antidepressão a revolucionária terapia do bem-estar(1)(1)

adilio.mouracosta
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13.08.2023 Views

ideia melhor a seu respeito, pois você está fazendo alguma coisa para acabar com seudoloroso transtorno de humor.Claro, é possível que alguém o questione quanto à necessidade de tomar umremédio, ou até critique a sua decisão. Isso vai lhe dar uma oportunidade de ouropara aprender a lidar com a desaprovação e a crítica nos moldes discutidos no CapítuloVI. Mais cedo ou mais tarde, você terá de se decidir a acreditar em si mesmoe parar de se render ao terror incapacitante de que alguém possa ou não concordarcom algo que você faz.MITO Nº 8“É uma vergonha ter de tomar comprimidos. Eu devia ser capaz de acabar coma depressão sozinho.” Pesquisas sobre transtornos de humor conduzidas no mundotodo indicaram claramente que muitas pessoas conseguem se recuperar sem comprimidosquando se envolvem num programa de autoajuda ativo e estruturado do tipodescrito neste livro. 35-40No entanto, também fica claro que a psicoterapia não funciona para todos, e quealguns pacientes deprimidos recuperam-se mais rápido com a ajuda de um antidepressivo.Além disso, em muitos casos um antidepressivo pode facilitar seus esforçospara ajudar a si mesmo, conforme descrito antes.Será que faz mesmo sentido ficar se lamentando e sofrendo sem parar, insistindoteimosamente que você precisa “resolver isso sozinho”, sem um medicamento?Obviamente, você precisa resolver isso ‒ com ou sem uma ajuda farmacológica. Umantidepressivo pode lhe dar aquela pequena vantagem que você precisa para começara enfrentar o problema de uma forma mais produtiva. Isso pode acelerar o processonatural de cura.35. Ver nota 28.36. SCOGIN, F.; JAMISON, C.; GOCHNEAUT, K. The comparative efficacy of cognitive and behavioralbibliotherapy for mildly and moderately depressed older adults. Journal of Consulting andClinical Psychology, 57, p. 403-7, 1989.37. SCOGIN, F.; HAMBLIN, D.; BEUTLER, L. Bibliotherapy for depressed older adults: A self-helpalternative. The Gerontologist, 27, p. 383-7, 1987.38. SCOGIN, F.; JAMISON, C.; DAVIS, N. A two-year follow-up of the effects of bibliotherapy fordepressed older adults. Journal of Consulting and Clinical Psychology, 58, p. 665-7, 1990.39. JAMISON, C.; SCORGIN, F. Outcome of cognitive bibliotherapy with depressed adults. Journalof Consulting and Clinical Psychology, 63, p. 644-50, 1995.40. SMITH, N. M. et al. Three-year follow-up of bibliotherapy for depression. Journal of Consultingand Clinical Psychology, 65, 2, p. 324-7, 1997.

MITO Nº 9“Eu me sinto tão deprimido e sufocado que só um remédio pode me ajudar.”Tanto os remédios como a psicoterapia têm muito a oferecer no tratamento da depressãograve. Acredito que a atitude passiva de deixar que um remédio resolva o seuproblema é pouco sensata. Minha própria pesquisa já indicou que a disposição defazer alguma coisa para se ajudar pode ter poderosos efeitos antidepressivos, independentementede estar ou não tomando um medicamento também. A atividadede autoajuda que os pacientes completam entre as sessões também parece acelerar arecuperação. 41-42 Portanto, se combinar o medicamento a uma boa forma de psicoterapia,você terá mais armas em seu arsenal.Como já afirmei, muitos pacientes que tratei apenas com remédios não se recuperaramcompletamente. Quando acrescentei a terapia cognitiva, muitos delesmelhoraram. Acredito que a combinação de remédios e psicoterapia pode funcionarmelhor e mais rápido do que os remédios apenas e frequentemente leva a melhoresresultados a longo prazo. Isso parece aplicar-se tanto a casos de depressõesleves, como de depressões graves. Por exemplo, nós tratamos vários pacientes comdepressão grave internados no Hospital Universitário de Stanford com técnicas deterapia cognitiva em grupo. Essas técnicas eram semelhantes às que você aprendeuneste livro. Descobrimos que o formato em grupo pode ser especialmente útil. Jávi muitos desses pacientes melhorarem consideramente durante essas terapias emgrupo. Muitas vezes, a melhora ocorre efetivamente dentro da sessão de terapia. Nomomento em que o paciente descobre como contestar seus pensamentos negativosde maneira convincente, costuma ocorrer uma melhora grande e imediata em seuhumor e perspectiva. Lembre-se de que esses pacientes internados também recebemantidepressivos prescritos pelos psiquiatras que os atendem. Portanto, quase todoseles são tratados com uma combinação de remédios e psicoterapia ‒ não somos puristasdedicados somente a uma ou outra abordagem apenas.Lembro-me de uma mulher que tinha uma depressão tão grave que se desfaziaem lágrimas quase toda vez que tentava falar. O simples ato de olhar para ela pareciaser o bastante para desencadear um acesso de choro incontrolável. Perguntei a elao que estava pensando quando estava chorando. Ela respondeu que estava pensandonuma coisa que seu psiquiatra havia dito. Ele disse que sua depressão era “biológica”41. BURNS, D. D.; NOLEN-HOEKSEMA, S. Coping styles, homework compliance and the effectivenessof cognitive-behavioral therapy. Journal of Consulting and Clinical Psychology, 59, 2, p. 305-11, 1991.42. BURNS, D. D.; AUERBACH, A. H. Do self-help assignments enhance recovery from depression?.Psychiatric Annals, 22, 9, p. 464-9, 1992.

