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antidepressão a revolucionária terapia do bem-estar(1)(1)

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são. Durante um episódio maníaco, o médico pode receitar um neuroléptico ou um

benzodiazepínico além do lítio para combater os sintomas agudos, como descrito

anteriormente.

Embora existam casos específicos como esses em que a combinação dos medicamentos

é indicada, geralmente não sou a favor da polifarmácia no tratamento

da depressão ou da ansiedade por causa do aumento dos efeitos colaterais, das interações

medicamentosas e do custo. Além disso, a polifarmácia tende a transmitir

a mensagem de que todos os problemas do pacientes podem ser resolvidos com remédios.

Ele pode tomar um ou dois remédios para depressão, mais um ou dois para

combater os efeitos colaterais dos antidepressivos, outro para tratar a ansiedade e

assim por diante. E se o paciente ficar com raiva, ainda pode tomar outro remédio,

como um estabilizador do humor, para cuidar da raiva.

O paciente pode acabar ficando com um papel muito passivo, uma espécie de

tubo de ensaio humano. Você pode achar que estou exagerando, mas já vi inúmeros

pacientes que ficaram exatamente assim. Eles estavam tomando uma porção de

remédios com um monte de efeitos colaterais, mas obtinham pouquíssimos benefícios

com isso. Eu tive bons resultados no tratamento desses pacientes por meio

de terapia cognitiva sem o uso de remédios, ou de terapia cognitiva com apenas

um antidepressivo.

Acredito que alguns psiquiatras recorrem demais aos medicamentos. Por que

isso acontece? Um dos problemas é que a maioria dos programas de treinamento

psiquiátrico dá muita ênfase a teorias biológicas sobre depressão e acentua a importância

do tratamento medicamentoso para depressão e outros transtornos. Além

disso, muitos programas de educação continuada para psiquiatras em atividade são

patrocinados por laboratórios farmacêuticos, e o foco dessas palestras concentra-se

quase sempre nos medicamentos. As publicações científicas sobre psiquiatria também

estão cheias de anúncios caros de laboratórios farmacêuticos promovendo os

benefícios dos últimos remédios contra depressão ou ansiedade, mas nunca vi um

anúncio promovendo a mais recente técnica psicoterapêutica. É que simplesmente

não há dinheiro para pagar um anúncio desses! Os laboratórios também financiam

boa parte das pesquisas sobre medicamentos que aparecem nas revistas científicas, e

já se questionou o potencial conflito de interesses inerente a esses acordos.

Não estou querendo fazer demagogia! Essa não é uma questão inequívoca. Sem

dúvida, as excelentes pesquisas conduzidas pela indústria farmacêutica trouxeram

enormes benefícios à profissão psiquiátrica e às pessoas que sofrem de transtornos

psiquiátricos. O que me preocupa é que a ênfase nos remédios às vezes me parece

exagerada. Infelizmente, alguns psiquiatras não têm um bom treinamento nas

formas mais modernas de psicoterapia, entre elas a terapia cognitiva, que podem

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