antidepressão a revolucionária terapia do bem-estar(1)(1)

adilio.mouracosta
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XVIIIO PROBLEMA MENTE-CORPOCAPÍTULODesde a época do filósofo francês René Descartes, os estudiosos ficam intrigadoscom o problema “mente-corpo”. Ele refere-se à ideia de que os seres humanospossuem ao menos dois níveis distintos de existência ‒ a mente e o corpo. Nossamente é constituída pelos nossos pensamentos e emoções, que são invisíveis ou etéreos.Sabemos que estão presentes porque podemos senti-los, mas não sabemos porque ou como eles existem.Por sua vez, nosso corpo é constituído de tecidos ‒ sangue, ossos, músculos,gordura e assim por diante. O tecido é constituído essencialmente de moléculas, e asmoléculas são formadas por átomos. Esses materiais de construção do nosso corposão inertes ‒ presume-se que os átomos não têm consciência. Então, como o tecidoinerte do nosso cérebro pode dar origem à nossa mente consciente, capaz de ver,sentir, ouvir, amar e odiar?Segundo Descartes, nossa mente e nosso corpo devem estar ligados de algumamaneira. Descartes chamou a parte do cérebro que une essas duas entidades distintasde “morada da alma”. Durante séculos, os filósofos tentaram localizar a “morada daalma”. Na era moderna, os neurocientistas continuam essa busca enquanto tentamdescobrir como o nosso cérebro produz as emoções e os pensamentos conscientes.A crença de que nossa mente e nosso corpo são coisas distintas reflete-se em nossostratamentos para problemas como a depressão. Temos tratamentos biológicos,que atuam no “corpo”, e tratamentos psicológicos, que atuam na “mente”. Os tratamentosbiológicos geralmente envolvem medicamentos, e os psicológicos, algumtipo de terapia verbal.Muitas vezes, há uma concorrência acirrada entre o campo da “terapia medicamentosa”e o da “terapia verbal”. Em geral, a maioria dos psiquiatras são maispropensos ao campo da terapia com remédios. Isso porque os psiquiatras são primei­

XVIII

O PROBLEMA MENTE-CORPO

CAPÍTULO

Desde a época do filósofo francês René Descartes, os estudiosos ficam intrigados

com o problema “mente-corpo”. Ele refere-se à ideia de que os seres humanos

possuem ao menos dois níveis distintos de existência ‒ a mente e o corpo. Nossa

mente é constituída pelos nossos pensamentos e emoções, que são invisíveis ou etéreos.

Sabemos que estão presentes porque podemos senti-los, mas não sabemos por

que ou como eles existem.

Por sua vez, nosso corpo é constituído de tecidos ‒ sangue, ossos, músculos,

gordura e assim por diante. O tecido é constituído essencialmente de moléculas, e as

moléculas são formadas por átomos. Esses materiais de construção do nosso corpo

são inertes ‒ presume-se que os átomos não têm consciência. Então, como o tecido

inerte do nosso cérebro pode dar origem à nossa mente consciente, capaz de ver,

sentir, ouvir, amar e odiar?

Segundo Descartes, nossa mente e nosso corpo devem estar ligados de alguma

maneira. Descartes chamou a parte do cérebro que une essas duas entidades distintas

de “morada da alma”. Durante séculos, os filósofos tentaram localizar a “morada da

alma”. Na era moderna, os neurocientistas continuam essa busca enquanto tentam

descobrir como o nosso cérebro produz as emoções e os pensamentos conscientes.

A crença de que nossa mente e nosso corpo são coisas distintas reflete-se em nossos

tratamentos para problemas como a depressão. Temos tratamentos biológicos,

que atuam no “corpo”, e tratamentos psicológicos, que atuam na “mente”. Os tratamentos

biológicos geralmente envolvem medicamentos, e os psicológicos, algum

tipo de terapia verbal.

Muitas vezes, há uma concorrência acirrada entre o campo da “terapia medicamentosa”

e o da “terapia verbal”. Em geral, a maioria dos psiquiatras são mais

propensos ao campo da terapia com remédios. Isso porque os psiquiatras são primei­

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