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Entrevista: Alexandre Alonso Alves aponta avanços da pesquisa na Embrapa Agroenergia<br />
VALOR AGREGADO<br />
LINHA COMPLETA DE<br />
EQUIPAMENTOS DA CHINA<br />
AUTOMATIZA A FABRICAÇÃO<br />
DE PELLETS<br />
ADDED VALUE<br />
A COMPLETE LINE OF<br />
EQUIPMENT FROM CHINA<br />
AUTOMATES PELLET-MAKING<br />
POLÍTICA<br />
GOVERNO DO PARANÁ ADERE A<br />
CONVÊNIOS QUE INCENTIVAM<br />
PRODUÇÃO DE BIOGÁS E BIOMETANO<br />
FEIRA<br />
EMPRESAS DA ÁREA DE BIOMASSA<br />
MARCARAM PRESENÇA NA FIMMA BRASIL
O Grupo ANDRITZ líder global de<br />
plantas, equipamentos e serviços nas diversas<br />
linhas de produção de papel e celulose, vem<br />
ampliando a atuação e alcançando novos<br />
projetos com participação expressiva no setor<br />
de biomassa.<br />
Cada vez mais o setor sustentável vem<br />
buscando a excelência dos projetos da<br />
ANDRITZ para o desenvolvimento de soluções<br />
necessárias para o segmento.<br />
A biomassa vem sendo utilizada como<br />
alternativa para a redução de custos e,<br />
principalmente, como energia renovável<br />
contribuindo para a redução das emissões de<br />
carbono. A tecnologia empregada nesse<br />
processo pode remover milhões de toneladas<br />
de dióxido de carbono (CO 2<br />
) da atmosfera em<br />
âmbito global.<br />
A ANDRITZ na Divisão de Feed &<br />
Biofuel, possui em seu portfólio, uma das<br />
maiores referências técnicas e de performance<br />
de plantas de peletização de madeira do<br />
mundo, trata-se de uma planta instalada na<br />
cidade de Waycross, na Georgia, nos Estados<br />
Unidos. A produção inicial era de 750.000<br />
toneladas por ano, entretanto, ano após ano,<br />
novos recordes de produção estão acontecendo.<br />
Nesta planta, além da engenharia<br />
básica, foram fornecidos diversos equipamentos<br />
como: descascadores, picadores HHQ30,<br />
trituradores, peneiras, moinhos modelo 43060<br />
e peletizadoras PM-30, dentre outros.<br />
Recentemente, a ANDRITZ também<br />
fechou contrato com uma nova instalação de<br />
pellets para uma fábrica na Colômbia, onde<br />
estima-se uma produção anual de 130.000<br />
toneladas ao ano. Neste novo investimento, a<br />
.<br />
ANDRITZ foi contratada pela referência de<br />
melhor fornecedora para uma longa e mútua<br />
parceria.<br />
“Os projetos desenvolvidos pela<br />
ANDRITZ, para o setor de biomassa, evidenciam<br />
que o acesso à tecnologia de ponta<br />
pode e deve ser utilizado em todos os setores<br />
independentemente do tamanho das<br />
fábricas”, ressalta Luiz Paulo da Cunha,<br />
gerente geral de engenharia e planejamento<br />
da ANDRITZ.<br />
Os pellets são biocombustíveis<br />
granulados, à base de biomassa vegetal, que<br />
é moída e em seguida compactada, principalmente<br />
por meio de moinhos e peletizadoras.
SUMÁRIO<br />
10 | EDITORIAL<br />
Energia sustentável<br />
12 | CARTAS<br />
14 | NOTAS<br />
28 | ENTREVISTA<br />
40 | PRINCIPAL<br />
46 | INVESTIMENTO<br />
A força do vento<br />
52 | INFORME<br />
Cuidados geram resultados<br />
54 | POLÍTICA<br />
Energia renovável em alta<br />
60 | FEIRA<br />
66 | ARTIGO<br />
72 | AGENDA<br />
74 | OPINIÃO<br />
A personalização do<br />
atendimento é a chave para<br />
ganhos de competitividade<br />
08 www.REVISTABIOMAIS.com.br
EDITORIAL<br />
A capa desta edição apresenta<br />
os equipamentos que compõem<br />
a linha completa da JSIC Comex<br />
para produção de pellets.<br />
ENERGIA<br />
SUSTENTÁVEL<br />
A<br />
nova edição da Revista REFERÊNCIA BIOMAIS destaca a instalação feita pela empresa JSIC Comex de uma linha completa<br />
para produção de pellets na região de Guarapuava (PR). A empresa especializada na importação e exportação de máquinas<br />
e equipamentos para área de biomassa deu suporte completo para o desenvolvimento do projeto até a realização dos<br />
testes de produção na empresa que investiu neste segmento, aproveitando os resíduos que gera em sua atividade principal.<br />
Na editoria de Entrevista conversamos com o presidente da Embrapa Agroenergia, Alexandre Alonso Alves. Ele abordou as atividades<br />
da unidade que completa 17 anos em 2023. Ainda na edição temos a cobertura da Fimma Brasil 2023 que reuniu várias empresas com<br />
soluções para biomassa. O Leitor confere ainda outras notícias sobre energias renováveis, investimentos e incentivos do setor. Uma<br />
ótima leitura!<br />
SUSTAINABLE ENERGY<br />
T<br />
his issue of REFERÊNCIA <strong>Biomais</strong> highlights the installation by JSIC Comex of a complete line for producing pellets in the Guarapuava<br />
(PR) Region. The Company specializes in importing and exporting machinery and equipment for the biomass area. It supported the<br />
elaboration of the project up to the production tests carried out by the company that invested in this segment, taking advantage of the<br />
waste it generates in its main activity. In the Interview Section, we spoke with Alexandre Alonso Alves, Head of Embrapa Agroenergia,<br />
who addressed the activities of the unit, which completes 17 years in 2023. Also in this issue, we have the coverage of Fimma Brasil, which brought<br />
together several companies with solutions for biomass. The Reader can also check out other news about the Sector's renewable energies,<br />
investments, and incentives. Pleasant reading!<br />
EXPEDIENTE<br />
ANO X - EDIÇÃO 59 - OUTUBRO 2023<br />
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Fábio Alexandre Machado<br />
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dirigida aos produtores e consumidores de energias limpas<br />
e alternativas, produtores de resíduos para geração e cogeração de<br />
energia, instituições de pesquisa, estudantes universitários, órgãos<br />
governamentais, ONG’s, entidades de classe e demais públicos,<br />
direta e/ou indiretamente ligados ao segmento. A REVISTA BIOMAIS<br />
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at clean alternative energy producers and consumers, producers of residues<br />
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educational purposes.<br />
10 www.REVISTABIOMAIS.com.br
CARTAS<br />
PRINCIPAL<br />
A biomassa vai continuar sendo tendência de energia barata e renovável nas próximas décadas.<br />
As indústrias que apostarem nessa matriz vão sair na frente das demais.<br />
Andreia Lucinda – Poços de Caldas (MG)<br />
Foto: divulgação<br />
ENTREVISTA<br />
A Revista BIOMAIS surpreende a cada edição. Sempre fico na expectativa de saber com quem será a próxima entrevista!<br />
Daniel Pereira – Joinville (SC)<br />
PESQUISA<br />
O Hidrogênio Gaseificado falado nessa pesquisa nos mostra várias formas de sustentabilidade.<br />
Juan Moreira – Porto Velho (RO)<br />
PELLETS<br />
Não existe a possibilidade de um futuro sustentável sem a utilização de fontes<br />
renováveis de energia. Que a pesquisa evolua cada dia mais para que o futuro seja mais<br />
sustentável.<br />
Luciano Pagnotto – Cuiabá (MT)<br />
Foto: divulgação<br />
www.revistabiomais.com.br<br />
na<br />
mí<br />
energia<br />
biomassa<br />
dia informação<br />
@revistabiomais<br />
/revistabiomais<br />
Publicações Técnicas da JOTA EDITORA<br />
12 www.REVISTABIOMAIS.com.br
A CPM ESTEVE LÁ!<br />
Com foco na indústria de etanol de<br />
milho, inovação e sustentabilidade, é<br />
promovida pela Novozymes,<br />
empresa líder em BioSolutions. Esta<br />
conferência reuniu os mais<br />
importantes representantes destes<br />
setores, incluindo produtores,<br />
investidores, associações e<br />
fornecedores de tecnologia, para<br />
apresentar e discutir as principais<br />
tendências das indústrias. Na 9ª<br />
edição a CPM Latin America teve o<br />
privilégio de participar com<br />
exclusividade, tendo a oportunidade<br />
de levar nossas novidades para o<br />
segmento, além de entender ainda<br />
mais a demanda para seguir<br />
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NOTAS<br />
ENERGIA SOLAR EM ALTA<br />
Segundo um levantamento feito pela IRENA (Agência Internacional de Energia Renovável), o Brasil é o quarto país<br />
do mundo que mais emprega no setor de energia solar. E ocupa o 8º lugar na geração de energia solar. De acordo com o<br />
estudo, a produção fotovoltaica brasileira emprega mais de 214 mil profissionais, perdendo apenas para China, Índia e EUA<br />
(Estados Unidos da América). Consolidada como a segunda maior fonte energética do país, a energia solar recebeu mais de<br />
R$ 33 bilhões em novos investimentos no primeiro semestre de 2023, segundo dados da ABSOLAR (Associação Brasileira de<br />
Energia Solar Fotovoltaica). Devido o alto valor alocado, a tendência é que o mercado de trabalho do setor siga aquecido<br />
neste final de ano.<br />
No ranking dos países que mais geram energia solar no mundo, o Brasil ultrapassou países como Holanda e Coreia do<br />
Sul e ancora a 8ª posição do estudo. Isso é uma ótima notícia para o país e um sinal positivo de seu crescimento no setor<br />
de energia solar. O uso de energia solar tem ganhado destaque em todo o mundo devido aos seus benefícios ambientais<br />
e econômicos. A classificação do Brasil em 8º lugar no ranking global de geração de energia solar é um indicativo de seu<br />
compromisso em expandir o uso de fontes de energia renovável.<br />
A energia solar é uma fonte limpa e sustentável de energia que ajuda a reduzir as emissões de GEE (gases de efeito<br />
estufa) e a dependência de combustíveis fósseis. Além disso, ela cria empregos locais e impulsiona o desenvolvimento<br />
tecnológico. O Brasil, com seu vasto território e condições climáticas favoráveis, tem um enorme potencial para continuar<br />
crescendo nesse setor. Para manter e melhorar ainda mais sua posição no ranking, o Brasil pode continuar investindo em<br />
infraestrutura para a geração de energia solar, promovendo políticas públicas que incentivem o uso de fontes de energia<br />
renovável e facilitando o acesso a sistemas de energia solar para residências, empresas e instituições.<br />
Foto: divulgação<br />
14 www.REVISTABIOMAIS.com.br
BIOMETANO A PARTIR DE RESÍDUOS SÓLIDOS<br />
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) contratou financiamento no valor de R$<br />
99,8 milhões para a implantação de uma usina de produção de biometano no aterro sanitário Minas do Leão, localizado<br />
na cidade homônima, a 80 km (quilômetros) de Porto Alegre (RS). A estimativa é de que a unidade tenha capacidade<br />
para produzir até 66 mil m3/dia (metros cúbicos por dia) de biometano, combustível sustentável semelhante<br />
ao gás natural. Ele será produzido em planta de purificação, que recebe o biogás gerado graças a decomposição da<br />
matéria orgânica do aterro sanitário por micro-organismos, para conversão em biometano.<br />
A operação de R$ 99,8 milhões com o Grupo Solví e a Arpoador Energia é o primeiro financiamento do BNDES<br />
com recursos do Fundo Clima para produção de biometano a partir de resíduos sólidos urbanos.<br />
A expectativa é que o projeto evite por ano, cerca de 50 mil tCO2e (toneladas de gás carbônico) equivalentes, em<br />
emissões de gases de efeito estufa. Estruturada como Project Finance, a iniciativa terá R$ 56,5 milhões do Programa<br />
Fundo Clima, complementados por R$ 43,2 milhões do BNDES Finem. Para a diretora de Infraestrutura, Transição<br />
Energética e Mudança Climática do BNDES, Luciana Costa, este investimento é um marco para o BNDES.<br />
A inauguração da usina está prevista para o 2 semestre de 2024, e o gás gerado será adquirido pelo Grupo Ultra,<br />
segundo contratos de compra já firmados. Muitas vezes os clientes finais serão do setor das indústrias, que receberão<br />
o combustível na forma de gás natural comprimido, via modal rodoviário. O financiamento do BNDES é cerca<br />
de 80% do montante de R$ 125,3 milhões, que será feito pela Biometano Sul S.A., sociedade de propósito específico<br />
criada para a produção de biometano no local, com controle do Grupo Solví e da consultoria Arpoador Energia.<br />
A tecnologia que será utilizada na planta da Biometano Sul, conhecida como Water Wash, separa o CO2 dos<br />
demais gases presentes e concentra o metano em aproximadamente 96% de sua composição, para atender às especificações<br />
do órgão regulador, a Agência Nacional do Petróleo.<br />
Foto: divulgação<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
15
NOTAS<br />
APORTE FINANCEIRO<br />
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) liberou a adesão complementar de R$ 1,5 bilhão para o<br />
programa RenovaBio, totalizando um orçamento de R$ 3,5 bilhões, com a intenção de atender à demanda do setor de biocombustíveis<br />
por crédito ASG (Ambiental, Social e Governança) até o final do ano de 2024. Segundo o presidente do BNDES, Aloizio<br />
Mercadante, com as medidas adotadas. “Estamos conseguindo atingir uma parcela ainda maior do setor de biocombustíveis e,<br />
com isso, amplificamos o impacto do Programa BNDES RenovaBio na descarbonização do setor”, explica.<br />
Em 2 anos, o programa aprovou 13 operações de financiamento, em um total de R$ 1,1 bilhão, dos quais mais de R$ 1 bilhão<br />
já foram desembolsados. Além disso, há outras operações que já estão sendo analisadas pelo banco.<br />
O programa prevê o apoio direto por meio de crédito ASG para o setor de biocombustíveis, no âmbito da Política RenovaBio,<br />
com incentivo para a melhoria da eficiência energético-ambiental e da certificação da produção. Com isso, a expectativa é que<br />
somando todas as usinas apoiadas, terão capacidade de produzir biocombustíveis capazes de evitar emissões de 3,4 milhões de<br />
toneladas de carbono por ano, volume 14% maior ao verificado na contratação das operações.<br />
Foto: divulgação<br />
16 www.REVISTABIOMAIS.com.br
Foto: divulgação<br />
FOMENTO PARA ENERGIA RENOVÁVEL<br />
A ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) abriu consulta pública para sugestões às Regras de Comercialização de<br />
Energia Elétrica que entrarão em vigência em 2024. A consulta pública nº 37/2023 segue aberta até o dia 17 de novembro. A<br />
minuta de resolução e outras informações sobre a consulta estão publicadas na página da ANEEL na internet (https://www.gov.<br />
br/aneel/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/consultas-publicas), no espaço da consulta pública nº 037/2023. As<br />
contribuições devem ser enviadas pelo e-mail cp037_2023@aneel.gov.br.<br />
Dentre as alterações previstas em relação às regras atuais, estão: a inclusão dos contratos dos LEN (Leilões de Energia Nova)<br />
e LEE (Leilões de Energia Existente) que possuem início de suprimento nos anos de 2024, 2025 e 2026; a adequação das Regras<br />
às definições de modalidades de despacho presentes nos Procedimentos de Rede do ONS (Operador Nacional do Sistema); a<br />
