PATROCINADORES > NOVO CONTEXTO DA MOBILIDADE OS ELEMENTOS- CHAVE DA E-MOBILITY
A MOBILIDADE ELÉTRICA JÁ É UMA REALIDADE. ESTAMOS NO FINAL DO INÍCIO DE UMA VIAGEM MUITO LONGA. O RITMO DE UTILIZAÇÃO DE VE SUPEROU AS EXPETATIVAS. ENQUANTO OS VE REPRESENTAM HOJE APENAS 1,5% DO TOTAL DE 326 MILHÕES DE VEÍCULOS NA EUROPA, OS ANALISTAS PREVEEM QUE A QUOTA DE MERCADO AUMENTE PARA 65 MILHÕES DE VEÍCULOS ATÉ 2030 E DUPLIQUE PARA 130 MILHÕES DE VEÍCULOS ATÉ 2035 O setor da mobilidade tem sofrido frequentes e rápi<strong>das</strong> disrupções tecnológicas e dos padrões de consumo. Este contexto irá acelerar, especialmente com o expectável agravamento dos custos de matérias-primas, transporte e energia. Simultaneamente, verifica-se um pico de procura e constrangimentos da oferta, exigindo ainda mais agilidade organizacional. As empresas do setor têm respondido com a revisão do posicionamento competitivo na cadeia de valor, especialmente materializada na elevada intensidade de aquisições, parcerias estratégicas que conferem maior agilidade organizacional, e desenvolvimento <strong>das</strong> competências in-house para maior resiliência <strong>das</strong> cadeias de abastecimento. A importância da inovação Nem sempre a inovação surge com um racional de geração de receita ou redução de custo. Em certos casos, o objetivo poderá ser comunicar confiança ao consumidor. A autonomia é um dos principais atributos da mobilidade do futuro, potenciada pelos recentes avanços da mobilidade elétrica. Tendo ultrapassado a fase de demonstração de conceito, encontra-se agora na importante etapa de demonstração de segurança. Naturalmente que, não sendo necessário um papel tão ativo do condutor, o tempo passado no veículo poderá ser monetizado (por empresas de media, educação, entretimento, entre outras), por exemplo, com marketing personalizado, anúncios interativos, permitindo pagamentos e compras, entre outras. Uma decisão recente da Tesla é um caso de estudo paradigmático desta realidade futura. A construtora automóvel lançou um microfone que se conecta ao sistema áudio dos veículos (TeslaMic), e permite ao condutor e passageiros participar em sessões de karaoke a bordo. O produto foi lançado no mercado Chinês e esgotou em menos de uma hora. Esta decisão estratégica poderá ter três leituras principais que refletem um possível caminho a seguir pelas construtoras automóveis na promoção da adoção da tecnologia autónoma: - Ecossistema de lifestyle: o veículo será uma extensão da nossa casa enquanto local de trabalho e entretenimento. Os produtos complementares ao automóvel ajudam a criar um ecossistema abrangente que concentra a experiência de utilização. - Fidelização: o ecossistema de produtos complementares poderá contribuir para a satisfação dos utilizadores (por exemplo, fornecendo opções de entretenimento a bordo e facilitando a execução de tarefas profissionais) e, consequentemente, para a sua fidelização. - Demonstração de confiança: a mensagem transmitida aos consumidores é de confiança na utilização de um veículo autónomo, ao ponto de as fontes de entretenimento considera<strong>das</strong> distrações nos parâmetros atuais poderem ser utiliza<strong>das</strong> numa nova tipologia de veículo. O TeslaMic tem características especificamente adequa<strong>das</strong> ao mercado em questão e às necessidades e desejos dos respetivos consumidores. Desta forma, a empresa poderá gerar insights valiosos em termos da aceitação deste tipo de produtos e do brand awareness. Adicionalmente, esta decisão reitera as intenções da marca em competir com as construtoras locais (por exemplo, a BYD) que já disponibilizam estes produtos complementares. Por fim, assegurar a propriedade dos dados gerados pelo ecossistema do veículo (isto é, os dados gerados pelos utilizadores, peões, outros veículos, infraestruturas rodoviárias, entre outras) será um dos principais “campos de batalha” <strong>das</strong> construtoras automóveis com as empresas tecnológicas, pelo seu potencial de monetização (por exemplo, para seguradoras, empresas de entretenimento, gestoras de postos de carregamento elétrico e estacionamento, entre outras). Consumidores têm o poder da transformação À medida que a adoção da mobilidade elétrica é cada vez mais rápida, temos de criar e investir em capacidades futuras para manter os VEs em circulação. Temos de definir as bases e construir infraestruturas que possam suportar 130 milhões de veículos elétricos (VE) até 2035. Não é o aumento da procura de eletricidade, mas sim a origem imprevisível do carregamento de VEs que representará o maior desafio para a rede elétrica. Ganhar a confiança e aceitação do consumidor é um fator determinante para o sucesso da mobilidade elétrica. Muitos países comprometeram-se a vender apenas carros novos com emissões zero até 2035, enquanto outros prometeram fazê-lo até 2040. Os fabricantes de automóveis estão a reformular os modelos de negócio e a reinventar a sua oferta. Os OS ANALISTAS CALCULAM QUE O AUMENTO PREVISTO DOS VE IRÁ GARANTIR, PELO MENOS, 65 MILHÕES DE POSTOS DE CARREGAMENTO – 9 MILHÕES DOS QUAIS SERÃO PÚBLICOS E 56 MILHÕES RESIDENCIAIS – ATÉ 2035 EM TODA A EUROPA www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Novembro I 2023 19