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Cultura de Bancada, 20º Número

Cultura de Bancada, 20º número, lançado a 12 de dezembro de 2023

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mesmo não estava acessível a todos, sendo maioritariamente disputado por cavalheiros das

classes altas, algo que contrastava com o povo de Matosinhos, gente pobre que subsistia à base

da pesca, em tempos em que a fome era uma realidade diária. Naturalmente que nos primeiros

anos eram poucos aqueles que assistiam aos “match’s”, algo que foi evoluindo positivamente

com o tempo. Em 1935, na recepção ao Sporting CP, registou-se a maior enchente num campo

do Leixões até ali, contabilizando-se a presença de 4 000 adeptos.

Mais tarde, na manhã de 1 de Dezembro de 1947, durante o período em que

Matosinhos era o maior centro conserveiro nacional, regressa ao molhe sul do nosso porto uma

traineira carregada de sardinha, contrariando o que tinha acontecido com outras embarcações.

A necessidade era grande e, nesse mesmo dia, partiram rumo à Figueira da Foz 103 traineiras.

Infelizmente, as condições climáticas mudaram drasticamente ao anoitecer e quatro embarcações

naufragaram, vitimizando um total de 152 pescadores, naquela que é a maior tragédia marítima

na costa portuguesa. Naquele tempo, Leixões já era o maior porto de pesca do país e a faina era

feita manualmente, levando a que cada traineira empregasse entre 30 a 40 pessoas. O Leixões

SC foi sempre um clube inclusivo, destacando-se como clube-escola eclético, alicerçando o

seu crescimento na sua comunidade. Ofereceu formação pessoal e desportiva, atingindo alto

nível dentro de campos e quadras e colheu frutos da união e sentido de missão da comunidade

envolvente, sendo exemplo disso a construção do Estádio do Mar. Puxando a fita atrás, sempre

foi uma dificuldade do LSC estabelecer-se num só campo e desenvolver o mesmo, uma vez que

eram espaços arrendados e o dinheiro nunca abundava, o que se traduziu em quatro mudanças

de “estádio” até aos anos 50. O problema persistiu, a vila continuou sem ter estádio municipal e

o Leixões continuou a procurar a sua independência. No ano de 1958, o clube conseguiu avançar

com a compra do terreno onde surgiria a sua tão desejada casa, tendo a direcção do LSC, com

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