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antidepressão a revolucionária terapia do bem-estar(1)(1)

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e que as causas eram genéticas. A paciente concluiu que, se a depressão era genética,

ela devia tê-la transmitido aos seus filhos e netos. Um de seus filhos, de fato, estava

passando por maus momentos. Ela atribuía isso ao seu “gene da depressão” e se

culpava por arruinar a vida dele. Castigava-se até por ter se casado e tido filhos primeiro,

e tinha certeza de que todos eles enfrentariam um sofrimento horrível para

sempre. Enquanto explicava isso, ela começou a chorar outra vez.

Do seu ponto de vista, talvez a autoacusação dela não pareça nem um pouco

realista. Sua insistência de que todos os seus filhos e netos levarão uma vida de

sofrimento infinito e irreversível pode parecer igualmente irrealista. Mas, do ponto

de vista dela, suas autocríticas pareciam ser totalmente justificadas, e as previsões

negativas pareciam ter total fundamento. Sua raiva de si mesma é seu sofrimento

eram extremamente intensos.

Depois que parou de chorar, perguntei o que ela diria a uma outra mulher deprimida

com filhos. Será que seria tão dura com ela? Essa intervenção não deu certo.

Ela nem parecia compreender o que eu dizia. Em vez de responder a minha pergunta,

soluçava tanto que seu corpo inteiro tremia enquanto as lágrimas escorriam pelo

seu rosto.

Algum tempo depois, ela parou de chorar novamente. Perguntei se outras duas

pacientes poderiam se oferecer para ajudá-la com uma encenação. Chamei esse

exercício de “externalização de vozes” porque verbalizamos os pensamentos negativos

que temos na cabeça e aprendemos a contestá-los. Eu queria que as outras

pacientes ilustrassem de que modo ela poderia contestar seus próprios pensamentos

negativos; assim, tudo que teria de fazer era observar. Pedi que imaginasse que

essas outras mulheres eram muito parecidas com ela. Estavam deprimidas e tinham

filhos e netos.

A primeira voluntária fez o papel do lado negativo da sua mente e disse em voz

alta o tipo de coisa que a mulher deprimida andava pensando: “Se a minha depressão

é meio genética, isso significa que sou a culpada pela depressão do meu filho”.

A segunda voluntária fez o papel do lado mais positivo, realista e confiante da sua

mente. Essa voluntária contestou o pensamento negativo nos seguintes termos:

Com certeza, eu não culparia uma outra mulher deprimida pela depressão do seu

filho, por isso não faz sentido eu me culpar, também. Se existe um conflito com o meu filho,

se ele está tendo problemas, posso tentar ajudá-lo. É isso que qualquer mãe dedicada

tentaria fazer.

Depois elas continuaram com esse diálogo e simularam formas pelas quais poderia

contestar seus demais pensamentos autocríticos. As duas voluntárias revezaram-se

no papel dos pensamentos negativos e dos positivos.

Depois que a encenação terminou, perguntei à paciente chorosa qual das vozes

estava ganhando e qual estava perdendo. A voz negativa ou a positiva? Qual das

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