limitação de registro de contratos para comercializadores classificados como Tipo 2, que terão seus contratos limitados ao montante<br />
de 30 MW (megawatts) médios; a reformulação do processo de definição de cotas de energia do Proinfa, que passará a ser<br />
automatizado com base em informações mensais de carga dos agentes; a reformulação da alocação de energia do ACL (Ambiente<br />
de Contratação Livre) para o ACR (Ambiente de Contratação Regulado), que passará a seguir conceito similar à cessão de<br />
energia de reserva, no qual a alocação adicional ocorre apenas quando existe necessidade efetiva de evitar um ressarcimento.<br />
Propõe-se ainda que a declaração do mecanismo ocorra antes do início do ano contratual. A vigência do mecanismo inicia em<br />
2024, com declaração de participação ainda em 2023.<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
17
NOTAS<br />
MERCADO LIVRE DE ENERGIA<br />
Pequenas e médias empresas do Paraná já começaram a migrar para o mercado livre de energia e garantir economia<br />
de até 35%. A informação foi divulgada pelo diretor da Copel Mercado Livre, subsidiária de comercialização da Copel<br />
(Companhia Paranaense de Energia), Moacir Bertol, durante o Fórum Lide Paraná de Energia, realizado em Curitiba (PR).<br />
Recentemente a empresa assinou um contrato para fornecer energia às unidades consumidoras de uma concessionária<br />
de veículos da capital paranaense. O primeiro consumidor nesta modalidade, no entanto, foi um hotel de Londrina<br />
(PR). De um modo geral, podem economizar com o mercado livre consumidores cuja conta de energia seja de cerca de<br />
R$ 7 mil.<br />
“Ao migrar para o mercado livre de energia, pequenas e médias empresas, como farmácias, salões de beleza, postos<br />
de gasolina e padarias, dentre outros, podem economizar mais de um terço dos gastos com energia”, explica Bertol.<br />
Essa modalidade de contratação permite que os consumidores escolham de quem comprar energia, negociem<br />
prazos e fechem contratos com preços pré-definidos, o que possibilita planejar o custo com energia antecipadamente e<br />
se proteger das oscilações do preço do insumo no curto prazo.<br />
Até agora, o mercado livre de energia era limitado a consumidores que contratavam, no mínimo, 500 kW (quilowatts)<br />
de demanda. Com a publicação da Portaria Normativa número 50 do MME (Ministério de Minas e Energia), a<br />
partir de 2024 todos os consumidores atendidos em alta tensão (que fazem parte do chamado grupo A) poderão migrar<br />
para o mercado livre. Embora a nova regra passe a valer a partir de janeiro do próximo ano, as empresas já podem formalizar<br />
a migração e antecipar a garantia de desconto, uma vez que há um prazo legal para a mudança.<br />
No Paraná, 12,8 mil consumidores serão beneficiados e poderão participar do ambiente de contratação livre como<br />
consumidores varejistas. Nesse formato, toda a gestão junto à Câmara de Comercialização de Energia, requisito para<br />
fazer a migração, é feita pela Copel Mercado Livre, o que facilita a vida do cliente.<br />
Foto: divulgação<br />
18 www.REVISTABIOMAIS.com.br
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NOTAS<br />
CAPITAL PARANAENSE ECONOMIZA COM<br />
PIRÂMIDE SOLAR<br />
No dia 29 de setembro, a Pirâmide Solar de Curitiba (PR) - Parque Fotovoltaico da Caximba completou seis meses<br />
de funcionamento. Neste período, a geração de energia do local foi de 2.048,985 MWh (megawatts/hora), quantidade<br />
suficiente para suprir 2 mil casas por seis meses ou 12 mil durante um mês (residências com família de quatro<br />
pessoas).<br />
Toda a energia gerada foi distribuída para 269 prédios públicos da prefeitura de Curitiba. Isso resultou em uma<br />
economia de R$ 1,17 milhão para os cofres públicos do município, recurso que pode ser utilizado em outras áreas da<br />
cidade. O mês de setembro foi o melhor, até agora, em termos de geração de energia da Pirâmide Solar. O recorde de<br />
geração mensal foi de 455.801,72 kWh (quilowatt/hora) em setembro. A energia gerada pelos módulos fotovoltaicos<br />
da Pirâmide Solar é injetada na rede de distribuição da Copel (Companhia Paranaense de Energia) e o valor é abatido<br />
da conta de energia do município.<br />
“A Pirâmide Solar era um sonho que virou realidade e já transforma a luz solar em energia limpa. É uma ideia<br />
inteligente, como a nossa Curitiba. Está ajudando a diminuir a poluição no mundo e também provoca nas pessoas o<br />
sentimento de que é possível vencermos os efeitos perversos do aquecimento global”, afirma o prefeito Rafael Greca.<br />
Foto: José Fernando Ogura/SMCS<br />
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NOTAS<br />
HIDROGÊNIO VERDE NO NORDESTE<br />
O Consórcio Nordeste (Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste) e o Banco Mundial assinaram<br />
um memorando de entendimento, para desenvolver áreas consideradas chave em sustentabilidade nos nove Estados integrantes<br />
do grupo: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. O Banco Mundial vai<br />
assessorar os estados em um plano de transição energética. Esse plano deverá se desdobrar em planos locais com operações de<br />
financiamento. Esse protocolo de intenção é um primeiro passo para promover amplamente a transição energética na região.<br />
A parceria pretende financiar, sobretudo, projetos relacionados ao desenvolvimento do hidrogênio de baixo teor de carbono,<br />
o chamado hidrogênio verde; além da geração de energia eólica; preservação do bioma da caatinga; exploração de eventuais<br />
oportunidades de projetos nas áreas de energia solar, água e saneamento; engajamento comunitário; e desenvolvimento digital.<br />
O governador da Paraíba e presidente do Consórcio Nordeste, João Azevêdo, falou do potencial da região. “Sabemos do<br />
potencial que a região nordeste tem para a geração de energias limpas e renováveis. E neste momento de transição energética,<br />
nossa região poderá ser a grande protagonista da produção de hidrogênio verde. Entretanto, é preciso que tudo isso aconteça de<br />
forma harmônica e regulamentada.”<br />
O diretor do Banco Mundial para o Brasil, Johannes Zutt, disse que o Brasil tem grandes oportunidades de se tornar um líder<br />
global na transição energética e que, para isso, compartilhará as experiências de outros projetos desse tipo realizados em outras<br />
localidades do mundo.<br />
Foto: divulgação<br />
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NOTAS<br />
Foto: divulgação<br />
FOMENTO PARA ENERGIA RENOVÁVEL<br />
A secretaria-geral da presidência da república criou a mesa de diálogo energia renovável: direitos e impactos, com o objetivo<br />
de articular ações entre o governo federal, a sociedade civil e outros setores diretamente envolvidos na cadeia de produção. De<br />
acordo com a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), as fontes de energia renovável respondem por 83,79% da matriz<br />
elétrica brasileira em operação, com capacidade instalada de pouco mais de 197 GW (gigawatts). Atualmente, estão em construção<br />
empreendimentos que garantirão a expansão de 18 GW nessa capacidade, sendo em sua maioria, 68,78%, plantas para<br />
geração de energia renovável, principalmente solar, 35,81% e eólica, 30,79%.<br />
Além disso, já foi autorizada a expansão de mais 148 GW de potência instalada, em empreendimentos que não iniciaram<br />
a construção de suas plantas, mas que representarão crescimento de 40,75% da potência instalada na matriz elétrica do país.<br />
Dessas plantas, 97,54% são empreendimentos para geração de energia renovável.<br />
As atividades serão coordenadas pela secretaria nacional de Diálogos Sociais e Articulação de Políticas Públicas, que poderá<br />
promover seminários, visitas de campo, escutas e diálogos, reuniões temáticas, encontros, audiências públicas e outras atividades<br />
presenciais, virtuais ou que ocorram das duas formas.<br />
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T H I N K<br />
W O O D<br />
Linha de pellets de madeira<br />
Curitiba, Brasil<br />
(+55) 42 9995 0564<br />
cfv .sarmento@grupolinares.com<br />
www.grupolinares.com
NOTAS<br />
PRÊMIO REFERÊNCIA 2023<br />
O Prêmio REFERÊNCIA será realizado este ano no dia 4 de dezembro em Curitiba (PR), no jantar de confraternização, que<br />
começa a partir das 19h (horas). O tradicional evento chega em sua XXI edição e é organizado pela JOTA Editora, responsável<br />
pela publicação das Revistas REFERÊNCIA CELULOSE & PAPEL, REFERÊNCIA PRODUTOS DE MADEIRA, REFERÊNCIA<br />
MADEIRA INDUSTRIAL, REFERÊNCIA BIOMAIS, e REFERÊNCIA FLORESTAL.<br />
Neste ano, o evento conta com uma atividade muito especial: a gravação de um podcast ao vivo com grandes nomes do<br />
segmento de base florestal. Na edição anterior do prêmio, tivemos o Painel Sustentabilidade, que contou com a presença de<br />
Rafael Mason, então presidente do CIPEM (Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato<br />
Grosso), Evaldo Muñoz Braz, pesquisador da EMBRAPA Florestas (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e Deryck<br />
Pantoja Martins, diretor técnico da AIMEX (Associação das Indústrias Exportadoras de Madeiras do Estado do Pará), além<br />
de Paulo Pupo, superintendente da ABIMCI (Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente). Os<br />
convidados para o podcast serão revelados na próxima edição e podem ter certeza de que será uma noite imperdível.<br />
O Prêmio REFERÊNCIA 2023 conta com o apoio de: ABIMCI (Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada<br />
Mecanicamente), ACIMDERJ (Associação do Comércio e Indústria de Madeiras e Derivados do Estado do Rio de Janeiro),<br />
AIMEX (Associação das Indústrias Exportadoras de Madeiras do Estado do Pará), CIPEM (Centro das Indústrias Produtoras e<br />
Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso), DRV Ferramentas, Effisa, Formóbile, Himev, Montana Química, MSM<br />
Química e Vale do Tibagi.<br />
Os interessados em participar do evento deverão adquirir seu ingresso entrando em contato através do telefone<br />
(41) 3333-1023 ou pelo e-mail comercial@revistareferencia.com.br.<br />
Fotos: Emanoel Caldeira<br />
26 www.REVISTABIOMAIS.com.br
ENTREVISTA<br />
Foto: Embrapa Agroenergia<br />
ENTREVISTA<br />
ALEXANDRE<br />
ALONSO ALVES<br />
Formação: Engenheiro Agrônomo pela UFLA (Universidade<br />
Federal de Lavras); mestrado e doutorado em Genética e<br />
Melhoramento pela UFV (Universidade Federal de Viçosa)<br />
Education: Agronomist, Federal University of Lavras (UFLA); MSc.<br />
and Ph.D. in Genetics and Improvement, Federal University of<br />
Viçosa (UFV)<br />
Cargo: Chefe-geral da Embrapa Agroenergia, pesquisador de<br />
carreira da instituição<br />
Function: Head of Embrapa Agroenergia, Career Scientist at<br />
Embrapa<br />
PESQUISA E<br />
INOVAÇÃO<br />
RESEARCH AND INNOVATION<br />
P<br />
esquisador de carreira da Embrapa (Empresa Brasileira<br />
de Pesquisa Agropecuária) desde 2011, Alexandre<br />
Alonso Alves, ocupa o cargo de chefe-geral da Embrapa<br />
Agroenergia desde 2021. Antes de assumir a chefia-geral<br />
foi chefe-adjunto substituto de Pesquisa e Desenvolvimento e<br />
chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia na instituição. Em<br />
2020 assumiu interinamente a chefia-geral da Embrapa Agroenergia<br />
e posteriormente passou por processo de seleção para então<br />
assumir a chefia oficialmente. Com experiência nas áreas de genética,<br />
genômica, melhoramentos de plantas e gestão de inovação<br />
e negócios, em entrevista exclusiva para a Revista REFERÊNCIA<br />
BIOMAIS, Alexandre comenta sobre o trabalho desenvolvido no<br />
centro de pesquisa e o perfil da instituição que trabalha com inovação<br />
aberta, e parcerias com o setor produtivo para a cocriação<br />
de ativos tecnológicos para o desenvolvimento da bioeconomia,<br />
notadamente biocombustíveis e bioinsumos.<br />
A<br />
Career Scientist at the Brazilian Agricultural Research<br />
Corporation (Embrapa) since 2011, Alexandre Alonso<br />
Alves has held the position of Head of Embrapa<br />
Agroenergia since 2021. Before assuming the Head<br />
position, he was Deputy Head of Research and Development<br />
and Deputy Head of Technology Transfer at the institution. In<br />
2020, he took over as Interim Head of Embrapa Agroenergia<br />
and later underwent a selection process to assume the position<br />
officially. With experience in the areas of genetics, genomics,<br />
plant breeding, and innovation and business management, in an<br />
exclusive interview for REFERÊNCIA <strong>Biomais</strong>, Alves comments on<br />
the work developed at the Research Center and the profile of the<br />
institution that works with open innovation, and partnerships<br />
with the Productive Sector for the co-creation of technological<br />
assets for the development of the bioeconomy, notably biofuels,<br />
and bioinputs.<br />
28 www.REVISTABIOMAIS.com.br
A Embrapa Agroenergia comemora 17 anos de<br />
criação em 2023. Como surgiu o centro de pesquisa?<br />
A Embrapa Agroenergia foi criada como uma ação do<br />
Plano Nacional de Agroenergia (2006-2011). Foi um programa<br />
que existiu e que estimulava o desenvolvimento<br />
do setor de agroenergia no país e elencava uma série de<br />
ações, entre elas a criação de um centro de pesquisa da<br />
Embrapa que fosse dedicado à pesquisa com agroenergia<br />
e que pudesse coordenar as ações. Algumas unidades da<br />
Embrapa já atuavam com desenvolvimento de tecnologias<br />
da agroenergia como biocombustíveis, bioenergia<br />
mas de uma forma dispersa nos seus 43 centros de<br />
pesquisa. Até 2006 não tinha um centro especializado em<br />
agroenergia e então a unidade foi criada efetivamente,<br />
inicialmente concebida dentro de um modelo que espelhava<br />
o plano nacional de agroenergia que tinha quatro<br />
grandes eixos: bioetanol, biodiesel, florestas energéticas<br />
e coprodutos, além de resíduos.<br />
Como foi o processo de estruturação da Embrapa<br />
Agroenergia?<br />
No primeiro momento os trabalhadores contratados<br />
não tinham o perfil associado aos quatro eixos temáticos.<br />
A unidade foi estruturada com base em funcionários<br />
que já tinha e no primeiro concurso já mudou o perfil<br />
dos pesquisadores. No início não tinha equipe, nem<br />
sede própria e começou a atuar em colaboração com<br />
outras unidades da Embrapa. A sede em Brasília (DF) foi<br />
inaugurada somente em 2011 e a área de laboratórios em<br />
2012. Então diria que desses 17 anos que comemoramos<br />
em 2023, temos efetivamente 11 anos de atuação com<br />
pesquisa própria já com equipe de pesquisa completa.<br />
Nesse meio de caminho, interessante que entre 2006<br />
e 2012 houve um movimento bastante perceptivo no<br />
