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antidepressão a revolucionária terapia do bem-estar(1)(1)

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ser muito úteis para indivíduos que sofrem de depressão e ansiedade. Quando um

paciente não responder a medicamentos, a principal reação do psiquiatra talvez seja

aumentar a dose ou acrescentar outro medicamento, pois é para isso que ele foi

treinado. E quando um paciente queixar-se de um efeito colateral adverso, talvez o

psiquiatra decida acrescentar algum outro remédio como antídoto ‒ pois é para isso

que ele foi treinado. O resultado em alguns casos é o de que o paciente acaba tomando

cada vez mais remédios, em doses cada vez maiores ‒ sem qualquer benefício

real. É quando a polifarmácia pode ficar fora de controle.

Quando eu era residente de psiquiatria, costumava acreditar que, se conseguisse

encontrar a “fórmula mágica” (em outras palavras, o comprimido certo), poderia

ajudar todos os pacientes. Naquele tempo, tratávamos os nossos pacientes com

um comprimido atrás do outro, mas com pouquíssima psicoterapia. Minha experiência

clínica ensinou-me várias vezes que esse modelo não era o bastante ‒ muitos

pacientes meus simplesmente não se recuperavam, não importava quantos remédios

eu usasse, isoladamente ou em combinações.

Para piorar as coisas, a maioria dos psiquiatras não exige que os pacientes façam

teste de humor, como o do Capítulo II, entre as sessões de terapia para acompanhar o

progresso. Consequentemente, o psiquiatra pode concluir que o paciente está sendo

“ajudado” por um remédio quando, na verdade, o paciente não apresentou nenhuma

melhora significativa. No meu modo de pensar, tratar pacientes sem avaliações

a cada sessão é anticientífico e constitui um obstáculo a um bom tratamento e ao

progresso na área.

Alguns psiquiatras e muitos pacientes estão concentrados quase exclusivamente

nessas teorias biológicas e tratamentos para depressão. Eles podem ignorar o valor

de outras abordagens, às vezes com um fervor religioso. Vários psiquiatras renomados

são muito francos a esse respeito. Às vezes a intensidade desses debates em

torno da comparação entre a psicoterapia e a terapia medicamentosa lembra mais

uma disputa de poder por controle territorial do que uma busca intelectual pela

verdade. Felizmente, existe uma tendência crescente e saudável a se reconhecer que

todas as nossas drogas psiquiátricas atuais têm uma eficácia limitada. Além disso, há

um reconhecimento cada vez maior de que a combinação de medicamentos com as

formas mais modernas de psicoterapia (como a terapia cognitiva comportamental

e outras) geralmente oferece um resultado mais satisfatório do que o tratamento

apenas com remédios.

Está claro que os antidepressivos podem ajudar algumas pessoas, mas também

está evidente que muitos pacientes não respondem adequadamente. Quando os pacientes

não responderem, eu prefiro mudar o esquema e usar a terapia cognitiva, ou

uma combinação de terapia cognitiva com um medicamento antidepressivo por vez.

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