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Entrevista: Presidente da Arefloresta, Glauber Silveira aborda o mercado no Mato Grosso<br />

TECNOLOGIA<br />

AVANÇADA<br />

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FEIRA<br />

SEGMENTO APRESENTOU<br />

NOVIDADES NA EXPOFOREST<br />

PESQUISA<br />

BRASIL E ALEMANHA DESENVOLVEM<br />

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SUMÁRIO<br />

12 | EDITORIAL<br />

Superando expectativas<br />

14 | CARTAS<br />

16 | NOTAS<br />

24 | ENTREVISTA<br />

34 | PRINCIPAL<br />

40 | AMBIENTE<br />

Descarbonização na<br />

Amazônia legal<br />

44 | PESQUISA<br />

Hidrogênio verde em projeto<br />

50 | PELLETS<br />

Biomassa para energia<br />

56 | FEIRA<br />

62 | BIOMASSA<br />

Eficiência e automação<br />

64 | ARTIGO<br />

72 | AGENDA<br />

74 | OPINIÃO<br />

Por um canal direto entre<br />

ciência e sociedade<br />

10 www.REVISTABIOMAIS.com.br


EDITORIAL<br />

A tecnologia em pellets da Costruzioni<br />

Nazzareno instalada na empresa Pellets<br />

Rodrigues é o destaque desta edição<br />

SUPERANDO<br />

EXPECTATIVAS<br />

C<br />

om atendimento eficiente e equipamentos de qualidade a Costruzioni Nazzareno, empresa de origem italiana especializada<br />

na construção de plantas de pellets de madeira, vem contribuindo para o crescimento da produção de pellets no Brasil.<br />

A empresa Pellets Rodrigues, instalada em Santa Catarina, entrou no mercado no ano passado produzindo pellets com<br />

uma planta construída e instalada pela Costruzioni Nazzareno. A reportagem especial desta edição da Revista REFERÊNCIA<br />

BIOMAIS conta a história desta iniciativa que já está em expansão com previsão de inaugurar uma segunda planta de pellets no próximo<br />

mês de setembro. Na editoria Entrevista, Glauber Silveira, presidente da Arefloresta (Associação dos Reflorestadores do Mato Grosso)<br />

traça um histórico do mercado de biomassa no Estado. A edição ainda traz notícias sobre pesquisas envolvendo pellets, hidrogênio<br />

verde, mercado e outras informações sobre o setor de biomassa e energias renováveis. Tenha uma excelente leitura!<br />

EXCEEDING EXPECTATIONS<br />

W<br />

ith efficient service and quality equipment, Costruzioni Nazzareno, an Italian company specializing in constructing wood pellet<br />

plants, has long been contributing to the growth of pellet production in Brazil. The company producing Pellets Rodrigues, installed<br />

in Santa Catarina, entered the market last year, producing pellets from a line built and installed by Costruzioni Nazzareno.<br />

This issue of REFERÊNCIA <strong>Biomais</strong>’ cover story reports on this initiative already being expanded to include a second pellet line to<br />

be inaugurated this September. In this issue’s Interview, Glauber Silveira, President of the State of Mato Grosso Association Planted Forest Producers<br />

(Arefloresta), outlines the history of the biomass market in the State of Mato Grosso. The issue also has news about research involving<br />

pellets, green hydrogen, and other information about the Biomass and Renewable Energy Sector. Have a pleasant read!<br />

EXPEDIENTE<br />

ANO X - EDIÇÃO 58 - AGOSTO 2023<br />

Diretor Comercial/Commercial Director:<br />

Fábio Alexandre Machado<br />

(fabiomachado@revistabiomais.com.br)<br />

Diretor Executivo/Executive Director:<br />

Pedro Bartoski Jr<br />

(bartoski@revistabiomais.com.br)<br />

Redação/Writing:<br />

Gisele Rossi<br />

(jornalismo@revistabiomais.com.br)<br />

Dep. de Criação/Graphic Design:<br />

Fabiana Tokarski - Supervisão - Crislaine Briatori Ferreira<br />

Guilherme Augusto Oliveira - Sofia Carlesso<br />

(criacao@revistareferencia.com.br)<br />

Mídias Sociais/Social Media<br />

Cainan Lucas<br />

Representante Comercial/Sales representative<br />

Dash7 Comunicação - Joseane Cristina Knop<br />

Dep. Comercial/Sales Departament:<br />

Gerson Penkal - Carlos Augusto<br />

(comercial@revistabiomais.com.br) Fone: +55 (41) 3333-1023<br />

Tradução / Translation: John Wood Moore<br />

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(assinatura@revistabiomais.com.br) - 0800 600 2038<br />

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A REVISTA BIOMAIS é uma publicação da JOTA Editora<br />

Rua Maranhão, 502 - Água Verde - Cep: 80610-000 - Curitiba (PR) - Brasil<br />

Fone/Fax: +55 (41) 3333-1023<br />

www.jotaeditora.com.br<br />

A REVISTA BIOMAIS - é uma publicação bimestral e independente,<br />

dirigida aos produtores e consumidores de energias limpas<br />

e alternativas, produtores de resíduos para geração e cogeração de<br />

energia, instituições de pesquisa, estudantes universitários, órgãos<br />

governamentais, ONG’s, entidades de classe e demais públicos,<br />

direta e/ou indiretamente ligados ao segmento. A REVISTA BIOMAIS<br />

não se responsabiliza por conceitos emitidos em matérias, artigos,<br />

anúncios ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais de<br />

responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação,<br />

armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos<br />

textos, fotos e outras criações intelectuais da REVISTA BIOMAIS são<br />

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direitos autorais, exceto para fins didáticos.<br />

REVISTA BIOMAIS is a bimonthly and independent publication, directed<br />

at clean alternative energy producers and consumers, producers of residues<br />

used for energy generation and cogeneration, research institutions, university<br />

students, governmental agencies, NGO’s, class and other entities, directly and/<br />

or indirectly linked to the Segment. REVISTA BIOMAIS does not hold itself<br />

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educational purposes.<br />

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CARTAS<br />

PRINCIPAL<br />

A DRV Serras e Facas, sempre inovando com muita tecnologia! Continue assim.<br />

Matéria excelente!<br />

Daniel Santos - Guarulhos (SP)<br />

Foto: divulgação<br />

PARABÉNS<br />

A Revista BIOMAIS surpreendendo a cada edição, repleta de novidades, não perco uma!<br />

Juan Moreira - Porto Velho (RO)<br />

FEIRA<br />

A Ligna foi extraordinária! Acompanhei toda a cobertura pelas redes sociais da Revista REFERÊNCIA!<br />

Felipe Sielski - Curitiba (PR)<br />

INOVAÇÃO<br />

Que reportagem interessante! O uso de matérias-primas diferentes para a produção de<br />

biomassa estão crescendo cada vez mais.<br />

Ana Clara - Aparecida de Goiânia (GO)<br />

Foto: divulgação<br />

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na<br />

mí<br />

energia<br />

biomassa<br />

dia informação<br />

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NOTAS<br />

RECORDE DE PÚBLICO MARCA EDIÇÃO DE EVENTO<br />

O ENASE (Encontro Nacional dos Agentes do Setor Elétrico), promovido pelo Grupo Canal Energia/Informa Markets, reuniu 2<br />

mil visitantes nos dias 21 e 22 de junho, e terminou com grandes conquistas. O evento foi realizado no Hotel Windsor Oceânico,<br />

no Rio de Janeiro e teve pela primeira vez expositores reunidos para apresentar suas marcas, produtos e serviços para um público<br />

selecionado e estratégico. Outra novidade desta edição foi a Arena ENASE, um espaço para possibilitar ainda mais as discussões<br />

com temas relevantes e em evidência no mercado, acontecendo em dois dias de congresso. Além disso, a plenária principal<br />

reuniu executivos e especialistas de peso em oito painéis de temas importantíssimos para o setor. Em comemoração aos 20 anos<br />

do ENASE, vários executivos que estiveram no evento nesse caminho refletiram sobre a transição energética na esfera econômica.<br />

Para a organização do ENASE, ouvir o reconhecimento do mercado é o motivo para trabalhar ainda mais pelo setor elétrico, bem<br />

como, almejar o crescimento do evento para a próxima edição.<br />

Foto: ENASE 2023, Tulio Tomé<br />

Foto: divulgação<br />

16 www.REVISTABIOMAIS.com.br


NOTAS<br />

RESÍDUOS VIRANDO ENERGIA LIMPA<br />

A Green Valley, empresa que desenvolve processos e produtos sustentáveis, criou uma tecnologia, em parceria com o Instituto<br />

SENAI de Inovação em Biomassa, do Mato Grosso do Sul, que transforma resíduos da agroindústria em briquetes, materiais com<br />

alto poder calorífico e de baixo custo. Os briquetes podem ser usados em fornalhas e caldeiras para geração de energia. O diretor<br />

da marca contou detalhes na live do dia 26 de julho, do BW Works Senai – Empresas Inovadoras. Quem apresentou a live foi o<br />

especialista em desenvolvimento industrial do SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), Luís Gustavo Delmont, que<br />

opinou sobre o sistema: “Tem o potencial de substituir o combustível fóssil em algumas aplicações, ao usar os briquetes, feitos a<br />

partir dos resíduos agrícolas, para gerar energia. É um grande exemplo de economia circular desenvolvida no Brasil, unindo competências<br />

da indústria e dos institutos de pesquisa do SENAI”, destaca. A série traz essas e outras iniciativas de reindustrialização,<br />

aliadas ao meio ambiente.<br />

Foto: divulgação<br />

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35°C<br />

de redução de<br />

temperatura<br />

135 o C<br />


NOTAS<br />

TRIPLICOU OS INVESTIMENTOS<br />

Líder em investimento no exterior em energia renovável, a China tem expandido seus negócios na América Latina e<br />

Caribe, sendo 1/3 dos investimentos do país em eólica e solar. Com isso, em termos relativos, a região concentra “a maior porcentagem<br />

de projetos de geração a partir de fontes limpas”, com origem chinesa. A conclusão é de estudo do Ipea (Instituto<br />

de Pesquisa Econômica Aplicada) assinado por quatro pesquisadores. Entre 2018 e 2022 o investimento externo triplicou, de<br />

US$ 960 milhões para US$ 3,8 bilhões, sendo 55% da modalidade de IED greenfield. A capacidade instalada de usinas solares<br />

controladas por empresas chinesas na América Latina e Caribe quadruplicou entre 2019 e 2022, subindo de 363 MW (Megawatts)<br />

para cerca de 1,4 GW (Gigawatt). Desse total, contudo, cerca de 1 GW correspondeu à aquisição de ativos existentes.<br />

Apesar de terem crescido menos, as usinas eólicas da América Latina e Caribe controladas pelas firmas do país asiático duplicaram<br />

a capacidade de geração de energia no mesmo período, passando de 1,6 GW para 3,2 GWs. O país asiático também é<br />

líder em investimentos em manufatura, tecnologia e geração de energia a partir de fontes renováveis, bem como, a liderança<br />

mundial em capacidade de geração elétrica renovável.<br />

C<br />

M<br />

Y<br />

CM<br />

MY<br />

CY<br />

CMY<br />

K<br />

Foto: divulgação<br />

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NOTAS<br />

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95<br />

75<br />

25<br />

5<br />

0<br />

Fotos: Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná<br />

UEM<br />

UNIOESTE<br />

UNIVERSIDADES DO PARANÁ ADEREM À ENERGIA SOLAR<br />

A Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná) será mais uma instituição paranaense de ensino superior a contar com os<br />

benefícios da fonte solar em suas dependências, passando a se tornar autossuficiente em relação à energia elétrica. A usina instalada<br />

pela universidade recebeu um investimento de R$ 1,04 milhão para implementação de 572 módulos fotovoltaicos de 550W (watts) de<br />

potência, aprovados no Programa de Eficiência Energética da Copel (Companhia Paranaense de Energia). Outras três universidades<br />

estaduais do Paraná já contam com sistemas de energia solar, contemplada com programa da Copel.<br />

A usina da UEL (Universidade Estadual de Londrina) está em funcionamento desde 2019, com 1.020 painéis solares instalados e que<br />

geram, em média, 400 MWh (megawatts por hora) por ano. O sistema ocupa uma área de 2 mil m2 (metros quadrados) do estacionamento<br />

da Clínica Odontológica Universitária.<br />

Na UEM (Universidade Estadual de Maringá), a geração solar teve início em junho de 2020 com a implementação de um sistema<br />

de 1.440 módulos fotovoltaicos, com geração média de 574 MWh por ano. Já em dezembro de 2022, foi a vez do Pavilhão Didático da<br />

Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste) receber a instalação de 179 painéis solares, com geração de 80 kWp.<br />

Se transformadas em valores mais próximos ao dia a dia, a energia que foi gerada pelas três usinas fotovoltaicas instaladas até o momento<br />

poderia manter 535 unidades consumidoras funcionando durante um ano, considerando que, em média, cada unidade utiliza<br />

