Encarnação, Nascimento e Infância de Jesus Cristo
isso a cruel agonia que sofreu no jardim das Oliveiras à vista de todas as nossas iniqüidades, que se encarregara de expiar, Ele a sofreu desde o seio de sua Mãe. Sou pobre e em trabalhos desde a minha mocidade. Assim pela boca de Davi o nosso Salvador predisse que toda a sua vida devia ser um sofrimento contínuo. Daí deduz S. João Crisóstomo que não devemos contristar-nos senão do pecado, e já que os pecados afligiram Jesus durante toda a sua vida, assim nós, que o temos cometido, devemos ter deles dor contínua, lembrando-nos de haver ofendido um Deus que nos amou tanto. — S. Margarida de Cortona não cessava de deplorar suas faltas; o seu confessor disse-lhe um dia: “Margarida, basta, não chores mais; Deu já te perdoou”. — “Ah! meu pai, respondeu, como posso deixar de chorar esses pecados, pelos quais Jesus Cristo se afligiu toda a sua vida?” Afetos e Súplicas. Eis, meu Jesus, a vossos pés o ingrato, o perseguidor que encheu de amargura toda a vossa vida. Mas dir-vos-ei com E- zequias: E tu livrastes a minha alma para ela não perecer, lançaste para trás das vossas costas todos os meus pecados. Eu vos ofendi e vos feri com numerosos pecados, e vós não recusastes carregar-vos de todas as minhas iniqüidades; lancei voluntariamente minha alma ao fogo do inferno, cada vez que consenti em ofender-vos gravemente, e vós não deixastes de libertá-la com vosso sangue e de retirá-la do abismo. — Meu amado Redentor, agradeço-vos. Quisera morrer de dor quando penso que tenho maltratado tanto a vossa bondade infinita. Ó meu Amor, perdoai-me e vinde tomar posse de todo o meu coração. Dissestes que vos não dedignais de entrar na casa de quem vos abre a porta e de morar com ele: Se alguém me abrir a porta, entrarei e cearei com ele. Se outrora vos repeli, agora vos amo e nada mais desejo do que a vossa graça. A porta 144
está aberta, entrai em meu pobre coração para dele nunca mais sair. É pobre, mas a vossa presença o tornará rico: sim, serei rico enquanto vos possuir, ó Bem supremo! Ó Rainha do céu, Mãe dolorosa desse Filho cheio de dores, eu também vos tenho causado dores, pois que participastes em grande parte das dores de Jesus; perdoai-me, pois, minha Mãe, e obtende-me a graça de ser fiel, agora que, como espero, Jesus entrou em minha alma. MEDITAÇÃO XIII. Baptismo habeo baptizari; et quomodo coarctor usque dum perficiatur. Eu tenho de ser batizado num batismo, e quão grande é a minha ansiedade até que ele se conclua (Lc 12,50) Considera que Jesus sofreu desde o primeiro momento de sua existência, e que tudo sofreu por amor de nós; além da glória divina não tinha Ele outro interesse, em todo o curso de sua vida, do que a nossa salvação. Filho de Deus, não precisava sofrer para merecer o paraíso; penas, privações, opróbrios, Ele tudo sofreu para nos merecer a salvação eterna. Podia mesmo salvar-nos sem sofrer, mas preferiu abraçar uma vida cheia de dores, pobre, desprezada, privada de todo conforto, e uma morte mais amarga e desolada do que a de qualquer mártir ou penitente; por que? unicamente a fim de nos testemunhar a grandeza de seu amor por nós, e de ganhar os nossos afetos. Jesus viveu trinta e três anos suspirando sempre pela hora em que devia oferecer sua vida em sacrifício para nos obter a graça de Deus e a glória eterna, e para ternos sempre consigo no paraíso. Esse ardente desejo Ele o exprimia com as palavras: Eu tenho de ser batizado num batismo, e quão grande é a 145
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isso a cruel agonia que sofreu no jardim das Oliveiras à vista <strong>de</strong><br />
todas as nossas iniqüida<strong>de</strong>s, que se encarregara <strong>de</strong> expiar, Ele<br />
a sofreu <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o seio <strong>de</strong> sua Mãe. Sou pobre e em trabalhos<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a minha mocida<strong>de</strong>. Assim pela boca <strong>de</strong> Davi o nosso<br />
Salvador predisse que toda a sua vida <strong>de</strong>via ser um sofrimento<br />
contínuo. Daí <strong>de</strong>duz S. João Crisóstomo que não <strong>de</strong>vemos<br />
contristar-nos senão do pecado, e já que os pecados afligiram<br />
<strong>Jesus</strong> durante toda a sua vida, assim nós, que o temos cometido,<br />
<strong>de</strong>vemos ter <strong>de</strong>les dor contínua, lembrando-nos <strong>de</strong> haver<br />
ofendido um Deus que nos amou tanto. — S. Margarida <strong>de</strong><br />
Cortona não cessava <strong>de</strong> <strong>de</strong>plorar suas faltas; o seu confessor<br />
disse-lhe um dia: “Margarida, basta, não chores mais; Deu já te<br />
perdoou”. — “Ah! meu pai, respon<strong>de</strong>u, como posso <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong><br />
chorar esses pecados, pelos quais <strong>Jesus</strong> <strong>Cristo</strong> se afligiu toda<br />
a sua vida?”<br />
Afetos e Súplicas.<br />
Eis, meu <strong>Jesus</strong>, a vossos pés o ingrato, o perseguidor que<br />
encheu <strong>de</strong> amargura toda a vossa vida. Mas dir-vos-ei com E-<br />
zequias: E tu livrastes a minha alma para ela não perecer, lançaste<br />
para trás das vossas costas todos os meus pecados. Eu<br />
vos ofendi e vos feri com numerosos pecados, e vós não recusastes<br />
carregar-vos <strong>de</strong> todas as minhas iniqüida<strong>de</strong>s; lancei voluntariamente<br />
minha alma ao fogo do inferno, cada vez que<br />
consenti em ofen<strong>de</strong>r-vos gravemente, e vós não <strong>de</strong>ixastes <strong>de</strong><br />
libertá-la com vosso sangue e <strong>de</strong> retirá-la do abismo. — Meu<br />
amado Re<strong>de</strong>ntor, agra<strong>de</strong>ço-vos. Quisera morrer <strong>de</strong> dor quando<br />
penso que tenho maltratado tanto a vossa bonda<strong>de</strong> infinita. Ó<br />
meu Amor, perdoai-me e vin<strong>de</strong> tomar posse <strong>de</strong> todo o meu coração.<br />
Dissestes que vos não <strong>de</strong>dignais <strong>de</strong> entrar na casa <strong>de</strong><br />
quem vos abre a porta e <strong>de</strong> morar com ele: Se alguém me abrir<br />
a porta, entrarei e cearei com ele. Se outrora vos repeli, agora<br />
vos amo e nada mais <strong>de</strong>sejo do que a vossa graça. A porta<br />
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