mundo de se associar a agenda de agroenergia de combustíveis<br />
a uma agenda maior de economia que pudesse<br />
utilizar as biomassas provenientes da agricultura ou<br />
resíduos da própria atividade agrícola para produzir, não<br />
somente biocombustiveis e geração de energia elétrica,<br />
mas gerar uma série de outros bioprodutos, dentro de<br />
uma concepção que passamos a chamar de biorefinaria,<br />
visando volume de produção mais elevado, preços<br />
mais baixos para atender grandes mercados. Com base<br />
nessa lógica uma nova leva de profissionais já passou a<br />
incorporar essas necessidades. Normalmente as unidades<br />
da Embrapa tem agrônomos, biólogos, e passamos a ter<br />
químicos, engenheiros químicos, farmacêuticos, pessoal<br />
de bioprocessos, biotecnologia, que permitiu trabalhar<br />
nessa lógica de biotecnologia industrial. Assim passamos<br />
Embrapa Agroenergia was created 17 years ago.<br />
How was the Research Center created?<br />
Embrapa Agroenergia was created as part of the<br />
National Agroenergy Plan (2006-2011). It was a program<br />
that existed, and that stimulated the development of the<br />
Agroenergy Sector in the Country and listed a series of<br />
actions, including the creation of an Embrapa Research<br />
Center that would be dedicated to research in agroenergy<br />
and that could coordinate the actions of other units.<br />
Some Embrapa units were already working with the<br />
development of agroenergy technologies such as biofuels<br />
and bioenergy, but in a dispersed way in its 43 Research<br />
Centers. Up to 2006, it did not have a specialized center<br />
in agroenergy, so the Unit was effectively created, initially<br />
conceived within a model that mirrored the National<br />
Agroenergy Plan that had four primary areas of study:<br />
bioethanol, biodiesel, energy forests and byproducts, and<br />
waste.<br />
What was the process for structuring Embrapa<br />
Agroenergia?<br />
At first, the employees did not have a profile associated<br />
with the four areas of study. The Unit was structured<br />
based on the employees Embrapa already had. So, in<br />
the first hire of new employees, the scientific staff profile<br />
changed. Initially, the Unit did not have its own team<br />
or headquarters, and it began collaborating with other<br />
Embrapa units. The headquarters in Brasília (DF) was<br />
inaugurated only in 2011, and the laboratory area in<br />
2012. So, I would say that of these 17 years that we celebrate<br />
in 2023, we effectively have 11 years of experience<br />
with our own research lab and with a complete research<br />
team. In the meantime, it is interesting that between<br />
2006 and 2012, there was a very perceptive movement<br />
in the world to associate the fuel agroenergy agenda<br />
with a more significant economic agenda that could use<br />
biomass from agriculture or residues from the agricultural<br />
activity itself to produce, not only biofuels and electricity<br />
but also generate a number of other bioproducts within<br />
a concept that we have come to call biorefinery, aiming<br />
at higher production volumes and lower prices to serve<br />
large markets. Based on this logic, a new wave of professionals<br />
has already started to incorporate these needs.<br />
In the past, Embrapa’s units only had agronomists and<br />
biologists. Now, we have chemists, chemical engineers,<br />
pharmacists, and bioprocess and biotechnology personnel,<br />
which allowed us to work in this logic of industrial<br />
biotechnology. Thus, we began to guide the Unit’s action<br />
more focused on bioeconomy and bioproducts until, in<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
29
ENTREVISTA<br />
a orientar a ação da unidade mais voltada para bioeconomia<br />
e bioprodutos até que em 2016 fizemos uma organização<br />
estratégica na unidade e ao invés de trabalhar com<br />
os quatro eixos originais fizemos uma reorientação para<br />
focar, não mais nos produtos, mas nas áreas temáticas.<br />
Como foi o processo de reestruturação em 2016?<br />
A Embrapa tem uma estrutura que alguns centros são<br />
direcionados para produtos como, por exemplo, a Embrapa<br />
Soja e outros centros são temáticos, como a Agroenergia<br />
e reorganizou em quatro grandes eixos temáticos<br />
que são: biomassas para fins industriais, biotecnologia<br />
industrial, química de renováveis e materiais renováveis,<br />
pensando em como desenvolver tecnologias para permitir<br />
que tenha novas biomassas para o setor industrial,<br />
usando bioorganismos, enzimas, quais os bioprocessos<br />
para desenvolver novos bioprodutos a partir daquelas<br />
biomassas. Então, reestruturamos e demos uma lógica<br />
diferente das outras unidades cujo foco principal era a<br />
parte agrícola e produtores rurais, a Embrapa Agroenergia<br />
tem uma agenda que na verdade conecta a parte do<br />
agro com a indústria. Temos uma lógica mais industrial<br />
de como produzir os biocombustíveis. Como sermos mais<br />
eficientes em biocombustíveis? Quais bioprocessos para<br />
esses bioprodutos? Temos, obviamente, uma parte focada<br />
em novas matérias-primas como canola, macaúba,<br />
com foco muito grande nos produtores, mas o foco maior<br />
é industrial. Nosso papel é fazer conexão entre o agro e a<br />
indústria. Ajudar a estruturar novas agroindústrias, novas<br />
bioindústrias, para com base nessas biomassas, bioprocessos,<br />
obter novos bioprodutos.<br />
Como acontece a parceria da unidade com a<br />
indústria?<br />
Com essa reestruturação identificamos de uma maneira<br />
mais clara que como o nosso segmento de clientes<br />
2016, we made a strategic organizational change in the<br />
Unit and, instead of working with the original four areas<br />
of study, we reoriented it to focus no longer on products,<br />
but on thematic areas.<br />
What was the restructuring process in 2016?<br />
Embrapa has a structure that some centers are directed<br />
to products such as Embrapa Soja. Other centers are<br />
thematic studies, such as Agroenergy, which is a Thematic<br />
Study Center and has reorganized into four major thematic<br />
study areas: biomass for industrial purposes, industrial<br />
biotechnology, renewable chemistry, and renewable<br />
materials, thinking about how to develop technologies<br />
to allow new biomass for the Industrial Sector, using bio-<br />
-organisms, enzymes, what are the bioprocesses to create<br />
new bioproducts from those biomasses. So, we restructured<br />
and had a different logic from the other units whose<br />
primary focus is the agricultural and rural producers’<br />
part. Embrapa Agroenergia has an agenda that connects<br />
the agribusiness part with the industrial part. We have a<br />
more industrial logic, that is, of how to produce biofuels.<br />
How can we be more efficient in biofuels? What are the<br />
bioprocesses for these bioproducts? We have, obviously,<br />
a part focused on new raw materials such as canola and<br />
macaúba, with a very strong focus on producers, but our<br />
primary focus is the industrial side. Our role is to make a<br />
connection between agribusiness and industry, to help<br />
structure new agroindustries and new bioindustries so<br />
that new bioproducts can be obtained using bioprocesses<br />
based on these biomasses.<br />
How was the Unit’s partnership with the industry<br />
constructed?<br />
With this restructuring, we identified in a more precise<br />
way that our main customer segment was the Industrial<br />
Sector, mainly chemical and biobased companies.<br />
O papel da Embrapa Agroenergia é fazer conexão entre o agro<br />
e a indústria. Ajudar a estruturar novas agroindústrias, novas<br />
bioindústrias, para com base nessas biomassas, bioprocessos,<br />
obter novos bioprodutos<br />
30 www.REVISTABIOMAIS.com.br
ENTREVISTA<br />
principais eram a indústria, indústrias químicas, indústrias<br />
de base biológicas, precisávamos ajustar o modelo de<br />
interação da unidade com os clientes, não adiantava fazer<br />
produtos para indústria focada nos produtores rurais,<br />
porque a maior parte dos clientes são da área industrial.<br />
Ajustamos o modelo de não somente desenvolver tecnologias<br />
e ofertar, mas também cocriar, tanto que nos últimos<br />
anos adotamos o modelo de inovação aberta para<br />
codesenvolver as soluções tecnológicas, compartilhando<br />
titularidade, custos, riscos, e também os benefícios auferidos,<br />
diminuindo um pouco a distância entre a pesquisa<br />
e o cliente final. Quando se desenvolve uma tecnologia<br />
com o seu usuário a possibilidade dela ser efetivamente<br />
adotada e utilizada é maior do que se desenvolver uma<br />
tecnologia e ofertá-la para alguém.<br />
E este modelo trouxe resultados?<br />
Hoje temos uma carteira muito robusta de projetos<br />
de desenvolvimento tecnológico. Boa parte delas já em<br />
cocriação e codesenvolvimento com indústrias e uma<br />
agenda que tem duas vertentes: de biocombustíveis e de<br />
bioprodutos. Tecnologias que vão possibilitar produção<br />
mais eficiente de bioetanol, biometano, novos álcoois,<br />
novos ácidos, novos biofertilizantes, biodefensivos, bioestimulantes,<br />
compostos para nutrição animal. Enxergamos<br />
a unidade com essa conexão entre o agro e a indústria<br />
trabalhando no modelo de inovação aberta no segmento<br />
de biocombustíveis e bioprodutos. Então a ideia é ajudar<br />
a desenvolver uma nova funcionalidade para agricultura,<br />
ajudar uma nova industrialização verde no país e com<br />
isso mover a economia.<br />
Como funciona o sistema de inovação aberta?<br />
Essas parcerias de inovação aberta tiveram bastante<br />
aceitação. Somos credenciados junto a Embrapii<br />
(Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial),<br />
temos recurso pré-aprovado, fomos recredenciados pela<br />
Embrapii 2 anos atrás, atingimos todas as metas, estamos<br />
sendo eficientes em contratar esses projetos e estamos<br />
tendo uma boa resposta do segmento produtivo que<br />
hoje em dia se associa à Embrapa para desenvolver essas<br />
tecnologias. Atendemos o Brasil inteiro. Temos a sede<br />
física em Brasília, mas dentro da estrutura da Embrapa<br />
somos um centro nacional de pesquisa em agroenergia.<br />
As ações não são restritas ao Distrito Federal. Uma grande<br />
parte do segmento industrial e de biocombustíveis está<br />
na região sudeste, região sul. Muita coisa que a gente faz<br />
está focado em São Paulo, mas não impede o desenvolvimento<br />
de pesquisas em outras regiões, no nordeste por<br />
We needed to adjust the Unit’s interaction model with<br />
customers. There was no point in making products for an<br />
industry focused on rural producers because most of our<br />
customers are in the industrial area. We have adjusted the<br />
model of not only developing and offering technologies<br />
but also co-creating them. So much so that in recent<br />
years, we have adopted the open innovation model to<br />
co-develop technological solutions, sharing ownership,<br />
costs, risks, and benefits obtained, reducing the distance<br />
between research and the end customer. When you develop<br />
a technology with your user, the possibility of it being<br />
effectively adopted and used is more significant than if<br />
you create a technology and offer it to someone.<br />
Has this model brought results?<br />
Today, we have a very robust portfolio of technological<br />
development projects, most of which are already<br />
in co-creation and co-development with companies,<br />
and an agenda that today has two strands: biofuels and<br />
bioproducts – technologies that will enable more efficient<br />
production of bioethanol, biomethane, new alcohols, new<br />
acids, new biofertilizers, biopesticides, biostimulants, and<br />
compounds for animal nutrition. We see unity with this<br />
connection between agribusiness and industry working<br />
on the open innovation model in the biofuels and bioproducts<br />
segment. So, the idea is to help develop a new<br />
functionality for agriculture, help a new green industrialization<br />
in the Country, and thus contribute to the growth<br />
of the economy.<br />
How does the open innovation system work?<br />
These open innovation partnerships have been widely<br />
accepted. We are accredited by the Brazilian Company<br />
for Industrial Research and Innovation (Embrapii), we<br />
have pre-approved resources, we were re-accredited by<br />
Embrapii two years ago, we are achieving all our objectives,<br />
we are efficient in contracting these projects, and we<br />
have a good response from the productive segment that<br />
nowadays associates itself with Embrapa to develop these<br />
technologies. We serve the whole of Brazil. We have our<br />
physical headquarters in Brasilia, but within Embrapa’s<br />
structure, we are a national center for agroenergy research.<br />
But actions are not restricted to the Federal District. A<br />
large part of the industrial and biofuels segment is in the<br />
Southeastern and Southern Regions. Much of what we do<br />
is focused on São Paulo. Still, it does not prevent the development<br />
of research in other regions. In the Northeast, we<br />
carry out research with macaúba, for example, and even<br />
carry out international studies.<br />
C<br />
M<br />
Y<br />
CM<br />
MY<br />
CY<br />
CMY<br />
K<br />
32 www.REVISTABIOMAIS.com.br
ENTREVISTA<br />
exemplo, temos pesquisa com macaúba e atuação até<br />
internacional.<br />
Este sistema de inovação aberta atende somente<br />
grandes indústrias?<br />
Dois componentes interessantes é que dentro dessa<br />
lógica de inovação aberta, de cooperação, não estamos<br />
restritos a grandes players, grandes indústrias. Temos um<br />
segmento dessa cocriação que tem um foco de inovação<br />
social, muitos são cooperativas, pequenas indústrias,<br />
nesse caso temos uma situação diferenciada de aportes.<br />
No segmento de biogás a gente tem modelos instalados<br />
no país em grandes empreendimentos para utilizar<br />
resíduos para produção de biogás, como biometano<br />
também como biosubstituto para o gás natural. Muitos<br />
desses modelos não tinham aplicação direta para pequena<br />
escala, para pequenos produtores, então nesse caso,<br />
nos associamos com a Coopindaiá (Cooperativa Mista<br />
da Agricultura Familiar do Meio Ambiente e da Cultura<br />
do Brasil), de Luziânia (GO), visando utilizar rejeitos que<br />
poderiam ser passivos ambientais, para produzir biogás<br />
para utilização local como fonte de energia, fonte de gás<br />
para cozinhar, para aquecimento e outras operações.<br />
Montamos um sistema, um protótipo do biodigestor<br />
especialmente desenhado para o contexto, instalamos na<br />
