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Regozijai-vos, pois, almas fiéis, que amais a Deus e que<br />
esperais nele; regozijai-vos. Se é gran<strong>de</strong> o dano que nos veio<br />
do pecado <strong>de</strong> Adão e sobretudo dos nossos pecados, <strong>Jesus</strong><br />
<strong>Cristo</strong> o compensou com usura resgatando-nos: On<strong>de</strong> abundou<br />
o pecado, diz o apóstolo, superabundou a graça. “Pela graça<br />
<strong>de</strong> nosso Re<strong>de</strong>ntor, diz S. Leão, ganhamos mais do que per<strong>de</strong>mos<br />
pela malícia do <strong>de</strong>mônio”. E Isaías havia predito que,<br />
por meio <strong>de</strong> <strong>Jesus</strong> <strong>Cristo</strong>, o homem receberia <strong>de</strong> Deus benefícios<br />
superiores aos castigos <strong>de</strong>vidos aos seus pecados. Essa é<br />
a interpretação <strong>de</strong> Adão, citado por Cornélio a Lápi<strong>de</strong>. Também<br />
Nosso Senhor disse: Eu vim proporcionar ao homem uma vida<br />
mais abundante e melhor do que aquela da qual o pecado o<br />
havia <strong>de</strong>spojado. O dom <strong>de</strong> Deus exce<strong>de</strong>u o pecado (Rm 5,15),<br />
escreveu o apóstolo. Isto é: gran<strong>de</strong> foi o pecado do homem;<br />
porém maior é o benefício da re<strong>de</strong>nção, a qual, diz igualmente<br />
o Salmista, não é somente um remédio suficiente, mas ainda<br />
superabundante. O sacrifício da vida do Homem-Deus exce<strong>de</strong><br />
imensamente todas as dívidas dos pecadores, como se exprime<br />
S. Anselmo. Eis porque a Santa Igreja chama feliz a culpa<br />
<strong>de</strong> Adão: Feliz culpa que nos valeu um tal e tão gran<strong>de</strong> Re<strong>de</strong>ntor!<br />
É verda<strong>de</strong> que o pecado obscureceu nosso espírito relativamente<br />
ao conhecimento das verda<strong>de</strong>s eternas, e introduziu<br />
em nossa alma a concupiscência, essa tendência para os bens<br />
sensíveis e proibidos pela lei <strong>de</strong> Deus. Mas, <strong>de</strong>vido aos méritos<br />
<strong>de</strong> <strong>Jesus</strong> <strong>Cristo</strong>, que po<strong>de</strong>rosos meios temos para adquirir as<br />
luzes e as forças <strong>de</strong> que temos necessida<strong>de</strong> a fim <strong>de</strong> vencer<br />
todos os nossos inimigos e praticar todas as virtu<strong>de</strong>s! Os sacramentos,<br />
o sacrifício da missa, a oração apoiada nos méritos<br />
do divino Salvador, oh! que armas para triunfar <strong>de</strong> todas as tentações!<br />
Que força po<strong>de</strong>mos tirar <strong>de</strong>las para correr, para voar no<br />
caminho da perfeição! É certo que com esses mesmos meios<br />
que são dados a todos nós, se santificaram todos os Santos da<br />
nova lei. A culpa é pois nossa se <strong>de</strong>les não tirarmos proveito.<br />
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