br />
possui ISO9001/2015<br />
– requisitos, bem como<br />
CBPDA - CERTIFICADO DE<br />
BOAS PRÁTICAS DE AR-<br />
MAZENAMENTO E DISTRI-<br />
BUIÇÃO DE PRODUTOS<br />
PARA SAÚDE, emitido pela<br />
ANVISA e encontra-se em<br />
processo de implantação<br />
da norma ISO14001/2015<br />
para a melhoria contínua<br />
de seus processos e garantia<br />
de que produtos de<br />
interesse a saúde estejam<br />
em um ambiente adequado<br />
a este perfil.<br />
Importante ressaltar que<br />
para a emissão das licenças<br />
regulatórias mandatórias,<br />
o Operador logístico<br />
deve possuir o<br />
LTA - Laudo Técnico de<br />
Aprovação, validado pela<br />
vigilância sanitária local,<br />
o que pode garantir que<br />
a infraestrutura do local<br />
seja adequada para atendimento<br />
a este tipo de<br />
prestação de serviço.<br />
160 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
As principais licenças<br />
são:<br />
• AFE- Autorização de<br />
Funcionamento publicada<br />
pela ANVISA em Diário<br />
Oficial para armazenagem<br />
de produtos para<br />
saúde/correlatos;<br />
• AFE- Autorização de<br />
Funcionamento publicada<br />
pela ANVISA em Diário<br />
Oficial para armazenagem<br />
de medicamentos e<br />
insumos;<br />
• AE- Autorização de Funcionamento<br />
Especial publicada<br />
pela ANVISA em<br />
Diário Oficial para armazenagem<br />
de medicamentos<br />
e insumos de controle<br />
especial;<br />
• AFE- Autorização de<br />
Funcionamento publicada<br />
pela ANVISA em<br />
Diário Oficial para armazenagem<br />
de cosméticos,<br />
perfumes e produtos de<br />
higiene;<br />
• AFE - Autorização de<br />
Funcionamento publicada<br />
pela ANVISA em<br />
Diário Oficial para armazenagem<br />
de saneantes<br />
Domissanitários;<br />
• Licença Sanitária – Vigilância<br />
Sanitária local,<br />
para armazenagem dos<br />
produtos de interesse a<br />
saúde acima descritos,<br />
bem como produtos biológicos<br />
e alimentos se for<br />
de interesse do Operador<br />
Logístico.<br />
• CRT – Certidão de regularidade<br />
técnica expedida<br />
pelo Conselho<br />
de classe pertinente ao<br />
profissional da saúde habilitado.<br />
(vale frisar que<br />
ao tratar de transporte,<br />
distribuição e armazenagem<br />
de medicamentos,<br />
insumos farmacêuticos,<br />
medicamentos de controle<br />
especial, insumos<br />
farmacêuticos de controle<br />
especial, a figura do<br />
responsável técnico deve<br />
ser exclusiva do profissional<br />
Farmacêutico, por<br />
atribuição única quanto<br />
a esta classe de produtos<br />
de interesse a saúde).<br />
• AVCB emitido pelo corpo<br />
de bombeiros;<br />
• CLI ou Alvará de localização<br />
do prédio, expedido<br />
pela Prefeitura local.<br />
No transporte, boa parte<br />
das licenças são de<br />
acordo com a descrição<br />
acima, com exceção do<br />
LTA – Laudo Técnico de<br />
Avaliação, que não é necessário<br />
o transportador<br />
obter e ao tipo de autorização<br />
- de armazenagem<br />
para transporte.<br />
Neste sentido a Prime<br />
Cargo possui todas as licenças<br />
mandatórias para<br />
o transporte de produtos<br />
de interesse a saúde, bem<br />
como possui certificação<br />
ISO9001/2015 – requisitos<br />
e encontra-se em processo<br />
de implantação da norma<br />
ISO14001/2015 para a<br />
melhoria contínua de seus<br />
processos e garantia de<br />
que produtos de interesse<br />
a saúde sejam transportados<br />
em veículos adequados<br />
a este perfil.<br />
Karina Ferreira,<br />
Vera Lucia Germano.<br />
Farmacêuticas / Responsáveis Técnicas<br />
Grupo Prime.<br />
LOGÍSTICA LABORATORIAL<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
161
INFORME DE MERCADO<br />
INFORMES DE MERCADO<br />
Esta Seção é um espaço publicitário dedicado para a divulgação e ou explanação<br />
dos produtos e lançamentos do setor.<br />
Área exclusiva para colaboradores anunciantes.<br />
Mais informações: comercial@newslab.com.br<br />
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armazenamento de amostras com<br />
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Principais Caracteristicas<br />
• Velocidades de processamento<br />
de até 500 tubos/hora<br />
• Software fácil de usar: permite<br />
que os usuários executem operações<br />
diárias sem o simples clique<br />
de um botão<br />
• A tecnologia sem toque permite<br />
usuários carreguem amostras sem<br />
qualquer interação de software<br />
• Controle o sistema simplesmente<br />
usando seu smartphone ou tablet<br />
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Roboticos<br />
Especificações técnicas<br />
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Capacidades de armazenamento<br />
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conosco:<br />
joseluis.avanzo@hamiltoncompany.com<br />
* Exemplos de tipos de material de laboratório usados. O Verso Q20 é capaz de armazenar praticamente<br />
qualquer material de laboratório no formato SBS.<br />
Para a capacidade de um tipo específico de material de laboratório, entre em contato com a<br />
Hamilton Company.<br />
162 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
INFORME DE MERCADO<br />
UM BOM INSTRUMENTO SÓ PODE SER USADO DA<br />
MELHOR MANEIRA COM ÓTIMOS ACESSÓRIOS E KITS”<br />
A HiMedia lançou os sistemas de<br />
extração automatizados baseados<br />
em esferas magnéticas - série Insta<br />
NX® Mag em 2020, logo no início<br />
da pandemia. As máquinas Insta<br />
NX® Mag32 e Mag96 foram instaladas<br />
em inúmeros laboratórios em<br />
todo o mundo. Desde o menor dos<br />
estandes de teste de COVID e laboratórios<br />
recém-criados, para centros<br />
privados e públicos. instalações de<br />
teste, os extratores Insta NX® Mag<br />
tornaram-se uma necessidade fundamental<br />
para acompanhar a carga<br />
de amostras em massa.<br />
A pandemia provocou uma revolução<br />
no campo da extração de ácidos<br />
nucleicos. A introdução do novo<br />
conceito de 'placas pré-preenchidas'<br />
trouxe uma reforma adicional<br />
na demanda por esses sistemas de<br />
extração automatizados. Esses kits<br />
têm todos os reagentes, incluindo<br />
grânulos magnéticos pré-dispensados<br />
nas placas. Dada a disponibilidade<br />
limitada de pessoal devido às<br />
normas do COVID, a enorme carga<br />
de amostras e o tempo gasto no pré-<br />
-processamento, essa ideia inovadora<br />
de placas pré-preenchidas ajudou<br />
a reduzir o tempo de pré-processamento<br />
e reduzir o TAT geral em 75%.<br />
Eventualmente, conforme o COVID<br />
diminuiu, a utilidade desses instrumentos<br />
foi inicialmente questionável<br />
com o declínio da carga de<br />
amostras. Na mesma época, a HiGenoMB®<br />
lançou o Insta NX® Mag16<br />
com capacidade de processamento<br />
de 16 amostras. O que tornou esse<br />
lançamento fascinante foi que, além<br />
das placas, o Insta NX® Mag16 pode<br />
processar até mesmo uma única<br />
amostra em um cartucho sem desperdiçar<br />
nenhum reagente ou material<br />
plástico. Os cartuchos pré-cheios<br />
HiPurA® são cartuchos individuais<br />
selados contendo reagentes para<br />
processar uma única amostra. Isso<br />
permite que os usuários finais usem<br />
a automação magnética para processar<br />
uma única amostra pela primeira<br />
vez. Acrescente-se a facilidade<br />
de utilização dos cartuchos, pois os<br />
técnicos apenas têm de adicionar<br />
a amostra, carregá-la na máquina e<br />
executar. Dependendo da carga da<br />
amostra, pode-se alternar facilmente<br />
entre placas e cartuchos.<br />
Dada a aceitabilidade e a enorme<br />
demanda por cartuchos pré-cheios,<br />
também projetamos o mesmo para<br />
Mag32, Mag32 PRO para clientes<br />
existentes usarem essas máquinas<br />
de acordo com a carga de amostra.<br />
Isso também impulsionará a indústria<br />
clínica e especialmente os laboratórios<br />
de patologia a fazer parte<br />
dessa transformação para a automação<br />
molecular. A equipe técnica<br />
da HiGenoMB®, a ala de biologia<br />
molecular da HiMedia, também tem<br />
trabalhado de perto na expansão do<br />
portfólio de produtos moleculares<br />
com kits de extração automatizados<br />
para as indústrias de sequenciamento,<br />
educação, forense, veterinária,<br />
alimentícia, biofarmacêutica e de<br />
pesquisa que já atendemos.<br />
HiMedia Laboratories<br />
www.himedialabs.com<br />
T : +55-11 981141515 | E : rgarcia@<br />
himedialabs.com<br />
164 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
lançamento<br />
Linha completa de<br />
Reagentes<br />
para Bioquímica<br />
Fale com nossa equipe e<br />
conheça as condições<br />
especiais de lançamento.<br />
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INFORME DE MERCADO<br />
A HORIBA MEDICAL EXPANDE O PORTFÓLIO DE QUÍMICA CLÍNICA<br />
COM O LANÇAMENTO DE TRÊS NOVOS ANALISADORES<br />
Trio de analisadores Yumizen C oferece novos níveis de sinergia entre<br />
instrumentos e reagentes para laboratórios de pequeno e médio porte.<br />
A HORIBA Medical, parceira confiável<br />
da indústria de diagnóstico clínico,<br />
anunciou hoje o lançamento<br />
de três novos analisadores de química<br />
clínica Yumizen C, oferecendo<br />
novos níveis de sinergia entre instrumentos<br />
e reagentes.<br />
Os analisadores Yumizen C, combinados<br />
com o pacote abrangente e de<br />
alta qualidade de reagentes HORIBA<br />
POINTE, fornecem resultados rápidos<br />
e confiáveis, graças ao seu hardware<br />