propriedade e inauguramos no local.<br />
Quais as principais pesquisas com biomassa em<br />
andamento?<br />
Temos várias linhas focadas em biomassa. A primeira<br />
aplicação em biotecnologia, principalmente a cana-de-<br />
-açúcar, hoje a principal cultura agrícola do segmento de<br />
agroenergia pela possibilidade de produção de etanol. O<br />
milho também tem crescido muito para a produção de<br />
etanol. Não trabalhamos desenvolvendo novas variedades<br />
de cana-de-açúcar, trabalhamos características<br />
Does this open innovation system only serve<br />
large companies?<br />
Two interesting components are that within this<br />
logic of open innovation are cooperation and not being<br />
restricted to large players and large companies. We have a<br />
segment of this co-creation that has a focus on social innovation.<br />
Many are cooperatives and small companies, so<br />
in these cases, we have a differentiated situation of contributions.<br />
In the biogas segment, we have models installed<br />
in the Country in large enterprises to use waste for biogas<br />
production, such as biomethane, and also as a biosubstitute<br />
for natural gas. Many of these models do not have a<br />
direct application for small-scale and small producers. So,<br />
as an example, we partnered with the Mixed Cooperative<br />
of Family Agriculture of the Environment and Culture of<br />
Brazil (Coopindaiá) in Luziânia (GO), aiming to use wastes<br />
that could become environmental liabilities to produce<br />
biogas for local use as an energy source: a gas source for<br />
cooking, for heating and other operations. We set up a<br />
system, a prototype of a biodigester specially designed for<br />
the context, installed it on the property, and inaugurated<br />
it on site.<br />
What are the primary ongoing biomass research<br />
studies?<br />
We have several lines focused on biomass. The first<br />
application is in biotechnology, mainly using sugarcane,<br />
today the main agricultural crop in the agroenergy segment<br />
due to the possibility of ethanol production. Corn<br />
has also grown a lot with ethanol production. We do not<br />
work on developing new varieties of sugarcane. We work<br />
on characteristics such as tolerance to stress in the face<br />
of droughts and pests. These are long-term experiments.<br />
Recently, we have also been working on another genotype<br />
production technology that generates materials with<br />
specific characteristics, not necessarily transgenic, which<br />
Nos últimos anos adotamos o modelo de inovação aberta<br />
para codesenvolver as soluções tecnológicas, compartilhando<br />
titularidade, custos, riscos, e também os benefícios auferidos,<br />
diminuindo um pouco a distância entre a pesquisa e o cliente final<br />
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ENTREVISTA<br />
como tolerância a estresses diante de secas, pragas,<br />
são experimentos longos. Recentemente temos atuado<br />
também uma outra tecnologia de produção genótipa,<br />
que gera materiais com características específicas, não<br />
necessariamente transgênico, que está sendo avaliado<br />
pelo CIBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança).<br />
Submetemos um material de cana-de-açúcar editado,<br />
que foi considerado não transgênico. Tem característica<br />
que diminui tempo de desenvolvimento, diminui custos.<br />
Por outro lado também temos trabalhado em sistemas<br />
de produção em campo com novas espécies como a<br />
canola, produzida em volume substancial no sul, mas<br />
fazendo um processo de tropicalização, trazendo a canola<br />
para a região centro-oeste, movimento análogo que foi<br />
feito com a soja em outros momentos, sendo a canola<br />
alternativa para produção de óleo. Esse é um trabalho de<br />
tropicalização, melhoramento do sistemas de produção.<br />
Temos feito um trabalho também com a macaúba, uma<br />
espécie perene com cadeia extrativista bem estabelecida,<br />
mas não tão produtiva, com foco no desenvolvimento da<br />
matéria-prima e o foco é a integração com agrofloresta,<br />
modelos sustentáveis em modelos agrícolas e inclusão<br />
social produtiva. É uma ação que estamos desenvolvendo<br />
no nordeste. E a quarta vertente de biomassa seria a<br />
questão de utilização de biomassas residuais agrícolas<br />
dentro de modelos circulares para produção de biocombustíveis,<br />
identificando características de biomassas<br />
residuais e desenvolvendo aplicações.<br />
Como a Embrapa Agroenergia pode contribuir<br />
com a transição energética?<br />
Essa é uma agenda importante. Estamos muito inseridos<br />
justamente por possibilitar a expansão na produção<br />
de fontes de energias renováveis e biorenováveis e sua<br />
utilização. Uma outra agenda importante é a de descarbonização,<br />
de biocombustíveis, bioinsumos, bioprodutos<br />
em geral que contribuem para descarbonização nas<br />
indústrias por terem uma pegada de carbono menor que<br />
outras. A agenda de circularidade é importante para entender<br />
que tudo é passível de uso dentro de um modelo<br />
adequado. Reciclar, reaproveitar, reutilizar é uma agenda<br />
que temos nos identificado e uma agenda de intensificação<br />
sustentável da agricultura, que é possibilitar que<br />
se utilize produtos de origem agrícola para obtenção de<br />
novos bioprodutos, novos biocombustíveis novos mercados,<br />
como o de carbono. A gente intensifica de maneira<br />
inteligente o próprio sistema agrícola na mesma área,<br />
com a mesma quantidade de biomassa, na mesma unidade<br />
de tempo está produzindo novos produtos e gerando<br />
is being evaluated by the National Technical Commission<br />
on Biosafety (CIBio). We have submitted an edited sugarcane<br />
material found to be non-transgenic. It has a feature<br />
that reduces development time and costs. On the other<br />
hand, we have also been working on field production<br />
systems with new species, such as that of canola, produced<br />
in substantial volume in the South, but carrying out<br />
a tropicalization process, bringing canola to the Midwest<br />
Region, an analogous movement that was done with<br />
soybeans at other times, with canola being an alternative<br />
for vegetable oil production. This is a work of tropicalization<br />
and improvement of production systems. We have<br />
also been working with macaúba, a perennial species,<br />
today with a well-established extractive chain, but not as<br />
productive, with a focus on the development of the raw<br />
material and the focus on integration with agroforestry,<br />
sustainable models in agricultural models, and effective<br />
social inclusion. It is an action that we are developing in<br />
the Northeast. The fourth study involving biomass would<br />
be the issue of using agricultural biomass wastes within<br />
circular models to produce biofuels, identifying biomass<br />
waste characteristics, and developing applications.<br />
How can Embrapa Agroenergia contribute to the<br />
energy transition?<br />
This is an important agenda. We are very much involved<br />
in this precisely because we enable the expansion in<br />
the production of renewable and biorenewable energy<br />
sources and their use. Another important agenda is that<br />
of decarbonization, biofuels, bioinputs, and bioproducts,<br />
in general, contributing to decarbonization in companies<br />
so they have a lower carbon footprint than others. The<br />
circularity agenda is critical to understand that everything<br />
can be used within an appropriate model. Recycling,<br />
making use of, and reusing is an agenda that we have<br />
identified ourselves with and an agenda for the sustainable<br />
intensification of agriculture, which is to make it<br />
possible to use products of agricultural origin to obtain<br />
new bioproducts, new biofuels, and new markets, such as<br />
the carbon market. We intelligently intensify our own agricultural<br />
system in the same area, with the same amount<br />
of biomass, in the same unit of time you are producing<br />
new products and generating new sources of income. The<br />
energy transition, circular economy, sustainable intensification,<br />
and decarbonization agendas are important<br />
agendas that are related to the agenda that is emerging<br />
in the Country of developing a new Industrial Sector that<br />
is renewable, that is green, and that is circular and decarbonizing.<br />
The study of biomass from agricultural sources<br />
36 www.REVISTABIOMAIS.com.br
ENTREVISTA<br />
novas fontes de receita. As agendas de transição energética,<br />
economia circular, de intensificação sustentável e<br />
descarbonização são importantes e que guardam relação<br />
com a que está surgindo no pais de reindustrialização,<br />
de industrialização verde, de uma nova industrialização<br />
para desenvolver uma nova indústria que seja renovável,<br />
que seja verde, que seja circular e descarbonizante.<br />
A biomassa de origem agrícola é inteligente e muito<br />
relevante. Essas agendas de produção de hidrogênio<br />
verde, hidrogênio renovável pode ser traduzida a partir<br />
de biomassa e serve de um vetor energético como biocombustível,<br />
pode ser usado como um insumo industrial<br />
e nesse sentido que a gente conecta grandes agendas:<br />
transição energética, descarbonização, economia circular,<br />
e reindustrialização.<br />
Quais foram os principais benefícios da Agroenergia<br />
nesses 17 anos?<br />
É difícil ter que escolher mas, diria que hoje o desafio<br />
de criar, poder dar densidade nessas pesquisas dentro da<br />
Embrapa, que poderia estar trabalhando essas agendas<br />
sem a agroenergia. Talvez sim, mas de forma dispersa,<br />
não de forma orquestrada, organizada. Então o fato de<br />
ter um centro específico da Embrapa com esse foco mais<br />
industrial, mais de economia, mais de agendas é importante<br />
porque dá densidade para a pesquisa própria, para<br />
desenvolver tecnologia, inovação aberta, transferindo<br />
tecnologia. E dá organização à agendas em comum. Acho<br />
que o fato da Embrapa ter feito essa escolha de Agroenergia<br />
foi muito importante porque a agenda hoje que a unidade<br />
desenvolve é tão ou mais relevante do que quando<br />
foi criada, por conta da sustentabilidade, de economia<br />
verde. É um benefício extraordinário além de desenvolver<br />
tecnologia própria consegue organizar temas, concatenar<br />
esforços e o fato da unidade ter essa característica mais<br />
industrial de inovação aberta permitiu que tivesse uma<br />
relação muito mais próxima com os nossos clientes.<br />
is very worthwhile, very smart, and very relevant. These<br />
agendas for producing green hydrogen and renewable<br />
hydrogen can be translated from biomass. They can become<br />
an energy vector as a biofuel and can be used as an<br />
industrial input. In this sense, we connect major agendas:<br />
energy transition, decarbonization, circular economy, and<br />
reindustrialization.<br />
What have been the main benefits produced by<br />
Agroenergy in these 17 years?<br />
It is not easy to have to choose. Still, I would say that<br />
today, the challenge of creating and being able to give<br />
density to this research within Embrapa, which could<br />
have been working on these agendas without Agroenergy,<br />
but in a dispersed way, not in an orchestrated and<br />
organized way. So, the fact of having a specific Embrapa<br />
center with this focus more on industry, more on economics,<br />
and more on agendas is important because it gives<br />
density to its own research, technology development,<br />
open innovation, and technology transfer. And it provides<br />
organization to common agendas. I think that the fact<br />
that Embrapa made this choice of Agroenergy was crucial<br />
because the agenda that the unit develops today is as<br />
or more relevant than when it was created because of<br />
this issue of sustainability and a green economy. It is an<br />
extraordinary benefit; in addition to developing its own<br />
technology, it can organize themes and concatenate<br />
efforts. The fact that the unit has this more industrial<br />
characteristic of open innovation has allowed us to have<br />
a much closer relationship with our customers.<br />
A ideia é ajudar a desenvolver uma nova funcionalidade para<br />
agricultura, ajudar uma nova industrialização verde no país e com<br />
isso mover a economia<br />
38 www.REVISTABIOMAIS.com.br
SOLUÇÕES SUSTENTÁVEIS<br />
PARA UM FUTURO MELHOR<br />
MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS PARA<br />
A INDÚSTRIA DE BIOMASSA<br />
IMPORTAÇÃO DE MATRIZES, ANÉIS E CAPAS DE ROLOS<br />
PARA BIOMASSA, FERTILIZANTES E RAÇÃO
PRINCIPAL<br />
40 www.REVISTABIOMAIS.com.br
PRODUÇÃO<br />
COMPLETA<br />
EMPRESA INVESTE EM LINHA COMPLETA<br />
DE EQUIPAMENTOS COM TECNOLOGIA<br />
CHINESA PARA PRODUÇÃO DE PELLETS<br />
DE BIOMASSA DE MADEIRA<br />
FOTOS EMANOEL CALDEIRA<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
41
PRINCIPAL<br />
O<br />
aproveitamento de resíduos da indústria da<br />
madeira para gerar um novo produto com valor<br />
agregado tem crescido no país. A produção de<br />
pellets tem se destacado no mercado e proporciona<br />
a expansão de empresas que passam a atuar com este<br />
novo produto, paralelo a sua atividade principal.<br />
A empresa Palettimber, localizada na região de Guarapuava<br />
(PR), que há 20 anos trabalha com exportação de embalagem<br />
de madeira de pinus, iniciou a produção de pellets<br />
recentemente, com uma linha completa de equipamentos importados<br />
da China pela JSIC Comex, empresa de importação e<br />
exportação com serviços comerciais entre Brasil e China.<br />
INVESTIMENTO NA PRODUÇÃO<br />
Com este investimento a Pallettimber está diversificando<br />
e expandindo sua atuação, colocando novo produto no mercado.<br />
O pellet é um tipo de biocombustível sólido de origem<br />
renovável que tem sido muito usado para aquecimento, como<br />
recurso energético, principalmente nos EUA (Estados Unidos<br />
da América) e países da Europa. Os resíduos da serraria que<br />
antes eram descartados como serragem, maravalha e cavaco<br />
hoje estão sendo peletizados e se transformam em um novo<br />
produto.<br />
FULL PRODUCTION<br />
A COMPANY INVESTS IN A<br />
COMPLETE LINE OF EQUIPMENT<br />
WITH CHINESE TECHNOLOGY<br />
FOR PRODUCING FOREST<br />
BIOMASS PELLETS<br />
M<br />
aking use of waste from the Forest Product Sector to<br />
generate a new product with added value has grown<br />
in the Country. Pellet production has stood out in the<br />
market and has led to the expansion of companies by<br />
starting to work with this new product in parallel to their primary<br />
activity.<br />