MITO Nº 9

“Eu me sinto tão deprimido e sufocado que só um remédio pode me ajudar.”

Tanto os remédios como a psicoterapia têm muito a oferecer no tratamento da depressão

grave. Acredito que a atitude passiva de deixar que um remédio resolva o seu

problema é pouco sensata. Minha própria pesquisa já indicou que a disposição de

fazer alguma coisa para se ajudar pode ter poderosos efeitos antidepressivos, independentemente

de estar ou não tomando um medicamento também. A atividade

de autoajuda que os pacientes completam entre as sessões também parece acelerar a

recuperação. 41-42 Portanto, se combinar o medicamento a uma boa forma de psicoterapia,

você terá mais armas em seu arsenal.

Como já afirmei, muitos pacientes que tratei apenas com remédios não se recuperaram

completamente. Quando acrescentei a terapia cognitiva, muitos deles

melhoraram. Acredito que a combinação de remédios e psicoterapia pode funcionar

melhor e mais rápido do que os remédios apenas e frequentemente leva a melhores

resultados a longo prazo. Isso parece aplicar-se tanto a casos de depressões

leves, como de depressões graves. Por exemplo, nós tratamos vários pacientes com

depressão grave internados no Hospital Universitário de Stanford com técnicas de

terapia cognitiva em grupo. Essas técnicas eram semelhantes às que você aprendeu

neste livro. Descobrimos que o formato em grupo pode ser especialmente útil. Já

vi muitos desses pacientes melhorarem consideramente durante essas terapias em

grupo. Muitas vezes, a melhora ocorre efetivamente dentro da sessão de terapia. No

momento em que o paciente descobre como contestar seus pensamentos negativos

de maneira convincente, costuma ocorrer uma melhora grande e imediata em seu

humor e perspectiva. Lembre-se de que esses pacientes internados também recebem

antidepressivos prescritos pelos psiquiatras que os atendem. Portanto, quase todos

eles são tratados com uma combinação de remédios e psicoterapia ‒ não somos puristas

dedicados somente a uma ou outra abordagem apenas.

Lembro-me de uma mulher que tinha uma depressão tão grave que se desfazia

em lágrimas quase toda vez que tentava falar. O simples ato de olhar para ela parecia

ser o bastante para desencadear um acesso de choro incontrolável. Perguntei a ela

o que estava pensando quando estava chorando. Ela respondeu que estava pensando

numa coisa que seu psiquiatra havia dito. Ele disse que sua depressão era “biológica”

41. BURNS, D. D.; NOLEN-HOEKSEMA, S. Coping styles, homework compliance and the effectiveness

of cognitive-behavioral therapy. Journal of Consulting and Clinical Psychology, 59, 2, p. 305-

11, 1991.

42. BURNS, D. D.; AUERBACH, A. H. Do self-help assignments enhance recovery from depression?.

Psychiatric Annals, 22, 9, p. 464-9, 1992.

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