152,2 kWh (quilowatts por hora) por mês.<br />

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25<br />

5<br />

22 www.REVISTABIOMAIS.com.br<br />

0


ENTREVISTA<br />

Foto: divulgação<br />

ENTREVISTA<br />

GLAUBER<br />

SILVEIRA<br />

Formação: Engenheiro Agrônomo pela UFGD (Universidade<br />

Federal da Grande Dourados), pós-graduado em Agronégocio pela<br />

Fundação Getúlio Vargas<br />

Education: Agronomist Engineer, Federal University of Grande<br />

Dourados (UFGD) with postgraduate studies in Agrobusiness, Fundação<br />

Getúlio Vargas.<br />

Cargo: Presidente da Arefloresta (Associação de Reflorestadores de<br />

Mato Grosso), diretor executivo da Abramilho (Associação Brasileira<br />

dos Produtores de Milho), diretor da Aprosoja (Asssociação Brasileira<br />

dos Produtores de Soja), apresentador do programa Direto ao Ponto<br />

no Canal Rural<br />

Function: President of the State of Mato Grosso Association of Planted<br />

Forest Producers (Arefloresta), Executive Director of the Brazilian<br />

Association of Corn Producers (Abramilho), Director of the Brazilian<br />

Association of Soybean Producers (Aprosoja), host of the program<br />

Direto ao Ponto on Canal Rural<br />

BIOMASSA NO<br />

MATO GROSSO<br />

BIOMASS IN THE STATE OF MATO GROSSO<br />

A<br />

pesar de Mato Grosso (MT) ser conhecido por extensas<br />

áreas de floresta nativa e manejo florestal<br />

sustentável, o Estado também possui áreas de<br />

floresta plantada, com produção voltada para<br />

biomassa. A Arefloresta (Associação de Reflorestadores de<br />

Mato Grosso) fundada em 2003, tem atuado para o desenvolvimento<br />

e fortalecimento do setor. O presidente da associação,<br />

Glauber Silveira, produtor rural que há mais de 20 anos<br />

começou a plantar eucalipto para produção de biomassa no<br />

Mato Grosso é o entrevistado desta edição da Revista REFE-<br />

RÊNCIA BIOMAIS. Presidente da associação por três mandatos,<br />

Glauber traça um breve histórico do mercado da biomassa no<br />

Mato Grosso, as expectativas do setor e aborda o trabalho que<br />

a Arefloresta tem feito em prol dos associados.<br />

A<br />

lthough Mato Grosso (MT) is a state known for<br />

extensive areas of native forest and sustainable<br />

forest management, the State also has planted<br />

forest areas, with production focused on biomass.<br />

The State of Mato Grosso Association of Planted Forest<br />

Producers (Arefloresta), founded in 2003, has acted to develop<br />

and strengthen the Sector. Glauber Silveira, President of the<br />

Association, is a rural producer who, more than 20 years ago,<br />

began to plant eucalyptus for biomass production in Mato<br />

Grosso is the interviewee of this issue of REFERÊNCIA <strong>Biomais</strong>.<br />