robusto e software avançado.<br />
Os novos equipamentos são respaldados<br />
pelo padrão ouro de serviço<br />
e suporte da HORIBA Medical, assegurando<br />
resultados consistentes e<br />
precisos para diagnósticos e monitoramento<br />
de pacientes.<br />
Esses dispositivos representam o<br />
compromisso da HORIBA Medical<br />
em fornecer soluções de diagnóstico<br />
avançadas e confiáveis para<br />
laboratórios de médio e pequeno<br />
porte, permitindo que os profissionais<br />
de saúde ofereçam um cuidado<br />
de qualidade aos pacientes.<br />
Para laboratórios de médio porte,<br />
a HORIBA Medical está lançando<br />
o analisador Yumizen C560, um<br />
modelo de chão de alto desempenho<br />
que oferece recursos de ponta<br />
normalmente encontrados apenas<br />
em grandes sistemas integrados.<br />
Além do Yumizen C560, a HORIBA<br />
Medical está lançando os analisadores<br />
Yumizen C240 e Yumizen<br />
C230. O Yumizen C240 é uma opção<br />
compacta e eficiente em termos de<br />
custo, com capacidades completas<br />
de operação automática e recursos<br />
avançados para laboratórios de<br />
médio a pequeno porte. O Yumizen<br />
C230 é projetado para laboratórios<br />
menores, com recursos avançados<br />
e fáceis de usar.<br />
Os novos analisadores clínicos<br />
Yumizen C serão apresentados no<br />
Congresso Brasileiro de Patologia<br />
Clínica, de 5 a 7 de setembro, no<br />
centro de eventos Pro Magno em<br />
São Paulo.<br />
Visite-nos no estande #81<br />
Sobre a HORIBA Medical:<br />
HORIBA Medical é uma empresa<br />
líder em diagnóstico clínico, fornecendo<br />
soluções avançadas e confiáveis<br />
para laboratórios em todo o<br />
mundo. Com uma história de inovação<br />
e excelência, a HORIBA Medical<br />
está comprometida em fornecer<br />
tecnologias de ponta que permitam<br />
diagnósticos precisos e rápidos<br />
para melhorar a saúde e o bem-estar<br />
dos pacientes.<br />
Para mais informações sobre a<br />
HORIBA Medical e seus produtos,<br />
visite: www.horiba.com/br/med.<br />
HORIBA Medical Brasil<br />
Tel.: (11) 2923-5400<br />
E-mail: marketing.br@horiba.com<br />
166 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
INFORME DE MERCADO<br />
ANÁLISE DE TALASSEMIAS COM CELLTAC RDW-SD:<br />
UM PARÂMETRO POTENCIAL PARA IDENTIFICAÇÃO<br />
DE ANEMIAS.<br />
A Talassemia, também denominada<br />
como Anemia do Mediterrâneo<br />
devido a maioria dos casos<br />
descobertos inicialmente serem<br />
habitantes próximos ao Mar<br />
do Mediterrâneo, é um tipo de<br />
hemoglobinopatia<br />
quantitativa,<br />
hereditária, decorrentes de mutações<br />
nos genes das globinas que<br />
promovem redução ou ausência<br />
de síntese de uma ou mais das<br />
cadeias de globina, formadoras da<br />
hemoglobina. O resultado dessas<br />
alterações moleculares ocasiona<br />
desequilíbrio na produção das<br />
cadeias tendo como maior consequência<br />
a eritropoese ineficaz.<br />
A Talassemia é classificada como<br />
anemia hipocrômica microcítica,<br />
tendo essa característica muito<br />
similar à anemia ferropriva, sendo<br />
que esta última é um estado, no<br />
qual há redução da quantidade<br />
total de ferro corporal e o fornecimento<br />
de ferro é insuficiente<br />
para atingir as necessidades de<br />
diferentes tecidos, incluindo, prin-<br />
cipalmente, as necessidades para<br />
a formação de hemoglobina e dos<br />
glóbulos vermelhos.<br />
Devido a essa similaridade,<br />
especialmente no hemograma,<br />
há a necessidade de uma rápida<br />
identificação diagnóstica, pois<br />
isso auxiliará o médico no melhor<br />
manejo do paciente. Assim como<br />
todos os analisadores hematológicos<br />
da Nihon Kohden, o Celltac<br />
ES (MEK-7300) possui o parâmetro<br />
RDW-SD, um parâmetro eficaz<br />
que aliado ao uso de duas agulhas<br />
distribui a amostra em suas<br />
respectivas câmaras, reduzindo o<br />
arraste - Carry Over-, e tornando<br />
seus resultados mais precisos.<br />
Verificamos a eficácia do parâmetro<br />
RDW-SD do Celltac ES (MEK-<br />
7300) como um parâmetro potencial<br />
para identificação de anemia,<br />
comparando contagens de células<br />
sanguíneas relacionadas com RBC<br />
e histogramas para talassemia e<br />
anemia ferropriva. Então, encontramos<br />
diferença significativa no<br />
RDW-SD de pacientes com talassemia<br />
e anemia ferropriva enquanto<br />
o RDW-CV e histogramas não<br />
mostram diferenças significativas.<br />
Para o rastreio de talassemia, o<br />
RDW-SD do Celltac ES (MEK-7300)<br />
efetivamente fornece dados eficazes<br />
para um diagnóstico preciso<br />
do médico, como mostrado<br />
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168 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
ÍNDICE DE MENTZER E RDWI: PARÂMETROS PARA<br />
DIFERENCIAÇÃO DA ANEMIA FERROPRIVA E<br />
TALASSEMIA EM CASOS DE ANEMIA MICROCÍTICA<br />
O diagnóstico diferencial das anemias<br />
microcíticas é complexo e a<br />
sua investigação laboratorial tem<br />
um custo alto. O uso de índices<br />
ou parâmetros para racionalizar<br />
a abordagem diagnóstica tem<br />
sido proposto para contornar essa<br />
problemática.<br />
INFORME DE MERCADO<br />
Para auxiliar na identificação da<br />
causa da anemia microcítica, foi<br />
descrito em 1973 por William C.<br />
Mentzer, o Índice de Mentzer, sendo<br />
útil na diferenciação da anemia<br />
ferropriva de beta-talassemia. O<br />
índice é gerado a partir dos resultados<br />
de um hemograma, sendo<br />
utilizados os parâmetros:<br />
• VCM - Volume corpuscular médio<br />
(em fL)<br />
• RBC - Contagem global de<br />
eritrócitos (RBC, em milhões por<br />
microlitro).<br />
Existe um valor de corte para o<br />
Índice de Mentzer, sendo que<br />
valores abaixo deste é dito ser<br />
mais provável a beta talassemia<br />
e acima anemia ferropriva. Para<br />
entender a utilização deste índice<br />
o princípio é o seguinte:<br />
Na deficiência de ferro, a produção<br />
de eritrócitos na medula está<br />
diminuída. Estes eritrócitos por sua<br />
vez são pequenos (microcíticos), de<br />
modo que a contagem de ambos<br />
parâmetros serão baixos e como<br />
resultado, o índice será maior do<br />
que o valor de corte. Por outro lado,<br />
nos casos de talassemias, a anemia<br />
microcítica é resultante de um erro<br />
na síntese de cadeias globínicas<br />
com consequente diminuição da<br />
hemoglobina, sendo a produção<br />
dos eritrócitos em quantidade normal<br />
mas são mais frágeis e menores<br />
com volume corpuscular médio<br />
baixo (microcítica), de modo que o<br />
índice será menor que o valor de<br />
corte. Além do Índice de Mentzer, o<br />
equipamento Celltac G (MEK-9100),<br />
Celltac G+ (MEK-9200) e Celltac<br />
Alpha e Alpha+ da Nihon Kohden<br />
tem um parâmetro adicional, o<br />
RDWI. Este parâmetro é utilizado<br />
em conjunto com o Índice de Mentzer<br />
e aumenta significativamente<br />
a sensibilidade e especificidade na<br />
diferenciação da anemia ferropriva<br />
e beta talassemia e consequentemente<br />
o diagnóstico final.<br />
Estes índices são úteis na orientação<br />
ao médico e sem custo<br />
adicional, direcionando ao melhor<br />
diagnóstico e a melhor tratativa<br />
por parte da equipe médica.<br />
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<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
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dos vírus herpes simplex 1 (HSV-1)<br />
e vírus herpes simplex 2 (HSV-2)<br />
em plasma humano.<br />
Seu uso é destinado como auxiliar<br />
no diagnóstico da infecção por<br />
HSV e no monitoramento da carga<br />
viral de HSV-1 e HSV-2 em indivíduos<br />
com infecção por HSV.<br />
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tem o objetivo de capacitar estudantes<br />
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aos nossos alunos uma experiência<br />
única de ensino 100% digital<br />
através de um aprendizado multidisciplinar<br />
Márcio Mello / Flávio Naoum /<br />
Milena Cabral/ Flávia Frattani /<br />
Gustavo de Castro / Guilherme<br />
Dienstmann/ Patrick Menezes /<br />
Thiago e Larissa Santana/ Carlos<br />
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Amanda Ribeiro / Felipe Almeida<br />
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prática clínica. A missão do projeto<br />
é ofertar ensino de excelência e<br />
com valor acessível para todos.<br />
Módulos do curso<br />
Os alunos da Academia das Análises<br />
clínicas têm acesso aos 15 módulos<br />
do curso: 1-Gestão da Qualidade<br />
em Medicina Laboratorial; 2-Biossegurança<br />
laboratorial; 3-Matemática<br />
Público-alvo<br />
Acadêmicos e profissionais das<br />
laboratorial; 4-Bases do raciocínio<br />
áreas de biologia, biomedicina, farmácia,<br />
técnicos em laboratórios de<br />
clínico laboratorial; 5-Bioquímica<br />
clínica; 6-Hematologia laboratorial<br />
análises clínicas e áreas afins.<br />
(+leitura de lâminas); 7-Hemostasia<br />
& coagulação; 8-Imunohematologia<br />
+ hemoterapia; 9-Uroanálise;<br />
Formato das aulas<br />
As aulas são 100% digital no formato<br />
podcast (gravadas com resolu-<br />
10-Líquor; 11-Parasitologia; 12-Microbiologia;<br />
13-Micologia; 14-Imunologia;<br />
15-Biologia molecular;<br />
ção em 4k) e encontros ao vivo pela<br />
plataforma zoom. Todas as aulas ao<br />
vivo ficam salvas e disponíveis posteriormente<br />
após a sua realização<br />