Palettimber, located in the Guarapuava Region (PR), has been<br />
working with the export of pine wood packaging for 20 years and<br />
started producing pellets recently, with a complete line of equipment<br />
imported from China by JSIC Comex, an import and export<br />
company providing services between Brazil and China.<br />
42<br />
www.REVISTABIOMAIS.com.br
Com a matéria-prima já disponível, resíduo da atividade<br />
de embalagens de madeira de pinus, a empresa investiu na<br />
aquisição de quatro equipamentos para produção de pellets,<br />
utilizando principalmente a serragem e o cavaco seco. “Nossa<br />
atividade principal é o mercado de exportação de madeira,<br />
mas agora estamos focando no pellet, aproveitando o resíduo<br />
seco da nossa atividade. Nosso pellet é 100% pinus”, afirma<br />
Luiz Donizete dos Santos, gerente de produção e gerente comercial<br />
da Palettimber.<br />
Com os pellets, a empresa está atuando no segmento de<br />
aquecimento para aviários, está buscando a certificação necessária<br />
para entrar no mercado internacional e planeja entrar<br />
no mercado de PETs com a marca de pellets GranoCare. A expectativa<br />
da empresa é em 3 anos ter retorno do investimento<br />
realizado.<br />
LINHA COMPLETA<br />
A Pallettimber adquiriu os equipamentos que representam<br />
a linha completa para produção do pellet, o que inclui<br />
esteiras, moinho de martelo modelo SFSP 66*70, Peletizadora<br />
JNMX630 – 132KW, Resfriador de Contra Fluxo YLQJ4 e a Ensacadeira<br />
0.37+0.37 KW 15-25 Kg/saca. O equipamento tem<br />
capacidade para produção de 15 toneladas diárias de pellets.<br />
“Iniciamos a atividade com pellets em 31 de julho e em 15 dias<br />
já estávamos com a produção total. Estamos bastante satisfeitos<br />
com a tecnologia do equipamento, que faz todo processo.<br />
O pellet sai embalado conforme as especificações que determinamos.<br />
O equipamento tem respondido muito bem nossas<br />
INVESTMENT IN PRODUCTION<br />
With this investment, Pallettimber is diversifying and expanding<br />
its operations by placing a new product on the market. The pellet is<br />
a type of solid biofuel of renewable origin that has been widely used<br />
for heating as an energy resource, mainly in the United States and<br />
countries in Europe. Sawmill waste that was previously discarded,<br />
such as sawdust, wood shavings, and chips, is now being pelletized<br />
and turned into a new product.<br />
With the raw material already available, residue from the pine<br />
wood packaging activity, the Company invested in the acquisition<br />
of four machines for producing pellets, mainly using sawdust and<br />
dry chips. “Our main activity is the timber export market, but now<br />
we are focusing on pellets, taking advantage of the dry residue from<br />
our activity. Our pellet is 100% pine,” states Luiz Donizete dos Santos,<br />
Production and Sales Manager at Palettimber.<br />
With pellets, the Company is operating in the heating segment<br />
for poultry coops and incubators, is seeking the necessary certification<br />
to enter the international market, and plans to enter the pet<br />
market with the GranoCare pellet brand. The Company expects a<br />
return on its investment in three years.<br />
COMPLETE LINE<br />
Pallettimber acquired the equipment that represents the complete<br />
line for pellet production, which includes conveyors, the model<br />
SFSP 66*70 hammer mill, JNMX630 – 132KW Pelletizer, YLQJ4 Counterflow<br />
Cooler, and 0.37+0.37 KW 15-25 kg/bag Bagging Machine.<br />
The equipment can produce 15 tons of pellets per day. “We started<br />
the pellet activity on July 31, and in 15 days, we were already at full<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 43
PRINCIPAL<br />
expectativas”, garante Luiz Donizete. “Investimos em uma linha<br />
de produção enxuta. Como é tudo automatizado, temos<br />
uma equipe com poucos funcionários que acompanham o<br />
processo e fazem as intervenções necessárias”, completa.<br />
O gerente da JSIC Comex, Dalclis Azevedo, destaca a vantagem<br />
ao se adquirir uma linha completa da mesma empresa.<br />
“Quando o cliente opta por comprar todos os equipamentos<br />
de uma única empresa, ela mantém assim a garantia e o funcionamento<br />
dos equipamentos”, salienta Dalclis. O equipamento<br />
importado pela Pallettimber ainda tem capacidade<br />
para expansão, podendo instalar mais uma máquina peletizadora<br />
e assim poder dobrar a produção de pellets que atualmente<br />
chega a 300 toneladas por mês.<br />
FACILIDADE PARA IMPORTAÇÃO<br />
O atendimento da JSIC Comex garantiu suporte técnico<br />
para o desenvolvimento do projeto da Pallettimber, na análise<br />
da matéria-prima, na instalação dos equipamentos e até a realização<br />
de testes de produção. “Profissionais técnicos qualificados<br />
da China vieram fazer a instalação da linha de produção<br />
e fizeram o acompanhamento do início da atividade. Fizemos<br />
todo o processo de importação, entrega, instalação e start up<br />
dos equipamentos”, explica Dalclis Azevedo.<br />
Esta foi a primeira vez que foi realizada a importação da<br />
linha completa para produção de pellets de biomassa de madeira<br />
pela JSIC Comex, empresa que atua no mercado há mais<br />
de 10 anos. “Conseguimos com o cliente desenvolver o projeto,<br />
fazer análise de matéria-prima, dar suporte para financiamento<br />
e no atendimento de pós-venda”, relata o gerente da<br />
JSIC Comex.<br />
production. We are delighted with the technology of the equipment,<br />
which carries out the whole process. The pellet comes packaged according<br />
to the specifications we determine. The equipment has responded<br />
very well to our expectations,” says dos Santos. “We invested<br />
in a lean production line. As everything is automated, we have<br />
a team with few employees who monitor the process and take the<br />
necessary interventions,” he adds.<br />
Dalclis Azevedo, Manager at JSIC Comex, highlights the advantage<br />
of acquiring a complete line from the same company. “When<br />
the customer chooses to buy all the equipment from a single company,<br />
it maintains the warranty and the operation of the equipment,”<br />
says Dalclis. The equipment imported by Pallettimber still has<br />
the capacity for expansion, being able to install another pelletizer<br />
machine and thus be able to double the production of pellets, which<br />
currently is three hundred tons per month.<br />
EASE OF IMPORT<br />
JSIC’s service guaranteed technical support for the development<br />
of the Pallettimber project, from the analysis of the raw material<br />
to the installation of the equipment and even in the performance<br />
of production tests. “Qualified technical professionals from China<br />
came to install the production line and monitored the start of the<br />
activity. We were responsible for the entire process of importing, delivering,<br />
installing, and starting up the equipment,” explains JSIC’s<br />
Azevedo.<br />
This was the first time that the complete line for producing forest<br />
biomass pellets was imported by JSIC, a Company that has been<br />
operating in the market for more than ten years. “We were able to<br />
work with the customer to analyze the raw material, elaborate the<br />
Estamos bastante satisfeitos<br />
com a tecnologia do<br />
equipamento, que faz<br />
todo processo. O pellet<br />
sai embalado conforme<br />
as especificações que<br />
determinamos. O equipamento<br />
tem respondido muito bem<br />
nossas expectativas<br />
Luiz Donizete dos Santos, gerente<br />
de produção e gerente comercial da<br />
Pallettimber
Dalclis Azevedo, gerente da JSIC Comex e Luiz Donizete dos Santos,<br />
gerente de produção e gerente comercial da Palettimber<br />
MERCADO DA BIOMASSA<br />
Apesar de ser especializada nos equipamentos para biomassa<br />
de madeira, as peletizadoras da JSIC Comex podem ter<br />
ajustes para produção de pellets de matéria-prima diversas.<br />
Recentemente a empresa esteve à frente de um projeto no Estado<br />
do Rio Grande do Sul onde é produzido pellets de casca<br />
de arroz. A JSIC Comex fez a venda da peletizadora e os ajustes<br />
necessários no equipamento para produção do pellet. “Temos<br />
várias taxas de compactação das matrizes, havendo troca de<br />
matéria-prima conseguimos trocar apenas a matriz da peletizadora<br />
e o cliente tem ganho de produção”, explica Dalclis. A<br />
empresa está na frente de projetos para testar pellets de cascas<br />
de amendoim, caroço de açaí, bagaço de cana-de-açúcar<br />
e casca de soja. Com sede em Curitiba a JSIC Comex atende o<br />
mercado gerador de energia limpa em todo o Brasil. A empresa<br />
trabalha com importação e exportação de máquinas, peças de<br />
reposição, equipamentos, plantas completas de produção, desenvolvimento<br />
de projetos e consultoria técnica, sendo especialista<br />
em máquinas para área da biomassa da madeira. Esse<br />
ano a JSIC Comex iniciou com forte representatividade na importação<br />
de matrizes e capas de rolo para todas as máquinas<br />
de biomassa, ração e fertilizantes.<br />
project, provide support for financing, and after-sales service,” says<br />
the JSIC Manager.<br />
BIOMASS MARKET<br />
Despite being specialized in wood biomass equipment, JSIC’s<br />
pellet mills can be adjusted to produce pellets from various raw materials.<br />
Recently, the Company was responsible for a project in the<br />
State of Rio Grande do Sul, where rice husk pellets are produced. JSIC<br />
sold the pellet mill and the necessary adjustments to the equipment<br />
for pellet production. “We have multiple dies with several compaction<br />
rates for changes in raw material type. We can change just the<br />
pellet mill die, and the customer has a gain in production,” explains<br />
Azevedo. The Company is at the forefront of projects to test pellets<br />
produced from peanut shells, açaí seeds, sugarcane bagasse, and<br />
soybean hulls. Headquartered in Curitiba, JSIC serves the clean energy<br />
generator market throughout Brazil. The Company works with<br />
the import and export of machinery, spare parts, equipment, complete<br />
production plants, project development, and technical consulting,<br />
being a specialist in machinery for the area of forest biomass.<br />
This year, JSIC started with a strong representation for the import of<br />
dies and roll covers for all biomass, animal feed, and fertilizer pellet<br />
machines.<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
45
INVESTIMENTO<br />
46 www.REVISTABIOMAIS.com.br
A FORÇA DO<br />
VENTO<br />
ESTUDOS REALIZADOS PELO SENAI<br />
EM PARCERIA COM A PETROBRAS<br />
APOSTAM NO POTENCIAL EÓLICO<br />
OFFSHORE EM 10 ÁREAS<br />
FOTOS DIVULGAÇÃO<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
47
INVESTIMENTO<br />
A<br />
Petrobras anunciou recentemente um<br />
conjunto de investidas que, segundo a<br />
companhia, marcam sua entrada efetiva<br />
no setor eólico offshore e a posicionam<br />
como maior desenvolvedora de projetos, nesta nova<br />
fronteira no Brasil.<br />
A empresa cadastrou junto ao IBAMA (Instituto<br />
Brasileiro do Meio Ambiente) pedidos de licenciamento<br />
ambiental para instalação de complexos<br />
eólicos em 10 áreas marítimas, com potencial somado<br />
de 23 GW (gigawatts). Os processos de licenciamento<br />
preveem projetos nos Estados do Rio Grande<br />
do Norte, Ceará, Maranhão, Espírito Santo, Rio de<br />
Janeiro e Rio Grande do Sul.<br />
A iniciativa da Petrobras conta com parceria<br />
do ISI-ER (Instituto SENAI de Inovação em Energias<br />
Renováveis) que fará as campanhas de medição necessárias,<br />
ou seja, o estudo das condições de vento e<br />
mar que embasarão as decisões de investimento.<br />
Já a fabricante de motores elétricos, transformadores<br />
e geradores WEG está desenvolvendo o modelo<br />
de aerogeradores que a companhia pretende<br />
usar nos complexos eólicos. A máquina terá 7 MW<br />
(megawatts), a maior potência em um aerogerador<br />
brasileiro. Serão 220m (metros) de altura com capacidade<br />
para abastecer sozinha uma cidade de 16.880<br />
habitantes.<br />
A estatal vai investir R$ 130 milhões no projeto.<br />
A previsão é de produção em série do equipamento<br />
a partir de 2025, de acordo com o presidente da<br />
Petrobras, Jean Paul Prates. "Somos a empresa que<br />
mais detém conhecimento do offshore brasileiro e<br />
temos tradição em operações marítimas que trarão<br />
sinergias relevantes aos projetos de energia eólica<br />
offshore", disse o presidente, em discurso para<br />
anúncio dos projetos no Brazil Windpower, em São<br />
Paulo (SP). "Somos a empresa com maior potencial<br />
de geração de energia eólica offshore em capacidade<br />
protocolada junto ao IBAMA. Isso marca nossa<br />
entrada efetiva no offshore", acrescentou Jean Paul.<br />
MEDIÇÕES DE VENTO<br />
O presidente da empresa também ressaltou que<br />
a companhia está investindo maciçamente em campanhas<br />
de medição de vento a partir de plataformas<br />
fixas posicionadas no mar do Rio Grande do Norte,<br />
Ceará e do Espírito Santo. Os estudos são realizados<br />
pelo ISI-ER. “Os dados coletados permitirão a elaboração<br />
de uma avaliação detalhada em diferentes<br />
áreas do país e permitirão definir o potencial da implantação<br />
de um parque eólico, uma vez que ocorra<br />
o processo de outorga de direitos sobre a área para<br />
geração de energia, o projeto de engenharia e a<br />
escolha das tecnologias mais adequadas”, frisou o<br />
presidente da Petrobras.<br />
Rodrigo Mello, diretor do SENAI (RN) e do ISI-ER,<br />
48 www.REVISTABIOMAIS.com.br
Somos a empresa que<br />
mais detém conhecimento<br />
do offshore brasileiro<br />
e temos tradição em<br />
operações marítimas que<br />
trarão sinergias relevantes<br />
aos projetos de energia<br />
eólica offshore<br />
Jean Paul Prates,<br />
presidente da Petrobras<br />
reforçou, que os projetos da empresa correspondem<br />
à maior campanha de medição de recurso eólico do<br />
offshore brasileiro.<br />
Responsável pelos primeiros estudos da área no<br />
Brasil, a partir de 2013, em parceria com a Petrobras,<br />
o Instituto intensifica agora as medições e o<br />
desenvolvimento do sistema em que a companhia<br />
aposta nesta nova investida: a Bravo - Boia Remota<br />
de Avaliação de Ventos Offshore.<br />
Uma primeira versão do projeto foi apresentada<br />
no final de 2022 e passou por quatro meses de testes<br />
no mar, coletando dados. A segunda versão, com<br />
evoluções tecnológicas, está para ser lançada.<br />
A tecnologia da Bravo é a primeira desenvolvida<br />
no Brasil para energia eólica offshore. Há, no sistema,<br />
capacidade de medições de velocidade e direção<br />
