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LAM EXCHANGE
O evento de networking que
conecta Brasil e Colômbia.
CGC 2024
A 1ª edição em 2023 foi um
sucesso, Novidades para a
segunda edição em 2024.
MIECF 2023
A LAM Energy esteve presente
em um dos maiores fóruns
mundiais realizado em
Macau na China.
1ª EDIÇÃO
MAGAZINE
2023
SUMÁRIO
LAM ENERGY MAGAZINE - 1ª Edição
É com grande alegria que apresentamos a primeira
edição da LAM ENERGY MAGAZINE, a voz impressa do
Grupo LAM Energy, pioneiro em eventos de energias
renováveis. Nesta edição, destacamos os próximos
eventos do nosso grupo: o Congresso GC 2024, LAM
Exchange e o Integrador Solar Day. São plataformas
essenciais para compartilhar conhecimento e
promover avanços.
Nessa edição exploramos o horizonte das energias
renováveis e a transição energética, examinando
tendências e inovações que moldam nosso futuro
sustentável. Economia de baixo carbono e geração
de energia ganham foco, demonstrando como
podemos impulsionar um futuro mais limpo e
autossuficiente. Nossa revista também enfatiza nossa
responsabilidade coletiva em construir um mundo
sustentável, realçando histórias inspiradoras de
mudança positiva. Não esquecemos a importância
da proteção contra surtos elétricos, vital em nosso
cenário energético cada vez mais tecnológico.
Com gratidão, compartilhamos essa edição da LAM
ENERGY MAGAZINE, dedicada a um futuro enérgico e
ecológico.
Atenciosamente,
Rômulo Magalhães
Editor-Chefe, LAM ENERGY MAGAZINE
NOTA DO EDITOR
MIECF 2023
Visita ao Fórum na China
Eventos LAM Energy
CGC, LAM Exchange e ISD
O futuro da energia renovável
Eng. Leonardo Amorim 8
Transição energética
Prof. Dr. Euler Macêdo
Economia de Baixo Carbono
Dra. Marina Meyer Falcão.
Proteção contra Surtos
Eliane Cândido
Entrevista
Felipe Augusto Faria
Save the Date
Próximos eventos
3
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20
*As opiniões dos artigos assinados não representam necessariamente as
mesmas da LAM Energy Magazine, podendo até mesmo ser
contrárias a estas.
1ª EDIÇÃO
MAGAZINE
A LAM Energy esteve presente em um dos
maiores fóruns mundiais realizado em
Macau na China.
O
fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Macau (MIECF) é
organizado pelo Governo da Região Administrativa Especial de Macau da
República Popular da China. O evento reúne uma série de fóruns internacionais
profissionais, exposições, encontros de negócios e atividades de networking,
atraindo participantes dentro da China e do exterior. Ao organizar delegações de
alto nível para participar no evento, promove a cooperação internacional entre
governos, indústrias, universidades, institutos de investigação, utilizadores e
investidores na área da proteção ambiental.
Leonardo Amorim, Ceo da LAM Energy no MIECF 2023 na China
A Delegação Brasileira esteve presente MIECF
e visitou as cidades de Hong Kong, Shenzhen,
Macau, Guangdong,Hengqin e Cantão. Essas
cidades fazem parte da zona de cooperação
aprofundada Hengqin Guangdong-Macau sendo
uma área de colaboração transfronteiriça
entre a Província de Guangdong e Macau.
Tendo como objetivo promover a cooperação
econômica e comercial em vários setores, incl -
A LAM ENERGY GROUP foi uma das empresas convidadas pelo governo chinês a
participar da delegação Brasileira. O CEO da empresa Leonardo Amorim deu sua
opinião sobre a visita:
MIECF 2023
uindo finanças, turismo, indústrias culturais, educação, saúde e pesquisa
científica. As perspectivas de desenvolvimento da zona dependem de vários
fatores, como políticas governamentais, condições de mercado e eficácia dos
esforços de cooperação.