As President of the Association for three terms, Glauber traces<br />

a brief history of the biomass market in the State of Mato<br />

Grosso and the Sector’s expectations and addresses the work<br />

that Arefloresta has done on behalf of its members.<br />

24 www.REVISTABIOMAIS.com.br


ENTREVISTA<br />

Como foi sua trajetória profissional até chegar na<br />

presidência da Arefloresta.<br />

Em 1992 fui para a região de Campos de Júlio (MT)<br />

onde comecei minha vida profissional plantando soja, milho.<br />

Fundei o sindicato rural da cidade, abri uma revenda,<br />

fui presidente da associação de revendas da região. Então<br />

teve diversas crises econômicas e criei e participei de movimentos<br />

em defesa dos produtores rurais que repercutiram<br />

em Brasília (DF). Depois disso, participei da criação<br />

da Aprosoja (Associação Brasileira dos Produtores de Soja)<br />

onde fui presidente por dois mandatos. Há uns 20 anos<br />

atrás comecei a plantar eucalipto, porque tinha uma área<br />

na fazenda, uns 600 ha (hectares), que era bem arenosa<br />

e nessa época também começou a ser incentivada a produção<br />

do etanol de milho no Brasil. E logo depois fizemos<br />

a primeira usina flex (Usimat Flex, que processa cana-de-<br />

-açúcar e milho para produção de etanol) em Campos<br />

de Júlio para onde pude começar a mandar o eucalipto<br />

que plantava. Nesse meio tempo surgiu uma oportunidade<br />

e ingressei na Abramilho (Associação Brasileira dos<br />

Produtores de Milho) onde fui vice-presidente por alguns<br />

anos. Há 3 anos estou na direção executiva da associação.<br />

Ainda estava na Aprosoja Brasil e como também plantava<br />

floresta e esse setor precisava de uma liderança articulada<br />

politicamente, as pessoas me chamaram para a Arefloresta,<br />

pois já tinha experiência com associação, articulações e<br />

conhecia o Fausto (Takizawa, diretor da Arefloresta). Então<br />

comecei a participar da associação.<br />

E o início da sua atividade especificamente na área<br />

da biomassa?<br />

Esse início na biomassa foi interessante, porque tenho<br />

que contar uma experiência aqui do nosso Estado. O<br />

Mato Grosso, uns anos atrás tinha aberto algumas áreas e<br />

tinha plantado muito em terra de areia e com a crise que<br />

veio, colher 40 sacas de soja em uma área arenosa não<br />

tinha sentido, e muitas áreas já estavam com plantação.<br />

Foi nesse momento que conversei com Gilberto Geller<br />

(produtor rural) e ele falou que tinha plantado eucalipto<br />

nas áreas de areia, porque já tinha sido plantado soja por<br />

3, 4 anos e a área tinha uma fertilidade, e que o eucalipto<br />

estava indo muito bem e com baixo custo. Foi aí que decidi<br />

também plantar eucalipto. Plantava ainda de semente,<br />

não era clonado, mas foi interessante. Experimentei outras<br />

espécies, pau de balsa, acácia, tenho inclusive plantio<br />

de mogno africano, uns 20 ha, e fui experimentando e<br />

aperfeiçoando, e fomos vendo que era mais interessante<br />

plantar clone. É uma atividade que me interessou bastan-<br />

Can you tell us about your professional career until you<br />

became President of Arefloresta.<br />

In 1992, I moved to the Campos de Júlio Region (MT), where<br />

I started my professional life planting soybeans and corn. I<br />

founded the rural business syndicate in the City, opened a retail<br />

business, and became President of the Region’s Retailers Association.<br />

Then, several economic crises occurred, and I created<br />

and participated in movements to defend rural producers that<br />

had repercussions in Brasilia (DF). After that, I participated in<br />

creating the Brazilian Association of Soybean Producers (Aprosoja),<br />

where I became President for two terms. About 20 years<br />

ago, I started planting eucalyptus because there was an area<br />

on the farm, about 600 hectares (ha), which was very sandy,<br />

and, at that time, I also saw an opportunity for growing corn<br />

for ethanol production in Brazil. And soon after, we installed the<br />

first flex plant in Campos de Júlio (Usimat Flex, which processes<br />

sugarcane and corn for ethanol production), where I could<br />

start sending the eucalyptus I had planted. In the meantime,<br />

an opportunity arose, and I joined the Brazilian Association of<br />

Corn Producers (Abramilho), where I became Vice-president for<br />

a few years. For three years, I have been the Executive Director<br />

of the Association. I am still associated with the management<br />

of Aprosoja Brasil. As I also grew a planted forest and this Sector<br />

needed a politically articulated leadership, people asked me to<br />

become associated with the management of Arefloresta because<br />

I already had experience with business associations and<br />

articulations with governments. I also knew Fausto Takizawa<br />

(then Director of Arefloresta). So, I began to participate in the<br />

Association.<br />

How did you become active in the biomass area?<br />

My beginning in biomass was interesting, and I must descri-<br />

Até 5 anos atrás tinha uma<br />

competição muito grande com<br />

a biomassa de desmatamento<br />

de florestas nativas. Como<br />

entrava a biomassa do<br />

desmatamento a gente não<br />

tinha preço. Com a questão<br />

do controle do desmatamento<br />

melhorou o mercado<br />

26 www.REVISTABIOMAIS.com.br


A FACA<br />

GIGANTE<br />

DO AGRO<br />

SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS


ENTREVISTA<br />

te, mas o que impulsionou foi a parceria com a usina de<br />

etanol, um cliente cativo para fornecer minha produção.<br />

Qual o principal material para produção de biomassa<br />

no Mato Grosso?<br />

Hoje o Mato Grosso planta principalmente o eucalipto<br />

VM 01, um clone bem interessante. É bastante agressivo,<br />

desenvolve bem rápido, apesar da pesquisa falar que ele<br />

não produz tanta biomassa, mas particularmente sempre<br />

gostei muito do VM. Já plantei outras variedades como<br />

o 144 e o H13. Hoje esses três materiais são os principais<br />

plantados no Mato Grosso.<br />

Como se desenvolveu o mercado de biomassa no<br />

Estado?<br />

Esse mercado começou há muitos anos atrás, uns<br />

30 anos, com incentivo de grandes empresas como a<br />

Bunge, para plantio. As empresas faziam parceria e o<br />

produtor plantou, isso não só no Mato Grosso, mas no<br />

Brasil inteiro, com as empresas incentivando, financiando<br />

o plantio da biomassa. Não deu muito certo, porque a<br />

oferta foi grande. Na verdade, até 5 anos atrás tinha uma<br />

competição muito grande com a biomassa de desmatamento<br />

de florestas nativas. Como entrava a biomassa do<br />

desmatamento a gente não tinha preço, então passamos<br />

20 anos vendendo eucalipto em pé, por metro estéreo, a<br />

R$ 40,00. Com a questão do controle do desmatamento,<br />

a fiscalização e as exigências das empresas internacionais<br />

sobre o rastreio da matéria-prima, melhorou o mercado<br />

de biomassa.<br />

Como está o mercado de biomassa atualmente?<br />

O mercado está bastante aquecido. Passamos 20 anos<br />

vendendo barato o metro estéreo de biomassa, mas hoje<br />

é diferente. Quem tem eucalipto em pé não vai vender por<br />

menos de R$ 100,00, R$ 120,00 o metro estéreo, dependendo<br />

da localização, e por valor até maior. Nos últimos 3<br />

anos duplicou o valor. Saiu de R$ 40,00 para R$ 80,00 ou<br />

até triplicou para R$ 120,00. Realmente o mercado está<br />

aquecido. Isso porque hoje, no Mato Grosso, também tem<br />

instalado o PSS (plano de suprimento sustentável), que<br />

obriga grandes consumidores a dizer de onde vem essa<br />

biomassa. E também as empresas de etanol deram toda<br />

uma pujança, melhoraram esse cenário. Hoje tem uma<br />

grande demanda, tanto que a quantidade de biomassa<br />

no Estado diminuiu muito. E se não tiver plantio, nos<br />

próximos 3 anos, a gente pode ter um colapso. Por isso, as<br />

empresas estão correndo plantar, incentivando o plantio<br />

be an experience in our State. A few years ago, Mato Grosso had<br />

designated some sandy areas for planting, and with the crisis<br />

that came, trying to harvest 40 bags of soybeans in a sandy<br />

area did not make sense, and many other areas had already<br />

been planted. At the time, I talked to Gilberto Geller (a rural<br />

producer), who said he had planted eucalyptus in sandy areas<br />

because soybeans had already been planted there for three or<br />

four years. The area had little fertility for such, but the eucalyptus<br />

was doing very well and cheaply. That is when I decided to<br />

plant eucalyptus as well. I planted seeds, not cloned seedlings,<br />

but it was interesting. I tried other species, such as balsa and<br />

acacia, I even tried planting African mahogany, about 20 ha,<br />

and I was experimenting and perfecting. We saw that it was<br />

more interesting to plant eucalyptus clones. It is an activity that<br />

interested me a lot, but what really decided it was the partnership<br />

with Usina de Etanol, a captive customer to whom I could<br />

supply my production.<br />

What is the primary material for biomass production in<br />

the State of Mato Grosso?<br />

Today, Mato Grosso plants mainly the eucalyptus VM 01, a<br />

very interesting clone. It is very aggressive and develops quickly,<br />

although research says it does not produce as much biomass as<br />

other clone varieties. Mainly, I have always liked the VM. I have<br />

planted different types, such as 144 and H13. These three materials<br />

are the primary clones grown in the State of Mato Grosso.<br />

How did the biomass market develop in the State?<br />

This market began many years ago, some 30 years ago,<br />

with incentives for planting from large companies, such as<br />

Bunge. The companies created outgrower partnerships, and the<br />

outgrower planted in the State of Mato Grosso and throughout<br />

Brazil, with the companies encouraging and financing biomass<br />

planting. It did not work out very well because the supply was<br />

ample. Up to five years ago, there had been competition with<br />

biomass from native forest deforestation. So, as deforestation<br />

biomass entered the market, prices fell, so we spent 20 years<br />

selling standing eucalyptus at R$ 40.00 per stereo meter. With<br />

deforestation control and the supervision and requirements of<br />

international companies, the biomass market has dramatically<br />

improved.<br />

How is the biomass market today?<br />

The market is strong. We spent 20 years selling cheap<br />

steres of biomass, but today it is different. Those with standing<br />

eucalyptus will not sell for less than R$ 100.00 or even R$ 120.00<br />

per stere, depending on location, and for an even higher value.<br />

In the last three years, the biomass price has doubled in value. It<br />

28 www.REVISTABIOMAIS.com.br


ENTREVISTA<br />

da biomassa. No caso da FS (FS Agrosolutions Indústria de<br />

Biocombustíveis Ltda) por exemplo, experimentando o<br />

plantio de outras espécies tentando suprir a sua demanda.<br />

Hoje o mercado está positivo, muito aquecido.<br />

Há expectativa de crescimento futuro do mercado<br />

de biomassa no Estado?<br />

A expectativa é de que cresça. Só a FS Bioenergia pode<br />

duplicar a fábrica em Primavera do Leste (MT), tem um<br />

projeto de uma fábrica em Querência, em Campo Novo do<br />

Parecis, só para esses atendimentos precisaria de 50 mil<br />

ha. Mais a Inpasa que está crescendo, que também tem<br />

demanda, e mais outras empresas que estão surgindo, por<br />

exemplo em Rondonópolis. Ainda se soma a demanda do<br />

grão, todo ano tem aumentado no Estado a produção em<br />

10, 15 milhões de toneladas de grãos, que precisa de biomassa<br />

para secar a produção. Com certeza é um mercado<br />

aquecido, e um mercado interessante. Agora não dá para<br />

todo mundo sair plantando 100 mil ha de floresta por ano.<br />

Precisa ter um crescimento ordenado, de 15, 20 mil ha<br />

por ano. Sem dúvida, nos próximos 10 anos vamos ter um<br />

bom mercado para quem está plantando floresta agora.<br />

Qual a produção estimada de biomassa de madeira<br />

no momento?<br />

Estamos buscando em média uma produção de 400<br />

metros estéreo por hectare. Agora, por exemplo, não temos<br />

grande potencial de biomassa. Hoje tem pouca para<br />

corte, em torno de 20 mil ha por ano para cortar. Por isso<br />

está todo mundo correndo plantar. Tanto que a muda saiu<br />

de R$ 0,40 para R$ 1,40, até R$ 2,00! No momento, o Mato<br />

Grosso tem pouca biomassa para atender a demanda.<br />

Então, a produção de biomassa é para atender o<br />

Estado?<br />

A produção de biomassa do Mato Grosso atende<br />

principalmente o mercado interno. É para secar grãos,<br />

para frigoríficos, indústria de carnes. O grande potencial<br />

é para o etanol, que tem consumido muito. Tem também<br />

cervejarias, cerâmicas, mas o forte é para secagem de<br />

grãos e para produção de etanol.<br />

Quais as principais frentes de trabalho da associação?<br />

A questão do PSS (plano de suprimento sustentável)<br />

para as grandes consumidoras foi um grande incentivo<br />

para nós. Hoje a Arefloresta está trabalhando muito na<br />

questão de pesquisa, para poder ter mais clones, ter her-<br />

has gone from R$ 40.00 to R$ 80.00 and sometimes even tripled<br />

to R$ 120.00. The market is strong. This is because today, Mato<br />

Grosso has installed the Sustainable Supply Plan (PSS) that<br />

forces large consumers to say where this biomass comes from.<br />

And also, the ethanol companies have given a boost to demand<br />

and improved this scenario. Today, there is a considerable<br />

demand, so much so that the amount of biomass in the State<br />

has decreased significantly. And if there is no more planting<br />

over the next three years, we can have a collapse in the market.<br />

Therefore, companies are rushing to plant, encouraging the<br />

planting of biomass. In the case of FS Agrosolutions Indústria<br />

de Biocombustíveis Ltda (FS), for example, it is experimenting<br />

with growing other species to meet their biomass demand.<br />

Today, the market is favorable and very strong.<br />

Is there an expectation of future growth of the biomass<br />

market in the State?<br />

It is expected to grow. Just FS Bioenergia is doubling the<br />

size of its plant in Primavera do Leste (MT) and has projects for<br />

factories in Querência and Campo Novo do Parecis. Just for<br />

these projects, 50 thousand ha are needed. Furthermore, Inpasa<br />

is expanding and has demand, and other companies are emerging,<br />

for example, in Rondonópolis. Still adding to the market is<br />

grain production, which needs biomass to dry the production;<br />

in the State, grain production has increased to 10 to 15 million<br />

tons annually. It is undoubtedly a growing and exciting market.<br />

Now you cannot get everyone to plant 100 thousand ha of<br />

forest annually. There needs to be an orderly growth of 15 to 20<br />

thousand ha annually. Undoubtedly, in the next ten years, we<br />

will have a good market for those planting forests today.<br />

At the moment, what is the estimated production of<br />

wood biomass?<br />

We are aiming for a production of 400 steres on average<br />

per hectare. Now, for example, we do not have a large biomass<br />

supply. Today, there is little to cut, around 20 thousand ha a<br />

year to be cut. That is why everybody is rushing to plant so<br />

much that the seedling price has gone from R$ 0.40 to R$ 1.40,<br />

up to R$ 2.00 reais! Today, Mato Grosso has little biomass to<br />

meet the demand.<br />

So, is biomass production to serve the State?<br />

The biomass production of the State of Mato Grosso mainly<br />

serves the domestic market, principally drying grain and energy<br />

for meat packers. The great potential is for ethanol, which<br />

consumes a lot. There are also breweries and potters, but the<br />

primary uses are grain drying and ethanol production.<br />

30 www.REVISTABIOMAIS.com.br


ENTREVISTA<br />

bicida, buscando a qualificação da mão de obra, porque<br />

essa cultura, que não era muito importante no Mato<br />

Grosso, hoje se dá muito valor e ainda tem pouco conhecimento.<br />

Mesmo para o pessoal da engenharia florestal, o<br />

foco maior tem sido no manejo florestal e não no plantio<br />

de floresta. Também trabalhamos muito as questões do<br />

eucalipto.<br />

Qual a expectativa de crescimento para área de<br />

reflorestamento no Estado?<br />

Acredito que vamos precisar plantar mais de 100 mil<br />

ha para atender a demanda da produção de etanol. Porque<br />

o Mato Grosso vai ser o principal produtor de etanol,<br />

pois é onde o milho é mais barato e tem uma capacidade<br />

de produção bastante intensiva. É o principal meio para<br />

crescimento da floresta. Estamos procurando não só aumentar<br />

a quantidade de reflorestamento, mas procuramos<br />

empresas para ter contrato. O que estamos procurando é<br />

plantar floresta, mas plantar amarrado para poder ganhar<br />

certo, e essa questão de pesquisa. A Arefloresta tem<br />

parceria com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa<br />

Agropecuária), estamos com cinco, seis unidades de pesquisa<br />

para diversos clones no Estado, para ver realmente<br />

qual é o melhor clone adaptado, qual clone vai melhor<br />

para as devidas regiões, porque tem muita diferença de<br />

plantar na regiões oeste, leste. São diferenças de 200m,<br />

300m de altitude, tipo de solo, pluviometria, período de<br />

seca. Estamos pesquisando para poder ter médias de<br />

produção para potencializar o que temos no Mato Grosso,<br />

para colher 600m estéreos em 6 anos. Isso é possível com<br />

qualificação, com treinamento, com bom manejo para ter<br />

ganhos expressivos com a biomassa.<br />

Qual legado pretende deixar da sua gestão como<br />

presidente da associação?<br />

O legado é o da comunicação. Sempre fui um comunicador<br />

de mídia, tanto que na Aprosoja criei o projeto Soja<br />

Brasil, na Abramilho criei o projeto Mais Milho. O legado<br />

que quero deixar é a floresta ser vista com bons olhos,<br />

temos um grande projeto de floresta para o Mato Grosso.<br />

Que a floresta seja vista e respeitada no Estado é o maior<br />

legado. Não é simples de fazer, mas realmente quero<br />