dos ventos, variáveis meteorológicas, como pressão<br />
atmosférica, temperatura do ar e umidade relativa,<br />
além de variáveis oceanográficas, a exemplo de<br />
ondas e correntes marítimas.<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
49
INVESTIMENTO<br />
CONFIABILIDADE<br />
“Temos esta nova versão da boia em desenvolvimento.<br />
A tomada real de decisão para investimentos<br />
robustos na indústria do offshore precisa de dados<br />
com alta confiabilidade e isso só se dá com dados<br />
medidos e não simulados”, defendeu o diretor do<br />
ISI-ER.<br />
O ISI-ER é a principal referência do SENAI no Brasil<br />
em PD&I (Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação)<br />
em energia eólica, solar e sustentabilidade, incluindo<br />
novas tecnologias como o hidrogênio verde. Está<br />
em operação no HIT (Hub de Inovação e Tecnologia)<br />
do SENAI (RN), em Natal (RN), desde 2018, e foi<br />
oficialmente inaugurado em junho de 2021, com a<br />
conclusão das instalações e a operação plena dos<br />
laboratórios. O Instituto faz parte da maior rede<br />
privada de institutos de PD&I criada no Brasil para<br />
atender as demandas da indústria, composta por 26<br />
Institutos SENAI de Inovação.<br />
A tomada real de decisão<br />
para investimentos<br />
robustos na indústria do<br />
offshore precisa de dados<br />
com alta confiabilidade e<br />
isso só se dá com dados<br />
medidos e não simulados<br />
Rodrigo Mello, diretor do<br />
SENAI (RN) e do ISI-ER<br />
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CUIDADOS GERAM<br />
RESULTADOS<br />
TEXTO: WALDEMAR VIEIRA LOPES E DRV INDÚSTRIAS<br />
Foto: divulgação<br />
AFIAÇÃO DE FACAS<br />
A boa afiação inicia-se com a conscientização quanto à definição<br />
da área adequada para essa finalidade, com ambiente<br />
isento de sólidos em suspensão, isolamento em relação a outros<br />
processos, dada precisão do serviço a ser realizado.<br />
Mesmo isolado do processo fabril, deve primar pela manutenção<br />
da limpeza no recinto, precisa apresentar uma boa<br />
luminosidade e se necessário utilizar luzes direcionais que<br />
possibilitem acuidade visual para verificação da qualidade de<br />
afiação durante todo o processo de retífica.<br />
Para afiar facas com precisão, devem ser utilizadas Máquinas<br />
Afiadoras que ofereçam garantia de um trabalho impecável,<br />
tanto quanto à sua estrutura física, quanto à tecnologia<br />
embarcada e que contemple todas as etapas do processo,<br />
possibilitando ajustes estabelecidos de acordo com a ferramenta<br />
em trabalho, tais como: posicionamento, avanço, velocidade,<br />
refrigeração, limpeza, acabamento e outras variáveis<br />
passíveis de programação e monitoramento.<br />
A Máquina Afiadora deve obrigatoriamente ser de construção<br />
robusta e rígida, dotada de mesa regulável com mecanismo<br />
que permita e garanta perfeito nivelamento, para que<br />
não ocorra qualquer possibilidade de vibração que gere marcas<br />
de trepidação, gerando efeitos indesejáveis como a formação<br />
de trincas ou pressão de afiação excessiva provocada pelo<br />
aquecimento local.<br />
Durante a afiação a reversão do cabeçote afiador deve<br />
ocorrer de forma suave, sendo de suma importância verificar<br />
de que a peça em preparação seja tocada por apenas um lado<br />
do rebolo, reduzindo a superfície de contato e consequentemente<br />
o calor provocado, minimizando risco de aquecimento<br />
excessivo.<br />
A Máquina Afiadora deve ser dotada de dispositivo de resfriamento<br />
hidráulico que proporcione resfriamento contínuo<br />
e adequado durante todo o processo de afiação, posto que<br />
resfriamento brusco ou aos trancos podem gerar trincas provocadas<br />
por tensões de afiação.<br />
A mesa destinada a receber a faca deve ser fixa e plana,<br />
dotada de estrutura giratória com escala regulável que facilite<br />
a determinação de ângulos de face.<br />
A faca deve ser fixada à mesa a partir do seu centro, contudo<br />
mesas dotadas de fixação magnética, além de contribuir<br />
para melhoria acentuada do processo, diminuem drasticamente<br />
o tempo dispendido para colocação da faca na mesa,<br />
elevando índices de produtividade.<br />
AGENTE DE RESFRIAMENTO E REBOLOS<br />
Na afiação das facas o líquido refrigerante deve ser composto<br />
por óleos ou emulsões solúveis apropriadas, adicionadas<br />
à água pura, formando um composto, que além da queda<br />
de temperatura, protejam contra deposição de ferrugem na<br />
52 www.REVISTABIOMAIS.com.br
máquina ou na faca e, máquinas dotadas de sistema de raspagem,<br />
filtragem e decantação de sólidos, garantem processo<br />
de qualidade superior.<br />
O agente resfriador deve ser abundante e atingir o local<br />
exato do encontro da faca com o rebolo, mitigar o calor resultante<br />
da afiação, evitar empenamentos, lavar as impurezas<br />
e impedir queima no gume da faca, observando que quanto<br />
maior for a área de contato entre a faca e o rebolo, maior deve<br />
ser a adução do líquido resfriador.<br />
Quando a oferta de líquido resfriador é deficiente, quando<br />
são utilizados rebolos inadequados ou havendo pressão<br />
excessiva na afiação, podem ocorrer aquecimentos locais<br />
acima de 800 º graus centígrados, provocando queimaduras e<br />
tensões que causam trincas, havendo risco de tornar as facas<br />
imprestáveis, elevando por consequência todos os custos envolvidos<br />
no processo.<br />
Facas de aço temperado só podem ser tratadas por meio<br />
de afiação com agente afiador que corte adequadamente,<br />
sem desmanchar ou inutilizar o gume da faca.<br />
Os rebolos são produzidos artificialmente utilizando ligas<br />
de cristais de óxido de alumínio + óxido de silício, ligas cerâmica,<br />
sintética, silicato ou outras, cuja liga tem finalidade de<br />
manter os cristais unidos, sendo que a espécie e quantidade<br />
do aglutinante determinará sua dureza e a estrutura do rebolo.<br />
Observar sempre o desgaste do rebolo, que paulatinamente<br />
deve perder grãos, que dão lugar a novos grãos afiados,<br />
posto que se houver resistência excessiva, não haverá o<br />
desgaste da faca e os cristais podem causar pressão, calor na<br />
fricção, causando queimas na superfície da faca.<br />
Ficar sempre atentos quanto a que limalhas decorrentes<br />
da afiação não venham a obstruir os poros de refrigeração do<br />
rebolo, o que pode levar à sua vitrificação, posto que o mesmo<br />
deve se manter limpo por si próprio através da força centrífuga,<br />
que por sua vez deve ejetar cristais e limalhas fora dos<br />
poros.<br />
Quando necessário realizar a retificação do rebolo, atentando<br />
que devido ao desgaste durante o trabalho, pode perder<br />
o formato ou vitrificar. Observação constante da superfície<br />
axial, que deve permanecer limpa e apta ao uso.<br />
quais, bem ampliadas, dão ao gume uma aparência de serra<br />
e, além disso devido à rigidez da faca, aparecem rebarbas que<br />
devem ser aparadas imediatamente.<br />
A retificação prévia tem a finalidade de aplainar “serrilhas”<br />
e aparar as rebarbas e, somente após a amolação com pedra<br />
fina é que o gume consegue aquele “FIO” necessário para alcançar<br />
a capacidade plena de corte.<br />
Não é recomendável retirar a rebarba por meio de um<br />
sarrafo de madeira, posto que esse processo pode provocar a<br />
soltura de partículas de aço, demandando longo tempo para<br />
ser compensado com a pedra de amolar.<br />
A pedra de amolar deve preferencialmente ter anatomia<br />
que possibilite segurá-la com firmeza e mantida tão plana<br />
quanto possível; pedras com desgaste irregular denunciam<br />
mau uso; para que não causem aumentos ou interferências<br />
nos ângulos das facas.<br />
Há disponibilidade no mercado de equipamentos específicos<br />
destinados para realizar o assentamento do “FIO” das<br />
facas, em granulometria adequada e mobilidade escalar para<br />
ajuste a ângulos requeridos, diminuindo riscos de interferência<br />
angular gerados por mau uso da pedra de amolar.<br />
MANUTENÇÃO E GUARDA DAS FACAS<br />
Uma vez afiadas, as facas devem ser secadas e guardadas<br />
em local protegido contra a umidade e, sempre que possível<br />
passar um pano embebido em óleo para protegê-las da ferrugem.<br />
Os furos rosqueados e de fixação devem ser mantidos limpos<br />
e testados, pois deles dependem que o transporte ocorra<br />
de forma fácil e segura.<br />
A armazenagem da faca deve ser feita de forma que permaneça<br />
em posição plana e, não é de boa prática deixá-las em<br />
estrados ou armações que possam levá-las a riscos de empenamentos.<br />
Por ocasião do transporte ou manuseio de facas, usar manípulos<br />
adequados anatomicamente e que facilitem a operação,<br />
bem como é de suma importância a proteção dos gumes,<br />
evitando riscos de acidentes pessoais e ou da ferramenta.<br />
A IMPORTÂNCIA DA RETIFICAÇÃO DO GUME DA FACA<br />
Somente por meio da retificação com pedra de amolar, é<br />
que o gume da faca obtém o ¨FIO¨ que proporciona a melhor<br />
condição de corte e por consequência, durabilidade.<br />
Durante a afiação podem surgir pequenas gretas de esmerilhamento,<br />
produzidas pelas pontas aguçadas dos cristais, as<br />
Para mais informações<br />
sobre, acesse<br />
o QRcode ao lado:<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
53
POLÍTICA<br />
Foto: divulgação<br />
54 www.REVISTABIOMAIS.com.br
ENERGIA<br />
RENOVÁVEL<br />
EM ALTA<br />
PARANÁ ADERE A CONVÊNIOS<br />
QUE FORTALECEM E INCENTIVAM A<br />
PRODUÇÃO DE BIOGÁS E BIOMETANO<br />
RENEWABLE<br />
ENERGY ON THE RISE<br />
THE STATE PARANÁ ADHERES TO AGREEMENTS<br />
THAT STRENGTHEN AND ENCOURAGE THE<br />
PRODUCTION OF BIOGAS AND BIOMETHANE<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
55
POLÍTICA<br />
Foto: Ari Dias/AEN<br />
O<br />
Paraná está investindo na geração de<br />
energia a partir do biogás. O Confaz<br />
(Conselho Nacional de Política Fazendária)<br />
aprovou a adesão do Estado a três<br />
convênios que possibilitam maiores investimentos no<br />
setor. Um dos convênios possibilita isenção do ICMS<br />
(Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços)<br />
e os outros permitem crédito presumido de 12% sobre<br />
o valor de aquisições internas e de 12% sobre saídas<br />
internas com biogás e biometano. Agora, a Secretaria<br />
da Fazenda e a Receita Estadual trabalham em uma<br />
minuta de um decreto detalhando as novas regras.<br />
“São medidas com potencial para alavancar negócios<br />
em energia renovável, principalmente no ambiente<br />
rural”, disse o secretário de Agricultura e do Abastecimento<br />
do Paraná, Norberto Ortigara.<br />
T<br />
he State of Paraná is investing in the generation of<br />
energy from biogas. The National Council of Treasury<br />
Policy (Confaz) approved the State’s adhesion to<br />
three agreements enabling more significant Sector<br />
investments. One of the agreements allows exemption from<br />
the Goods and Services Tax (Icms), and the others allow<br />
presumed credit of 12% on the value of domestic purchases<br />
and 12% on the domestic sale of biogas and biomethane.<br />
The Treasury Department and the State Revenue Service are<br />
drafting a decree detailing the new rules. “These are measures<br />
with the potential to leverage business in renewable energy,<br />
especially in the rural environment,” says Norberto Ortigara,<br />
State Secretary of Agriculture and Supply.<br />
INCENTIVE FOR PRODUCERS<br />
The agreement 160/2023 authorizes the State to grant<br />
56 www.REVISTABIOMAIS.com.br
INCENTIVO PARA PRODUTORES<br />
A proposta do convênio 160/2023 autoriza o<br />
Estado a conceder isenção do ICMS sobre operações<br />
relativas à circulação de mercadoria e serviços de<br />
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação<br />
em operações com máquinas, equipamentos,<br />
aparelhos e componentes para a geração de energia<br />
elétrica a partir do biogás.<br />
Outro convênio, o 159/2023 permite conceder crédito<br />
presumido de 12% sobre o valor das aquisições<br />
internas de biogás e biometano. E o terceiro, 158/2023<br />
autoriza a concessão de redução de base de cálculo<br />
do ICMS nas saídas internas com biogás e biometano,<br />
de tal forma que a carga tributária do imposto resulte<br />
na aplicação do percentual de 12% sobre o valor da<br />
operação.<br />
ENERGIAS RENOVÁVEIS<br />
As decisões do Confaz vêm logo em seguida à<br />
decisão do governo do Estado de ampliar os benefícios<br />
de juro zero para investimentos no segmento de<br />
energias renováveis. Na nova formatação do Banco do<br />
Agricultor Paranaense, apresentada pelo governador<br />
Carlos Massa Ratinho Junior, em projetos de energia<br />
renovável, o Estado fica responsável pelo pagamento<br />
exemption from Icms on operations related to the sale of<br />
goods, interstate and inter-municipal transport services, and<br />
communication for operations with machinery, equipment,<br />
apparatus, and components for generating electricity from<br />
biogas.<br />
Another agreement, 159/2023, allows for a presumed<br />
credit of 12% on the value of domestic biogas and biomethane<br />
purchases. Thirdly, 158/2023 authorizes the granting of a<br />
reduction of the Icms calculation basis on internal shipments<br />
of biogas and biomethane in such a way that the tax burden<br />
results in the application of the percentage of 12% on the<br />
value of the operation.<br />
RENEWABLE ENERGY<br />
Confaz’s decisions come after the State Government<br />
decided to expand zero-interest benefits for investments in the<br />
renewable energy segment. In the new format of the Paraná<br />
Farmer Bank, presented by Governor Carlos Massa Ratinho<br />
Junior, in renewable energy projects, the State is responsible<br />
for paying 100% of the interest rate for family farmers with<br />
active Declaration of Aptitude to Pronaf (DAP) or registration<br />
in Family Agriculture Registry (CAF).<br />
Medium and large producers also benefit if they want to<br />
invest in construction, acquisition of materials and equipment,<br />
and the preparation of projects for the installation of<br />
Foto: Geraldo Bubniak/AEN<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
57
POLÍTICA<br />
Foto: Ari Dias/AEN<br />
de 100% da taxa de juro para agricultores familiares<br />
com DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf) ativa ou<br />
inscrição no CAF (Cadastro da Agricultura Familiar).<br />
Os médios e grandes produtores também são<br />
beneficiados se quiserem investir em obras civis, aquisição<br />
de materiais e equipamentos e na elaboração de<br />
projetos para instalação de biodigestores. Para esses o<br />