na plataforma Eduzz durante todo<br />
o período do curso (12 meses).<br />
Módulos Bônus<br />
Além dos módulos ofertados no<br />
curso, os alunos têm acesso seguintes<br />
cursos bônus: 1-Interpretação<br />
clínica de exames laboratoriais<br />
Equipe de professores<br />
A equipe de professores é formada<br />
por alguns dos maiores profissionais<br />
(valores ótimos e desejáveis dos<br />
resultados); 2- Preparatório para<br />
concursos- nível técnico e superior;<br />
da medicina laboratorial<br />
no Brasil, incluindo vários autores<br />
de livros da área, e com ampla<br />
vivência científica e profissional,<br />
entre eles: Telma Lemos / Marcos<br />
Fleury /Paulo Murilo Neulfeld/<br />
João Neto/ Raimundo Gomes/<br />
Certificado<br />
Ao final do curso será emitido um<br />
certificado de atualização profissional<br />
em análises clínicas válido em<br />
todo o território nacional com 200<br />
horas de atividades acadêmicas.<br />
Investimento<br />
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Maiores informações pelo WhatsApp<br />
(21) 976619197 ou pelo instagram<br />
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Coordenador da Academia das<br />
Análises Clínicas<br />
Prof. Rodolfo Fernandes. Farmacêutico<br />
Bioquímico. Mestre em<br />
Saúde, Medicina Laboratorial e<br />
Tecnologia Forense pela Universidade<br />
do Estado do Rio de Janeiro<br />
(UERJ). Especialista em Ciências do<br />
Laboratório Clínico pela Universidade<br />
Federal do Rio de Janeiro<br />
(UFRJ). Possui formação técnica<br />
em análises pelo Colégio Estadual<br />
Bangu (CEB). Foi aprovado e classificado<br />
em 11 concursos públicos<br />
em análises clínicas (3x segundo<br />
colocado). Atua no departamento<br />
de análises clínicas da Prefeitura<br />
do Rio de Janeiro e no departamento<br />
de medicina transfusional<br />
da Prefeitura de Angra dos Reis-RJ.<br />
Também é escritor e autor do livro<br />
físico inédito no mundo: ‘Interpretação<br />
Clínica de Exames Laboratoriais<br />
na COVID-19'. Já ministrou<br />
aulas, cursos e palestras em 23<br />
estados do país em diferentes<br />
eventos científicos e congressos<br />
nas áreas de farmácia, nutrição,<br />
biomedicina e medicina. Exemplo<br />
vivo que a persistência, dedicação<br />
e a fé em Deus podem transformar<br />
nossos sonhos em realidade.<br />
172 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
INFORME DE MERCADO<br />
TESTES PARA DIAGNÓSTICO DE DENGUE (DENV), ZIKA<br />
(ZIKV) E CHIKUNGUNYA (CHIKV)<br />
Os algoritmos de diagnóstico, recomendados<br />
pelas entidades médicas,<br />
incluem métodos moleculares<br />
e sorológicos:<br />
Testes virológicos – Métodos diretos<br />
Permitem a identificação direta do<br />
vírus ou de um de seus componentes,<br />
sendo os principais a detecção<br />
de sequências genômicas, de antígenos<br />
e o isolamento.<br />
De acordo com a apresentação<br />
clínica, o contexto epidemiológico<br />
e a disponibilidade de ensaios de<br />
RT-PCR, a detecção de DENV, CHIKV<br />
e ZIKV pode ser testada sequencialmente<br />
ou em paralelo.<br />
Conheça os exames disponíveis no Lab Rede:<br />
Nome do exame<br />
Sorologia Dengue IgG<br />
Sorologia Dengue IgM<br />
Dengue, pesquisa do antígeno NS1<br />
Vírus da Dengue, Teste Molecular<br />
Painel Molecular de Arboviroses (Dengue,<br />
Zika e Chikungunya)<br />
Anticorpos Anti Chikungunya IgG e IgM<br />
Zika Vírus Anticorpos IgG<br />
Mnemônico<br />
DENGSA<br />
DENMSA<br />
NS1SA<br />
DENV<br />
DCZ<br />
CHIKSA<br />
ZIKGSA<br />
A sensibilidade dos testes moleculares<br />
depende do nível de RNA viral na<br />
amostra biológica e da sua dinâmica<br />
temporal em relação ao início dos<br />
sintomas. Enquanto ZIKV tipicamente<br />
mostra viremia curta e baixa, DENV e<br />
CHIKV podem ser detectados no soro<br />
por até 7 e 8 dias, respectivamente.<br />
Durante a fase aguda da infecção,<br />
o soro é a amostra preferencial<br />
para os testes de RT-PCR. Resultado<br />
RT-PCR negativo pode ser causado<br />
por uma fase virêmica já concluída<br />
e, nesse caso, podem ser realizados<br />
os testes sorológicos.<br />
Durante a fase aguda, o antígeno<br />
DENV NS1 também pode ser detectado<br />
no soro, na infecção primária ou<br />
secundária. O período de detecção é<br />
maior na infecção primária e a sensibilidade<br />
da detecção do NS1 também<br />
varia entre os sorotipos de DENV.<br />
Testes sorológicos – Métodos<br />
indiretos<br />
Baseiam-se na detecção da resposta<br />
imune à infecção viral, anticorpos<br />
que são detectados principalmente<br />
no soro. A sensibilidade dos métodos<br />
depende, sobretudo, da dinâmica<br />
temporal da produção de anticorpos.<br />
Na infecção primária, os anticorpos<br />
IgM anti-DENV aumentam ao longo<br />
da primeira semana após o início dos<br />
sintomas, enquanto os IgG podem<br />
ser detectados entre o 5º e o 7º dias.<br />
Zika Vírus Anticorpos IgM<br />
Zika Vírus, Teste Molecular – Pesquisa no<br />
sangue<br />
Zika Vírus, Teste Molecular – Pesquisa na<br />
urina ou líquor<br />
Durante uma infecção secundária por<br />
DENV, os anticorpos IgG são produzidos<br />
mais cedo e atingem níveis mais<br />
altos, enquanto os níveis de IgM são<br />
geralmente mais baixos do que na<br />
infecção primária. Os anticorpos IgM<br />
diminuem semanas a meses após a<br />
infecção. Os anticorpos IgG são de<br />
longa duração e podem ser detectados<br />
por toda a vida.<br />
As técnicas sorológicas têm limitações.<br />
A primeira é que um resultado<br />
de teste positivo para IgM em uma<br />
única amostra é apenas presuntiva<br />
de infecção aguda, uma vez que<br />
os anticorpos detectados podem<br />
vir de uma infecção recente, não<br />
necessariamente causada pelo quadro<br />
agudo. No caso de anticorpos<br />
IgG, que persistem por mais tempo<br />
que os anticorpos IgM, sua detecção<br />
em uma única amostra apenas<br />
serve para uma interpretação provisória.<br />
Entretanto, a confirmação do<br />
agente etiológico é limitada pela<br />
reatividade cruzada em infecções<br />
por vírus do mesmo gênero.<br />
ZIKMSA<br />
ZIKSA<br />
ZIKDA<br />
A reatividade cruzada é mais comum<br />
nas infecções secundárias do que nas<br />
primárias; portanto, em áreas onde<br />
vários flavivírus circulam simultaneamente<br />
ou já circularam, a probabilidade<br />
de reação cruzada é alta. Também<br />
foi observada reatividade cruzada<br />
entre diferentes alfavírus, embora<br />
não tenha sido caracterizada tão<br />
amplamente quanto nos flavivírus.<br />
O Lab Rede oferece tanto os exames<br />
moleculares, como os sorológicos,<br />
com valores e prazos competitivos.<br />
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Referência: Organización Panamericana de<br />
la Salud. Recomendaciones para la detección<br />
y el diagnóstico por laboratorio de<br />
infecciones por arbovirus en la Región de las<br />
Américas. Washington, D.C., 2022. https://<br />
doi.org/10.37774/9789275325872<br />
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concretizar uma grande parceria na<br />
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extremamente tecnológica que irá<br />
trazer a seus clientes muita segurança,<br />
tranquilidade e com reagentes fabricados<br />
diretamente na Diagam trazendo<br />
ainda mais economia.<br />
Essa semana recebemos a visita da CEO<br />
da empresa EDAN que conheceu nossas<br />
instalações e onde será fabricado<br />
os reagentes para os equipamentos de<br />
distribuição.<br />
A DIAGAM está fabricando reagentes<br />
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sede da DIAGAM no Brasil.<br />
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176 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
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ou harmonização de métodos<br />
“equivalentes”. Contém módulos<br />
que implementam as diretrizes<br />
do CLSI para avaliações ou estudos<br />
mais avançados, destinados a<br />
satisfazer as expectativas da FDA.<br />
Uma lista completa de módulos<br />
estatísticos está disponível (veja<br />
quadro descritivo), juntamente<br />
com as abreviações utilizadas no<br />
EP Evaluator® (EE).<br />
Muitos dos módulos do EP Evaluator®<br />
(EE) foram projetados para<br />
satisfazer os amplos requisitos<br />
da CLIA ´88 (Clinical Laboratory<br />
Improvement Amendments of<br />
1988) publicado nos EUA. Os regulamentos<br />
CLIA '88 incluíam padrões<br />
federais aplicáveis a instalações ou<br />
locais que testam amostras humanas<br />
para avaliação de saúde ou<br />
para diagnosticar,<br />
sites with multiple quality assurance<br />
prevenir<br />
leaders or multi-site<br />
ou<br />
users<br />
tratar<br />
doenças. Fora dos Estados Unidos,<br />
requisitos ou recomendações semelhantes<br />
foram publicados pela Organização<br />
Mundial da Saúde (OMS),<br />
ISO, Federação Europeia de Química<br />
Clínica (EFLM), COFRAC (Comité<br />
Français d’Accreditation), CAP (College<br />
of American Pathologists), Joint<br />
Comission (TJC) entre outros.<br />
Para novos métodos não modificados<br />
aprovados ou liberados pela<br />
FDA (Food and Drug Administration),<br />
ao introduzir em laboratório,<br />
Regulatory Requirements<br />
EE Versions<br />
CLIA ‘88 The CAP TJC COFRAC Standard Professional<br />
Features<br />
Composite Reporting - - - -<br />
Project Management - - - -<br />
Import Data from IM and via ODBC - - - - -<br />