deixar uma entidade que possa mesmo estar representando<br />

os produtores, agregando e fazendo com que eles,<br />

produtores, tenham rentabilidade, trazer segurança para<br />

quem planta floresta no Mato Grosso. Representar bem,<br />

com competência, para que tenham segurança com a<br />

entidade onde são filiados.<br />

What are the primary areas of work for the Association?<br />

The issue of a Sustainable Supply Plan (PSS) for large consumers<br />

was a big incentive for us. Today, Arefloresta is working<br />

on the research issue to develop more clones, have herbicides,<br />

and seek workforce qualification because this culture, which,<br />

in the past, was not very important in the State, but today, is<br />

very valuable and yet is unknown. Even for the forest engineering<br />

folks, the most significant focus has been on forest<br />

management rather than forest planting. We also work a lot on<br />

eucalyptus issues.<br />

What is the expectation of growth for the reforestation<br />

area in the State?<br />

I believe we will need to plant more than 100 thousand<br />

ha to meet the demand for ethanol production because the<br />

State is expected to be the leading producer of ethanol as it<br />

is where corn is cheaper and has a very intensive production<br />

capacity. This leads to the primary means of forest growth.<br />

We are looking not only to increase reforestation but also for<br />

companies to contract biomass sales. We are looking for forest<br />

planting but planting tied to profitability, a research issue.<br />

Today, Arefloresta has a partnership with the Brazilian Agricultural<br />

Research Corporation (Embrapa); we have five or six<br />

research units for various clones in the State to see which is the<br />

best clone, which clone grows better for each region because<br />

the is a lot of difference from planting in the west and the east.<br />

They are two to -hundred-three-hundred-meter differences in<br />

altitude, soil types, rainfall, and dry periods. We are researching<br />

to obtain production averages to enhance what we have in<br />

Mato Grosso, to harvest 600 thousand steres in six years. With<br />

workforce qualification, training, and good management, it is<br />

possible to have expressive gains in biomass production.<br />

What legacy do you intend to leave from your tenure as<br />

the Association’s President?<br />

The legacy is communication. I have always been a media<br />

communicator, so much so that at Aprosoja, I created the<br />

Soja Brasil Project, and at Abramilho, I created the Mais Milho<br />

Project. The legacy I want to leave is for the forest to be seen in<br />

a positive light; we have an exciting forest project for the State<br />

of Mato Grosso, and that the forest is seen and respected in<br />

the State is the greatest legacy. It is not simple, but I want to<br />

leave an entity that can represent the producers, aggregating<br />

and making them profitable producers, and provide security<br />

to those who plant forests in Mato Grosso. Represent well and<br />

competently so the members have confidence in their affiliated<br />

entity.<br />

32 www.REVISTABIOMAIS.com.br


PRINCIPAL<br />

TECNOLOGIA<br />

EM PELLETS<br />

TRADICIONAL EMPRESA<br />

MADEIREIRA INVESTE<br />

EM PLANTA DE ALTA<br />

PERFORMANCE PARA<br />

FABRICAÇÃO DE PELLETS<br />

PELLET MANUFACTURE<br />

TECHNOLOGY<br />

A TRADITIONAL FOREST<br />

PRODUCT COMPANY<br />

INVESTS IN A HIGH-<br />

PERFORMANCE PLANT FOR<br />

MANUFACTURING PELLETS<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

34 www.REVISTABIOMAIS.com.br


C<br />

om atuação consolidada no setor madeireiro<br />

há mais de 35 anos, a direção da empresa Nereu<br />

Rodrigues, sediada em Correia Pinto (SC),<br />

decidiu investir na produção de pellets. E para<br />

dar início a esta produção a empresa buscou uma parceria<br />

que garantisse qualidade para o novo produto e eficiência<br />

na produção, optando pela tecnologia da Costruzioni<br />

Nazzareno, empresa de origem italiana, presente no Brasil<br />

há mais de 10 anos, e referência no mercado nacional e internacional<br />

na construção de plantas de pellets de madeira,<br />

com 100% dos equipamentos construídos e instalados<br />

pela própria empresa.<br />

W<br />

ith consolidated operations in the Forest Product<br />

Sector for over 35 years, the Management<br />

of Nereu Rodrigues & Cia Ltda., headquartered<br />

in Correia Pinto (SC), decided to invest in pellet<br />

production. And to start, the Company sought a commercial<br />

partnership that would guarantee quality for the new product<br />

and efficiency in production, opting for the technology of Costruzioni<br />

Nazzareno, an Italian company operating in Brazil for<br />

more than ten years, and reference in the domestic and international<br />

market in the construction of wood pellet plants, with<br />

100% of the equipment built and installed by the Italian-based<br />

company.<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

35


PRINCIPAL<br />

Após a instalação da primeira planta em setembro de<br />

2022, a Nereu Rodrigues já decidiu pela segunda planta<br />

que está em processo de montagem e deve entrar em<br />

operação no início do próximo mês de setembro, conforme<br />

Renan Rodrigues, filho de um dos sócios da empresa,<br />

que trabalha na administração e é responsável pela fiscalização<br />

dos produtos. “A instalação da primeira planta<br />

foi realizada em um curto período de tempo, o que nos<br />

impressionou grandemente com a agilidade e dedicação<br />

demonstradas pela Nazzareno. A rapidez com que executou<br />

a instalação, juntamente com o acompanhamento<br />

e suporte prestado em todas as etapas, foi fundamental<br />

para o perfeito funcionamento da planta. A expertise e<br />

habilidades técnicas demonstradas pelo time envolvido<br />

evidenciam o profundo conhecimento da empresa em<br />

sua área de atuação”, afirma Renan.<br />

INSTALAÇÃO DA PLANTA<br />

A instalação da fábrica aconteceu em três semanas de<br />

serviço contínuo. O diretor comercial da Costruzioni Nazzareno,<br />

Francesco Stella, revela que o principal desafio foi<br />

entregar uma fábrica de alta performance. “A família Rodrigues<br />

tem a tecnologia a serviço da madeira como ponto<br />

forte há mais de 35 anos e nosso desafio era entregar<br />

By the end of the installation of the first line in September<br />

2022, Nereu Rodrigues Management had already decided<br />

on the second line that is now in the process of assembly and<br />

should start operating at the beginning of this September, according<br />

to Renan Rodrigues, son of one of the Company’s Partners,<br />

who works in Administration and is responsible for product<br />

supervision. “The installation of the first line was carried<br />

out quickly and the agility and dedication shown by Nazzareno<br />

greatly impressed us. The speed with which the installation was<br />

executed, along with the monitoring and support provided at<br />

all stages, was fundamental for the perfect functioning of the<br />

pellet production line. The expertise and technical skills demonstrated<br />

by the team involved evidenced Nazzareno’s knowledge<br />

in its area of expertise,” says Renan Rodrigues.<br />

PLANT INSTALLATION<br />

The production line was installed in three weeks of continuous<br />

work. Francesco Stella, Director of Sales for Costruzioni<br />

Nazzareno, reveals that the main challenge was to deliver a<br />

high-performance factory. “The Rodrigues family has had high<br />

technology experience working with wood as a strong point for<br />

more than 35 years, and our challenge was to deliver a factory<br />

with very high technical and productive performance,” explains<br />

Stella. “The differential of this project is that from the first con-<br />

36<br />

www.REVISTABIOMAIS.com.br


"Todo o trabalho da<br />

Nazzareno foi voltado<br />

para fazer com que o<br />

dia em que a empresa<br />

Rodrigues decidisse<br />

adicionar uma linha<br />

de produção a mais, o<br />

restante da instalação<br />

suportasse este aumento<br />

de produtividade, sem<br />

criar stress e interrupção<br />

da produção"<br />

Francesco Stella, diretor comercial<br />

da Costruzioni Nazzareno<br />

uma fábrica de altíssima performance técnica e produtiva”,<br />

explica Francesco. “O diferencial deste projeto é que desde<br />

a primeira conversa com a família Rodrigues, eles falaram<br />

do objetivo da empresa de dobrar a instalação. Então todo<br />

o trabalho da Nazzareno foi voltado para fazer com que o<br />

dia em que a empresa Rodrigues decidisse adicionar uma<br />

linha de produção a mais, o restante da instalação suportasse<br />

este aumento de produtividade, sem criar stress e interrupção<br />

da produção”, completa o diretor da Nazzareno.<br />

Com isso, a segunda planta da Pellets Rodrigues já<br />

está em fase adiantada de instalação. “Atualmente dispomos<br />

de dois barracões, totalizando uma área de 7.500<br />

m² (metros quadrados), os quais abrigam os maquinários<br />

da primeira planta em pleno funcionamento, bem como<br />

parte da segunda planta, cuja instalação encontra-se em<br />

andamento. Adicionalmente, temos o prazer de informar<br />

que estamos na fase final de construção de um terceiro<br />

barracão, com uma área de 4.800 m², destinado a abrigar<br />

o restante da segunda planta e, ainda, a possibilitar futura<br />

expansão”, comemora Renan.<br />

versation with the Rodrigues family, they always talked about<br />

their Company’s goal of doubling the installation. So, all of<br />

Nazzareno’s work was aimed at the day Nereu Rodrigues & Cia<br />

Ltda. Management decided to add an extra production line.<br />

The added facility had to support this increase in productivity<br />

without creating production stress and interruption,” says the<br />

Nazzareno Director.<br />

As a result, the second line for producing Pellets Rodrigues<br />

is already in an advanced installation stage. “We currently have<br />

two sheds, totaling an area of 75 hundred m², which house the<br />

machinery of the first line, which is in full operation, and part of<br />

the second line, whose installation is in progress. In addition, we<br />

are pleased to tell you that we are in the final phase of construction<br />

of a third shed, with an area of 48 hundred m², intended to<br />

house the rest of the second line and enable future expansion,”<br />

celebrates Renan Rodrigues.<br />

The second line being installed is a replica of the first, featuring<br />

the same production capacity. The decision to replicate the<br />

layout and configurations of the first line aims to optimize production<br />

efficiency and ensure that successful quality standards<br />

are maintained at every production stage.<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 37


PRINCIPAL<br />

A segunda planta está sendo instalada como uma réplica<br />

exata da primeira, apresentando a mesma capacidade<br />

de produção. A decisão de replicar o layout e as configurações<br />

da primeira planta tem por objetivo otimizar a<br />

eficiência produtiva e assegurar que os padrões de qualidade,<br />

que têm sido bem-sucedidos, sejam mantidos em<br />

todas as etapas do processo.<br />

PRODUÇÃO DE PELLETS<br />

A atual capacidade de produção é de aproximadamente<br />

2,5 toneladas de pellets por hora. “Contamos com<br />

uma infraestrutura sólida e devidamente planejada para<br />

atender à crescente demanda e, ao mesmo tempo, permitir<br />

um crescimento consistente e responsável”, completa<br />

Renan. O principal mercado da Pellets Rodrigues é a Itália,<br />

e com a conclusão da instalação da segunda planta,<br />

os planos futuros incluem a expansão de atuação para o<br />

mercado nacional.<br />

A decisão da Nereu Rodrigues, empresa especializada<br />

na produção de chapas de compensados de pinus, de investir<br />

em pellets foi fundamentada na perspectiva de viabilizar<br />

o reaproveitamento dos subprodutos gerados pela<br />

atividade da madeireira, contribuindo para a promoção<br />

de práticas sustentáveis e a minimização do impacto ambiental.<br />

Como matéria-prima no processo produtivo, a Pellets<br />

Rodrigues utiliza cavaco, serragem e maravalha, que<br />

são selecionados para garantir que os insumos atendam<br />

aos padrões exigidos, a fim de assegurar a excelência dos<br />

pellets resultantes e a conformidade com as normativas<br />

ambientais pertinentes.<br />

“O maquinário utilizado em nossa planta de pellets,<br />

fornecido pela Nazzareno, é dotado de tecnologia avançada<br />

e comprovada confiabilidade. A qualidade e eficiência<br />

"A instalação da primeira<br />

planta foi realizada em um<br />

curto período de tempo,<br />

o que nos impressionou<br />

grandemente com a agilidade<br />

e dedicação demonstradas<br />

pela Nazzareno"<br />

Renan Rodrigues, da empresa<br />

Nereu Rodrigues<br />

PELLET PRODUCTION<br />

The current production capacity is approximately 2.5 tons<br />

of pellets per hour. “We have a solid and properly planned infrastructure<br />

to meet the growing demand and, simultaneously,<br />

allow consistent and responsible growth,” adds Renan Rodrigues.<br />

The primary market for Pellets Rodrigues is Italy, and with<br />

the completion of the installation of the second line, plans include<br />

expanding operations for the domestic market.<br />

The decision by Nereu Rodrigues & Cia Ltda., a company<br />

specializing in the production of pine plywood panels, to invest<br />

in pellets was based on the perspective of enabling the use of<br />

the by-product residue generated by the forest product activity,<br />

contributing to the promotion of sustainable practices and the<br />

minimization of the environmental impact. As raw material in<br />

38 www.REVISTABIOMAIS.com.br


desses equipamentos têm superado nossas expectativas,<br />

contribuindo significativamente para o alto desempenho<br />

e a produtividade de nossas operações. Adicionalmente,<br />

ressaltamos a facilidade e praticidade que nossos colaboradores<br />

têm experimentado após um treinamento ministrado<br />

pela Nazzareno. A capacitação oferecida foi conduzida<br />

com profissionalismo e excelência, capacitando nossos<br />

funcionários para operar os equipamentos de forma eficaz<br />

e segura, otimizando nossa produtividade e a qualidade<br />

de nossos produtos”, salientou Renan Rodrigues.<br />

Com dezenas de projetos de instalação de plantas de<br />

pellets no Brasil, Francesco Stella destaca a capacidade do<br />

mercado brasileiro de biomassa. “A potencialidade produtiva<br />

e de consumo do pellet no Brasil é altíssima. Nestes<br />

últimos 12 anos que a Costruzioni Nazzareno se instalou<br />

no país muitas coisas mudaram e ainda irão mudar a nível<br />

de pellet. Pellet é energia, e o mundo inteiro precisa de<br />

energia”, destaca Francesco Stella.<br />

the production process, Pellets Rodrigues are produced from<br />

selected chips, sawdust, and shavings to ensure the excellence<br />

of the resulting pellets and compliance with relevant environmental<br />

regulations.<br />

“The machinery used in our pellet line, supplied by Nazzaerno,<br />

is equipped with advanced technology and proven reliability.<br />

The quality and efficiency of this equipment have exceeded<br />

our expectations, significantly contributing to our operations’<br />

high performance and productivity.<br />

“Additionally, we emphasize the ease and practicality that<br />

our employees have experienced after the training given by<br />

Nazzareno. The training offered was conducted with professionalism<br />

and excellence, enabling our employees to operate the<br />

equipment effectively and safely, optimizing our productivity<br />

and the quality of our products,” highlights Renan Rodrigues.<br />

With dozens of pellet plant installation projects in Brazil,<br />

Stella highlights the capacity of the Brazilian biomass market.<br />

“The productive and consumption potential of pellets in Brazil<br />

is very high. In the last 12 years that Costruzioni Nazzareno has<br />

operated in the Country, many things have changed and will<br />

continue to change at the pellet level. Pellets are energy, and the<br />

whole world needs energy,” states Stella.<br />

Cesar Rodrigues e Sergio Rodrigues, da Nereu Rodrigues<br />

e Alberto Carlesso e Francesco Stella, da Nazzareno<br />

Fábrica da Nereu Rodrigues,<br />

em Correia Pinto (SC)<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

39


AMBIENTE<br />

DESCARBONIZAÇÃO NA<br />

AMAZÔNIA<br />

LEGAL<br />

40 www.REVISTABIOMAIS.com.br


MATERIAL<br />

DISPONIBILIZADO<br />

DE FORMA<br />

GRATUITA TEM<br />

OBJETIVO DE<br />

APROFUNDAR O<br />

DEBATE SOBRE<br />

MOBILIDADE<br />

ELÉTRICA POR<br />

MEIO DE BARCOS<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

A<br />

ABGD (Associação Brasileira de Geração<br />

Distribuída), entidade que representa a<br />

geração própria de energia, e o WWF-<br />

-Brasil, lançaram: Guia para ampliar a<br />

mobilidade elétrica fluvial na Amazônia Legal; que<br />

tem como objetivo apoiar o desenvolvimento sustentável<br />

e a descarbonização dos meios de transporte<br />

da região.<br />

O transporte por meio de barcos é um dos principais<br />

meios de locomoção da população local. Porém,<br />

a maior parte é dependente de combustíveis fósseis,<br />

como o diesel. Outro agravante é a quantidade de<br />

localidades sem acesso público à energia elétrica.<br />

Segundo o estudo: Sistemas Fotovoltaicos da Amazônia<br />

Legal; do IEMA (Instituto de Energia e Meio<br />

Ambiente), há mais de 990 mil pessoas sem acesso à<br />

eletricidade na Amazônia Legal. De acordo com essa<br />

demanda, o guia foi produzido com base na instalação<br />

de usinas de GD (geração distribuída), também<br />

conhecida como geração própria de energia.<br />

GERAÇÃO DE ENERGIA<br />

De acordo com Aurélio Souza, diretor de Projetos<br />

Especiais da ABGD, é fundamental aproximar as<br />

pessoas e levar informações para quebrar paradigmas.<br />

“É muito importante disseminar o conhecimento<br />

sobre a possibilidade dessa população (moradora<br />

da região Amazônica) mudar sua forma de se<br />

locomover, deixando de lado os combustíveis fósseis<br />

para utilizar veículos movidos a energia. Para isso,<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