Estado cobre 5 pontos percentuais ao ano de juro no<br />
âmbito do Banco do Agricultor Paranaense. É passível<br />
de equalização valor financiado não excedente a R$<br />
500 mil para energia solar fotovoltaica e R$ 2 milhões<br />
para biomassa por CPF/CNPJ, com teto máximo de R$<br />
20 milhões para coletivo.<br />
Como auxílio na elaboração do projeto o Estado<br />
criou o programa RenovaPR, desenvolvido em<br />
parceria com a iniciativa privada e agentes de crédito.<br />
Desde 2020, quando foi instituído o programa, 6.950<br />
projetos de energia renovável ganharam forma.<br />
"São medidas com<br />
potencial para alavancar<br />
negócios em energia<br />
renovável, principalmente<br />
no ambiente rural"<br />
Norberto Ortigara, secretário de<br />
Agricultura e do Abastecimento<br />
do Paraná<br />
biodigesters. For these, the State charges five percent per year<br />
in interest within the scope of the Banco do Agricultores Paranaense.<br />
The amount financed cannot exceed R$ 500 thousand<br />
for photovoltaic solar energy and R$ 2 million for biomass<br />
per CPF/Cnpj, with a maximum ceiling of R$ 20 million for<br />
cooperative projects.<br />
To assist in developing the project, the State created the<br />
RenovaPR program, designed in partnership with the Private<br />
Sector and credit agents. Since 2020, when the program was<br />
instituted, 6,950 renewable energy projects have taken shape.<br />
58 www.REVISTABIOMAIS.com.br
EXPECTATIVA DE PRODUÇÃO<br />
O Paraná é o maior produtor nacional e o maior<br />
exportador de carne de frango. Também tem expressividade<br />
em produção de suínos e de leite, ocupando a<br />
segunda colocação. Somente nesses três segmentos,<br />
estima-se que são gerados aproximadamente 800 mil<br />
empregos diretos e mais de 200 mil indiretos.<br />
Grandes indústrias têm ampliado seus investimentos<br />
no Estado, como a Frimesa, que construiu o<br />
maior frigorífico de suínos da América Latina em Assis<br />
Chateaubriand. O abate inicial de 2,5 mil animais por<br />
dia tende a crescer até 15 mil suínos ao dia em 2028.<br />
A alta genética também tem encontrado eco no<br />
Paraná, o que leva a antever aumento exponencial na<br />
produção de animais, exigindo mais alojamentos e<br />
produtores interessados na terminação. Com tudo isso<br />
haverá crescimento também no volume de dejetos,<br />
que precisam ter destinação correta. O uso para a produção<br />
de biogás cumpre essa função, além de reduzir<br />
os custos com energia.<br />
PRODUCTION EXPECTATION<br />
The State of Paraná is the largest domestic producer and<br />
the largest exporter of chicken meats. It also has expressive<br />
pig and milk production, occupying second place. Just in<br />
these three segments, it is estimated that approximately eight<br />
hundred thousand direct jobs and more than two hundred<br />
thousand indirect jobs will be generated.<br />
Large companies have increased their investments in the<br />
State, such as Frimesa, which built the largest pork slaughterhouse<br />
in Latin America in Assis Chateaubriand. The initial<br />
slaughter of 25 hundred pigs per day is expected to grow to 15<br />
thousand per day in 2028.<br />
Advanced genetics has also found an echo in Paraná, which<br />
leads to the prediction of an exponential increase in animal<br />
production, requiring more livestock barns and shelters and<br />
producers interested in livestock finishing. With all this, there<br />
will also be an increase in the volume of waste, which needs to<br />
be disposed of correctly. The use for producing biogas fulfills<br />
this function, in addition to reducing energy costs.<br />
A maior capacidade instalada para produção de pellets no país é KAHL<br />
Peças<br />
originais e<br />
assistência<br />
técnica no<br />
Brasil<br />
Tecnologia Sustentável<br />
Distribuidor e representante exclusivo KAHL Brasil<br />
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REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
59
FEIRA<br />
BIOMASSA<br />
DA MADEIRA<br />
60 www.REVISTABIOMAIS.com.br
FOTOS BIOMAIS<br />
EXPOSITORES DA FIMMA<br />
2023 APRESENTARAM<br />
AS TECNOLOGIAS PARA<br />
TRATAMENTO DO RESÍDUO<br />
DA INDÚSTRIA MOVELEIRA<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
61
FEIRA<br />
C<br />
om a bandeira da inovação como diferencial<br />
competitivo para indústrias de móveis e marcenarias<br />
a Fimma Brasil, realizada entre os dias<br />
28 e 31 de agosto no Pavilhão de Eventos de<br />
Bento Gonçalves (RS), atraiu um grande público e apresentou<br />
as novidades do setor.<br />
Realizada em conjunto com a Movelsul Brasil, as duas<br />
feiras juntas receberam mais de 30 mil visitantes de todos<br />
Estados brasileiros e de 46 países. Esta foi a segunda edição<br />
conjunta das feiras Fimma e Movelsul, promovidas, respectivamente,<br />
pela Movergs (Associação das Indústrias de<br />
Móveis do Estado do Rio Grande do Sul) e pelo Sindmóveis<br />
(Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves).<br />
A Fimma reuniu cerca de 200 expositores que são<br />
fornecedores do setor como indústrias de máquinas,<br />
empresas de matérias-primas, acessórios, ferramentas, tecnologia,<br />
entre outros. “A Fimma é resultado de um trabalho<br />
feito por muitas mãos em benefício do setor moveleiro nacional.<br />
É extremamente gratificante chegar ao final de mais<br />
uma edição com a confiança de expositores brasileiros e<br />
estrangeiros e a satisfação dos visitantes. Essa credibilidade<br />
coloca a feira em um patamar de igualdade com eventos<br />
internacionais, reunindo o que existe de melhor em alta<br />
tecnologia para produzir móveis”, afirmou o presidente da<br />
Movergs, Euclides Longhi.<br />
As empresas fornecedoras de tecnologia para tratamentos<br />
dos resíduos da indústria moveleira marcaram<br />
presença, apresentando as soluções para o setor.<br />
A Revista REFERÊNCIA BIOMAIS recebeu parceiros no<br />
estande e conferiu as novidades apresentadas na feira.<br />
"É extremamente gratificante<br />
chegar ao final de mais uma<br />
edição com a confiança de<br />
expositores brasileiros e<br />
estrangeiros e a satisfação<br />
dos visitantes"<br />
Euclides Longhi,<br />
presidente da Movergs<br />
ANDRITZ<br />
Consolidada há mais de 30 anos no Brasil, a<br />
ANDRITZ que é líder em tecnologia, esteve visitando<br />
a Fimma. “A legislação prevê que o gerador de resíduo<br />
tem a responsabilidade de dar uma destinação final e<br />
é possível rentabilizar o resíduo da indústria moveleira<br />
criando um sub-produto que é o pellets. A ANDRITZ<br />
tem a linha completa para dar o destino final mais<br />
correto, com rentabilidade, gerando o sub-produto<br />
com valor agregado”, comentou Luiz Paulo da Cunha,<br />
gerente de vendas para projetos EPC da ANDRITZ,<br />
acompanhado de Eduardo Soffioni, gerente de vendas<br />
da empresa.<br />
62 www.REVISTABIOMAIS.com.br
BENECKE<br />
Comemorando 70 anos de atividades em setembro<br />
a empresa apresentou na Fimma um equipamento<br />
robusto, uma nova versão da linha de laminação.<br />
“Como não podia ser diferente, a Benecke normalmente<br />
traz uma novidade para a feira, é uma característica<br />
nossa, e trouxemos um lançamento, que na verdade é<br />
mais uma revalidação da linha de laminação onde somos<br />
pioneiros com a implantação do roleteiro. Neste<br />
novo modelo resolvemos juntar todas as sugestões de<br />
clientes e operadores do equipamento e fizemos uma<br />
nova linha toda remodelada para atender o nosso<br />
cliente”, contou o engenheiro Kurt Benecke, diretor da<br />
empresa.<br />
BRUNO INDUSTRIAL<br />
Com atuação em quatro segmentos: Florestal,<br />
Biomassa, Reciclagem e Serviço, a Bruno destacou<br />
sua atividade na área da biomassa durante a Fimma<br />
2023. “A Fimma é uma feira onde tradicionalmente a<br />
Bruno está. A localização coincide com a localização<br />
de diversos clientes nossos. Nosso foco na feira este<br />
ano está na linha de biomassa, sistemas de picagem,<br />
picadores, classificação de biomassa, pátios, soluções<br />
completas. A feira é uma oportunidade para os clientes<br />
conhecerem as diferentes soluções de excelência que<br />
a Bruno Biomass oferece ao mercado”, declarou Marcel<br />
Dametto, gerente de vendas Biomassa.<br />
BURNTECH<br />
Sediada em Agrolândia (SC) a Burntech Caldeiras apresentou<br />
aos visitantes suas soluções em geração de vapor e energia<br />
a partir de combustíveis renováveis. “Já participamos outros<br />
anos da Fimma e viemos com a expectativa de atender nossos<br />
clientes locais da indústria moveleira. Estamos com o projeto<br />
de expandir nossa atuação, dar mais atenção aos clientes da<br />
América Latina, atendendo países como Uruguai, Argentina,<br />
Paraguai, Chile e outros. Sabemos que tem bastante potencial<br />
e a feira atrai esses visitantes. Nossos equipamentos são sob<br />
medida para a necessidade de cada cliente. Este é nosso foco,<br />
fazer projetos especiais onde não existe padrão, existe sim<br />
projeto especial para atender cada cliente”, explica Ricardo<br />
Vergílio, do departamento de vendas e exportação.<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
63
FEIRA<br />
COSTRUZIONI NAZZARENO<br />
Já consolidada no Brasil com sua tecnologia de<br />
origem italiana para planta de pellets, a Costruzioni<br />
Nazzareno mais uma vez marcou presença na Fimma<br />
2023. “A Fimma é uma feira excelente, este ano está<br />
com bastante movimento. É uma feira na qual encontramos<br />
os clientes que já temos e novos clientes comparecem.<br />
Mostramos nossos equipamentos para área<br />
de biomassa, já consolidados há 12 anos no Brasil”,<br />
enalteceu o diretor comercial Francesco Stella.<br />
CPM<br />
Com presença global a empresa de origem norte-<br />
-americana CPM está presente no Brasil e participou<br />
pela primeira vez da Fimma nesta edição de 2023. “A<br />
CPM enxerga grandes oportunidades de negócios na<br />
América Latina e América do Sul. Já estamos no Brasil<br />
em outros segmentos e agora estamos investindo na<br />
área de biomassa, com bons projetos em andamento<br />
e com muita esperança de um Brasil melhor, de uma<br />
região melhor para continuar avançando. Me surpreendi<br />
positivamente com a feira e com o que ela<br />
representa para o setor”, comentou Evandro Magnus,<br />
diretor da CPM na América do Sul.<br />
ENGECASS<br />
Participante desde a primeira edição da feira, a<br />
Engecass esteve presente e apresentou uma novidade:<br />
a tecnologia de secagem de madeira acelerada.<br />
“Sabemos que o mercado está cada vez mais tecnológico,<br />
buscando soluções mais racionais em termos de<br />
custo de produção e de qualidade do produto final.<br />
A Engecass vem então apresentar pro mercado suas<br />
soluções de secagem de madeira acelerada fazendo<br />
concorrência a alguns grandes players internacionais<br />
que começam também a operar no Brasil, mostrando<br />
que nós não deixamos nada a desejar e que temos<br />
tecnologia”, afirmou Paulo da Cass, fundador da marca.<br />
64 www.REVISTABIOMAIS.com.br
MILL INDÚSTRIAS<br />
A Mill esteve mais um ano participando da Fimma<br />
Brasil levando diversas tecnologias. “Estamos satisfeitos<br />
em estar aqui, trazendo tecnologias novas principalmente<br />
na área de serras onde tivemos grandes<br />
investimentos neste ano de 2023 no desenvolvimento<br />
de linhas novas para lâminas de serras para madeira,<br />
alimentos e outros, além de inovações na área de máquinas.<br />
Recebemos visitantes e clientes de diferentes<br />
partes do Brasil e de fora também. A Mill é conhecida<br />
pela área da madeira, que é onde nascemos, mas<br />
temos outros segmentos que estão sendo desenvolvidos<br />
e vem crescendo a cada ano”, afirmou o gerente<br />
de negócios Marcelo Gobbi.<br />
TMSA<br />
A TMSA é a empresa que representa no Brasil as<br />
soluções do grupo Kahl para fabricação de pellets e<br />
esteve com sua equipe na Fimma. “É um momento interessante<br />
principalmente aqui na Fimma, tem muita<br />
indústria moveleira e o pessoal que lida com madeira.<br />
O resíduo que eles geram pode virar um sub-produto<br />
bastante rentável e sustentável que é o pellet. Aqui na<br />
Fimma fizemos alguns novos contatos, retomamos outros<br />
existentes, e estamos vendo que tem muita gente<br />
chegando agora neste mercado”, comentou Matheus<br />
Taffarel, gerente comercial da TMSA.<br />
VANTEC<br />
Comemorando 60 anos de atuação, a Vantec<br />
esteve com vários equipamentos em seu estande e fez<br />
um lançamento durante a Fimma Brasil. “Não esperávamos<br />
uma feira tão movimentada, ficamos surpresos<br />
com o movimento intenso, e o público qualificado do<br />
Brasil e de fora do Brasil. Trouxemos como lançamento<br />
a Serra Fita Horizontal de Alto Desempenho. É uma<br />
máquina com maior velocidade e produtividade do<br />
que outros modelos que estão no mercado”, destacou<br />
Jakson Fabiani, gerente comercial da Vantec.<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
65
ARTIGO<br />
CARACTERIZAÇÃO DE<br />
BIOMASSA RESIDUAL DE FÁBRICA<br />
DE PAPEL-CARTÃO PARA<br />
APROVEITAMENTO<br />
ENERGÉTICO<br />
FOTOS DIVULGAÇÃO<br />
66 www.REVISTABIOMAIS.com.br
WALDIR NAGEL SCHIRMER<br />
Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste)<br />
ITALO TADEU MACHADO FERREIRA<br />
Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste)<br />
CAMILO BASTOS RIBEIRO<br />
Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste)<br />
GUILHERME POZZOBOM PAVANELLO<br />
Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste)<br />
GILMARA DE OLIVEIRA MACHADO<br />
Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste)<br />
PAULO ROGÉRIO PINTO RODRIGUES<br />
Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste)<br />
RESUMO<br />
U<br />
m dos problemas da indústria de papel e<br />
celulose é a disposição de resíduos sólidos<br />
em aterros industriais, pela escassez de<br />
áreas disponíveis para esta finalidade e ao<br />
impacto ambiental gerado. Uma das formas de avaliar<br />
o potencial energético de materiais celulósicos residuais<br />
é pela determinação do seu poder calorífico. Esta<br />
pesquisa teve como objetivo caracterizar os resíduos<br />
celulósicos de uma fábrica de papel-cartão por análise<br />
imediata e análise elementar, para estimar o poder<br />
calorífico e avaliar o potencial de aproveitamento<br />
energético na combustão misturada com cavacos na<br />
fornalha de caldeira. Foram analisados os combustí-<br />
veis normalmente queimados na caldeira de biomassa<br />
para geração de vapor: cavacos de madeira de pinus,<br />
cascas de madeira de pinus e os resíduos gerados na<br />
fabricação de papel-cartão: fibras e fiapos de madeira<br />