“O que nos impressionou foi o tamanho dos investimentos em infraestrutura e tecnologia
do local. Mantendo uma economia bastante sólida entre suas regiões. As gestões
municipais são extremamente competentes no quesito evolução social, segurança pública
e vários outros setores. A cooperação entre os governos e mercados emergentes, faz
aumentar o desenvolvimento dessas regiões. Depois de realizar várias visitas as fábricas de
veículos elétricos e de infraestrutura elétrica na área da Grande cidade de MACAU, é
possível que haja oportunidades de cooperação entre nossos países. A colaboração pode
surgir por meio de joint ventures, trocas tecnológicas, parcerias na cadeia de suprimentos
ou outras formas de cooperação. A extensão e a natureza da colaboração potencial
dependeriam dos interesses e capacidades específicos de ambas as partes.“
O MIECF pretende tornar-se uma plataforma internacional de intercâmbio Read e cooperação More
que promova a transferência de tecnologia e o desenvolvimento sustentável para o sector
da proteção ambiental. O evento aconteceu entre os 17 a 20 de agosto de 2023.
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MAGAZINE
03
1° CONGRESSO INTERNACIONAL
DE GERAÇÃO CENTRALIZADA
Borcelle
EVENTO REALIZADO EM MARÇO DE 2023 NA CIDADE DE NATAL - RN
Palestra ministrada pelo representante da SERAPHIN no CGC 2023
O
CONGRESSO INTERNACIONAL DE GERAÇÃO CENTRALIZADA é um dos principais eveentos
que aborda os assuntos em GC, com foco nas suas diversas fontes de
energias renováveis, reunindo assim toda a cadeia produtiva do setor, bem como a
conexão de grandes executivos e empresas que tem o papel de conscientizar o
mundo através de inciativas que fortificam o fato da matriz energética do mundo ser
cada vez mais limpa.
A 1ª edição do evento ocorreu no Wish Hotel de
Natal estado do Rio Grande do Norte, reunindo
profissionais, comercializadores, fabricantes,
construtoras, entre outros, para impulsionar
negócios no setor. Além disso, o evento
proporcionou uma experiência única aos
participantes, levando-os para conhecer a maior
usina híbrida da Voltalia situada na Serra do Mel.
Leonardo Amorim, Ceo da LAM Energy
Diante de feedbacks progressivos e expectativas superadas, o Grupo LAM Energy
vêm reunindo novas ideias para a nova edição que está estimada para acontecer
no primeiro semestre de 2024 no estado de Minas Gerais. Na oportunidade será
desenvolvido um ambiente rico em troca de boas práticas, networking e fomento de
negócios para que os envolvidos possam fortalecer ainda mais laços estratégicos
no âmbito das energias renováveis, além de conhecer de perto o setor GC Read que More mais
produz energia e contribui internacionalmente no desenvolvimento das indústrias,
fábricas e cidades no Brasil e no Mundo.
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MAGAZINE
04
Borcelle
"O LAM
EXCHANGE será
um evento
único, que tem
como principal
objetivo
fomentar o
networking
internacional
entre o Brasil e a
Colômbia."
Pensando em romper barreiras
nacionais, o Grupo LAM Energy lança o seu
primeiro produto internacional, denominado
como LAM EXCHANGE que será sediado
dentro da EXPOSOLAR Colômbia em outubro
deste ano, reunindo importantes executivos
do setor que mais cresce no mundo.
A estrutura vem sendo planejada com base
em vivências de novos negócios internacionais
afim de proporcionar uma imersão no
mundo da geração de energia, com um
público ativo, diversificado e com grande
potencial de networking, geração de leads,
conteúdo inovador e conexões estratégicas
por meio de dinâmicas de ponta já
aplicadas em métodos europeus visando o
ROI.
O intuito do projeto é promover o reconhecimento das marcas brasileiras em um evento
de grande porte na Colômbia, facilitando a conexão entre o mundo corporativo do setor
solar por meio desse intercâmbio, proporcionando assim uma comitiva de empresários
brasileiros que terão a oportunidade de conhecer melhor o mercado colombiano de energia
solar fotovoltaica, em parceria com a ACOSOL (Associação Colombiana de Energia Solar),
aliado estratégico do projeto LAM Exchange 2023.
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MAGAZINE
05
Borcelle
O Integrador Solar Day será um Encontro Nacional criado pelo Grupo
LAM Energy, previsto para acontecer na região Nordeste no 2°
semestre de 2024, com o intuito de dar ênfase ao profissional de
instalação de Projetos Fotovoltaicos.
