Encarnação, Nascimento e Infância de Jesus Cristo
toda a vossa vontade como nos fizestes saber por Davi: Na cabeceira do livro está escrito de mim que farei a vossa vontade; sim, meu Deus, eu o quero; assim hoje eu vos ofereço, meu divino Salvador, toda a minha vontade. Ela vos foi outrora rebelde e com ela vos ofendi; mas agora detesto do fundo do coração o mau uso que dela fiz, todas as faltas pelas quais tive a infelicidade de perder a vossa amizade, e vos consagro esta minha vontade sem reserva. Senhor, que quereis que eu faça? estou pronto a obedecer-vos. Disponde de mim e do que me pertence como vos aprouver; aceito tudo e a tudo me resigno. Sei que quereis o meu maior bem; nas vossas mãos recomendo o meu espírito. Ajudai minha alma por vossa misericórdia, conservai-a, fazei seja ela sempre vossa, e toda vossa, pois que a resgatastes com vosso sangue: Vós me remistes, Senhor, Deus de verdade. Ó Maria, Virgem santa, feliz sois vós! Fostes sempre toda de Deus, toda bela, toda pura e sem mancha. Só vós fostes, entre todas as almas, chamada pelo divino Esposo, a sua columba, a sua perfeita. Vós sois o jardim fechado à toda a culpa, a toda a imperfeição, e cheio de flores e frutos de todas as virtudes. Ah! minha Rainha e minha Mãe, que sois tão bela aos olhos de Deus, tende piedade de minha alma, tão deformizada por seus pecados. Se no passado não pertenci a Deus, agora quero ser dele e todo dele. Quero empregar o resto de minha vida só em amar o meu Redentor, que tanto me tem amado: basta dizer que Ele se deu todo a mim. Ó minha esperança, obtende-me a força de lhe ser grato e fiel até a morte. Amém. Assim o espero, assim seja. 66
CONSIDERAÇÃO VII. O VERBO ETERNO DE FELIZ SE FEZ PADECENTE. Et erunt oculi tui videntes Praeceptorem tuum. Os teus olhos estarão sempre vendo o teu Mestre (Is 30,20). Tudo o que há no mundo, diz S. João, é concupiscência da carne, concupiscência dos olhos e orgulho da vida. Eis as três más paixões que se apoderaram do homem e o dominaram depois do pecado de Adão: o amor dos prazeres, o amor das riquezas e o amor das honras, do qual nasce o orgulho. O Verbo divino veio à terra ensinar-nos por seu exemplo a vencer esses três inimigos de nossa alma: para ensinar-nos a mortificação dos sentidos, oposta ao amor dos prazeres, de feliz Ele se fez padecente; para ensinar-nos o desapego dos bens terrenos, oposto ao amor das riquezas, de rico Ele se fez pobre; e enfim, para ensinar-nos a humildade, oposta ao amor das honras, Ele, o Altíssimo, se rebaixou. Trataremos esses três pontos nos três últimos dias da Novena; hoje falaremos do primeiro. Nosso Redentor, pois, veio ensinar-nos, mais pelo exemplo de sua vida do que por sua doutrina, a amar a mortificação dos sentidos; e é por isso que de feliz que Ele é e sempre foi, se fez padecente. Consideremos bem essa verdade, e peçamos a Jesus e Maria nos iluminem. I. 67
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CONSIDERAÇÃO VII.<br />
O VERBO ETERNO<br />
DE FELIZ SE FEZ PADECENTE.<br />
Et erunt oculi tui vi<strong>de</strong>ntes<br />
Praeceptorem tuum.<br />
Os teus olhos estarão sempre<br />
vendo o teu Mestre (Is 30,20).<br />
Tudo o que há no mundo, diz S. João, é concupiscência da<br />
carne, concupiscência dos olhos e orgulho da vida. Eis as três<br />
más paixões que se apo<strong>de</strong>raram do homem e o dominaram<br />
<strong>de</strong>pois do pecado <strong>de</strong> Adão: o amor dos prazeres, o amor das<br />
riquezas e o amor das honras, do qual nasce o orgulho. O Verbo<br />
divino veio à terra ensinar-nos por seu exemplo a vencer<br />
esses três inimigos <strong>de</strong> nossa alma: para ensinar-nos a mortificação<br />
dos sentidos, oposta ao amor dos prazeres, <strong>de</strong> feliz Ele<br />
se fez pa<strong>de</strong>cente; para ensinar-nos o <strong>de</strong>sapego dos bens terrenos,<br />
oposto ao amor das riquezas, <strong>de</strong> rico Ele se fez pobre; e<br />
enfim, para ensinar-nos a humilda<strong>de</strong>, oposta ao amor das honras,<br />
Ele, o Altíssimo, se rebaixou.<br />
Trataremos esses três pontos nos três últimos dias da Novena;<br />
hoje falaremos do primeiro.<br />
Nosso Re<strong>de</strong>ntor, pois, veio ensinar-nos, mais pelo exemplo<br />
<strong>de</strong> sua vida do que por sua doutrina, a amar a mortificação<br />
dos sentidos; e é por isso que <strong>de</strong> feliz que Ele é e sempre foi,<br />
se fez pa<strong>de</strong>cente. Consi<strong>de</strong>remos bem essa verda<strong>de</strong>, e peçamos<br />
a <strong>Jesus</strong> e Maria nos iluminem.<br />
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