Security Audit Trail - - - - -<br />
User Accounts for Network Security - - - - -<br />
Accuracy and Linearity<br />
Clinical Linearity, Calibration Verification 4 4 4<br />
Reportable Range 4 4 4<br />
Simple Accuracy 4 4 - -<br />
Trueness - - - -<br />
CLSI EP6 Linearity - - - -<br />
Method Comparison<br />
Alternate (Routine Quantitative) 4 4 4<br />
CLSI EP9 A2 Method Comparison - - - -<br />
CLSI EP9 A3 Method Comparison - - - -<br />
Two Instrument Comparison - 4 4 4<br />
Multiple Instrument Comparison - 4 4 4<br />
Qualitative / Semi-Quantitative 4 4 4<br />
POC Glucose - - - -<br />
Hematology Studies - - - -<br />
Precision<br />
Simple Precision 4 4 4 4<br />
CLSI EP5 Precision - - - -<br />
Reference Interval<br />
Establish 4 4 4 4<br />
Verify 4 4 4 4<br />
ROC Plots - - - -<br />
Sensitivity<br />
Limits of Blank (Analytical) * 4 - 4<br />
Limits of Quantitation (Functional)* - - -<br />
Lab Management<br />
Cost per Test - - - -<br />
Incident Tracking - - - -<br />
Inventory Management** - - - -<br />
Competency Assessment - - - -<br />
Coagulation<br />
Geometric Mean and VRI - 4 4 -<br />
PT/INR Method Comparison - 4 4 -<br />
Manual INR Check - 4 - -<br />
Factor Sensitivity (FS) - - - -<br />
Other<br />
Performance Standards (TEa) - - - -<br />
Carryover - 4 - 4<br />
CLSI EP10 - Preliminary Evaluation 4 4 4<br />
Interference (CLSI EP7) * 4 4 4<br />
Six Sigma Metrics - - - -<br />
Average of Normals - - - -<br />
Stability - - - -<br />
Histogram and Descriptive Stats - - - -<br />
4 Addresses requirements by regulatory organization | Addresses suggestions by regulatory organization<br />
* Evidence can be provided from vendor or laboratory | ** Barcode scanners are compatible with physical servers only.<br />
Both Standard and Professional versions include a capability for concurrent, multiple user access that is especially useful for<br />
a CLIA '88 exige que se realize a<br />
www.datainnovations.com<br />
validação Doc do ID: DATAINN-728876664-855 método que | Version 1.0 consiste<br />
em precisão, exatidão, faixa reportável<br />
e verificação dos intervalos<br />
de referência do fabricante para a<br />
população de pacientes do laboratório.<br />
E tudo isto é possível com EP<br />
Evaluator® (EE) .<br />
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178 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
in. loccus – REAGENTES POR ASSINATURA<br />
INFORME DE MERCADO<br />
A Loccus inova em apresentar ao mercado um programa de assinatura de reagentes que garante um<br />
equipamento sem custo para o seu laboratório*<br />
Em busca de sempre inovar no relacionamento<br />
com clientes e simplificar o caminho da descoberta<br />
científica para preservar vidas, a Loccus anunciou ao<br />
mercado um novo modelo de negócio. O in. loccus<br />
é um programa de assinatura de reagentes feito sob<br />
medida para o seu laboratório que contempla desde<br />
a automação de extração de DNA/ RNA e automação<br />
do workflow de PCR até o PCR em tempo real.<br />
. Consumíveis de alta qualidade<br />
. Sem pegadinhas ou letras miúdas<br />
. Acesso ao suporte em idioma local<br />
. Benefícios extras de acordo com a modalidade de<br />
assinatura escolhida<br />
Entre em contato com o nosso time para conhecer<br />
os planos.<br />
Com a assinatura in. loccus, você paga o valor do<br />
plano escolhido, recebe os reagentes direto no seu<br />
laboratório e ainda garante o melhor equipamento*<br />
sem custo para suas reações.<br />
Confira as principais vantagens do programa:<br />
. Equipamento sem custo*<br />
. Acesso a equipamentos de última geração<br />
. Custo por reação extremamente acessível<br />
A Loccus entrega uma plataforma de soluções<br />
para os laboratórios de biologia molecular,<br />
desenvolvidas de forma customizada e abrangendo<br />
equipamentos, reagentes e serviço.<br />
*O equipamento fica disponível no laboratório durante o período da<br />
sua assinatura, assim que encerrada ele deve ser devolvido à Loccus.<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
179
INFORME DE MERCADO<br />
DB TOXICOLÓGICO RECEBE ACREDITAÇÃO DO<br />
INMETRO PARA MÉTODO INOVADOR EM EXAMES DE<br />
LARGA JANELA DE DETECÇÃO<br />
O DB Toxicológico expandiu seu<br />
parque tecnológico, sob supervisão<br />
do Instituto Nacional de<br />
Metrologia, Qualidade e Tecnologia<br />
(Inmetro). Agora, o laboratório<br />
está introduzindo um método inovador<br />
para Exames de Larga Janela<br />
de Detecção. Trata--se de uma<br />
tecnologia de alto rendimento que<br />
utiliza a Dessorção Térmica por<br />
laser de diodo acoplado a espectrômetro<br />
de massa (LDTD-MS) para<br />
uma triagem rápida e eficiente de<br />
amostras de cabelo/pelo.<br />
Andreia Vidal, gerente da Unidade<br />
Técnica, ressaltou que essa adição<br />
traz uma série de benefícios para o<br />
laboratório e para seus clientes. “As<br />
novas tecnologias proporcionam<br />
rotas analíticas de preparo de amostras<br />
menos complexas e com menor<br />
tempo. As primeiras metodologias<br />
de análise forense apresentavam<br />
tempo de preparo superior a 15<br />
horas e, atualmente, esse tempo<br />
se reduz significativamente com as<br />
novas técnicas”, afirmou.<br />
Para Andreia, apesar de ser um<br />
exame relativamente novo, com<br />
apenas 10 anos de obrigatoriedade,<br />
o Exame Toxicológico do<br />
Cabelo apresenta um considerável<br />
potencial de expansão, podendo<br />
abranger não apenas os motoristas<br />
com categorias C, D ou E em suas<br />
exigências, mas também ser aplicado<br />
a outras categorias da Carteira<br />
Nacional de Habilitação (CNH) e<br />
a requisitos de exames para profissionais<br />
de diversas áreas.<br />
Ela ainda destaca que a aderência<br />
às diretrizes da norma ISO/IEC<br />
17025:2017 demonstra que o DB<br />
Toxicológico realiza suas operações<br />
de maneira precisa, com a<br />
obtenção de resultados de alta<br />
qualidade e confiabilidade, estabelecendo<br />
critérios que atestam a<br />
competência técnica e a execução<br />
efetiva de um sistema de gestão.<br />
“Apenas laboratórios comprometidos<br />
com a qualidade do Exame e o<br />
cumprimento das normas Inmetro<br />
e da resolução Contran devem permanecer<br />
nesse segmento”, conclui.<br />
O DB Toxicológico faz parte do<br />
Grupo DB Diagnósticos e possui<br />
capacidade produtiva para mais<br />
de 1 milhão de exames mensais.<br />
Localizada em Sorocaba (SP) e ocupando<br />
uma área de mais de 5.000<br />
m2, a unidade conta com profissionais<br />
altamente qualificados e<br />
um moderno parque de máquinas<br />
para atender diversas demandas,<br />
incluindo exames de Toxicologia<br />
Ocupacional, Exames Toxicológicos<br />
de Larga Janela de Detecção,<br />
além de Análises Clínicas abrangendo<br />
vitaminas, metais, aminas<br />
biogênicas e drogas terapêuticas.<br />
180 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
CELLAVISION: ORIGINAL E ÚNICO.<br />
Para os amantes da hematologia<br />
que ainda não conhecem o Cella-<br />
Vision, estamos falando de um<br />
equipamento de morfologia celular<br />
digital que utiliza inteligência<br />
artificial e análise de imagem<br />
para automatizar a contagem<br />
diferencial de leucócitos e outras<br />
análises das células sanguíneas.<br />
Basicamente, o equipamento<br />
executa a pré-classificação dos<br />
leucócitos e a pré-caracterização<br />
da série vermelha de forma automatizada.<br />
O analista faz a revisão<br />
desta classificação através da tela<br />
do computador, em imagens de<br />
alta resolução.<br />
estudo de células atípicas, realmente<br />
alteradas, uma vez que a<br />
inteligência artificial faz mais de<br />
90% do trabalho ao detectar e<br />
contar corretamente as células<br />
A literatura já aponta que a utilização<br />
do CellaVision traz inúmeros<br />
benefícios para o laboratório,<br />
tais como a redução no tempo de<br />
análise e o aumento da produtividade,<br />
redução de resultados<br />
falsos negativos e melhoria da<br />
consistência com a eliminação<br />
da variação inter-observador. Ao<br />
que aparecem com mais freqüências<br />
em um esfregaço típico, tais<br />
como segmentados, monócitos,<br />
linfócitos, eosinófilos e basófilos.<br />
Estudos demonstram que a<br />
concordância diagnóstica entre<br />
a pré-classificação do CellaVision<br />
e a microscopia manual é maior<br />
que 97% para estas células.<br />
automatizar a contagem diferencial<br />
de leucócitos, o CellaVision A CellaVision oferece equipamentos<br />
permite que os profissionais<br />
para todos os portes de<br />
de laboratório possam focar no laboratórios, do pequeno volume<br />
de amostras às grandes redes de<br />
laboratórios afiliados.<br />
Ficou interessado? Agende uma<br />
apresentação sem compromisso<br />
para seu laboratório ou hospital!<br />
Contato:<br />
Wagner Miyaura<br />
wagner.miyaura@cellavision.com<br />
cellavision.com/PT-BR<br />
INFORME DE MERCADO<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
<strong>181</strong>
INFORME DE MERCADO<br />
IBMP REGISTRA NOVO PRODUTO<br />
No último dia 04 de dezembro, o<br />
IBMP alcançou um marco significativo<br />
com o registro do KIT IBMP<br />
Biomol HPV Alto Risco pela<br />
Agência Nacional de Vigilância<br />
Sanitária (Anvisa).<br />
O novo kit de diagnóstico<br />
molecular do IBMP emprega a<br />
técnica de reação em cadeia<br />
da polimerase em tempo real<br />
(qPCR) para detectar sequências<br />
nucleotídicas específicas no<br />