Segundo dados da ABSOLAR, a energia solar fotovoltaica está em constante crescimento e já é uma realidade em todo o mundo,
conquistando espaço expressivo no Brasil. Ocupándo a segunda posição na matriz elétrica brasileira, totalizando 11,2% de
representação, com aproximadamente 24 GW de potência instalada.
O projeto ISD conta com uma proposta totalmente inovadora que inspira o
desenvolvimento específico da área, ampliando a visibilidade do profissional em
destaque, com cases de sucesso por integradores de Norte a Sul do Brasil, com o
objetivo de promover e contribuir com a geração distribuída setor, levando
conteúdo técnico de qualidade aos envolvidos.
Por fim, o evento reunirá grandes nomes do setor, onde além de integradores,
contaremos com a presença de distribuidores, fabricantes, pessoas físicas e
jurídicas (todos os portes), dentre outros, para vivenciar novas experiências como:
mesas redondas, fishbow, laboratórios, arena do patrocinador, espaço premium e
muito mais.
Mais informações: integradorday.com.br
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MAGAZINE
06
OPINIÃO
LEONARDO AMORIM
Engenheiro e CEO da LAM Energy
idealizador do CGC e do LAM Exchange fala
sobre o futuro das energias renováveis.
O FUTURO DA ENERGIA É
RENOVÁVEL
O QUE O FUTURO ESPERA E PRECISA EM
TERMOS DE ENERGIA?
sustentáveis continuam a crescer, espera-se que as
tecnologias de energias renováveis desempenhem um
papel significativo no atendimento da demanda global
de energia.
futuro da energia renovável parece promissor. À
medida que as preocupações com as mudanças
Oclimáticas e a necessidade de fontes de energias
Em comparação com outros países, o Brasil se destaca
na geração de energia por fontes renováveis: de acordo
com o Ministério de Minas e Energia, elas são
responsáveis por quase 50% da energia do nosso país.
O Brasil produz 8% de toda a energia renovável mundial:
nossa matriz energética é uma das mais limpas do
mundo, ficando atrás apenas de atrás de 2 países
desenvolvidos: China e EUA.
O futuro da energia é
renovável... espera-se
que as tecnologias de
energias renováveis
desempenhem um
papel significativo no
atendimento da
demanda global de
energia."
O Brasil ocupa desde 2021 a sexta posição no ranking mundial em
capacidade instalada de energia eólica. (Abeeólica, 2023)
MAGAZINE
08
OPINIÃO
LEONARDO AMORIM
CEO LAM Energy
Cito as principais tendências em desenvolvimento e importância
da transição energética para o futuro da energia:
1. Custos em queda:
O custo das tecnologias
de energia renovável,
como energia solar e
eólica, tem diminuído
rapidamente nos
últimos anos. É provável
que essa tendência
continue tornando a
energia renovável, mais
economicamente viável
e competitiva com os
combustíveis fósseis.
4. Descentralização e ou
Geração Distribuída: À
medida que a energia
renovável se torna mais
prevalente, o cenário
energético está
mudando para sistemas
descentralizados. Isso
inclui painéis solares no
telhado, parques eólicos
locais e projetos de
energia baseados na
comunidade, que
capacitam indivíduos e
comunidades a gerar
sua própria energia
limpa.
7. Apoio a políticas:
Governos em todo o mundo estão
implementando políticas e
regulamentos de apoio para
acelerar a adoção de energia
renovável. Isso inclui metas de
energia renovável, incentivos
fiscais, tarifas de alimentação e
mecanismos de precificação de
carbono.
2. Aumento dos
investimentos:
Governos, empresas e
indivíduos estão investindo
cada vez mais em projetos
de energia renovável. Esse
investimento está
impulsionando a inovação e
avançando tecnologias em
áreas como armazenamento
de energia, integração de
rede e energia eólica
offshore.
5. Eletrificação do transporte:
A transição para veículos
elétricos (VEs) está ganhando
força. Os VEs reduzem a
dependência de combustíveis
fósseis e criam oportunidades
para interações veículo-rede,
onde as baterias de VEs podem
armazenar e fornecer
eletricidade de volta à rede
durante os períodos de pico de
demanda.
3. Avanços no
armazenamento de energia:
As soluções de
armazenamento de energia,
como baterias, estão se
tornando mais eficientes e
acessíveis. Esses avanços
são cruciais para abordar a
natureza intermitente das
fontes de energia renováveis
e permitir sua integração à
rede.