41


AMBIENTE<br />

a GD é uma importante aliada, pois é uma solução<br />

viável e ambientalmente mais adequada para levar<br />

energia elétrica para quem reside na região da Amazônia<br />

Legal”, aponta Aurélio, da ABGD. Na mesma<br />

linha de raciocínio, Alessandra Mathyas, analista de<br />

Conservação do WWF-Brasil, defende o conteúdo do<br />

guia. “Esse projeto reúne dados e recomendações<br />

muito importantes, como qual o melhor módulo<br />

fotovoltaico para uma determinada instalação. Isso<br />

ajuda muito para que a população tenha uma base<br />

para se estruturar, principalmente em relação à mobilidade<br />

elétrica”, resume Alessandra.<br />

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL<br />

O material, disponibilizado de forma gratuita, é<br />

composto por propostas para ampliar a mobilidade<br />

elétrica nos rios da Amazônia Legal brasileira. Além<br />

disso, traz a demonstração de casos e estudos práticos,<br />

particularmente associados aos benefícios que a<br />

geração distribuída traz para populações que vivem<br />

em comunidades isoladas e remotas.<br />

Além disso, o guia demonstra o potencial que<br />

a GD com fontes renováveis pode gerar para o desenvolvimento<br />

sustentável da região, a exemplo dos<br />

programas de eletrificação rural com energia solar<br />

fotovoltaica em curso na Amazônia Legal, os quais<br />

poderiam ser expandidos para o modal de transporte<br />

de cargas e passageiros, gerando inúmeros<br />

benefícios para a sociedade.<br />

O Guia para ampliar a mobilidade elétrica fluvial<br />

na Amazônia Legal, está disponível para download<br />

no site da ABGD. Para saber mais, acesse o QRcode<br />

abaixo.<br />

"É muito importante disseminar<br />

o conhecimento sobre a<br />

possibilidade dessa população<br />

mudar sua forma de se<br />

locomover, deixando de lado os<br />

combustíveis fósseis para utilizar<br />

veículos movidos a energia"<br />

Aurélio Souza, diretor de Projetos<br />

Especiais da ABGD<br />

Você pode acessar o<br />

site pelo QRcode:<br />

42 www.REVISTABIOMAIS.com.br


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DESDE 1963


PESQUISA<br />

44 www.REVISTABIOMAIS.com.br


HIDROGÊNIO<br />

VERDE<br />

EM PROJETO<br />

POR MEIO DE PARCERIA,<br />

PESQUISADORES DO BRASIL<br />

E DA ALEMANHA ESTÃO<br />

DESENVOLVENDO PROJETO DE<br />

GASEIFICAÇÃO DE BIOMASSA<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

PRODUCING<br />

GREEN HYDROGEN<br />

THROUGH A RESEARCH PARTNERSHIP,<br />

SCIENTISTS IN BRAZIL AND GERMANY<br />

ARE DEVELOPING A BIOMASS<br />

GASIFICATION PROJECT<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

45


PESQUISA<br />

D<br />

esenvolver um processo de produção de<br />

hidrogênio verde por meio da gaseificação<br />

de biomassa e da reforma térmica dos gases<br />

é o objetivo de um projeto que está em<br />

execução desde o mês de janeiro pelo IPT (Instituto de<br />

Pesquisas Tecnológicas) em parceria com os alemães<br />

do KIT (Instituto Tecnológico de Karlsruhe). “A parceria<br />

entre o IPT e o KIT está focada em uma pesquisa<br />

colaborativa dentro da cadeia do H2V, bem como<br />

promover o intercâmbio e a capacitação de pesquisadores<br />

de ambas as instituições”, explica o pesquisador<br />

do IPT, Ademar Hakuo Ushima.<br />

O projeto coordenado pelo Laboratório de Bioenergia<br />

e Eficiência Energética do IPT tem a duração<br />

prevista de 12 meses e, segundo Ademar, combinam-<br />

-se dentro do seu escopo dois tópicos: o primeiro é a<br />

geração de hidrogênio via gaseificação de bagaço de<br />

cana-de-açúcar e reforma térmica do gás.<br />

O segundo tópico é o armazenamento de hidrogênio<br />

via hidrogenação catalítica de bio-óleo (hidrodesoxigenação)<br />

gerado a partir da pirólise rápida de<br />

bagaço de cana-de-açúcar. “Nesse sentido, o projeto<br />

combina as tecnologias de gaseificação, reforma<br />

térmica do gás de síntese, pirólise rápida e melhoramento<br />

do bio-óleo”, completa o pesquisador.<br />

D<br />

eveloping a green hydrogen production<br />

process through biomass gasification<br />

and gas thermal reforming is the goal<br />

of a project that has been ongoing since<br />

January by the Institute for Technological Research<br />

(IPT) in a research partnership with the German<br />

Karlsruhe Institute of Technology (KIT). “The research<br />

partnership between IPT and KIT is focused<br />

on collaborative work within the H2 Value Chain,<br />

as well as promoting the exchange and training<br />

of scientists from both institutions,” explains IPT<br />

Scientist Ademar Hakuo Ushima.<br />

The project coordinated by IPT’s Bioenergy and<br />

Energy Efficiency Laboratory is expected to last 12<br />

months and, according to Ushima, two topics are<br />

combined within its scope: the first is the generation<br />

of hydrogen via gasification of sugarcane<br />

bagasse and thermal reforming of the gas.<br />

The second topic is hydrogen storage via bio-oil<br />

catalytic hydrogenation (hydrodeoxygenation)<br />

generated from the rapid pyrolysis of sugarcane<br />

bagasse. “In this sense, the project combines the<br />

technologies of gasification, syngas thermal reforming,<br />

rapid pyrolysis, and bio-oil improvement,”<br />

adds the Scientist.<br />

46 www.REVISTABIOMAIS.com.br


COOPERAÇÃO INTERNACIONAL<br />

O objetivo do projeto atende às diretivas do<br />

programa denominado: Cooperação Alemã-Brasileira<br />

em Pesquisa no Setor de Energia – NoPa 2.0; para as<br />

áreas temáticas Hidrogênio Verde/PtX, Eletrificação<br />

Direta e Armazenamento de Energia, com fundos<br />

da Sociedade Alemã para Cooperação Internacional<br />

(GIZ) GmbH, em nome do BMZ (Ministério Federal de<br />

Cooperação e Desenvolvimento Econômico), como<br />

parte da iniciativa: DKTI Parceria de Tecnologia entre<br />

Brasil e Alemanha. O projeto foi contemplado via<br />

edital da organização de fomento DAAD (Deutscher<br />

Akademischer Austauschdienst, ou Serviço Alemão de<br />

Intercâmbio Acadêmico, em português).<br />

“Existem critérios de longo e curto prazo dentro<br />

do programa que o projeto de pesquisa estima<br />

alcançar, e cujos impactos e efeitos contribuam para o<br />

desenvolvimento de uma rede internacional e aquisição<br />

de experiência no campo da cooperação internacional”,<br />

explica Ushima.<br />

ATIVIDADES SIMULTÂNEAS<br />

As atividades experimentais do projeto estão sendo<br />

executadas simultaneamente nas duas instituições:<br />

a etapa de gaseificação do bagaço de cana-de-açúcar<br />

em um reator de leito fluidizado, seguida da reforma<br />

térmica do gás de síntese gerado, por exemplo, é<br />

realizada pelo IPT.<br />

A segunda fase, executada no IKFT/KIT, consiste<br />

em realizar a pirólise rápida do bagaço de cana-<br />

-de-açúcar para a obtenção do bio-óleo, que será<br />

então melhorado para precursores de combustível<br />

com maior teor de energia do que o óleo de pirólise<br />

original via hidrogenação catalítica. Os produtos serão<br />

100% renováveis e adequados para refino adicional<br />

em plantas comerciais.<br />

Um dos principais desafios técnicos do projeto é a<br />

deposição excessiva de carbono no reator de reforma<br />

térmica, principalmente quando é utilizado o gás de<br />

síntese bruto, que tem teores elevados de alcatrão e<br />

vapor de água. Essa deposição pode bloquear o reator<br />

de reforma térmica, interrompendo a reforma.<br />

“O alcatrão tem um teor elevado de carbono que,<br />

na reforma térmica, poderá reagir com o vapor d’água<br />

e o dióxido de carbono presente no gás de síntese<br />

bruto, gerando o gás hidrogênio e o monóxido de carbono,<br />

ou se depositar nas paredes do reator na forma<br />

de carbono que, dependendo da intensidade, pode<br />

até bloquear a passagem dos gases. É um dos pontos<br />

INTERNATIONAL COOPERATION<br />

The objective of the project meets the directives<br />

of the program called: German-Brazilian Cooperation<br />

in Research in the Energy Sector – NoPa 2.0<br />

- for the Green Hydrogen/PtX, Direct Electrification,<br />

and Energy Storage areas, with funds from the<br />

German Society for International Cooperation (GIZ)<br />

GmbH., on behalf of the Federal Ministry for Economic<br />

Cooperation and Development (BMZ), as part<br />

of the German Climate and Technology Initiative<br />

(Deutsche Klima- und Technologieinitiative - DKTI)<br />

for the technology partnership between Brazil and<br />

Germany. The project was contemplated under<br />

sponsorship by the German Academic Exchange<br />

Service (Deutscher Akademischer Austauschdienst<br />

- DAAD).<br />

“There are long- and short-term criteria within<br />

the program that the research project aims to<br />

achieve and whose impacts and effects contribute<br />

to the development of an international network<br />

and acquisition of experience in the field of international<br />

cooperation,” explains Ushima.<br />

SIMULTANEOUS ACTIVITIES<br />

The experimental activities of the project are<br />

being carried out simultaneously in both institutions:<br />

the gasification stage of sugarcane bagasse<br />

in a fluidized bed reactor, followed by the thermal<br />

reforming of the syngas generated, for example, is<br />

carried out by IPT.<br />

The second phase, carried out at IKFT/KIT,<br />

consists of performing rapid pyrolysis of sugarcane<br />

bagasse to obtain the bio-oil, which will then be<br />

improved to fuel precursors with higher energy<br />

content than the original pyrolysis oil via catalytic<br />

hydrogenation. The products will be 100% renewable<br />

and suitable for further refining in commercial<br />

plants.<br />

One of the project’s main technical challenges<br />

is the excessive carbon deposition in the thermal<br />

reforming reactor, especially when raw syngas is<br />

used, which has high levels of tar and water vapor.<br />

This deposition can block the thermal reforming<br />

reactor, interrupting the reforming.<br />

“The tar has a high carbon content that, in<br />

thermal reforming, can react with water vapor<br />

and carbon dioxide present in the raw syngas,<br />

generating hydrogen gas and carbon monoxide, or<br />

deposits on the reactor walls in the form of carbon<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

47


PESQUISA<br />

de investigação do projeto”, explica o pesquisador do<br />

IPT.<br />

INTERCÂMBIO DE PESQUISADORES<br />

A execução do projeto envolve um total de 14<br />

colaboradores, sendo sete pesquisadores de cada<br />

instituição. Este não é o primeiro projeto de parceria<br />

entre o IPT e o KIT: em 2009 o pesquisador Ademar<br />

Ushima visitou as instalações do IKFT/KIT e, em 2016,<br />

a assistente de pesquisa Renata Moreira realizou um<br />

treinamento no instituto alemão por meio do PDCE<br />

(Programa de Desenvolvimento e Capacitação no<br />

Exterior) do IPT. Desde então foram mantidos contatos<br />

e algumas publicações científicas foram realizadas em<br />

colaboração.<br />

Em 2020, foi firmado o acordo de cooperação<br />

entre o KIT e IPT, com vigência até julho de 2024:<br />

dentro deste convênio, está sendo desenvolvido outro<br />

projeto de pesquisa que visa estudar duas biomassas<br />

de cana-de-açúcar (bagaço e palha) via pirólise rápida<br />

utilizando uma linha de by-pass com um sistema<br />

denominado quenching medium, que seria um sistema<br />

de resfriamento circulante, utilizando etanol. Ademais,<br />

o melhoramento do bio-óleo de pirólise via hidrogenação<br />

catalítica também é investigado utilizando<br />

novos catalisadores. O projeto está sendo executado<br />

desde 2020 e tem previsão de finalização em 2024.<br />

that, depending on the intensity, can even block the<br />

passage of gases. It is one of the project’s investigation<br />

points,” explains IPT Scientist Ushima.<br />

SCIENTIST EXCHANGE<br />

The execution of the project involves a total of<br />

14 scientists, seven from each institution. This is not<br />

the first research partnership project between IPT<br />

and KIT: in 2009, Scientist Ushima visited the IKFT/<br />

KIT facilities, and in 2016, Research Assistant Renata<br />

Moreira conducted a training at the German<br />

institute through IPT’s Program for Development<br />

and Training Abroad (PDCE). Since then, contacts<br />

have been maintained, and several scientific papers<br />

have been published in collaboration.<br />

In 2020, the cooperation agreement between<br />

KIT and IPT was signed, effective until July 2024:<br />

within this agreement, another research project is<br />

being developed that aims to study two sugarcane<br />

biomasses (bagasse and straw) via rapid pyrolysis<br />

using a by-pass line with a system called quenching<br />

medium, which would be a circulating cooling system,<br />

using ethanol. In addition, the improvement<br />

of bio-oil pyrolysis via catalytic hydrogenation is<br />

also investigated using new catalysts. The project<br />

has been running since 2020 and is expected to be<br />

completed in 2024.<br />

"A parceria entre o IPT e<br />

o KIT está focada em uma<br />

pesquisa colaborativa<br />

dentro da cadeia do H2V,<br />

bem como promover o<br />

intercâmbio e a capacitação<br />

de pesquisadores de ambas<br />

as instituições"<br />

Ademar Hakuo Ushima,<br />

pesquisador do IPT<br />

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PELLETS<br />

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BIOMASS<br />

FOR ENERGY<br />

SCIENCE ADVANCES IN THE<br />

MANUFACTURE OF BIOMASS FROM<br />

DIFFERENT RAW MATERIALS FOR<br />

ENERGY PRODUCTION<br />

P<br />

esquisa desenvolvida pela Unesp (Universidade<br />

Estadual Paulista/Dracena) com<br />

participação da Embrapa Meio Ambiente (SP)<br />

conseguiu incorporar glicerina aos pellets<br />

para potencializar a sua utilização na agroindústria<br />

brasileira. Os pellets são combustíveis sólidos à base<br />

de resíduos de biomassa vegetal, como serragem,<br />

cavacos de madeira e bagaço de cana-de-açúcar, entre<br />

outros, usados para gerar energia elétrica e térmica<br />

em usinas, empresas e aquecimento residencial. Os<br />

modelos de agropellets, contendo glicerol, são mais<br />

densos e podem oferecer soluções mais sustentáveis<br />

para recuperar energia a partir de subprodutos do<br />

bioetanol e biodiesel, reduzindo a dependência de<br />

processamento de madeira e biomassa lenhosa para<br />

biocombustíveis sólidos tradicionais.<br />

R<br />

esearch carried out by São Paulo State<br />

University/Dracena (Unesp) with the<br />

participation of Embrapa Meio Ambiente<br />

(SP) incorporated glycerol into pellets to<br />

enhance their use in Brazilian agribusiness. Pellets<br />

are solid fuels produced from plant biomass waste,<br />

such as sawdust, wood chips, and sugarcane bagasse,<br />

among others, used to generate electrical and<br />

thermal energy in power plants, companies, and<br />

residential heating. Glycerol-containing agro-pellet<br />

models are denser and can offer more sustainable<br />

solutions for recovering energy from bioethanol and<br />

biodiesel by-products, reducing reliance on wood<br />

processing waste and woody biomass for traditional<br />

solid biofuels.<br />

André May, Embrapa Meio Ambiente Scientist,<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