genoma do patógeno. O processo<br />
é realizado em DNA extraído<br />
de amostras de células raspado<br />
cervical ou de biópsia cervical,<br />
com a avaliação da intensidade<br />
de fluorescência capturada ao<br />
final de cada ciclo da PCR.<br />
Um importante diferencial do Kit<br />
é a sua capacidade de discriminar<br />
os genótipos HPV-16 e HPV-18,<br />
que, segundo o Ministério da Saúde,<br />
estão presentes em 70% dos<br />
casos de câncer do colo do útero.<br />
Além disso, ele também detecta<br />
catorze genótipos de Alto Risco<br />
do papilomavírus humano (HPV)<br />
e suas possíveis coinfecções.<br />
O Kit foi projetado para atender até<br />
94 pacientes por placa, com um<br />
alto nível de desempenho e seus<br />
reagentes mantêm a estabilidade<br />
até 5 ciclos de descongelamento.<br />
Este é o 19º produto do IBMP<br />
registrado na Anvisa e atende a<br />
uma demanda crescente do mercado<br />
por testes qPCR para este<br />
alvo. O lançamento deste produto<br />
reafirma o compromisso do IBMP<br />
em trazer soluções para saúde que<br />
sejam acessíveis à população e que<br />
propiciem mais qualidade de vida.<br />
Para mais informações, entre em<br />
contato pelo e-mail comercial@<br />
ibmp.org.br ou pelo WhatsApp no<br />
número 41 99157-0825.<br />
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@ibmpsaude<br />
182 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
GRUPO MASTELLINI COMEÇA 2024 COM TUDO:<br />
A 16 a. UNIDADE CHEGA EM ADAMANTINA<br />
Celebrado por sua excelência em<br />
exames laboratoriais e consolidado<br />
com presença em 100 cidades<br />
do estado de São Paulo, inaugura<br />
sua mais recente unidade em<br />
Adamantina, marcando o início de<br />
2024 com uma conquista notável.<br />
INFORME DE MERCADO<br />
Essa nova instalação apresenta um<br />
paradigma inovador em cuidados<br />
laboratoriais, fundamentado na<br />
aplicação de tecnologia de última<br />
geração e na vasta experiência do<br />
grupo, visando proporcionar uma<br />
experiência singular aos pacientes.<br />
Foto Projeto: Nova Unidade de Adamantina: a essência do cuidado e serviço de hotelaria<br />
para um bom atendimento ao cliente<br />
A aguardada chegada do Laboratório<br />
Mastellini atende às expectativas<br />
de pacientes que anteriormente<br />
buscavam atendimento na<br />
unidade de Dracena, consolidando<br />
Adamantina como um ponto<br />
crucial no cenário local de saúde.<br />
Com significativos investimentos<br />
em tecnologia avançada, o laboratório<br />
destaca-se pela precisão e<br />
excelência dos resultados, garantindo<br />
a confiança essencial para<br />
aqueles que buscam os melhores<br />
cuidados para sua saúde.<br />
Foto Adamantina: Unidade do Laboratório Mastellini em Adamantina; 16a. do grupo<br />
no interior de SP.<br />
Comprometendo-se em oferecer<br />
comodidade e acessibilidade, a<br />
nova unidade Mastellini em Adamantina<br />
proporciona o que há de<br />
melhor em medicina diagnóstica,<br />
afinal o grupo tem um menu com<br />
mais de 8 mil exames assegurando<br />
a disponibilidade de cuidados<br />
abrangentes.<br />
O presidente do Laboratório Mastellini,<br />
Jáder Mastellini, destaca a<br />
importância estratégica da unidade<br />
em Adamantina no plano de<br />
expansão do grupo, reafirmando<br />
o compromisso inabalável de fornecer<br />
serviços de saúde da mais<br />
alta qualidade para as comunidades<br />
atendidas.<br />
"Esta unidade representa um marco<br />
fundamental e evidencia nosso comprometimento<br />
com a oferta de serviços<br />
de saúde excepcionais à comunidade<br />
local", enfatiza Jáder Mastellini.<br />
Na unidade de Adamantina, os<br />
usuários serão convidados a<br />
vivenciar um novo patamar de<br />
cuidado com a saúde, em um<br />
ambiente que harmoniza tecnologia<br />
e expertise para apresentar<br />
um conceito aprimorado de laboratório<br />
de análises clínicas.<br />
Caracterizado por um elevado<br />
padrão de qualidade e segurança,<br />
essa proposta inovadora busca<br />
equilibrar preços acessíveis, promovendo<br />
assim um acesso mais<br />
amplo aos serviços de saúde de<br />
alta qualidade oferecidos pelo<br />
Laboratório Mastellini.<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
183
INFORME DE MERCADO<br />
AVANÇO NO DIAGNÓSTICO DE ARBOVIROSES EMERGENTES:<br />
DENGUE, ZIKA E CHIKUNGUNYA COM O GeneFinder<br />
DENV/CHIKV/ZIKV REALAMP KIT<br />
As doenças febris do Dengue,<br />
Zika e Chikungunya representam<br />
desafios significativos de<br />
saúde pública, uma vez que são<br />
transmitidas pelo mesmo vetor,<br />
o mosquito Aedes aegypti, e<br />
compartilham sintomas semelhantes,<br />
como febre, mal-estar e<br />
fadiga, tornando os diagnósticos<br />
convencionais inadequados para<br />
distinguir as doenças.<br />
A distinção rápida e precisa<br />
entre esses patógenos é vital<br />
para o manejo clínico eficaz e<br />
medidas de controle adequadas.<br />
E é nesse contexto que o<br />
GeneFinder DENV/CHIKV/ZIKV<br />
RealAmp Kit entra em cena,<br />
uma inovação no diagnóstico<br />
molecular desenvolvida para<br />
identificar distintivamente as<br />
infecções pelo vírus do Dengue,<br />
Chikungunya ou Zika.<br />
O princípio de detecção do kit<br />
baseia-se na transcrição reversa,<br />
onde o RNA alvo se une a primers<br />
específicos para gerar cDNA.<br />
Em seguida, um par de primers<br />
específicos e uma sonda se ligam<br />
ao cDNA sintetizado, permitindo<br />
a amplificação do DNA alvo<br />
através de PCR em tempo real. O<br />
instrumento de PCR em tempo<br />
real confirma a presença do espécime<br />
alvo ao detectar um sinal<br />
de fluorescência específico. Esse<br />
sinal é emitido pela dissociação<br />
das sondas ligantes, um processo<br />
catalisado pela atividade exonucleásica<br />
da Taq Polimerase.<br />
Essa abordagem inovadora<br />
garante não apenas a sensibilidade<br />
na detecção, mas também<br />
a capacidade de distinguir de<br />
forma única entre os vírus do<br />
Dengue, Chikungunya e Zika.<br />
Desenvolvido para profissionais<br />
qualificados em ambientes<br />
hospitalares e laboratoriais, o<br />
GeneFinder<br />
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e confiabilidade, oferece uma<br />
contribuição significativa para a<br />
gestão eficiente das infecções por<br />
esses vírus, impactando positivamente<br />
a saúde pública global.<br />
184 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
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<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
185
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186 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
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ESTERILIZAÇÃO ADEQUADA: GARANTINDO SEGURANÇA<br />
NA ÁREA DA SAÚDE<br />
INFORME DE MERCADO<br />
A esterilização, dentro da área da<br />
saúde, é vital para evitar contaminações<br />
em procedimentos cirúrgicos,<br />
médicos e análises laboratoriais.<br />
Este processo assegura que<br />
instrumentos, produtos, roupas<br />
e equipamentos estejam livres<br />
de microrganismos que possam<br />
interferir nos resultados de diagnósticos,<br />
sendo considerado eficaz<br />
quando a probabilidade de sobrevivência<br />
dos micro-organismos é<br />
menor que 1:1.000.000.<br />
Resistência Microbiana<br />
Microrganismos variam em resistência<br />
a germicidas químicos, exigindo<br />
métodos específicos de desinfecção<br />
ou esterilização.<br />
Processo de Esterilização e<br />
Validação<br />
A escolha do método deve considerar<br />
o tipo de material, risco de contaminação,<br />
efetividade, toxicidade<br />
e custos. Métodos físicos incluem<br />
calor úmido, calor seco, filtração e<br />
radiação. Métodos químicos envolvem<br />
ácido peracético, peróxido de<br />
hidrogênio, formaldeído, glutaraldeído<br />
e óxido de etileno.<br />
Indicadores químicos como teste<br />
de Bowie e Dick, e indicadores<br />
biológicos, como tiras impregnadas<br />
com esporos, são essenciais<br />
para verificar a validade do processo<br />
de esterilização. Estes garantem<br />
a segurança e qualidade<br />
do material processado.<br />
A Esterilização dos Produtos de<br />
Fabricação Própria FirstLab<br />
Através da esterilização por e-beam<br />
(feixe de elétrons), os produtos<br />
de fabricação própria da FirstLab<br />
ficam prontos para o uso. Esse tipo<br />
de esterilização por radiação possui<br />
como vantagem o menor tempo<br />
de exposição necessária do produto,<br />
evitando efeitos de envelhecimento,<br />
como pode acontecer com<br />
polipropileno quando submetido à<br />
radiação prolongada. Com esta melhor<br />
escolha, a FirstLab segue trazendo<br />
tecnologia e qualidade nos<br />
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<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
187
INFORME DE MERCADO<br />
COLORAÇÃO DE GRAM<br />
A técnica de Gram, mundialmente<br />
conhecida como coloração de<br />
Gram, é um método de coloração<br />
de bactérias desenvolvido pelo<br />
médico dinamarquês Hans Christian<br />
Joachim Gram, em 1884, o qual<br />
permite diferenciar bactérias com<br />
diferentes estruturas de parede<br />
celular a partir das colorações que<br />
estas adquirem após tratamento<br />
com agentes químicos específicos.<br />
O método que consiste em tratar<br />
sucessivamente um esfregaço<br />
bacteriano, fixado pelo calor, com<br />
os reagentes cristal violeta, lugol,<br />
