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Revista Grid - 6ª edição

Somos a vitrine mais nobre do automobilismo para o seu produto e sua carreira.

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GRID - Como era o desafio de garantir o balanço

de performance dos motores?

Fábio Greco - Nós tínhamos muitas peças, eu tinha

mecânicos muito eficientes, eu mesmo entendo

bastante disso, tinha bastante dinamômetro, a gente

tinha uma equipe fantástica. Nosso critério era bem

certinho, trocava tudo, tudo sempre original. Não

economizava em nada, era muito bem feito. Eu tinha

o apoio da Fiat, então tinha muita peça. Trocava tudo,

não economizava um centavo, e isso matinha o equilíbrio.

Tínhamos muito motor reserva, então eu andava

muito nos carros. Eu era piloto, recém tinha parado

de correr. Eu era novo, guiava muito bem com tração

dianteira. Eu vim disso, participei de vários campeonatos

e ganhei títulos, então eu conseguia entender

se estava ruim, mesmo, ou se não estava. A gente

acabava por trocar motores. Se tivesse que trocar,

trocava. Claro, sempre havia alguém descontente,

isso faz parte do jogo. No automobilismo sempre tem

reclamação, é uma coisa contínua, mas eu tinha um

time maravilhoso.

Fábio Greco é o atual presidente do Conselho

Técnico Desportivo Nacional da Confederação

patrocínio na região de cada um. Ajudava nisso também,

não só em patrocínio para a categoria. Isso ajudava

demais. Carro, peças, os pilotos até ganhavam

um dinheiro. Ingo, Fabinho, Xandy, Paulão, todos esses

pilotos de renome entraram, porque a Stock Car

estava em baixa, o Brasileiro de Marcas estava no fim,

e todos acabaram entrando justamente por causa

disso. Era um meio de vida. Eu sei que o carro não era

“uma Brastemp”, era pequeno, mas tínhamos grids lotados,

autódromos lotados, e aquilo que valia: aquilo

era competição, mesmo!

GRID - Como foi a preparação do Palio em 1996?

Fábio Greco - Foi um desafio. Primeiro porque o

carro seria lançado mundialmente, era um segredo,

e tive que construir os carros lá na fábrica, não podia

sair de lá. Era um projeto secreto, então para nós foi

muito difícil. Foi a primeira vez que a Fiat fez um motor

diferente, com tuchos hidráulicos, um monte de

coisas diferentes no carro, então para nós também foi

um desafio ter que lidar com esse motor. Fomos no

Berta, na Argentina, fomos para a Itália, nos irmãos

Pedrazzani, e a gente não conseguia melhorar o motor.

Acabamos acertando o motor aqui. O motor que

a gente conseguiu desenvolver aqui era fantástico.

Acabamos estreando em Brasília, e o carro foi um

sucesso, um carro maravilhoso, a Fiat adorou, assim

como tinha sido com o Uno Turbo.

GRID - Quais foram as circunstâncias do fim da categoria?

Fábio Greco - Toda categoria monomarca tem um

período, ela vai se desgastando. A montadora tem

um planejamento, ela investe uma quantidade de

tempo, e ela vai diminuindo, ela vai achando que a

categoria tem que se tornar autossuficiente, mas ela

não é. Que patrocinador vai investir em um produto

que só tem uma marca envolvida? Fica inviável, teria

que começar a virar uma multimarca, o que não era o

caso, então a categoria acaba. Chegou uma hora que

mudou a presidência, a diretoria, resolveram pegar a

verba que era destinada à competição e direcionar

para outros fins, aí ficou inviável a continuidade do

projeto. Se tivesse até hoje, seria uma categoria maravilhosa

para revelar pilotos, como revelou Cacá Bueno,

Antônio Jorge Neto e muitos outros que estão até

hoje brilhando em suas carreiras. Como foi feito com

eles poderia ter sido feito com muito mais pilotos. De

qualquer forma, foi um sucesso enquanto durou, e a

lembrança de todos que estavam lá, de uma era, da

década de 90, que marcou o automobilismo, foi essa

categoria.

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