6. Inovações tecnológicas:
Pesquisa e
desenvolvimento
contínuos estão
impulsionando avanços
tecnológicos em energia
renovável. Isso inclui
avanços na eficiência de
células solares, projeto de
turbinas eólicas, produção
de bioenergia e
tecnologias emergentes,
como energia das marés e
geotérmica.
"Em resumo, o futuro das energias renováveis é
promissor, com um aumento significativo na
sua participação na matriz energética global. A
transição para uma economia de baixo
carbono é essencial para combater as
mudanças climáticas e garantir um futuro
sustentável para as próximas gerações."
MAGAZINE
09
O
futuro da transição energética
nos próximos 5 anos
é bastante promissor.
Com a crescente preocupação
com as mudanças climáticas e a
busca por fontes de energia mais
limpas e sustentáveis, espera-se
que haja um aumento significativo
nos investimentos e na adoção
de tecnologias renováveis, em
especial para o atendimento aos
Objetivos do Desenvolvimento
Sustentável - ODS.
Uma das principais tendências
que podemos esperar é o crescimento
da energia solar e eólica.
Com avanços tecnológicos e redução
de custos, essas fontes de
energia estão se tornando cada
vez mais competitivas em relação
aos combustíveis fósseis.
Além disso, a transição para veículos
elétricos também deve ganhar
impulso nos próximos anos.
O P I N I Ã O
O FUTURO DA
TRANSIÇÃO
ENERGÉTICA
Prof. Dr. Euler Macêdo
Diretor do Centro de Energias
Alternativas e Renováveis - CEAR | UFPB
Com o avaanço da tecnologia
de baterias e a preocupação
com a poluição do ar nas
cidades, espera-se que haja
um aumento na demanda por
carros elétricos. Isso também
impulsionará a necessidade de
infraestrutura de carregamento,
como estações de carregamento
rápido.
Outra tendência importante é
a digitalização e a gestão inteligente
da energia. Com a
implementação de redes elétricas
inteligentes e o uso de tecnologias
de monitoramento e
controle, será possível otimizar
o consumo de energia e inteigrar
diferentes fontes de energia
de forma mais eficiente,
inclusive com o armazenamento
de energia nas cidades.
No entanto é importante ressaltar
que a transição energéti-
ca enfrenta desafios significativos,
como a dependência de
subsídios governamentais, a resistência
de indústrias tradicionais
e a necessidade de infraestrutura
adequada. Mas, apesar
desses desafios, a tendência é
que a transição energética se
intensifique nos próximos anos,
impulsionada pela necessidade
urgente de combater as mudanças
climáticas e garantir um
futuro sustentável, em especial
no que tange a formação de
recursos humanos qualificados.
MAGAZINE
10
ARTIGO
UMA ECONOMIA DE BAIXO CARBONO
X GERAÇÃO PRÓPRIA DE ENERGIA
por Marina Meyer Falcão.
ssunto amplamente debatido desde final do ano passado
na COP 27 – que é a inserção do mercado de carbono,
Atambém é a penetração avassaladora das energias limpas
e renováveis em sintonia com o meio ambiente, a indústria e os
seus cidadãos. Hoje, mais forte do que antes, o tema está ainda
mais evidente com a inserção da era das economias de baixo car-
Dra. Marina Meyer Falcão
Professora da Pós-Graduação na
PUC e Advogada especialista em
Direito de Energia.
bono e das empresas no caminho de uma matriz descarbonizada, associada às fontes de
energia que produzem baixos níveis de emissões de gases do efeito estufa.
Com a edição da Lei da Geração Distribuída no Brasil (Lei
14.300/2022) a “geração própria” da energia, que pode ser
feita pela energia solar fotovoltaica, pela energia eólica,
pela cogeração qualificada ou pela energia das usinas
hidrelétricas, esta Lei foi a força da indústria no último ano,
e colocou a fonte solar como força extremamente
competitiva e geradora de emprego e renda em todo país.
O mercado global de créditos de carbono tem
impacto social, ambiental e econômico.
A crise energética que assolou o país no ano de 2012
reavivou as discussões políticas acerca de mudanças
necessárias nesse modelo de geração distribuída,
sobretudo considerando os altos preços da energia elétrica
no Brasil naquele período desastroso da era da Medida
Provisória 572 que culminou na publicação da Lei de
Renovação das Concessões – Lei nº 12.783/2013.