etanol-acetona e fucsina básica.<br />
As bactérias que adquirem a coloração<br />
azul violeta são chamadas<br />
de gram-positivas e aquelas que<br />
adquirem a coloração vermelho<br />
são chamadas de gram-negativas.<br />
O método da coloração de Gram é<br />
baseado na capacidade das paredes<br />
celulares de bactérias gram-<br />
-positivas de reterem o corante<br />
cristal violeta no citoplasma durante<br />
um tratamento com etanol-acetona<br />
enquanto que as paredes<br />
celulares de bactérias gram-negativas<br />
não o fazem.<br />
que muitas das bactérias associadas<br />
a infecções são prontamente<br />
observadas e caracterizadas como<br />
gram-positivas ou gram-negativas<br />
em esfregaços de pus ou de fluidos<br />
orgânicos. Essa informação permite<br />
ao clínico monitorar a infecção<br />
até que dados de cultura estejam<br />
disponíveis. É possível a análise de<br />
vários esfregaços por lâmina, o que<br />
facilita a comparação de espécimes<br />
clínicos. As lâminas podem ser<br />
montadas de forma permanente e<br />
preservadas como documentação.<br />
A coloração envolve 3 etapas<br />
principais:<br />
• Coloração com violeta de cristal<br />
(um corante solúvel em água,<br />
roxo);<br />
• A descoloração (utilizando etanol<br />
/ acetona);<br />
• A contra-coloração (utilizando<br />
corante fucsina, vermelho).<br />
As bactérias Gram-positivas retém o<br />
cristal violeta devido à presença de<br />
uma espessa camada de peptidoglicano<br />
(polímero constituído por<br />
açúcares e aminoácidos que originam<br />
uma espécie de malha na região<br />
exterior à membrana celular das<br />
bactérias) em suas paredes celulares,<br />
apresentando-se na cor roxa. Já as<br />
bactérias Gram-negativas possuem<br />
uma parede de peptidoglicano mais<br />
fina que não retém o cristal violeta<br />
durante o processo de descoloração<br />
e recebem a cor vermelha no processo<br />
de coloração final.<br />
Exemplos de bactérias Gram-positivas<br />
Bacillus, Nocardia, Clostridium, Propionibacterium,<br />
Actinomyces, Enterococcus,<br />
Cornyebacterium, Listria, Lactobacillus,<br />
Gardnerella, Mycoplasma, Staphylococcus,<br />
Streptomyces, Streptococcus.<br />
Exemplos de bactérias Gram-negativas<br />
Escherichia, Helicobcater, Hemophilus,<br />
Neisseria, Klebsiella, Enterobacter, Chlamydia,<br />
Pseudomonas, Salmonella, Shigella.<br />
A coloração de Gram é um dos mais<br />
importantes métodos de coloração<br />
utilizados em laboratórios de<br />
microbiologia e de análises clínicas,<br />
sendo quase sempre o primeiro<br />
passo para a caracterização de<br />
amostras de bactérias. A técnica<br />
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188 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
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solução de citrato e do vácuo, garantindo<br />
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produzidas em polipropileno (PP) que<br />
impede a evaporação do citrato. O tubo<br />
externo é de polietileno tereftalato (PET),<br />
garantindo resistência, transparência e<br />
preservação do vácuo.<br />
O citrato de sódio atua como anticoagulante<br />
quelando o cálcio. É o aditivo de<br />
escolha para testes de coagulação. Os<br />
testes de coagulação mais comuns são<br />
o tempo de protrombina (TP), o tempo<br />
de tromboplastina parcial ativada (TTPA),<br />
dosagem de fibrinogênio e dímero D.<br />
A ligação entre o cálcio plasmático e o<br />
citrato é reversível, sendo este um dos<br />
princípios das técnicas dos testes, via<br />
adição de cloreto de cálcio, por isso a<br />
importância da exata concentração e<br />
proporção de sangue/aditivo nesse tubo,<br />
por isso, na nossa etiqueta há uma marca<br />
de preenchimento na forma de um triângulo,<br />
indicando a variação máxima de +<br />
/ - 10% do volume coletado de acordo as<br />
recomendações do CLSI.<br />
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<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
189
INFORME DE MERCADO<br />
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de lançar na América Latina o<br />
UF-1500, o seu novo analisador<br />
de partículas de urina totalmente<br />
automatizado.<br />
O UF-1500 utiliza a validada tecnologia<br />
de citometria de fluxo<br />
de fluorescência e apresenta os<br />
mesmos níveis de confiabilidade e<br />
qualidade do UF-5000, o principal<br />
equipamento da Sysmex para análise<br />
de partículas de urina.<br />
Desenvolvido para atender à crescente<br />
demanda dos laboratórios<br />
com pequeno e médio volume de<br />
processamento de amostras por<br />
soluções avançadas e compactas,<br />
o UF-1500 foi projetado com a<br />
mais recente tecnologia de urianálise<br />
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em tamanho em comparação ao<br />
UF-5000 não compromete a tecnologia,<br />
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em ambos os modelos.<br />
Além disso, o UF-1500 oferece<br />
configurações flexíveis, adaptando-se<br />
facilmente para operar como<br />
uma solução independente ou em<br />
sinergia com a plataforma da Sysmex<br />
de análise química da urina.<br />
Mais sobre o exame de urina<br />
O exame de urina pode ser dividido<br />
em duas partes. A primeira é a<br />
análise química da urina, usando<br />
as tiras reagentes de teste de urina.<br />
A segunda é a análise das partículas<br />
de urina, realizada como<br />
teste para avaliar de forma mais<br />
detalhada amostras classificadas<br />
como anormais.<br />
Essa análise de partículas desempenha<br />
um papel fundamental no<br />
diagnóstico de doenças renais e do<br />
trato urinário, diferenciando e contando<br />
as partículas presentes na<br />
urina, como glóbulos vermelhos,<br />
glóbulos brancos e bactérias.<br />
Embora muitos laboratórios ainda<br />
utilizem a observação microscópica<br />
manual para analisar os<br />
sedimentos urinários, a demanda<br />
por sistemas automatizados, compactos<br />
e altamente precisos tem<br />
aumentado nos últimos anos. O<br />
UF-1500 surgiu como uma resposta<br />
a esse cenário.<br />
Desde o pioneirismo de 1995,<br />
quando se tornou a primeira<br />
empresa a usar a citometria de<br />
fluxo na análise quantitativa automatizada<br />
de partículas de urina,<br />
a Sysmex tem contribuído significativamente<br />
para o avanço do<br />
campo da urianálise.<br />
Mantendo-se na vanguarda do<br />
setor, a empresa continua comprometida<br />
em adotar tecnologias<br />
avançadas e a investir continuamente<br />
em pesquisa e desenvolvimento,<br />
proporcionando cada vez<br />
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190 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
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a refração da luz perturbadora<br />
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<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
191
INFORME DE MERCADO<br />
4 DESAFIOS ENFRENTADOS PELA PESQUISA GENÔMICA<br />
E GENÉTICA<br />
A investigação genética e genômica<br />
tem o potencial de transformar<br />
a medicina moderna, oferecendo<br />
formas de prevenir e tratar algumas<br />
das doenças mais complexas.<br />
Na verdade, já estamos vendo<br />
como essas terapias podem mudar<br />
para melhor a vida dos pacientes.<br />
Por exemplo, em junho de 2023, a<br />
FDA aprovou o primeiro tratamento<br />
de terapia genética de pacientes<br />
pediátricos com distrofia muscular<br />
de Duchenne (DMD), atendendo a<br />
uma necessidade médica urgente<br />
e anteriormente não atendida para<br />
esta condição devastadora.<br />
No entanto, vários desafios significativos<br />
estão no caminho, impedindo<br />
que cientistas dedicados à<br />
genômica e à genética avancem<br />
ainda mais neste campo.<br />
Aqui, resumimos quatro dos desafios<br />
mais urgentes que impedem o<br />
caminho para o sucesso da genética<br />
e da genômica.<br />
1. Qualidade, quantidade, diversidade:<br />
a tripla ameaça que<br />
desafia o conjunto de amostras<br />
da investigação genética<br />
Um dos desafios mais prementes<br />
enfrentados pelos geneticistas diz<br />
respeito às suas amostras – mais<br />
especificamente, à quantidade, qualidade<br />
e diversidade dos bioespécimes<br />
disponíveis para investigação.<br />
Diversidade de amostras<br />
A diversidade de amostras atrai<br />
cada vez mais atenção como um<br />
desafio crucial com consequências<br />
abrangentes na investigação<br />
genética e genômica. Em suma,<br />
a maioria dos estudos atuais de<br />
genômica e genética ainda estão<br />
fortemente centrados em populações<br />
com ascendência europeia.<br />
Como resultado, grandes faixas<br />
da população mundial poderão<br />
perder os benefícios transformadores<br />
da investigação genética e<br />
genômica, tais como diagnósticos<br />
mais rápidos e precoces, e terapias<br />
mais eficazes.<br />
Quantidade de amostra<br />
Muitos pesquisadores em todo o<br />
mundo lutam para obter bioespécimes<br />
suficientes para suas pesquisas.<br />
Isso é problemático, pois<br />
os estudos genéticos e genômicos<br />
podem exigir milhares de amostras<br />
para atingir significância estatística.<br />
Os fatores que impulsionam<br />
este desafio incluem as dificuldades<br />
de recrutamento de doadores,<br />
a necessidade de conhecimentos<br />
especializados no manuseamento<br />
de bioespécimes e estudos em que<br />