51


PELLETS<br />

O pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, André<br />

May, explica que os pellets são como cubinhos de<br />

biomassa, produzidos a partir de resíduos vegetais,<br />

sobretudo de madeira, de grandes cadeias produtivas.<br />

Atualmente, a principal aplicação dos pellets de madeira<br />

no Brasil é na geração de energia térmica para as<br />

indústrias e o comércio, sendo utilizados por pizzarias,<br />

padarias, hotéis, parques aquáticos, academias de<br />

natação, estufas de pintura, indústrias alimentícias,<br />

lavanderias, etc.<br />

NOVO ELEMENTO<br />

A utilização desses subprodutos já agrega sustentabilidade<br />

à produção energética. Com o estudo,<br />

que foi financiado pela Fapesp (Fundação de Amparo<br />

à Pesquisa do Estado de São Paulo), os cientistas<br />

conseguiram aumentar a densidade de biomassa dos<br />

pellets, a partir da incorporação de glicerol à mistura<br />

de bagaço de cana-de-açúcar (etanol de primeira<br />

geração - 1G) e resíduo lignocelulósico (advindo da<br />

produção de etanol de segunda geração - 2G).<br />

O glicerol é um subproduto do biodiesel. Ele<br />

oferece um aditivo adequado à fabricação de sólidos<br />

combustíveis. No entanto, os estudos sobre estruturas<br />

de biomassa com glicerol para geração de energia<br />

ainda precisavam de mais experimentos e testes<br />

para desenvolver alternativas relacionadas a pellets<br />

não madeireiros, além de aumentar a compreensão<br />

sobre as relações entre matérias-primas, produtos e<br />

processos.<br />

explains that pellets are like biomass cubes, produced<br />

from vegetable waste from large production<br />

chains, especially wood. Brazil’s primary application<br />

of wood pellets generates thermal energy for industrial<br />

processes and commerce, as used by pizzerias,<br />

bakeries, hotels, water parks, swimming academies,<br />

paint-drying kilns, food industries, laundries, etc.<br />

NEW ELEMENT<br />

The use of these by-products already adds<br />

sustainability to energy production. With this study,<br />

which was funded by the State of São Paulo Foundation<br />

for Fostering Research (FAPESP), the scientists<br />

were able to increase the biomass density of the<br />

pellets, from the incorporation of glycerol to the<br />

mixture of sugarcane bagasse (from the production<br />

of first-generation ethanol - 1G) and lignocellulosic<br />

residue (from the production of second-generation<br />

ethanol - 2G).<br />

Glycerol is a by-product of biodiesel. It offers an<br />

additive suitable for the manufacture of combustible<br />

solids. However, studies on biomass structures<br />

with glycerol for power generation still needed more<br />

experiments and tests to develop alternatives to<br />

non-wood pellets and to increase understanding of<br />

the relationships between raw materials, products,<br />

and processes.<br />

“Research has shown that condensing higher<br />

density energy to pellets than those produced from<br />

just the original biomass is possible. This expands<br />

52 www.REVISTABIOMAIS.com.br


“A pesquisa mostrou que é possível condensar<br />

energia de maior densidade aos pellets do que a biomassa<br />

original. Isso amplia a possibilidade de usos e<br />

mercados para esses produtos, como no transporte e<br />

estocagem de energia de forma mais segura”, assegura<br />

May.<br />

FORMAÇÃO DE PELLETS<br />

Ronaldo Viana, pesquisador e professor da Unesp,<br />

líder do estudo, complementa que o objetivo do<br />

projeto foi avaliar se a adição de glicerol a resíduos<br />

agroindustriais do bioetanol, bagaço de cana-de-<br />

-açúcar (primeira geração) e resíduo lignocelulósico<br />

(segunda geração), poderia desenvolver agropellets<br />

adequados para aquecimento e produção de energia.<br />

Os padrões dos produtos gerados foram analisados<br />

para matéria volátil, carbono fixo, densidade,<br />

aparência e poder calorífico. Além disso, foi realizada<br />

a termogravimetria (técnica de análise térmica) e<br />

microscopia eletrônica de varredura dos pellets formados<br />

para fornecer mais informações sobre sua estabilidade<br />

térmica, morfologia e propensão à formação de<br />

escória (impurezas) e incrustação.<br />

“Obtivemos evidências da formação de pellets<br />

de qualidade utilizando essas matérias-primas. Seus<br />

produtos podem ser tão importantes quanto biocombustíveis<br />

advindos de madeira de primeira qualidade,<br />

fornecendo excelentes soluções industriais, com alto<br />

rendimento da linha de peletização, capazes de gerar<br />

calor e energia nos mais rigorosos sistemas de combustão<br />

residenciais e comerciais”, observa Viana.<br />

the possibility of uses and markets for these products,<br />

such as in the transportation and storage of<br />

energy in a safer way,” says May.<br />

PELLET FORMATION<br />

Ronaldo Viana, Scientist and Professor at Unesp,<br />

leader of the study, adds that the objective of the<br />

project was to evaluate whether the addition of<br />

glycerol to agro-industrial residues of bioethanol,<br />

sugarcane bagasse (first-generation), and lignocellulosic<br />

residue (second-generation), could<br />

develop agro-pellets suitable for heating and energy<br />

production.<br />

The samples of the generated products were<br />

analyzed for volatile matter, fixed carbon, density,<br />

appearance, and calorific value. In addition,<br />

thermogravimetry (thermal analysis technique) and<br />

scanning electron microscopy of the formed pellets<br />

were performed to provide more information about<br />

their thermal stability, morphology, and propensity<br />

to slag formation (impurities) and fouling.<br />

“We obtained evidence of the formation of quality<br />

pellets using these raw materials. The products<br />

can be as important as biofuels from top quality<br />

wood, providing excellent industrial solutions, with<br />

high pelletizing line yield, capable of generating<br />

heat and energy in the most rigorous residential and<br />

commercial combustion systems,” notes Viana.<br />

GLYCEROL IN PELLETIZING<br />

Glycerol is the most significant by-product of<br />

"A pesquisa mostrou que é possível condensar energia<br />

de maior densidade aos pellets do que a biomassa<br />

original. Isso amplia a possibilidade de usos e mercados<br />

para esses produtos, como no transporte e estocagem<br />

de energia de forma mais segura"<br />

André May, pesquisador da Embrapa<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

53


PELLETS<br />

GLICEROL NA PELETIZAÇÃO<br />

O glicerol é o subproduto mais significativo oriundo<br />

do biodiesel. A produção global desse biocombustível<br />

ultrapassa 46 milhões de m3 (metros cúbicos), o<br />

que é uma quantidade significativa, com tendência de<br />

aumento até 2050. Sua conversão para biocombustíveis<br />

e bioquímicos oferece à indústria de biodiesel<br />

soluções para equilibrar vantagens econômicas e<br />

desafios socioambientais.<br />

A utilização do glicerol tem aplicação direta como<br />

combustível e também como aditivo para combustível<br />

e alimentos. O glicerol combustível é altamente viscoso<br />

e produz uma quantidade significativa de cinzas,<br />

diminuindo o poder calorífico. Como resultado, limita<br />

a eficiência de conversão térmica dos fornos, caldeiras,<br />

motores e microturbinas.<br />

O método mais comum de integração de glicerol<br />

à biomassa é como aditivo para pellets passíveis de<br />

queima. A peletização oferece um bom custo-benefício<br />

para converter materiais inorgânicos e biogênicos<br />

de baixa qualidade em matérias-primas para combustíveis<br />

sólidos granulares e densos em energia, melhorando<br />

seu transporte, armazenamento e utilização.<br />

biodiesel. The global production of this biofuel exceeds<br />

46 million m3 annually, a considerable amount,<br />

with an increasing trend to 2050. Its conversion to<br />

biofuels and biochemicals offers the biodiesel industry<br />

solutions to balance economic advantages and<br />

socio-environmental challenges.<br />

Glycerol has direct applications as a fuel and<br />

an additive for fuel and food. Fuel glycerol is highly<br />

viscous and produces significant ash, decreasing<br />

the calorific value. As a result, it limits the thermal<br />

conversion efficiency of furnaces, boilers, engines,<br />

and microturbines.<br />

"Obtivemos evidências<br />

da formação de pellets<br />

de qualidade fornecendo<br />

excelentes soluções<br />

industriais, com alto<br />

rendimento da linha de<br />

peletização, capazes de<br />

gerar calor e energia<br />

nos mais rigorosos<br />

sistemas de combustão<br />

residenciais e comerciais"<br />

Rodrigo Viana, professor e<br />

pesquisador da Unesp<br />

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FEIRA DO SETOR FLORESTAL TEVE PARTICIPAÇÃO<br />

DE EMPRESAS DO SEGMENTO DE BIOMASSA<br />

FOTOS REFERÊNCIA E MALINOVSKI<br />

C<br />

om lançamentos, demonstrações<br />

dinâmicas e um grande público<br />

interessado, a V Expoforest – Feira<br />

Florestal Brasileira, reuniu mais de<br />

200 empresas que estiveram expondo seus<br />

lançamentos e últimas novidades para o setor. O<br />

evento se consolidou como a maior feira florestal<br />

dinâmica do planeta e aconteceu entre os dias<br />

9 e 11 de agosto, em uma área de plantação de<br />

eucaliptos pertencente à International Paper<br />

(atual Sylvamo), em Guatapará (SP), município da<br />

região de Ribeirão Preto (SP). A exposição atraiu<br />

pessoas de todos os Estados do Brasil e visitantes<br />

de 43 países diferentes, que foram conferir de<br />

perto alguns dos lançamentos mundiais realizados<br />

aqui. O mercado estava ansioso em apresentar<br />

os lançamentos uma vez que a feira não era<br />

realizada há 5 anos e outro motivo do sucesso foi<br />

por ter sido o primeiro do gênero e porte a ser<br />

realizado após a pandemia do covid-19.<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

57


FEIRA<br />

O diretor comercial da Revista REFERÊNCIA<br />

BIOMAIS, Fábio Machado, esteve presente e<br />

considera que essa foi a melhor edição do encontro.<br />

“A Expoforest 2023 foi excelente. Foi a melhor<br />

de todas já realizada, com mais visitantes, com<br />

os expositores mais satisfeitos e tudo isso em<br />

um momento em que o setor florestal também<br />

está atravessando um momento positivo. Foi<br />

uma feira de todo mercado e a Expoforest agora<br />

mudou de patamar. Está no nível de uma feira realmente<br />

internacional, maior feira dinâmica que<br />

cada vez mais vai atrair visitantes do mundo para<br />

conhecer o evento”, avalia Fábio. “A qualidade, a<br />

quantidade e diversificação dos visitantes, não<br />

digo que surpreendeu porque já imaginava que<br />

seria grande, mas que realmente fez jus ao nome<br />

de falar que é uma feira extreme”, completa o<br />

diretor da Revista REFERÊNCIA BIOMAIS.<br />

Empresas que atuam no setor da biomassa<br />

marcaram presença mostrando suas novidades<br />

que prometem movimentar o mercado. Confira!<br />

"A Expoforest agora<br />

mudou de patamar. Está<br />

no nível de uma feira<br />

realmente internacional,<br />

maior feira dinâmica que<br />

cada vez mais vai atrair<br />

visitantes do mundo para<br />

conhecer o evento"<br />

Fábio Alexandre Machado,<br />

diretor da Revista REFERÊNCIA<br />

SHEILA BACHIEGA E FÁBIO BACHIEGA, DIRETORES DA BACHIEGA COM<br />

FÁBIO MACHADO, DIRETOR COMERCIAL DA REVISTA BIOMAIS<br />

BACHIEGA<br />

A empresa Bachiega foi uma das atrações da feira com sua<br />

carreta estande e com seu novo lançamento. “Apresentamos<br />

na Expoforest o piso móvel patenteado pela nossa empresa.<br />

Um equipamento com capacidade para 111 m3 (metros<br />

cúbicos) que fez muito sucesso. Viemos com a carreta estande<br />

reestilizada, onde foi instalada uma base de piso móvel com<br />

diferentes tipos de perfis para diversas aplicações. Foi muito<br />

boa a feira, recebemos clientes do Brasil todo e da América do<br />

Sul”, elogiou Sheila Bachiega, diretora da empresa.<br />

58 www.REVISTABIOMAIS.com.br


BRUNO FOREST<br />

A Bruno Forest apresentou o novo integrante da sua linha de<br />

picadores florestais: o Titan. Os visitantes da Expoforest 2023 puderam<br />

conferir o desempenho do equipamento durante as demonstrações<br />

que ocorreram nos três dias de feira. “Nosso lançamento,<br />

que trouxemos para a Expoforest, é o Titan, um picador florestal de<br />

mil cavalos, que apresenta robustez, segurança e alta produtividade<br />

nas mais diversas essências florestais”, destacou Lucas Antonini,<br />

gerente de vendas da área florestal da empresa.<br />

LUCAS ANTONINI, GERENTE DE<br />

VENDAS DA ÁREA FLORESTAL<br />

DA BRUNO<br />

DRV - FACAS E SERRAS INDUSTRIAIS<br />

O trailer Afiação e Área de Vivência foi a grande novidade lançada pela<br />

DRV – Facas e Serras Industriais, durante a Expoforest. O conjunto entrega<br />

um ganho geral importante, além de humanizar toda a operação. “Na parte<br />

interna temos todo o microprocedimento de afiação. É uma novidade, não<br />

existe no mercado. Uma vez que programou, o equipamento vai trabalhar de<br />

forma autônoma, garantindo mobilidade para o operador do picador. Quando<br />

terminar o processo, a máquina se desliga e o operador faz a reposição das<br />

facas. Isso vai agregar muito valor na operação, porque vai conseguir ter uma<br />

performance melhor do picador, menor consumo de combustível, melhor<br />

qualidade do cavaco”, relatou Diego Vieira, diretor da DRV.<br />

EQUIPE DRV NA EXPOFOREST 2023<br />

Foto: Fabiano Mendes<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

59


FEIRA<br />

MICHEL SCHRÖDER, GERENTE<br />

COMERCIAL DA HYVA BRASIL<br />

HYVA DO BRASIL<br />

Como fornecedora de soluções, a Hyva do Brasil oferta ao mercado solução<br />

completa para o segmento de transporte de biomassa, ou seja: tomada de força,<br />

kit hidráulico e o piso móvel. Aproveitando o evento, a Hyva agradeceu seus<br />

clientes, parceiros e fornecedores pela conquista de um número importante de<br />

equipamentos comercializados. “Trouxemos para essa edição, o modelo de piso<br />