Nesse modelo (geração distribuída) a energia excedente gerada pela unidade consumidora
com micro ou minigeração, é injetada na rede da distribuidora, a qual funcionará como uma
bateria, e há uma “troca” da energia gerada e da energia consumida, via o Sistema de
Compensação de Energia. Quando a energia injetada na rede for maior que a consumida, o
consumidor receberá um crédito em energia (kWh) a ser utilizado para abater o consumo em
outro posto tarifário ou na fatura dos meses subsequentes.
MAGAZINE
12
ARTIGO
UMA ECONOMIA DE BAIXO CARBONO
X GERAÇÃO PRÓPRIA DE ENERGIA por Marina Meyer Falcão.
Para quem está interessado em reduzir sua conta de energia através de geração própria,
pouco importa se a geração vem do sol, do vento, da água ou da biomassa. Se for formatado um
produto similar com qualquer uma dessas fontes, a decisão do consumidor se dará,
ultimamente, pela opção mais barata. A forma como a energia será medida e gerida pelas
empresas (daqui em diante) é a grande inovação ora debatida pelo setor elétrico.
No que tange à transição energética, salienta-se que o setor de energia elétrica ganha ainda
mais importância para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental à medida que a matriz
energética se eletrifica e setores historicamente baseados em combustíveis fósseis, como o de
transporte, migram para a energia elétrica.
Além de existir um consenso em torno da necessidade de se mitigar as emissões de
carbono, há o desafio de garantir a expansão da oferta de energia elétrica com menor
participação de combustíveis fósseis. Sob esse aspecto, frisa-se que as fontes solar e eólica
dominam os prognósticos de expansão da matriz, tanto pela questão ambiental, quanto pela
própria competitividade econômica das fontes. E, nesse sentido, a segurança do
abastecimento de energia elétrica será sempre prioridade para os governos, operadores de
sistema e os agentes reguladores, uma vez que o desafio de se operar um sistema elétrico é
enorme, dado que deve haver o casamento entre oferta e demanda de forma instantânea em
todos os pontos do sistema, consideradas as restrições de transmissão.
Por isso, ações como por exemplo a Lei da Geração Distribuída no Brasil, deve ser pensada
pelos tomadores de decisão, para que o objetivo de uma economia de baixo carbono,
juntamente com as práticas de ESG e uma matriz energética limpa e sustentável façam
novamente o nosso Brasil ser referência no assunto de transição energética.
O INEL (Instituto Nacional de Energia Limpa) tem trabalhado ativamente na promoção das
fontes de Energia limpa e renovável no nosso país através da inserção do tema da geração
distribuída de energia aliado aos mecanismos de uma economia de baixo carbono, trazendo
ferramentas importantes para atender o mercado, o comércio e a indústria. Seguramente a era
da geração distribuída é uma tendência que veio para ficar, junto com o sistema das redes
inteligentes (smart grid) – que é o futuro da geração de energia no Brasil, uma vez que ela reúne
os avanços tecnológicos do setor, aliada as melhores práticas em termos econômicos e
ambientais. Enfim, é tempo de aprendermos a lidar
com a nova era da energia renovável e a enorme
gama de oportunidades que ela proporciona para
fins de geração de emprego, renda e benefícios
econômicos para todos os consumidores de
energia, em prol do meio ambiente mais limpo e
sustentável e da indústria mais forte e competitiva.
MAGAZINE
13
OPINIÃO
Eliane Cândido
Gerente de Negócios da Clamper
DESAFIOS CRÍTICOS NO MERCADO DE ENERGIA SOLAR:
A IMPORTÂNCIA VITAL DA PROTEÇÃO CONTRA SURTOS
horizonte, ameaçando minar essa trajetória
ascendente. Empresas fabricantes de inversores têm
propagado uma mensagem perigosa: a suposta
desnecessidade de implementar proteção contra
surtos elétricos nos sistemas solares. Essa perspectiva
colide diretamente com as normas estabelecidas, que
afirmam justamente o oposto, indicando que a
proteção interna do inversor é insuficiente para
garantir a durabilidade dos sistemas ao longo de seus
projetados anos de vida útil.
