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antidepressão a revolucionária terapia do bem-estar(1)(1)

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reito. A atividade reduzida indicava que os neurônios dessa região do cérebro tinham

se acalmado, independentemente de terem sido tratados com medicamentos

ou com psicoterapia.

Uma implicação desse estudo é que a atividade excessiva do núcleo caudado direito

poderia ter algum papel no desenvolvimento ou na manutenção dos sintomas

do transtorno obsessivo-compulsivo. Uma segunda implicação importante é que os

antidepressivos e a terapia cognitiva comportamental poderiam ser igualmente eficazes

para restabelecer a estrutura e o funcionamento do cérebro de volta ao normal.

Como a maioria dos estudos publicados, este teve algumas falhas bastante significativas.

Um dos problemas é que qualquer alteração cerebral observada num determinado

distúrbio psiquiátrico poderia representar apenas efeitos “posteriores” e não

efeitos causais de verdade. Em outras palavras, a maior atividade neuronal no núcleo

caudado direito dos pacientes com transtorno obsessivo-compulsivo poderia

simplesmente refletir um padrão mais genérico de desconforto por todo o cérebro e

talvez não ser a causa dos sintomas, como discutimos antes.

Outro problema é que o número de pacientes estudados foi extremamente pequeno,

e o de regiões cerebrais que os pesquisadores estudaram, razoavelmente

grande, por isso é possível ‒ até mesmo provável ‒ que essas descobertas sejam fruto

do acaso. Essa possibilidade é condizente com o fato de outros pesquisadores já

terem relatado diferentes padrões de atividade cerebral em pacientes tratados com

antidepressivos. É por isso que são necessárias repetições com mais pacientes conduzidas

por pesquisadores independentes, antes que os resultados de qualquer estudo

possam ser aceitos. Apesar dessas limitações, o relatório do dr. Baxter e de seus colegas

foi o primeiro do gênero e pode abrir as portas para um novo e importante

tipo de pesquisa integrada sobre as formas como os medicamentos e a psicoterapia

podem afetar a função cerebral e as emoções.

Outros estudos demonstraram que os antidepressivos podem ajudar os pacientes

deprimidos a modificar seus padrões de pensamento negativo. De fato, numa

pesquisa conduzida na Escola de Medicina da Universidade de Washington em St.

Louis, os doutores Anne D. Simons, Sol L. Garfield e George E. Murphy distribuíram

aleatoriamente pacientes deprimidos para serem tratados apenas com antidepressivos

ou apenas com terapia cognitiva. Eles estudaram as mudanças nos padrões de

pensamento negativo dos dois grupos de pacientes. Descobriram que o pensamento

negativo dos pacientes que responderam aos antidepressivos melhorou tanto quanto

o pensamento negativo dos pacientes deprimidos que responderam à terapia

cognitiva. 27 Lembre-se de que os pacientes dos medicamentos não receberam psi-

27. SIMONS, A. D.; GARFIELD, S. L.; MURPHY, G. E. The process of change in cognitive therapy

and pharmacotherapy for depression. Archives of General Psychiatry, 41, p. 45-51, 1984.

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