mesmo os potenciais doadores são<br />
escassos — por exemplo, no caso<br />
de doenças raras.<br />
Qualidade da amostra<br />
A qualidade da amostra é outro<br />
grande problema (que também<br />
pode agravar os desafios da quantidade<br />
de amostra). É evidente que<br />
amostras de alta qualidade são<br />
cruciais para o sucesso da investigação<br />
genômica e genética — sem<br />
elas, os investigadores correm o<br />
risco de produzir resultados pouco<br />
fiáveis e imprecisos, e de tirar conclusões<br />
erradas.<br />
192 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
Garantir o nível exigido de qualidade<br />
da amostra, no entanto, não<br />
é tarefa fácil. A coleta, preparação,<br />
armazenamento de amostras e a<br />
extração de DNA são processos<br />
altamente complexos e propensos<br />
a erros, onde mesmo os mais<br />
pequenos erros podem levar a<br />
amostras degradadas e de má qualidade<br />
que podem inviabilizar a<br />
investigação mais promissora.<br />
2. O tsunami de dados: Lidando<br />
com o volume de dados gerados<br />
em genética e genômica<br />
Graças ao custo cada vez menor<br />
(e ao maior acesso a) tecnologias<br />
de rastreio de alto rendimento, a<br />
investigação genômica e genética<br />
gera, agora, quantidades gigantescas<br />
de dados. Na verdade, a investigação<br />
genômica poderá produzir<br />
entre 2 e 40 exabytes de dados até<br />
2025. E não é apenas o volume de<br />
dados que pode causar problemas<br />
– os dados genômicos estão frequentemente<br />
numa variedade de<br />
formatos diferentes.<br />
Não é surpresa, portanto, que um<br />
dos principais desafios seja gerir eficazmente<br />
estes resultados de investigação.<br />
Os investigadores devem<br />
ser capazes de capturar, armazenar<br />
e organizar enormes volumes de<br />
dados genéticos e genômicos de<br />
uma forma que garanta que ainda<br />
estão acessíveis, utilizáveis e partilháveis,<br />
o que exige infra-estruturas<br />
e ferramentas de TI avançadas<br />
(e potencialmente dispendiosas),<br />
bem como TI dedicada.<br />
Infelizmente, à medida que<br />
aumenta a adoção de ferramentas<br />
de sequenciamento de baixo custo,<br />
a quantidade de dados gerados<br />
só tende a crescer, o que significa<br />
que este desafio só vai piorar.<br />
3. Além dos petabytes: a luta<br />
invisível pela análise e interpretação<br />
de dados genômicos<br />
O grande volume, complexidade<br />
e natureza heterogênea dos<br />
dados genéticos e genômicos<br />
significam que a análise de dados<br />
também é um desafio.<br />
Para conseguir obter conhecimentos<br />
profundos a partir de dados<br />
genéticos e genômicos, os laboratórios<br />
precisam de acesso a enormes<br />
quantidades de poder computacional,<br />
bem como de conhecimentos<br />
consideráveis em métodos bioestatísticos<br />
e computacionais.<br />
Muitas vezes, porém, os laboratórios<br />
não contam com funcionários<br />
com o conhecimento multidisciplinar<br />
adequado. Embora a formação<br />
do pessoal existente seja uma<br />
opção, pode ser demorada e dispendiosa.<br />
Rastrear e garantir profissionais<br />
de bioinformática externos<br />
e adequadamente qualificados<br />
é igualmente difícil e dispendioso.<br />
4. Perdido na tradução? A complexa<br />
jornada da pesquisa genômica<br />
até a prática clínica<br />
Não se engane, a pesquisa genética<br />
e genômica já produziu uma<br />
série de sucessos quando se trata<br />
de prevenção, diagnóstico e tratamento<br />
de doenças. No entanto,<br />
traduzir a investigação genética e<br />
genômica para a clínica é, geralmente,<br />
ainda difícil.<br />
Existem várias razões para isto,<br />
nomeadamente o fato de a tradução<br />
clínica bem-sucedida exigir a<br />
integração de diversas disciplinas<br />
tanto no meio acadêmico como na<br />
indústria — desde a epidemiologia<br />
à bioinformática — o que está<br />
longe de ser simples. A implementação<br />
clínica de inovações genéticas<br />
e genômicas também é complexa:<br />
os médicos podem não ter<br />
o conhecimento necessário, novos<br />
protocolos complicados podem<br />
dissuadir os pacientes e as clínicas<br />
podem ter de investir fortemente<br />
em novas tecnologias e infra-estruturas<br />
para tornar a adoção viável.<br />
Dominando o labirinto: navegando<br />
no caminho para o sucesso da<br />
pesquisa genômica e genética<br />
Sem dúvida, a investigação genética<br />
e genômica é um campo estimulante<br />
e com potencial transformador.<br />
Mas antes de podermos desbloquear<br />
este potencial, os investigadores<br />
devem superar desafios difíceis –<br />
desde a qualidade e diversidade dos<br />
bioespécimes até às dificuldades de<br />
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<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
193
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194 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
A PERFECTA AMPLIA SEU PORTIFÓLIO PARA 2024<br />
A Perfecta, comprometida em oferecer<br />
produtos de alta qualidade<br />
para aplicações laboratoriais, tem<br />
o prazer de anunciar a expansão<br />
do seu portfólio. Entre os novos<br />
produtos, destacam-se opções de<br />
tecnologia avançada voltadas para<br />
as áreas de cromatografia, análises<br />
químicas e análises biológicas.<br />
INFORME DE MERCADO<br />
Com o objetivo de atender às<br />
necessidades de seus clientes e<br />
de superar as suas expectativas, a<br />
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mistura patenteada pela renomada<br />
AMCOR e muito utilizado em laboratórios<br />
ao redor do mundo. Trata-<br />
-se de um termoplástico resistente,<br />
maleável, à prova d'água, inodoro,<br />
transparente e coesivo utilizado<br />
para selar ou proteger recipientes<br />
contra misturas e contaminação.<br />
Possui ampla aplicação por ser<br />
auto vedante em frascos de formas<br />
irregulares, garantir vedação extra<br />
segura para as tampas tradicionais,<br />
além de proteger recipientes com<br />
tampa contra umidade durante o<br />
armazenamento longos.<br />
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Os Vials da Perfecta são fabricados<br />
em vidro borosilicato e a qualidade<br />
do vidro dos vials é importante na<br />
cromatografia, pois garante que a<br />
amostra seja mantida em condi-<br />
ções adequadas até o momento da<br />
análise. Além disso, os vials podem<br />
ser utilizados em diferentes tipos<br />
de processo, como a cromatografia<br />
líquida de alta eficiência (HPLC) e<br />
a cromatografia gasosa (GC), permitindo<br />
a análise de uma ampla<br />
variedade de compostos.<br />
- Filtros seringa: Os filtros seringa<br />
são uma ferramenta muito útil em<br />
laboratórios, principalmente na<br />
área de análises químicas e biológicas.<br />
Eles são utilizados para filtrar<br />
soluções e suspensões, separando<br />
as partículas sólidas presentes<br />
no líquido da solução. A Perfecta<br />
oferece filtros seringa não estéreis<br />
com diâmetro de 25 mm, porosidades<br />
de 0,22 µm e 0,45µm, com<br />
quatro tipos de membrana: Nylon,<br />
PES, PTFE e PVDF.<br />
A expansão do portfólio reforça<br />
a posição da Perfecta como uma<br />
referência no mercado de consumíveis<br />
para laboratório, capaz<br />
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<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
195
INFORME DE MERCADO<br />
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ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS<br />
• Dimensão: 1380mm*860mm*1200mm (C*L*A);<br />
• Peso: 350Kg;<br />
• Software intuitivo;<br />
• Opcional: monitor sensível ao toque.<br />
Desempenho<br />
• Sistema aberto;<br />
• Até 600 testes fotométricos/hora – Até 800 testes<br />
com ISE/hora;<br />
• Medição por fotometria de absorbância e<br />
turbidimetria;<br />
• Até 77 testes fotométricos + 3 ISE´s + 3 índices de soro;<br />
• Metodologias: ponto final, tempo fixo, cinético e ISE.<br />
Unidade de amostras<br />
• SDM (Sample Delivery Management) – Capacidade<br />
para 12 racks com 10 posições;<br />
• Carregamento contínuo de amostras, prioridade<br />
para STAT;<br />
• Dosagem de HbA1c no sangue total, sem necessidade<br />
de pré-tratamento;<br />
• Probe de aço com detecção de nível de líquido,<br />
detecção de coágulos e proteção contra colisão<br />
horizontal e vertical;<br />
• Volume de amostra 1,5~45ul.<br />
196 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
INFORME DE MERCADO<br />
Unidade de reagentes<br />
• 80 posições de reagente;<br />
• Sistema de refrigeração 2~8 °C;<br />
• Apresentação dos reagentes: 50 ou 100 testes por<br />
embalagem;<br />
• Leitor de código de barras embutido;<br />
• Probe de aço com detecção de nível de líquido, de<br />
coágulos e proteção contra colisão horizontal e vertical.<br />
Unidade operacional:<br />
Sistema de reação<br />
• Volume de reação: 70~300ul;<br />
• Temperatura de reação: 37⁰C, flutuação de 0,1⁰C;<br />
• Sistema operacional: Windows 10 (64bit);<br />
• LIS Bidirecional<br />
• Interface: RS-232, porta de rede, USB/porta paralela<br />
• Cubetas de reação: 124 cubetas reutilizáveis com<br />
lavagem automática de 8 passos.<br />
Sistema óptico<br />
• Fonte de luz: lâmpada de tungstênio-halogênio;<br />
• Fotômetro de grade;<br />
• 16 comprimentos de onda – de 340 a 850nm.<br />
Controle e Calibração:<br />
• Calibração: linear (um, dois ou multiponto), logitlog<br />
4P, logit-log 5P, spline, exponencial, polinomial,<br />