da fabricação de pasta mecânica de madeira, fibras<br />
da ETE (estação de tratamento de efluentes) e cinzas<br />
da caldeira. Os resíduos celulósicos fibras da ETE,<br />
fibras e fiapos de madeira apresentaram potencial<br />
para utilização energética, desde que submetidos<br />
a processo de secagem para redução da umidade e<br />
aumentar o poder calorífico. As cinzas da caldeira tem<br />
poder calorífico residual podendo ser reaproveitadas<br />
na combustão com cavacos de madeira.<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
67
ARTIGO<br />
INTRODUÇÃO<br />
A principal fonte de energia consumida mundialmente<br />
provém de combustíveis fósseis, da combustão<br />
de derivados do petróleo, carvão mineral e gás natural<br />
e apenas uma pequena parte da energia consumida<br />
provém de fontes renováveis. Nesse sentido, cabe<br />
ressaltar que o Brasil possui uma matriz energética<br />
diversificada. Em 2014, a participação de renováveis<br />
manteve-se entre as mais elevadas do mundo, com<br />
39,4%, enquanto a média mundial está entre 13 e 14%<br />
(MME, 2015). Dentre as fontes primárias renováveis<br />
destaca-se a biomassa, utilizada na combustão direta<br />
para geração de vapor e energia elétrica por cogeração,<br />
ou como matéria-prima na geração de energia<br />
renovável secundária, na produção de biogás e gás<br />
de pirólise. A energia proveniente de biomassa, além<br />
de ser de fonte renovável, é considerada limpa por reduzir<br />
emissões de gases que contribuem para o efeito<br />
estufa, portanto a biomassa pode se destacar no cenário<br />
energético global. A biomassa pode ser definida<br />
como “recursos naturais que dispõem de bioenergia<br />
e que podem ser processados para fornecer formas<br />
bioenergéticas mais elaboradas e adequadas para o<br />
uso final” (BNDES, 2008). A biomassa provém de base<br />
florestal, da agricultura ou de resíduos florestais e agrícolas.<br />
É fonte primária, quando o material é utilizado<br />
para fins energéticos sem processamento e, de fonte<br />
secundária, quando derivada de processo de industrialização<br />
agrícola ou de madeira (Panoutsou, 2011).<br />
Uma vantagem considerável dos resíduos florestais é<br />
que uma grande quantidade destes resíduos é gerada<br />
pela indústria madeireira e de papel e celulose, sendo<br />
imediatamente utilizada por estas indústrias, mas o<br />
potencial de aproveitamento é consideravelmente<br />
maior (Rosillo-Calle, 2004). Na indústria, representada<br />
por empresas do setor de árvores plantadas, 65,8%<br />
dos resíduos são destinados para geração de energia,<br />
por meio da queima em caldeiras que geram vapor e,<br />
eventualmente, energia elétrica para o processo produtivo,<br />
eliminando a utilização de combustível fóssil<br />
(IBÁ, 2016). A biomassa é aproveitada de duas formas,<br />
a tradicional e a moderna: a utilização tradicional<br />
da biomassa constitui a combustão direta de lenha,<br />
resíduos animais e carvão. A utilização da biomassa<br />
moderna envolve tecnologias como combustíveis<br />
líquidos sintetizados a partir de materiais celulósicos,<br />
geração e cogeração do biogás proveniente da<br />
digestão anaeróbia de resíduos, sistemas de aquecimento<br />
pela combustão de peletes de madeira e outras<br />
tecnologias (Irena, 2015).<br />
68 www.REVISTABIOMAIS.com.br
MATERIAIS E MÉTODOS<br />
O processo para fabricação de papel-cartão utiliza<br />
biomassa para geração de vapor, por meio da queima<br />
de cavacos de madeira de pinus adquiridos de terceiros<br />
e produzidos na indústria do estudo. A fabricação<br />
do papel-cartão inicia com o recebimento de toras de<br />
pinus com diâmetro de 8 cm a 20 cm (centímetros)<br />
para descascamento. As toras descascadas seguem<br />
para a fabricação de pasta mecânica de madeira e as<br />
toras que não servem para fabricação de pasta são<br />
transformadas em cavacos próprios de madeira para<br />
queima na caldeira de biomassa. A casca de madeira<br />
removida das toras também é queimada na caldeira<br />
misturada com cavacos de terceiros para geração de<br />
vapor. As toras descascadas são transportadas para a<br />
fábrica de pasta mecânica, para fabricação de pasta<br />
de madeira nos desfibradores de pedra. A pasta de<br />
madeira em suspensão é bombeada para peneiras<br />
classificatórias para separar fibras e fiapos, lascas e<br />
pequenos pedaços de madeira, que não servem para<br />
fabricação do papel-cartão, sendo enviados para<br />
queima na caldeira de biomassa com cerca de 80% de<br />
umidade. A pasta é processada em depuradores centrífugos<br />
que rejeitam parte das fibras não totalmente<br />
desfibradas e outros contaminantes, como pequenos<br />
pedaços de casca e areia, que são descartadas na<br />
canaleta de efluente, constituindo o efluente líquido<br />
da área da pasta mecânica. Os rejeitos de tanques de<br />
água e massa de várias etapas do processo também<br />
vão para canaletas de efluentes e contêm fibras e<br />
partículas finas de madeira que não ficaram retidos no<br />
papel-cartão.<br />
RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />
Os resultados das amostras de A a D estão de<br />
acordo com valores obtidos da análise imediata de<br />
resíduos de madeiras, obtidos por Adekiigbe (2012). Já<br />
as amostras de cinzas e de cinzas peneiradas apresen-<br />
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REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
69
ARTIGO<br />
taram baixo teor de voláteis, alto teor de cinzas e de<br />
carbono fixo, como já era esperado. Esses resultados<br />
devem-se ao fato de que os combustíveis à base de<br />
biomassa convertem em média, no processo de queima,<br />
três quartos de sua massa em compostos voláteis,<br />
gerando chamas largas acompanhadas de maior<br />
liberação de calor para troca térmica e produção de<br />
vapor na caldeira. Diante disso, essas duas amostras<br />
terão seu poder calorífico reduzido, pelo fato do teor<br />
de cinzas influenciar negativamente. Os elementos<br />
químicos constituintes da biomassa que contribuem<br />
para a combustão gerando calor são hidrogênio,<br />
carbono e enxofre. Como o teor de enxofre na madeira<br />
geralmente é muito baixo, menor que 1,0%, os teores<br />
de carbono e hidrogênio definem a qualidade do<br />
combustível. Já a umidade, cinzas, oxigênio e nitrogênio<br />
constituem a fração incombustível e não fornecem<br />
calor durante a combustão).<br />
CONCLUSÕES<br />
A caracterização de biomassa combustível (cavacos<br />
e cascas de madeira) e dos resíduos celulósicos<br />
Os resíduos celulósicos<br />
fibras da ETE, fibras<br />
e fiapos de madeira<br />
apresentaram potencial<br />
para utilização energética,<br />
desde que submetidos<br />
a processo de secagem<br />
para redução da umidade<br />
e aumentar o poder<br />
calorífico<br />
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de fábrica de papel-cartão (fibras e fiapos de madeira,<br />
fibras da estação de tratamento de efluente) por meio<br />
da composição elementar, análise imediata e do teor<br />
de umidade, permitiu estimar o poder calorífico e<br />
afirmar que há potencial de reaproveitamento dos<br />
resíduos celulósicos na combustão misturada com a<br />
biomassa normalmente utilizada. A comparação do<br />
poder calorífico superior de cavacos próprios (5.323,6<br />
kcal/kg) e cavacos de terceiros (4.056,8 kcal/kg), com<br />
o PCS de cascas de madeira (4.903,9 kcal/kg), indica<br />
que este material é importante fonte de energia para<br />
combustão, reduzindo a demanda de aquisição de<br />
cavacos de terceiros. O poder calorífico útil de fibras<br />
e fiapos de madeira (3.172,5 kcal/kg) e fibras da ETE<br />
(2.232,1 kcal/kg) permite concluir que os resíduos<br />
celulósicos podem ser reaproveitados como combustível<br />
na caldeira, pela queima misturados com cavacos<br />
próprios, de terceiros e cascas de madeira, desde que<br />
previamente secos a 20% de umidade. As cinzas (F) e<br />
cinzas peneiradas (G) apresentaram poder calorífico<br />
residual de 1.931,0 kcal/kg e 1.528,6 kcal/kg, respectivamente,<br />
podendo ser reutilizadas na combustão<br />
misturada com a biomassa. No entanto, devido sua<br />
granulometria fina e maior teor de inertes (cinzas<br />
incombustíveis), a fração de cinzas peneiras (G) não é<br />
indicada para reaproveitamento. A secagem demonstra<br />
ser uma forma efetiva para melhorar as propriedades<br />
energéticas dos resíduos celulósicos pela redução<br />
da umidade e, consequentemente, pelo aumento do<br />
poder calorífico, permitindo seu reaproveitamento<br />
como combustível.<br />
Para acessar esse<br />
conteúdo na<br />
íntegra acesse o<br />
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Caldeiraria Industrial<br />
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71
AGENDA<br />
OUTUBRO 2023<br />
DESTAQUE<br />
360SOLAR<br />
Data: 26 e 27<br />
Local: Florianópolis (SC)<br />
Informações: https://360solar.com.br/<br />
HYDROGEN DIALOGUE LATIN AMERICA –<br />
EDIÇÃO BRASIL<br />
Data: 18 e 19<br />
Local: São Paulo (SP)<br />
Informações: https://hydrogendialoguelatam.com/<br />
NOVEMBRO 2023<br />
XXIV SEMINÁRIO NACIONAL DE<br />
DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA (SENDI)<br />
2023<br />
Data: 7 a 10<br />
Local: Pavilhão de Carapina, Serra (ES)<br />
Informações: https://sendi.org.br/<br />
XV ENCONTRO ANUAL DO<br />
MERCADO LIVRE<br />
Data: 29 de novembro a 01 de<br />
dezembro<br />
Local: Costa do Sauípe Resorts (BA)<br />
Informações: https://www.encontromercadolivre.com.br/pt/home.html<br />
X FÓRUM DO BIOGÁS<br />
Data: 13 e 14<br />
Local: São Paulo (SP)<br />
Informações: https://www.viex-americas.com/forum-abiogas/<br />
I SEMINÁRIO DE RECUPERAÇÃO<br />
ENERGÉTICA DE RESÍDUOS<br />
Data: 22<br />
Local: São Paulo (SP)<br />
Informações: https://abren.org.br/2023/09/14/1o-seminariode-recuperacao-energetica-de-residuos-22-de-novembro/<br />
Com o tema Horizontes energéticos:<br />
explorando as oportunidades no mercado<br />
livre de energia para a atração de novos<br />
consumidores, a XV edição do Encontro Anual<br />
do Mercado Livre proporciona uma oportunidade<br />
para o diálogo técnico e comercial entre<br />
geradores, comercializadores e consumidores<br />
livres de energia, além de ser um ambiente<br />
para networking e geração de negócios.<br />
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OPINIÃO<br />
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A PERSONALIZAÇÃO<br />
DO ATENDIMENTO É A<br />
CHAVE PARA GANHOS<br />
DE COMPETITIVIDADE<br />
F<br />
oram-se os dias em que as pessoas estavam limitadas<br />
a estabelecimentos físicos ou às prateleiras virtuais da<br />
internet. Hoje, os consumidores desfrutam da liberdade<br />
de selecionar os canais por meio dos quais preferem<br />
realizar suas compras, possuindo uma compreensão aprofundada<br />
de suas próprias preferências, optando pelos modos de<br />
interação que melhor se alinham com seus perfis únicos e locais<br />
de transação preferidos. Como resultado, o campo de batalha<br />
pela lealdade do cliente intensificou-se, com empresas competindo<br />
para oferecer a mais envolvente variedade de serviços e<br />
produtos.<br />
De acordo com o estudo: Tendências do Varejo 2023;<br />
divulgado em março pela Opinion Box e Dito, impressionantes<br />
84% dos brasileiros agora preferem experiências de compra<br />
integradas, que mesclam perfeitamente os mundos físico e<br />
online. Entre os entrevistados, 72% expressaram a expectativa<br />
de serem reconhecidos como indivíduos distintos, antecipando<br />
que as empresas decifrarão habilmente seus interesses únicos e<br />
73% dos consumidores manifestaram preferência por empresas<br />
que já adotam essa abordagem.<br />
Nesta luta contínua pela aquisição de clientes, dois fatores<br />
críticos destacam-se como os pilares do sucesso: um atendimento<br />
excepcional ao cliente e uma experiência personalizada<br />
para o consumidor, especialmente quando esses fatores são<br />
adaptados às necessidades e preferências individuais.<br />
O atendimento bem feito desempenha um papel indispensável<br />
na confiança entre os clientes e as empresas. Consequentemente,<br />
o atendimento emerge como o pilar para obter<br />
uma vantagem competitiva, já que os clientes se inclinam para<br />
empresas nas quais confiam.<br />
A experiência personalizada, impulsiona as vendas oferecendo<br />
produtos e serviços que estejam alinhados com as<br />
preferências individuais. Compradores satisfeitos se transformam<br />
em defensores da marca, promovendo fervorosamente<br />
aspectos positivos por meio de diversos canais e inspirando<br />
outros a seguirem o mesmo caminho. Afinal, quem entre nós<br />
nunca buscou a sabedoria de colegas e comentários antes de<br />
fechar uma compra?<br />
As empresas que buscam se destacar nesse cenário altamente<br />
competitivo devem adotar cada vez mais as seguintes<br />
abordagens estratégicas:<br />
Segmentação Automática de Clientes: utilizando o poder<br />
da IA (Inteligência Artificial), as empresas podem aprofundar<br />
sua compreensão do comportamento e das preferências dos<br />
consumidores, aprimorando seu atendimento para alinhar com<br />
seu público-alvo.<br />
Plataformas Omnichannel com Integração de IA: dada<br />
a crescente interconectividade dos consumidores e seu fácil<br />
acesso às inovações do mercado, a interação multicanal tornou-se<br />
imperativa para o sucesso empresarial. A tendência é<br />
que as empresas adotem plataformas que integrem de maneira<br />
transparente sua comunicação e ofertas de serviços em diversos<br />
canais.<br />
Suporte Proativo e Acompanhamento Personalizado:<br />
a jornada de interação com os clientes deve ser construída<br />
usando os insights derivados do entendimento das suas<br />
necessidades. Soluções inteligentes de chatbot surgem como<br />
uma necessidade, adaptando-se à linguagem dos usuários<br />
e oferecendo uma variedade de ações, desde a resolução de<br />
problemas até a assistência ou o acompanhamento de clientes<br />
durante o processo de compra.<br />
Nesse percurso, onde as empresas reconhecem cada vez<br />
mais o cliente como o ponto focal de suas operações, a relação<br />
entre consumidores e marcas adquirirá novas dimensões. A<br />
variedade de escolhas disponíveis para os clientes continuará<br />
expandindo, e a qualidade dos serviços das empresas será<br />
submetida a uma análise cada vez mais intensa. As empresas<br />
que se destacarão serão as que verdadeiramente compreendem<br />
e satisfazem as necessidades do seu público.<br />
Por Cristiane Reis<br />
Chief Business Officer, da Robbu<br />
Foto: divulgação<br />
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