antidepressão a revolucionária terapia do bem-estar(1)(1)
comunidade profissional nas últimas duas décadas como o melhor tratamento paraas formas mais graves de depressão.Os dois grupos de pacientes fizeram tratamento por um período de 12 semanas.Todos eles foram avaliados sistematicamente com extensos testes psicológicos antesda terapia e em vários intervalos mensais durante um ano após sua conclusão. Osprofissionais que aplicaram os testes não foram os terapeutas que administraram otratamento, o que garantiu uma avaliação objetiva dos méritos de cada método.Os pacientes vinham sofrendo episódios de depressão moderada a grave. A maiorianão havia apresentado melhora apesar do tratamento prévio com dois ou maisterapeutas em outras clínicas. Três quartos deles possuíam tendências suicidas naépoca em que foram encaminhados. Em média, os pacientes vinham sofrendo dedepressão crônica ou intermitente havia oito anos. Muitos estavam absolutamenteconvictos de que seus problemas não tinham solução e não sentiam a menor vontadede viver. Talvez o seu caso não pareça tão complicado como esses. Essa populaçãofoi escolhida justamente para que o tratamento pudesse ser testado sob as condiçõesmais difíceis e desafiadoras.O resultado do estudo foi muito inesperado e animador. A terapia cognitiva foino mínimo tão eficaz quanto aquela com antidepressivos, se não mais. Como é possívelobservar (Quadro 1, a seguir), 15 dos 19 pacientes tratados com terapia cognitivahaviam apresentado uma redução considerável dos sintomas após 12 semanas de tratamentoativo. 11 Outros dois haviam melhorado, mas ainda apresentavam sintomasde transtorno borderline ou depressão leve. Apenas um paciente havia abandonadoo tratamento, e um ainda não havia apresentado melhoras ao fim desse período.Por outro lado, apenas 5 dos 25 pacientes tratados com medicamentos antidepressivoshaviam se mostrado totalmente recuperados ao fim do período de 12 semanas.Desses pacientes, 8 abandonaram a terapia devido aos efeitos colaterais adversosda medicação, e outros 12 não apresentaram melhora alguma, ou somente parcial.Foi de particular importância descobrir que muitos pacientes tratados com terapiacognitiva melhoraram mais depressa do que os casos bem-sucedidos tratadoscom remédios. Com apenas uma ou duas semanas de tratamento, já houve umaredução acentuada de pensamentos suicidas entre os pacientes do grupo de terapiacognitiva. A eficácia dessa terapia deve ser animadora para as pessoas que, em vezde depender de remédios para levantar seu ânimo, preferem entender o que estácausando os problemas e fazer alguma coisa para resolvê-los.11. O Quadro 1 foi adaptado de RUSH, A. J. et al. Comparative Efficacy of Cognitive Therapy andPharmacotherapy in the Treatment of Depressed Outpatients. Cognitive Therapy and Research,v. 1, n. 1, p. 17-38, mar. 1977.
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comunidade profissional nas últimas duas décadas como o melhor tratamento para
as formas mais graves de depressão.
Os dois grupos de pacientes fizeram tratamento por um período de 12 semanas.
Todos eles foram avaliados sistematicamente com extensos testes psicológicos antes
da terapia e em vários intervalos mensais durante um ano após sua conclusão. Os
profissionais que aplicaram os testes não foram os terapeutas que administraram o
tratamento, o que garantiu uma avaliação objetiva dos méritos de cada método.
Os pacientes vinham sofrendo episódios de depressão moderada a grave. A maioria
não havia apresentado melhora apesar do tratamento prévio com dois ou mais
terapeutas em outras clínicas. Três quartos deles possuíam tendências suicidas na
época em que foram encaminhados. Em média, os pacientes vinham sofrendo de
depressão crônica ou intermitente havia oito anos. Muitos estavam absolutamente
convictos de que seus problemas não tinham solução e não sentiam a menor vontade
de viver. Talvez o seu caso não pareça tão complicado como esses. Essa população
foi escolhida justamente para que o tratamento pudesse ser testado sob as condições
mais difíceis e desafiadoras.
O resultado do estudo foi muito inesperado e animador. A terapia cognitiva foi
no mínimo tão eficaz quanto aquela com antidepressivos, se não mais. Como é possível
observar (Quadro 1, a seguir), 15 dos 19 pacientes tratados com terapia cognitiva
haviam apresentado uma redução considerável dos sintomas após 12 semanas de tratamento
ativo. 11 Outros dois haviam melhorado, mas ainda apresentavam sintomas
de transtorno borderline ou depressão leve. Apenas um paciente havia abandonado
o tratamento, e um ainda não havia apresentado melhoras ao fim desse período.
Por outro lado, apenas 5 dos 25 pacientes tratados com medicamentos antidepressivos
haviam se mostrado totalmente recuperados ao fim do período de 12 semanas.
Desses pacientes, 8 abandonaram a terapia devido aos efeitos colaterais adversos
da medicação, e outros 12 não apresentaram melhora alguma, ou somente parcial.
Foi de particular importância descobrir que muitos pacientes tratados com terapia
cognitiva melhoraram mais depressa do que os casos bem-sucedidos tratados
com remédios. Com apenas uma ou duas semanas de tratamento, já houve uma
redução acentuada de pensamentos suicidas entre os pacientes do grupo de terapia
cognitiva. A eficácia dessa terapia deve ser animadora para as pessoas que, em vez
de depender de remédios para levantar seu ânimo, preferem entender o que está
causando os problemas e fazer alguma coisa para resolvê-los.
11. O Quadro 1 foi adaptado de RUSH, A. J. et al. Comparative Efficacy of Cognitive Therapy and
Pharmacotherapy in the Treatment of Depressed Outpatients. Cognitive Therapy and Research,
v. 1, n. 1, p. 17-38, mar. 1977.