Esse cenário é profundamente preocupante para
profissionais, autoridades e usuários que confiam na
eficácia e longevidade dos sistemas fotovoltaicos. O
ponto central reside em uma economia questionável,
uma vez que a inclusão de proteção externa contra
surtos elétricos representa uma mera fração, variando
or anos, o mercado de energia solar brilhou
com a promessa de um crescimento
exponencial. No entanto, de maneira
Palarmante, uma questão crucial se desenha no
entre 2% a 3%, do custo total dos materiais
empregados.
CLAMPER Solar CB e CLAMPER Solar Box,
contra raios e surtos elétricos.
Diante desse desafio, a regulamentação das instalações se apresenta como um farol
orientador, com normas fundamentais como a NBR 16690, IEC 61643-32, NBR 5419 e NBR 5410
delineando critérios essenciais para assegurar a segurança e a confiabilidade dos sistemas
fotovoltaicos. No entanto, surge uma lacuna perturbadora: parte dos fabricantes de
inversores está equivocadamente instruindo a não observância dessas diretrizes. Um alerta
se faz necessário, ressaltando que a adesão estrita a essas normas é vital para a proteção
dos consumidores, conforme reforça a Resolução 1000/2021 da Aneel.
MAGAZINE
14
OPINIÃO
DESAFIOS CRÍTICOS NO MERCADO DE ENERGIA SOLAR:
A IMPORTÂNCIA VITAL DA PROTEÇÃO CONTRA SURTOS.
É imprescindível discernir a
capacidade do inversor da
proteção efetiva contra surtos
elétricos. Ensaios de imunidade
não podem ser equiparados aos
ensaios de segurança dos
Dispositivos de Proteção contra
Surtos (DPS). Além disso, a
proteção interna dos inversores
não abrange a complexidade da
compatibilidade eletromagnética,
visto que surtos elétricos
instauram campos de alta
intensidade capazes de comprometer
os componentes internos
do invesor.
O uso de DPS em sistemas fotovoltaicos tem como objetivo evitar que a descarga
atmosférica direta ou indireta cause efeitos indesejáveis na instalação.
Para melhorar a proteção,
adicionar uma camada extra
de segurança aos inversores
é essencial. Isso reduz
consideravelmente as
sobrecargas internas, prolongando
muito a vida útil
dos inversores. Estudos detalhados
mostram que inversores
sem essa proteção
extra podem ter
problemas em menos de
23 meses, enquanto a adição
dela faz uma grande
diferença na resistência e
durabilidade.
Para garantir que os sistemas
fotovoltaicos se mantenham
eficazes e duradouros, é
essencial aderir estritamente
às normas de instalação e
compreender profundamente
a necessidade da proteção
contra surtos elétricos. Ao
proteger nossos sistemas, não
apenas asseguramos um crescimento
seguro no mercado de
energia solar, mas também
promovemos um ambiente
mais sustentável, reduzindo
significativamente o desperdício
associado ao descarte de
equipamentos.
Durante sua palestra no Congresso
GC em Natal, Eliane Cândido,
Gerente de Negócios da Clamper,
trouxe esclarecimentos cruciais
sobre esse desafio urgente. Sua
abordagem destaca a importância
vital da proteção nos sistemas
fotovoltaicos.
...é essencial aderir estritamente
às normas de instalação e
compreender profundamente a
necessidade da proteção contra
surtos elétricos.
MAGAZINE
15
ENTREVISTA: FELIPE AUGUSTO FARIA
CONSTRUINDO UM
FUTURO SUSTENTÁVEL
Felipe Augusto Faria CEO (Diretor Executivo) do Green
Building Council Brasil fala sobre a construção sustentável e
a importância do equilíbrio entre desenvolvimento
econômico, impactos sócio ambientais e uso de recursos
naturais.
LAM ENERGY: Em relação a construção sustentável, por que construir pensando em um mundo
melhor?
FELIPE FARIA: Por que não construir melhor por menos? Ou, em tempos de efeitos de mudanças
climáticas onde a alternância de eventos extremos sugere riscos e prejuízos, a resiliência e
adaptabilidade passa por construções mais sustentáveis.
