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MEDITAÇÃO II.<br />
JESUS NASCE MENINO.<br />
Consi<strong>de</strong>ra que a primeira indicação dada pelo anjo aos<br />
pastores para reconhecerem o Messias recém-nascido, foi que<br />
o acharam sob a forma duma criança: Achareis um menino envolto<br />
em paninhos e reclinado num presépio. A pequenez das<br />
crianças é um gran<strong>de</strong> atrativo para os corações; mas esse atrativo<br />
<strong>de</strong>ve ser bem maior e po<strong>de</strong>roso para nós em <strong>Jesus</strong>, que,<br />
sendo Deus infinito, se fez pequeno por nosso amor, como observa<br />
S. Agostinho.<br />
Adão apareceu no mundo em estado <strong>de</strong> homem perfeito;<br />
mas o Verbo eterno quis nascer criança: Parvulus natus est<br />
nobis; e isso a fim <strong>de</strong> atrair mais fortemente nossos corações a<br />
seu amor. “Assim quis nascer, diz S. Pedro Crisólogo, Aquele<br />
que queria ser amado”. Não vem à terra espalhar o terror, mas<br />
conquistar o amor; eis porque quer mostrar-se primeiro como<br />
uma pobre e tenra criança. O Senhor é gran<strong>de</strong> e infinitamente<br />
digno <strong>de</strong> louvores, exclama S. Bernardo, com o profeta-rei;<br />
mas consi<strong>de</strong>rando em seguida a <strong>Jesus</strong> feito uma criancinha no<br />
estábulo <strong>de</strong> Belém, o santo ajunta com ternura: “Esse Deus tão<br />
gran<strong>de</strong>, meu soberano Senhor, se fez pequeno para mim, e se<br />
tornou excessivamente amável”.<br />
Ah! quem olha com fé um Deus feito menino a chorar e<br />
gemer sobre a palha, numa gruta, por amor <strong>de</strong> nós, como po<strong>de</strong>ria<br />
<strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> amá-lo e convidar a todos a amá-lo, como fazia<br />
S. Francisco <strong>de</strong> Assis que dizia: Amemos o Menino <strong>de</strong> Belém,<br />
amemos o Menino <strong>de</strong> Belém! É uma criança, não fala, só solta<br />
vagidos, que são outros tantos gritos <strong>de</strong> amor com que nos<br />
convida a amá-lo e a dar-lhe o nosso coração.<br />
Consi<strong>de</strong>ra ainda que as crianças ganham o afeto por sua<br />
inocência. Todavia todas as outras crianças vêm ao mundo<br />
com a mancha do pecado original, ao passo que <strong>Jesus</strong> nasce<br />
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