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MEDITAÇÃO VII.<br />
JESUS EM NAZARÉ. (Continuação)<br />
Na casa <strong>de</strong> Nazaré, <strong>Jesus</strong> Menino crescia em sabedoria, e<br />
em ida<strong>de</strong>, e em graça, diante <strong>de</strong> Deus e dos homens. Consi<strong>de</strong>remos<br />
atentamente essas palavras <strong>de</strong> S. Lucas.<br />
Na media que <strong>Jesus</strong> crescia em ida<strong>de</strong>, crescia também em<br />
sabedoria; não que adquirisse com os anos um maior conhecimento<br />
das coisas, como se dá conosco; pois, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o momento<br />
<strong>de</strong> sua conceição, <strong>Jesus</strong> foi cheio <strong>de</strong> toda a ciência e <strong>de</strong> toda<br />
a sabedoria divinas; mas diz-se que Ele progredia porque, a-<br />
vançando em ida<strong>de</strong>, manifestava mais e mais sua sublime sabedoria.<br />
Da mesma maneira se <strong>de</strong>ve enten<strong>de</strong>r o resto do texto. <strong>Jesus</strong><br />
crescia em graça diante <strong>de</strong> Deus: as ações do Homem-<br />
Deus não podiam torná-lo mais santo, nem aumentar seus méritos,<br />
pois que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o começo era cheio <strong>de</strong> santida<strong>de</strong> e <strong>de</strong><br />
mérito, e é <strong>de</strong> sua plenitu<strong>de</strong>, observa S. João, que nós recebemos<br />
todas as graças; todavia, as ações <strong>de</strong> nosso Re<strong>de</strong>ntor<br />
eram todas suficientes, em si mesmas, para aumentar sua graça<br />
e seu mérito.<br />
Crescia também em graça diante dos homens, no sentido<br />
que crescia em beleza e amabilida<strong>de</strong>. Oh! <strong>Jesus</strong>, em sua mocida<strong>de</strong>,<br />
tornava-se cada dia mais caro e mais amável, manifestando<br />
melhor os belos títulos que tinha ao nosso amor. Com<br />
que presteza o santo adolescente obe<strong>de</strong>cia a Maria e a José!<br />
com que recolhimento <strong>de</strong> espírito trabalhava! com que modéstia<br />
tomava o alimento! com quanta discrição falava! com que<br />
doçura e afabilida<strong>de</strong> se entretinha com todos! com que <strong>de</strong>voção<br />
orava! Numa palavra, todas as ações, todas as palavras,<br />
todos os movimentos <strong>de</strong> <strong>Jesus</strong>, eram outras tantas setas <strong>de</strong><br />
amor lançadas ao coração <strong>de</strong> todos os que o viam, e sobretudo<br />
<strong>de</strong> Maria e <strong>de</strong> José, que tiveram a felicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vê-lo constan-<br />
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