Entendo que uma construção sustentável busca, harmoniosamente, elevar os resultados
relacionados ao desenvolvimento econômico, alinhado com mitigação dos impactos
socioambientais negativos, redução no uso dos recursos naturais e melhora da qualidade de vida
e bem-estar. E considerando que 37% das emissões globais são oriundas da construção,
extraímos 50% dos recursos naturais, no Brasil consumimos 47% da energia elétrica produzida,
moldamos o estilo e qualidade de vida nas cidades, inevitável se faz discutir os benefícios da
sustentabilidade na construção civil. Vejamos alguns benefícios, considerando cerca de 1.000
empreendimentos certificados pelo Green Building Council Brasil:
Sociedade: Melhora nas condições de conforto, saúde e bem-estar valorizando as relações
humanas que ocorrem nos espaços construídos; diminuição no tempo de recuperação de
pacientes, melhor aproveitamento de alunos em escolas, entre outros. Melhoria em bairros e
cidades do controle de poluição em canteiros de obra; contribuir na restauração e preservação
do habitat natural, na descontaminação de áreas, na exploração de espaços abertos de convívio
público, priorização do pedestre, estímulo a transporte de baixa emissão, contribuição no
retardamento do efeito enchente, redução do efeito ilha de calor nas cidades, fomento a
inovação e tecnologia, criação de novos empregos com capacitação, entre outros.
Meio Ambiente: Na média, o potencial de redução do consumo de água nas edificações têm sido
de 50%; em relação à energia, de cerca de 25% comparado a normas técnicas de eficiência
energética; 85% dos resíduos gerados de obra estão sendo desviados de aterros sanitários, há a
priorização de materiais com declaração ambiental de produto, e em alguns casos no Brasil, já
podemos citar exemplos de edificações “Net Zero”, que geram 100% de energia renovável para
operar, com tecnologias de reaproveitamento, reuso e devolução da mesma quantia usada de
água limpa ao lençol.
LAM ENERGY: Sua avaliação do impacto das práticas de negócios sustentáveis?
MAGAZINE
17
ENTREVISTA: Felipe Augusto Faria
FELIPE FARIA: O pilar econômico é essencial para qualquer movimento de transformação de
mercado com foco em sustentabilidade. Neste caso, as edificações sustentáveis oferecem
benefícios para diversos stakeholders, poder público, incorporadores, construtores, escritórios
profissionais, indústria de soluções e consumidores. Considerando o ciclo de vida de uma
edificação de 50 anos, apenas 15% do custo é construção e 85% é custo de operação e
manutenção. Os green buildings podem reduzir os custos de operação ao ponto de um prédio
residencial com poucas unidades economizar em contas condominiais, em 50 anos, o equivalente
a um novo apartamento ao morador. Um exemplo é o Edifício Idea Bagé, by Capitânia de Porto
Alegre, certificado GBC CONDOMÍNIO PLATINA, onde a redução mensal a cada um dos moradores,
por conta das eficiências, chegará a R$10 mil/ano. Há mais benefícios: aumento da velocidade de
ocupação, melhora na retenção, valorização de m2, melhor qualidade técnica da edificação, ou
seja, diferencial competitivo. E em algumas situações, descontos de taxas e tributos e vantagens
em produtos financeiros, como por exemplo o plano empresário Santander que oferece benefícios
financeiros a incorporadores do mercado imobiliário que buscarem a certificação GBC CASA &
CONDOMÍNIO do Green Building Council Brasil e/ou AQUA da Fundação Vanzolini. Ou até mesmo
descontos de IPTU, nas taxas de outorga onerosa e aumento do potencial construtivo como
aqueles oferecidos pelas Prefeituras de Salvador e Porto Alegre.
LAM ENERGY: O que são certificações LEED? Como elas se classificam?
FELIPE FARIA: No Brasil, dentre as certificações que promovemos estão o LEED (Leadership in Energy
and Environmental Design) e o GBC CASA&CONDOMÍNIO (setor residencial). O GBC Brasil utiliza as
certificações como ferramentas de transformação de mercado. A estrutura do processo de
certificação consiste em diversas metas definidas acima do que regram as normas técnicas que
disciplinam os sistemas de uma edificação. Os empreendedores e interessados podem utilizar a
experiência trazida pela estrutura dos referenciais das certificações para auxiliar nas suas
estratégias e processos, melhorar os seus resultados e o reconhecimento de mercado.