parábola;<br />
• Regras de controle: regras múltiplas de Westgard,<br />
twin plot<br />
Contato: Ana Carolina Santos<br />
Gerente de Produto - IVD<br />
E-mail: acarolina.santos@mindray.com<br />
Mobile/WhatsApp: +55 11 96434 1166<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
197
INFORME DE MERCADO<br />
POR QUE PRECISAMOS REALIZAR TESTES DE<br />
TRIAGEM NEONATAL?<br />
A triagem neonatal é o conjunto<br />
de exames realizados para investigar<br />
doenças ou distúrbios antes<br />
mesmos do surgimento dos primeiros<br />
sintomas, possibilitando<br />
o tratamento precoce e evitando<br />
sequelas. No Brasil, entre os principais<br />
testes realizados está o Teste<br />
do Pezinho, feito preferencialmente<br />
entre o 3º e 5º dia de vida<br />
do recém-nascido, que até 2021<br />
englobava pelo menos 6 doenças,<br />
dentre elas: Fenilcetonúria, Hipotireoidismo<br />
Congênito, Fibrose Cística,<br />
Doença Falciforme e demais<br />
Hemoglobinopatias, Hiperplasia<br />
Adrenal Congênita e Deficiência<br />
de Biotinidase. Contudo, passará<br />
a englobar mais de 50 doenças,<br />
abrangendo também atrofia muscular<br />
espinhal proximal (AME) e<br />
imunodeficiências primárias (IDPs).<br />
Para quem este teste é recomendado?<br />
O teste é projetado para triagem<br />
de recém-nascidos para AME e IDP.<br />
Através da detecção da deleção<br />
homozigótica do éxon 7 do gene<br />
SMN1 e avaliação do conteúdo<br />
dos círculos de excisão do receptor<br />
de células T (TREC) e do círculo<br />
de excisão de recombinação com<br />
deleção kappa (KREC) em material<br />
biológico de recém-nascido.<br />
Qual a importância da investigação<br />
de AME e imunodeficiência<br />
primária na triagem neonatal?<br />
A AME é uma doença neuromuscular<br />
progressiva, degenerativa e de<br />
caráter genético, com padrão de<br />
herança autossômico recessivo e<br />
em cerca de 95% dos casos, é causada<br />
pela deleção em homozigose<br />
envolvendo o éxon 7 do gene SMN1<br />
no cromossomo 5q e representa a<br />
maior causa genética de morte em<br />
crianças abaixo de 2 anos de idade<br />
no mundo. Já as IDPs caracterizam-<br />
-se por defeitos congênitos do sistema<br />
imune e o quadro clínico mais<br />
frequente é a maior suscetibilidade<br />
às infecções. Os pacientes são geral-<br />
mente saudáveis ao nascimento, no<br />
entanto, desenvolvem infecções<br />
bacterianas, virais ou fúngicas nos<br />
primeiros meses de vida e quando<br />
não tratados adequadamente,<br />
vão a óbito antes de completarem<br />
um ano de idade. Dessa forma, o<br />
diagnóstico precoce de AME e IDPs<br />
em bebês ainda assintomáticos,<br />
possibilita intervenções com tratamentos<br />
precoces evitando sequelas<br />
graves e até óbitos.<br />
Quais amostras podem ser usadas?<br />
Amostras de sangue seco e sangue<br />
periférico de recém-nascidos.<br />
Por que posso confiar no diagnóstico<br />
de AME com Neoscreen?<br />
A extremidade 3' da sonda corresponde<br />
estritamente à sequência<br />
do fragmento inicial do éxon 7 de<br />
SMN1, mas difere do fragmento<br />
homólogo de SMN2. A especificidade<br />
de detecção da deleção do<br />
éxon 7 de SMN1 no estado homozigoto<br />
foi estabelecida, usando<br />
duas variantes de construções<br />
geneticamente modificadas correspondentes<br />
aos genes do éxon 7<br />
de SMN1 e SMN2 16, e confirmada<br />
em material clínico.<br />
O que são TREC e KREC e por que<br />
quantificá-los?<br />
TREC é o subproduto do rearranjo<br />
genômico que ocorre durante a<br />
maturação dos linfócitos T no timo,<br />
enquanto KREC é o subproduto<br />
do rearranjo genômico que ocorre<br />
durante a maturação dos linfócitos<br />
B na medula. O número de cópias<br />
de TREC e KREC estão diretamente<br />
relacionados ao número de linfócitos<br />
T e B maduros circulantes no<br />
sangue. A redução ou ausência de<br />
cópias de TREC é observada em<br />
recém-nascidos com SCID e outras<br />
linfopenias de células T, enquanto<br />
a redução ou ausência de cópias de<br />
KREC é observada em recém-nascidos<br />
com agamaglobulinemia e<br />
outras linfopenias de células B.<br />
Por que não preciso utilizar<br />
padrões para a análise quantitativa<br />
de TREC e KREC no teste<br />
Neoscreen?<br />
Os valores de Cp do controle<br />
interno são utilizados como base<br />
para calcular o conteúdo de TREC<br />
e KREC nas amostras, dispensando<br />
a necessidade do uso de padrões<br />
com quantidade do DNA alvo<br />
conhecida durante a corrida de<br />
Real Time PCR. Dessa forma, o<br />
teste Neoscreen possibilita o processamento<br />
de mais amostras por<br />
corrida em relação a testes onde<br />
há a necessidade de padrões.<br />
• 96 reações por kit<br />
• Análise qualitativa do gene SMN1<br />
e quantitativa de TREC e KREC sem<br />
necessidade do uso de padrões<br />
• Todos os alvos são avaliados no<br />
mesmo poço e um ensaio multiplex<br />
• Sensibilidade: 5 cópias por reação<br />
• Filtros: FAM, HEX, ROX e CY5<br />
• Validade: 12 meses<br />
• Análise automática dos resultados<br />
pelo DTPrime<br />
Os testes de PCR comercializados<br />
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198 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
NEOCOMPANY: INOVANDO A RESPONSABILIDADE<br />
SOCIAL EMPRESARIAL ATRAVÉS DO APADRINHAMENTO<br />
DE INSTITUIÇÕES<br />
Transformando Negócios em<br />
Agentes de Mudança<br />
A Neocompany, líder em inovação<br />
e responsabilidade social<br />
empresarial, está redefinindo o<br />
papel das empresas no cenário<br />
corporativo. Ao abraçar o conceito<br />
inovador de apadrinhamento de<br />
instituições, a Neocompany está<br />
demonstrando como os negócios<br />
podem ser catalisadores para a<br />
transformação social e comunitária.<br />
O Que Significa Apadrinhar<br />
Instituições para a Neocompany?<br />
Para a Neocompany, apadrinhar<br />
instituições vai além de simples<br />
transações financeiras. É um<br />
compromisso profundo e ativo<br />
com causas sociais significativas.<br />
Essa abordagem única reflete<br />
a convicção de que empresas<br />
devem ser agentes de mudança,<br />
contribuindo para o bem-estar da<br />
comunidade.<br />
Uma Parceria Além do Financeiro<br />
O apadrinhamento pela<br />
Neocompany não se limita a<br />
doações monetárias; é uma<br />
parceria holística. Nossa empresa<br />
busca criar uma sinergia única,<br />
fornecendo não apenas recursos<br />
financeiros, mas também<br />
compartilhando<br />
conhecimentos,<br />
envolvendo nossos colaboradores<br />
em programas de voluntariado<br />
e promovendo campanhas de<br />
conscientização.<br />
Construindo Comunidades<br />
Sustentáveis<br />
Ao apadrinhar instituições, a<br />
Neocompany visa construir<br />
comunidades sustentáveis. Essa<br />
abordagem não apenas beneficia<br />
as instituições parceiras, mas<br />
também fortalece laços com a<br />
comunidade em geral. Através<br />
de iniciativas conjuntas, estamos<br />
criando um impacto duradouro,<br />
promovendo a educação, a<br />
igualdade de oportunidades e o<br />
desenvolvimento sustentável.<br />
Um Compromisso que Gera<br />
Benefícios Mútuos<br />
A Neocompany acredita em um<br />
ciclo de benefícios mútuos. Ao<br />
apoiar instituições, fortalecemos<br />
nossa posição como uma empresa<br />
socialmente responsável, atraindo<br />
talentos motivados por propósitos<br />
e construindo uma reputação que<br />
vai além do lucro. Acreditamos que<br />
o sucesso de uma empresa está<br />
intrinsecamente ligado ao sucesso<br />
de sua comunidade.<br />
Inspirando Outras Empresas<br />
a Seguirem o Caminho da<br />
Responsabilidade Social<br />
A Neocompany não apenas está<br />
inovando em responsabilidade<br />
social empresarial, mas<br />
também está inspirando outras<br />
empresas a seguirem esse<br />
caminho. Acreditamos que, ao<br />
compartilhar nossas experiências<br />
e sucessos, podemos catalisar<br />
uma mudança significativa no<br />
paradigma empresarial, tornando<br />
a responsabilidade social uma<br />
norma, não uma exceção.<br />
Conclusão: Redefinindo o Futuro<br />
dos Negócios<br />
A Neocompany está liderando<br />
a revolução na forma como<br />
as empresas percebem sua<br />
responsabilidade para com<br />
a sociedade. Ao apadrinhar<br />
instituições, estamos construindo<br />
um futuro onde o sucesso<br />
empresarial está intrinsecamente<br />
conectado ao bem-estar social. A<br />
Neocompany não é apenas uma<br />
empresa; é uma força motriz para<br />
a mudança positiva, provando que<br />
os negócios podem ser motores de<br />
progresso e solidariedade.<br />
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INFORME DE MERCADO<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />
199
INFORME DE MERCADO<br />
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200 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024
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usuários, já que foi pensado nos<br />
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fluidos e imersão. Opcionalmente,<br />
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imersão em água (NA: 1,10) pode ser<br />
incluída. O revólver é codificado e<br />
conta com cinco posições.<br />
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tempo de desligamento automático<br />
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202 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024