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antidepressão a revolucionária terapia do bem-estar(1)(1)

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eu ficaria inclinado a dizer que se trata de um efeito placebo e não de um efeito

real do remédio. Esse grau de melhora pode ocorrer devido ao passar do tempo, à

psicoterapia ou à crença de que o remédio irá funcionar. Se a melhora no humor for

mínima, e ao se supor que o paciente já tenha tomado uma dose suficiente do medicamento

por um período de tempo suficiente, provavelmente suspenderia o uso

do remédio e tentaria um outro medicamento, uma combinação de medicamento e

psicoterapia, ou a psicoterapia apenas.

É provável que alguns leitores estejam pensando agora: “Mas uma melhora de

40% no meu humor me parece muito bom. Parece ser uma melhora de verdade. Já

estou quase 50% melhor.”. Com certeza, qualquer melhora é bem-vinda, mas estudos

recentes indicam que placebos inativos também podem ter grandes efeitos

antidepressivos. Foi demonstrado que uma melhora de 40% é uma resposta típica

a um placebo. A única justificativa para se tomar qualquer remédio antidepressivo

é essa: ele está cumprindo a sua função? No meu modo de pensar, o objetivo do

tratamento é recuperar-se da depressão. A maioria dos pacientes quer se recuperar

completamente, e não apenas uma melhora discreta ou moderada no seu humor. Se

um antidepressivo não está atingindo esse objetivo após uma tentativa razoável, eu

recomendaria mudar para um outro remédio ou método de tratamento.

Em segundo lugar, eu nunca trato os pacientes apenas com medicamentos.

Quando prescrevo um antidepressivo para um paciente, sempre combino o tratamento

medicamentoso com a psicoterapia. Embora tenha experimentado o tratamento

feito exclusivamente com medicamentos em um grande número de pacientes no

início da minha carreira, quase nunca considerei essa abordagem satisfatória.

Por exemplo, quando fui bolsista de pós-doutorado após o meu período de residência

na Universidade da Pensilvânia, eu dirigia a clínica de lítio do Hospital dos

Veteranos da Filadélfia. Tratei diversos veteranos deprimidos que sofriam de doença

maníaco-depressiva bipolar com uma combinação de lítio e outros antidepressivos.

Embora os medicamentos parecessem ajudar, os resultados não foram muito animadores.

A maioria desses pobres veteranos ficava entrando e saindo do hospital

quase o tempo todo, e poucos conseguiam levar uma vida produtiva, feliz e estável.

Posteriormente, quando descobri a terapia cognitiva, passei a tratar todos os meus

pacientes maníaco-depressivos com uma combinação de medicamentos e psicoterapia.

Os resultados foram muito melhores. Desde então, só me recordo de um paciente

maníaco-depressivo tratado por mim que precisou ser internado por causa de

um episódio maníaco.

Os resultados com pacientes deprimidos foram semelhantes. No início da minha

carreira, eu tratava os pacientes deprimidos apenas com remédios, ou com remédios

combinados à psicoterapia de apoio tradicional. Aplicava um teste de depressão

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