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próprio Filho para se fazer homem e revestir-se da carne dos<br />
pecadores. Com seus sofrimentos em com sua morte, o Verbo<br />
encarnado satisfará à divina justiça pelos pecados dos homens<br />
e libertá-los-á assim da morte eterna; e reconciliando-os com<br />
seu Pai, lhes obterá a graça divina e os tornará dignos <strong>de</strong> entrar<br />
no reino celeste.<br />
Consi<strong>de</strong>ra aqui, dum lado, os males extremos em que o<br />
pecado precipita a alma privando-a da amiza<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus e do<br />
paraíso, e con<strong>de</strong>nando-a a uma eternida<strong>de</strong> <strong>de</strong> penas. Doutro<br />
lado consi<strong>de</strong>ra o amor infinito que Deus nos mostrou na gran<strong>de</strong><br />
obra da encarnação do Verbo: o unigênito Filho <strong>de</strong> Deus virá<br />
pois sacrificar sua vida pela mão dos carrascos; morrerá numa<br />
cruz, num abismo <strong>de</strong> dores e ignomínias, para nos obter o perdão<br />
dos nossos pecados e a salvação eterna. Ao contemplar<br />
esse gran<strong>de</strong> mistério e esse excesso <strong>de</strong> amor <strong>de</strong> Deus, cada<br />
um <strong>de</strong>veria exclamar: Ó bonda<strong>de</strong> infinita! ó misericórdia infinita!<br />
ó amor infinito! um Deus fez-se homem para morrer por mim!<br />
Afetos e Súplicas.<br />
Mas como é possível, ó meu <strong>Jesus</strong>, que eu tenha tantas<br />
vezes renovado voluntariamente com os ultrajes que cometi<br />
contra vós, essa horrível ruína causada pelo pecado e reparada<br />
com a vossa morte? Custou-vos tanto o salvar-me; e eu tantas<br />
vezes quis per<strong>de</strong>r-me, per<strong>de</strong>ndo a vós, o Bem infinito! Uma<br />
coisa reanima a minha confiança: vós dissestes que, quando o<br />
pecador, que vos voltou as costas, se converte, não <strong>de</strong>ixais <strong>de</strong><br />
abraçá-lo: Convertei-vos a mim... e eu me voltarei a vós. Dissestes<br />
ainda: Se alguém me abrir a porta, entrarei nele. Eisme,<br />
Senhor, sou um <strong>de</strong>sses rebel<strong>de</strong>s, um ingrato e traidor, que<br />
vos voltou muitas vezes as costas e vos expulsou <strong>de</strong> sua alma;<br />
mas hoje arrependo-me do fundo do coração <strong>de</strong> vos haver assim<br />
ultrajado e <strong>de</strong>sprezado a vossa graça. Arrependo-me, e<br />
amo-vos sobre todas as coisas. Está aberta a porta do meu<br />
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