As categorias das certificações são localização e sua relação com o entorno; uso eficiente da
água e energia, fonte de energia renovável; materiais de baixo impacto ambiental; qualidade
interna do ar, conforto térmico, acústico, luminoso, visual, olfativo e ergonômico; baixa geração de
resíduos, economia circular; responsabilidade social, Dentro destas categorias há inúmeras
práticas e metas de desempenho que são atendidas de modo a construir uma edificação mais
eficiente, confortável e sustentável. Por exemplo, para atender as metas mínimas de eficiência
energética, desde a fase de conceituação de projeto se faz necessário diagnósticos e simulações,
a maximização do aproveitamento da iluminação e ventilação natural, definições de fachada e
cobertura que contribuem para uma baixa carga térmica da edificação (ex.: técnicas de
sombreamento, uso de vidros especiais ou outros materiais, cobertura fria, exploração de
cobertura vegetal...). Mais: dimensionamento e tecnologias eficientes de iluminação, elevadores,
ar-condicionado, automação e sistemas de gestão do consumo para a otimização da operação
predial. O mesmo se aplica na questão da água, resíduos, materiais, qualidade interna do ar, e
outras categorias da certificação.
Com isso, movimentamos toda a cadeia da construção: empresas e profissionais envolvidos
nas fases de projeto, obra, operação e desconstrução das edificações. Para tanto, desde a fase da
conceituação de projeto, o empreendimento e profissionais devem pensar nas melhores opções
com base nestas premissas, sempre tendo como parâmetro as normas técnicas que disciplinam
os sistemas de uma edificação. Por isso a importância de contar com profissionais e empresas
experientes e capacitados.
MAGAZINE
18
ENTREVISTA: Felipe Augusto Faria
LAM ENERGY: Como você vê o mercado Brasileiro em construções sustentáveis e eficientes nos
próximos 10 anos?
FELIPE FARIA: O Green Building Council Brasil possui mais de 2.300 empreendimentos registrados
nas certificações, sendo que 1.000 já estão certificados. Ano passado o GBC Brasil teve o recorde
de novos projetos registrados, 219. E este ano, estamos recebendo um registro novo a cada dia útil
do ano. Seguramente iremos superar os números de 2022. Outro destaque no Brasil tem sido a
elevação do nível técnico do mercado. Os certificados são divididos em quatro níveis de acordo
com o atendimento das metas estipuladas nos referenciais da certificação, básico, prata, ouro e
platina.
O Brasil que ocupa a posição de top 5 em um ranking de 186 países com o maior número de
projetos, possui 10% do total de edificações certificadas no nível Platina, enquanto no mundo este
desempenho é de 8%. E cerca de 50% das certificações Platina no Brasil ocorreram nos últimos 3
anos. Em 2022, 22% das edificações certificadas atingiram o nível Platina e no primeiro semestre
de 2023 este percentual subiu para 29%. Qual o segredo para as edificações atingirem altos
resultados em eficiência? Investimento em projeto, em inteligência de arquitetura e engenharia.
Os diversos exemplos, construídos e operando, que possuímos no movimento de green building
no Brasil evidenciam que investindo em projetos, desde o início da fase de concepção e
considerando profissionais experientes, viabilizamos economicamente o ingresso de inovação e
tecnologia e maximizamos os resultados em eficiência e conforto. Como consequência,
certificações nos seus mais altos níveis.
LAM ENERGY: A cerca do tema da nossa entrevista, qual outro ponto você acha relevante?
FELIPE FARIA: Outra iniciativa interessante do GBC Brasil é a certificação ZERO ENERGY. Edificações
que apresentam o balanço zero de energia em doze meses de operação. Para tanto, e seguindo
esta ordem, investem em eficiência energética (diagnósticos energéticos, simulações, projetos e
readequações), otimização da gestão de energia na operação, e geração de energia renovável.
Já temos 72 empreendimentos nesta certificação, entre plantas industriais, centros de logística,
residências, escolas... O destaque é o Ensino Adventista do Estado do Paraná, onde 24 de suas
escolas já estão operando “zero” após reduzirem cerca de 50% da sua demanda por energia
elétrica e investirem na geração renovável distribuída em cada uma das 24 escolas.
E considerando que 37% das
emissões globais são oriundas da
construção, extraímos 50% dos
recursos naturais, no Brasil
consumimos 47% da energia elétrica
produzida, moldamos o estilo e
qualidade de vida nas cidades,
inevitável se faz discutir os
benefícios da sustentabilidade na
construção civil."
Felipe Augusto Faria
CEO (Diretor Executivo)
do Green Building
Council Brasil
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