CF500 SL-C, piso móvel mais utilizado nas operações de transporte de biomassa,<br />

tanto em aplicações rodoviárias, quanto estacionárias. Para demonstrar o funcionamento,<br />

foi exposto no estande, um modelo de unidade hidráulica estacionária,<br />

com capacidade de movimentar o piso nas mais variadas necessidades, permitindo<br />

inclusive regular a velocidade da carga e descarga. Também trouxemos<br />

dois modelos de kits hidráulicos apropriados para operação de pisos móveis.<br />

Aproveitamos para comemorar, ainda, a marca de 4 mil pisos móveis vendidos no<br />

Brasil”, enalteceu Michel Schröder, gerente comercial da Hyva do Brasil.<br />

VANTEC<br />

Especialista em picadores florestais, a Vantec está completando 60<br />

anos de mercado em 2023. A empresa levou para a Expoforest o picador<br />

com esteira que tem se destacado no mercado pela boa propulsão.<br />

“O cliente vem ao nosso estande e sai daqui com a opção correta. Cada<br />

cliente tem um tipo de operação e temos o produto que se encaixa na<br />

necessidade dele. O mercado de biomassa vem crescendo muito graças a<br />

evolução da cogeração de energia no Brasil e a tendência é crescer ainda<br />

mais”, salientou Adriano Vanzin, diretor presidente da empresa.<br />

FÁBIO MACHADO, DIRETOR COMERCIAL DA REVISTA BIOMAIS<br />

E ADRIANO VANZIN, DIRETOR PRESIDENTE DA VANTEC<br />

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á 33 anos, a Dujua Máquinas e Equipamentos<br />

vem se destacando no mercado, entregando<br />

soluções inovadoras para clientes em todo<br />

o mundo. Com sede em Agrolândia (SC), a<br />

empresa mantém seu compromisso original de oferecer<br />

produtos de alta qualidade, eficientes e voltados para<br />

o futuro, aliando a experiência de seus profissionais<br />

dedicados a melhorar constantemente o setor.<br />

A inovação é o combustível que impulsiona o<br />

trabalho na Dujua, estimulando a busca por novas descobertas<br />

e aperfeiçoamentos constantes, que ao longo<br />

do caminho firmou parcerias importantes e estabeleceu<br />

um sistema interno de crescimento de carreira, focado<br />

na especialização profissional. Seu time trabalha na<br />

instalação de sistemas completos de biomassa para o<br />

mercado mundial, com maior atuação no continente<br />

americano.<br />

O propósito da empresa permanece inabalável:<br />

Projetar, fabricar e montar equipamentos da mais alta<br />

qualidade e durabilidade. Além disso, a Dujua abraça<br />

sua responsabilidade socioambiental, reconhecendo a<br />

importância de práticas industriais sustentáveis. Nesse<br />

sentido, a empresa está comprometida com a utilização<br />

de recursos renováveis normalmente utilizados em<br />

plantas de cogeração de energia, visando a preservação<br />

ambiental.<br />

62 www.REVISTABIOMAIS.com.br


SILO HORIZONTAL<br />

A Dujua orgulha-se de apresentar um projeto exemplar<br />

que reflete seu compromisso com a sustentabilidade<br />

e eficiência energética: o sistema de alimentação<br />

completo para caldeira. Neste projeto, destaca-se um<br />

silo horizontal de capacidade de até 30 mil m³ (metros<br />

cúbicos) de armazenamento, com sistema de alimentação<br />

e extração totalmente automatizado proporcionando<br />

eficiência, flexibilidade e maior segurança<br />

operacional.<br />

Entre os benefícios desta solução destacam-se: a<br />

automação total do sistema que reduz a necessidade<br />

de intervenção manual, minimizando os riscos de erros<br />

humanos e aumentando a eficiência operacional. Com<br />

as soluções Dujua, cada etapa do processo de alimentação<br />

é controlada com precisão, garantindo um fluxo<br />

contínuo e confiável.<br />

O suprimento contínuo de combustível é outro diferencial.<br />

O sistema oferece um suprimento ininterrupto<br />

de combustível para a caldeira, isso é especialmente<br />

valioso em um processo de alta demanda energética,<br />

onde a disponibilidade contínua de combustível é fundamental<br />

para a operação sem interrupções.<br />

A otimização do consumo de combustível é outro<br />

importante benefício. As roscas extratoras móveis integradas<br />

ao sistema fornecem mobilidade e flexibilidade<br />

excepcionais. Com essa capacidade de estocagem e<br />

ajuste preciso, garantem um processo eficiente, seguro<br />

e econômico. Além disso, o sistema conta com um conjunto<br />

alimentador (pulmão) de 100 m³ de estocagem<br />

em frente a cada caldeira, isso permite uma adaptação<br />

rápida às necessidades da caldeira, otimizando o consumo<br />

de combustível e reduzindo desperdícios.<br />

COMPROMISSO COM A EXCELÊNCIA<br />

A Dujua ressalta seu compromisso contínuo com a<br />

excelência, por isso a empresa continua empenhada em<br />

desenvolver soluções inovadoras para seus parceiros e<br />

clientes, alinhadas com os princípios da sustentabilidade<br />

ambiental e energética, sabendo que suas soluções<br />

têm o potencial de contribuir significativamente para<br />

um mundo mais sustentável e eficiente.<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

63


ARTIGO<br />

MANEJO DA BIOMASSA E<br />

SUSTENTABILIDADE NUTRICIONAL<br />

EM POVOAMENTOS DE<br />

EUCALYPTUS SPP. EM PEQUENAS<br />

PROPRIEDADES RURAIS<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

MAURO VALDIR SCHUMACHER<br />

UFSM (Universidade Federal de Santa Maria)<br />

RUDI WITSCHORECK<br />

UFSM (Universidade Federal de Santa Maria)<br />

FRANCINE NEVES CALIL<br />

UFG (Universidade Federal de Goiás)<br />

VICENTE GUILHERME LOPES<br />

Unipampa (Universidade Federal do Pampa)<br />

64 www.REVISTABIOMAIS.com.br


RESUMO<br />

O<br />

estudo foi realizado com o objetivo de<br />

subsidiar práticas de manejo nutricional<br />

de povoamentos de Eucalyptus<br />

spp. em pequenas propriedades rurais<br />

no estado do Rio Grande do Sul. Foram avaliados<br />

povoamentos de 2, 4, 6 e 8 anos de idade, com<br />

amostragem de 24 árvores e determinação da biomassa<br />

e nutrientes nos componentes: folha, galho<br />

vivo, galho morto, madeira e casca do tronco e raiz.<br />

Também foi estimada a biomassa e o conteúdo<br />

de nutrientes no sub-bosque e na serapilheira. A<br />

biomassa e o estoque de nutrientes no eucalipto<br />

foram estimados por meio do produto dos valores<br />

médios por componente, classe diamétrica e<br />

número de árvores por hectare, e no sub-bosque<br />

e serapilheira, por extrapolação com base na área<br />

das unidades amostrais. A eficiência de utilização<br />

dos nutrientes no eucalipto foi estimada através do<br />

CUB (coeficiente de utilização biológico). Considerando-se<br />

o estoque total de nutrientes no eucalipto,<br />

em média, a partição, por nutriente, obedeceu<br />

a seguinte ordem: Ca (40,0%), N (25,6%), K (22,6%),<br />

Mg (5,9%), S (3,1%), P (2,8%); e por componente:<br />

casca do tronco (27,5%), folha (25,1%), madeira do<br />

tronco (22,5%), galho vivo (14,4%), raiz (9,4%) e<br />

galho morto (1,1%). A serapilheira e o sub-bosque<br />

desempenham importante função na manutenção<br />

dos nutrientes no ecossistema florestal, e acumularam<br />

em média, em relação ao estoque total no<br />

eucalipto, para N, P, K, Ca, Mg e S, respectivamente,<br />

47,1%, 34,0%, 33,6%, 32,8%, 35,3% e 36,6%.<br />

A colheita florestal realizada em povoamentos<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

65


ARTIGO<br />

jovens acarreta perda no rendimento de madeira<br />

do tronco e maior exportação relativa de nutrientes<br />

(menor CUB). A colheita total da biomassa de<br />

eucalipto acima do solo, quando comparada com a<br />

colheita apenas da madeira do tronco, aumentou a<br />

exportação de N, P, K, Ca, Mg e S, respectivamente,<br />

em 83%, 152%, 193%, 445%, 305% e 49%, ao passo<br />

que a remoção de biomassa aumentou apenas<br />

20%.<br />

INTRODUÇÃO<br />

O eucalipto é a essência mais utilizada em plantios<br />

florestais no Brasil, em 2015, dos 7,8 milhões<br />

de ha (hectares) de área total, 5,6 milhões de ha ou<br />

71,8% eram ocupados com espécies desse gênero,<br />

A medida que a<br />

densidade de plantas<br />

aumenta a produção por<br />

unidade de área também<br />

aumenta, ao passo que<br />

a biomassa por planta<br />

diminui<br />

66 www.REVISTABIOMAIS.com.br


dos quais, 6% pertenciam ao Rio Grande do Sul<br />

(IBÁ - Indústria Brasileira de Árvores -, 2016).<br />

O desenvolvimento rural sustentável implica<br />

no planejamento adequado do processo de produção<br />

agrícola e florestal, identificando e protegendo<br />

adequadamente as áreas de proteção para que se<br />

preserve água, biodiversidade e outros serviços<br />

ambientais, de forma a possibilitar o uso racional<br />

dos espaços produtivos da paisagem. No caso de<br />

plantações florestais, por exemplo, o setor evoluiu<br />

bastante neste sentido, com a adoção de práticas<br />

sustentáveis de manejo florestal.<br />

Na área do presente estudo, os plantios de eucalipto<br />

apresentam vários aspectos positivos. Economicamente,<br />

as florestas proporcionam biomassa<br />

barata que viabiliza atividades que necessitam<br />

dessa fonte de energia. Ecologicamente, além de<br />

amenizar a pressão sobre os parcos remanescentes<br />

de florestas naturais, os plantios de eucalipto possibilitam<br />

a melhor utilização da área das propriedades,<br />

permitindo a reintegração de áreas marginais,<br />

mal drenadas ou de topografia mais acidentada,<br />

nas quais desempenham importante papel na<br />

preservação do solo e dos recursos hídricos.<br />

Mais recentemente, as florestas de crescimento<br />

rápido, principalmente, como as de eucalipto,<br />

estão sendo indicadas como possíveis drenos do<br />

carbono atmosférico. Desde a revolução industrial,<br />

em decorrência da utilização de combustíveis fósseis<br />

e da destruição das florestas naturais, houve<br />

uma elevação de mais de 20% na concentração<br />

de CO2 (dióxido de carbono) na atmosfera (Lal;<br />

Kimble; Follett, 1998). O efeito estufa é natural e<br />

necessário para a continuidade da vida na terra,<br />

porém, a intensificação desse fenômeno, causada<br />

por atividades humanas, está causando a mudança<br />

climática global (Gurevitch; Scheiner; Fox, 2009).<br />

Como os vegetais têm a capacidade de fixar o<br />

carbono, os plantios de floresta têm se mostrado<br />

uma alternativa para o sequestro de carbono.<br />

Este trabalho teve como objetivo caracterizar a<br />

produção de biomassa e a distribuição e eficiên-<br />

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ARTIGO<br />

cia de utilização dos nutrientes ao longo do ciclo<br />

produtivo dos povoamentos de Eucalyptus spp.,<br />

em pequenas propriedades rurais, para orientar<br />

o manejo adequado da biomassa com vistas à<br />

sustentabilidade nutricional.<br />

MATERIAL E MÉTODO<br />

O estudo foi realizado em pequenas propriedades<br />

rurais no município de Vera Cruz (RS), em<br />

povoamentos de 2, 4, 6 e 8 anos de idade. Segundo<br />

Köppen, a área compreende o tipo climático Cfa2,<br />

que corresponde ao clima subtropical (Moreno,<br />

1961). A precipitação pluviométrica da região fica<br />

em torno de 1.650 mm (milímetros) anuais. Os<br />

solos pertencem ao Grupo São Bento, tendo como<br />

material de origem arenitos, siltitos e argilitos da<br />

formação rosário do sul (Santa Maria), originados<br />

de deposições sedimentares de natureza flúvio-lacustre<br />

do período triássico (Vieira, 1984).<br />

Os povoamentos foram selecionados de modo<br />

que representassem as condições de cultivo da<br />

espécie florestal em área de primeiro corte na<br />

região do estudo. O inventário florestal consistiu<br />

na distribuição aleatória de quatro parcelas de<br />

12m x 20m (metros), em cada um dos povoamentos,<br />

foram medidos todos os DAP (diâmetros das<br />

árvores a altura do peito), com auxílio de uma fita<br />

diamétrica, e 20% da altura total das árvores mais<br />

altas, com hipsômetro de precisão.<br />

A partir dos dados obtidos no inventário florestal,<br />

a amplitude diamétrica observada em cada<br />

povoamento foi dividida em 3 classes de diâmetro<br />

(DAP), sendo abatidas duas árvores com diâmetro<br />

médio em cada classe, totalizando 6 árvores por<br />

povoamento. Após o abate de cada árvore-amostra,<br />

a biomassa foi dividida em folha, galho vivo,<br />

galho morto, madeira, casca e raiz. Paralelamente<br />

à determinação de biomassa foi realizada uma<br />

cubagem rigorosa do fuste, segundo o método de<br />

Smalian. Para facilitar a pesagem e a obtenção das<br />

medidas de diâmetro, com e sem casca, o tronco<br />

foi seccionado nos pontos de cubagem (0,1; 0,3;<br />

1,3; 2,3; 3,3 m; e assim, sucessivamente, a intervalos<br />

de 1m, até o diâmetro mínimo de 3 cm (centímetros)<br />

- a partir do qual, foi considerado como galho<br />

vivo. Cada secção do tronco foi pesada com e sem<br />

casca para definir a biomassa de madeira e casca. A<br />

biomassa de raiz foi determinada após escavação<br />

68 www.REVISTABIOMAIS.com.br


do sistema radicular, manual e com retroescavadeira,<br />

até que se observassem raízes. Antes da<br />

pesagem as raízes foram lavadas para a retirada do<br />

solo aderido.<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

Apesar de grande variabilidade no espaçamento,<br />

de modo geral, os povoamentos são implantados<br />

sob excessiva densidade populacional, na<br />

sua maioria, em torno de 3 m2 (metros quadrados)<br />

por planta, mas que devido à taxa de mortalidade,<br />

apresentam redução no número de indivíduos algum<br />

tempo após o plantio. Apesar disso, os índices<br />

de produtividade, em termos de volume de madeira<br />

com casca, são elevados, evidenciando o grande<br />

potencial produtivo dos solos da região para a<br />

silvicultura. Os povoamentos estudados não receberam<br />

qualquer tipo de fertilização por ocasião do<br />

plantio, no entanto, em virtude da proximidade<br />

de cultivos agrícolas, notadamente o fumo, que<br />

recebe uma carga elevada de fertilizantes, pode ter<br />

A partição de biomassa<br />

sofre forte controle<br />

genético, entretanto,<br />

pode variar nas diferentes<br />

fases de crescimento<br />

das árvores, além da<br />

influência das condições<br />

de desenvolvimento,<br />

como a densidade de<br />

plantio<br />

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ARTIGO<br />

havido algum aporte via escorrimento superficial.<br />

A partição de biomassa sofre forte controle genético,<br />

entretanto, pode variar nas diferentes fases<br />

de crescimento das árvores, além da influência das<br />

condições de desenvolvimento, como a densidade<br />

de plantio. Leite et al. (1997) estudando Eucalyptus<br />

grandis em Santa Barbara (MG) e Ladeira et al.<br />

(2001) na região de Três Marias (MG) em povoamentos<br />

de Eucalyptus camaldulensis, Eucalyptus<br />

pellita e Eucalyptus urophylla, constataram, sob<br />

diferentes espaçamentos de plantio, que a medida<br />

que a densidade de plantas aumenta a produção<br />

por unidade de área também aumenta, ao passo<br />

que a biomassa por planta diminui. Esses autores<br />

também verificaram que quanto menor o espaçamento<br />

entre plantas maior a alocação de biomassa<br />

no tronco e menor na copa. Além do espaçamento<br />

em si, o arranjo espacial das plantas na linha e na<br />

entrelinha de plantio pode influenciar a produção<br />

de biomassa, quando considerada a mesma<br />

densidade populacional, como ficou demonstrado<br />

por Assis et al. (1999) para Eucalyptus urophylla na<br />

região de cerrado de Minas Gerais.<br />

Em relação à idade dos povoamentos, Ladeira<br />

et al. (2001) observaram entre 15 e 84 meses<br />

pós-plantio que a biomassa relativa de madeira e<br />

casca do tronco aumentou em função da idade,<br />

enquanto o inverso aconteceu com galho e folha.<br />

A magnitude da exportação de nutrientes é diretamente<br />

proporcional à quantidade de biomassa<br />

e ao teor nutricional dos componentes envolvidos<br />

na colheita florestal. O teor de nutrientes varia em<br />

função de fatores como: espécie (capacidade de<br />

absorção, distribuição e utilização dos nutrientes);<br />

época do ano, componente da biomassa; solo<br />

(fertilidade); idade da floresta e condições de<br />

desenvolvimento (densidade de plantio, competição)<br />

(Binkley, 1986; Reis; Barros, 1990; Pallardy,<br />

70 www.REVISTABIOMAIS.com.br


2008). Uma forma de expressar conjuntamente os<br />

diversos fatores que condicionam a concentração<br />

de nutrientes no tecido vegetal é o CUB (Barros et<br />

al., 1986). O CUB representa quantas unidades de<br />

biomassa são formadas por unidade de nutriente,<br />

ou seja, quanto maior o valor, mais eficiente é a<br />

conversão dos nutrientes em biomassa. Em termos<br />

práticos, esse coeficiente deve ser o maior possível,<br />

com isso, será exportado menos nutriente por<br />

unidade de biomassa.<br />

CONCLUSÕES<br />

Os fundamentos da ciclagem de nutrientes<br />

devem ser aplicados ao manejo da biomassa para<br />

manter a fertilidade do solo e diminuir a necessidade<br />

de adubação. Nesse sentido, o sub-bosque e a<br />

serapilheira são importantes compartimentos para<br />

a manutenção dos nutrientes no sistema.<br />

A ciclagem interna de nutrientes aumenta a eficiência<br />

de utilização dos nutrientes (CUB) ao longo<br />

da idade do povoamento, reduzindo a exportação<br />

relativa de nutrientes pela colheita florestal. O<br />

aumento da biomassa relativa em função da idade<br />

contribui para um maior rendimento de madeira<br />

nos povoamentos após os 6 anos de idade.<br />

A restrição da exportação de biomassa somente<br />

à madeira do tronco, mantendo casca do tronco,<br />

raiz e os demais componentes da copa como<br />

resíduo sobre o solo, é a medida mais importante<br />

para a redução do impacto nutricional da colheita<br />

florestal.<br />

A observância à idade de colheita florestal e à<br />

intensidade de remoção da biomassa associadas<br />

ao manejo correto dos resíduos pós-colheita, são<br />

medidas efetivas à sustentabilidade nutricional de<br />

plantios de eucalipto.<br />

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SETEMBRO 2023<br />

DESTAQUE<br />

CONGRESSO ECOENERGY 2023<br />

Data: 20 a 22<br />

Local: São Paulo (SP)<br />

Informações: https://congressoecoenergy.com.br/<br />

VII FÓRUM COGEN<br />

Data: 20<br />

Local: São Paulo (SP)<br />

Informações: https://www.cogen.com.br/<br />

OUTUBRO 2023<br />

360SOLAR<br />

Data: 26 e 27<br />

Local: Florianópolis (SC)<br />

Informações: https://360solar.com.br/<br />

HYDROGEN DIALOGUE LATIN AMERICA –<br />

EDIÇÃO BRASIL<br />

Data: 18 e 19<br />

Local: São Paulo (SP)<br />

Informações: https://hydrogendialoguelatam.com/<br />

III SALÃO DE GÁS RENOVÁVEL<br />

Data: 3 e 4<br />

Local: Valladolid (Espanha)<br />

Informações: https://www.salondelgasrenovable.com/<br />

FWS SOUTH AMERICA – OFFSHORE WIND<br />

Data: 18 a 20 de setembro<br />

Local: Rio de Janeiro (RJ)<br />

Informações: https://fwssouthamerica.com/<br />

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America Offshore Wind, evento que pretende atrair representantes<br />

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OPINIÃO<br />

Foto: divulgação<br />

POR UM CANAL DIRETO<br />

ENTRE CIÊNCIA E<br />

SOCIEDADE<br />

A<br />

degradação da capacidade da visão científica<br />

influenciar processos decisórios na sociedade é um<br />

fenômeno global. Iniciado no final do Século XX,<br />

aprofundado pelo advento das redes sociais, ganha<br />

hoje contornos de colapso com a expectativa do casamento<br />

iminente entre sistemas de IA (inteligência artificial), buscadores<br />

de internet e canais de imagem. Localizar a melhor verdade<br />

no ambiente binário e polarizado das redes, já é um grande<br />

desafio. Este quadro, a cada semana, só vai piorar.<br />

O padrinho dos chatboxs, Geoffrey Hinton, é franco: a IA é<br />

uma ameaça existencial para a humanidade. A Era da Desinformação<br />

já começou. As melhores verdades, aquelas construídas<br />

por método, terão protagonismo no corpo social munidas<br />

apenas com a arma da divulgação científica?<br />

Difundir a evolução dos fatos científicos é essencial. Cerca<br />

de 5 mil jornalistas trabalham nessa missão para instituições<br />

do setor, voltados para a bolha do conhecimento. Ou seja, não<br />

navegam no oceano difuso, habitado por públicos de diversas<br />

capacidades cognitivas, imersos na guerra cultural. E, se<br />

apenas 8% dos brasileiros produzem e compreendem dados<br />

complexos, ali a lógica informacional nem explica, nem seduz.<br />

Como dialogar com leigos diante do avanço exponencial<br />

e diuturno da complexidade científica?<br />

Sabemos que o real papel da ciência não faz sentido crítico,<br />

urgente e estratégico no ambiente convencional do poder,<br />

em Brasília (DF), nem tampouco entre formadores da opinião<br />

pública. Assistimos há uma década, ano após ano, em governos<br />

distintos, a decomposição do orçamento público do setor.<br />

A comunidade científica global começa a discutir alternativas.<br />

Muitos ainda com a fé de que há de voltar o tempo<br />

em que a definição do orçamento era uma conversa de três<br />

cafezinhos. No exemplo da pesquisa agropecuária, o presidente<br />

da república e os ministros da Fazenda e da Agricultura. Esse<br />

mundo não existe mais.<br />

No hard power brasileiro não há espaço para questões<br />

estratégicas. O futuro chega aos soluços. Na Holanda, segundo<br />

maior exportador de alimentos em volume financeiro (mesmo<br />

sendo 176 vezes menor que o Brasil) nada é feito sem que o<br />

Estado, a iniciativa privada e a Universidade de Wageningen<br />

sentem à mesma mesa.<br />

Umberto Eco, professor titular de Comunicação da Universidade<br />

de Bolonha, antecipou esse quadro caótico com<br />

uma frase dita na semana de lançamento do twitter: seremos<br />

governados por uma legião de idiotas.<br />

No plano internacional, a trajetória do negacionismo<br />

quebrou paradigmas: a mentira passou a ter perna longa. A resiliência<br />

de narrativas contra a vacina atinge ainda 60 milhões<br />

de norte americanos. Os britânicos começam a ouvir o que os<br />

cientistas (cerca de dez mil) foram às ruas gritar no earth day,<br />

de 2017: o Brexit vai implodir pesquisas da maior relevância<br />

em curso com a UE (União Europeia). Boris Johnson perdeu seu<br />

assento no Parlamento. Cinco anos depois...<br />

Essa força teria pouco a ver com o conteúdo das mensagens<br />

e muito com dois sentimentos fundantes da guerra<br />

cultural: pertencimento e ressentimento. Estimular a revanche<br />

contra quem estudou dá clics, dá votos.<br />

Enquanto isto, a potência transformadora das soluções<br />

tecnológicas sustentáveis brasileiras não consegue lugar nas<br />

cenas interna e externa.<br />

Precisamos invadir essa praia. Inserir a iniciação científica e<br />

tecnológica no ensino básico; a disciplina comunicação em todas<br />

as graduações; usar o soft power para dialogar com quem<br />

vota, sem intermediários. Seria um bom começo.<br />

As Ciências produzidas nos trópicos formam, em seu<br />

conjunto, uma causa: contribuem em todas as agendas críticas<br />

do planeta. Senhoras e senhores pesquisadores, vamos ao<br />

twitter...<br />

Por Fernando Barros<br />

Diretor de Comunicação Estratégica do Instituto Fórum do Futuro<br />

Foto: divulgação<br />

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